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PARTE II Os Estados Unidos eo Militarismo Latino-americano A CONTINENTALIZACAO dos problemas dos paises latino-americanos é um processo em franco desenvolvimento. De fato, estas nagdées sempre estiveram na condigdo de conglomerados inseridos em sistemas interna- cionais, alinhadas a hegemonia de outras nagées. E verdade que houve épocas de maior autonomia; ocasides em que teria sido possivel ampliar @ controle nacional das decisées sobre a vida econdémica e politica, cultural ¢ militar. Entretanto, nas iltimas décadas, progredia a continentalizagao dos problemas nacionais na América Latina, sob a égide dos Estados Unidos. Esse processo pode ser observado em qualquer das esferas bdsicas das relagées externas das nagées latino-americanas: seja no plano politico ou econémico, seja no cultural ou militar. Neste trabalho quero restringir- me @ descri¢ao de alguns aspectos bdsicos das relacées militares entre os Estados Unidos e as nacées da América Latina. Em particular, quero apontar as posigdes apresentadas a partir do ponto de vista dos Estados Unidos. E uma contribuigado a morfologia da «Pax Americana». Se as nagées da América Latina quiserem conquistar um controle maior sobre 9 préprio futuro, precisardo interpretar com objetividade a natureza das suas relagoes com a poténcia junto @ qual se alinharam. Para esta corrente, as «determinagées histéricas e geograficas» (que combinam e¢ harmonizam os interesses basicos das nagdes da América Latina e dos Estados Unidos) saéo tomadas como razdes suficientes paragfundamentar a margem de agao em cujo Ambito se decide e se atua nos diferentes planos da vida social. E claro que para esses setores da classe dominante a sociedade norte-americana é 0 paradigma a ser imitado, tanto nos planos politico e econémico como nos planos cultural e militar. Mais ainda, para esses setores da opiniao publica, o futuro da América Latina esta naturalmente vinculado ao futuro dos Estados Unidos. Em segundo lugar, destaca-se a corrente politica para a qual © papel dos Estados Unidos na América Latina surge como uma «varidvel importantes, mas nao independente. Os adeptos desta interpretago afirmam que 0S povos. Jatino-americanos podem tomar decisées auténomas; adversas ou ndo aos interesses dos Estados Unidos. Para esta corrente, o futuro de cada pais na América Latina deve resultar das tendéncias inerentes ao proprio funcionamento de cada sociedade. Os Estados Unidos nem sao decisivos nem imunes a propostas diversas e independentes. Os adeptos desta interpretagao nZo escondem uma dose de volunta- rismo. Muitos seguidores do «nacionalismo desenvolvimentista> situam-se nesta categoria. & claro que almejam o , Na realidade, as nacdes dependentes sao a arena na qual mais claramente se cxercitam as politicas externas dos Estados Unidos'e da Unido Soviética. Em uma anilise da politica militar norte-americana, o socidlogo Amitai Etzioni afirma o seguinte: Os Estados Unides © a URSS estio competindo pela mente dos poves dos trés continentes subdesenvolvides. Estao motivados em parte por consideracgdes humanitérias (sendo paises ericoss num mundo de ), em parte por uma busca de vantagens comerciais ou protecao de investimentos ¢, ainda, em parte por consideragdes de prestigio, poder € seguranga. Ambos os lados ¢ muitos espectadores estio avaliando a posicao mundial relativa dos dois biocus em termos de seus sucessos e falhas no mundo subdesenvolvide. * Esse € 0 contexto mais geral em que se situam os desenvol- vimentos e as reformulagdes da politica norte-americana, com relagéo aos paises latino-americanos, individualmente e em con- junto. Entretanto, é preciso reconhecer que os desdobramentos das relagdes dos Estados Unidos com a América Latina realizam-se em fun¢do de fatos concretos tais como os seguintes: a revolucdo mexicana; 0 nacionalismo econdmico e a politica externa inde- pendente ensaiada em algumas nagdes; a revolugdo cubana; 0 aparecimento de nucleos guerrilheiros em varios pontos do Con- tinente; etc. Estes so os acontecimentos que levam os Estados Unidos a formularem de modo cada vez mais explicito os fins de suas relagdes com as nagdes latino-americanas. Nas recomen- dagdes de cientistas, técnicos, assessores e empresarios, em rela~ torio final da 16* Assembiéia Americana, realizada em Nova York, em 1959, afirma-se o seguinte: * A importancia da América Latina para os Estados Unidos deve ser enfatizada publicamente e deve sublinhar-se a consciéncia do que a area significa para nds, politica, econdmica e culturalmente. Estamos reciproca- mente vinculados por lacos geograficos e histéricos, além de partilharmos de muitas idéias e aspiragdes comuns. Em suas relagdes com a América Latina, os Estados Unidos devem fixar um modelo de democracia, utilizando a propria influéncia ¢ recursos 3. Amitai Etzioni, Winning Withoxt War, Nova York, Doubleday & Company, 1965, p. 80. 83 is ister os is de todos os paises do Hemisferio, | tanto por razdes morai Fis ipo interesse proprio de longo alcance. a ‘i bert L. Matthews, um dos participantes na mesm assentitin nao 36 © anti-americanismo, mas a propria neutra- lid de das nagdes_ latino-americanas € inconveniente para os Estados Unidos. Em seu entender, oS Estados Unidos devem se para nao ser mais surpreendidos por acontecimentos oreo a. reveluczo cubana, que liquidou a ditadura do General Fulgencio Batista em 1* de janeiro de 1959. ko ganhar a Guerra Fria na América Latina, mas podemos perdeia al ° “neutealismo ‘ou uma intentsa ianquefobia poderiam pre- judicar-nos duramente. * as tarefas mundiais inerentes 4 condicao de acto | resenibnica, impdem aos Estados Unidos 0 cuidado de manter a «estabilidades na América Latina. Para uma corrente politica atualmente predominante tanto naquele pais como nesta, essa ctranqililidades deve ser alcangada a qualquer preco e é um fim em si. Para outra corrente — geralmente em segundo plano — a «estabilidade» pode ser alcangada em conjugacao com o desenvolvimento econdmico-social. Nos dois casos, nao se admite a edesercio» de qualquer outra nacao, ao modo de Cuba. Alias, a reagao dos Estados Unidos as lutas politicas internas na Republica de Sao Domingos, em 1965, denota esta orientacgdo. Uma anilise cuidadosa da intervencado norte-americana nos acontecimentos de Sao Domingos foi realizada por Theodore Draper. O receio de ser surpreendido por uma revolugdo socialista — como a cubana — levou os Estados Unidos a agirem segundo os requi- sitos da «big stick policy». * Mesmo os opositores a politica do governo do Presidente Lyndon Johnson nao fogem a este acordo comum. Tacita e expli- citamente, advogam a preservacéo e o refinamento do padrao de relagGes entre os Estados Unidos e as nagdes latino-americanas. Em todos os casos, esta subjacente a convicgdo de que os pro- blemas surgidus em qualquer ponto da terra sao questées de «politica interna» dos Estados Unidos. Para alguns, trata-se 4. The United States and Latin America, Background papers and the Final Report of the Sixteenth American Assembly, Arden House, Harriman Campus of Columbit University, Nova York, Harriman, Outubro 15-18, 1959, p. 200 . idem, p. 1. 5. Theodore Draper, “The Dominican Crisis”. Commentary, Nova York, deren 1965, p. 33-68; T - tary, Janel? 1885: Pr BBs Theodore Draper, “The American Crisis", Commentary 84 de assegurar a cestabilidades ¢ a «amizade» das nagdes da Amé- rica Latina, j4 que «os laos geograficos ¢ histéricos> harmoni- zam 08 interesses presentes e futuros de todas, em conjunto com os dos Estados Unidos. As outras tarefas mundiais deveriam Co- locar-se em segundo plano, diante daquelas reservadas a8 nagoes do Novo Mundo. Para outros, entretanto, trata-se de garantir essa estabilidade e harmonia de interesses a fim de que 08 Estados Unidos possam desempenhar melhor as suas missdes em socieda- des menos ocidentalizadas. O historiador Arthur M. Schlesinger, Jr, € o Senador J. William Fulbright sintetizam claramente essas concepgées, nos seguintes termos: Schlesinger: Além do mais, deve dizer-se que a concepgéo dos Estados Unidos como uma poténcia asidtica viola a légica da nossa propria hist6- tia. Pois que a historia prescreve duax ordens de prioridades para os Estados Unidos: uma, baseada em principio estratégico e, outra, em acessibilidade cultural. Segundo os dois critérios, a Europa Ocidental e a América Latina sio as regides do mundo que mais interessam aos Estados Unidos. Nés poderiamos sobreviver a sujeigéo da Asia, Africa, Oriente Médio, Europa Oriental ou Polinésia por ideologia ou poténcia hostil; mas se a Europa Ocidental ou a América Latina fossem mobiliza- das contra a América do Norte nossa posicio seria realmente ameacada. A Europa Ocidental e a América Latina sio 4reas do mundo cuja comu- nidade de tradic4o intelectual nos d4 a esperanca de reciproco enten- dimento, Nés manifestamos diariamente o nosso interesse pelo mundo subde- senvolvido. Mas a unica regiéo do mundo subdesenvolvido que € Ocidental em suas instituicdes e valores — e a tnica parte do Mundo Ocidental que é subdesenvolvida — é a América Latina.* Fulbright: Os Estados Unidos séo uma poténcia mundial, com res- ponsabilidades mundiais. Para ele, o Sistema Interamericano representa um meio adequado para a manutencdo da iei € da ordem na regido mais préxima dos Estados Unidos. Na medida em que funciona (e que nds desejarmos que ele funcione) uma das mais importantes vantagens do Sistema Interamericano é que ele estabiliza as relacdes dentro do Hemis- fério Ocidental. Desse modo os Estados Unidos ficam livres para agir em suas responsabilidades mundiais. * Essas sao as linhas gerais das relagdes entre os Estados Unidos e a América Latina. Tanto as relagées politicas e econd- micas como as militares e culturais estéo subordinadas a essa definigao basica. 7. Arthur M. Schlesinger, Jr., The Bitter Heritage (Vietnam isd American Demo~ cracy, 1941-1966), Nova York, A Fawcett Crest Book, 1967, p. Ly soca. 3: Wiliam’ Fulbright, The Arrogance of Power, Nova York, A Vintage Book, 85 Como vimos, os latino-americanos n&o precisam realizar muitas investigagdes para compreender 0 papel privilegiado atri- buido pelos Estados Unidos as técnicas militares. No mundo atual — para a maioria dos povos — a estrutura dos seus inte- resses nfo permanece no nivel do «inconsciente». O confronto continuado e crescente das classes sociais (em Ambito nacional e internacional) esta produzindo a explicitagao cada vez maior da tecitura interna das ideologias. Il. A COOPERACAO MILITAR E Opvio que ndo se pode: separar as relagdes militares das relagoes politicas e econémicas, no intercambio entre as nacdes. Conforme se costuma dizer, numa formula¢ao enfatica, a guerra 6 uma forma de atuacao politica, De fato, em geral as técnicas militares séo desdobramentos ou mesmo refinamentos de técnicas politicas. Nestes paragrafos serao descritas algumas diretrizes das relacdes militares dos Estados Unidos com a América Latina. £ desnecessdrio lembrar que estas relagdes transbordam para as esferas econdmica e politica, confundindo-se numa doutrina tinica. Do ponto de vista dos Estados Unidos, na América Latina dois problemas estéo em jogo, criando dificuldades: a) «a ameaca do comunismo» e 6) «o nacionalismo». Conforme a in- terpretagéo de Herbert L. Matthews (citado anteriormente) o proprio neutralismo é inconveniente aos interesses norte-america- nos. E muito mais inconveniente é 0 «neutralismo ativo» subja- cente a tese do desenvolvimentismo nacionalista, ensaiado em passado recente por alguns paises do Continente. E nesse con- texto que devem. ser compreendidas as formulagdes_ norte-ame- ricanas sobre a cooperacao militar. Em seus estudos sobre o militarismo na América Latina, Irving Louis Horowitz classificou as principais opinides de setores influentes nos Estados Unidos em trés grupos distintos, mas congruentes. E lembra que todos convergem para um acordo basico, ao recomendarem a definigéo da América Latina como uma drea militarmente importante para a seguran¢a dos Estados Unidos. Sao trés as teses apresentadas: Tese boomerang: Se os Estados Unidos nao suprem de armas a América Latina, isto permitira aos governantes latino-americanos volta- rem-se para outros, pata conseguir armamentos, e nds teremos trans- formado nossos «amigos» em desempenha um papel fundamental. Em sua obra sobre segu- ranca interna e poderio militar na América Latina, os autores norte-americanos Barber e Ronning apresentam o seguinte com ceito de «contra-insurrei¢ao»: Definem-se como contra-insurreicionais as acdes militares, paramilita- res, politicas, econdmicas, psicolégicas e de acdo civica tomadas por um governo para derrotar a insurreicao subversiva.** Sao preocupag6es como essas (entre outras) que levaram os Estados Unidos a fundar, em 1949, a «Army Caribbean School», no Panama, rebatizada «United States Army School of the Americas» a 19 de julho de 1963. ** E nessa linha de pensamento e agdo que devemos situar as reflexes do economista e conselheiro Walt Rostow, ao for- mular uma interpretagdo integrada dos novos papéis dos Estados Unidos no mundo de hoje. Segundo ele, os Estados Unidos tém fungdes muito claras a desempenhar na formacdo de organismos regionais, em que devem associar-se nagdes da mesma categoria. Segundo as suas palavras: O presidente Johnson afirmou recentemente que a comunidade mundial est4 «em meio de uma grande transicgaéo do nacionalismo estreito para uma associacdo internacional>. Um dos aspectos mais significativos dessa associagdo internacional é 0 movimento a favor do regionalismo. ... Este if. Witlard PF. Barber and C. Neale Ronning, Internat Secu wity and Militery pe Sogpttermearzency and Civic Action in Latin America), Ohio State University 12. taem, "5. “ia4, 89 i ireyao a regionalizaga ignificade particularme movimento em direcdo a regienalizacao tem um signil ate especial para os Estades Unidos, que foram ebrigados a tomar respon. satiladades em escaia mundial, depois da Segunda Guerra, dada a neces. SSdade de preencher certos vacuos de poder. ** E claro que essas sao condigées importantes Para a eventual criacdo de um organismo militar interamericano; ou varios orga nismos regionais, segundo subcategorias de nagées, como o Con. setho Centro-Americano de Defesa. ** Naturalmente esta se im. pondo uma etapa de negociagdes nas quais 0S governos oy grupos militares dos paises latino-americanos Procuram obter vaniagens especiais para os seus paises. Entre a hegemonia dos Estados Unidos e 0 alinhamento geral das nagées da América Latina perpassam varias ambigdes de sublideranga. Ao teferir-se as dificuldades surgidas no andamento do projeto de Criagao de um organismo unificador das técnicas militares no Continente, @ Vice. irante G. C. Heinz, diretor geral da assisténcia militar da Marinha des Estados Unidos, teria declarado, segundo a transericao do jomal A Fotha de S. Paulo: Antes da criacdo de um forte organismo militar dentro da Organiza- <40 dos Estados Americanos, devemos preparar um processo de desgaste da cposicge Latino-americana ao projeto. ... Um dos nossos métodos € reaizar reunies com todos os chefes de exército ¢ marinha da América Latina. Isso torna possivel a troca de idéias, principalmente com aqueles oixiais mais antigos que fizeram cursos na Escola de Defesa Intera- mericana, em Washington. ** De novo, 0§ textos sio transparentes. Os interesses, as in- tencdes e as técnicas que concretizam as relacées entre nacdes dominantes e dependentes ou alinhadas explicitam-se m_diferen- tes planos. Nao ha diivida, 4s vezes Daniel Bell tem razao, ainda que em conotacées inesperadas para ele: em certas sociedades a ideologia cede passo aos mais direto realismo politico. ** Em certos planos, as fabulacdes. ideolégicas sao totalmente dispen- saveis. 13. Wat Restow. “Ox Desafios da Gi igo", Panto B16. pe TE maaan! Seomelahi + em O Estado de Sée age ees, SaxeFermander. “The Central American Detense Councit and Pax Ame sicama’ esentaca mc Latin Amey i i iizado e@ ie ems i can. Spring Colloquium, realizado “EUA Redurici eda S498? pF “ Saty. Watham, Mass. 12-13-14 de maio, 196; iS Dasiel Bex, Tae Em of HMeoiogy, if para a AL™, em Fotha de Sdo Paul, Nova York, The Free Press, 1966, 90 IV. A MILITARIZACAO DA POLITICA E iLusORIO pensar que a ajuda militar oferecida pel s Unidos 4 América nao afeta a vida politica de cada ais Geral mente ela funciona no sentido de consolidar o poder de grupos dominantes adversos as reformas soci: A preocupacgao cres- cente com a «subversdo interna» e o «nacionalismo estreito» tém jevado as forcas armadas da maioria das nacdes do Continente a apoiar ostensivamente oligarquias e agrupamentos politicos adversos as reformas democratizantes. A modernizacio das técni- cas militares tornou muito mais eficazes e audaciosas as incursées de grupos militares no processo politico das na¢ées subdesenvol- vidas. Em lugar de favorecer a profissionalizagéo do militar, a modernizagao da tecnologia militar esté provocando o refina- mento da sua atuacdo politica. Nesse sentido, Irving L. Horowitz lembra o seguinte: Em qualquer nacéo sio possiveis dois tipos gerais de padrées mili- tares: o militar profissional, sob a supervisio direta de lideres politicos Gvis; e © militar politico, que se considera responsdvel pela definigao e delegacio da autoridade politica. Com excecéo dos Estados Unidos, Canada, Uruguai, México e Costa Rica, todos os governos latino-americanos possuem forcas militares politicas. ** Em sintese, a modernizacao das forcas armadas nao esta favorecendo a profissionaliza¢ao. Em conseqiiéncia, os regimes politicos na América Latina continuam a depender da maneira pela qual as forcgas militares (a) aderem aos programas dos partidos politicos e/ou (b) impdem a nacao interpretagdes pré- prias sobre a organizagao e o exercicio do poder politico. Nos dois casos, sacrifica-se 0 profissionalismo a primazia do militar politico. 17. Irving Louis Horowitz, “The Military Elites”, citado, p. F. Barbes 148, Fonte: W. fowitzi c. N. Ronning. Internal Security and Military Power, Sado, apendice A. 91 igdes de governantes continuam ant Apenas alteram-se ae écnil le atuacdo. Em levantamento geral Solpes aga oe oe na ‘America Latina (entre 1930 © 1965), Barber e Ronning contaram um total de 106 substitui¢s oe ea a nao programadas de governantes. Nesse total, a am an po ‘pre. dominio de golpes militares. Todas as haces is Mo i *xico) participaram uma ou mais vezes no conjunto dos golpes, depo. sigdes e rentincias. Por isso € que as deposi repetir-se na América Latina. SUBSTITUICOES ILEGAIS E NAO PROGRAMADAS DE GOVERNANTES América LaTINA — 1930-65 Pais Total Pais Totat Argentina 7 Haiti 7 Bolivia 10 Honduras 3 Brasil 5 México i} Chile 5 Nicaragua 3 Colmbia 3 Panama 5 Costa Rica 2 Paraguai 7 Cuba 8 Peru 5 Republica Dominicana 5 Uruguai 1 Equador NW Venezuela 5 Sao Salvador 6 Guatemala 8 Torat 106 ret Em 1962 houve 4 1963 ocorrens outros 4. Nada indica que e: mercendrias na Europa ¢ na M 4 §. Wiliam Fotbright, The Arrogance of Power, 92 Sitado, p, 230, vemos, ¢ ilusério pensar que a modernizagdo das oa Jitares nos paises subdesenvolvidos nao afeta as con- do seu progresso. A racionalizagao crescente das orga~ digbes © ilitares (inclusive a formulagdo de interpretagées pré- nizas oes re as relagdes entre politica e economia, ou geografia pias via) esta em descompasso com as tendéncias das outras e histor) das sociedades latino-americanas. Em conseqtiéncia, inst des militares adquirem ainda maior relevancia, com- as inst mente as instituigdes politicas. Segundo John Duncan fil seu estudo «Military Assistance and Militarism in Latin Powell citado pelo Senador Fulbright, no contexto das so- i $ \atino-americanas, a ajuda militar fornecida pelos Esta- ce ids tem criado ou impulsionado a vantagem relativa dos iis sobre os civis. Em outros termos, essa ajuda tem aper- feigoado o militar politico, em lugar do profissional, supervisio- nado por politicos civis. Diz Fulbright: igonicas: ml © sr, John Duncan Powell (um cientista politico que estudou o impacto da assisténcia militar na América Latina) jd demonstrou que a pequenez das somas envolvidas é enganosa. Se avaliadas em termos do seu efeito sobre a habilidade das forcas militares para aplicar_a violéncia contra grupos is, aS armas americanas so realmente signifi- cativas, Nos paises em que a renda «per-capita» é baixa, onde as institui- des politicas s4o frageis, em que grande parte do povo é analfabeto, desorganizado € comumente desmoralizado, mesmo uma pequena quan- tidade de equipamento militar e treinamento (seja 10 délares) pode dar ao soldado uma esmagadora vantagem sobre o civil numa situagao de conflito. ... O sr. Powell conclui que, pequeno como é, 0 programa de assisténcia militar americano ou dindmicos. Ny plano da analise econdmica, Keynes reconheceu que as nagies melhor situadas no mercado internacional transferem para as outras os seus problemas de desemprego. * Podemos ampliay essa reflexao. Ela pode ser estendida a processos politicos ¢ sociais, além dos econdmicos. Os paises dependentes ou sub, desenvolvidos tendem a manifestar de modo mais agudo e expli. cito as distorgdes € contradigdes em desenvolvimento nos paises hegeménicos. Esse é um dos principais motivos por que as tarefas dos Estados Unidos nos quatro cantos do mundo sao mais arduas que as suas tarefas internas. Simultaneamente, © desempenho dessas tarefas transforma-se numa técnica de exportacdo de dis. torgoes & contradigdes. E neste ponto que os componentes nio racionais do sistema se tornam jninteligiveis aqueles Cujo poder se funda nos principios da cestabilidade> e da «seguran¢a>. ou negativos do que oS afat 20, John Maynard Ki Money, John, Maynard Keynes TM oie pn sera of Employment, interest 94

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