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SOMESB
Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Didática
Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira
Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
Diretor Geral ♦ Waldeck Ornelas
Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba
Diretor Administrativo e Financeiro ♦ André Portnoi
Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel
♦PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Designer ♦ João Jacomel Revisão Final ♦ Idalina Neta
Estagiários ♦ Delmara Brito, Francisco França Júnior, Israel Dantas
e Lucas do Vale
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
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Sumário
Origem da Didática ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07
Evolução Histórica da Didática ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 09
A Didática como ato Político Ideológico ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 13
Atividades Complementares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 17
AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 20
Tendência Liberal ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 20
Pedagogia Liberal ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 20
Tradicional ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 21
Tendência Progressista ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 22
Renovada Não-Diretiva ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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Tecnicista
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 23
Tendência Pedagógica Progressista ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 24
Libertadora ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 25
Libertária
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 26
Crítico social dos conteúdos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 26
Sócio-Interacionista ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 27
Atividades Complementares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 28
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Fases do Planejamento 32 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Preparação 32 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Desenvolvimento 32 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Aperfeiçoamento 32 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Plano de curso 32 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Plano de unidade 33 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Plano de aula 33 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
É Hora de Trabalhar ○ 40
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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Apresentação da Disciplina
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Didática
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A DIDÁTICA COMO OBJETO DE
ESTUDO NO CONTEXTO EDUCACIONAL E
A CONSTRUÇÃO DA PRÁXIS EDUCATIVA
Origem da Didática
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as ações propostas por Commenius: coerência de propósitos
educacionais entre família e escola, desenvolvimento do raciocínio lógico e
do espírito científico e a formação do homem religioso, social, político, racional,
afetivo e moral.
Didática A partir de 1628, Commenius percorre a Europa, após ser expulso de
sua terra natal em função da guerra político-religiosa, e dá continuidade aos
seus projetos científicos e educacionais, alimentando e divulgando seu sonho reformista
por meio da Pansophia para promover a harmonia entre os indivíduos e as nações. Esta
educação, idealizada por Commenius, constitui uma forma de organização do saber, um
projeto educativo e um ideal de vida, desejo e possibilidades de ensinar tudo a todos, uma
educação universal. Neste período, Commenius desenvolveu, então, suas principais idéias
sobre educação e aprofundou um dos grandes problemas epistemológicos do seu tempo –
que era o do método.
Em sua Didática Magna (1657) ele elabora uma proposta de reforma da escola e
do ensino lançando as bases para uma pedagogia que prioriza a “arte de ensinar” por ele
denominada de “Didática”, em oposição ao pensamento pedagógico da época, que era
voltado para a educação sistemática, privilegiando alguns, cumprindo a função conservadora
da instituição social.
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“A arte de ensinar é sublime, pois
destina-se a formar o homem, é
uma ação do professor no aluno,
tornando-o diferente do que era
antes.”
1549 a 1930
Primórdios da Didática: Compreendendo o papel da disciplina antes da sua
inclusão nos cursos de formação de professores a nível superior:
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Vamos falar de uma didática histórica brasileira.
Entre 1549 e 1759, a sociedade era de economia agrário-exportadora
e dependente, explorada pela Metrópole e a educação não tinha valor social
importante. Contudo, nesse período colonial os jesuítas eram os principais
Didática educadores e sua função educativa era voltada para a catequese e instrução
dos índios.
Primeira compilação de
regras de estudo para normatizar
o trabalho desenvolvido nos
colégios jesuítas, em 1599,
descrevendo procedimentos para a
elaboração de planos, programas e
métodos de estudo, delimitando
tempos e espaços de trabalho e de
convivência.
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A partir de 1930
Surgimento da Didática nos cursos de formação de professores
1945 a 1960
Predomínio das novas idéias e a Didática
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Esse movimento é tratado como marco histórico, pois a Pedagogia
Nova entra em crise e suas articulações passam a ser assumidas pelo grupo
militar e tecnocrata. A partir daí, essa pedagogia embasa-se na neutralidade
científica inspirando-se nos princípios da racionalidade, eficiência e
Didática produtividade. Então, instalou-se na escola a divisão de trabalho sob a
justificativa de produtividade.
O acordo feito entre o MEC/USAID marcou o sistema educacional, sustentando as
reformas do ensino superior e do ensino médio. Além disso, pelas influências dos professores
americanos, foi implantada a disciplina “Currículos e Programas”, pelo Parecer 252/69 e
Resolução nº 2/69, do Conselho Federal de Educação, nos cursos de Pedagogia,
provocando a superposição de conteúdos da nova disciplina com a Didática.
A Pedagogia Tecnicista enfoca o papel da Didática no desenvolvimento de uma
alternativa não psicológica, trazendo uma perspectiva ingênua de neutralidade científica,
tendo como preocupação básica a eficácia e a eficiência do processo de ensino. Logo, os
conteúdos dos cursos de Didática passam a centrar-se na organização racional do processo
de ensino, no planejamento didático formal e na elaboração de materiais instrucionais, nos
livros didáticos descartáveis, o professor torna-se mero executor de objetivos instrucionais,
de estratégias de ensino e de avaliação, desvinculando a teoria da prática. Vê-se então,
neste período, a Didática assumindo um discurso reprodutivista. Diante disso, a Didática é
questionada e surgem movimentos reivindicando sua revisão apontando-a a novos rumos.
A década de 80
Momento atual da Didática
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A Didática como ato Político Ideológico
O que ensinar? O que deve ser ensinado para que o aprendizado seja útil à
vida? Será que todas as crianças são iguais e necessitam aprender as mesmas coisas?
Quais os critérios e qual o referencial para selecionar conteúdos?
Para se ensinar é necessário que seja significativo e que surjam da própria realidade
em que a criança vive. “Deve-se deixar jorrar nos programas, conteúdos, métodos utilizados,
no clima de trabalho, nas pessoas presentes. Saber criar um meio de vida e não só idéias,
onde todos encontrarão a força de crescer” (Etave, 1972, p. 92)
O conteúdo deve ser educativo e formador de personalidades. A dimensão da pessoa
não se limita ao intelectual, ela também é emoção, sentimentos e habilidades, daí é dever
do ensino se ocupar da formação da pessoa como um todo.
O professor necessita selecionar conteúdos que não sejam alienantes e
mistificadores.
Por que ensinar? Será que o professor sabe realmente por que
ensina? Será que o aluno entende por que está estudando?
Toda ação didática precisa estar imbricada com os objetivos, e a eficiência da ação
educativa, vai depender do conhecimento e da plena conscientização que os indivíduos
envolvidos no processo educativo têm dos objetivos, dos resultados e propósitos que se
deseja alcançar. Porque são eles quem determinam à conduta, e os processos de ensino.
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Como ensinar?
Quando ensinar?
Onde ensinar?
A escola é o único local que se aprende?
Escola para os gregos, o étimo, SKOLÉ, designava o tempo liberto de ocupações,
que podia ser dedicado livremente à amizade e à cultura do espírito. Lugar onde os discípulos
se reuniam para ouvir um mestre e discutiam idéias em busca do saber.
“As escolas serão verdadeiros recreios, casas de delícias e encantos”, segundo
Commenius.
A escola é uma das muitas condições para se aprender, mas não única, pois a
aprendizagem ocorre em qualquer lugar, a todo o momento, pois estamos em constante
relação com todos e com tudo.
O ensino fundamenta-se na estimulação. Ensinar é organizar as condições externas
para que se processe a aprendizagem. Uma dessas condições é o educador.
É aquele que desperta consciências adormecidas, ajuda a abrir caminhos, promove para a
ação desencadeadora de liberdades, do pensar e de auto-realização em busca da verdade.
Assim, a atuação do educador deve se basear na observação diária dos interesses e
necessidades emergentes em seu grupo de alunos, bem como em seu conhecimento sobre
as especificidades de cada estágio de desenvolvimento.
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Qual o papel da didática na formação do educador? O que seria
formar o educador?
Seria criar condições para que o sujeito se prepare filosófica, científica, técnica e
afetivamente para o tipo de ação que vai exercer. É o desenvolvimento de uma atitude
dialeticamente crítica sobre o mundo e sua prática educacional. O educador nunca estará
definitivamente [pronto], formado, pois que a sua preparação se faz no cotidiano, na mediação
teórica sobre a sua prática. A sua atualização ocorrerá pela reflexão constante acerca de
sua prática. Compreender globalmente na totalidade, o seu objeto de ação.
“Formar” é um termo altamente autoritário e propiciador de uma “educação bancária”,
de acordo com Paulo Freire, quando existe alguém que é formado e alguém que é o formador,
processa-se uma relação autoritária do segundo sobre o primeiro.
Formar o educador seria auxiliar o sujeito a adquirir uma atitude crítica frente ao
mundo habilitando-o a agir junto a outros seres humanos num processo efetivamente
educativo.
Para assumir um papel significativo na formação do educador, a didática deverá ser
um elo fundamental entre as opções filosófico-político e epistemológica de um projeto
histórico de desenvolvimento do povo, exercendo o seu papel específico e apresentar-se
como tradutor de posicionamentos teóricos em práticas educativas.
O processo educacional e, conseqüentemente, a formação de educadores, é vista
quase que exclusivamente como uma dinâmica de interação humana, uma organização
sistemática e intencional de diferentes componentes de um sistema ou na linha da
conscientização, com características eminentemente político-sociais.
A educação é um processo multidimensional, pois apresenta uma dimensão humana,
técnica e política-social. Estas dimensões precisam caminhar juntas entre si de forma
dinâmica e coerente. Desta forma, a formação dos educadores também vai adquirir uma
perspectiva multidimensional.
Outra questão a ser analisada é a relação entre teoria e prática.
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Há várias formas de se conceber a relação entre teoria e prática, uma
delas é a visão dicotômica, que se centra na separação de ambas. Nesta
visão é assumida uma posição dissociativa. Aqui a teoria e prática são
componentes isolados e opostos. Frases como: “na prática a teoria é outra”,
Didática “uma coisa é a teoria, outra, é a prática”, representam muito bem a
fragmentação entre elas.
Partindo deste princípio, corresponde aos “teóricos” pensar, elaborar, refletir, planejar
e, aos “práticos”, executar, agir, fazer. Cada um tem a sua lógica própria e devem manter-se
separados. A prática deve ser uma aplicação da teoria, pois a mesma não inventa, não cria,
as descobertas vem sempre da teoria.
Essa concepção é uma visão associativa que parte do positivo-tecnológica. Essa
teoria é “saber para prever, prever para prover”.
A Ciência tem por fim a previsão científica dos fatos com o objetivo de fornecer à
prática um conjunto de regras e normas para exercer domínio, manipular e controlar a
realidade natural e social.
Percebe-se, então, que nesta perspectiva a prática está direcionada desde fora pela
teoria. É enfatizado no planejamento, na racionalidade científica, na neutralidade da ciência,
na eficiência, no encaminhar a teoria como forma privilegiada de guiar e orientar a ação.
Diante desta postura, a tecnologia se destaca como elemento mediador. Refletindo assim
uma postura de domínio, explicitando uma separação do trabalho intelectual e manual dentro
de uma sociedade que está separada por classes.
Já a visão de unidade centra-se na integração entre teoria e prática. A prática é a
fonte da teoria da qual se nutre como objeto de conhecimento, interpretação e transformação.
Nesta perspectiva, o progresso do pensamento humano se dá a partir das necessidades
práticas do homem, da produção material de sua existência e expressa o modo pelo qual a
teoria e a prática se unem e se fundem mutuamente.
A unidade entre teoria e prática pressupõe necessariamente a percepção da prática
como “atividade objetiva e transformadora da realidade natural e social e não qualquer
atividade subjetiva, ainda que esta se oculte sob o nome de práxis, como faz o pragmatismo”.
(Id.,p. 234). A prática se firma tanto como atividade subjetiva, desenvolvida pela consciência,
como processo objetivo.
A partir dessa caracterização, acredita-se que a visão de unidade expressa a síntese
superadora da fragmentação entre teoria e prática.
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Atividades
Complementares
1. Com base nos seus estudos, faça uma pesquisa aprofundada sobre João Amós
Commenius (Didática Magna), para identificar seus estudos e contribuições para a
construção da Didática. Resuma em 2 páginas.
(A questão visa que o discente se aprofunde acerca da origem da Didática, pois
João Amós é considerado o pai da Didática).
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Didática
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2. O objetivo de estudo da didática é o processo de ensino-aprendizagem. Com base
nos estudos do Bloco Temático 1, faça um texto crítico com a sua compreensão sobre o
assunto “A didática como objeto de estudo no contexto educacional”. (A questão visa
perceber se o aluno compreendeu o conteúdo e se ele tem habilidade de construção de
análise crítica).
Situação socio-
Período Educação Características
econômica
da Didática
e política
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AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Didática
Tendência Liberal
Para refletir...
Será que você sabe a importância desse
conhecimento na sua prática educativa?
PEDAGOGIA LIBERAL
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se a idéia de igualdade de oportunidades, embora não leve em conta a desigualdade de
condições,
Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a pedagogia tradicional e, por
razões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu para a pedagogia renovada,
o que não significa a substituição de uma pela outra, pois ambas conviveram e convivem na
prática escolar.
TRADICIONAL
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curso universitário, ensinando da forma como lhe foi ensinado, sem
questionamento e análise sobre sua prática pedagógica.
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em que o professor valoriza os esforços empreendidos e participação no processo de sala
de aula.
Esta tendência teve grande penetração no Brasil na década de trinta para o ensino
de Educação Infantil e ainda influencia, na atualidade, muitas práticas pedagógicas.
RENOVADA NÃO-DIRETIVA
TECNICISTA
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Você já deu atenção e observou
como as escolas passam o
Didática conhecimento para os educandos?
A prática escolar nessa pedagogia tem como função especial adequar o sistema
educacional com a proposta econômica e política do regime militar, preparando, dessa
forma, mão-de-obra para ser aproveitada pelo mercado de trabalho. É nesse período que o
espírito crítico e reflexivo é banido das escolas. Para esta tendência, o ensino é um processo
de condicionamento através do uso de reforçamento das respostas que se quer obter, sendo
o conteúdo as informações objetivas que possam proporcionar, ao fim do processo, a
adequada adaptação do indivíduo ao trabalho.
Os conteúdos de ensino desta tendência são baseados em informações e princípios
científicos de leis, estabelecidos e ordenados numa seqüência lógico-psicológica, ou seja,
eles devem ser mensuráveis eliminando qualquer sinal de subjetividade. Sendo assim, os
conteúdos devem estar embasados na objetividade do conhecimento.
Seus métodos são programados por passos seqüenciados, empregada na instrução
programada, nas técnicas de micro ensino, multimeios, módulos inclusive a programação
de livros didáticos.
Evidencia-se na relação professor-aluno que o professor administra as condições
de transmitância da matéria. O aluno recebe, aprende e fixa não participando do programa
educacional e a comunicação entre ambos é puramente técnica, tendo objetivo de garantir
a eficácia da transmissão do conhecimento.
A avaliação se baseia na verificação do cumprimento dos objetivos propostos. No
que diz respeito ao ensino-aprendizagem na tendência tecnicista podemos mencionar a
ausência de fundamentos teóricos em detrimento do “saber construir” e saber exprimir-se.
Ou seja, é um processo de sujeição através do uso de reforçamento das respostas que se
pretende obter visando o controle da conduta individual diante de objetivos preestabelecidos.
A orientação sobre esta tendência pedagógica foi dada para as escolas pelos
organismos oficiais durante os anos 60 e perduram até hoje, em muitos cursos, com a
presença de manuais didáticos com caráter estritamente técnico e instrumental.
Segundo José Carlos Libâneo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais,
ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram
compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem
legitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista.
Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum
a análise crítica do sistema capitalista.
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Essas discussões têm contribuído para mobilizar novas propostas pedagógicas que
apontam para uma educação conscientizadora do povo e para um redimensionamento
histórico do trabalho escolar público, democrático e de toda a população (FUSARI e
FERRAZ, 1992, p. 40).
Segundo LIBÂNEO, o termo progressista é tomado emprestado de Snyders e utilizado
nesses estudos para: Designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das
realidades sociais, sustentam implicitamente às finalidades sociopolíticos da educação.
Evidente que a pedagogia não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista;
daí ser ela um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais (1989,
p. 32).
Nesta proposta a atividade escolar pauta-se em discussões de temas sociais e
políticos e em ações sobre a realidade
social imediata; analisam-se os
problemas, os fatores determinantes e É oportuno mencionar que existia,
no Brasil dos anos 60 a 64, uma grande
estrutura-se uma forma de atuação
movimentação em torno da promoção da
para que se possa transformar a
cultura popular, que procurava resgatar a
realidade social e política. Apresenta- verdadeira cultura não-dominante, a cultura
se, pois, como um instrumento de luta do povo. É em meio a esta efervescência
dos professores ao lado de outras nacionalista e ideológica que surge a
práticas sociais. pedagogia libertadora. Entre outras, surge
também a libertária e o crítico-social dos
conteúdos.
LIBERTADORA
Essa tendência tem sua origem ligada diretamente com o método de alfabetização
de Paulo Freire. Nessa concepção, o homem é considerado um ser situado num mundo
material, concreto, econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-
lhe transformar essa situação. A busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade
inseparável da prática social, e não deve se basear no acúmulo de informações, mas, sim,
numa reelaboração mental que deve surgir em forma de ação, sobre o mundo social.
Assim, a escola deve ser valorizada como instrumento de luta das camadas populares,
propiciando o acesso ao saber historicamente acumulado pela humanidade, porém
reavaliando a realidade social na qual o aluno está inserido. A educação se relaciona
dialeticamente com a sociedade, podendo constituir-se em um importante instrumento no
processo de transformação da mesma. Sua principal função é elevar o nível de consciência
do educando a respeito da realidade que o cerca, a fim de torná-lo capaz para atuar no
sentido de buscar sua emancipação econômica, política, social e cultural.
Os conteúdos de ensino são tirados da problematização da experiência de vida dos
educandos, os conteúdos trazidos de fora dessas experiências são considerados como
invasão cultural, se for preciso trabalhar com textos de leitura serão redigidos pelos
educandos com auxílio do educador.
A metodologia aplicada ocorre através de diálogos engajando os sujeitos do ato de
conhecer: educador-educando-educador mediatizando o objeto a ser conhecido. Desta
forma, preferência neste método o trabalho de grupo de discussão definindo conteúdo e a
dinâmica das atividades.
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O professor nesta tendência mantém uma relação de igualdade com
os alunos adaptando-se às suas características e ao desenvolvimento próprio
de cada grupo, permanecendo vigilante para assegurar ao grupo um espaço
humano que possibilite sua expressão evitando a neutralidade.
Didática Contudo, a aprendizagem é motivada a um senso crítico de
conhecimento pelo processo de compreensão e reflexão por meio de
representações da realidade concreta, ou seja, a motivação se dá a partir da codificação
de uma situação problema.
LIBERTÁRIA
Vamos a
agg or
oraa v er como essa tendência
ver
atua no meio social?
A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos surge no final dos anos 70 e início dos
80. Difere das duas progressistas anteriores pela ênfase que dá aos conteúdos, confrontando-
os com a realidade social, bem como a ênfase às relações interpessoais e ao crescimento
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que delas resulta, centrado no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus
processos de construção e organização pessoal da realidade.
Compreende que não basta ter como conteúdo escolar às questões sociais atuais,
mas é necessário que o aluno possa se reconhecer nos conteúdos e modelos sociais
apresentados para desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os
estímulos do ambiente buscando ampliar as experiências e adquirir o aprendizado.
Sendo a escola parte integrante do todo social deve servir aos interesses populares
garantindo um bom ensino, preparando o aluno para o mundo, proporcionando-lhe a
aquisição dos conteúdos concretos e significativos, fornecendo-lhe instrumental para a sua
inserção no contexto social de forma organizada e ativa.
Neste contexto o professor é o mediador, cuja função é orientar, abrir perspectivas
numa relação de troca entre o meio e o aluno, a partir dos conteúdos.
Os métodos desta tendência buscam favorecer a coerência entre a teoria e a prática,
ou seja, a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos. A princípio o
professor busca verificar o que o aluno já sabe, pois o conhecimento novo se apóia numa
estrutura cognitiva já existente, ou verificar a estrutura que o aluno ainda não dispõe para
que haja uma compreensão tanto do aluno como do professor e, através da disposição de
ambos, possa se fazer aprendizagens significativas. A aprendizagem se dá quando o aluno
ultrapassa sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.
SÓCIO-INTERACIONISTA
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Atividades
Complementares
Didática
Relação
Tendência Papel da Conteúdo Metodo- Aprendi- Contri-
Professor Avaliação
Liberal Escola de Ensino logia zagem buidores
Aluno
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4. Após a construção deste quadro, reflita sobre sua prática para situar-se em qual ou
quais das tendências você aplica ou aplicaria na sua práxis docente. Depois de refletir
construa uma dissertação de, no mínimo, 30 linhas evidenciando a sua escolha e explicando
o porquê da mesma.
29
O PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO
Didática NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Planejar é ...
Um processo que “visa dar respostas a um problema,
estabelecendo fins e meios que apontem para a sua superação de
modo a atingir objetivos previstos, pensando e prevendo
necessariamente o futuro”, mas considerando as condições do
presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os
pressupostos filosóficos, culturais, econômicos e político de quem
planeja e com quem se planeja”. (Padilha, 2001, p.63).
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O que é planejamento de ensino?
Significa estabelecer um conjunto de ações que visam a sistematização do trabalho
docente.
Por quê?
Desde o início do século, com as exigências da sociedade industrial, o movimento
da escola nova sensibilizou os professores para a importância do planejamento;
Houve necessidade desde os setores mais simples aos mais complexos da atividade
humana de planejar, diante das exigências de desenvolvimento científico e tecnológico do
mundo moderno.
Para quê?
ara
Para fugir da rotina, da repetição mecânica dos cursos e das aulas;
Para evitar a improvisação o que pode provocar ações soltas, desintegradas;
Para garantir:
Quem faz?
O professor ou os professores da mesma disciplina e os alunos.
Como fazer?
De acordo com dados diagnósticos;
De modo participativo entre os interessados: professores e alunos. Se os alunos
não puderem participar no primeiro momento, que sejam consultados, ou apresentado aos
mesmos o plano, para que eles indiquem sugestões, tornando o instrumento real.
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Características do Planejamento
Adequação à realidade
O diagnóstico dará condições a esta qualidade: avaliação constante
Didática desde o primeiro momento para reestruturar sempre que necessário.
Exeqüibilidade
O plano deve ser real, concreto, realizável, a ponto de ser possível executá-lo
integralmente, dentro das condições previstas. Não se concebe um trabalho burocrático
apenas para apresentar aos superiores ou para constar de exigências outras.
Flexibilidade
O planejamento é concebido com dinamismo próprio, de natureza dialética. Posto
isto, a avaliação constante e permanente deve permear todo processo para que sejam
efetuadas estruturações desejadas. Não se concebe algo estático, imutável.
Preparação
Previsão de todas as etapas que concorrem para assegurar a sistematização do
trabalho docente, visando o alcance do objetivo do ensinar, que é o aprender.
Desenvolvimento
Execução do plano onde o professor e o aluno são o alvo desta atuação, visando
sempre o ato de ensinar e o ato de aprender.
Aperfeiçoamento
A avaliação deve estar presente desde o primeiro momento, tomando maior corpo
no final do processo, no sentido de análise sistemática dos resultados, proporcionando
reestruturação do planejamento, caso os objetivos não tenham sido alcançados.
Junto a um plano eficiente, estarão envolvidos outros componentes que vão do preparo
do professor quanto ao domínio do conteúdo à sua postura enquanto educador, ao seu
compromisso como cidadão, à sua metodologia, às relações que ocorrem na sala de aula
com seus alunos. Logo, a questão do planejamento não pode ser entendida de modo
desvinculada da realidade, da competência técnica e do compromisso político do educador
e ainda das relações entre escola, educação e sociedade.
Tipos de Planejamento
Plano de curso
O plano de curso é a previsão para o professor em geral do trabalho a ser realizado
no ano letivo.
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Plano de unidade
O plano de unidade constitui parte do plano de curso. Cabe ao professor dividir
racionalmente, o conteúdo programático em unidades, tendo em vista o assunto e o método
de ensino a ser usado. A realização dos objetivos de cada unidade deverá possibilitar o
alcance dos objetivos previstos no plano de curso.
Plano de aula
O plano de aula é a previsão de atividades que professor e alunos devem realizar
durante o período escolar diário. Apesar do plano de unidade deixar bem claro o conteúdo
que será desenvolvido, as atividades, o material didático, o plano de aula é indispensável.
O professor tem necessidade de refletir sobre o sentido de cada aula, seus objetivos
imediatos, rever seu conteúdo, conferir o material a ser utilizado.
As aulas constituem-se de um conjunto significativo divididos em partes proporcionais,
com início, meio e fim; podem comportar com conteúdo de uma subunidade, parte dela ou
de uma unidade, dependendo da extensão dessa e do período de aula. Os planos de aula
deverão ser sempre flexíveis.
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Conhecimento da realidade (Sondagem)
operacionais – torna o específico mais completo e detalhado, para ser mais bem
trabalhado e avaliado.
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Critérios para seleção e organização:
significação: deve condizer com a realidade pessoal, social e cultural do aluno e expressar
os verdadeiros valores existenciais;
validade: é necessário selecionar conteúdos que sejam válidos para toda vida do indivíduo;
35
Com o cotidiano escolar, percebe-se, de início, que os objetivos
educacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam-se confusos e
desvinculados da realidade social. Os conteúdos trabalhados são definidos
autoritariamente, sem a participação dos professores na escola. Desse modo,
Didática podem apresentar-se sem elos significativos com as experiências de vida
dos alunos, seus interesses e necessidades.
Observa-se, também, que os recursos disponíveis para melhora dos trabalhos didáticos
são utilizados de forma inadequada, usada simplesmente para ilustração de aulas, ou seja,
professor utiliza a metodologia de transmissão de conhecimentos, sem espaço para
discussão ou debates dos conteúdos. Dessa maneira, o aluno torna-se mais passivo que
ativo, bloqueando sua criatividade e liberdade de questionar.
Sendo assim, o planejamento do ensino tem-se apresentado como desvinculado da
realidade social, caracterizando-se como uma ação mecânica e burocrática do professor,
contribuindo pouco para levantar a qualidade da ação pedagógica desenvolvida no meio
escolar.
Para refletir...
Ao fazer referência ao planejamento de ensino no âmbito
escolar, passa-se a idéia de um processo onde são definidos os
objetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ensino,
os recursos didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem,
bem como a bibliografia básica a ser utilizada no decorrer de um
curso ou disciplina de estudo. Logo, este é o planejamento padrão
utilizado pela maioria dos professores que valorizam a eficiência
do ensino desenvolvido pela educação tecnicista.
36
articulados dialeticamente com a realidade histórica. Desse modo, além de transmitir a
cultura acumulada, ajuda na elaboração de novos conhecimentos.
A concepção de produzir conhecimentos significa refletir constantemente sobre os
conteúdos aprendidos, procurando analisá-lo por diversos ângulos, para desenvolver a
curiosidade científica de investigação da realidade.
O planejamento do ensino não poderá ser visto de forma mecânica, separada das
relações entre escola e realidade histórica. Sendo assim, os conteúdos trabalhados precisam
estar relacionados com a experiência de vida dos alunos. Esta relação torna-se condição
necessária para que ocorra a transmissão de conhecimentos e sua reelaboração, visando
à produção de novos conhecimentos. Esta reelaboração consiste em aplicar os
conhecimentos aprendidos sobre a realidade com o objetivo de transformá-la.
Observa-se que a tarefa de planejar passa a existir como uma ação pedagógica
essencial ao processo de ensino, ultrapassando sua concepção mecânica e burocrática no
desenvolvimento do trabalho docente.
Planejamento do ensino: um
processo integrador entre escola e
contexto social.
Observa-se que, esta forma de ação, propicia uma relação entre pessoas que
discutem, decidem, executam e avaliam atividades propostas coletivamente. Logo, a partir
desta convivência, o processo educativo passa a desenvolver mais facilmente seu papel
transformador, provocando a discussão, a reflexão, o questionamento, conscientizando as
pessoas dos problemas coletivos, despertando-as a lutar para melhorar sua condição de
vida.
37
Você sabia ?
De acordo com SNYDERS, (1974), os alunos possuem uma
experiência que não deve ser ignorada pela escola, como
Didática experiências de situações de vida, relações pessoais, como
também, uma gama de informações e conhecimentos, embora
de forma fragmentada e dispersa. Dessa maneira, a
identificação dos temas ou problemas de interesse do educando
constitui fator importante na escolha do material, da realidade
a ser estudada no decorrer do processo de ensino.
38
educandos de reconstruir os conteúdos do saber sistematizados e produzir novos
conhecimentos.
Portanto, o professor deverá utilizar o planejamento de ensino como uma ação
pedagógica consciente e comprometida com a totalidade do processo educativo
transformador, o qual, emergido do social, a ele retorna numa ação dialética.
Saiba Mais...
Mais...
A interdisciplinaridade é a reunião das contribuições de todas as
áreas do conhecimento. É um termo que não tem significado único, possui
diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma nova
postura diante do conhecimento, uma mudança de atitudes em busca da
unidade do pensamento. Desta forma, a interdisciplinaridade difere da
concepção de pluridisciplinaridade ou multidisciplinaridade, as quais
apenas justapõe conteúdos. A partir desses referencias, é importante que
os conteúdos das disciplinas sejam vistos como instrumentos culturais,
necessários para que os alunos avancem na formação global e não como
fim de si mesmo.
39
#
Didática
[ Agora é hora de
TRABALHAR ]
1. Conforme o que foi estudado, construa um plano de aula. Segue exemplo abaixo.
Colégio:
Coordenação Pedagógica:
Disciplina: Prof.:
12345678901234567890
12345678901234567890
PLANO DE AULA
12345678901234567890
12345678901234567890
1234567890123456789
1234567890123456789
1234567890123456789
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
1234567890123456789
1234567890123456789
1234567890123456789
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
3.Método (introd.12345678901234567890
1234567890123456789
1234567890123456789
1234567890123456789
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
4.Recursos 1234567890123456789
1234567890123456789
1234567890123456789
7.Observa-
12345678901234567890
1.Finalidade 12345678901234567890
2.Conteúdo 12345678901234567890
desenvimento 12345678901234567890
1234567890123456789
5. Avaliação 1234567890123456789
6.Bibliografia 1234567890123456789
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890 12345678901234567890
12345678901234567890
12345678901234567890 materias 123456789012345678912345678901234567891234567890123456789
e conclusão) 12345678901234567890
1234567890123456789
12345678901234567890 1234567890123456789
1234567890123456789
1234567890123456789 ções
1234567890123456789
1234567890123456789
1.1 Objetivo
geral: 3.1Introdução
3.3 Conclusão
2. Com base nos estudos e pesquisas feito no decorrer do módulo, construa um plano
de disciplina.
40
AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Como avaliar?
Quem avaliar?
O que é avaliar?
Por que
avaliar?
Para refletir...
Esses e outros questionamentos importam para que o
educador, enquanto profissional da educação, oportunize com
clareza o ato de avaliar, numa ação coerente com a realidade
escolar na qual está inserido, sendo ele, o avaliador e o avaliado,
pois, sua prática pedagógica demonstra sua flexibilidade ou
rigidez diante do fator principal na educação que é a realidade.
O que devemos compreender é que a avaliação deve estar
coadunada com a realidade do educando e da escola, assim
sendo, o processo de ensino-avaliado da aprendizagem
demonstrará sucesso.
41
inferiores ou superiores definiam com rigidez os procedimentos a serem
levados em conta no ensino eficiente preferenciando provas e exames.
A pedagogia Comeniana desenvolveu-se insistindo na atenção especial
que deve dar a educação como centro de interesse da ação do professor,
Didática mas não abstrai também do uso dos exames como meio de estimular os
alunos ao trabalho intelectual da aprendizagem. Ele dizia que o aluno não
deixaria de se preparar para os exames finais do curso superior se soubesse que o exame
para colocação de grau seria “pra valer”. Segundo ele, o medo é um excelente fator para
manter a atenção dos alunos, então, os mesmos aprenderiam facilmente, sem fadiga e em
menos tempo.
Estamos mergulhados nos processos econômicos, sociais e políticos sob a
hegemonia da pedagogia tradicional da sociedade burguesa que insurgiu e enraizou-se
traduzindo a sua essência. Com o passar do tempo, a sociedade burguesa melhorou seus
mecanismos de controle destacando a seletividade escolar e seus processos de formação
das personalidades dos educandos. O medo e o fetiche são mecanismos indispensáveis
numa sociedade que opera nos subterfúgios.
Ao longo da história de educação moderna e de nossa prática educativa, a avaliação
da aprendizagem escolar por meio de exames e provas foi se tornando um fetiche ganhando
foros de independência da relação professor-aluno.
As provas e os exames são realizados conforme o sistema de ensino e o interesse
do professor. Muitas vezes, não considerando o que foi ensinado como se nada tivesse a
ver com a aprendizagem.
O medo é um fator importante no processo de controle social, pois gera a
dependência, modos permanentes e petrificação de ações.
1
A conseqüência pedagógica centralizada nas provas e exames, deixa de cumprir
a sua real função, que seria auxiliar a construção da aprendizagem de forma satisfatória
secundarizando, assim, o significado do ensino.
42
3
Na conseqüência sociológica, a sociedade é estruturada em classes e, portanto,
de modo desigual, logo a avaliação pode ser posta sem dificuldade a favor da
seletividade, assim a avaliação está mais articulada com a reprovação do que com a
aprovação.
43
Salienta-se a importância de conhecer conceitos acerca da avaliação
do ponto de vista de outros autores:
Porquanto, uma vez contestado este fator, passamos a ter professores e a escola no
papel de investigadores da melhor situação para avaliar, as mais eficientes formas de coleta
e sistematização dos dados, sua compreensão e utilização além do processo mais eficiente
de capacitação dos professores em avaliação.
Segundo Bloom, a avaliação escolar está pautada em modalidades de avaliações
que são seguidas na prática docente por profissionais de educação.
Modalidades de avaliação
Avaliação Diagnóstica
Visa determinar a presença, ou ausência, de conhecimentos e habilidades, inclusive
buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem. Permitindo
44
averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem. Normalmente se faz quando
o aluno chega à escola, em geral no início do ano letivo, durante as primeiras semanas para
observar e conhecer características relevantes do aluno; chegada de novo aluno para saber
onde enturmá-lo e como recuperar a falta de base ou de pré-requisitos; no início de cada
unidade para provocar interesse pelo tema e identificar o que já sabem sobre o assunto.
Podendo ser feita em qualquer momento que o professor ou a escola detectarem problemas
graves de aprendizagem, motivação e aproveitamento.
Alunos e professores, a partir da avaliação diagnóstica de forma integrada, reajustarão
seus planos de ação fazendo uma reflexão constante, crítica e participativa.
45
Par
araa que a
avv aliar?
Avaliação Somativa
É uma decisão que leva em conta a soma de um ou mais resultados. Normalmente
refere-se a um resultado final – uma prova final, um concurso, um vestibular. Nas escolas, de
um modo geral, a avaliação somativa é a decisão tomada no final do ano para deliberar
sobre a promoção de alunos.
É usada, tipicamente, para tomar decisões a respeito da promoção ou reprovação
dos alunos que não obtiveram êxito no processo de ensino-aprendizagem.
Como avaliar?
av
Existem três formas mais usadas de avaliação somativa:
uma avaliação baseada nos resultados cumulativos obtidos ao longo do ano letivo;
*
* uma mistura das duas formas acima.
”
(Ilza Martins Santanna, 1995).
46
A avaliação educacional em geral e a avaliação da aprendizagem escolar em
específico são meios e não fins em si mesmas, estando deste modo delimitadas pela teoria
e prática que as circunstancializam .
Entende-se que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim
dimensionada por um modelo teórico do mundo e da educação, traduzido em prática
pedagógica.
A atual prática da avaliação escolar estipulou como função do ato de avaliar a
classificação. Esta se constitui num instrumento estático e frenador do processo de
crescimento. Esse fato se revela com maior força no processo de obtenção de médias de
aprovação ou médias de reprovação. Para um verdadeiro processo de avaliação, não
interessa a aprovação ou reprovação de um educando, mas sim sua aprendizagem e,
conseqüentemente, o seu crescimento.
O ideal de avaliação na prática pedagógica escolar é a com função diagnóstica, ela
constitui-se no momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação, do
crescimento para a autonomia e competência e habilidades, portanto, ser inclusiva, enquanto
não descarta, não exclui, mas sim convida para a melhoria, visando a transformação do
indivíduo conseqüentemente da sociedade.
Essa prática não significa menor rigor na prática da avaliação, mas um rigor técnico
e científico. Nesta visão, garante ao professor um instrumento mais objetivo de tomada de
decisão. Em função disso, sua ação poderá ser mais adequada e mais eficiente na
perspectiva da transformação, pois “avaliar é movimento, é ação e reflexão”.
Para refletir...
Eu sou
sou,, tu és
és,,
nós somos humanos!
Verificação ou Avaliação
Nesse texto, far-se-á uma análise crítica da prática avaliativa, identificando-a com o
conceito de verificação ou avaliação dando possibilidades de encaminhamentos coerentes
e consistentes acerca do assunto.
Verificação surge do latim: verum facere – e significa “fazer verdadeiro”. O processo
de verificar configura-se pela observação, obtenção, análise e síntese dos dados ou
informações que delimitam o processo ou ato com o qual se está trabalhando. Já a avaliação,
também se origina do latim: a-valere que quer dizer “dar valor a...”. Esse ato implica coleta,
análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma
atribuição de valor ou qualidade.
Verificação e avaliação da aprendizagem representam dois aspectos do mesmo
fenômeno, que é o de saber como se está efetuando a aprendizagem comportamental do
educando e resultante do processo ensino-aprendizagem.
47
Avaliação é o processo de ajuizamento, apreciação,
julgamento ou valorização do que o educando revelou ter apreendido
durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo
Didática ensino-aprendizagem. Sendo assim, não pode haver avaliação, sem
que antes tenha havido verificação. Verifica-se antes de avaliar.
A medida é uma forma de comparar grandezas, tomando uma como padrão e outra
como objeto a ser medido, tendo como resultado a quantidade de vezes que a medida
padrão cabe dentro do objeto medido.
Nas instituições, os resultados da aprendizagem são obtidos, de início, pela medida,
variando a especificidade e a qualidade dos mecanismos e dos instrumentos utilizados
para obtê-la. Os professores utilizam como padrão de medida o acerto de questões e a
medida dá-se com a contagem dos acertos do educando sobre um conteúdo, dentro de um
certo limite de possibilidades equivalente à quantidade de questões que possui o teste,
prova ou trabalho dissertativo. Em um teste com dez questões, o padrão de média é o
acerto e a extensão máxima possível de acertos é dez. Em dez acertos possíveis, um aluno
pode chegar ao limite máximo dos dez ou a quantidades menores. A medida da
aprendizagem do educando está relacionada à contagem das respostas certas que lançadas
sobre um determinado conteúdo que se esteja desenvolvendo.
Normalmente, na prática escolar, os acertos nos testes, provas ou outros meios de
coleta dos resultados da aprendizagem são transformados em “pontos”, o que não altera o
caráter de medida. Logo, o padrão de medida passa a ser pontos. A cada acerto
corresponderá um número de pontos previamente estabelecidos.
Os professores, em suas aulas, para coletar os dados e proceder à medida da
aprendizagem dos educandos, apropriam-se de instrumentos que variam da observação
até sofisticados testes, gerados segundo normas e critérios técnicos de elaboração e
padronização.
Saiba Mais...
Mais...
Após leitura e compreensão do texto, cabe questionar
se o processo de medir utilizados pelos professores na sua
prática, tem as qualidades de uma verdadeira medida.
48
Transformação da medida em nota ou conceito
oferecer ao educando, caso ele tenha obtido uma nota ou conceito inferior, uma
“oportunidade” de melhorar a nota ou conceito.
Quanto a estar atento às dificuldades do educando, esta não tem sido conduta habitual
dos educadores nas escolas, normalmente preocupam-se com a aprovação ou reprovação
do indivíduo. E nas ocasiões em que se possibilita uma revisão dos conteúdos é para
“melhorar” a nota do educando e, conseqüentemente, aprová-lo.
49
Propõe-se que a avaliação do aproveitamento escolar seja praticada
como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos
educandos, tendo por fim seus aspectos essenciais e, como objetivo, uma
tomada de decisão que direcione o aprendizado e, concomitantemente, o
Didática desenvolvimento do educando.
É importante que tanto a prática educativa como a avaliação sejam
direcionadas com um determinado rigor científico e técnico, para que se tornem um
instrumento subsidiário e significativo em prol do desenvolvimento do educando.
#
[ Agora é hora de
TRABALHAR ]
1. Escolha uma série do ensino fundamental das séries iniciais, selecione um conteúdo
da disciplina que desejar e crie uma avaliação com 05 (cinco) questões, sendo que (02)
duas com questões subjetivas e (03) três com questões objetivas. Não esqueça de colocar
os critérios avaliativos.
50
2. Após estudo acerca da avaliação e reflexão do texto abaixo, produza um texto com
duas páginas no mínimo, apontando qual a melhor forma de se avaliar para se obter uma
aprendizagem satisfatória do conhecimento.
PORTAS
Se você abre a porta, você pode ou não entrar em uma nova sala.
Você pode não entrar e ficar observando a vida.
Mas se você vence a dúvida, o medo, e entra, dá um grande passo:
Nesta sala vive-se.
Mas também tem um preço...
São inúmeras outras portas que você descobre.
Às vezes, quebra-se a cara; às vezes, curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber quando e qual a porta deve ser aberta.
A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos
Quando com eles se aprende.
Não existe a segurança de acerto eterno.
A vida é generosa.
A cada sala que se vive, descobrem-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem
se arrisca a abrir novas portas.
Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas
portas.
Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassa a porta, terá
sempre a mesma porta pela frente e a repetição perante a criação, e a monotonia
monocromática perante a multiplicidade das cores, e a estagnação da vida.
Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens...
Içami Tiba
51
4. Após informações acerca do assunto Planejamento de Ensino, vamos
agora, sistematizar esses conhecimentos. Faça uma dissertação com o tema
“O planejamento como ato político pedagógico” É necessário estar bastante
Didática evidente na dissertação, como e porquê o planejamento é um ato político
pedagógico.
52
Atividade
Orientada
Etapa 1
Refletindo sobre a história da didática, faça um diagnóstico da educação
do período moderno, seus pontos positivos e negativos. Construa um quadro
comparativo.
Etapa 2
Dando continuidade à primeira etapa, construa um texto fazendo um paralelo
com a educação atual.
Etapa 3
Desenvolva uma proposta sobre suas perspectivas de uma educação futura
e sua atuação como educadora dentro de um processo didático transformador.
53
Glossário
Didática
FETICHE - como uma “entidade” criada pelo ser humano para satisfazer uma
necessidade, mas que se torna independente dele e o domina universalizando-se.
54
Referências
Bibliográficas
ARRANHA, Maria Lúcia. Filosofia da educação. 2 ed. São Paulo: Editora Moderna Ltda.
1996.
CANDAU, Vera Maria (Org.) Rumo a uma nova didática. 2 ed. Petrópolis, RJ: Editora
Vozes, 1993.
_______________. A didática em questão. 5 ed. Petrópolis. RJ: Editora Vozes, 1998.
FRANCO, Ângela, Metodologia de ensino didática. Rio de Janeiro: Editora Lê, 1997.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 7 ed. São Paulo: Edições
Loyola, 1993.
MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática teórica e didática prática para além do confronto.
3 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1993.
55
OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales. A reconstrução da didática, elementos
teórico-metodológicos. 2 ed. São Paulo: Papirus editora. 1993.
SANT’ANNA, Ilza Martins; MENEGOLLA, Maximiliano. Didática:
Aprender a ensinar. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
Didática
____________________. Por que planejar? Como planejar? Currículo –
área – aula, escola em debate. 6 ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1998.
SANT’ANNA, ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos.
Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1995.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Repensando a didática. 9 ed. São Paulo: Papirus editora,
1994.
WACHOWICZ, Lílian Anna. O método dialético na didática. 3 ed. São Paulo: Papirus editora,
1995.
56
Anotações
57
Anotações
Didática
58
Anotações
59
Didática
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
60