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MEDIATIZAGAO DA JUSTICA Professor Jorge Cabral Boa tarde! Agradego a organizagao deste congresso, na pessoa do Prof. Juan Carlos Ferré Olivé, © convite formulado. Constitui para mim uma honra encontrar-me aqui nesta mesa, entre t8o ilustres académicos. Falar apés tao brilhantes, quanto lcidas consideragdes, consubstancia um desafio insuperavel para este humilde penalista, mas no distraido cidadao. I= Introdugéo © tema objecto do presente painel, assume uma importancia vital, podendo e devendo ser abordado numa dptica pluridisciplinar, dado as evidentes implicag6es sociais ¢ politicas. Justiga medidtica, verdade mediatica, justica paralela, so expressdes com as quais nos habituamos a conviver nesta sociedade da comunicacdo, em que 86 é real o que é noticiado, independentemente da forma como é noticiado ou porque 6 noticiado. *E verdade, até deu na Televisdo”, ouve-se todos os dias. Em Portugal, principalmente desde o inicio do caso Casa Pia, que o assunto esta na ordem do dia Que limites ao direito de informar e a ser informado? Auto-regulago ou hetero- regulagao da Comunicagao Social? Manter ou ndo um rigido Segredo de Justiga que todos os dias é violado? Comunicagao Social e Tribunais, sao aliados ou inimigos? Quem manipula quem? Toda a noticia cumpre um interesse public? E quem o define? Os joralistas seréo mesmo independentes? A presuncéo de inocéncia deu lugar a presungao de culpabilidade! Antes absolvido nos media, do que absolvido nos tribunais, se condenado pela opinido publica, Passou-se dos oito para os oitenta. Do juiz ignorado ao juiz protagonista, de quem se quer saber tudo, onde vive, com quem vive, que come, que bebe. Do advogado discreto ao advogado vedeta, que terminado o julgamento improvisa uma conferéncia de imprensa, rebatendo o teor da sentenga, como se os media fossem a insténcia de recurso. ‘As denincias sao apresentadas simultaneamente na televisio ¢ na Policia. As testemunhas depdem perante os jornalistas antes de ser interrogadas no Inquérito. Publicam-se integralmente as transcrig6es das escutas telefénicas efectuadas no processo. Ressuscitam-se casos antigos de quem j4 cumpriu a pena. Filmam-se vitimas © identificam-se directa ou indirectamente suspeitos. ‘Chega-se ao ponto de criar a noticia induzindo ao crime, como se nao bastasse a figura do agente provocador e tivéssemos de admitir 0 jornalista provocador. © sensacionalismo, a exploragéo dos sentimentos, o imediatismo e a feroz concorréncia entre as empresas de comunicagao, impoem-se muitas vezes A ética e a deontologia. Nao se trata j4 to somente da credibilidade da Justica, mas também da credibilidade da propria Comunicagao Social. Que pensaré 0 anénimo cidado que, durante mais de um ano foi confrontado com as mais torpes acusagdes langadas contra os dirigentes da Universidade Moderna, desde o trafico de armas e de droga até a exploraeao da prostituigao, noticias sempre amparadas em “fontes fidedignas”, quando finalmente toma conhecimento da sentenga absolutoria de quase todos os arguidos e da condenagao de um ou dois por administragao ruinosa? Porque das duas uma, ou a Justia falhou, ou os media sdo irresponsaveis, ou foram manipulados ou: instrumentalizados (1). Quem merecerd crédito? Obviamente que néo podemos diabolizar a Comunicagao Social, atribuindo-tha a culpa da crise da Justiga, quando € certo que entre o Judiciério e a Comunicagao Social se constata existir muitas vezes uma ambigua relagdo de cumplicidade, recorrendo normaimente “a Justiga aos media para superar a sua estrutural debilidade em relagdo aos outros érgdos de soberania’ (2). Colocadas as quest6es e preocupagées, 6 prioritario para mim afirmar peremptoriamente que renego qualquer hipétese de censura, que minimamente ponha em causa a liberdade de impransa. Passei metade da minha vida sob uma ditadura na qual vigorava a censura prévia, sempre castradora da liberdade, frequentemente ignorante e caricata. Ainda em 1972, face a uma rusga efectuada no Parque Eduardo VII, na qual foram detidas 25 pessoas, entre vadios, prostitutas e homossexuais, a censura mandou cortar a palavra homossexuais. Admitia 0 Estado Novo a existéncia de vadios ¢ prostitutas, homossexuais 6 que nao. Habituel-me, eu e os da minha geragdo, a descodificar a imprensa, a ler nas entrelinhas. Por exemplo, quando se lia “condenado por crime grave" queria identificar-se um delito sexual. Nomeava-se 0 homicidio, mas uma violagao ou um estupro constitufam “crimes graves’. A liberdade de expresso @ de informag&o constituem alicerces do Estado de Direito, se ¢ enquanto exercidos ao servico do interesse ptiblico e da Ordem Democratica. Se servirem outros interesses serei obrigado a voltar a trinta e um anos atrés, tentando de novo descodificar para perceber afinal quais e que interesses estardo em jogo. IIA Liberdade de imprensa, direito fundamental. Compatibilizagéo com outros valores constitucionalmente _consagrados. A liberdade de imprensa encontra-se garantida constitucionalmente no art.38°, enquanto vector primordial da liberdade de expresséo e de informagao consignada no art.37°, determinando 0 n°3 deste preceito que as infracgdes cometidas no exercicio dessas liberdades ficam submetidas ao direito penal. E evidente que a latitude do direito de expressao, envolvendo a critica ou a opiniao, é muito maior do que a inerente a liberdade de informagao, entendida como a narracao dos factos. A esta apenas nos referiremos. Constituindo embora um direito fundamental, imprescindivel num estado de direito, a liberdade de informar nao pode ser assumida como um valor absoluto, tendo 0 seu uso de ser compatibilizado com outros valores também garantidos constitucionalmente, como a honra, a intimidade, a privacidade e 0 direito & justiga, Também a prépria Constituigaéo assegura 0 segredo de justiga e proclama o principio da presungao de inoc&ncia. Nao vos querendo aborrecer neste quase fim-de-semana primaveril, vou tecer apenas algumas consideragdes sobre trés pontos. a) Liberdade de Imprensa e Crime de Difamagao; b) Liberdade de Imprensa e Presungéo de Inocéncia; ©) Liberdade de Imprensa e Segredo de Justiga. a) - Liberdade de Imprensa e Crime de Difamacao Entre os delitos contra a honra, tipifica 0 Cédigo Penal Portugués, o crime de difamagao no n°1 do art.180°, enquanto imputagéo a outta pessoa, mesmo sobre a forma de suspeita, de um facto(...Jofensivo da sua honra e consideragéo, admitindo 0 n°2 do preceito, a nao punibilidade da conduta quando, a imputagdo for feita para realizar interesses legitimos e o agente provar a verdade da mesma ou tiver fundamento sério para, em boa-f6, a reputar verdadeira., acrescentando 0 n° que a boa-é se exclui quando o agente nao tiver cumprido o dever de informagao, que as circunstancias do caso impunham, sobre a verdade da imputagao. A maioria dos jornalistas levados a tribunal por via da actividade informativa foram acusados da pratica deste crime. Nao vamos discorrer aqui e agora sobre © conceito de honra, quer sobre a ‘concepgao factica, quer sobre a concepgao normativa. Assentamos consistir a honra num aspecto da personalidade de cada individuo, que Ihe pertence desde ‘© nascimento apenas pelo facto de ser pessoa e radicada na sua inviolavel dignidade (3). Sobre o assunto, nada sera mais proveitoso do que a consulta da obra “Bene Giuridico ¢ Tutela dell‘onore” do Prof. Enzo Musco, aqui presente. Interessa-nos sim, analisar a hipdtese da nao punibilidade da conduta, dada a sua relevncia sobre os delitos de abuso de liberdade de imprensa, designadamente quando ocorridos na cobertura da actividade judiciéria. A mencionada nao punibilidade deriva do preenchimento cumulative dos dois requisitos: realizagdo de um interesse legitimo, e a prova da verdade da imputagéo ou o fundamento sério para em boafé a reputar verdadeira, excluindo-se os factos relativos a intimidade da vida privada e familiar. Todo © interesse prosseguido pela Comunicagao Social legitimo? Existira coincidéncia entre o direito de informara e a legitimidade do interesse prosseguido? Consideramos importante distinguir, Em primeiro lugar nem toda a informagéo veiculada pela Comunicagao Social cumpre um interesse legitimo, no sentido de interesse ptiblico, de fungao pitblica que ¢ a que a Comunicagdo Social desempenha ‘quando empenhada na formagao democratica e pluralista da opinido puiblica...". Necessério assim se tornara nao confundir a legitimidade da existéncia de certa imprensa cor de rosa, liidica ou sensacionalista, com a legitimidade do interesse prosseguido. Interesse publico também nao é sinénimo de interesse do piblico, sempre insaciavel na quase mérbida curiosidade de conhecer a vida pessoal dos outros, conhecidos ou nao. Mas por interesse publico néo devemos entender apenas o interesse nacional, ou exigir que os factos relatados digam respeito apenas a personalidades publicas. Sera pliblico 0 interesse quando relevante para a comunidade “em matéria social, politica, econémica ou cultural"(4), Que a narragao dos crimes sompre despertou o interesse do piiblico é verdade, © que nao poderd significar que toda a actividade judiciaria, possa ou deva ser noticiada, @ que toda a noticia a ela relativa prossiga um interesse legitimo e ptiblico idéneo a afastar a punibilidade da ofensa a honra. Efectivamente qualquer pessoa pode ser denunciada. A publicagao dos termos da dentincia gozara “da presungao absoluta de interesse puiblico apta a justificar a lesdo da honra da pessoa em causa’(5)? Nao nos parece. Tal como quando se ressuscitam crimes cometidos ha anos, relatando-os e descrevendo a vida actual de quem ja cumpriu a respectiva pena. A hist6ria pode ser interessante, mas 0 interesse do publico colidira com o direito ressocializagao. Nao bastara porém a realizagao de um interesse legitimo e piblico, tornar-se-4 necessaria_senéo a prova da verdade da imputagdo, pelo menos a demonstragao de que o agente agiu de boa-fé, ao reputar a noticia como verdadeira, cumprindo os seus deveres de cuidado, designadamente na recolha de informagao, no apuramento da credibilidade das fontes, na audigéo do visado. Por outro lado, mesmo no cumprimento da fungao publica da imprensa, deve 0 jornalista aferir da necessidade do meio, e da sua adequagao, devendo optar pelo menos gravoso para o ofendido(6). Perante 0 conflito entre valores constitucionais, deve o julgador ponderar os interesses subjacentes, sem olvidar o papel que a Liberdade de Informacao representa no Estado Democratico de Direito, podendo optar a semelhanga da Jurisprudéncia Constitucional Espanhola, por considerar “ la posicion preferente de las libertades del art. 20 da Const. Espanhola, cuando tales libertades se ejercem dentro de los parametros constitucionales’(7). Para tanto seré aconselhavel consultar o Prof. Verdugo de La Torre que escreveu sobre o tema(s). b) - Liberdade de Imprensa e Presungao de Inocéncia Trata-se do principio consagrado constitucionalmente, constante da Lei de Imprensa, do Estatuto do Jornalista e do respectivo Cédigo Deontolégico. Se 0 arguido se presume inocente, como tal devendo ser tratado, no decorrer do processo até ser julgado e condenado, nao se vislumbra como possa ser possivel através da comunicagao social antecipar juizos de culpabilidade, o que € efectuado directa ou indirectamente(9). A presungao de inocéncia nao se pode respeitar apenas formalmente, tratando ‘08 suspeitos como “‘indiciados", “presumiveis autores’ ou “alegadamente envolvidos", A verséo noticiada devera sempre ser explicitada, “segundo a Policia’ ou “de acordo com a acusagao", sem esquecer que se tratam de versdes, as quais devem ser confrontadas com a perspectiva do proprio ou da sua defesa. Por outro lado, titular noticias como o "Monstro de Beja” ou *Assassino Sanguinario” no 6 apenas incorrecto, mas traduz um apelo aos mais baixos sentimentos da populagao. Cuidado extremo deve ser usado com o termo confisséo. Confissao valida e eficaz € apenas a que é prestada em Tribunal. Infelizmente assistimos em Portugal, no caso Luis Militéo, & confisséo em directo de arguidos algemados, fragilizados e descontrolados. Que interesse serviu semelhante espectaculo, alids atentatério do valor supremo que deve informar todo 0 nosso viver comunitario — a dignidade da pessoa humana, procamado logo no art.1° da ConstituigAo. © principio da presungéo da inocéncia é estruturante do ordenamento processual penal portugués. E porque o arguido se presume inocente que a prisdo preventiva deve ser encarada como uma medida excepcional. Ora quando se feconhece que em Portugal € excessivo o ntimero de presos preventivos, € tempo de nos esforgarmos todos, para que o principio da presungdo da inocéncia seja interiorizado. Respeitar tal principio devia assim constituir preocupagao suproma da Comunicagéo Social, no cumprimento do seu importante papel civico. ©) Liberdade de Imprensa e Segredo de Justiga Muito se tem debatido em Portugal 0 Segredo de Justiga e as suas quotidianas violagdes que ficam impunes. E no entanto o Cédigo Penal tipifica o crime de violaco do segredo de justia no art.371, estabelecendo uma pena de priséo até dois anos ou mullta até 240 dias. Comegando a partir da abertura do Inquérito, mantém-se durante toda essa fase @ mesmo durante a Instrugo, se esta ndo tiver sido requerida pelo Arguido ou, se solicitada por este, 0 mesmo se opuser 4 publicidade. Na pratica pode ullrapassar um ano. Que protege o Segredo de Justiga? A propria eficacia da investigagdo, mas também 0 bom nome dos sujeitos processuais, Segundo o art.86 do C.P. Penal, 0 segredo vincula todos os participantes processuais bem como as pessoas que, por qualquer titulo, tiverem tomado contacto com 0 processo e conhecimento de elementos a ele pertencentes. Continua a discutir-se se os jomalistas, que ndo séo participantes processuais nem tiveram contacto directo com os autos, podem ou nao ser incriminados pela pratica do referido crime. Sempre considerei que sim, quando ¢ se o jomalista obtém a informagao de um participante processual. Realidade bem diferente serd a do jornalista recorrer a outras fontes, ou investigar por conta propria, materia em segredo de justiga. Porém, desde a reviséo de 1997, 0 segredo de justia esta protegido constitucionalmente, circunstancia que veio alterar o entendimento da questao. Trata-se mais uma vez da valoragéo de dois valores garantidos constitucionalmente, Por outro lado, o préprio Estatuto dos Jornalistas, no n®3 do art.8, estipula que 0 direito de acesso as fontes de informagao nao abrange os processos em segredo de justiga. Escreveu o Senhor Procurador Geral que “o leque de potenciais violadores do segredo de justica em cada proceso, e designadamente nos processos cujo contetido interessa aos media, é to amplo que nao é facil a investigagao deste tipo de crimes. A sensagao de impunidace multiplica os infractores e, a final, os aiguidos tendem a reduzir-se aos profissionais da Comunicagao Social" (10) No futuro, talvez sejam estes e sé estes, a ser punidos, como se depreende do texto do Juiz Manuel Ramos Soares(11) — "Bem sei que a prova pode ser dificil @ que o principio da protec¢ao da fonte inviabilizard a punigaéo de quem fornecer © segredo ao jornalista. Considero no entanto que se nao é possivel punir os dois responsaveis, ao menos que um deles 0 soja. Passard a ser esse 0 risco assumido pelo jornalista que violar a norma do segredo de justi¢a. Talvez assim essa pratica nefasta comece a diminuir.” Parece haver concordancia que a situagao actual nao pode continuar, e pese embora ao Senhor Juiz citado, 0 problema ndo terd solugao pela via repressiva contra os profissionais da comunicagao. Segredo de Justia sé se justificard em alguns casos, e quanto a sua duragao devera ser drasticamente reduzida. 0 estabelecimento de uma comunicagao entre o Poder Judiciario e os Media, tem de ser efectivo, leal e honesto. Necessario e urgente é acabar de vez com a ambiguidade e o jogo que obnubilam a transparéncia que deve ser apanagio de uma Justiga que é feta em nome do povo, Ml ~ Finalizando Os “media” nao apenas informam. Investigam, denunciam, acusam e julgam. Coexislem assim duas formas de Justia, aparentemente irmanadas pelo mesmo objectivo, a descoberta da verdade. Porém, se 0 objectivo pode parecer idéntico, tudo diferencia a actividade judiciéria da chamada justiga mediatica. Os tribunais apuram os factos e aplicam o direito, segundo normas processualmente consignadas, “nado podendo formular juizos especulativos, socorrer-se do anonimato das fontes ou reconstituir os facts’. A chamada justia medidtica “utiliza critétios de verdade apoiados na idela de fiabilidade, pode prevalecer-se do anonimato das fontes, ¢ livre na apreciagao dos factos, emite desvinculadamente julzos de opiniao e tende a aproximar-se da mediagéo em tempo real’"(12). Detentores da verdade ficcionam uma democracia directa e uma justiga redentora, como assinala Garapon(13), explorando os sentimentos, alarmando 08 cidadaos e criando uma opiniao ptiblica que se identifica com a vitima, com 0 governado, com o contra-poder, Instalou-se a cultura da dentincia e da desconfianga, @ todos os poderosos, designadamente os politicos, ou séo corruptos ou pedéfilos. Querendo construir-se uma igualdade, agravou-se a desigualdade. Cada juiz nao é avaliado pelo seu mérito profissional, mas pela categoria sécio-politica das pessoas que prendeu ou condenou, Por outro lado, a insisténcia do relato de certos crimes, provoca o efeito do mimetismo, como sucedeu no caso da agress4o com acido sulftirico a cara dos namorados. Noticiado pormenorizadamente o primeiro, logo surgiram mais. Também o fenémeno dos barricados se repetiu por diversas vezes entre 2001 e 2003, sempre com ampla cobertura televisiva Ao contrario, na sequéncia do caso Casa Pia, porque a pedofilia passou a fazer parte de todos os noticidrios, as denuincias triplicaram, muitas das vezes falsas e algumas ridiculas. Os topdgrafos que faziam medigées foram detidos, pois a populagdo pensou que estariam a fotografar as criangas de uma escola préxima. E ainda ha quinze dias, no Jardim do Campo Grande, mesmo em frente da Universidade Lusdfona, um pai que acarinhava a filha foi importunado pela Policia, que havia acorrido por via de um alerta telefénico. Vai sendo tempo de terminar, Nao tenho obviamente solugées para atenuar a situagao que reputo prejudicial ao Estado de Direito. Creio porém que vivemos um tempo em que cada um deve assumir a sua dimensao ética e a sua responsabilidade civica. Ao jornalista nao cabe apenas noticiar, mas também e talvez principalmente contribuir para melhorar a vida comunitaria, devendo tornar-se um funcionario da cidadania e um militante da democracia, e considerar o publico leitor ou telespectador, n&o como mero consumidor, mas como actor da vida democratica. Obedecer escrupulosamente as normas deontolégicas e actuar sempre numa légica de cumprimento do seu insubstituivel servico publico, e sem ceder a interesses meramente comerciais. 86 dessa forma a Comunicagéo Social cumprira a sua primordial fungdo e a Liberdade de Informagao constituird 0 factor indispensavel 4 concretizacao da Cidadania, da Justiga e da Solidariedade, valores sem os quais nenhuma democracia podera subsistir. Muito Obrigado Jorge Cabral Huelva, 28 de Abril de 2005 (1) Fernando Madrinha, “O Rato da Moderna’, Expresso, Novembro de 2003; (2) Boaventura Sousa Santos, Revista Visdio, Outubro de 2003; (3) Faria Costa, “Comentario Conimbricense do Cédigo Penal”, Tomo |, pags.620 ss; (4) Figueiredo Dias, “R.LW.”, n°115, fls.136; (5) Faria Costa, obra citada; (©) Costa Andrade, "Liberdade de Imprensa e Inviolabilidade Pessoal, pag.371; (7) STC 240/92; (8) BF.D.C, 1989, pags. 270ss; (9) Artur Rodrigues da Costa, “Publicidade de Julgamento Penal e Direito de Comunicar*, Revista SMMP, n°57, 1994, pag, 63; (10) Comunicagao proferida em Badajoz em 18/10/2004; (11) Manuel ramos Soares, “Interrogago a Justiga”, apud Sofia Pinto Coelho, Jornalistas e Tribunais; (12) Cunha Rodrigues, “Justiga e Comunicagao Social’, in R.P.C.C. — ano 7, Fasc. 4~ 1997; (13) Antoine Garapon, “O Guardador de Promessas”, |. Piaget, 1997.

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