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Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?


Fonte: Evangelho segundo o Espiritismo, XIV: 5-7.
Tema: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
5. E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam
fazer sua refeição. - Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o
espírito.(Estava fora de si )
Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lodo de fora, mandaram chamá-lo.
Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te
chamam. - Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que
estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; - pois, todo aquele que faz a
vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS. cap. III, vv. 20, 21 e 31 a 35 -
S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)

6. Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem com a sua bondade e a sua
inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que
ele se contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina tem por base principal, por pedra angular, a lei de
amor e de caridade. Ora, não é possível que ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta
conseqüência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que
as palavras que se lhe atribuem foram ou mal reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são suas.

7. Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com
seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe.
Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe
compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que
nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de
seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando
aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito”.
Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir
igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha
nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a
solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não
poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz
procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica.
Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a
chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.

PONDERAÇÕES:
É de se notar que o feitio de Jesus tendo a mente repleta de ensinos, quando oportunidades surgiram,
em impulso surpreendente ele se anunciava; foi assim na festa do casamento em que ele respondeu à sua mãe
“Que tenho eu contigo”, quando ela lhe pediu que ajudasse no vinho.
Nesta atitude Jesus revelava que os poderes do alto não eram para serem usados pessoalmente a seu
próprio favor, pois se assim fosse Jesus seria rico, e não teria dito “Não ter onde colocar sua cabeça”, 2 mas deu
sempre preferência à obediência e à ética superior.
O Espiritismo também ensina que devemos dar de graça o que de graça recebemos. 3
Foi assim também quando exaltado virou a mesa dos vendilhões e disse: “A casa de meu Pai será
chamada Casa de Oração”. 4

1
Estudo dado no Centro Espírita Joana d’Arc a 01/ 06/2010.
2
João, 2: 4. - Mateus, VIII: 20.
3
Mateus, X: 8.
4
Mateus, XXI: 13. - Será que hoje em dia haja mesas de vendilhões.

1
Quando chamado Jesus à atenção sobre a presença de sua mãe e irmãos, Jesus impulsamente de
propósito ou não respondeu: “Quem é minha mãe ou irmãos”, para liberar a verdade espiritual que somos todos
irmãos filhos do mesmo Pai celestial.5
Era pertinente na missão de Jesus agir assim, por que sua missão era espiritual com um amontoado de
revelações a ser revelado, exemplo a existência de Reino Espiritual.6
Sim, há família espiritual e há família corporal, 7 como todos somos espíritos encarnados ou
desencarnados, os Mundos se golpeiam um a outro, pois “Influenciamos e somos influenciados”, 8
Foi dado ao Espiritismo o conhecimento mais detalhado do mundo moral, mundo espiritual e futuro de
nossas almas e explicações sobre ser de nossa responsabilidade as conseqüências de se nossa vida seja mal
vivida que somos os autores da nossa felicidade e não por herança hereditária de má moral de nossos pais.9
Aproveitemos para pegar alguns apanhados do ‘Livro dos Espíritos’:

Questão, 774: “... O homem tem um destino diferente do dos animais, há nele algo além das
necessidades físicas: há a necessidade de progresso e os laços de família tornam mais apertados os laços
sociais, eis por que os laços de família constituem uma lei da natureza, Deus quis que os homens aprendessem
desse modo a se amar como irmãos...”.

Questão, 205: “... Os laços que unem os membros de uma mesma família são menos precários. Ela
aumenta os deveres de fraternidade, visto que, no vosso vizinho, ou no vosso criado, pode encontrar-se um
Espírito que tenha sido ligado a vós pelos laços do sangue...”.

Questão, 215: “... Um povo é uma grande família onde se reúnem Espíritos simpáticos. A tendência que
os membros dessas famílias apresentem para se reunirem, é a semelhança que existe no caráter distintivo de
cada povo...”.
*****
Então, segundo o Espiritismo notamos que entre nós como Espíritos, temos laços familiares
abrangentes, fatos que não eram conhecidos pelo povo do tempo de Jesus, fatos esses que abrasavam a mente
de Jesus exaustivamente a ponto expressivo, alguém se surpreende de Jesus responder de forma estranha
colocando Deus no Centro de tudo quando disse: “Que são seus familiares quem faz a vontade de Deus”.10
Da família espiritual no além, sabemos que eles se reúnem e fazem grupos por afinidades e simpatias e
por graus de avanço espiritual ou moral, não havendo Céus ou Infernos circunscritos.11
Os Espíritos melhorando-se passam de uma ordem inferior para uma ordem superior.12
O grau evolutivo em que cada qual se encontra, está registrado em seu perispírito e quando desencarna
é atraído para seu ambiente merecido pela atração gravitacional, e tendo atingido a soma de perfeição de que é
susceptível a criatura, não tem mais que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos à
reencarnação em corpos perecíveis, para eles é a vida eterna que realizam no seio de Deus. 13
A vida do corpo é transitória e passageira, quando o corpo morre a alma retorna a vida eterna. 14
*****
192. Pode alguém, por um proceder impecável na vida atual, transpor todos os graus da escala do
aperfeiçoamento e tornar-se Espírito puro, sem passar por outros graus intermédios?
“Não, pois o que o homem julga perfeito longe está da perfeição. Há qualidades que lhe são
desconhecidas e incompreensíveis. Poderá ser tão perfeito quanto o comporte a sua natureza terrena, mas isso
não é a perfeição absoluta. Dá-se com o Espírito o que se verifica com a criança que, por mais precoce que seja,
tem de passar pela juventude, antes de chega à idade da madureza; e também com o enfermo que, para
recobrar a saúde, tem que passar pela convalescença. Demais, ao Espírito cumpre progredir em ciência e em
5
Mateus, VI: 5, 6; 9- 15; XXIII: 8,9,10 - Lucas, XI: 1-4. - João, XX: 17.
6
Mateus, V: 3. - VI: 10. - XII: 28.
7
O Livro dos Espíritos, Q. 489- 507.
8
O Livro dos Espíritos, Q. 459 - 495. - Allan Kardec, ‘A Gênese’, XVIII: 9, 3° parágrafo.
9
Deuteronômio, XXIV: 16.
10
Marcos, III: 35.
11
O Livro dos Espíritos, Q. 1012.
12
O Livro dos Espíritos, Q. 114.
13
O Livro dos Espíritos, Q. 112.
14
O Livro dos Espíritos, Q. 153.

2
moral. Se somente se adiantou num sentido, importa se adiante no outro, para atingir o extremo superior da
escala. Contudo, quanto mais o homem se adiantar na sua vida atual, tanto menos longas e penosas lhe serão
as provas que se seguirem.”
a) - Pode ao menos o homem, na vida presente, preparar com segurança, para si, uma existência
futura menos prenhe de amarguras?
“Sem dúvida. Pode reduzir a extensão e as dificuldades do caminho. Só o descuidoso permanece
sempre no mesmo ponto.”

*****
A maior preocupação de Jesus era preparar as pessoas já nesta vida para o além; Ele sabia que
conforme vivêssemos nesta vida teríamos conseqüências boas ou más no além, daí a parábola do ‘Homem Rico
e Lazarus’,15 daí o ensino ‘Onde estiver vosso coração lá estará vosso tesouro’, 16 daí a explicação ‘A cada um
segundo suas obras’, 17 daí a sugestão ‘Não peques mais’, 18 daí a constante, ‘Faz pazes com teu adversário
enquanto no caminho’. 19
Ele sabia conhecer os Espíritos pelos efeitos e sabia que o Espírito doente jogava suas mazelas para o
corpo carnal e certa vez disse: ‘Que queres que eu diga, teus pecados estão perdoados ou levanta-te e anda’, 20
eis a preocupação de Jesus, Curar o Espírito.

*****
Não podemos viver esta vida fazendo tudo o que convém à vida material sem pensar na vida moral e
espiritual, como assim: eu sou dono do meu nariz, a mim quem manda sou eu, nada disso, pois se Deus nos deu
o ‘livre arbítrio’, Ele também nos deu o ‘uso da razão’, e colocou no nosso coração, as normas do ‘certo e do
errado’.
*****
André Luis nos fala no livro ‘Nosso Lar’, que na Colônia uma mulher tentava entrar, mas o responsável
pela colônia não permitiu, eis que lhe perguntaram, por que não? Ele respondeu: ‘Não estão vendo marcado nas
pernas perispirituais o número de abortos que esse Espírito fez enquanto encarnado, se ela entrar virá só nos
perturbar’.21
Neste exemplo vemos que não é bem assim: ‘Morreu vai para o céu’, não porque nos Céus há ética e o
mal só pode perturbar, daí Deus ter criado os ‘Umbrais’, para os necessitados se despejarem de suas maldades
e progredirem, ajuda terão, mas não senão conforme a Vontade de Deus.

*****
Aqui vai uma página ou duas do livro ‘Além da Morte’, de Divaldo Pereira Franco ditado
pelo Espírito Otília Gonçalves.

“Além da Morte
Todos os dias chegam corações atormentados, alem da morte.
E apezar do horizonte aberto, jazem no chão como pássaros mutilados...
Loucos, sob a hipnose da ilusão.
Suicidas, descrentes dos próprios méritos.
Criminosos sentenciados no tribunal da consciência.
Malfeitores que furtaram de si mesmos.
Doentes que procuraram a enfermidade.
Infelizes a se imobilizarem nas Trevas.

***
15
Lucas, XVI: 19- 31.
16
Mateus, VI: 21.
17
Mateus, XVI: 27 - Marcos, XIII: 34..
18
João, V: 14. - .
19
Mateus, V: 25.
20
Marcos, II: 9. Mens sana corpurus sano, Id Est: Espírito são corpo são.
21
O Livro ‘NOSSO LAR’ ditado pelo Espírito André Luis e datilografado por F.C. Xavier.

3
Alcançando a Grande Luz assemelham-se a cegos da razão ante a sabedoria da
natureza.
Por mais se lhes mostre a harmonia do Universo e por muito se lhes fale dos
objetivos da vida, continuam desditosos e dementados.
Ha quem diga que os chamados mortos nada tem a ver com os chamados vivos,
entretanto, como os chamados vivos de hoje, serão os chamados mortos, de amanhã, com
possibilidade de se perturbarem uns aos outros caso perseverem na ignorância —, cultivemos
na Doutrina Espírita o instituto mundial de esclarecimento da alma, a fim de que o pensamento
regenerado consiga redimir as suas próprias criações que substancializam a experiência da
Humanidade nas várias nações da Terra.

***
É por isso que saudamos neste livro mais um brado de renovação e esperança,
concitando-nos ao aproveitamento das horas.
Fixemos a atenção.
O médium é o braço do semeador.
A emissária é a mão que semeia.
A mensagem é a semente de encarnados e desencarnados, a palavra de amor e
exortação que nos é trazida ao entendimento, assimilando-lhe os valores impereciveis porque,
em verdade, andam sempre avisados e felizes os que trazem consigo “os olhos de ver” e “os
ouvidos de ouvir.”
André Luiz

(Página psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier na reunião mediúnica do Centro
Espírita Uberabense, na noite de 13 de janeiro de 1960, em Uberaba, M”A GÊNESE”) (*)
Ortografia conforme o original.

*****
A VIDA CONTINUA
“Minha filha,
Que a paz do Senhor seja conosco!
Desde o momento em que o anjo da morte me dirigiu seu pensamento, enviando-me a lúgubre
mensagem da “angina-pectoris”, um turbilhão indescritível tomou conta do meu Espírito.
A princípio, com as carnes sacudidas pelos estertores do coração que não mais podia cooperar com a
vida física, inenarrável sofrimento tomou-me todas as fibras, do peito ao cérebro e deste aos pés, fazendo-me
enlouquecer. Atormentada entre as idéias da “morte” apavorante que eu temia e a ansiedade da “vida” que
escapava ao peso cruel do sangue que se negava a irrigar artérias, veias e vasos, senti que ia tombar.
Reuni as forças que desapareciam céleres, abandonando-me impiedosamente, tentando resistir à
violência da dor que me despedaçava toda, e mais não consegui senão emitir gritos desesperados, semilouca.
Tinha a impressão de que vigorosa mão de ferro me estraçalhava o coração e, a par da agonia que não posso
descrever, sentia que a vida fugia rápida, fazendo-me desmaiar, sem que, contudo desaparecesse a dor
superlativa que durante muito tempo iria conservar-me envolta em angústia sombria e inquietante.
Não poderei dizer o tempo em que demorei desfalecida. Guardo, ainda hoje, a impressão de que, em
volta, um torvelinho me arrastava, dando-me a sensação de queda, em profundo abismo sem fim.
Subitamente, como se me chocasse de encontro ao solo, despertei agonizante, tateando em trevas aos
gritos de lamentável perturbação. O peito continuava a doer desesperadamente como se estivesse estilhaçado
por violento projétil que o varasse, rompendo carne e ossos e deixando-o a sangrar...
Oh! Jesus, o sofrimento daquela hora!...
O tempo passava sem que eu tivesse notícia, senão através da agonia que parecia não ter fim.
Como a dor não cessasse, simultaneamente impressões diferentes me acudiram ao cérebro turbilho-
nado, agigantando meu desespero. Frio glacial apoderou-se lentamente dos membros inferiores, ameaçando
imobilizar-me. Ante essa inesperada sensação, tive a impressão de que pesadelo muito cruel me torturava, mas
do qual me libertaria em breve. Aquietei-me um pouco, acarinhando a expectativa do agradável despertar...
porque tudo aquilo não passaria certamente de um sonho mau.

4
Além do frio, dores generalizadas paralisaram-me os movimentos, enquanto o enregelamento me
tornara rígida, O pavor rondava-me, implacável. Sem poder mais raciocinar, sacudida nas ondas crispadas desse
mar de desconhecidos sofrimentos, vislumbrei tênue claridade, como se a alva tocasse meus olhos. Tive, então,
as primeiras noções do lugar em que me encontrava, permanecendo, entretanto, imóvel.
De início, turvas e embaçadas, as imagens não se tornavam reconhecíveis. Inquieta, percebi-me deitada
no leito costumeiro, hirta e pálida.
Desejei levantar-me, andar, correr, suplicar auxílio; estava paralisada, atada a cadeias poderosas. A
língua já não se articulava. O cérebro parecia-me devorado por labaredas crepitantes. Os olhos, fechados,
negavam-me fitar a luz, embora eu “visses tudo e acompanhasse os movimentos exteriores. Escorria-me o
pranto incessante, queimando-me a face, e o pensamento se me afigurava qual incandescida caldeira, cheia de
desesperos a destruir-me.
Não tinha idéia das horas.
Indagava mentalmente, no martírio, o que me acontecera. Onde estava o companheiro de tantos anos?
Os irmãos de fé espírita, onde se encontravam eles que me não socorriam? Os cooperadores dedicados do
nosso programa de assistência social, para onde fugiram? Para onde conduziram as criancinhas a que me
acostumara a amar; por que não me falavam? E lembrei-me do Mestre bondoso que se fizera a segurança de
todos os infelizes.
No tumulto do meu cérebro, a figura incomparável de Jesus tomou vulto, amenizando lentamente meus
sofrimentos. Embora não cessassem de todo, as dores diminuiram e uma quietação momentânea aplacou-me o
incêndio interior.
Respirei algo facilmente.
De longe, pareciam-me chegar aos ouvidos sons e vozes abafados. Embora de olhos fechados, “vi” que
algumas pessoas choravam.
Atraída, desejei erguer o corpo; senti-me sair de dentro do casulo carnal, que então pude ver. En-
contrava-me deitada, no esquife mortuário, e de pé, ao seu lado, simultaneamente. Apalpei-me apressada e
senti-me físicamente. Tudo em mim vibrava com a mesma intensidade doutrora, avolumando-se às impressões
da carne a agressão da dor.
Procurei alargar os movimentos e percebi que o frio terrível desaparecia, desatando-me do porto da
rigidez. Andei um pouco vacilante e, de súbito, na minha mente brilhou inesperada idéia: eu não estaria morta,
porventura! — indagava-me. Atirei-me apressadamente ao corpo, tentando erguê-lo para fugir a esse
pensamento “tenebroso” e libertar-me das aflições. Não consegui, entretanto, o meu intento. As lágrimas
voltaram a romper as represas e corriam volumosas.
Não, não era possível, afirmava intimamente, tentando aquietar-me. Tudo aquilo não passava certa-
mente de um sonho fantástico ou de um desdobramento mediúnico, no Reino da Morte. Não era crível que eu
tivesse morrido. Sentia-me viva, não obstante as dores que me cruciavam. Encontrava-me lúcida, raciocinava,
sofria... Não podia estar morta. Quando acordasse, oraria e procuraria apagar das lembranças aqueles
momentos de pavor.
Estive quase aliviada com esses raciocínios. No entanto, a realidade era outra.
Ao abraçar-me ao corpo, senti-lhe a frieza e verifiquei, apesar de deitar-me sobre ele, que não me
conseguia ajustar qual ocorre à mão calçada em luva apropriada. Esforçando-me “vesti-lo” outra vez, verifiquei,
atribulada, que minha vontade não mais o acionava.
Compreendi, embora relutante: estava “morta”.
Ao admitir esta idéia, fui acometida de profundo terror. Voltaram-me à mente as explanações do nosso
Diretor Espiritual, ouvidas em nosso Cenáculo de orações. Antes de refazer-me da surpresa, descobri-me
profundamente ignorante em Doutrina Espírita, que é abençoado roteiro no país dos “mortos”. Tentei recapitular
os ensinamentos ouvidos antes; todavia, o inesperado daquela hora descontrolava-me, prostrando-me abatida,
mais uma vez.
O torpor, que, antes me invadira, retornou, deixando-me livre somente o pensamento que, agora,
percorria célere as sendas das recordações misturadas às lutas da existência, fazendo-me defrontar o corredor
da loucura.
Surpreendi-me novamente fora do corpo, apesar de a ele estar atada por fortes cordões que não im-
pediam que me distanciasse. Passei, então, a experimentar alívio novo e ouvi, emocionada, o murmúrio de
preces intercessórias. Nossas crianças (*) e companheiros, em volta do caixão funerário, oravam pela minha
alma, que se iniciava na grande viagem. Procurei ajoelhar-me acompanhando aquele culto de saudade, mas,
antes que pudesse coordenar os pensamentos, leve sono venceu-me, vagarosamente, as fibras cansadas,
convidando-me ao repouso.

5
Perdendo-me em remoinho, eu sentia afrouxarem-se-me os músculos, ao mesmo tempo em que meus
pensamentos mergulhavam nas águas escuras do esquecimento. Embora desejasse acompanhar o desenrolar
dos acontecimentos daquele instante máximo de minha vida, deixei-me arrastar pelo cansaço, experimentando
invencível torpor mental, enquanto recordava que a vida continua...””

“”(*) Otília Gonçalves foi diretora da Mansão do Caminho”, em Salvador, Bahia, durante alguns
meses. Nota da Editora.””
*****
Como vemos ‘A vida continua’, ninguém se engane a si mesmo, a morte nos pega muitas vezes por
surpresa, aí onde o orgulho de o ‘eu faço o que quero’, não quer acreditar, mas sua hora também chega.
Gente, somos espíritos, temos de levar a sério a vida eterna e somos privilegiados de a conhecer, pouco
que seja; vamos então viver uma vida o mais digna que possível nos preparando para a continuação, com
qualidade e mais feliz, não abusemos da Bondade de Deus de nos ter dado esta oportunidade para nos
modificarmo-nos, não joguemos fora nossa vida, por menos que nos pareça todo o gênero de vida é útil ao
Espírito, seja a de rico, seja a de pobre, seja a de inteligente, seja a de ignorante de pouca capacidade, sejamos
felizes pelo que somos, lá diz S. Paulo: ‘eu me contento com o que tenho’, 22 sejamos assim e viveremos felizes
em qualquer circunstancia; e com a doutrina de Jesus em nosso coração, assim como a dos Espíritos que nos
alertam e encorajem.
Que Deus seja conosco assim como outrora, hoje e sempre.

A maior preocupação de Jesus 23


Era preparar as pessoas já nesta vida para o além;
Ele sabia que conforme vivêssemos nesta vida
Teríamos conseqüências boas ou más no além,
Daí a parábola do ‘homem rico e lazarus’,24
Daí o ensino ‘onde estiver vosso coração lá estará vosso
tesouro’, 25
Daí a explicação ‘a cada um segundo suas obras’, 26
Daí a sugestão ‘Não peques mais’,27
Daí a constante, ‘faz pazes com teu adversário enquanto
no caminho’. 28
Ele sabia conhecer os espíritos pelos efeitos
E sabia que o espírito doente jogava suas mazelas para o
corpo carnal
22
I Timóteo, VI: 8 - Filipenses, IV: 11.
23
Extrato do estudo ‘Quem é minha mãe...’ dado no Centro Espírita Joana d’Arc a 01/
06/ 2010.
24
Lucas, XVI: 19- 31.
25
Mateus, VI: 21.
26
Mateus, XVI: 27 - Marcos, XIII: 34..
27
João, V: 14.
28
Mateus, V: 25.

6
E certa vez disse:
‘Que queres que eu diga, teus pecados estão perdoados
ou levanta-te e anda’, 29
Eis a preocupação de Jesus, CURAR O ESPÍRITO.

Como vemos ‘A vida continua’, ninguém se engane a si mesmo,30


A morte nos pega muitas vezes por surpresa,
Aí onde o orgulho de o ‘eu faço o que quero’,
Não quer acreditar, mas sua hora também chega.
Gente, somos espíritos, temos de levar a sério a vida eterna
E somos privilegiados de a conhecer, pouco que seja;
Vamos então viver uma vida o mais digna que possível
Nos preparando para a continuação, com qualidade e mais feliz,
Não abusemos da Bondade de Deus de nos ter dado esta
oportunidade
Para nos modificarmos, não joguemos fora nossa vida,
Por menos que nos pareça todo o gênero de vida é útil ao
Espírito,
Seja a de rico, seja a de pobre, seja a de inteligente,
Seja a de ignorante de pouca capacidade, sejamos felizes pelo
que somos,
Lá diz S. Paulo: ‘eu me contento com o que tenho’, 31
Sejamos assim e viveremos felizes em qualquer circunstancia;
E com a doutrina de Jesus em nosso coração,
Assim como a dos Espíritos que nos alertam e encorajem.
A maior preocupação de Jesus 32
Era preparar as pessoas já nesta vida para o além;
Ele sabia que conforme vivêssemos nesta vida
Teríamos conseqüências boas ou más no além,
Daí a parábola do ‘homem rico e lazarus’,33

29
Marcos, II: 9.
30
Extrato do estudo ‘quem é minha mãe e quem são meus irmãos’, dado no Centro
Espírita Joana d’Arc a 01/ 06/ 2010.
31
I Timóteo, VI: 8 - Filipenses, IV: 11.
32
Extrato do estudo ‘Quem é minha mãe...’ dado no Centro Espírita Joana d’Arc a 01/
06/ 2010.
33
Lucas, XVI: 19- 31.

7
Daí o ensino ‘onde estiver vosso coração lá estará vosso tesouro’,
34

Daí a explicação ‘a cada um segundo suas obras’, 35


Daí a sugestão ‘Não peques mais’,36
Daí a constante, ‘faz pazes com teu adversário enquanto no
caminho’. 37
Ele sabia conhecer os espíritos pelos efeitos
E sabia que o espírito doente jogava suas mazelas para o corpo
carnal
E certa vez disse:
‘Que queres que eu diga, teus pecados estão perdoados ou
levanta-te e anda’, 38
Eis a preocupação de Jesus, CURAR O ESPÍRITO.

34
Mateus, VI: 21.
35
Mateus, XVI: 27 - Marcos, XIII: 34..
36
João, V: 14.
37
Mateus, V: 25.
38
Marcos, II: 9.

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