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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Setor de Educação
Curso de Especialização em Organização do Trabalho Pedagógico na
Educação Popular
Disciplina: Categorias Teóricas da Análise Dialética da Educação e das
Dimensões do Trabalho Pedagógico
Professor: Ms. Vilson Aparecido da Mata
Aluna: Eliane Abel de Oliveira

RESENHA

POLITZER, Georges; BESSE, Guy, CAVEING, Maurice. Príncípios


fundamentais de Filosofia. São Paulo: Hemus, 2002 (p.13 a 106).

Georges Politzer nasceu na Hungria em 1903 e emigrou para a França


em 1921. Interesado em psicologia conheceu Freud e publicou em 1928 a obra
"Crítica des fondements de la Psychologie", trabalho que apresentou um
primeiro esboço de uma teoria materialista da psicologia social, tendo
influenciado Vygotsky na década de 1920. Aderiu ao Partido Comunista
Francês tendo ocupado cargo na Comissão Econômica do Comitê Central.
Em setembro de 1940, com a França ocupada, participou da luta contra
os nazistas e lançou dois jornais clandestinos: L'Université Libre e La Pensée
libre. Juntamente com a esposa foi preso em fevereiro de 1942, tendo sido
executado em 23 de maio de 1942 e sua esposa enviada para Auschwitz, onde
morreu em março de 1943.
Seus cursos ministrados na Universidade do Trabalhador (1935-1936)
foram publicados com o título de Princípios élémentaires de filosofia (Princípios
fundamentais de Filosofia). Politzer também é conhecido por ter antecipado a
teoria do Big Bang Teoria de criação do Universo.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE FILOSOFIA (1ª PARTE)

Politzer morreu como herói e deixou alguns discípulos em sua trajetória.


Dois desses discípulos, Besse e Caveing, que o acompanharam em seu curso
de materialismo dialético na Universidade Nova de Paris, publicaram então o
livro Princípios fundamentais de Filosofia baseado na experiência e nos
ensinamentos filosóficos que Politzer dispensava aos trabalhadores que
freqüentavam a universidade. O livro consta de 24 lições sobre filosofia
apresentando como esta pode transformar a realidade. A resenha aqui
produzida refere-se apenas à primeira parte do livro.
A primeira parte inicia-se pela conceituação de Filosofia que é descrito
como o amor pelo saber, saber este que significa conhecimento do homem e
do mundo e a partir deste conhecimento determinar certas regras de atitudes.
Nesta parte do livro, Politzer afirma que se quisermos transformar a realidade,
entendida por ele como a natureza e a sociedade, temos que conhecê-la e que
para os trabalhadores há apenas uma concepção científica de mundo que
possa lhes convir: o materialismo dialético.
Como o livro é dividido em 24 lições, a primeira parte refere-se a sete
lições a saber:
Primeira lição – o método dialético: o materialismo dialético pensa no
objeto como um todo, em todos os momentos e em todos os movimentos essa
é a razão pela qual Marx segue esta corrente.
Nesta lição, também há uma distinção entre o método metafísico e
dialético. No primeiro, não é levado em consideração as mudanças sofridas
pelo homem assim como também separa o homem da sociedade. Já no
método dialético, todas as mudanças sofridas pelo homem e pela sociedade
são levadas em consideração assim como as relações mútuas entre as coisas
uma vez que a palavra dialética remete à discussão das ideias contrárias
Ainda nesta lição Politzer ressalta os princípios da lógica. Entendendo
que Lógica tem por objeto o estudo dos princípios e das regras que o
pensamento deve seguir na pesquisa da verdade, ou seja, os princípios da
identidade, da não contradição e do terceiro excluído.
Segunda lição - 1ª característica da dialética: nesta lei tudo se relaciona,
é a lei da ação recíproca e conexão universal. Em todo o universo tudo está

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absolutamente inter-relacionado, há uma interdependência em tudo, ao
contrário da metafísica que na natureza separa a matéria bruta da matéria viva
e, na sociedade, isola os fenômenos sociais uns dos outros (a realidade
econômica, a vida social, a vida política...).
Terceira lição - 2ª característica da dialética: esta característica mostra
que tudo se transforma, também chamada de lei da transformação universal e
do desenvolvimento incessante. Politzer exemplifica com esta característica da
dialética, algo que nos é muito comum: o conformismo. Frequentemente
ouvimos (ou dizemos) que sempre haverá ricos e pobres, que sempre haverá
injustiças ou privilégios. Este é um pensamento perigoso, segundo o autor, pois
tais pensamentos nos levarão à passividade, a não mudança, à resignação. Ao
contrário da metafísica, a segunda lei mostra que a mudança é universal e o
desenvolvimento é incessante.
Quarta lição - 3ª característica da dialética: a mudança qualitativa. Para
os dialéticos a mudança qualitativa ocorre junto com a quantitativa, porém
modifica a essência das coisas. Esta característica permite a interpretação
racional da invenção, ao contrário dos metafísicos que consideram o
surgimento das ideias novas como uma espécie de revelação divina.
Quinta lição à sétima lição- 4ª lei da dialética: a luta dos contrários.
Nesta lei Politzer transmite que a contradição é algo necessário para a nossa
existência, não existimos sem as oposições. No estudo destas contradições
vemos que a contradição é interna e inovadora. Percebemos que há uma
unidade entre os contrários. Todo processo, seja ele natural ou social, explica-
se pela contradição. Nela a forma fundamental do movimento é a luta entre a
atração e a repulsão.
Particularmente gostei muito do texto. Ele expressa de forma clara a
diferença entre o materialismo dialético e a metafísica. E o faz através de
exemplos do cotidiano que clarificam o entendimento sobre a teoria. Este era
um assunto um tanto quanto confuso para mim, contudo diante da simplicidade
com que o texto é apresentado fica mais fácil a compreensão sobre tal assunto.
O texto também provoca uma reflexão sobre algumas crenças e valores que
temos como, por exemplo: a imutabilidade dos fatos. Fomos criados por um
sistema de cunho positivista no qual aprendemos que sempre haverá
diferenças de classes sociais, que os fatos são inexoráveis. Já na dialética,

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refletimos sobre a origem dos fatos e dessas diferenças e vemos que tudo
pode ser modificado, tirando o espírito de passividade que porventura
possamos ter. Lendo o texto, nos remetemos, indiscutivelmente, às ideias de
Marx e Paulo Freire e fazemos uma reflexão sobre nosso papel diante da
escola pública e da educação popular.

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