Vous êtes sur la page 1sur 1
A nova jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal destruiu toda esta estrutura, Resta a pergunta, para que serve a penhoraatuaimente? Deve-se observar que, se sobre o infiel depositério nao recai mals a ameaca da priséo civil, ele poderd, portanto, se sentir a vontade para, inclusive, alienar o bem penhorado. Alguns dirdo, entéo, que, como alternativa, seria possivel a declaracao de prética de ato atentatério & dignidade da justica (art. 593 e art. 600, I, do CPC), com aplicago, no maximo, de multa de 20% (art. 601, do CPC), Ora, se 0 devedor (que geralmente € 0 préprio depositario do bem penhorado) nao se intimidou coma cobranca da divida principal, expondo-se a execucdo, por que se atormentaria com a aplicagio de uma pequena sanco pecuniéria? De fato, ndo existe mais nenhuma preocupacao para o depositério infiel. A penhora, como meio de garantia do juizo, sem duividas descansa em paz. Uma alternativa, talvez, para compelir 0 executado a guardar 0 bem penhorado, seria obrigar 0 devedor a exibir 0 bem constrito (art. 358, I, CPC), em determinado prazo, sob pena de pratica de crime de desobediéncia (art. 330 do Cédigo Penal), quando entdo lavrado termo circunstanciado, aquele seria ‘encaminhado ao juizado criminal, sendo exigido o seu comparecimento (art, 69, da Lei n? 9,099/95). Entretanto, o perecimento da coisa no importaria na priséo do infiel depositério, por forca dos mencionados acérdéosdo STF. Pelo que se observa, o Supremo Tribunal Federal, além de proferir uma decisio absolutamente desconexa com © substrato social brasileiro, em que impera, como notério, uma cultura do inadimplemento (como diz 0 classico bordio, “v8 buscar seus direitos na Justica”), no observou que, na pratica, destruiu um dos principais instrumentos para constricao do devedor, a penhora, atacando a eficécia da propria prestagio jurisdicional Além disto, sem dtvidas, restringir a possibilidade da priséo do infiel depositério por aplicacéo do Pacto de San José da Costa Rica é, no minimo, uma limitacao da nossa Constituicéo baseada em uma norma infraconstitucional. © Pacto de San José da Costa Rica ingressou no ordenamento juridico brasileiro com a edigéo do Decreto n® 678, de 06 de novembro de 1992, apés sua ratificagao pelo Congresso Nacional, pelo Decreto Legislativo n® 27/1992. Portanto, consoante a prépria jurisprudéncia do STF (RE n® 80.004-SE), tal tratado de direito internacional possui forca de lei ordinaria (comente seria norma constitucional se observado 0 procedimento previsto no art. 52, §32, da CF, inserido pela ECn° 45/2004), Ora, se 0 referido tratado tem forca de lei ordinéria, jamais poderia o Supremo Tribunal Federal utilizé-lo para justificar uma mutacio constitucional com a finalidade de simplesmente REVOGAR uma excecdo a um direito fundamental expressamente prevista pelo legislador constituinte origindrio, isto é, ndo poderia um tratado internacional suprimira possibilidade de priséo do infiel depositario. © Supremo Tribunal Federal, com a finalidade de impedir a indevida extensdo do conceito de infiel depositario, de fato contido no art. 42 do Decreto-Lei n? 911/69, que trata da alienacao fiducidria, evidentemente, disse mais do que devia: “€ ilicita a prisio civil de depositério infiel, qualquer que seja a modalidade do depésito.”.(REn? 466343). A possibilidade de priséio do infiel depositério, quando realizada uma penhora, justifica-se pelo dever de colabora¢o com o Judiciério (art. 339 CPC) e também pelo fato de que a eficacia da prestacao jurisdicional 6 um fim almejado por todas as partes da relagdo processual, jf queo processonaoé um vale-tudo. A priso do infiel depositério, que voluntariamente aceitou este dever, além de se submeter ao contraditério (art. 668 CPC), também se dé diante do olhar vigilante do préprio Estado-uiz (art. 685 CPC), que nao decretaria, inegavelmente, de modo irresponsével, a prisio de um individu que estaria regularmente desincumbido do seu dever de guarda da coisa penhorada, O leitor deste ensaio, por fim, poderia indagar: o autor pretende criar um Estado totalitério para promover 2 satisfacao do credor, talvez até, por absurdo, restaurando onexum romano? Sem duvidas nao! Mas 6 evidente que, a fim de assegurar a possibilidade de satisfacdo do crédito pliblico, ou de qualquer outro tipo de crédito, faz-se necessério repensar esta posicdo do Supremo Tribunal Federal "procurador da Farenda Nacional, cupav os argos de Advogad da Unida/PUYAGU,Procurador Federal PE/INCRA/PGF eAnaist uaa ~Executonte de Mondados/THT 168 Regio, tendo também execido ofungto de Concllador Federal ~Sego lucida do Maranh. Profesor de Dit Tibutdrio da Faculdade Soo uise ex professor substitute de Dire da UEMA. pahaeiea ee alae iano sw tao ea a

Vous aimerez peut-être aussi