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Apostila de Transmissão de Sinais – Técnico em Telecomunicações 1


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1. Introdução às Telecomunicações

O objetivo dos sistemas de telecomunicações é provê a troca de informações através de


uma rede, relacionando diferentes usuários: pessoas, sistemas de tratamento de sinais, etc.
As principais divisões dos sistemas de telecomunicações são:
- Parte responsável pelas funções de transmissão:
• Emissão e recepção de sinais;
• Modulação e demodulação;
• Correção das degradações ocorridas no sinal de informação;
• Multiplexação;
- Parte responsável por relacionar as partes:
• Comutação;
• Controle de acesso a rede;
• Roteamento de informação;

2. Meios de Transmissão

O meio de transmissão de sinais serve para oferecer suporte ao fluxo de dados entre dois
pontos. Usamos o termo linha para designar o meio de transmissão usado entre esses pontos.
Essa linha pode ser de um par de fios, um cabo coaxial, fibras óticas, comunicação por rádio
freqüência ou até mesmo por satélites.
Nesse tópico serão abordados os meios de transmissão mais comuns utilizados. Esses meios
são citados a seguir:
1. Par de Fios
2. Cabo Coaxial
3. Fibras Óticas
4. Sistemas de Radioenlace

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2.1 Par de Fios

O par de fios, também chamado de par trançado, foi um sistema originalmente


produzido para transmissão telefônica analógica. Interessante observar que utilizando o
sistema de transmissão por par de fios aproveita-se esta tecnologia que já é tradicional por
causa do seu tempo de uso e do grande número de linhas instaladas.
A taxa de transmissão varia de acordo com as condições das linhas telefônicas
utilizadas, podendo variar entre 9600 a 19200 bps.
Considerando enlaces ponto a ponto, essas taxas são bem aceitáveis, porém, quando
se trata de enlace multiponto, a taxa de transmissão decresce significativamente.
Todo o meio físico de transmissão sofre influências do meio externo acarretando em
perdas de desempenho nas taxas de transmissão. Essas perdas podem ser atenuadas
limitando a distância entre os pontos a serem ligados.
A qualidade das linhas de transmissão que utilizam o par de fios depende, basicamente,
da qualidade dos condutores empregados, bitola dos fios (quanto maior a bitola, mais corrente
passa pelo condutor), técnicas usadas para a transmissão dos dados através da linha e
proteção dos componentes da linha para evitar a indução dos condutores.
A indução ocorre devido a alguma interferência elétrica externa ocasionada por
osciladores, motores ou geradores elétricos, mau contato ou contato acidental com outras
linhas de transmissão que não estejam isolados corretamente ou até mesmo tempestades
elétricas ou proximidades com linhas de alta tensão.
A vantagem principal na utilização do par de fios ou par trançado é seu baixo custo de
instalação e manutenção, considerando o grande número de bases instaladas.

Tipos de Cabo Par Trançado

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2.2 Cabo Coaxial

O cabo coaxial possui vantagens em relação aos outros condutores utilizados


tradicionalmente em linhas de transmissão por causa de sua blindagem adicional, que o
protege contra o fenômeno da indução, causado por interferências elétricas ou magnéticas
externas.
Essa blindagem constitui-se de uma malha metálica (condutor externo) que envolve um
condutor interno isolado.
Os cabos coaxiais geralmente são empregados na ligação de pontos próximos um do
outro (rede local de computadores, por exemplo). A velocidade de transmissão é bastante
elevada devido a tolerância aos ruídos graças a malha de proteção desses cabos.
Os cabos coaxiais são divididos em duas famílias:
• Banda base
• Banda larga
As dificuldades de conexão com cabos coaxiais são um pouco maiores do que se fosse
utilizado o par trançado. A conexão dos cabos é feita através de conectores mecânicos, o que
também encarece sua instalação em relação ao par trançado, porém, os benefícios
compensam com larga vantagem a utilização deste método.

2.2.1 Banda Base

Nesta tecnologia de transmissão, o sinal digital é injetado diretamente no cabo. A


capacidade de transmissão dos cabos nesta modalidade varia entre alguns Mbps/km, no caso
dos cabos mais finos, até algumas dezenas de megabits por segundo no caso de cabos
grossos.
A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 50 ohms.

Cabo coaxial banda base

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2.2.2 Banda Larga

Nesta tecnologia de transmissão, os cabos coaxiais suportam uma banda passante de


até 400Mhz. Devido a esta grande tolerância, esse cabo é muito utilizado para a transmissão
do sinal de vídeo em TV a cabo e, na transmissão de vídeo também em computadores, para a
integração de imagens transmitidas para várias estações de rede local.
A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 75 ohms.

Cabo Coaxial banda larga

2.3 Fibra Ótica

Fibras óticas são elementos de transmissão que utilizam sinais de luz codificados para
transmitir os dados. A luz que circula pela fibra ótica situa-se no espectro do infra-vermelho e
seu comprimento de onda está entre 10xE14 a 10xE15 Hz.
A fibra ótica pode ser feita de plástico ou de vidro, revestida por um material com baixo
índice de refração. Além destes dois materiais, a fibra possui também um revestimento plástico
que lhe garante uma proteção mecânica contra o ambiente externo.
Para a transmissão dos sinais, além do cabo precisa-se de um conversor de sinais elétricos
para sinais óticos, um transmissor e um receptor óticos, e um conversor dos sinais óticos para
os sinais elétricos.
Nas linhas de fibras óticas, a taxa de transmissão é muito mais alta do que nos
sistemas físicos convencionais (cabo coaxial e par trançado).
Isto se deve ao fato de que a atenuação das transmissões não depende da freqüência
utilizada.
A fibra ótica é completamente imune a interferências eletromagnéticas, portanto, não
sofre indução, podendo ser instalada em lugares onde os fios e cabos não podem passar.
Também não precisa de aterramento e mantém os pontos que liga eletricamente isolado um do
outro.

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Do ponto de vista da capacidade de transmissão, a tecnologia atual de fibras óticas
caracteriza-se por três tipos distintos a seguir:
• Multimodo com índice degrau

• Multimodo com índice gradual

• Monomodo
O alto custo da instalação e manutenção das fibras óticas constitui atualmente no maior
obstáculo para utilização desta modalidade de transmissão de dados.

2.3.1 Multimodo com índice degrau

Esse tipo de fibra ótica possui sua capacidade de transmissão limitada basicamente
pela dispersão modal, que reflete os diferentes tempos de propagação da onda luminosa.
Devido a alta dispersão, o desempenho destas fibras não passam de 15 a 25 Mhz.Km.

Multimodo com índice degrau

2.3.2 Multimodo com Índice Gradual

Esse tipo de fibra ótica possui sua capacidade de transmissão limitada pela dispersão
modal, que reflete os diferentes tempos de propagação da onda luminosa. No entanto, essas
fibras são menos sensíveis a esse fenômeno do que as fibras multimodais.
A taxa de transmissão neste tipo de fibra é de 400 MHZ/km em média.

Multimodo com índice gradual

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2.3.3 Monomodo

Estas fibras são insensíveis a dispersão modal, que é a reflexão da onda luminosa em
diferentes tempos. Devido a esta característica, esta fibra pode atingir taxas de transmissão na
ordem de 100 GHz/Km.

Cabo ótico monomodo

2.4 Sistemas de Rádio Enlace

Este sistema consiste na transmissão de dados por ondas de rádio freqüência.


Para que a transmissão de dados neste sistema tenha êxito é importante que certos
requisitos sejam respeitados. São estes os requisitos:
• Potência de transmissão;
• Mínima distorção na propagação do sinal;
• As condições anteriores devem ser mantidas dentro de parâmetros suficientes para
garantir a integridade dos dados transmitidos.
Existem algumas características peculiares na transmissão de dados por esta
modalidade. São elas:
- Atenuação e propagação
- Composição da atmosfera
- Espectro de freqüência
- Sistemas em visibilidade
- Sistemas em tropodifusão
- Sistemas de satélite

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2.4.1 Sistemas de Satélite

Para freqüências muito altas (acima de 3Ghz) as ondas de rádio ultrapassam a


atmosfera não refletindo na troposfera. Faz-se necessário o uso de satélites artificiais para
retransmitir o sinal transmitido de volta para a Terra.
Abaixo temos um esquema de transmissão por satélite:

Sistema de Satélites

Questionário:
Depois de ler o texto, aproveite para responder estas perguntas.
1)Qual dos tipos de fibra ótica existentes possui maior velocidade no transporte dos dados?
2)Qual a vantagem de se usar par de fios (par trançado) na transmissão de dados?

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1. Noções de Sinais

Sinais podem descrever uma larga gama de fenômenos físicos, eles podem ser
representados de diversas formas, mas em todos os casos a informação está contida em
variações da sua característica.
Pode-se classificar os sinais em duas categorias:

• Sinais contínuos;
• Sinais discretos;

1.1 Sinais contínuos

São sinais em que a variável independente é contínua.

Ex: Seja a função

f(x)
Variável dependente

y = f(x)
x
Variável independente

1.2 Sinais discretos

São aqueles que existem apenas em determinados momentos, ou seja, são aqueles em
que a variável independente é discreta.

1.3 Representação Matemática

• Sinais contínuos: f (x), g(x), etc.

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• Sinais discretos: f [n], h [n], etc.

T
T 2T 3T 4T x

OBS: Os sinais discretos terão suas amostras distanciadas sempre por “ T ”, logo se
quisermos falar da amostra 3T representaremos por g[3].

EXERCÍCIO

1 Represente graficamente os sinais abaixo:

a) f (t) = 1; -1≤ t ≤ 1;
0; caso contrário;

b) h [n] = 1; -1≤ t ≤ 1;
0; caso contrário;

1.4 Manipulação e transformação de sinais

A transformação de um sinal é um conceito central na análise de sistemas, pois não haveria


sentido falar de um sistema se este apresentasse em sua saída um sinal idêntico àquele da
entrada, ou seja, um sistema tem a finalidade de transformar os sinais a ele apresentado.

2.4.1 Transformação na variável independente

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É frequentemente interessante determinar o efeito de transformações na variável
independente de um dado sinal x (t) para obter um sinal da forma x (t + ), onde  e  são
constantes.
As transformações na variável independente têm a característica de preservar a forma de
x(t), o sinal original, exceto pelo fato de que o sinal resultante pode ser uma versão
comprimida, expandida e/ou deslocada do sinal original a depender dos valores  e .

• Deslocamento no tempo

Seja x (t): x(t)


x (t)= 1; 0≤ t≤ 2;
1 0; caso contrário;

0 2 x

Logo x ( t-1): OBS: O sinal determina para qual lado será o


x(t-1)
deslocamento, se o sinal na expressão for positivo o
deslocamento será para a esquerda, caso o sinal seja
1 negativo o deslocamento será para a direita, como
0 1 2 3 x no exemplo ao lado.

• Reversão no tempo

x(t)
Seja x (t):

0 2 x

x(-t)
Logo x (-t):

1
x
-2 0

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• Escalonamento no tempo

Seja x (t):
x(t)

0 2 x

OBS: Quando o valor de  na expressão (t) for:


Logo x (2t):
x(t) >1: o sinal será comprimido;
<1: o sinal será expandido:
1

0 x
1/2

EXERCÍCIOS

1; -2 < n < 4;
2.1 Seja o sinal x [n]= 0; caso contrário;

Realize as transformações:

a) x [n-3]
b) x [n+4 ]
c) x[-n]
d) x[2n]
e) x[0,5n]

1; -1 ≤ t ≤ 1; Ache g (-2t) e g (3/2t).


2.2 Se g(t)=
0; caso contrário;

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2.3 Seja o sinal:


h(t)
Ache:
a) h (2t+1)
3 b) h (1/4t-1/2).

-2 2
t

3. Análise espectral de sinais

3.1 Série de Fourrier

Fourrier, matemático francês, afirmou que uma função periódica poderia ser
expressa por uma soma de infinitos senos e co-senos com freqüência e amplitude bem
definidas.

Como pode-se perceber, as freqüências dos senos e co-senos são sempre múltiplos
inteiros de x que é a freqüência fundamental do sinal, ou freqüência mais baixa.
Um sinal periódico qualquer é composto de (ou pode ser decomposto em) uma serie
de ondas senoidais com freqüência múltiplas inteiras da freqüência fundamental f, cada
uma com uma determinada amplitude e uma determinada fase, mais uma componente
continua (de freqüência zero).
As ondas senoidais múltiplas inteiras n da fundamental são chamadas harmônicos de
ordem n.

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Qual é a conseqüência prática do teorema de Fourier ?
A onda senoidal é a onda mais simples ou pura que existe, pois se origina da projeção
sobre uma reta de um ponto girando em circulo. A senóide tem uma única freqüência, e para
completar a sua descrição basta indicar a sua amplitude (valor absoluto máximo atingido) e a
sua fase.
O espectro de uma senóide é uma raia (pois ocupa uma única freqüência), com altura
igual a amplitude. No espectro, não é possível representar a fase da raia. (Em estudos
teóricos, as vezes se representam raias com fase oposta e relação a outra para baixo do eixo
de freqüência).
Para analisar um sinal complexo, basta decompô-lo em suas componentes senoidais e
trabalhar com uma componente por vez. Portanto, é uma ferramenta importante para analise
de sinais complexos.

Definições:
ESPECTRO : é a representação das componentes (ou raias ou termos) num gráfico que
mostra suas amplitudes versus freqüência.
FORMA DE ONDA : é a representação dos valores instantâneos em função do tempo.
HARMÔNICOS: Quando uma freqüência é múltipla de outra se diz que ela é um harmônico
daquela primeira freqüência.

Exemplo: Sinais sonoros

Características: 1. Altura do som;


2. Intensidade do som;
3. Timbre;

1. Relaciona-se com a freqüência (audível 20Hz – 20KHz). Um som mais baixo ( baixas
freqüências) é mais grave e um som mais alto ( altas freqüências) é mais agudo.
2. Relaciona-se com a amplitude.
3. Especifica a combinação gerada, ou seja, o que diferencia um dó de um piano de um dó de
uma flauta é o numero de harmônicos que ele possui.

3.2 Espectro do Sinal ( Spectrum [ latim] = fantasma, por Isaac Newton)

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É a representação de um sinal no domínio da freqüência. A maior parte dos
sistemas de comunicação são estudados e interpretados no domínio de “f”. A representação do
espectro é feita de modo a fornecer informações sobre a amplitude e fase das várias
componentes da freqüência de um sinal.
Sinais periódicos possuem um espectro discreto, já os sinais aperiódicos possuem
um espectro contínuo.

EXERCÍCIO

3.1 Represente graficamente o espectro do sinal abaixo:


e(t)= 2,5 + (10/π). sen (10πt) + (10/3π). sen (30πt) + (10/5π). sen (50πt)

3.2 Seja o seguinte espectro:


I (mA)
9
7 Determinar a expressão de I.
6 5

0 10π 30π 50π W(rd/s)

3.3 A partir do sinal dado a seguir:

e(v)

Determinar a expressão de e(v).

2 4 6 8 10 12 14 16 18
t(μs)

5
3.4 Dada a expressão: I(t)= 5 cos (2π.10 t + π/2) em (mA)

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Determinar a forma de onda e os espectros de amplitude e de fase.

4. Fontes de Ruído

O ruído é classificado de acordo com o processo que lhe dá origem. As fontes de ruído
podem ser classificadas em:

Ruído Disparo

Tem a ver com o fato de a carga elétrica ser discreta e em certas situações a corrente é
resultado de carga passando por uma barreira de potencial.
Ex: Junção PN presente em diodos e transistores bipolares.
Obs.: Os resistores não apresentam este tipo de ruído.

Ruído Térmico ou Ruído de Johnson

Este ruído está associado ao movimento aleatório dos elétrons e um condutor.


Ex: Resistor.
Obs.: 1- Para reduzir este tipo de ruído deve-se reduzir o valor dos resistores.
2- Tanto o ruído disparo quanto o ruído térmico apresentam uma densidade espectral
constante, por este motivo estes ruídos são denominados de ruído branco.

Ruído em excesso

Este ruído está associado à presença de defeitos no dispositivo causados por


contaminação e outros defeitos do cristal. Quando este defeito tem a capacidade de aprisionar
ou liberar elétrons de maneira aleatória.
Obs.: Sua densidade espectral decresce com a freqüência, por isso é denominado ruído rosa.

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Ruído Pipoca

É associado à presença de contaminação por metais pesados, como o ouro.

4.1 Relação Sinal - Ruído

S= Potência do Sinal;
FdB = 10 log (S/N)

N= Potência do Ruído;

5. Interferência

Não tem origem física intrínseca, mas está ligada a disposição geométrica dos componentes.
Pode ser: - Capacitiva: devido à proximidade.
Solução: Afastamento.
- Indutiva: Ocorre quando há indução, causadas por sobrecargas.
Solução: Diminuir;
Blindagem;
Aterramento

EXERCÍCIO

4.1 Quais os tipos de ruídos existentes?


4.2 Diferencie ruído de interferência.

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6. Noções de Filtros Lineares

Filtros lineares podem ser implementados apenas como elementos passivos, tais como,
capacitores, resistores e indutores. A utilização adicional de elementos ativos permite a
construção de filtros ativos.
Neste caso, a implementação de amp-ops e valores padronizados de resistores e
capacitores, de modo a não incluir indutores, pois indutores são elementos de difícil
construção.
Denomina-se filtro um circuito que seleciona freqüências.
Existem basicamente 4 tipos de filtros ativos.

Filtro Passa - Baixa (LPF)

Resposta ideal Simbologia

fc f
0

Filtro Passa – Alta (HPF)

Resposta ideal Simbologia

fc f
0

Filtro Passa – Faixa (PBF)

Simbologia
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Resposta ideal

0 f1 f2 f

Filtro Rejeita – Faixa (SPF)

Resposta ideal Simbologia

f
0 f1 f2

Freqüência de Corte

É a freqüência em que a amplitude do sinal cai 3dB com relação a amplitude no meio da faixa.

0dB

-3dB

f(KHz
fc1 fc fc2
)
∆f

Faixa do Filtro: Região compreendida entre as freqüências de corte (∆f).

Fator de qualidade de um filtro (Q)

Definição: Q= fcentral
∆f

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Diz quanto seletivo é um filtro.

Exemplo: fcentral = 100KHz


∆f1=20KHz
∆f2=10KHz , então teremos Q1= 5 e Q2= 10

Exercício

1) Observe o sinal abaixo:

Amplitude

7
6
5
4
3

f(Hz)

a) Qual o resultado se este sinal passar por um LPF com fcorte=300Hz, 500Hz e 1,5KHz?
b) E Por um BSF com fcentral de 10KHz e banda de 5Khz?
c) Se o sinal passar por um HPF com fcorte= 8KHz, qual o resultado?

OBS: Desenhe o espectro do sinal resultante

7. Modulação

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“Consiste na transmissão de informação através da variação de características, por
exemplo, amplitude, fase e freqüência, de uma portadora irradiada”.
Para entendermos melhor a necessidade do emprego da modulação, observemos a
transmissão de sinais de voz ( áudio).
Faixa de freqüências: 300Hz – 4KHz
1. Se várias estações transmitem simultaneamente diferentes sinais de voz, fica
claro que cada receptor captaria simultaneamente todas as diferentes estações.
È necessário, portanto, a alocação de uma faixa de freqüência diferente para
cada estação através da modulação, de forma que o receptor possa selecionar
aquela do seu interesse.
2. Outro motivo está relacionado a construção de antenas, pois suas dimensões
devem ter a mesma ordem de grandeza do comprimento de onda. Vejamos um
exemplo:
Um sinal de 1KHz tem λ ( comprimento de onda):
λ = c/f, onde c é o comprimento de onda da luz no vácuo e f é a freqüência do
sinal.
λ = 3x10 / 10³ = 300 km.
Assim, a construção de antenas na faixa de áudio é inviável!
3. Um terceiro aspecto que torna a modulação atraente é que ela permite a
irradiação eficiente do sinal no espaço.

Uma ilustração para esclarecer o objetivo da modulação é mostrada abaixo:

Neste caso o coeficiente atrito não permite que o bloco se mova, para solucionar
o problema colocou-se o bloco em cima de um carrinho.
No caso elétrico, o sinal de informação é o bloco e um outro sinal elétrico de alta
freqüência é o carrinho, ou seja, é quem carrega a informação. O resultado, sinal de
informação + portadora é chamado de sinal modulado.

7.1 Modulação em Amplitude

Um processo de modulação consiste em modificar o formato da informação elétrica com o


objetivo de transmiti-la com:

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• A menor potência possível,


• A menor distorção possível,
• Facilidade de recuperação da informação original, e
• O menor custo possível.

Modular em amplitude é variar a amplitude a onda portadora em função do sinal modulante.


Alterar a amplitude de uma onda co-senoidal de alta freqüência proporcionalmente ao sinal
que contém a informação a ser transmitida é o processo de modulação mais antigo que data de
1890, alguns anos após a comprovação física da existência da onda eletromagnética por
Heinrich Hertz.
O processo de modulação em amplitude resulta no deslocamento do espectro do sinal que
contém a informação para uma freqüência mais elevada de forma a viabilizar a transmissão do
sinal resultante via ondas eletromagnéticas, pois freqüências mais elevadas permitem a
construção de antenas eficientes com dimensões reduzidas.
Os processos de modulação em amplitude foram diversificados com o passar do tempo:

• Faixa lateral dupla (AM-DSB amplitude modulation with double side-band);


• Faixa lateral vestigial (AM-VSB amplitude modulation with vestigial side-band);
• Faixa lateral dupla e portadora suprimida (AM-DSB-SC AM-DSB with supressed carrier);
• Faixa lateral vestigial e portadora suprimida (AM-VSB-SC AM-VSB with supressed
carrier);
• faixa lateral simples (AM-SSB amplitude modulation with single side-band);

O tipo de informação analógica mais comumente transmitidos via modulação em amplitude


são:
• Sinal de voz: de 0,4 kHz a 3,4 kHz
• Sinal de áudio: de 0,01 kHz a 20 kHz
• Sinal de vídeo: de 0,01 kHz a 4,2 MHz
7.1.1 Modulação AM- DSB ( Baixa Lateral Dupla)
O princípio da modulação AM-DSB consiste no fato de que o sinal modulante interfere
exclusiva e diretamente na amplitude da portadora. Sejam:
PORTADORA: Eo(t) = Eo cos wot
MODULANTE: Em(t) = Emcos wmt
SINAL MODULADO:
e(t) = [Eo + Em (t) ] . Cos wot
e(t) = [Eo + Em Cos wmt] Cos wot
e(t)= Eo [1 +Em/Eo Cos wmt] Cos wot

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Chamamos a relação Em/Eo de " ÍNDICE DE MODULAÇÃO" e é simbolizada por "m".
Logo,
e(t) = Eo (1 + m Cos wmt) Cos wot
e(t) = Eo [Cos wot + m Cos wmt Cos wot]
Da relação trigonométrica:
Cos A .Cos B = 1/2 cos(A+B) + 1/2 cos(A-B)
Teremos:
e(t) = Eo cos wot + mEo/2 cos (wo+ wm)t + mEo/2 cos (wo - wm)t

FORMAS DE ONDAS

7.1.2 ESPECTRO DE FREQUÊNCIA


Observe que o sinal mensagem modula a amplitude do sinal da portadora. Analisando o
espectro de freqüência dos sinais teremos os seguintes gráficos.

6.1.3 MEDIDA DE ÍNDICE DE MODULAÇÃO

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Observando a forma de onda do sinal modulado:

Do gráfico de sinal modulado temos:


A = ( Eo - Em ) - (- Eo + Em ) = 2Eo - 2Em
B = ( Eo + Em ) - ( - Eo - Em ) = 2Eo + 2Em
B + A = ( 2Eo + 2Em ) + ( 2Eo - 2Em ) = 4Eo
B - A = ( 2Eo +2Em ) - ( 2Eo - 2Em ) = 4Em
Logo,
B - A / B + A = 4Em / 4Eo = Em / Eo = m
m=B-A/B+A

6.1.4 INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE MODULAÇÃO NO SINAL MODULADO

Sabemos que o índice de Modulação é a relação entre as amplitudes do sinal


modulante e da portadora. Sabemos também que as amplitudes do sinal modulado são
funções daquelas duas outras amplitudes. Desta forma, a relação dada pelo índice de
modulação é extremamente importante na determinação da forma de onda do sinal modulado.

A) 0 < 1>Em <EO< p>


O gráfico fica como mostrado anteriormente. Este é o caso mais comum de transmissão em
AM – DSB
B) m = 1 = > Eo = Em
Existe o tangenciamento da envoltória no eixo dos tempos.

C) m > 1 = > Em > Eo


Ocorre a passagem da envoltória através do eixo dos tempos.

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Para este tipo de caso não existe demodulador que consiga recuperar a informação a partir do
sinal modulado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1) Em AM o espectro do sinal não é alterado, mas apenas transladado para freqüência wc


da portadora ( nova origem). Desta forma o espectro pode ser alocado e várias rádios
podem transmitir simultaneamente.
Comercialmente tem – se 540KHz < fc <1600KHZ
Ф

fc1 fc2 fc3 f


Obs.: Um filtro BPS deve ser utilizado no receptor para selecionar a estação que deseja captar.

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2) Como podemos perceber acima os sinais modulantes de vem ter banda limitada para
que não haja superposição do espectro de duas estações adjacentes.
Ф

fc1 fc2 f
Obs.: Em AM o sinal modulante tem banda limitada de 5KHz, o que é suficiente par a voz, mas
não para o som de alta fidelidade
3) A modulação AM dobra a largura de banda exigida para o sinal original.

6.1.5 Circuitos Moduladores AM-DSB

É responsável por gerar um sinal AM-DSB a partir de um sinal de informação e de uma


onda portadora
(a) MODULADOR SÍNCRONO A DIODO
Seu princípio de funcionamento é baseado no fato de que um sinal amostrado por uma
função do tipo "chave síncrona" gera uma série de harmônicos, que podem ser
convenientemente recuperados por uma filtragem passa-faixas. A figura abaixo mostra um
circuito típico que executa a modulação síncrona AM-DSB, onde R1,R2eR3 formam um
somador resistivo, o diodo D1 executa o papel de chave síncrona de freqüencia fo e o conjunto
de indutores e capacitores a seguir formam um circuito sintonizado em w o que retira, de todo o
espectro disponível no sinal chaveado, as raias necessárias para a formação do AM-DSB.

A análise do circuito pode ser feita facilmente a partir das formas de ondas nos
principais pontos, destacados na figura acima por 1,2,3 e 4. Na figura (A) temos o sinal da
portadora aplicado ao ponto 1 e na figura (B) o sinal modulante aplicado ao ponto 2. Esses dois

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sinais somados ponto-a-ponto são observados no ponto 3 e mostrados pela figura (C). A
função chave síncrona executada po D1, em conjunto com o efeito de oscilação sintonizada em
w o feita pelo filtro pass-faixa resulta no sinal modulado em AM-DSB do ponto 4 apresentado
na figura (D).

(b)MODULADOR SÍNCRONO A TRANSISTOR

Obedece a um princípio de funcionamento absolutamente idêntico ao do modulador


síncrono a diodo, com única ressalva que o chaveamento síncrono com a frequência da
portadora é agora feito pela junção base-emisor de um transistor. A figura abaixo mostra um
circuito típico de aplicação de um modulador síncrono a transistor.

O transistor da figura acima é não-polarizado com nível DC propositadamente , pois o


efeito de chaveamento só pode ser obtido se o transistor funcionar em estados de
corte/condução, o que não seria possível se houvesse uma pré-polarização. Uma rápida
análise das formas de onda nos pontos estratégicos do circuito permite compreender seu
funcionamento com uma certa facilidade.

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A figura (A) mostra um sinal da portadora, aplicado à base de T1 e a figura (B) mostra o
sinal de informação, aplicado ao emissor de T1. Assim, a tensão VBE será a diferença entre os
sinais, mostrados na figura (C).
Quando o transistor recebe entre base e emissor um tensão do tipo da figura (C), a sua
operação resume-se praticamente à de um diodo, gerando uma corrente de coletor composta
por pulsos proporcionais à diferença entre eo(t) e em(t). Estes pulsos de corrente excitam o
circuito LC formado por L/C3 e L/C4, dando a tensão de saída mostrada na figura (D).

Uma observação interessante é que caso tivéssemos no lugar do filtro LC um resistor,


tanto no modulador a diodo quanto no modulador a transistor, teríamos o espectro mostrado a
seguir, porém com a ação do filtro LC(passa-faixa) na saída do circuito teremos apenas a parte
separada pelo pontilhado no desenho, onde vemos que este é um sinal AM-DSB.

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6.1.6 TRANSMISSOR AM-DSB

O diagrama de blocos proposto a seguir é, a princípio, a base sobre a qual se apoiam a


maioria dos transmissores comerciais de AM-DSB, encontrados nas emissoras de rádio.

A figura acima mostra um bloco já conhecido, o modulador AM-DSB, que pode ser a
princípio qualquer um dos dois tipos estudados. O amplificador e o Pré-Amplificador de Áudio
são blocos de análise relativamente fáceis por ser resumirem a transmissores em operação
com amplificadores de pequenos sinais, que devem ser de conhecimento do leitor. O oscilador
de Rádio já foi estudado anteriormente. Já os Amplificadores de radiofreqüência merecerão
uma análise mais detalhada no item que diz respeito aos receptores AM-DSB.
A análise do diagrama de blocos como um todo é bastante simples e rápida: o oscilador
gera um sinal senoidal de alta freqüência e pequena amplitude. O microfone capta o sinal de
áudio de informação e assim temos os dois elementos básicos para gerar o sinal modulado.
Ocorre que o modulador funciona como carga tanto para o oscilador como para o microfone
(que por si só já necessita uma pré-amplificação). Uma carga dinâmica na saída do oscilador
pode causar alteração na freqüência de oscilação e como essa freqüência é a própria
portadora qualquer oscilação seria indesejável. Justamente, por isso, é colocado um
amplificador de RF na saída do oscilador, pois ele consegue isolá-lo da carga e adaptar os
níveis de tensão entre oscilador e modulador. Da mesma forma, é necessária a utilização de
um amplificador para a o sinal de áudio, a fim de tornar o nível de saída do pré-amplificador de
microfone compatível com o nível de entrada do circuito modulador.
Em algumas aplicações seria suficiente a amplificação dada ao sinal pelo próprio
circuito modulador, sendo que nesses casos, sua saída seria ligada diretamente à antena .
Ocorre que em muitos casos, a potência entregue à antena é bastante elevada, tornando-se
necessária a colocação de um ou mais estágios de amplificação de potência, sintonizados na
frequência da portadora. Esses estágios de amplificação são normalmente valvulares,

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conseguido potências da ordem de algumas Kilowatts e as técnicas de construção dos
equipamentos de transmissão chegam a usar inclusive trocadores de calor para a refrigeração
das válvulas amplificadoras de radiofreqüência.

6.1.7CIRCUITO DEMODULADOR AM-DSB

Um circuito demodulador é responsável por recuperar um sinal de informação, ou sinal


modulante, a partir de um sinal modulado AM-DSB recebido na antena.

a) Detetor de envoltória

É um dispositivo cujo circuito é mostrado na figura abaixo:

Nesse circuito, o papel da chave síncrona é executado pelo diodo detetor e o circuito
RC colocado a seguir cumpre seu papel de filtro passa-baixas. Uma análise mais detalhada do
funcionamento do circuito é feito pela figura (A), onde temos o sinal modulado em AM-DSB, na
figura (B) temos o que aconteceria com aquele sinal ao passar pela retificação imposta pelo
diodo, sem a colocação do capacitor C. Na figura(C) temos a tensão que se observa nos
terminais de saída, já com a colocação do capacitor e na figura (D), a tensão de saída
idealizada pois como a frequência da portadora é muito maior que a do sinal modulante, a
tensão de saída pode ser suposta uma cossenóide pura, somada a um nível DC (valor médio)
que pode ser facilmente eliminado por um acoplamento capacitivo feito em um estágio
posterior do receptor, como será visto adiante.

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Um cuidado deve ser tomado no cálculo da constante de tempo RC do filtro passa-


baixas do detetor, pois se tivermos a constate de tempo muito alta, a envoltória sofrerá um
descolamento na demodulação e se RC for muito baixo teremos uma filtragem insuficiente da
envoltória.
Uma regra prática que permite o cálculo da constante de tempo do filtro passa-baixas é
dada pela equação abaixo, onde a presença do índice de modulação na fórmula tende a
adequar a sensibilidade do filtro à porcentagem de modulação efetuada.
Como o índice de modulação é normalmente igual a 1(100%), a equação se reduz, via
de regra, a um simples cálculo de freqüência de corte de um filtro passa-baixas.

onde fmmáx é a máxima freqüência do sinal modulante, que em


radiodifusão comercial AM-DSB. é de 5KHz.

6.1.8 O RECEPTOR AM-DSB

É natural imaginar que apenas o demodulador ou detetor de envoltória seria suficiente


para recuperar o sinal de informação modulado em amplitude. Só não se pode deixar de
lembra que isso só seria possível se apenas uma estação estivesse transmitido. Se várias
estações transmissoras enviarem sinais AM-DSB para o espaço, o detetor, sozinho, não terá
condições de selecionar uma dentre as várias emissoras e recuperaria um sinal praticamente
ininteligível .
Desta forma, um receptor AM-DSB básico consiste de 3 etapas : uma etapa seletora,
capaz de escolher dentre várias estações, uma etapa detetora , capaz de recuperar o sinal de
informação a partir do sinal modulado e uma etapa amplificadora, para tornar o sinal
recuperado audível para a pessoa que recebe a informação.
Com base nessa linha de raciocínio, foi dado o primeiro passo no sentido de se realizar um
receptor AM-DSB, criando-se o:

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6.1.9 Receptores Am
RECEPTOR DE RÁDIO-FREQUÊNCIA SINTONIZADA (RFS)

O receptor de RFS ou regenerativo é apresentado no diagrama de blocos da figura


abaixo:

É importante observar que os dois estágios de amplificação de rádio-frequência são


estágios sintonizados em uma frequência definida, correspondente à estação que se deseja
receber. Desta forma,é necessário o uso de um filtro passa-faixas em cada um dos
amplificadores de RF, sendo esse filtro passa-faixas composto de um circuito LC.
Sabemos que o fator de qualidade de um filtro LC não pode ser maior que o fator de qualidade
de cada um dos seus componentes e que é normalmente o indutor quem limita o fator de
qualidade (Q) do filtro LC . Temos que, para um indutor:

Podemos afirmar que num filtro de RF o fator de qualidade Q permanece praticamente


constante em toda a faixa de recepção. Isto parece um tanto absurdo, pois se a freqüência
aumentar XL também aumentará e, com Rs constante, Q ficará cada vez maior. É exatamente
aí que se situa o grande engano, pois na faixa de RF a freqüência é suficiente alta para que
comece a surgir o 'efeito pelicular' que consiste na passagem da corrente elétrica pela periferia
do condutor, ficando sua porção central sem função alguma. Isso diminui a secção transversal
útil do condutor e assim sua resistência própria, ou seja, Rs aumentará com o aumento da
freqüência.
A partir dessa explanação, podemos citar o primeiro ( e talvez o fundamental ) problema
do receptor de RFS, que é o fato da seletividade variar ao longo da faixa. A gama de
frequências reservadas para rádio-difusão comercial AM-DSB é de 535 KHz a 1650 KHZ e a
faixa reservada para cada estação é de 10 KHz. Se observarmos que a relação entre ao
frequências de cada extremo da faixa é:

Podemos determinar um 'Q'para que, no extremo inferior da faixa, a banda passante


esteja de 10 KHz. Como a relação:

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é válida se multiplicarmos a freqüência de ressonância por 3,1 chegamos ao extremo superior
da faixa com uma banda passante de 3,1 X 10 = 31 KHz, o que possibilita a passagem de três
estações simultaneamente!
Naturalmente, nos primórdios das transmissões AM, a quantidade de estações era
suficientemente pequena para que esse fato não fosse relevante, mas com aumento de
estações transmissoras, esse inconveniente foi se fazendo sentir cada vez mais.
O segundo problema do receptor regenerativo (RFS) reside no fato do ganho dos
amplificadores aumentar com o aumento da freqüência, pois como o filtro LC é a carga do
amplificador transistorizado, na ressonância sua impedância será igual a Rp e já que Rp
aumenta juntamente com a freqüência, o ganho do estágio amplificador tende aumentar
também..
Um terceiro problema do receptor no fato de se usarem dois (ou as vezes até mais)
estágios sintonizados de RF, pois se usássemos apenas um estágio, seu ganho e sua
seletividade não seriam suficientes e ao se usar mais de um estágio torna-se bastante difícil
fazer com que os vários filtros operem exatamente na mesma freqüência ao longo de toda a
faixa de recepção, mantendo a viabilidade prática e econômica do projeto do receptor.
Em vista dessa razoável quantidade de inconvenientes, surgiu a necessidade de se criar um
novo tipo de receptor, um pouco mais sofisticado, que foi chamado:

RECEPTOR SUPER-HETERODINO

É uma
evolução do receptor de RFS e que hoje permanece como padrões em receptores comerciais
AM-DSB. A figura abaixo mostra um diagrama de blocos típicos desse tipo de receptor.
A fim de evitar a alteração da banda passante com a variação da freqüência, neste tipo
de receptor a maioria dos circuitos sintonizados funciona em uma freqüência fixa e pré-
determinada, chamada freqüência intermediária (FI). Isso é possível já que a etapa de RF é um
filtro que seleciona a estação desejada e, em conjunto com ela (como mostra a linha tracejada
da fig. acima), é variada a freqüência de oscilação do oscilador local. Essa variação simultânea

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é conseguida utilizando-se um capacitor variável de dupla seção, onde os eixos que efetuam a
variação das duas capacitâncias são mecanicamente interligados.
A função executada pelo misturador é de simplesmente de efetuar o produto entre as
duas tensões por ele recebidas, ou seja, o produto entre o sinal da emissora recebida e o
selecionado pelo oscilador local. Como a frequência do sinal gerado pelo oscilador local varia
juntamente com a frequência de sintonia da etapa RF é possivel manter a diferença entre elas
sempre constante e igual à freqüência intermediária. Desta forma teremos sempre:
foL= fRF + FI
Onde:
fol = freqüência do oscilador local
fRF = freqüência de sintonia da etapa RF
RI = freqüência intermediária
Desta forma, se na etapa de RF sintonizarmos um sinal cuja expressão é:
e ( t ) = [ Eo + em ( t ) ] . cos w ot
e cujo espectro é dado na figura ( A ), teremos o oscilador local gerando em sinal do
tipo:
eoL(t ) = EOL . cos w OL ( t )
cujo espectro é dado pela figura ( B ). O misturador vai gerar, em sua saída, o sinal:
emix ( t ) = E ( t ) . EOL ( t )
emix ( t ) = [ EO + em ( t ) ] . cos w ot . EOL . cos w OLt
emix ( t ) = EOL . [ EO + em ( t ) ] . cos w OLt . cos w ot
6.2 MODULAÇÃO AM - DSB/SC

A modulação AM - DSB/SC surgiu como uma forma de se economizar a potência


utilizada pela portadora no sistema AM-DSB, que é no mínimo 67% da potência total do sinal
modulado.
O sistema AM-DSB/SC tem por princípio para economia de potência, a supressão da
portadora, fazendo com que a potência do sinal modulado seja destinada às raias de
informação.
A obtenção desse sinal é simples e baseia-se na propriedade trigonométrica de que um
produto entre duas cossenoides gera outro par de cossenoides com freqüência da soma e da
diferença entre as freqüências das cossenoides originais.
Assim:
onde:
K = constante do modulador, que permite a multiplicação de duas tensões resultar em outra
tensão.
Expressão do sinal modulado em AM – DSB/SC

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Exemplo do sinal modulado em AM – DSB/SC


Análise dos Espectros

1) Sinal modulante 2) Portadora

3) Sinal modulado 4) Potência do sinal AM-DSB/SC

6.3 AM-SSB-SC ou SSB.


Como a informação contida nas duas bandas é exatamente a mesma, basta transmitir
apenas uma delas, por meio de um filtro (ou outros meios), resultando numa transmissão
chamada AM-SSB (Amplitude Modulation Single Side Band).
Como a portadora não contém nenhuma informação, também pode ser eliminada (com
uso de modulador de produto ou modulador balanceado), resultando em economia de potência
no transmissor, e numa transmissão chamada AM-SSB-SC (Single Side Band-Suppressed
Carrier), ou simplesmente SSB, podendo a banda ser a USB ou a LSB. É evidente que neste
caso a portadora deverá ser reconstituída no receptor e na posição (freqüência) exata para
poder fazer a transposição espectral inversa, ou seja, demodular o sinal, recolocando-o na
posição original no espectro. Por isso, o receptor SSB é mais complexo que um receptor AM
que não precisa reconstituir a portadora, pois ela é transmitida junto com as bandas laterais.

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A modulação AM, portanto permite fazer uma transposição espectral da


informação, mudando o seu espectro de baixas freqüências para freqüências maiores, em
torno da freqüência da portadora. A demodulação consiste em fazer a transposição inversa,
recolocando a informação na posição original no espectro:

Conclusão interessante sobre AM: Quando pretendemos modular a amplitude de uma


onda chamada portadora, na verdade a amplitude desta onda portadora permanece
constante e aparecem duas novas ondas, as raias ou bandas laterais, que somadas a
portadora resultam numa onda composta e com amplitude proporcional ao valor instantâneo
do sinal modulante, ou seja, modulada em amplitude. Portanto, não é a portadora que está
modulada em amplitude, mas a onda composta resultante da soma da portadora pura mais
as bandas laterais.

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7. Modulação em Freqüência

A modulação em freqüência consiste e alterar a freqüência da portadora de acordo com


o sinal modulante. O FM faz parte de uma classe de esquemas de modulação conhecidos por
modulação angular. Um sinal modulante senoidal de freqüência fm e amplitude máxima Am ,
modula uma portadora FM gerando o seguinte sinal modulado :

onde :
Ac - amplitude máxima da portadora
wc - freqüência angular da portadora
kf - constante relativa ao modulador
A relação entre a amplitude máxima da mensagem e a banda (W, usualmente sua
freqüência máxima) do sinal modulante (que, no caso geral, não é senoidal) é dada pelo índice
de modulação, β f : [1]

(2-0)

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onde ∆ f é o máximo desvio de freqüência do sinal modulado em torno da freqüência da


portadora.
A banda de transmissão é dada, aproximadamente, por :
B = 2(β f + 1).W (2- 28 )
De ) surgem duas possibilidades : [7]
- se β f << 1 → B ≅ 2W → chamado FM faixa estreita
- se β f >> 1 → B ≅ 2∆ f → chamado FM faixa larga
No FM faixa larga, mais bandas laterais (em relação à portadora) são necessárias para
compor o sinal modulado. O FM faixa estreita é especialmente interessante em comunicações
móveis (se comparado ao FM faixa larga), onde é crítica a limitação de espectro.
A modulação em freqüência oferece muitas vantagens sobre a modulação em
amplitude, o que a torna a melhor escolha para sistemas celulares analógicos. O FM apresenta
maior imunidade a ruído se comparado ao AM. Como os sinais são representados por
variações de freqüência, e não de amplitude, os sinais FM são menos susceptíveis a ruídos
tanto gaussianos como impulsivos, que tendem a causar flutuações na amplitude do sinal.
Essa característica da modulação FM também pode explicar sua vantagem no que se refere a
desvanecimentos por multipercurso, que causam flutuações rápidas no sinal, gerando efeitos
mais sérios em sinais AM.
Em sinais FM é possível se estabelecer um compromisso entre banda ocupada e
desempenho quanto a ruído. O índice de modulação, que possui ligação direta com a banda
que será ocupada pelo sinal modulado, pode ser alterado para que se obtenha uma melhor
relação sinal-ruído na saída do receptor. Sob certas condições, a relação sinal-ruído pode
aumentar em 6 dB a cada duplicação da banda ocupada pelo sinal FM. Essa é talvez a maior
vantagem da modulação FM sobre a AM. [1]
Por ser um sinal de envelope constante (pois a variação está na freqüência, e não na
amplitude), a potência transmitida em um sinal FM é constante independente do nível do sinal
modulante. Essa característica permite o uso de amplificadores eficientes para a amplificação
de potência dos sinais de RF, uma grande vantagem quando se pensa em economia de bateria
no terminal móvel. [1]
A modulação FM também apresenta o chamado efeito de captura (capture effect). Se
dois sinais na mesma faixa de freqüências são recebidos, apenas o que possuir maior nível de
recepção será aceito e demodulado. Essa característica torna sistemas FM muito robustos
quanto a interferência co-canal. [1]
Entre as desvantagens estão: maior banda necessária para se obter as vantagens de
melhoria na relação sinal-ruído na saída do receptor e de efeito de captura; os equipamentos
de transmissão e recepção FM são mais complexos que os de AM; em algumas situações, o
AM pode superar o desempenho do FM em condições de baixos níveis de recepção, uma vez

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que, no FM, os sinais devem chegar ao receptor com um nível acima de um nível mínimo
(limiar) de recepção, determinado pela qualidade desejada.

7.1 FM faixa estreita

Quando o índice de modulação é muito pequeno, a variação da frequência


instantânea da onda portadora não é percebida no gráfico no domínio do tempo, mas as
faixas laterais superior e inferior são visíveis no gráfico no domínio da frequência.
Para b < 0,1, a largura de faixa ocupada pelo sinal FM é a mesma do sinal AM para
o mesmo sinal modulador. Neste caso tem-se o sinal FM faixa estreita

7.2 FM faixa larga


Quando o índice de modulação é muito pequeno, a variação da freqüência
instantânea da onda portadora não é percebida no gráfico no domínio do tempo, mas as faixas
laterais superior e inferior são visíveis no gráfico no domínio da freqüência.
Para b < 0,1, a largura de faixa ocupada pelo sinal FM é a mesma do sinal AM para
o mesmo sinal modulador. Neste caso tem-se o sinal FM faixa estreita

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8. Técnicas de Modulação Digital

Quando se transmite um feixe digital, o sinal original é convertido em uma forma


analógica A(t) cos (wt + θ ). As características desse sinal são amplitude, freqüência e fase;
dessa forma, pode-se alterar qualquer uma dessas três características para se formular um
esquema de modulação (como nas modulações analógicas). As três formas básicas de
modulação usadas na transmissão de sinais digitais são :
- Chaveamento de amplitude (amplitude shift keying) – ASK;
- Chaveamento de freqüência (frequency shift keying) – FSK;
- Chaveamento de fase (phase shift keying) – PSK.
Se w e θ permanecem inalterados, tem-se ASK. Quando A(t) e θ não são
modificados, tem-se o FSK binário, ou M-ário. Finalmente, quando A(t) e w não são alterados,
é obtido o PSK binário, ou M-ário. Há ainda os esquemas híbridos, onde duas características
são alteradas a cada novo símbolo. O método híbrido mais comum é obtido fixando-se w e
fazendo variar A(t) e θ . O esquema assim produzido é conhecido por Modulação de Amplitude
em Quadratura (Quadrature Amplitude Modulation) – QAM. Cada um dos esquemas de
modulação obtidos resultam em diferentes mecanismos de transmissão e recepção (mais ou
menos sofisticados), diferentes larguras de banda ocupada e diferentes taxas de erro.

ASK
Na técnica ASK, a modulação ocorre através de mudanças na amplitude da portadora.
É transmitido um de dois sinais: s0(t) = 0, para o binário “0” e s1(t) = A cos (w0t), para o binário
“1”. É possível agrupar-se bits em símbolos, de forma a se obter esquemas ASK M-ários,
porém esses esquemas não são muito usados pelo Características:
fato de outros esquemas apresentarem melhor • Facilidade de modular e
desempenho quanto à taxa de erros. demodular;
• Baixo custo de implementação;
Apostila de Transmissão de Sinais – Técnico em Telecomunicações 40
• Sensível à ruídos;
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PSK
Esse esquema baseia-se na alteração da fase da portadora, de acordo com a
informação a ser transmitida. O esquema de modulação PSK oferece boa flexibilidade em
termos de compromisso entre banda necessária e taxa de erro, gerando assim uma grande
variedade de esquemas de modulação com base no PSK original.
No PSK binário, a representação dos bits se dá da seguinte forma: s0(t) = A cos (wt),
para o bit “0” e s1(t) = A cos (wt + π ), para o bit “1”. Em um esquema de modulação PSK M-
ário, são necessárias M diferentes fases, sendo que a cada log 2M bits é gerado um símbolo,
transmitido através de um sinal da forma A cos (wt + θ j ), j = 1, ..., M.

A seguir são apresentadas algumas técnicas que se usam do conceito PSK.


BPSK
Esse é o esquema PSK binário já citado. Apresenta o mesmo desempenho quanto à
taxa de erros obtido pelo esquema ASK. Isso pode ser explicado pelo fato de que,
representando-se os sinais BPSK da seguinte maneira: s0(t) = A cos (wt) e s 1(t) = -A cos
[8]
(wt) , nota-se que o BPSK é constituído de sinais ASK com amplitude A e –A.
QPSK
Esquema PSK em quadratura. É criado através da definição de quatro sinais, defasados
de 90 . Cada uma das quatro fases possíveis representa dois bits de informação (2 2 = 4), ou
0

seja, há dois bits por símbolo. A representação geral de um conjunto de sinais com modulação
QPSK é da forma : [5]
si (t) = A cos [ wt + (i-1)π /2 + λ ] (2-0)
onde :
i = 1, 2, 3, 4
λ - fase inicial.

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São gerados, dessa forma, sinais com fases λ , λ +π /2, λ +π e λ +3π /2.

Definindo φ i como sendo a fase instantânea :

(2-0)
Assim,
si (t) = A cos (wt + φ i) (2-0)
e expandindo o cosseno da equação, tem-se
si (t) = Ii A cos (wt) – Qi A sen (wt) (2-0)
onde :

(2-0)
O sinal pode ser visto então como duas portadoras em quadratura, com amplitudes A
cos φ i e A sen φ i . [5]

A probabilidade de erro no esquema QPSK é a mesma do esquema BPSK. Então, se


comparado ao BPSK, o QPSK provê o dobro de eficiência de uso da banda (insere dois bits em
um símbolo) e a mesma eficiência de energia (mesma probabilidade de erro). [5]
Esquemas QPSK melhoram a eficiência de uso da banda, porém, requerem deteção
[1]
coerente (recuperação de informação de freqüência e fase da portadora ). Em ambientes
sujeitos a desvanecimentos multipercurso (típico dos ambientes de comunicação celular), o uso
de demodulação coerente resulta, em geral, em um pobre desempenho se comparado a
demodulação não-coerente. [8]
Através da simples rotação da constelação, pode-se obter diferentes conjuntos de sinais
QPSK.

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9. Sistemas Pulsados

9.1 Digitalização de sinais analógicos

AMOSTRAGEM QUANTIZAÇÃO CODIFICAÇÃO

Amostragem – consiste em se tomar amostras de um sinal tipo trem de pulso.

fa ≥ 2fm

fa = 2fm + B.G.
( banda de guarda)

fa = freqüência de amostragem
fm = freqüência máxima do sinal
amostrado

9.2 Sinal PAM ( Pulse Amplitude Modulation)

Modular em amplitude um sinal trem de pulsos com base num sinal de informação.

Vantagem : O sinal não é digital, por isso é útil para


multiplexação por divisão no tempo ( TDM).
Desvantagem : É suceptível a ruído;
Tem grande conteúdo em baixa freqüência, por isso não
é habitualmente transmitido.

• PAM/AM – Consiste na modulação AM de um sinal PAM.


• PAM/FM – Consiste na modulação FM de um sinal PAM

9.3 Sinal PWM ( Pulse Width Modulation)


O valor da amostra dá a largura do pulso

10. HIERARQUIAS DE MULTIPLEXAÇÃO DIGITAL -SDH / PDH

O PCM primário (2Mbps) é adequado em pequenas distâncias. Para maiores distâncias é


necessário maior multiplexação a fim de agregar maior número de canais.

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Os sistemas de comunicação digital atuais integram técnicas de transmissão e comutação
digitais, por isto também são chamados de RDI (Rede Digital Integrada). As hierarquias de
multiplexação associadas a esses sistemas, conforme a recomendação G.702, são o PDH
(Plesyochronous Digital Hierarchy) e o SDH (Synchronous Digital Hierarchy), na Europa, ou
SONET (Synchronous Optical Network), nos EUA. Esses sistemas são descritos brevemente a
seguir. Vale observar que o Brasil segue a norma do padrão Europeu.
• PDH: os diversos tributários possuem relógios independentes e com freqüência
aproximadamente igual (plesio, do grego, quase igual ).
• SDH / SONET: é um sistema totalmente síncrono que vem substituindo gradativamente o
PDH. Algumas das recomendações da série G do ITU-T que tratam das características da
hierarquia de multiplexação digital pública estão descritas a seguir.
• G.701: Definição de um vocabulário de termos para aplicação em Transmissão
Digital,
• G.702: Hierarquias Digitais e taxas de bit associadas.
• G.703: Características físicas e elétricas das interfaces na Hierarquia Digital.
• G.704: Estruturas de quadros síncronos dos níveis 1 e 2 da Hierarquia Digital.
• G.706: Procedimentos relacionados com alinhamento de quadros e CRC, em estruturas
básicas de quadro.
• G.711: Multiplexação e Pulse Code Modulation (PCM).
Das recomendações sobre características principais de equipamentos de multiplexação
primária, destacam-se as seguintes:
• G.734: Características de um equipamento multiplex digital síncrono operando a 1544 kbit/s
• G.735: Características de um equipamento multiplex PCM primário, operando a 2048kbit/s,
com acesso digital síncrono a 384 kbit/s e/ou 64 kbit/s.
• G.736: Características de um equipamento multiplex digital síncrono operando a 2048 kbit/s.
A seguir serão detalhados os principais aspectos dessas hierarquias.
A multiplexação consiste em utilizar um mesmo meio de transmissão para enviar um
grande número de canais simultaneamente.
Os dois tipos principais de multiplexação digital são o PDH e o SDH, que usam
como quadro básico de suas estruturas o PCM.

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10.1 Hierarquia Digital Plesiócrona (PDH)

A tabela a seguir mostra, de acordo com a recomendação G.702, a designação de cada


hierarquia atual no sistema PDH, bem como suas taxas de bit e número de canais de voz
digitais (64Kbps) de cada uma.

A figura a seguir mostra graficamente:

Em cada nível de multiplexação é levado em conta o fato de que os relógios dos


tributários, além de serem distintos, não são exatamente iguais, mas quase iguais dentro de
certa tolerância, por isso chamado sinais plesiócronos (ou seja, plesio, do grego, quase igual).
A figura a seguir ilustra isso.

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O multiplexador amostra cada tributário a uma taxa máxima de relógio permitida e,


quando não há nenhum bit no registrador de entrada, porque os bits vêm a uma taxa um pouco
menor, é adicionado um bit de enchimento (stuff bit) no fluxo de bits agregado. É claro que
existe um mecanismo que sinalizará ao demultiplexador que foi feito um "enchimento" e que
este bit deverá ser retirado do fluxo na recepção.
O quadro do E2 é mostrado a seguir [MOE 97]. Possui um total de 848 bits (4x212).


♦ PAQ: Palavra de Alinhamento do Quadro: 1111010000
♦ BS: Bits de Serviço
♦ BI: Bits de Informação (dividido igualmente para cada entrada: 50 bits, 52 bits ou 51
bits)
♦ C1 a C4: Bits de controle de justificação do tributário 1 a 4. Ci em “1” indica que Ji
contém bit de enchimento. Ci em “0” indica que Ji contém bit de informação. Os bits de
controle são triplicados a fim de criar uma certa tolerância a falhas. O receptor assume
que a maioria está correta.

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♦ J1 a J4: Bits de justificação do tributário 1 a 4. Pode significar enchimento (caso a taxa


do tributário seja mais lenta que a taxa de saída) ou informação (caso a taxa do
tributário seja mais rápida que a taxa de saída).

Exercício 1: qual o overhead (em bit/s) de sinalização e sincronismo no PDH Europeu


para os canais E1?
Exercício 2: No E2, calcule o número de quadros por segundo e a duração
aproximada de cada quadro.

10.2 Hierarquia Digital Síncrona SDH / SONET

Tendo em vista as diferenças entre os sistemas PDH europeu, americano e japonês,


tornase difícil a interligação desses sistemas num sistema de comunicação digital mundial
unificado.
Esse fato, além de outros fatores (como a dificuldade de conseguir altas taxas de
transmissão com relógios “quase iguais”), contribuíram para a definição de um novo sistema de
comunicação digital, que desse suporte para a transmissão em altas taxas, além de perfeita
compatibilidade entre as diversas hierarquias de multiplexação digitais existentes. Também
foram fatores decisivos a necessidade de maior flexibilidade e confiabilidade desses sistemas,
além de facilidades de gerenciamento, reconfiguração e supervisão, enfim, um sistema dentro
do conceito de Rede Inteligente.

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Esse novo sistema é conhecido como Hierarquia Digital Síncrona, SDH (Synchronous
Digital Hierarchy) (europeu), ou SONET (Synchronous Optical Network) (americano). A
principal característica dele, como diz o próprio nome, é o fato de que é totalmente síncrono
baseado em um relógio mestre universal com precisão atômica.
Para compatibilização, os canais digitais do sistema PDH, após passarem por um processo de
adaptação, podem trafegar pelos canais síncronos de alta velocidade do sistema SDH/SONET.
Por volta de 1985, o comitê T1X1 da ANSI, desenvolveu as primeiras interfaces para troncos
óticos de alta velocidade baseados em fibra ótica, conhecidas como SONET. A partir de 1988,
muitos dos estudos, interfaces e propostas da SONET foram acolhidas pelo ITU-T através das
recomendações G.707, G.708, e G.709, tornando-se desta forma um padrão mundial
conhecido como SDH do ITU-T.
Na tabela a seguir tem uma comparação entre a Hierarquia Digital Síncrona SDH
européia e o SONET americano equivalente. A principal diferença entre os dois sistemas é em
relação à estrutura do quadro do canal básico, a partir do qual é estruturada a hierarquia de
multiplexação, e à designação dos diversos canais. Enquanto o SONET inicia com um canal
chamado STS-1, de 51,84 Mbit/s, o sistema SDH começa com um canal designado de STM-1,
de 155,52 Mbit/s.

Na figura a
seguir é apresentado
a estrutura genérica de um quadro STS-n do SONET, em que n indica o número de canais
básicos multiplexados em cada nível da hierarquia de multiplexação digital, conforme é
mostrado na tabela acima. A duração de um quadro STS ou STM é sempre de 125 μs, e seu
tamanho em octetos varia de acordo com o nível de multiplexação. Tanto o STM como o STS
possui um campo de informação útil chamado de Synchronous Transport Envelope (SPE), que
é inserido de forma variável em relação ao tempo, dentro da estrutura síncrona do STM/STS.

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Além do campo de informação útil (payload), os quadros STM/STS possuem mais três
campos de informação ou cabeçalhos, os quais contêm informação para cada um dos
protocolos dos três níveis da rede síncrona: rota, linha e seção, e que por isso também são
chamados de:
♦ section overhead (SOH): informações de sincronismo de quadro entre outras;
♦ line overhead (LOH): utilizado para multiplexar e demultiplexar as Unidades Administrativas
(utilizado para compatibilizar SDH e PDH)
♦ path overhead (POH): O POH e o payload formam o campo do SPE, cujo início pode flutuar
em relação à estrutura síncrona fixa do SDH/SONET. Os cabeçalhos LOH e o SOH estão
localizados na parte fixa do quadro STM/STS. No nível de linha é feita a multiplexação e por
isso os ponteiros (bytes H1, H2, H3), que implementa o mecanismo de adaptação entre o
relógio do tributário e o relógio mestre do sistema SDH, estão localizados neste cabeçalho.
O número de bytes associados a um determinado quadro, e o número de bytes dos
diversos campos que o compõem, varia em cada nível de multiplexação de acordo com o valor
de n. Assim, por exemplo, com n=1, obtemos o quadro STS-1 básico, que é mostrado na figura
a seguir.

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Já um quadro STS-3, n=3, possui um total de 3x90x9=2430 bytes e um campo de SPE
de 3x87x9=2349 bytes como pode ser observado na figura a seguir. Para os diferentes
cabeçalhos teremos; POH=3x9=27 bytes, o campo LOH=3x3x6=54 bytes, e o campo
SOH=3x3x3=27. A eficiência do STS-3 pode ser calculada então como sendo; ((2430-108)/
2430)*100 = 95,55 %.
Como se observa, o STS-3 é uma versão multiplexada de 3 STS-1. Todos os quadros SONET
são derivados de SPEs de quadros básicos STS-1 (STS-12, STS-24 ...etc.).

10.3 Compatibilização entre SONET e SDH

Para que houvesse compatibilização entre o SDH (estruturas STM) e o SONET


(estruturas STS) foi definido o STS-3c que é praticamente equivalente ao STM-1 do SDH.
Lembramos que o STM-1 é o quadro básico do SDH, como mostra a figura a seguir.

A cada quadro STS-3c está associada uma banda de 155,52 Mbit/s (cada byte fornece
uma banda de 64 kbit/s). O quadro STS-3c é formado por 2430 bytes, destes, 90 são
consumidos pelo TOH (Transport Overhead), constituído pelo SOH e o LOH, o que implica que
2349 bytes são ocupados pelo SPE (Synchronous Payload Envelope) que é formado pelo POH

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(9 bytes) mais o payload propriamente dito (2340 bytes). A eficiência do STS-3c será portanto
2340/ 2430).100 = 96,296 %, superior portanto ao STS-3.
A compatibilização entre o sistema americano SONET, e o europeu SDH, se dá através
do quadro básico STM-1 do SDH (155,52 Mbit/s) e o quadro STS-3c do SONET (155,52
Mbit/s). Basicamente as duas estruturas são idênticas, a menos de diferenças menores
referentes à interpretação dos cabeçalhos SOH e LOH.
Para saber a composição de um quadro STM-n pode-se usar a seguinte expressão de
equivalência: STM-n = STS-3n
Por exemplo, o quadro STM-1 possui um total de 3x90x9=2430 bytes e um campo de
SPE de 3x87x9=2349 bytes.
10. Redes Satélites

Breve Histórico
Idéia original de Arthur C. Clarke: colocação em órbita de 3 repetidores separados a
120o sob a linha do equador a 36000 km de altitude (Geo). Os repetidores teriam a finalidade
de realizar a comunicação de rádio e tv a todo globo.
Primeiros experimentos (U. S. Army) de propagação de radiocomunicações entre 1951 e 1955
utilizando a lua, como refletor passivo. Não houve sucesso devido a grande distância entre a
terra e a lua e à falta de tecnologia para operar com sinais de baixíssima amplitude e relação
sinal/ruído.
Sputnik 1, realiza a 1a. experiência de transmissão e recepção de sinais do espaço. O
Sputnik 1 enviava para Terra sinais nas freqüências de 20 e 40 MHz, o que provava a
possibilidade de uma comunicação à longa distância.
No final de 1960, com a troca das baterias por células solares realizou-se uma
retransmissão de dados enviados da Terra.
Telstar 1 (1o. satélite de comunicações) lançado em 1962. Tinha órbita baixa e foi o
primeiro satélite de utilização comercial, patrocinado pela Corporation AT&T (American
Telephone and Telegraph).
No Brasil, a expansão da telecomunicação, começou com a família de satélites
Brasilsat, atualmente formada pelo A2 - de primeira geração - e pelos B1, B2 e B3 – de
segunda geração, lançados pela Embratel a partir de 1985.
Na década de 90, o sistema VSAT (Very Small Aperture Terminal) surgiu e se firmou no
espaço como mais um meio físico para o uso das comunicações. Utiliza uma menor banda nos
transponders, antenas menores e, em conseqüência, mais potência no enlace de subida e de
descida.
As principais aplicações globais são: Meteorologia; Fins Militares; Transmissão de
emissões rádio e TV; Comunicação e localização (ex: GPS ); Telecomunicações; Conexões de
telefones globais, etc.

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10.1 Tipos de Satélites

LEO (LowEarthOrbit – baixa órbita elíptica terrestre): abaixo dos 2000 km;
MEO (MediumEarth Orbit –média órbita elíptica terrestre): entre 5000 km e 15000 km;
HEO (High EarthOrbit – alta órbita elíptica terrestre): a partir de 20000 km (satélites
geoestacionários – GEO).

10.2 Bandas

♦ Banda ka - Faixa de freqüência de micro-onda que corresponde, no enlace de descida


dos satélites, ao intervalo de 17700 a 21200 MHz e, no enlace de subida, de 27500 a
31000 MHz.
♦ Banda ku – Faixa de freqüência de micro-onda que corresponde, no enlace de descida
dos satélites, ao intervalo de 10700 a 12750 MHz e, no enlace de subida, de 12750 a
14500 MHz.
♦ Banda L – Faixa de freqüência de micro-onda, que corresponde, ao intervalo de 1400 a
1725 MHz.

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♦ Banda C – Faixa de freqüência de micro-onda que corresponde, no enlace de descida


dos satélites, ao intervalo de 3400 a 4800 MHz e, no enlace de subida, de 5725 a 7075
MHz. Dentro desses intervalos, os satélites com transponders de Banda C comumente
utilizam a faixa de 3700 a 4200 MHz, no enlace de descida e de 5725 a 6275 MHz no
enlace de subida.
♦ Banda S – Faixa de freqüência de micro-onda que, nas transmissões por satélite,
corresponde ao intervalo de 2 a 4 GHz.
♦ Banda X – Faixa de freqüência de micro-onda, geralmente de uso militar, que
corresponde, no enlace de descida dos satélites, ao intervalo de 7250 a 7750 MHz e, no
enlace de subida, de 7925 a 8425 MHz.

10.3 Composição Básica

O Satélite é uma estação repetidora de sinal. O dispositivo responsável por essa


retransmissão é chamado de Transponder. Conjunto de componentes eletrônicos que recebe o
sinal da Terra (uplink) e após algum processamento o retransmite para o planeta (downlink).

Uplink – Transponder – Downlink

Um enlace via satélite é definido pela estação terrena transmissora, o satélite de


comunicações (transponder), o par de frequências de uplink-downlink e a estação receptora.

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Sistemas de comunicação via satélite nas Bandas Ku e Ka constituem uma tecnologia moderna
e de grande potencial em termos de serviços de telecomunicações.
Devido à freqüência elevada, serviços de telecomunicações como telefonia, dados e
televisão podem ser realizados através de redes com topologia em estrela constituídas de
estações terminais de pequeno porte denominadas de VSAT (“Very Small Aperture Terminal”),
acopladas a uma estação central mestre (“master” ou “HUB”).

Configuração Básica de um Sistema Via Satélite

O segmento terrestre compreende estações terrenas destinadas exclusivamente à


manutenção e operação do satélite e outras para o fim principal do sistema que é o serviço de
comunicação entre usuários.
♦ ET (Estação Terrena de Comunicação): destinadas aos serviços de telefonia,
comunicações de dados, transmissão e recepção de TV, etc. Constituem os
principais objetivos do sistema, sendo geralmente classificada como:
♦ HUB ou MASTER: estação central coletora e/ou distribuidora de informações de
uma determinada rede de estações remotas;
♦ REMOTA: estação terminal de usuário, classificada em:
♦ TVRO: para recepções de TV exclusivamente e VSAT: estação
transmissora e/ou receptora para telefonia, dados e TV, equipada com
antena de pequena abertura.

Redes VSAT

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Refere-se a qualquer terminal fixo usado para prover comunicações interativas ou


somente de recepção. Constituídas por 3 componentes fundamentais:
• Estações remotas (terminais VSAT)
• Uma estação master opcional (HUB)
• Satélite de retransmissão.

Os sinais recebidos do satélite são muito fracos e precisam ser amplificados. Para
minimizar a geração de ruídos no processo de recepção, é utilizado um módulo LNA (Low
Noise Amplifier). A amplificação e conversão para a freqüência adequada ao uplink são
realizadas pelo módulo Power Amplifier/Frequency Converter. Exemplos de protocolos usados
nas redes VSAT: ATM, Frame Relay, IP, X25, ISDN.

1) Transmissão VSAT1 para o satélite;


2) Transmissão do satélite para o HUB;
3) Transmissão do HUB para o satélite;
4) Transmissão do satélite VSAT2;

O outro tipo de arquitetura, menos usual, é a topologia de malha ou mesh onde


qualquer um dos terminais VSAT se comunica, por intermédio somente do satélite, diretamente
com um ou mais terminais. Este tipo de topologia é extremamente útil quando se deseja

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diminuir o tempo de atraso de uma transmissão, já que há somente um salto entre os dois
pontos.
O compartilhamento do transponder exige o uso de técnicas e protocolos de múltiplo acesso.
Algumas delas: P-ALOHA (Pure ALOHA), S-ALOHA (Slotted ALOHA), DAMA (consignação por
demanda), TDMA, FDMA e CDMA.

Técnicas e Protocolos de Múltiplos Acessos

♦ P-ALOHA: quando um dado terminal tem um quadro a ser transmitido, ele o transmite
instantaneamente, mesmo se o canal estiver sendo utilizado. O terminal “ouve” o
meio e, caso esteja ocupado, respeitando o tempo de atraso inerente, assume que
a mensagem foi enviada com sucesso. Caso contrário ele aguarda um tempo
aleatório para retransmitir o quadro. Alguns sistemas reconhecem se o quadro foi
devidamente transmitido por um ack vindo do HUB.
♦ Slotted-Aloha: tem como objetivo reduzir a taxa de colisões comparativamente com o
processo P-ALOHA se sobreponham o máximo possível. O método utilizado faz com
que as transmissões dos quadros só possam ocorrer em períodos determinados. Um
quadro não pode interferir com o outro que já esteja na metade de sua transmissão.
Este sistema praticamente dobra a eficiência em relação ao anterior. A sincronização se
dá através do relógio do HUB.
♦ O TDMA se caracteriza pela divisão no tempo do sinal processado pelo transponder. O
método mais utilizado dentro desta técnica é o TDMA-DA (Demand Assignment) onde o
HUB fica responsável por alocar o slot para a transmissão de cada terminal VSAT de
acordo com a transmissão previamente requerida. TDMA é o método mais utilizado nas
redes VSAT comerciais.
♦ Na técnica FDMA cada terminal VSAT transmite com uma portadora exclusiva. Assim,
se obtém para cada transponder a divisão em freqüência dos canais. Nas redes VSAT
que utilizam a técnica CDMA, cada terminal recebe um número pseudo-randômico (PN)
único, utilizado para codificar e decodificar suas transmissões. Vários VSAT podem
transmitir simultaneamente na mesma freqüência, sendo o sinal separado na recepção
pelo HUB.
♦ A transmissão do HUB também é codificada da mesma forma, porém um único PN é
atribuído a ele, o que permite a recepção por todos os terminais. Com o protocolo

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DAMA (Demand Assignment Multiple Access), se um terminal VSAT deseja realizar
uma transmissão, este terminal faz uma requisição de um slot no tempo ou freqüência
para fazê-la. A atribuição do slot é feita pelo NMS (NetworkManagement System) e este
somente é liberado após a conclusão da transmissão.
♦ A transmissão do HUB também é codificada da mesma forma, porém um único PN é
atribuído a ele, o que permite a recepção por todos os terminais. Este protocolo de
acesso por demanda é a técnica utilizada para os serviços de telefonia. Área de
transferência e de sinal, ou seja, um setor onde o sinal pode estar sendo captado por
um setor (neste caso um satélite).

Handover em Sistemas Satélites

Existem 4 tipos de Handover:


• Intra Satellite Handover
• Inter Satellite Handover
• Inter System Handover
• Gateway Handover

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Intra satellite handover: Ocorre quando um usuário se move de um spot beam de um satélite
para outro spot beam do mesmo satélite, esta situação ocorre uma vez que um satélite cria
vários spot beams dentro do seu footprint. O mesmo caso acontece quando o satélite se move.
Inter satellite handover: No caso de um usuário ter se movido de um footprint para outro, ou
quando o movimento do satélite provoca essa mesma situação, pode ser considerado
hardhandover ou soft-handover, no caso de a conexão anterior e a nova conexão estarem
ativas em simultâneo, situação só possivel em sistemas CDMA.
Inter system handover: Handover utilizado quando um dado usuário que possua um terminal
que suporte tanto a comunicação por satélite como a comunicação móvel terrestre, possa
comutar para a rede que em dado momento passou a estar disponível.
Gateway Handover: Situação em que o satélite e o usuário móvel possuem bom contato, mas
o satélite e o gateway não, tendo o satélite que procurar outra gateway. Os códigos Reed-
Solomon são códigos de bloco corretores de erro com uma vasta aplicação na comunicação
digital e no armazenamento de dados.

Detecção e Correção de Erros

O decodificador Reed-Solomon insere bits “redundantes” extras em um bloco de dados.


Durante a transmissão ou o armazenamento há a ocorrência de erros por inúmeras razões (por
exemplo, ruído ou interferência). O decodificador RS processa cada bloco e procura corrigir
erros e recuperar os dados originais. O número e o tipo de erros que podem ser corrigidos
dependem das características do próprio código RS.
Um código RS é especificado como RS (n,k) com s-bits. Isto significa que o codificador
utiliza k símbolos com s bits cada um, e adiciona símbolos de paridade para fazer uma palavra
de código com n símbolos. Existem n – k símbolos de paridade com s bits cada um. Cabe
esclarecer que as denominações n, k e s são inerentes a definição do código RS. O código RS
pode corrigir até t símbolos errados em uma palavra código, onde 2t = n–k, conforme a figura:

11. Sistemas de TV

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2. A Técnica: A luz e a formação da imagem na TV
2.2 - A formação da imagem na televisão

Com o conhecimento da formação da imagem no olho humano e com a união de várias


descobertas da física o homem pode dar seu passo para a invenção da TV.
As dimensões 4 para 3 da tela foram herdadas do cinema, que na época utilizava o filme de 16
mm, e apresentava este formato.
Com o tempo o cinema evoluiu para a dimensão 9 x 5, cinemascope, cinerama e outros, porém
a TV só vislumbra a mudança de formato com o surgimento da TV de alta definição.
O princípio de tudo é a luz. Tanto no cinema quanto na fotografia, a câmera possui um conjunto
de lentes que projeta sobre um elemento sensível os raios de luz refletidos pelos objetos
enquadrados. Os elementos sensíveis à luz estão dispostos no filme ou película.
Na câmera de TV, ou cinema, a córnea e o cristalino foram substituídos pelo conjunto de
lentes. A íris do olho humano nomeou a íris do conjunto de lentes, com a mesma função:
controlar a quantidade de raios luminosos que penetram nos elementos sensíveis. A retina deu
lugar à película, no caso do cinema e fotografia, e ao tubo de imagem ou CCD no caso da
televisão.
Na película, tanto do cinema quanto da fotografia, os raios luminosos sensibilizam os
elementos quimicamente fotossensíveis registrando assim a cena com seus tons de claro e
escuro. Quando na projeção, novamente uma fonte de luz passa seus raios luminosos pela
película projetando na tela os tons de claro e escuro reproduzindo as cenas registradas.
A película tem seus elementos fotossensíveis formados por minúsculos pontos dispostos lado a
lado, como se fosse um mosaico onde cada elemento é sensibilizado por um ponto da imagem
captada. Quanto mais pontos, maior número de detalhes podem ser registrados.
A televisão funciona com o mesmo princípio. A câmera de TV é composta pelo conjunto de
lentes, pelo corpo processador da luz e pelo sistema de monitoração do vídeo chamado
"viewfinder".
A luz refletida pelos objetos enquadrados é projetada através das lentes para um conjunto de
elementos sensíveis da câmera que transforma os sinais luminosos em sinais elétricos. A
semelhança com o cinema e fotografia terminam neste ponto.
Na TV estes sinais, a partir do momento que a luz é transformada em sinais elétricos, passam
a ser processados eletricamente através de amplificadores, redutores de ruído e filtros
eletrônicos, de tal forma que possam ser gravados ou transmitidos ao vivo.
Mas qual é o processo da formação da imagem na TV?
Para que a imagem possa ser formada eletronicamente, a luz projetada sobre os elementos
que transformam a luz em sinais elétricos são varridas ponto a ponto.
Vamos falar primeiro do sistema de transformação da luz em sinais elétricos utilizando o tubo
de imagem. O Tubo de Imagem, ou Tubo de Raios Catódicos - CRT, foi o primeiro sistema

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utilizado, hoje substituído com muitas vantagens pelo CCD - Charge Couple Device. Porém
para melhor compreensão deixaremos para falar do CCD quando o sistema estiver claro com o
Tubo de Imagens.

Fig. 33: Desenho esquemático do tubo da Fig, 34: Feixe de elétrons fazendo a
câmera varredura

Como no olho humano, a imagem não pode ser formada como um todo. Ela é varrida ponto a
ponto, onde cada ponto registra a intensidade de luz que aquele ponto representa no todo da
imagem. É como a pintura com a técnica do pontilhismo. Se olharmos bem de perto veremos
apenas pontos claros e escuros com seus tons intermediários. A distanciarmos o olhar da tela
percebemos que o conjunto de pontos forma uma imagem. Quanto mais pontos forem
colocados, mais detalhes percebemos na imagem.
O Tubo de Imagens é formado por um cilindro de vidro onde, de um lado tem uma superfície
construída com muitos elementos químicos individuais dispostos lado a lado formando uma
linha. Cada ponto, também chamado "pixel", é um elemento sensível à luz. A TV brasileira
trabalha com o padrão americano denominado "M", que utiliza 525 linhas para formar uma
imagem, sem movimento, completa, chamado "quadro" ou no seu termo original "frame". O
padrão de 525 linhas por quadro é utilizado devido ao sincronismo da nossa rede de energia
elétrica que trabalha com 60 Hz (sessenta hertz) como freqüência, Países onde a energia
elétrica é gerada com a freqüência de 50 Hz como Alemanha, Argentina, e outros
principalmente na Europa, o sincronismo da imagem é formada por 625 linhas por quadro e 25
quadros por segundo para dar a sensação de movimento.
Quando a luz refletida pelo objeto enquadrado é projetada sobre os elementos sensíveis, cada
elemento, ou pixel, é sensibilizado com maior ou menor intensidade, conforme a luz que bate
naquele ponto. Luz mais clara, maior sensibilização, luz mais escura, menor sensibilização.
Do outro lado do cilindro é colocado um filamento que aquece quando submetido à uma
alimentação elétrica. Logo a frente do filamento há um metal chamado cátodo, que emite
elétrons quando submetido ao calor gerado pelo filamento. Entre o cátodo e a superfície
sensível à luz há um conjunto eletromagnético chamado grade, que atrai os elétrons liberados
pelo cátodo, dando-lhes velocidade. Quando a grade dá velocidade aos elétrons, eles passam

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a se movimentar organizadamente em uma mesma direção formando um raio ou um feixe de
elétrons. Existem ainda dois eletroimãs do lado de fora do tubo, dispostos horizontalmente e
verticalmente. Estes eletroimãs tem a função de desviar o feixe de elétrons para cima e para
baixo, para direita e para a esquerda.
Quando a luz refletida pelos objetos enquadrados pelas lentes é projetada sobre o conjunto de
pixels, cada ponto é sensibilizado isoladamente desequilibrando a carga elétrica positiva e
negativa. Quanto mais clara a luz que atinge determinado pixel, maior o grau de desequilíbrio
entre cargas, quanto menor a intensidade de luz que atinge o pixel, menor o desequilíbrio de
cargas. Em seguida o feixe de elétrons em forma de raio varre cada linha passando por todos
os elementos sensíveis provocando uma compensação de cargas elétricas de tal forma a
equilibrar novamente a quantidade de cargas positivas e negativas de cada elemento.
Neste momento o diferencial de cargas de cada pixel é descarregado por um circuito elétrico
gerando diferentes níveis elétricos para cada ponto, seqüencialmente, sendo que para sinais
claros, que provocaram maior desequilíbrio de cargas, maior a intensidade elétrica; para sinais
escuros que provocaram menor desequilíbrio de carga, menor a intensidade elétrica.
Este processo, chamado de "modelo de varredura", começa no alto da tela e "varre" ponto a
ponto em cada linha, da esquerda para a direita, de cima para baixo. Cada varredura desta,
forma um quadro parado da imagem.

Fig. 35: Modelo de varredura no televisor


Esta varredura acontece uma vez a cada 1/30 de segundo e se repete 30 vezes no intervalo de
tempo de um segundo dando então a impressão do movimento, que como no cinema, é uma
sucessão de quadros parados.
A impressão que temos ao observar o movimento da imagem na TV só ocorre por uma
característica da visão chamada "persistência da visão". No olho humano, quando a retina é
sensibilizada pela luz, o cérebro recebe esta informação como se fosse uma imagem sem
movimento e imediatamente as células da retina se renovam sendo sensibilizadas pela nova
imagem que foi projetada sobre ela. Este processo demora um pequeno intervalo de tempo. É

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o tempo suficiente para que o cérebro não perceba a imagem como vários quadros parados,
mas sim como uma seqüência de movimento.
O cinema adota a projeção de 24 quadros por segundo, que já e suficiente para o olho não
perceber os quadros parados. No entanto a televisão utiliza-se de varredura eletrônica,
alimentada pela rede elétrica que é gerada a 60 ciclos por segundo ou a 50 ciclos por segundo,
conforme o país. Como os circuitos elétricos dependem de sincronização de varredura, foi
necessário criar uma padronização.
Por isso, em países como Brasil, Estados Unidos, e todos que tem sua energia elétrica gerada
por usinas onde o gerador elétrico gera energia a 60 ciclos por segundo, ou 60 Hertz, a
imagem é formada por 525 linhas de elementos sensíveis e o movimento com a projeção de 30
quadros parados para cada 1 segundo de movimento. Em países onde o gerador elétrico gera
energia a 50 ciclos por segundo, ou 50 Hz, como o Paraguai, França, Alemanha, o mosaico de
elementos sensíveis é formado por 625 linhas, sendo que são varridos 25 quadros parados
para cada 1 segundo de movimento.
Isto ocorre porque o feixe de elétrons que varre os elementos sensíveis são sincronizados para
ler a primeira linha em tempo pré-determinado tendo por base a ciclagem da energia elétrica
que alimenta o sistema. Caso esta sincronização não fosse respeitada, a imagem seria
formada com faixas escuras passando pela tela, chamadas de "batimento". Este batimento
pode ser visto com facilidade quando utiliza-se uma câmera de TV enquadrando uma tela de
computador. Como o sincronismo é diferente, surgem faixas passando pelas imagens que não
são percebidas a olho nu.
Depois que a imagem foi captada pela câmera de TV, transformadas em sinais elétricos, ela
pode ser gravada, processada ou transmitida.
No televisor ocorre o processo inverso da câmera. O tubo de imagem da TV é formado por
uma superfície de vidro banhada por um produto químico, o fósforo, que brilha quando atingido
por um feixe de elétrons. Como no tubo da câmera, o tubo da TV possui um filamento que
aquece um cátodo, que por sua vez libera elétrons quando aquecido, tem uma grade que
acelera os elétrons em uma mesma direção formando um feixe de elétrons e conta com dois
eletroímãs que movimentam o feixe de elétrons de cima para baixo e da esquerda para a
direita. A varredura que a câmera fez no momento de transformar a luz em sinais elétricos é
sincronizada no televisor. O feixe de elétrons na câmera começou a varrer os elementos
fotossensíveis na primeira linha superior, lendo linha a linha até a última linha na parte de baixo
da tela. Sincronizado com a câmera, o televisor joga o feixe de elétrons na primeira linha da
tela e varre linha a linha até a última linha na parte de baixo da tela. Como cada ponto no tubo
da câmera gerou uma intensidade elétrica, esta intensidade vai se reproduzir gerando feixe de
elétrons mais fortes ou mais fracos no tubo da TV. Para cada ponto, o feixe de elétrons toca na
camada sensível da tela, de forma que, para sinais com maior intensidade elétrica o ponto
brilha mais, para menor intensidade elétrica, o ponto brilha menos. Na visão do todo, a imagem

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passa a ser formada pela união de todos os pontos da tela como um só conjunto, sendo que os
pixels mais brilhantes formam as partes claras e os pixels menos brilhantes formam as partes
escuras de uma cena. Entre o todo claro e o todo escuro para cada ponto, estão os níveis
intermediários de luz, que formam as nuances dos tons de cinza.
A televisão trabalha com até 30 níveis distintos entre o preto e o branco. É a chamada relação
de brilho e contraste de 1:30 (de um para trinta). O cinema consegue trabalhar entre 50 e 70
níveis de cinza enquanto o olho humano distingue entre 100 e 150 níveis de cinza. Este
conceito é um componente importante para sabermos como trabalhar a iluminação,
respeitando as características técnicas da TV e que veremos mais tarde, quando explanarmos
as questões de diferença de qualidade de iluminação e fotografia entre TV e cinema.

Fig. 36: Pixels formando linhas


Mas, voltando a falar da formação da imagem, já sabemos que um quadro parado é formado
por 525 linhas, sendo cada linha formada por uma sucessão de pixels.
Mas quantos pixels formam uma linha?
A televisão transmite em torno de 450 pontos por linha. No entanto cada tipo de equipamento
de TV tem sua característica. Por exemplo, o VT doméstico VHS trabalha com
aproximadamente 180 pontos por linha; o sistema de VT profissional U-Matic trabalha entre
260 e 340 pontos por linha dependendo do modelo. Já o sistema Betacam tem em torno de
500 pontos por linha. Quanto mais pontos por linha, mais detalhes podem ser registrados, pois
são mais pixels para registros individuais do todo.
Em outras palavras, quanto mais pontos um equipamento consegue registrar, armazenar e
processar, mais qualidade técnica ele oferece para produção.
A quantidade de pontos por linha é chamada de "Resolução Horizontal". É uma característica
importante, pois sabendo o tipo de equipamento que vamos utilizar, conhecendo qual a
resolução horizontal dele, teremos como determinar o tipo de iluminação mais adequada para
registrar uma determinada cena.

Sistemas e padrões de vídeo.


Quando ligamos o nosso sistema de vídeo e observamos a imagem na tela do televisor ou
monitor colorido, não imaginamos o que está ocorrendo em termos de sinais elétricos para que

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a imagem seja transportada com um mínimo de perda na qualidade até chegar em nosso
olhos. Para chegarmos ao que existe hoje, cientistas e técnicos em diversos países
desenvolveram e aperfeiçoaram métodos próprios, que tentamos descrever de forma simples,
neste trabalho.
É de nosso conhecimento que diversos países usam diferentes formatos para transmissão
de imagens de vídeo, incompatíveis entre si, impossibilitando, por exemplo, que um aparelho
de dvd ou vídeocassete americano reproduza uma fita ou um disco gravado em outro aparelho
europeu. Da mesma forma um televisor europeu não funciona aqui no Brasil, e vice-versa;
porque os sinais emitidos pelas nossas estações de televisão adotam um padrão de
transmissão de imagem diferente do padrão usado nos países europeus, ao qual o aparelho de
TV está preparado para receber.
Atualmente, são três os sistemas para transmissão TV de cores: NTSC, PAL e SECAM,
além de diversas variações e sub-sistemas: PAL-M, PAL-N, NTSC4.43, SECAM D/K/L,
MESECAM e outros, que são na realidade, adaptações para o padrão de transmissão de TV já
em uso no país ou região. Esclarecendo: Durante o desenvolvimento da televisão(preto e
branco), foram necessárias diversas obediências; uma delas, era a dependência com a
freqüência 'ciclagem' da rede de energia elétrica local. Como a maioria dos paises europeus
adotam a freqüência de 50Hertz para a rede elétrica, ou seja, a 'polaridade' da corrente elétrica
muda de direção 50 vezes por segundo, fazendo com que a iluminação elétrica sofra variação
na intensidade na mesma freqüência(as lâmpadas 'piscam' na ciclagem da rede elétrica), a
imagem deve ser formada na tela do televisor, seguindo esta mesma freqüência, ou uma
fração desta. Isto é necessário para evitar a cintilação da imagem. Imagine uma fonte de luz,
no caso a tela do televisor, 'pulsando' 60 vezes por segundo, em um ambiente iluminado por
lâmpadas, porém alternando em 50 vezes por segundo; teremos uma diferença 'batimento' de
10, que será a freqüência da cintilação(bastante incômoda) na imagem do televisor. Para evitar
este efeito, o padrão de televisão na Europa gera 50 campos de imagem por segundo. Como
nos Estados Unidos a 'ciclagem' da rede elétrica é de 60Hertz, o processo para transmissão de
televisão deve gerar 60 campos de imagem por segundo para evitar o efeito da cintilação. Esta
característica entre outras do sistema de transmissão de televisão norte-americana, faz parte
das normas estabelecidas pela RMA(Radio Manufacturers Association) ou simplesmente "M", e
acabou sendo adotadas por outros países, como o Brasil e Japão. Infelizmente, os dois
padrões de transmissão de TV(americano e europeu) são incompatíveis entre si.
Para complicar, em 1953 um comitê formado pelas maiores indústrias norte-americanas de
eletrônica, denominado de "National Television System Committee", criou uma forma para a
transmissão de TV a cores, compatível com o já existente padrão de TV preto e branco, o que
permitia aos possuidores destes televisores(preto e branco), assistir aos programas
transmitidos a cores(sem cor, naturalmente). O processo passou a ser chamado no meio
técnico pela sigla o comitê: NTSC. Porém, este processo estava longe de ser perfeito. Não

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mantinha a fidelidade na transmissão, e havia constantes alterações na intensidade e na matiz
das cores(chegou a ser chamado de Never The Same Color). A gota d'água, foi uma
transmissão da visita da Rainha da Inglaterra aos Estados Unido, onde muitos telespectadores
a viram totalmente 'verde', na telinha. Isto fez os peritos europeus pesquisarem e
desenvolveram dois sistemas, que apesar de serem derivados do NTSC, corrigiam o efeito das
alterações das cores no NTSC. Em 1957 a França cria o sistema SECAM(Sequential Couleur
Avec Memoire) e a Alemanha no mesmo ano, o sistema PAL(Phase Alternation Line).
Atualmente, graças à tecnologia digital e outros processos, o sistema NTSC está 'vacinado'
contra o efeito 'Never The Same Color'.
Nos últimos anos os três sistemas têm sido estudados e aperfeiçoados de maneira profunda
no plano internacional, e os resultados destes testes relatados em numerosos relatórios e
documentos, têm formado a base das discussões sobre qual tem o melhor retorno funcional.
O sistema de cores adotado no Brasil é o PAL, com características de transmissão de
imagens(em preto e branco) de 60 Hertz como nos Estados Unidos; por esta razão, a
designação 'M'(PAL-M).
O quadro abaixo faz uma comparação entre os diversos sistemas de TV a cores.

Classificação de sistema de TV a cores por país:


>NTSC----------- Coréia, Estados Unidos, Canadá, Japão, Taiwan, Filipinas.
>PAL------------- Reino Unido, Alemanha, Oeste Europeu, China, Singapura.
>SECAM-------- França, Leste Europeu, e Rússia(CIS).
>PAL-M--------- Brasil.
>PAL-N---------- Argentina (fitas de vhs são as mesmas PAL da Europa).
>NTSC4.43----- Sinal NTSC transmitido em 50 Hertz e com alterações na 'freqüência da sub

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portadora de cores'
(não é um padrão oficial, mas muito usado na Europa para reprodução de VHS NTSC em
vídeocassetes
e televisores PAL modificados).
>MESECAM--- Padrão de gravação em VHS do padrão SECAM.
Tabela demonstrativa dos sistemas de transmissão de televisão(broadcast).

Sistema de
Sistema de
transmissão de
geração
TV(RF) EM País
de
VHF(CANAIS 2 A
vídeo(Broadcast)
13)
Estados Unidos, Canadá,
M M
Coréia, Japão, Brasil
Uruguai, Argentina,
N M
Paraguai,..
Alemanha, Itália, Espanha,
B/G G
Portugal,..
I I Reino Unido, Hong-Kong,...
D/K K China, Rússia(CIS), ...
As designações do quadro acima referem a diferença nos processos de
transmissão das diversas informações, como freqüência da sub-portadora de áudio e croma,
largura da banda de F.I., e outras características.

11.1 O MMDS (Multipoint Multichannel Distribution System)

É também chamado nos EUA de wireless cable. No MMDS, os sinais são


distribuídos aos assinantes por meio de microondas terrestres, de forma semelhante aos
canais da TV aberta.
O sistema foi regulamentado no Brasil como uma das modalidades do Serviço
Especial de Telecomunicações. Os sinais do MMDS cobrem uma área com raio de até 50
quilômetros, levando a programação tanto às áreas urbanas quanto às periféricas.
Permite também a transmissão de programação local, pois o headend está situado
no local da prestação do serviço. Sua capacidade é de até 31 canais analógicos ou de cerca de
180 canais digitais, mas novas tecnologias demonstram a viabilidade de ampliar-se ainda mais
o número de canais digitais transmitidos. Uma de suas principais vantagens é a portabilidade
proporcionada pelo sinal de microondas, que permite a recepção do sinal em qualquer ponto
da área de cobertura, em geral toda a cidade.
O headend de MMDS funciona de forma semelhante a uma emissora de televisão.

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Ele recebe, codifica e transmite os sinais das programadoras aos receptores por
meio de microondas terrestres. Para compensar a perda de intensidade do sinal com a
distância percorrida e com obstáculos, como prédios ou acidentes geográficos, são instalados
amplificadores e beam benders, equipamentos que refletem o sinal e tornam possível a visada
das antenas.
A capacidade de canais do MMDS é menor que a do cabo porque o sistema dispõe
de uma faixa mais estreita do espectro de radiofreqüências. Essa capacidade pode ser
aumentada, entretanto, com a digitalização dos sinais. Por outro lado, a instalação de um novo
sistema de MMDS em uma cidade tem custo menor que o sistema de cabo porque não há o
custo da cabeação e as antenas e receptores são colocados nas residências apenas na
medida em que surgem novos assinantes.

11.2 O DTH (Direct to Home)

É um sistema de TV paga no qual o assinante instala em casa uma antena


parabólica e um receptor/decodificador, chamado IRD (Integrated Receiver/Decoder), e
recebe os canais diretamente de um satélite geoestacionário. Entre suas vantagens está a
cobertura nacional ou mesmo continental, com mais de 180 canais digitais, e a rápida
implantação.
Contrariamente às tecnologias de cabo e MMDS, o DTH não viabiliza a inserção de
programas de conteúdo local, pois a programação é a mesma para todos os assinantes, em
toda a área de cobertura.
O headend de um sistema de DTH é chamado de uplink center porque é de lá que
os sinais recebidos pela operadora sobem para o satélite (uplink). O custo inicial do
sistema é elevado, pois envolve o aluguel de espaço em satélites e montagem de uma rede
nacional de distribuição e de venda. Em compensação, o serviço cobre praticamente todo
o território nacional, variando um pouco de acordo com a pegada (footprint) de cada
satélite.
Todos os serviços de DTH no Brasil - DirecTV, Sky e Tecsat na banda KU, e Digisat
na banda C - , usam sinais digitais, o que permite, além de excelente qualidade de som e
de imagem, melhor aproveitamento do caro espaço que ocupam nos satélites.

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Os primeiros serviços de DTH no Brasil usavam a banda C, a mesma faixa de
freqüências usada pelas emissoras de TV aberta para levarem seu sinal às afiliadas em
todo o País, com o mesmo tipo de antena parabólica. Hoje se calcula que haja mais de 5
cinco milhões de parabólicas instaladas no País para captar estes sinais.
A maioria dos assinantes usa o sistema de banda KU, com antena parabólica bem
menor, que pode ser instalada com facilidade mesmo dentro das residências. Serviços de
acesso à Internet via satélite já existem nos EUA, mas sempre com o canal de retorno por
telefone. Serviços de acesso bidirecional via satélite ainda estão em teste.

11.3 HDTV (do inglês High-definition television)

É um sistema de transmissão televisiva com uma resolução de tela


significativamente superior ao dos formatos tradicionais (NTSC, SECAM, PAL).
Com exceção de formatos analógicos adotados na Europa e Japão, o HDTV é
transmitido digitalmente e por isso sua implementação geralmente coincide com a
introdução da televisão digital (DTV): esta tecnologia foi lançada inicialmente nos EUA
durante a década de 1990 por um consórcio envolvendo AT&T, General Instrument, MIT,
Philips, Sarnoff, Thomson e Zenith[1].

Apesar de vários padrões de televisão de alta definição terem sidos propostos ou


implementados, os padrões HDTV atuais são definidos pelo ITU-R BT.709 como 1080i
(interlaced), 1080p (progressive) ou 720p usando uma proporção de tela de 16:9.
O termo "alta definição" pode se referir à própria especificação da resolução ou mais
genericamente ao meio (ou mídia) capaz de tal definição, como filme fotográfico ou o
próprio aparelho de televisão.

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No contexto da HDTV, os formatos de transmissão são descritos conforme a seguinte
nomenclatura:
♦ O número de linhas verticais de resolução de tela.
♦ O uso de progressive scan (p) ou interlaced scan (i).
♦ O número de quadros (frames) ou campos (fields) por segundo.
♦ Os formatos 1080i e 1080p são iguais em resolução.
O que acontece é que no formato 1080i as linhas são atualizadas ordenadamente,
uma vez a linha "par" e no momento seguinte as linhas "impares". Já no formato 1080p
todas as linhas são atualizadas simultaneamente, evitando que em uma cena de rapido
movimento uma das sequências de linhas se atrasem.

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