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RESUMO
A definição é um instrumento importante para o estudo de uma ciência e para a comunicação bem sucedida em
ambientes informacionais, porém nem sempre encontram-se termos definidos e prontamente disponíveis para o
uso. Neste artigo reflete-se sobre os aspectos teóricos e conceituais de diversas áreas para compreender e propor
duas definições: produto de informação e produto informacional.
1 Introdução
2 Produto e informação
A união destes dois conceitos é reforçada pelo pensamento de Le Coadic (1996), ao afirmar que utilizar
um produto de informação é empregar tal “objeto” para obter, igualmente, um efeito que satisfaça uma necessidade
de informação.
Reflexão teórica e conceitual sobre produto informacional ou produto de informação Silva, Santos & Freitas. 1
VIII SEPROSUL – Semana de Engenharia de Produção Sul-Americana Novembro de 2008, Bento Gonçalves, Brasil
É decorrente dessa necessidade de informação que os produtos de informação, nos seus diferentes
formatos, diversificam-se para atender toda essa demanda gerando a comercialização.
As organizações de sucesso aperfeiçoam o uso da informação nos seus produtos e serviços, e identificam
formas de satisfazer as necessidades dos clientes associando, disassociando e reassociando a informação aos
produtos, ou seja, as empresas embutem informação aos produtos e serviços já existentes, tornando-se um parte
vital do pacote comercializado. (MCGEE 1994, p. 73).
Considerando a classificação que Gobe (2004) fez sobre produtos de consumo, atribuímos aos produtos de
informação a idéia de conveniência, por indicar economia de tempo, funcionalidade e simplificação da rotina; e de
ser um produto especial, por trazer noção de valor, com atributos compensadores, normalmente de pouca oferta,
onde o consumidor está disposto a pagar mais para tê-los.
Logo, estes são produtos personalizados têm seu valor superior devido ao conhecimento embutido, que
por sua vez tem origem na informação adquirida e armazenada, ou nas informações sobre as necessidades e desejos
individuais dos clientes. Ambas utilizadas para adequar as características de um produto as preferências
identificadas.
Finalmente, entende-se por Produto de informação o resultado tangível de todo processo de gestão da
informação (coleta, análise, tratamento, disseminação e armazenamento) que propicia um benefício por meio de
sua utilização, visando sempre atender as necessidades identificadas.
Para facilitar o entendimento e as relações existentes entre os dois conceitos construiu-se a figura 1
adaptando conceitos ilustrados por Kotler (1998) quando tratam do ciclo de vida do produto e Dante (1998) ao
discorrer sobre ciclo de vida da informação.
A proposta é que permita visualizar o ponto de encontro entre a maturidade de um produto e o uso de uma
informação, e o momento onde ou ambos inovam e continuam ativos ou ambos entram em declínio e deixam de
existir.
No ciclo da informação a figura também sintetiza as etapas que consistem em produto informacional e
produto de informação, interseccionando o local onde gera o conflito sobre a existência de cada um.
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Ciclo de vida da
informação Re-Uso
Análise e
Aquisição da Maturidade
Informação
Crescimento Declínio
Busca pela
Informação
Necessidade
de Informação Ciclo de vida do
Produto
Início
Tempo
Para Galvão (1999) produtos informacionais apresentam características bastante distintas da produção de
bens e serviços tradicionais. Dentre as características citadas têm-se:
a) diferentemente dos bens tradicionais, um produto informacional não está imbuído de qualidades
tangíveis, além de estar inteiramente desvinculado de uma forma única, particular;
b) ao contrário dos serviços tradicionais, a distribuição destes produtos não requer o contato direto entre o
fornecedor (ou vendedor) e o consumidor;
c) o valor destes produtos para o consumidor não está referenciado nas qualidades tangíveis do produto,
mas no seu conteúdo informacional, educacional, cultural ou de entretenimento;
d) de modo diferente dos bens e dos serviços tradicionais, os produtos culturais e informacionais são
replicados com grande facilidade e a um custo virtual extremamente baixo;
e) um produto informacional não é “consumido” da mesma forma que um produto ou serviço tradicional.
Um software ou um produto audiovisual é utilizado inúmeras vezes sem que se deprecie ou perca
valor;
f) as propriedades intangíveis dos produtos informacionais ou culturais imprime ao processo de produção e
distribuição destes produtos características substancialmente diferentes daquelas inerentes à produção
e distribuição de bens e serviços tradicionais. Somente os detentores dos direitos de propriedade sobre
aqueles trabalhos podem transacioná-los de maneira legal. Os custos envolvidos na aquisição dos
direitos geralmente são significativos, e as despesas relacionadas à distribuição destes produtos são
cada vez menores; e,
g) distribuidores dos produtos informacionais podem, facilmente, adicionar valor ao processo de
distribuição.
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Costa (2007) acrescenta ainda que um produto informacional com características de serviços baseados em
tecnologia para ter boa aceitação requer: flexibilidade para personalização das necessidades dos consumidores,
reuso das informações armazenadas pelo sistema, acessibilidade, receptividade na interação homem-máquina, com
ênfase na ergonomia da informação.
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A evolução das tecnologias ampliou a diversidade de suportes para apresentação de produtos, que podem ser
encontrados no formado de imagens, som, textos, vídeo e imagens, ou todos os suportes juntos, transformando em
formato multimídia.
Esta diversidade de formatos trouxe benefícios reais para o desenvolvimento de Produtos de informação,
tornando-os dinâmicos, proporcionando aumento da acessibilidade; redução de custos com materiais e
comunicação; redução das barreiras temporais, aumentando a jornada de atuação, aproximando-o do consumidor
e possibilitando conhecer melhor as necessidades e expectativas; agilizando os processos, flexibilizando o
lançamento de produtos e serviços, e facilitando a inovação, entre outros.
O quadro 2 explicita e identifica os produtos de informação e informacionais.
Ao categorizar os produtos de informação, grande parte dos produtos é resultante de serviços bem como
há serviços que resultam em produtos, sendo a principal diferença entre produtos e serviços a participação direta
do cliente no processo da criação do serviço.
Ao pesquisar em outras áreas, observa-se que até mesmo uma célula de DNA pode ser considerada um
produto de informação e a informação genética que ela traz seria um produto informacional, porém esta pesquisa
concentra-se na abordagem organizacional e de gestão.
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Os conceitos de produtos e serviços são distintos, porém estão intimamente relacionados. E sendo um
assunto de grande interesse fica a sugestão de outra pesquisa para a abordagem do tema.
Todas estas mudanças criaram uma denominação diferente para as empresas que atuam no mercado formal
com produtos, equipamentos e distribuição de conteúdos informacionais – as denominadas Indústrias da
Informação.
5 Indústria da informação
Moore apud Dante (1998) descreve que a indústria de conteúdos informacionais se insere em organizações
tanto do setor público como privado que produzem e desenvolvem propriedade intelectual. Esta informação se
origina de escritores, compositores, artistas e fotógrafos, assistidos por editores, compositores, produtoras de
cinema e produtoras de animação.
A indústria da informação gera produtos com características específicas, de acordo com o objetivo no
atendimento ao usuário.
6 Considerações finais
Neste trabalho observa-se que a definição dos termos desempenha papel crucial no processo cognitivo e
nem sempre conta com definições claras, seja pela ausência de dicionários técnicos que auxiliem a organização das
linguagens, pela dificuldade de delimitação dos conceitos, ou noções sobre o assunto. Este último aspecto explica,
por exemplo, o fato de a Gestão da Informação ser uma ciência ainda pouco explorada no Brasil, limitando-se o
número de publicações técnicas desta área.
Como resultado articulou-se os conceitos relacionados à informação e à comunicação, esclarecendo a
terminologia utilizada para definir produtos derivados do ciclo da informação, envolvendo uma abordagem limitada
as áreas citadas.
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Referências
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SEMENIK, R. J.; BAMOSSY, G. J. Princípios do marketing: uma perspectiva global. São Paulo: Makron Books,
1995.
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