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Imagine fazer uma refeição que, além de deliciosa, ainda ajude a perder peso.
E não estamos falando de uma dieta milagrosa, nem de produtos diet. Trata-
se dos alimentos termogênicos, que aceleram o metabolismo e aumentam a
temperatura do organismo, facilitando a queima de gorduras. Adicionados ao
cardápio do dia-a-dia, aliados a uma alimentação equilibrada e exercícios
físicos, são vistos como ótimos aliados para quem deseja se manter em
forma. Mesmo assim, eles ainda são alvo de polêmica entre profissionais de
nutrição.
Fabricando energia
Para explicar melhor esse processo, a nutricionista Camila Abreu faz uma analogia.
Para ela, nosso organismo é como se fosse o motor de um carro. A energia química
contida na gasolina é liberada de forma explosiva durante sua oxidação, sendo
transformada, no motor do automóvel, em energia mecânica – ou seja, no trabalho
que movimenta o veículo. O calor resultante da transformação de energia química em
energia mecânica aquece o motor. “Em todos nós, ocorre um processo muito similar. A
energia contida nos alimentos é liberada lentamente durante o rompimento das
ligações químicas presentes nos nutrientes, garantindo a energia necessária para a
realização de todas as atividades. O calor resultante dessa transformação permite a
conservação da temperatura corpórea”, compara.
Segundo ela, cada alimento tem seu valor energético específico. Ou seja, determinada
quantidade de alimento libera energia segundo sua composição de carboidratos,
lipídios e proteínas. E cada organismo converte de uma maneira diferente esta energia
potencial disponível nos alimentos em uma nova reserva de energia corporal. “Esse
trabalho está sujeito a variações individuais, o que pode explicar a predisposição ou a
resistência à perda ou ao ganho de peso”, explica Camila Abreu.
Como o próprio nome diz, o alimento termogênico possui um efeito térmico. Como já
foi dito, todos os alimentos geram energia, que produz calor. Se ingerirmos calorias
além da quantidade necessária, nosso organismo começa a gastar o excedente, em um
processo chamado termogênese. Porém, alguns alimentos têm substâncias que
ajudam a aumentar a temperatura do corpo e acelerar o metabolismo. Com isso, a
queima de gorduras se intensifica. É o caso da soja, cujo grão contém lisina e arginina,
substâncias que estimulam a produção de um hormônio chamado glucagon, que tem
ação térmica. A pimenta vermelha, outro eficiente termogênico, acelera o metabolismo
em 20%. Estudos apontam que ela também tem capacidade de limpar a gordura nas
artérias.
O que se sabe é que os termogênicos são responsáveis por cerca de 10% do gasto
total de energia. Segundo a nutricionista Roberta Cassani, por gerarem uma demanda
calórica, a simples inserção desses alimentos na dieta diária pode ajudar na perda de
peso. “Mas os alimentos termogênicos, por si só, não ajudam nessa tarefa. É preciso
fazer uso de uma dieta equilibrada”, afirma. O que não adianta é consumi-los em
situações “de emergência”, quando se precisa perder peso rapidamente. Os efeitos só
aparecem quando os termogênicos são consumidos freqüentemente.
Equilíbrio
Contra-indicações
Segundo Camila Abreu, é difícil provar que os alimentos termogênicos sejam tão
benéficos assim. “Não existe, até o momento, comprovação científica que justifique a
utilização desses alimentos como estratégia para perda de peso. Até porque o alimento
é, por si só, uma mistura química complexa e o impacto dessa mistura sobre os
mecanismos reguladores do organismo é ainda pouco conhecido”, diz.
/www.saorafaelprevidencia.com.br/revistaCiclo