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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Prof. Dr. MARCO ANTONIO VILLARTA NEDER

A BAO A QU

Para contemplar a paisagem mais extraordinária do mundo, é preciso atingir o último andar da Torre da Vitória, em
Chitor. Existe ali um terraço circular que permite dominar todo o horizonte. Uma escada em caracol leva ao terraço, mas só
se atrevem a subir o que não crêem na fábula, que diz assim:
Na escada da Torre da Vitória, mora desde o princípio dos tempos o A Bao A Qu, sensível aos valores das almas
humanas. Vive em estado letárgico, no primeiro degrau, e só goza de vida consciente quando alguém sobe a escada. A
vibração da pessoa que se aproxima lhe infunde vida, e uma luz interior se insinua nele. Ao mesmo tempo, seu corpo e sua
pele quase translúcida começam a se mover. Quando alguém sobe a escada, o A Bao A Qu põe-se quase nos calcanhares do
visitante e sobe agarrando-se à borda dos degraus curvos e gastos pelos pés de gerações de peregrinos. Em cada degrau sua
cor se intensifica, sua forma se aperfeiçoa e a luz que irradia é cada vez mais brilhante. Testemunha de sua sensibilidade é o
fato de que só consegue sua forma perfeita no último degrau, quando o que sobe é um ser evoluído espiritualmente. Não
sendo assim, o A Bao A Qu fica como que paralisado antes de chegar, o corpo incompleto, a cor indefinida e a luz vacilante.
O A Bao A Qu sofre quando não consegue formar-se totalmente e sua queixa é um rumor apenas perceptível, semelhante ao
roçar da seda. Porém quando o homem ou a mulher que o revivem estão cheios de pureza, o A Bao A Qu pode chegar ao
último degrau, já completamente formado e irradiando uma viva luz azul. Seu regresso à vida é muito breve, pois ao descer o
peregrino o A Bao A Qu cai rolando até o primeiro degrau, onde, já apagado e semelhante a uma lâmina de contornos vagos,
espera o próximo visitante. Só é possível vê-lo bem quando chega à metade da escada, onde os prolongamentos de seu corpo,
que como pequenos braços o ajudam a subir, se definem claramente. Há quem diga que ele vê com todo o corpo e que ao tato
lembra a pele do pêssego.
No curso dos séculos, o A Bao A Qu chegou apenas uma vez à perfeição.
O Cap. Burton registra a lenda do A Bao A Qu numa das notas de sua versão das Mil e uma Noites.

in: BORGES, Jorge Luís & GUERRERO, Margarita - O Livro dosSeres Imaginários - 5ª ed. Rio de Janeiro, Ed.
Globo, s/d

Torre de vitória [ou Jaya Stambha], Chitor

Fotografia da Torre de vitória de Chittaurgarh (Chitor), tomada por um fotógrafo


desconhecido na década de 1870, parte da Coleção Bellew de visões de arquitetura.
A cidadela de Chitor está situada em um planalto rochoso do intervalo Aravalli no
sul de Rajasthan (Índia). Suas origens são obscuras, mas a partir de cerca do século 8
dC, foi um reduto importante da região Rajput de Mewar, antes controlada pelo clã
Guhilot e mais tarde a capital do Sisodias, um ramo da Guhilots, do século 14. Os
Sisodias fizeram Mewar o principal estado-principado de todos os reinos Rajput, um
bastião dos valores tradicionais Rajput, que deu uma forte resistência a qualquer
forma de invasão. Chitor foi atacada várias vezes ao longo dos séculos, por último
pelos Mongóis. Seus chefes, chamados Ranas ou Maharanas, foram os últimos a
capitular perante os Mongóis. Posteriormente Chitor caiu perante Akbar em 1568,
tornando-se Udai Singh Rana a nova capital de Udaipur. O Stambha Jaya ou Torre da
Vitória, situado no Forte Chitor, foi erguido por Rana Kumbha (reinou 1433-68), em 1448, para comemorar sua vitória
sobre o governante muçulmano de Delhi.. Tem nove andares, com varandas e uma escada interna leva à cúpula, que é
uma adição moderna. Imagens de Vishnu e outras divindades hindus cobrem as paredes.
Adaptado de http://www.bl.uk/onlinegallery/onlineex/apac/photocoll/t/019pho0000050s2u00139000.html

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