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Aluno - Vinicius Santos de Moura

Matrícula – 20061422

Toda história de Kasper Hauser com a sociedade começa no momento


que ele é deixado na praça da cidade de Nuremberg pelo “homem” que tinha
cuidado do mesmo por anos até aproximadamente seus quinze anos. Um ser
desconhecido, confuso com tudo que via e causador de um grande espanto e
curiosidade em relação a sua origem. Todos ao seu redor observavam e
questionavam de onde teria vindo este homem que se encontrava postado no
centro da praça com uma postura que mais parecia um homem das cavernas,
tendo em mãos apenas uma carta endereçada ao capitão da cavalaria
explicando um pouco a sua história, um pequeno livro de orações e um
punhado de ouro em pó. Kasper se mostrava com um misto de medo e
surpresa ao ver que existiam tantas pessoas no mundo e não somente ele
como era no cativeiro que tinha passado toda sua existência até este momento.
Inicialmente pelo fato da população desconhecer o passado e a origem de
Kasper Hauser ele foi levado para uma prisão, onde ficavam muitos
vagabundos e desordeiros. Lá, fora submetido a um tipo de interrogatório, mas
com nada pode contribuir para que os policiais pudessem confirmar a sua
origem.
Com o passar do tempo, após ver que Kasper não oferecia perigo a
sociedade, o guarda que cuidava do mesmo na prisão, levou-o para a sua
própria residência onde Kasper passou a ter um contato maior com as
pessoas, inicialmente da família do guarda. Os filhos do guarda passaram a lhe
ensinar coisas, já que estes eram os mais próximos deste ser que havia sido
descrito como uma criança pequena em um corpo grande. Embora todos esses
esforços para ensinar bons modos a Kasper, ele continuava a viver em seu
próprio mundo, diferente de todos já que não compartilhava de nenhuma das
praticas desta sociedade. Mais adiante Kasper tornando-se um encargo para
as autoridades e a mesma tendo certeza que este não era mais uma ameaça,
tiveram a idéia de enviar Kasper Hauser para um circo. Circo este onde eram
apresentados os enigmas do universo, juntamente com Kasper havia um
menino, aparentemente autista que não ligava para todos que olhavam e
comentavam questionando a sua maneira de agir. Um índio, hispânico
chamado de Hombrecito e um anão o qual era chamado de o pequeno rei.
Todos estes enigmas eram marginalizados por não serem compreendidos pela
sociedade e se encontravam já que se encontravam à margem da mesma.
Porém em uma passagem do filme, temos uma coisa interessante e ao mesmo
tempo provocadora. No momento em que os quatro enigmas universais fogem
do circo, os guardas correm atrás dos mesmos e ordenam-lhes que parem em
nome da lei. Mas que lei é essa que outrora os marginalizava e neste momento
passa a ser usada para incluir estes enigmas na sociedade?
É uma dúvida que se mantem em todas as sociedades e que talvez neste
momento não tenhamos condições de responder. A única coisa que se sabe é
que isto é recorrente ainda mais nas sociedades contemporâneas. Qual de nós
nunca foi marginalizado, apontado e até excluído de certos grupos por não
compartilhar de pensamentos, práticas ou costumes? Só que no caso destes
seres únicos, não teriam para onde correr e acabam ficando aprisionados neste
circo bizarro. Kasper, por sua vez, continua sofrendo tentativas de ser
incorporado a esta sociedade. Tanto que é convidado por Daumer, um
professor que é incumbido de lhe socializar, fazer com que Kasper passe a ser
um membro da sociedade.
Outro momento importante no filme é quando conseguimos entender a
maneira como Kasper enxerga o mundo. Sempre se baseando na lógica e na
racionalidade, Kasper mostra acreditar nas coisas de maneira empírica, ou
seja, acredita nas experiências para formar as suas idéias. Isto fica claro no
momento quando está com os clérigos e ocorre a experiência com as maçãs.
Dando um salto até o momento da eliminação de Kasper deste mundo, uma
dúvida ficou na minha cabeça. Teria sido Kasper Hauser assassinado por um
dia poder lembrar-se do homem que o enclausurou nos seus primeiros quinze
anos de vida ou pelo fato de ser totalmente diferente de todos os outros seres
desta sociedade, por não compartilhar suas praticas e condicionamentos? Já
que não se tem a identidade do assassino e um relato do mesmo, está duvida
jamais será respondida.
Bom o que entendi deste filme foi que de alguma forma a história de
Kasper Hauser dialoga com o Mito da caverna de Platão, onde Platão buscava
a verdade essencial das coisas. Sendo o mito da caverna uma metáfora da
vida humana diante do mundo no que diz respeito à importância do
conhecimento filosófico. E a educação como forma de superação da
ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de
mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é
racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas
na casualidade. Assim como Kasper no início da sua vida encontrava-se
inserido nesta caverna e via o mundo apenas pelo espaço onde passava luz,
acreditando que o mundo era apenas o que podia ver, aquela cela pequena e
imunda. Porém quando Kasper consegue uma libertação desta condição de
vida, passa a desenvolver-se, buscando a verdade das coisas por meio de um
saber racional. Percebeu que o mundo era bem maior do que podia enxergar e
com isso teve a oportunidade de desenvolver-se como um ser questionador,
diferente da sociedade alienada que compartilhava os mesmos costumes e
práticas.

Referencias:
• Filme - O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für Sich und Gott Gegen Alle, 1974)

• http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/cinema/dossier/kasper
%20hauser.pdf
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_caverna

• Mito da Caverna - Platão - www.youtube.com/watch?v=WkWQ6jB3jm0

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