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NOÇÕES GERAIS
CONCEITO: Alvará o instrumento pelo qual as autoridades administrativas e judiciais concedem aos
interessados autorizações para determinados fins, aprovam ou confirmam certos atos, estados ou
direitos.
► Alvará Cível: O alvará, na área cível, pode instrumentalizar vários tipos de medidas, como
a autorização de venda de um imóvel de propriedade de menor, uma autorização para
curador contrair dívida em nome do curatelado ou mesmo uma autorização para levantamento
de valores existentes em nome de pessoa falecida.
► Alvará Criminal: O alvará criminal é o instrumento de uma decisão de soltura (concessão
de liberdade provisória, relaxamento de prisão, sentença absolutória e etc.).
NATUREZA JURÍDICA: O alvará judicial não é uma ação! O alvará judicial é o instrumento pelo qual
se operacionaliza uma decisão judicial. Todo alvará pressupõe a existência de uma decisão judicial
que determina a sua lavratura. No caso ora estudado (alvará para levantamento de valores deixados
por pessoas falecidas), trata-se a requerimento de jurisdição voluntária, cuja sentença determinará a
lavratura de um alvará judicial.
DIREITO SUCESSÓRIO: FORMALIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE BENS
DEIXADOS POR DE CUJUS
REGRA: A apuração da existência de bens e a sua transferência deve ser deduzida em sede de inventário, que não se
sujeita ao interesse ou à conveniência dos sucessores ou cessionários, tratando-se de providência obrigatória, que pode
ser tomada até de ofício pelo próprio julgador. Inteligência do art. 982 do CPC. Esse inventário poderá ser o comum, ou
por meio de arrolamento.
EXCEÇÃO: Os valores devidos pelos empregadores aos empregados, pela Administração Pública aos servidores, os
montantes das contas individuais do FGTS, PIS-PASEP, valores depositados em cadernetas de poupança, saldo de
conta corrente ou fundo de investimento não recebidos em vida pelos respectivos titulares, poderão ser pagos aos
sucessores do falecido, independentemente de inventário ou arrolamento, por meio de alvará, simplificando e
descurocratizando seu recebimento.
BASE LEGAL
UM POUCO DE HISTÓRIA...
A LEI Nº 6.858, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1980, que instituiu em nosso ordenamento a figura do alvará judicial com
fins sucessórios, dispõe, em sua ementa, sobre o pagamento, aos dependentes ou sucessores, de valores não
recebidos em vida pelos respectivos titulares, trazendo em seu corpo tão-somente quatro artigos, dois quais somente
dois tratam do alvará em si, indicando os valores que podem ser levantados.
O DECRETO Nº 58.845, DE 26 DE MARÇO DE 1981, regulamentou a Lei nº 6.858/80, sistematizando um pouco melhor
o assunto, em exatos onze artigos.
A LEI Nº 7.019, DE 31 DE AGOSTO DE 1982, que alterou o código de processo civil, deu nova redação ao art. 1.037,
que passou a ter a seguinte tessitura normativa “independerá de inventário ou arrolamento o pagamento dos valores
previstos na lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980”. em sua antiga redação, o referido dispositivo tratava de aspectos
processuais do arrolamento, sem qualquer vinculação com o novel redação.
A LEI Nº 7.713, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1988, que altera a legislação do imposto de renda e dá outras providências.
O DECRETO Nº 89.339, DE 31 DE JANEIRO DE 1984, que regulamenta o disposto nos artigos 5º, § 2º, 9º §§ 1º a 4º e
12 da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982, que dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados ou
transferidos para prestar serviços no exterior;
A LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990 dispõe sobre o fundo de garantia do tempo de serviço, e dá outras
providências, em seu art. 20, IV, reconhece a possibilidade do levantamento por meio de alvará judicial.
A LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social trata do
assunto, especificamente em seu art. 112.
O DECRETO REGULAMENTAR Nº 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999, que regulamenta a Lei nº 8. 213/91, em seu art.
136.
DO LEVANTAMETO ADMINISTRATIVO
Que o titular desses valores tenha falecido, fato que deve ser comprovado por meio de certidão de
PRIMEIRO
registro de óbito.
Que determinados [indicados abaixo] valores não tenham sido recebidos em vida pelos respectivos
SEGUNDO
titulares.
Que haja comprovadamente dependentes (por meio de certidão) habilitados perante a Previdência
TERCEIRO
Social.
Há jurisprudência entendendo que, se houver dúvida ou discussão quanto a qualidade dos herdeiros,
OBS não caberá o pedido de alvará judicial, devendo ser as partes remetidas ao procedimento do
inventário, ou mesmo se ajuizar pedido de bloqueio das contas.
II - quaisquer valores devidos, em razão de cargo ou emprego públicos, pela União, Estado, Distrito Federal, Territórios,
Municípios e suas autarquias, aos respectivos servidores (art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e II, parágrafo único, Decreto nº
58.845/81);
III - saldos das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e III,
parágrafo único, Decreto nº 58.845/81);
IV – saldos das contas individuais do Fundo de Participação PIS/PASEP (art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e III, parágrafo
único, Decreto nº 58.845/81);
V - restituições relativas ao imposto de renda e demais tributos recolhidos por pessoas físicas (art. 2º, caput, Lei nº
6.858/80 e IV, parágrafo único, Decreto nº 58.845/81).
Saldo bancários;
No caso das quantias devidas a qualquer título A vista do comprovante de habilitação perante a Previdência Social,
pelos empregadores a seus empregados: o empregador.
► QUESTÃO PARA DEBATE: A ISONOMIA DA QUOTA NÃO TERIA SIDO REVOGADA PELO NOSSA
SISTEMÁTICA SUCESSÓRIA DO CC?
► NA PRÁTICA:
Se houver resistência por parte do custodiante dos valores deixados, poderá ser
ajuizada ação de obrigação de fazer.
DO LEVANTAMENTO JUDICIAL (POR MEIO DE ALVARÁ JUDICIAL)
REQUISITOS
PRIMEIRO Que uma pessoa tenha falecido, fato que deve ser provado por meio de certidão de registro de óbito.
Que o de cujus tenha deixado valores não recebidos em vida. [adiante será indicado quais os tipos de
SEGUNDO
valores]
Que NÃO haja dependentes habilitados perante a Previdência Social, fato que deve ser provado por
TERCEIRO
meio de certidão de existência de dependentes habilitados.
QUARTO Que não haja dúvida ou discenso quanto ao número e qualidade dos herdeiros.
TIPOS DE VALORES QUE PODEM SER LEVANTADOS POR MEIO DE ALVARÁ JUDICIAL
CASO NÃO HAJA DEPENDENTES HABILITADOS PERANTE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
I - quantias devidas a qualquer título pelos empregadores a seus empregados, em decorrência de relação de emprego
(art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e I, parágrafo único, Decreto nº 58.845/81);
II - quaisquer valores devidos, em razão de cargo ou emprego públicos, pela União, Estado, Distrito Federal, Territórios,
Municípios e suas autarquias, aos respectivos servidores (art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e II, parágrafo único, Decreto nº
58.845/81);
III - saldos das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e III,
parágrafo único, Decreto nº 58.845/81);
IV – saldos das contas individuais do Fundo de Participação PIS/PASEP (art. 1º, caput, Lei nº 6.858/80 e III, parágrafo
único, Decreto nº 58.845/81);
V - restituições relativas ao imposto de renda e demais tributos recolhidos por pessoas físicas (art. 2º, caput, Lei nº
6.858/80 e IV, parágrafo único, Decreto nº 58.845/81).
VALORES QUE SOMENTE PODEM SER LEVANTADOS POR MEIO DE ALVARÁ JUDICIAL
Saldo bancários;
PRIMEIRO Que inexistam outros bens a inventariar, feita por meio de declaração juntada aos autos.
SEGUNDO Que esses valores não ultrapassem a quantia relativa a 500 OTNs.
DIVISÃO DAS QUOTAS (art. 1º da Lei nº 6.858/80)
► NA PRÁTICA:
O QUE DEVE FAZER O DEFENSOR: tratando-se de pedido de alvará judicial, deve o Defensor ou Estagiário
instruir o assistido a se dirigir ao Posto do INSS mais próximo e pegar a certidão de dependentes habilitados
ou requisitar tal certidão diretamente.
► Caso a certidão de dependentes indique que há dependentes habilitados, deverá ser feito um
encaminhamento, via ofício, para o levantamento administrativo por parte dos dependentes habilitados. Se
não for atendido, cabe a impetração de mandado de segurança ou ação de obrigação de fazer.
► Caso a certidão de dependentes indique que não há dependentes habilitados, deverá ser ajuização o
pedido judicial de levantamento de valores por meio de alvará judicial. Cuidado, nem sempre os herdeiros
necessários serão representados pelo menos advogado. Nesse caso, faz-se necessário constar o nome dos
herdeiros, para que casa levante tão-somente sua respectiva quota-parte por meio do alvará judicial.
COMPETÊNCIA
► NA PRÁTICA:
EXCELENTÍSSIMO (SENHOR DOUTOR) JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS
DA COMARCA DA BELÉM, ESTADO DO PARÁ, A QUEM COUBER POR LEGAL
DISTRIBUIÇÃO.
Ou
► HERDEIROS NECESSÁRIOS: Deverão titularizar a demanda os herdeiros necessários (filhos, esposa, companheira,
ascendentes e etc).
► DÚVIDAS QUANTO À QUALIDADE DOS HERDEIROS: Se houver dúvida prévia ou surgir ao longo do pleito, a via
não será adequada.
ALVARÁ JUDICIAL. O REQUERENTE ALEGA TER SIDO COMPANHEIRO DA FALECIDA, QUE MORREU
NO ESTADO DE VIÚVA, DEIXANDO FILHAS MAIORES. Pretende obter alvará para obrigar as herdeiras a
entregar-lhe a metade do valor de um veículo, adquirido durante a suposta união estável. A
impropriedade da via é manifesta. Contudo, poderá formular o seu pedido, em face das herdeiras, na via
adequada. Indeferimento mantido. Recurso improvido. (TJSP; APL-SRev 602.632.4/8; Ac. 3478873; Guarulhos;
Primeira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Paulo Razuk; Julg. 03/02/2009; DJESP 27/03/2009)
► COMPANHEIRA: A regra é que a relação de união estável venha comprovada de forma pré-constituída. Há corrente
que entende que deverá estar provada previamente por procedimento judicial. Há posição minoritária, que admite a
prova no bojo do pedido de alvará.
RECURSO DE APELAÇÃO. ALVARÁ JUDICIAL. DEPÓSITOS DE PIS E FGTS. PEDIDO FORMULADO PELA
COMPANHEIRA DO DE CUJUS. AUSÊNCIA DE PROVA DA UNIÃO ESTÁVEL. PROCESSO EXTINTO.
SENTENÇA MANTIDA. O pedido de alvará judicial é procedimento de jurisdição voluntária e não estabelece o
contraditório. Não havendo a requerente provado de plano sua condição de companheira do de cujus e
que o mesmo não deixou filhos, o processo deve ser extinto por falta de legitimidade ativa. - Recurso a
que se nega provimento. (TJMG; APCV 1.0338.06.050159-4/0011; Itaúna; Sexta Câmara Cível; Rel. Des.
Ernane Fidelis; Julg. 11/03/2008; DJEMG 23/04/2008) (Publicado no DVD Magister nº 24 - Repositório
Autorizado do TST nº 31/2007)
RECURSO DE APELAÇÃO. ALVARÁ JUDICIAL. DEPÓSITOS DE PIS E FGTS. PEDIDO FORMULADO PELA
COMPANHEIRA DO DE CUJUS. AUSÊNCIA DE PROVA DA UNIÃO ESTÁVEL. PROCESSO EXTINTO.
SENTENÇA MANTIDA. O pedido de alvará judicial é procedimento de jurisdição voluntária e não estabelece o
contraditório. Não havendo a requerente provado de plano sua condição de companheira do de cujus e
que o mesmo não deixou filhos, o processo deve ser extinto por falta de legitimidade ativa. - Recurso a
que se nega provimento. (TJMG; APCV 1.0338.06.050159-4/0011; Itaúna; Sexta Câmara Cível; Rel. Des.
Ernane Fidelis; Julg. 11/03/2008; DJEMG 23/04/2008) (Publicado no DVD Magister nº 24 - Repositório
Autorizado do TST nº 31/2007)
ALVARÁ JUDICIAL. ILEGITIMIDADE ATIVA. EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. Deve
ser extinto o feito, sem julgamento de mérito, quando verificada a ilegitimidade ativa da apelante que, a despeito
de alegar ser companheira do de cujus e, nesta situação, pleitear a expedição de alvará judicial, não tiver
reconhecida judicialmente esta condição. Inteligência do inciso VI, artigo 267, do CPC. O procedimento de
jurisdição voluntária de pedido de alvará judicial não é meio adequado à pretensão de reconhecimento de união
estável. Negado provimento ao recurso. (TJMG; AC 1.0487.02.000390-0/001; Pedra Azul; Terceira Câmara
Cível; Rel. Des. Lamberto de Oliveira Sant' Anna; Julg. 30/09/2004; DJMG 29/10/2004)
► NA PRÁTICA:
ALVARÁ JUDICIAL
PARA LEVANTAMENTO DE SALDO PIS/PASEP E FGTS
RÉU
► O pedido de levantamento é procedimento de jurisdição voluntária e, como tal, não tem um réu, um pólo passivo.
RECURSO DE APELAÇÃO. ALVARÁ JUDICIAL. DEPÓSITOS DE PIS E FGTS. PEDIDO FORMULADO PELA
COMPANHEIRA DO DE CUJUS. AUSÊNCIA DE PROVA DA UNIÃO ESTÁVEL. PROCESSO EXTINTO.
SENTENÇA MANTIDA. O pedido de alvará judicial é procedimento de jurisdição voluntária e não estabelece o
contraditório. Não havendo a requerente provado de plano sua condição de comanheira do de cujus e que o
mesmo não deixou filhos, o processo deve ser extinto por falta de legitimidade ativa. - Recurso a que se nega
provimento. (TJMG; APCV 1.0338.06.050159-4/0011; Itaúna; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. Ernane Fidelis;
Julg. 11/03/2008; DJEMG 23/04/2008) (Publicado no DVD Magister nº 24 - Repositório Autorizado do TST nº
31/2007)
ALVARÁ JUDICIAL
PARA LEVANTAMENTO DE SALDO PIS/PASEP E FGTS
existente nas respectivas contas vinculadas titularizada pelo de cujus Sr. ALFREDO
ANTÔNIO DO NASCIMENTO, o que faz com espeque nas razões de fato e de Direito
doravante articulados:
INTERVENÇÃO DO MP
► NA PRÁTICA:
3 – DO PEDIDO
a) ...
► No pedido de levantamento de valore por meio de alvará judicial, o valor atribuído à causa deverá ser o valor a ser
levantado, caso conhecido; caso desconhecido esse valor, deve-se indicar um valor para meros fins de alçada.
► NA PRÁTICA:
3 – DO PEDIDO
a) ...
b) ...
Dá-se à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais), para meros fins de alçada.
a) cópia da documentação pessoal do Requerente, que comprova sua condição de sucessor do de cujus;
b) comprovante de residência do Requerente;
c) cópia da certidão de registro de óbito do de cujus;
d) certidão do INSS indicando a inexistência de dependentes habilitados pelo de cujus;
e) no caso de saldo de conta bancária, caderneta de poupança ou fundos de investimentos, número da conta ou
elementos que possam identificar o benefício;
f) no caso de saldo de salário, a identificação do empregador e, se possível, cópia do CTPS e do contrato de
trabalho;
g) no caso de saldo de conta de FGTS ou PIS/PASEP, cópia da CTPS ou de qualquer outro documento que
comprove a titularidade do benefício;
h) no caso de saldo de vencimentos, a idenfiticação do ente da Administração Pública ao qual era vinculado o de
cujus.
PROCEDIMENTO (JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA)
Alvará Judicial pretensão ao bloqueio das contas vinculadas em que depositados FGTS e PIS do de cujus
alegação de que a ex-companheira poderá, de posse de certidão do INSS, levantar os valores decisão que não
concede liminar por ausência dos requisitos Levantamento de valores que somente pode se dar por alvará
judicial (Lei nº 6.858/80) ausência de periculum in mora a justificar a medida pleiteada. Decisão mantida. Agravo
improvido. (TJSP; AI 626.117.4/3; Ac. 3478860; Igarapava; Décima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Testa
Marchi; Julg. 10/02/2009; DJESP 16/03/2009)
ALVARÁ JUDICIAL. SAQUE DE F GT S. DEF ERIMENTO EM FAVOR DOS PAIS DO DE CUJUS, ESTE QUE
DEIXOU COMPANHEIRA. RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL, PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS.
DETERMINAÇÃO DA HABILITAÇÃO RETROATIVA DA COMPANHEIRA. DISSENSO ENTRE AS
PRETENSAS BENEFICIÁRIAS. RECURSO DE APELAÇÃO DESPROVIDO. CONVERSÃO, ENTRETANTO,
DO PROCESSO EM CONTENCIOSO. REMESSA ÀS VIAS ORDINÁRIAS. NECESSIDADE. Manifestando os
interessados no levantamento de valores deixados pelo de cujus a título de FGTS, antagonismo profundo quanto
o real beneficiário desses valores, o procedimento de jurisdição voluntária não se evidencia a via processual
adequada para a dirimência das dúvidasinstaladas. O conflito deinteresses surgidos há que ser dirimido na via
contenciosa, gerada a extinção, sem conhecimento do mérito, com respaldo no art. 267, VI do CPC, do pedido
de expedição de alvará judicial. É o que ocorre quando, ainda que deferido o pedido de alvará judicial em favor
da genitora do de cujus, omite ela, na inicial, o fato de viver seu filho em regime de união estável com a também
postulante do benefício e que, por decisão da justiça do trabalho, foi reconhecida como dependente dele. (TJSC;
AC 2007.058874-9; Timbó; Quarta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. José Trindade dos Santos; DJSC
16/07/2008; Pág. 124) (Publicado no DVD Magister nº 24 - Repositório Autorizado do TST nº 31/2007)
► VALOR DA OTN
Afirma que "adotando-se o critério de cálculo definido pelo C. Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, deflui-se
que 50 ORTN = 308,50 UFIR, ressaltando-se que "em 2001, a UFIR já havia sido extinta, tendo ficado o valor de
alçada congelado em R$328,27 a partir de janeiro/2001." (STJ, REsp. n. 607.930/DF, Segunda Turma, Min.
Eliana Calmon, DJ de 17/05/2004). Requer a reforma da sentença para que seja admitido o processamento do
agravo de instrumento.
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações:
(...)
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a
Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de dependentes, farão
jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial,
expedido a requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus dependentes habilitados à pensão
por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, independentemente de inventário ou arrolamento.
Art. 113. O benefício poderá ser pago mediante depósito em conta corrente ou por autorização de pagamento,
conforme se dispuser em regulamento.
Art. 165. O valor não recebido em vida pelo segurado somente será pago aos seus dependentes habilitados à
pensão por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, independentemente de inventário ou
arrolamento.
Art. 34. Na inexistência de outros bens sujeitos a inventário ou arrolamento, os valores relativos ao imposto de
renda e outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, bem como o resgate de quotas dos fundos
fiscais criados pelos Decretos-Leis nºs 157, de 10 de fevereiro de 1967, e 880, de 18 de setembro de 1969, não
recebidos em vida pelos respectivos titulares, poderão ser restituídos ao cônjuge, filho e demais dependentes do
contribuinte falecido, inexigível a apresentação de alvará judicial.
Parágrafo único. Existindo outros bens sujeitos a inventário ou arrolamento, a restituição ao meeiro, herdeiros
ou sucessores, far-se-á na forma e condições do alvará expedido pela autoridade judicial para essa finalidade.
LEI Nº 6.858, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1980.
Dispõe sobre o Pagamento, aos Dependentes ou Sucessores, de Valores Não Recebidos em Vida pelos
Respectivos Titulares.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos
respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na
forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil,
indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.
§ 1º - As quotas atribuídas a menores ficarão depositadas em caderneta de poupança, rendendo juros e
correção monetária, e só serão disponíveis após o menor completar 18 (dezoito) anos, salvo autorização do juiz para
aquisição de imóvel destinado à residência do menor e de sua família ou para dispêndio necessário à subsistência e
educação do menor.
§ 2º - Inexistindo dependentes ou sucessores, os valores de que trata este artigo reverterão em favor,
respectivamente, do Fundo de Previdência e Assistência Social, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou do
Fundo de Participação PIS-PASEP, conforme se tratar de quantias devidas pelo empregador ou de contas de FGTS e do
Fundo PIS PASEP.
Art. 2º - O disposto nesta Lei se aplica às restituições relativas ao Imposto de Renda e outros tributos, recolhidos
por pessoa física, e, não existindo outros bens sujeitos a inventário, aos saldos bancários e de contas de cadernetas de
poupança e fundos de investimento de valor até 500 (quinhentas) Obrigações do Tesouro Nacional.
Parágrafo único. Na hipótese de inexistirem dependentes ou sucessores do titular, os valores referidos neste
artigo reverterão em favor do Fundo de Previdência e Assistência Social.
Regulamenta a Lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980, que dispõe sobre o pagamento, aos
dependentes ou sucessores, de valores não recebidos em vida pelos respectivos titulares.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição e
tendo em vista o disposto na Lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980, e no Decreto 83.740, de 18 de julho de 1979,
que instituiu a Programa Nacional de Desburocratização,
DECRETA:
Art. 1º - Os valores discriminados no parágrafo único deste artigo, não recebidos em vida pelos respectivos
titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos seus dependentes habilitados na forma do artigo 2º.
Parágrafo Único. O disposto neste Decreto aplica-se aos seguintes valores:
I - quantias devidas a qualquer título pelos empregadores a seus empregados, em decorrência de relação de
emprego;
II - quaisquer valores devidos, em razão de cargo ou emprego, pela União, Estado, Distrito Federal, Territórios,
Municípios e suas autarquias, aos respectivos servidores;
III - saldos das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação
PIS/PASEP;
IV - restituições relativas ao imposto de renda e demais tributos recolhidos por pessoas físicas;
V - saldos de contas bancárias, saldos de cadernetas de poupança e saldos de contas de fundos de
investimento, desde que não ultrapassem o valor de 500 (quinhentas) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional e
não existam, na sucessão, outros bens sujeitos a inventário.
Art. 2º - A condição de dependente habilitado será declarada em documento fornecido pela instituição de
Previdência ou se for o caso, pelo órgão encarregado, na forma da legislação própria, do processamento do benefício
por morte.
Parágrafo Único. Da declaração constarão, obrigatoriamente, o nome completo, a filiação, a data de nascimento
de cada um dos interessados e o respectivo grau de parentesco ou relação de dependência com o falecido.
Art. 3º - À vista da apresentação da declaração de que trata o artigo 2º, o pagamento das quantias devidas será
feito aos dependentes do falecido pelo empregador, repartição, entidade, órgão ou unidade civil ou militar,
estabelecimento bancário, fundo de participação ou, em geral, por pessoa física ou jurídica, quem caiba efetuar o
pagamento.
Art. 5º - Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento das quotas de que trata o artigo 1º deste decreto os
sucessores do titular, previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do interessado,
independentemente de inventário ou arrolamento.
Art. 6º - As quotas a que se refere o artigo 1º, atribuídas a menores, ficarão depositadas em caderneta de
poupança, rendendo juros e correção monetária, e só serão disponíveis após o menor completar 18 (dezoito) anos, salvo
autorização do juiz para aquisição de imóvel destinado a residência do menor e de sua família ou para dispêndio
necessário à subsistência e educação do menor.
Art. 7º - Inexistindo dependentes ou sucessores, os valores de que trata o parágrafo do artigo 1º reverterão em
favor, respectivamente, do Fundo de Previdência e Assistência Social, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou do
Fundo de Participação PIS-PASEP, conforme se tratar de quantias devidas pelo empregador ou de contas de F.G.T.S. e
do Fundo PIS-PASEP.
Art. 8º - Caberá ao Banco Central do Brasil, ao Banco Nacional da Habitação, à Caixa Econômica Federal, ao
Banco do Brasil S.A. e aos demais órgãos e entidades da Administração Federal, Estadual e Municipal, nas respectivas
áreas de competência, orientar e fiscalizar o cumprimento deste Decreto pelas pessoas físicas e jurídicas responsáveis
pelo pagamento dos valores de que trata o artigo 1º.
JOÃO FIGUEIREDO
Hélio Beltrão