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Relatório
Máquinas de Corrente Contínua
30 de setembro de 2005
Máquinas de Corrente Contínua
Sumário
I 2
1 Objetivo 2
2 Introdução 2
3 Materiais/equipamentos utilizados 4
4 O Motor de Corrente Contínua 4
4.1 Partida do motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4.2 Polaridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
II 5
5 Levantamento de parâmetros 5
5.1 Resistência de armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
5.2 Resistência de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
5.3 Indutância de armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
5.4 Indutância de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.5 Variação da indutância de armadura em função do circuito de
campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
6 Segregação de perdas 12
7 Momento de inércia 13
8 Curva de Magnetização 14
9 Transitórios 17
9.1 Partida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
9.2 Frenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10 Conclusão 20
Referências 20
Parte I
1 Objetivo
Este conjunto de experiências objetiva à caracterização estática e dinâ-
mica de maquinas de corrente contínua. São estudados desde o principio
de operação destas maquinas até a caracterização dos transitórios no motor
(partida, frenagem e carga) passando pela determinação dos parâmetros.
2 Introdução
Um motor de corrente contínua é um conversor que transforma energia
elétrica em energia mecânica de rotação.
O princípio de funcionamento de um motor de corrente contínua baseia-se
na interação de forças magnéticas criadas pelo conjugado estator-rotor. For-
ças magnéticas criam um torque que giram o rotor dentro de uma armadura
(estator).
O motor DC pode ainda ter algumas variações, entre elas as principais são
o motor de imãs permanentes, onde o estator é composto de imãs, e o motor
com excitação no estator, onde o estator é um bobinado para geração de
um campo magnético. Este último ainda pode ser separado em motor com
excitação em separado, com excitação em série, com excitação em paralelo
e com excitação mista. Basicamente estes diferentes tipos de motor DC são
utilizados dependendo da nalidade e da forma de controle[1].
Considerando que a máquina de corrente contínua é um dispositivo re-
versível, excitando tanto o enrolamento do estator como o do rotor por uma
fonte de corrente contínua, tem-se o motor de corrente contínua.
Seja uma bobina de uma só espira, suspensa entre os pólos de um imã,
quando a corrente passa através da bobina, esta age como um imã, e é mo-
vimentada pela força existente entre os dois campos magnéticos.
Um condutor pelo qual passa uma corrente é cercado por um campo
magnético. Se o condutor estiver parado, não há força eletromotriz (f.e.m.)
induzida e nem uxo de corrente.
Os campos magnéticos nunca se cruzam e, assim, as linhas de força dos
campos ou se acumulam ou se cancelam, produzindo campos resultantes
intensos ou fracos, respectivamente.
Se você empurrar um condutor, fazendo com que se movimente em um
campo magnético, há uma f.e.m. induzida neste condutor. Esta força causa
o uxo de uma corrente, que causa um novo campo magnético. Este tenta
3 Materiais/equipamentos utilizados
• Motor DC
4 HP
115 V/30 A
1750 RPM
• Osciloscópio
• Multímetros
• Tacogerador
V
I= (1)
Ra
Onde V é a tensão aplicada e Ra , a resistência de armadura.
Por esse motivos, antes de alimentar a armadura é necessário, primeira-
mente, alimentar o campo.
4.2 Polaridade
A polaridade da armadura depende da polaridade do magnetismo rema-
nente e do sentido de rotação. Se o sentido do remanente permanece cons-
tante, a inversão da polaridade da armadura implica a inversão do sentido
de rotação[1].
Parte II
5 Levantamento de parâmetros
Para o levantamento dos parâmetros dinâmicos da máquina CC, foi ana-
lisado o circuito da gura 1, com excitação independente.
Onde:
Ra e La são resistência e indutância de armadura, respectivamente
Rf e Lf são os parâmetros para o circuito de campo.
dia
ea = eb + Ra · ia + La ·
dt
Para calcularmos Ra devemos aplicar ao motor uma corrente contínua
conhecida, que será a corrente de armadura do motor ia . Já que a corrente
é contínua, o termo dia anula La . Com isso reduzimos a equação para:
dt
ea = eb + Ra · ia
Se travarmos o motor, a tensão induzida eb desaparece pois ela é direta-
mente proporcional a velocidade angular dΘ ,como pode ser vista na equação:
dt
dΘ
eb = Kb ·
dt
Como o motor está parado não há velocidade angular e a equação ca:
ea = Ra · ia
Como temos ia , e ea pode ser medido, poderemos calcular Ra . Calculados
os valores de Ra para diversos valores ia , conforme o gráco da gura 3.
O valor médio obtido está em (2).
Ra = O.55Ω (2)
É interessante notar que, incluídas em Ra estão tanto as resistências dos
enrolamentos compensadores quanto os de comutação. Como era esperado,
o valor encontrado para a resistência foi muito baixo.
Rf = 158.35Ω (4)
La
τ= (5)
Ra
e igual ao tempo necessário para se chegar a 63% do valor nal.
Sendo o valor nal da corrente de 3.42 A, o tempo gasto para obter 2.15A,
determinado pelo gráco da gura 5, foi de:
τ = 5 ms (6)
La = 2.75 mH (7)
Sendo:
Lf
τ= (8)
Rf
A corrente nal foi de 0.39 A. A constante de tempo do circuito de campo
é, então:
τ = 400 ms (9)
Com os valores de (4) e (9) em (8) tem-se:
Lf = 63.34 H (10)
τ = 4 ms
La = Ra · t = 2.2 mH (11)
τ = 1 ms
La = Ra · t = 0.55 mH (12)
Esse resultado mostra que o circuito de campo inuencia no circuito de
armadura, causando uma redução da indutância da armadura.
6 Segregação de perdas
Foram coletadas várias combinações de tensão de armadura e de campo
que mantêm uma velocidade constante e igual a 700 RPM.
Através da relação entre a potência de entrada e a tensão na armadura,
pode-se vericar a segregação de perdas.
Patrito ≈ 60 W
Figura 9: Pw × Va
Assim:
Patrito 60
B= 2
=
Pcu 1.42
B = 30.6 W−1 (18)
7 Momento de inércia
Para calcularmos J deveríamos conhecer o comportamento da aceleração
angular d Θ
2
então realizamos o seguinte procedimento.
dt 2
Aplicamos ao motor uma determinada tensão, e depois retiramos esta
tensão instantaneamente e, conseqüentemente a corrente Ia . Com isso a
equação de torque ca reduzida a:
d2 Θ dΘ
J· + B0 =0 (19)
dt 2 dt
PL
J =−
ω · ddωt
8 Curva de Magnetização
A máquina foi alimentada, inicialmente, com tensão de 98.6 V para uma
velocidade de 1423 RPM e, posteriormente com uma tensão de 93.5 V para
Figura 11: ω × PL
9 Transitórios
9.1 Partida
Através de um ensaio do transitório de uma máquina a vazio, obteve-se
a curva da gura 13.
9.2 Frenagem
O objetivo desse experimento é analisar o transitório de frenagem da
máquina CC.
Para tal, ligou-se a armadura da máquina através de uma chave de três
posições, de tal forma que, na posição 1, uma tensão Va seria aplicada nos
terminais de armadura e, na posição 2, resistências estariam em série com
a armadura. Também foi utilizado um osciloscópio para se obter curvas de
corrente e velocidade.
10 Conclusão
Com os experimentos descritos aqui, aprendemos como lidar com uma
máquina de corrente contínua. Principalmente pelo cuidado de ligar o campo
anteriormente.
Determinamos todos os parâmetros da máquina e traçamos seu transi-
tório, seja de partida ou de frenagem. Vericamos a baixa resistência de
armadura em comparação com a de campo. E que o mesmo acontece com
as indutâncias. Foi feita a segregação de perdas, calculamos o momento de
inércia e traçamos a curva de magnetização.
Com as práticas de partida e frenagem, observamos picos de corrente que
se tem ao ligar a MCC e o quanto uma resistência reduz o tempo necessário
para pará-la, uma vez que a máquina passa a atuar como gerador.
Referências
[1] Fitzgerald, A. E.; Kingsley Jr., C. & Umans, S. D. Electric Machinery,
5th Edition, McGraw Hill, 1992.