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Universidade Estadual de Maringá

Centro de tecnologia
Departamento de Engenharia Civil
Construção de Edifícios II
Profa. Dra. Luci Mercede Demori

Madeira

Acadêmico: Glauco Brentan da silva

Maringá, 1 de Outubro de 2009


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Sumário
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 4
2. HISTÓRIA DA MADEIRA.............................................................................................................................. 4
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O SISTEMA CONSTRUTIVO ................................................................... 7
4. ANATOMIA DA MADEIRA .......................................................................................................................... 9
4.1 Estrutura microscópica da arvore ................................................................................................... 10
4.2 Estrutura macroscópica da árvore .................................................................................................. 10
5. PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA ..................................................................................................... 11
5.1 Umidade ...................................................................................................................................... 12
5.2 Retratibilidade ............................................................................................................................. 12
5.3 Densidade .................................................................................................................................... 13
5.4 Condutibilidade térmica .............................................................................................................. 13
5.5 Condutibilidade elétrica .............................................................................................................. 13
5.6 Condutibilidade sonora ............................................................................................................... 13
5.7 Resistência ao fogo ...................................................................................................................... 14
5.8 Durabilidade natural .................................................................................................................... 15
5.9 Resistência química ..................................................................................................................... 15
6. PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA ............................................................................................. 15
7. SECAGEM DA MADEIRA ........................................................................................................................... 15
8. SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................................. 17
9. MATERIAIS ............................................................................................................................................... 20
10. PATOLOGIAS ........................................................................................................................................ 28
11. PRESERVAÇÃO ..................................................................................................................................... 32
12. TRATAMENTO DA MADEIRA ................................................................................................................ 34
13. RETENÇÃO E PENETRAÇÃO DO PRODUTO PRESERVATIVO ................................................................. 37
14. SECAGEM DA MADEIRA ....................................................................................................................... 38
15. SISTEMA CONSTRUTIVO ...................................................................................................................... 39
16. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM MADEIRA ...................................... 48
17. INTRODUÇÃO AO CUSTO ..................................................................................................................... 50
18. EXEMPLOS DE OBRAS .......................................................................................................................... 51
19. CONCLUSÃO......................................................................................................................................... 60
20. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 61

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1. INTRODUÇÃO
A madeira sempre se revelou um material nobre e rico em sugestões: sua utilização como
matéria-prima na construção de habitações é uma constante na história da arquitetura.
A madeira como material de construção é o segundo mais utilizado, sendo usada em
diversas etapas (fundação até os acabamentos), passando tanto pela estrutura como por material
auxiliar.
A qualidade da madeira é excepcional para construção e também como matéria prima para
outros produtos industrializados (papel, resinas, alcoóis, plásticos, etc.).
Elas possuem características próprias, como as apresentadas na apostila de Materiais de
Construção, da PUC Paraná:
 Apresentam resistência mecânica tanto para esforços de tração como compressão,
além de resistência a tração por flexão;
 Tem resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio pequeno;
 Tem resistência à choques e cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente
seriam absorvidas por outros materiais;
 Tem fácil trabalhabilidade permitindo ligações simples;
 Boas características de absorção acústica e bom isolamento térmico;
 Custo reduzido na produção;
 Material renovável;
 Apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos.
Com a tecnologia, foi possível eliminar ou minorar os inconvenientes que a madeira
apresenta, como: fácil deterioração em ambientes agressivos, problemas de secagem e umidade,
heterogeneidade e anisotropia naturais de sua constituição fibrosas, dimensões limitadas, etc..
A indústria moveleira e a indústria de embalagens usam largamente a madeira e os produtos
dela derivados (chapas de diferentes características). Outros usos podem ser mencionados: nos
meios de transporte (barcos, carroceria, vagões de trem, dormentes, etc.), nos instrumentos
musicais, em artigos esportivos, nas indústrias de bebidas, de brinquedos, de fósforos, de lápis entre
outros.
Tal emprego vem se mantendo crescente, apesar de alguns conhecidos preconceitos
inerentes à madeira, relacionados principalmente:
 Há insuficiente divulgação das informações tecnológicas já disponíveis acerca de seu
comportamento sob as diferentes condições de serviço;
 Há falta quase sistemática de projetos específicos, desenvolvidos por profissionais
habilitados (Lahr, 2006).

2. HISTÓRIA DA MADEIRA
A madeira é, provavelmente, um dos mais antigos materiais de construção utilizados pelo
homem. O início de sua aplicação em construções dá-se no período Neolítico, também conhecido
por Idade da Pedra Polida (aproximadamente entre 12000 a.C. e 4000 a.C.), onde o homem começa
a dar seus primeiros passos na agricultura.
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A partir deste momento o homem aprende a assegurar a sua alimentação pelo próprio
trabalho e assim, precisando se proteger dos ataques de animais e dos agentes atmosféricos
passando a fixar-se nas terras, constituindo-se os primeiros arquitetos da história da humanidade,
construindo casas, formando as primeiras aldeias, assim como métodos básicos da construção em
madeira.
As construções primitivas eram em grande parte sobre a forma de construções palafíticas,
que são habitações rústicas de madeira, reunidas em verdadeiras cidades erguidas sobre pilotis,
estacas resistentes e profundamente enterradas no fundo dos lagos ou às margens de rios.
Pela facilidade de obtenção e adaptação aos fins previstos, proporcionaram o emprego da
madeira nas construções de importantes obras de arquitetura e engenharia.
Existem testemunhos arqueológicos de que no período Neolítico se utilizavam as
construções em troncos de árvores e os historiadores Romanos afirmavam que já naquele tempo, na
Alemanha, se construíam casas em que se utilizavam troncos cortados em secção quadrangular.
A abundância de bosques de coníferas, no norte e leste da Europa, constituíam um elemento
básico para que a madeira fosse utilizada na construção. Sabe-se que no ano 700 a.C. em Biscupin,
na Polónia existiu uma povoação constituída por casas de troncos.
No século IV d.C., na Noruega, há documentos que atestam a construção de casas de
madeira e que a partir do ano 1000 d.C., na Escandinávia, as casas de troncos de madeira, dispostos
horizontal ou verticalmente eram frequentes.
Os troncos horizontais eram unidos entre si nas suas esquinas, mediante diversos tipos de
acoplamento. Esta disposição horizontal dos troncos teve maior aceitação do que a disposição
vertical, devido à maior estabilidade que conferiam á construção.
―O principal inconveniente da disposição horizontal dos troncos, consistia na maior
dificuldade em conseguir que os espaços entre eles fossem tapados para evitar a infiltração
de ventos e águas. Esta estanqueidade era conseguida, calafetando as fendas com telas
tecidas na cor da madeira ou, nas casas mais humildes, com argila, musgo ou terra. No
entanto, qualquer destes métodos apenas atenuava a penetração do vento e da chuva‖ site da
CASEMA (2007).

Outro inconveniente na disposição horizontal dos troncos consistia no fato dos topos dos
troncos ficarem descobertos ficando facilmente à mercê do apodrecimento.
A partir do século XV, teve o desenvolvimento das técnicas de serragem, utilizando-se a
água como força motriz, sendo mais fácil a obtenção de grossas tábuas que por meio de espigas
permitiam uma melhor união entre si. Deste modo, aos poucos, as casas de troncos foram sendo
substituídas por casas de tábuas ou troncos retangulares, que permitiam uma melhor estanqueidade
e estabilidade.
Nos nossos tempos, podemos admirar extraordinários exemplos de arquitetura em madeira
em diversas zonas do nosso globo. A Ásia, África, Polinésia e América do Sul oferecem-nos alguns
dos exemplos mais impressionantes.
As técnicas em construção em madeira evoluíram com o tempo em varias civilizações,
chegando até os dias atuais, incorporando inovações proporcionadas pela indústria.

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No Brasil, antes da chegada dos colonizadores portugueses, a madeira era utilizada nas
edificações, nas fabricações de meios de transportes, armas de caça, etc. diferenciando-se pelas
tribos. Com a chegada dos Portugueses, além da extração da madeira, que se tornou uma atividade
econômica altamente rentável, a nova população utilizava-se dela para elevar suas cidades.
A arquitetura inicial era basicamente feita em madeira, utilizando técnicas e conhecimentos
indígenas locais para impor o gosto europeu nas construções.
Com o tempo, a extração da madeira além de servir como produto de exportação, servia
também como matéria prima para a produção de energia. O que fez com que a devastação fosse
bem mais acentuada.
―A madeira deixou por um bom tempo de ser utilizada nas construções para ser queimada
nas embarcações que passavam pelo litoral brasileiro. Na arquitetura ficou rebaixada à
estrutura, e as casas tendo o adobe e a taipa, como revestimento. Como se pôde ver a
madeira esteve sempre muito relacionada com a colonização tanto que o nome do país se
deu por causa da madeira que produzia os pigmentos vermelhos exportados para o mundo,
o Pau-Brasil‖ segundo trabalho desenvolvido por alunos da disciplina Tecnologia I do
curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC.

Enfim, a utilização da madeira sempre esteve associada à arte dos antigos carpinteiros e
marceneiros, que transmitiram seus conhecimentos e suas propriedades, de geração em geração,
através do acúmulo de experiências na prática profissional.
―Somente após a Segunda Guerra Mundial é que as pesquisas tecnológicas sobre o material
tiveram grande incremento, dispondo-se hoje de métodos precisos para o projeto das mais variadas
estruturas, sob as mais diversificadas formas‖ (LAHR, 2006).
No Paraná, após a abolição da escravatura, aliada à similitude climática, pode ser explorada
por grandes contingentes de alemães, italianos e poloneses, desenvolvendo mais o uso da madeira,
que trouxeram suas técnicas de construção junto com a arquitetura.
―Os imigrantes alemães construíram suas casas com enxaiméis - estrutura de madeira com
peças diagonais de travamento cujos intervalos são preenchidos por tijolos. Os poloneses e
italianos, de origem camponesa, estabeleceram-se em colônias próximas às cidades. As
casas dos imigrantes italianos eram construídas em alvenaria de tijolos. Os poloneses
empregavam troncos de árvores sobrepostos horizontalmente, com encaixes nos cantos das
paredes‖ (GARCIA et al, 1987).

Hoje se torna indispensável ao bom profissional, tanto arquiteto quanto engenheiro, o


conhecimento das propriedades do material, como também as recomendações da Norma Brasileira (
NBR-7190/97 ) da ABNT pertinente ao assunto, justamente para se explorar precisamente todos os
recursos disponíveis, bem como fazer um emprego em condições adequadas, visando
principalmente a durabilidade do material (LAHR, 2006).

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3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O SISTEMA CONSTRUTIVO
A madeira é empregada, com freqüência, para múltiplas finalidades na construção civil,
destacando-se na solução de problemas relacionados a:
 Coberturas (residenciais, comerciais, industriais);
 Cimbramentos (para estruturas de concreto armado e protendido);
 Transposição de obstáculos (pontes, viadutos, passarelas para pedestres);
 Armazenamento (silos verticais e horizontais);
 Linhas de transmissão (energia elétrica, telefonia);
 Benfeitorias rurais, obras portuárias, etc.

Além disto, é muito empregada na fabricação de componentes para a edificação, como:


 Painéis divisórios;
 Portas;
 Caixilhos;
 Lambris;
 Forros;
 Pisos.

―Ao definir um projeto com madeira é preciso que os arquitetos e os engenheiros


envolvidos tenham plenos conhecimentos das propriedades das espécies mais apropriadas,
considerando fatores como a localização do empreendimento e os agentes biológicos a que
a construção será exposta. Isso é fundamental para evitar futuras deteriorações ocasionadas
pela ação do intemperismo e o ataque de fungos e insetos‖ (Quinalia, 2006).

Existem vários modos de classificar os sistemas construtivos. No conceito difundido por


Picarelli (1986) que define como sistema construtivo "um conjunto de materiais, elementos e
componentes que se utilizam segundo determinadas regras de combinação, para concretizar o objeto
arquitetônico".
O grau de industrialização, o material utilizado nas paredes, a tipologia estrutural e o porte
da construção, são os enfoques adotados para classificar os sistemas construtivos em madeira.
Sendo assim, os sistemas construtivos se diferem pelas existências de métodos e processos
utilizados, assim como, do tipo de equipamento e do tempo de execução. Sinteticamente estes
sistemas subdividem-se em: Sistema Tradicional, Convencional, Racionalizado e Industrializado.
No sistema tradicional, utilizam-se métodos e processos empíricos, intuitivos, com materiais
locais e equipamentos de uso comum.
No Paraná, as casas produzidas por este sistema, são isoladas do solo e composta por
quadro inferior e superior ligados por montantes verticais e fechamento em tábua e mata-junta na
vertical. A grande maioria é realiza com madeira de pinus proveniente da região. Os elementos e
componentes são modulados, reduzindo o tempo necessário para construção.

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Os sistemas convencionais utilizam métodos e processos parcialmente normalizados, com
componentes padronizados e elementos produzidos fora do canteiro de obras, a produção é manual,
desperdiça material e é lenta.
Sistemas construtivos que utilizam componentes padronizados têm uma linha de montagem
organizada e atinge um menor custo de produção com um padrão de qualidade superior ao processo
tradicional. Os aspectos básicos que definem o padrão destas obras são a metragem quadrada e a
qualidade do material de acabamento. Para os modelos populares de casas geralmente é utilizado o
Pinus ou Cambará; nos modelos mais sofisticados faz-se uso de madeiras de melhor qualidade e
maior resistência como a Grápia ou o Angelim, provenientes do Centro-Oeste e Norte do país.
―Os sistemas construtivos convencionais, em sua maioria, utilizam fundação em concreto
ou alvenaria, piso cimentado ou piso cerâmico nas áreas sujeita a umidade e assoalho nos
quartos e na sala. A estrutura portante é formada por montantes verticais ligados por tábuas
na horizontal que recebem a carga da cobertura e as transmite para a fundação. A cobertura
é composta por tesouras, terças e vigas de madeira que suportam um telhado de
fibrocimento ou de telha cerâmica. A vedação é composta por tábuas na horizontal
sobrepostas ou com encaixe macho-fêmea‖ (SILVA, R.D.; BASSO, 2000).

No sistema racionalizado – faz-se o uso de métodos e processos sistemáticos de


organização, elimina o desperdício de material, diminui o custo e o prazo de execução melhorando
a qualidade do produto final.
O sistema industrializado pressupõe métodos e processos de produção em série, de pré-
fabricação total ou parcial, uso de equipamentos mecânicos e/ou automatizados com o intuito de
diminuir a quantidade de material, o custo e o tempo de execução, ao mesmo tempo em que amplia
a qualidade e garante a intercambialidade dos componentes construtivos (SILVA, R.D.; BASSO,
2000).
Os métodos pré-fabricados caracterizam-se pela montagem de peças que chegam prontas ao
canteiro de obra. A edificação é rapidamente construída por profissionais capacitados, fazendo com
que seja limpo e funcional, tendo baixos custos de material e mão-de-obra.
O site da geocities apresenta dois modos de obras pré-fabricadas, o de madeira serrada e de
toras. O de madeira serrada é composto de peças em madeira maciça, que utilizam a técnica do
auto-encaixe. As pranchas de parede são pré-cortadas e seguem o sistema de encaixe tipo macho-
fêmea, eliminando a necessidade de pregos, parafusos ou grampos.
As casas pré-fabricadas de madeira não serrada – toras, geralmente seguem um sistema
construtivo padrão, onde se utilizam peças roliças de madeira de diâmetros variados, ligadas entre si
por meio de encaixes e elementos metálicos: parafusos, chapas e demais conexões.
No Brasil, algumas instituições destacam-se no desenvolvimento de pesquisa sobre a
construção em madeira: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a
Fundação Centro de Desenvolvimento das Aplicações das Madeiras do Brasil (DAM), a Fundação
de Tecnologia do Estado do Acre (FUNTAC) e o Laboratório de Madeiras e de Estruturas de
Madeira da EESC/USP.

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4. ANATOMIA DA MADEIRA
Conforme PETRUCCI (1979), ―a madeira é um produto vegetal proveniente do lenho dos
vegetais superiores: árvores e arbustos lenhosos. Suas características de heterogeneidade e
anisotropia guardam estreita relação com esta origem de seres vivos e organizados‖. As árvores são
plantas superiores, de elevada complexidade anatômica e fisiológica. Botanicamente, estão contidas
na Divisão das Fanerógamas, e são vegetais completos, ou seja, dotados de raízes, caule, folhas e
flores. Estas, por sua vez, se subdividem em Gimnospermas e Angiospermas.
As gimnospermas são árvores coníferas e resinosas, tendo como característica as folhas em
forma de agulha e não fornecendo frutos. São as madeiras de lenho mais mole, correspondendo à
35% das espécies conhecidas.
Já as angiospermas são arvores com características exuberantes e frondosas, conhecida no
Brasil como as madeira de lei, correspondendo à 65% das espécies conhecidas. Usualmente
designadas na literatura internacional como hardwoods, ou seja, madeiras duras. Produzem árvores
com folhas de diferentes formatos, renovadas periodicamente, e constituem a quase totalidade das
espécies das florestas tropicais. No Brasil, diversas essências das Dicotiledôneas são
consagradas no mercado madeireiro, mencionando-se algumas delas: Aroeira do Sertão (Astronium
urundeuva), Peroba Rosa (Aspidosperma polyneuron), Ipê (Tabebuia serratifolia), Mogno
(Swietenia macrophylla), Cedro (Cedrella fissilis), Imbuia (Ocotea porosa), Caviúna (Machaerium
scleroxylon), Angico (Piptadenia excelsa),
A parte da árvore que é usado como material de construção é chamada de lenho, que sub
divide-se em:

 Casca: Protege o tronco e conduz a seiva elaborada das folhas para o tronco. A parte
externa é morta denominada cortiça, a parte interna por onde passa a seiva é denominada floema. A
parte externa esta em constante renovação e não tem muito interesse como material de construção
com exceção da utilização da cortiça (material morto) como isolante acústico.

 Câmbio: É uma camada muito esbelta que se situa entre a casca e o lenho, constituída
de tecido vivo sendo tão importante quanto à parte interna da casca. Seu seccionamento produz a
morte da árvore por interrupção de ―fluidos‘‘.

 Lenho: É o núcleo do tronco, sendo portanto a parte resistente da árvore. É constituído


pelo alburno que é a parte mais externa, e pelo cerne que é a parte central do tronco, sendo formado
por células mortas ou esclerosadas. Este fato torna-o mais resistente visto não exigir nessa região a
seiva, e conseqüentemente não ser atrativos a insetos e outros agentes de deteriorização.

 Medula: É o miolo central do tronco, sendo esta parte constituída de tecido frouxo
muitas vezes já apodrecido, sendo a sua presença em material serrado constitui um defeito.

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4.1 Estrutura microscópica da arvore
De acordo com CALIL JR (2000), o crescimento vertical é o principal de uma árvore. Este
crescimento é contínuo, apresentando variações em função das condições climáticas e da espécie da
madeira. Além do crescimento vertical, também ocorre um aumento no diâmetro do tronco devido
ao crescimento das camadas periféricas responsável pelo crescimento horizontal. A água é retirada
do solo pelas raízes; as folhas absorvem o gás carbônico do ar; o tronco funciona como sustentação;
há elementos para sintetizar substâncias utilizadas na climatização da árvore e as sementes são
responsáveis pela reprodução do vegetal.
Entre o lenho e a casca existe o câmbio, camada microscópica de tecido meristemático. As
células do câmbio se reproduzem, mantendo seu caráter meristemático, outras se transformam em
tecido permanente, regenerando a casca ou formando a madeira. As células produzidas pelo câmbio
para formar a madeira seguem esquemas distintos de especialização, um no caso das Coníferas e
outro nas Dicotiledôneas.
Ao microscópio, distinguem-se duas formações básicas nas Coníferas: os traqueídes e os
raios medulares. Os primeiros são células alongadas, de até 5 mm de comprimento, e até 60 m de
diâmetro, com comunicação pelas extremidades, através de válvulas. Os traqueídes podem
constituir até 95% da madeira das coníferas. Segundo diversos autores, os traqueídes têm a função
de conduzir a seiva bruta (no alburno), de depósito de substâncias polimerizadas (no cerne), de
conferir resistência mecânica ao tronco e, como conseqüência, às peças a serem utilizadas para as
diferentes finalidades.
Já a madeira das Dicotiledôneas apresenta quando observada ao microscópio, pelo menos
três elementos básicos: os vasos, as fibras e os raios medulares. Os vasos são células alongadas,
com até 1 mm de comprimento e 300 m de diâmetro, com seção transversal arredondada e vazada,
os poros. Os vasos podem constituir até 50% da madeira das Dicotiledôneas, comunicam-se entre si
através das extremidades celulares, têm a função de transporte ascendente da seiva bruta (no
alburno) e de depósito de substâncias polimerizadas (no cerne). As fibras são células alongadas,
com até 1,5 mm de comprimento, seção transversal vazada e arredondada, paredes com espessura
sistematicamente superior à dos vasos. As fibras são elementos fechados, não possuindo
comunicação através das extremidades. Podem constituir, dependendo da espécie, até 50% da
madeira das Dicotiledôneas, sendo as principais responsáveis por sua resistência mecânica e por sua
rigidez.

4.2 Estrutura macroscópica da árvore


Na região central do tronco encontra-se a medula, resultante do crescimento vertical inicial
da árvore, podendo apresentar na forma de seção circular, poligonal ou estrelada. Possuindo
características específicas, em geral menos favoráveis em relação à madeira propriamente dita.
A partir da medula, as camadas de crescimento se dispõem em arranjos concêntricos. O
desenvolvimento da árvore não ocorre de modo uniforme ao longo do ano. De acordo com
GONÇALVES (2000), em regiões de estações climáticas bem definidas, a atividade do câmbio é
periódica, permitindo a ocorrência dos anéis de crescimento. Em função das estações, a
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disponibilidade de luz, calor e água experimentam variações consideráveis, fazendo com que os
anéis de crescimento sejam constituídos por duas porções distintas. Uma delas é mais clara, mais
porosa e menos resistente: trata-se da madeira crescida em condições favoráveis de luz, calor e
água. A outra é mais escura, menos porosa e mais resistente: trata-se da madeira crescida em
condições de menor disponibilidade de luz, calor e água. Em regiões de clima tropical, onde as
estações não são bem definidas, pode ocorrer à formação de mais de um anel de crescimento no
ano.
As camadas externas e mais jovens de crescimento são chamadas de alburmo. Estas são
responsáveis pela condução da seiva bruta desde as raízes até as folhas. Trata-se de camadas de
menor resistência à demanda biológica, possui uma coloração mais clara aceitando com mais
facilidade produtos para sua conservação.
As camadas internas do tronco conhecido como cerne são mais antigas, tendendo armazenar
resinas e outras substancias de alta densidade, tornando-a mais escuras, com maior resistência à
demanda biológica. Revestindo o lenho, entendido como a composição de medula, cerne e alburno,
encontra-se a casca. De acordo com PFEIL (1982), a casca é a ―proteção externa da árvore, formada
por uma camada externa morta, de espessura variável com a idade e as espécies‖. Sob esta, há uma
finíssima película do câmbio vascular (a parte ―viva‖ da árvore) que origina os elementos
anatômicos integrantes da casca interna (floema) e do lenho (xilema). A parte externa da casca, cuja
função é a proteção contra o ressecamento dos tecidos vivos, ataque de microorganismos e insetos,
ataque mecânico e mudanças climáticas, é também denominada ritidoma (GONÇALVES, 2000).

Figura 1: Estrutura macroscópica da madeira.


Fonte: Rocco Lahr (1990)

5. PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA


Conhecer as propriedades físicas da madeira é de grande importância porque estas
propriedades podem influenciar significativamente no desempenho e resistência da madeira
utilizada estruturalmente. A espécie, o solo e o clima de sua região, a fisiologia, a anatomia do

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tecido lenhoso e a variação da composição química da árvore são fatores que influenciam nas
características físicas da madeira.
As características a serem analisadas são a umidade, a retratibilidade, a densidade, a
condutibilidade térmica, elétrica, sonora, resistência ao fogo, durabilidade natural além de
resistência química. As características de cada material permitem a escolha do melhor material para
sua melhor aplicação.

5.1 Umidade
Dada pela fórmula:
M ÁGUA
w .100(%)
M SECA
A água é importante para o crescimento e desenvolvimento da árvore, constituindo uma
grande porção da madeira verde.
Na madeira, a água apresenta-se de duas formas: como água livre contida nas cavidades das
células (lumens), e como água impregnada contida nas paredes das células.
Quando a árvore é cortada, ela tende a perder rapidamente a água livre existente em seu
interior para, a seguir, perder a água de impregnação mais lentamente. A umidade na madeira tende
a um equilíbrio em função da umidade e temperatura do ambiente em que se encontra.
O teor de umidade correspondente ao mínimo de água livre e ao máximo de água de
impregnação é denominado de ponto de saturação das fibras (PSF). Para as madeiras brasileiras esta
umidade encontra-se em torno de 25 e 30%. A perda de água na madeira até o ponto de saturação
das fibras se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura da madeira. A partir deste ponto a
perda de umidade é acompanhada pela retração (redução das dimensões) e aumento da resistência,
por isso a secagem deve ser executada com cuidado para se evitarem problemas na madeira.
 Madeira verde: acima de30%
 Madeira semi seca: acima de 23%
 Madeira comercialmente seca: entre 18 e 23%
 Madeira seca ao ar: ente 13 e 18%
 Madeira dessecada: entre 0 e 13%
 Madeira seca: 0%

É importante destacar ainda que a umidade apresente grande influência na densidade da


madeira.

5.2 Retratibilidade
Define-se retratibilidade como sendo a redução das dimensões em uma peça da madeira pela
saída de água de impregnação.

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Como visto anteriormente a madeira apresenta comportamentos diferentes de acordo com a
direção em relação às fibras e aos anéis de crescimento. Assim, a retração ocorre em porcentagens
diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal.
Em ordem decrescente de valores, encontra-se a retração tangencial com valores de até 10%
de variação dimensional, podendo causar também problemas de torção nas peças de madeira. Na
seqüência, a retração radial com valores da ordem de 6% de variação dimensional, também pode
causar problemas de rachaduras nas peças de madeira. Por último, encontra-se a retração
longitudinal com valores dede 0,5% de variação dimensional.

Figura 2: Gráfico Retração X Umidade


Fonte: Gesualdo, 2003

Um processo inverso também pode ocorrer, o inchamento, que se dá quando a madeira fica
exposta a condições de alta umidade ao invés de perder água ela absorve, provocando um aumento
nas dimensões das peças.

5.3 Densidade
A densidade básica da madeira é definida como a massa específica convencional obtida pelo
quociente da massa seca pelo volume saturado e pode ser utilizada para fins de comparação com
valores apresentados na literatura internacional.
A densidade aparente é determinada para uma umidade padrão de referência de 12%, pode
ser utilizada para classificação da madeira e nos cálculos de estruturas.

5.4 Condutibilidade térmica


Mal condutor independente da espécie

5.5 Condutibilidade elétrica


Quando seca é um excelente isolante elétrico, ao passo que úmida se torna condutora.

5.6 Condutibilidade sonora


Não é bom isolante acústico, porém quando usado em tratamento acústico funciona bem por
ter boa capacidade de absorção dos sons.

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5.7 Resistência ao fogo
Uma peça de madeira exposta ao fogo torna-se um combustível para a propagação das
chamas, porém, após alguns minutos, uma camada mais externa da madeira se carboniza tornando-
se um isolante térmico, que retém o calor, auxiliando, assim, na contenção do incêndio, evitando
que toda a peça seja destruída. A proporção da madeira carbonizada com o tempo varia de acordo
com a espécie e as condições de exposição ao fogo. Entre a porção carbonizada e a madeira sã
encontra-se uma região intermediária afetada pelo fogo, mas, não carbonizada, porção esta que não
deve ser levada em consideração na resistência.

Figura 3: Madeira em combustão.


Fonte: Szucs et al, 2006.

Ao contrário, por exemplo, de uma estrutura metálica que é de reação não inflamável, mas
que perde a sua resistência mecânica rapidamente (cerca de 10 minutos) quando em presença de
temperaturas elevadas, ou seja, acima de 500°C.
Com base nas normas de comportamento da madeira ao fogo, já existentes em alguns países,
que se pode prever, levando em consideração um maior ou menor risco de incêndio e a finalidade
de ocupação da construção, uma espessura a mais nas dimensões da seção transversal da peça de
madeira. Com isso, sabe-se que mesmo que a madeira venha a ser queimada em 2 cm, por exemplo,
o núcleo restante é suficiente para continuar resistindo mecanicamente o tempo que se quiser
estimar. Isto faz com que a madeira tenha comportamento perfeitamente previsível. As coníferas,
por exemplo, queimam até 2 cm em 30 minutos e 3,5 cm em 60 minutos.

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5.8 Durabilidade natural
A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie e das
características anatômicas. Certas espécies apresentam alta resistência natural ao ataque biológico
enquanto outras são menos resistentes.
A baixa durabilidade natural de algumas espécies pode ser compensada por um tratamento
preservativo adequado às peças, alcançando-se assim melhores níveis de durabilidade, próximos
dos apresentados pelas espécies naturalmente resistentes.

5.9 Resistência química


Em alguns casos, a madeira pode sofrer danos devidos ao ataque de ácidos ou bases fortes.
O ataque das bases provoca aparecimento de manchas esbranquiçadas decorrentes da ação sobre a
lignina e a hemicelulose da madeira. Os ácidos também atacam a madeira causando uma redução no
seu peso e na sua resistência.

6. PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA


São as características de resistência da madeira a diversos tipos de esforços a que estão
sujeitas as estruturas. Numa primeira classificação podem-se ter as características principais e
secundarias. A principais são a resistência aos esforços no sentido axial, ou das fibras. Compressão,
tração, flexão estática e dinâmica. As secundarias são as que ocorrem perpendicularmente às fibras.
Compressão e tração normal às fibras, torção, cisalhamento e fendilhamento.
Todas as características estão diretamente ligadas às propriedades anisotrópicas, à absorção
de umidade e à densidade de fibras.
O teor de umidade tem fator preponderante na qualidade de resistência da madeira. Quando
verde, tem resistência quase constante, aumentando a medida que vai secando. Quando seca em
estufa, chega a sua resistência máxima.
A massa especifica também influi significativamente na capacidade de resistência à
compressão, sendo que quanto maior, maior a resistência.
Os defeitos que possam existir em partes do lenho proporcionam uma redução na
resistência, que serão levados em consideração nos cálculos de coeficiente de segurança.

7. SECAGEM DA MADEIRA
O início da secagem começa com a evaporação da água localizada no lúmen das células
(vasos, traqueídeos, fibras, etc.), denominada de água livre ou água de capilaridade. A madeira
perde de forma rápida a água de capilaridade sem sofrer contrações volumétricas significativas ou
alterações nas suas propriedades resistentes.
Após a perda de água de capilaridade, permanece na madeira a água contida nas paredes
celulares, denominada de água impregnada. O teor de umidade relativo a este estágio é denominado
de ponto de saturação das fibras (PSF), estando este valor em torno de 20% do peso seco.
15
Alterações na umidade abaixo do PSF acarretam o aumento das propriedades resistentes da madeira
e contrações volumétricas.

Figura 4: Resistência X teor de umidade.


Fonte: Szucs et al, 2006.

Ao final do processo de secagem há um equilíbrio dinâmico entre a umidade relativa do ar,


em que a madeira se encontra exposta, e a umidade da madeira, denominado de umidade de
equilíbrio (UE). A umidade de equilíbrio é, então, função da umidade do ar e da temperatura
ambiente, portanto, podendo ser especificada para cada região onde será empregada.

6.1 Defeitos de secagem


Os defeitos mais comuns que se estabelecem durante a secagem são: (1) fendas e
rachaduras, geralmente devido a uma secagem rápida nas primeiras horas; (2) colapso, que se
origina nas primeiras etapas da secagem e muitas vezes acompanhado de fissuras internas; (3)
abaulamento, que se deve a tensões internas as quais apresenta a árvore combinada a uma secagem
irregular. No caso 3, a deformação é causada pela contração diferenciada nas três direções do corte
da madeira, originando defeitos do tipo arqueamento, encanoamento, encurvamento e torcedura.

16
Figura 5: Defeitos de secagem.
Fonte: Szucs et al, 2006.

8. SUSTENTABILIDADE
O desenvolvimento sustentável não é apenas um termo referente ao ambiente, mas sim um
processo integrado e equilibrado entre objetos econômicos, financeiros, ambientais e sociais. Isso
representa utilizar os recursos existentes de forma a interferir o mínimo possível no equilíbrio entre
o meio ambiente e a sociedade humana.
Segundo o Relatório de Brundtland (1987) define-se como desenvolvimento sustentável ―O
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades(...)‖. Esta definição
surgiu numa comissão mundial criada pela ONU para discutir e propor meios para harmonizar o
desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
O reconhecimento de que os recursos naturais são finitos é fundamental para o
desenvolvimento sustentável. Para um empreendimento ser sustentável tem de se enquadrar em ser
ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
―No momento atual, quando em todo o mundo se discutem questões ambientais, — tais
como a sustentabilidade dos processos de produção, a despoluição do planeta e a
regeneração de áreas degradadas —, as florestas e, conseqüentemente, a madeira possuem
grande parte da solução para os problemas detectados‖ (RAZERA NETO, 2005).

A busca para garantir a manutenção de mercados, como também expandi-lo, vem marcando
o cenário global caracterizado pela competitividade e, conseqüentemente pela necessidade de se
obter uma solução para os problemas gerados de tal expansão. No Brasil, país que possui a maior
floresta tropical do mundo, com maior biodiversidade, pouco explora comercialmente este
potencial. Uma das opções para a abertura de novos mercados é a exploração desse setor florestal.
Esta alternativa, fundamentada na utilização de métodos racionais de exploração, anda lado a lado
com o desenvolvimento sustentável.
A madeira é um material renovável na natureza e participa decisivamente no equilíbrio
ecológico. Ela melhora a qualidade do ar pelo ―seqüestro de carbono‖, fixação do gás carbônico,

17
pela liberação de oxigênio através do processo fotossintético, manutenção da biodiversidade quando
associada ao sistema de manejo florestal, sem contar com a prevenção a áreas sujeitas a erosão.
Além destes benefícios ambientais a madeira é um material, na construção civil, que pode
substituir materiais com altos gastos energéticos e de recursos naturais na sua produção. Ela possui
uma demanda energética 21 vezes menor que a produção de cimento e quando comparada ao aço, a
redução de energia chega a ser 99% menor para sua obtenção.
Tabela 1: Energia de Produção
ENERGIA PARA
MATERIAL
PRODUÇÃO (MJ/m³)
Concreto 1920
Aço 234000
Madeira 600
Fonte: Miotto, 2008

O uso da madeira no Brasil como material de construção civil não é muito difundido devido
à falta de cultura que vem de muito tempo em épocas de colônia. Outro fator, segundo Calil Junior
et al. (2006), é que a população tem uma idéia equivocada de que a madeira tem uma pequena vida
útil, sendo assim negligenciada como material de construção. Essa opinião mostra a falta de
conhecimento do povo, pois existem diversos tratamentos químicos e tecnologias que protegem a
madeira contra o apodrecimento por até 50 anos ou mais. Além do mais, pode-se pensar que o uso
em larga escala da madeira causará um grande desflorestamento.

Figura 6: Estoque de biomassa.


Fonte: FAO, 2007 apud Zanetti

18
Como se pode ver no gráfico a proporção de estoque de PFM no Brasil é muito menor que o
estoque aéreo e subterrâneo, mostrando que o país não tem um consumo suficiente para sua
produção.
De fato, se a exploração for realizada de forma ilegal, sem racionalização, muitas espécies
de madeiras serão extintas sem contar com a destruição do habitat de muitos seres vivos. Em
contrapartida, o governo vem incentivando o uso da madeira de reflorestamento e de manejo
florestal.
A madeira de reflorestamento, segundo IPT (2009), se destina a produzir matéria-prima para
as indústrias, cuja implantação, manutenção e exploração seguem projetos previamente aprovados
pelo IBAMA. ―O uso estrutural da madeira de reflorestamento como uma alternativa às espécies
tropicais é uma solução natural. Dos reflorestamentos atuais existentes, o Pinus e o Eucalipto são os
mais importantes para a construção civil.‖ (CALIL JUNIOR et al., 2006).
O manejo florestal é o ―gerenciamento da floresta para obtenção de produtos e serviço,
respeitando-se as variáveis ambientais, sociais que garantem o mecanismo de sustentação do
ecossistema objeto do manejo‖ (NBR 14789 e NBR 15789 apud REZENDE, 2006), ou seja,
extração de madeira florestal através de um planejamento cuidadoso e com uso de técnicas de
exploração de baixo impacto. É a maneira correta de utilizar esses recursos naturais por partir do
principio de sustentabilidade.
A certificação da produção adequada ambientalmente se dá pelo Sistema de Certificação
Florestal Brasileiro do Inmetro (Cerflor) e pelo FSC – Forest Stewardship Council.
De acordo com o Cerflor, certificação florestal ―é um processo voluntário no qual, a
organização busca por meio uma avaliação de terceira parte, garantir junto aos clientes e à
sociedade, que seu produto tem origem em florestas adequadamente manejadas, quanto aos aspectos
ambiental, social e econômico‖.
Segundo Rezende (2006), o manejo florestal compreende num sistema sustentável que
possui muitas vantagens econômicas, ambientais e sociais. Economicamente falando, aumenta o
rendimento das florestas, gera vantagem competitiva, facilita acesso a novos mercados, possibilita a
introdução de novas espécies e desenvolve e melhora a imagem pública da empresa.
Ambientalmente, contribui para a conservação da biodiversidade e seus valores associados, mantém
as funções ecológicas e a integridade das florestas, protege as espécies ameaçadas e seu habitat. No
aspecto social, promove a legalização da atividade, respeito aos direitos dos trabalhadores, povos
indígenas e comunidades locais, contribui para a melhora das condições de trabalho, cria um novo
espaço de participação dos trabalhadores e povos da floresta na definição dos padrões e no
monitoramento das operações do manejo florestal, elimina mão-de-obra forçada e trabalho infantil e
promove a qualificação da mão-de-obra gerando estabilidade.
A madeira de demolição também entra nessa área de sustentabilidade, pois é reaproveitada
das demolições de construções encontradas geralmente nas estruturas e matérias-primas. A idéia de
modelar pisos, móveis, esquadrias, objetos de decoração e até mesmo forros, garante a reutilização
desse material que é extremamente durável já que a madeira passa por um processo tratamento
inicial.
19
Outro item que vem aparecendo é o gerenciamento dos resíduos ao longo de toda a cadeia
produtiva da madeira, já existindo alternativas para agregar valor a esses resíduos, através da sua
reclassificação e emprego em produtos alternativos, como pastilhas de madeira aplicadas a painéis e
a construção civil de um modo geral.
Vários países do mundo já perceberam o grande potencial de minimização de problemas
ambientais com o uso da madeira e agora tentam esclarecer ao público, com programas nacionais,
as vantagens econômicas, sociais e ambientais que esta pode trazer. Segundo Zanetti, no Brasil, a
RUMOS, Rede de Uso de Madeira de Origem Sustentada, está sendo estabelecida de modo que as
informações sejam passadas à população para demonstrar a contribuição efetiva da madeira para o
desenvolvimento sustentável brasileiro.

9. MATERIAIS
Os produtos de madeiras utilizados na construção variam desde peças com pouco ou
nenhum processamento –madeira roliça – até peças com vários graus de beneficiamento, como:
madeira serrada e beneficiada, lâminas, painéis de madeira e madeira tratada com produtos
preservativos.

9.1 Madeira roliça


A madeira roliça é o produto com menor grau de processamento da madeira. Consiste de um
segmento do fuste da árvore, obtido por cortes transversais (traçamento) ou mesmo sem esses cortes
(varas: peças longas de pequeno diâmetro). Na maior parte dos casos, sequer a casca é retirada. Tais
produtos são empregados, de forma temporária, em escoramentos de lajes (pontaletes) e construção
de andaimes. Em construções rurais, é freqüente o seu uso em estruturas de telhado.
Neste tipo de produto também se enquadra a madeira roliça derivada dos postes de
distribuição de energia elétrica, em geral tratados com produtos preservativos de madeira, que é
empregada em estruturas de edificações, assim como a madeira roliça empregada na pré-fabricação
das chamadas ―casa de toras‖.
A madeira roliça na região centro-sul do País é proveniente de reflorestamentos,
principalmente daqueles realizados com as diversas espécies de eucalipto (Eucalyptus spp.).
Madeiras nativas na forma roliça são empregadas somente nas regiões produtoras, como na
Amazônia, onde se destaca a acariquara (Minquartia guianensis), pela sua resistência mecânica e
alta durabilidade natural.

20
Figura 7: Madeira roliça

9.2 Madeira serrada


É produzida em unidades industriais chamadas de serrarias, onde as toras são processadas
mecanicamente, transformando a peça originalmente cilíndrica em peças quadrangulares ou
retangulares, de menor dimensão. A sua produção está diretamente relacionada com o número e as
características dos equipamentos utilizados e o rendimento baseado no aproveitamento da tora
(volume serrado em relação ao volume da tora), sendo este função do diâmetro da tora (maiores
diâmetros resultam em maiores rendimentos).
As diversas operações pelas quais as toras passam são determinadas pelos produtos que
serão fabricados. Na maioria das serrarias, as principais operações realizadas incluem o desdobro, o
esquadrejamento, o destopo das peças e o pré-tratamento.
O pré-tratamento possui caráter profilático e tem por objetivo proteger a madeira recém-
serrada, contra fungos e insetos xilófagos, apenas durante o período de secagem natural. É
realizado, normalmente, por meio da imersão das pranchas em um tanque com uma solução
contendo um produto preservativo de ação fungicida e outro de ação inseticida.
Devido ao método de tratamento e à natureza dos produtos preservativos utilizados, o pré-
tratamento confere uma proteção superficial à madeira, pois atinge somente suas camadas mais
externas. O pré-tratamento pode ser dispensado pela indústria quando a secagem da madeira é feita
em estufas, imediatamente após desdobro das toras, e não deve ser considerado, pelo consumidor,
como um tratamento definitivo da madeira que vai garantir sua proteção quando seca e em uso.
As serrarias produzem a maior diversidade de produtos: pranchas, pranchões, blocos, tábuas,
caibros, vigas, vigotas, sarrafos, pontaletes, ripas e outros..

9.3 Pranchas e pranchões


No desdobro, a tora sofre cortes longitudinais resultando em peça com duas faces paralelas
entre si, mas com os cantos irregulares (mortos) e com casca.

21
A prancha deve apresentar espessura de 40 mm a 70 mm e largura superior a 200 mm. O
comprimento é variável. O pranchão caracteriza-se por espessura superior a 70 mm e largura
superior a 200 mm. O comprimento também é variável.

Figura 8: Pranchões.

9.4 Vigas e vigotas


As vigas são peças de madeira serrada utilizadas na construção civil. Apresentam-se na
forma retangular, com espessura maior do que 40 mm, largura entre 110 e 200 mm e comprimento
variável, de acordo com o pedido do solicitante.
As vigotas ou vigotes são uma variação de vigas, de menores dimensões, apresentando
espessura de 40 mm a 80 mm e largura entre 80 e 110 mm.
Afim de padronizar as dimensões das madeiras serradas a associação brasileira de normas
técnicas criou algumas normas para que algumas especificações sejam cumpridas.
 NBR 7203 (1982): Essa norma foi considerada a principal referência para as
comparações de nomenclaturas e bitolas de pranchão, prancha, viga, vigota, caibro, tábua, sarrafo e
ripa;
 NBR 7190 – Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, Associação Brasileira
de Normas Técnicas, 1997. 107p.
 NBR 14807 – Peças de madeira serrada – Dimensões. Rio de Janeiro, Associação
Brasileira de Normas Técnicas, 2002. 2p.

22
Tabela 2: Medidas de referência.

Fonte: NBR7203, NBR 7190, NBR 14807.

9.5 Madeira compensada


Os compensados surgiram no início do século XX como um grande avanço, ao transformar
toras em painéis de grandes dimensões, possibilitando um melhor aproveitamento e, conseqüente,
redução de custos.
O painel compensado é composto de várias lâminas desenroladas, unidas cada uma,
perpendicularmente à outra, através de adesivo ou cola, sempre em número ímpar, de forma que
uma compense a outra, fornecendo maior estabilidade e possibilitando que algumas propriedades
físicas e mecânicas sejam superiores às da madeira original. A espessura do compensado pode
variar de 3 a 35 mm, com dimensões planas de 2,10 m x 1,60 m, 2,75 m x 1,22 m e 2,20 m x 1,10
m, sendo esta a mais comum.
Extensamente utilizado na indústria de móveis e construção civil, seu preço varia conforme
as espécies e a cola utilizadas, com a qualidade das faces e com o número de lâminas que o compõe.
Há compensados tanto para uso interno quanto externo. Chapas finas de compensado
apresentam vantagens sobre as demais madeiras industrializadas, pois são maleáveis e podem ser
encurvadas.
São encontrados no mercado três tipos: laminados, sarrafeados e multissarrafeados. Os
primeiros são produzidos com finas lâminas de madeira prensada. No compensado sarrafeado, o
miolo é formado por vários sarrafos de madeira, colados lado a lado. O multissarrafeado é
considerado o mais estável. Seu miolo compõe-se de lâminas prensadas e coladas na vertical,
fazendo um ―sanduíche‖.
Os compensados podem ou não ser comercializados com aplicação de lâminas de madeira
de uso mais nobre ou mesmo laminado plástico. Nesses casos há sempre a necessidade de
revestimento das bordas.

23
Figura 9: Madeira compensada.

9.6 Chapas de fibras


As chapas duras ou hardboards são obtidas pelo processamento da madeira de eucalipto, de
cor natural marrom, apresentando a face superior lisa e a inferior corrugada. As fibras de eucalipto
aglutinadas com a própria lignina da madeira são prensadas a quente, por um processo úmido que
reativa esse aglutinante, não necessitando a adição de resinas, formando chapas rígidas de alta
densidade de massa, com espessuras que variam de 2,5 mm a 3,0 mm.

Figura 10: Chapa de fibras.

9.7 Chapa de fibras- MDF


As chapas MDF (medium density fiberboard), com densidade de massa entre 500 e 800
kg/m³, são produzidas com fibras de madeira aglutinadas com resina sintética termofixa, que se
consolidam sob ação conjunta de temperatura e pressão resultando numa chapa maciça de
composição homogênea, de alta qualidade. Estas chapas apresentam superfície plana e lisa,
adequada a diferentes acabamentos, como pintura, envernizamento, impressão, revestimento e
outros. Estes painéis possuem bordas densas e de textura fina, apropriados para trabalhos de
usinagem e acabamento.
24
As chapas MDF vêm preencher grande parte dos requisitos técnicos que eram demandados,
mas não supridos pelas chapas de fibras em diversos usos (densidade média e maiores espessuras) e
pelo aglomerado, boas características de usinabilidade e de acabamento, tanto com equipamentos
industriais quanto com ferramentas convencionais. Este tipo de painel pode ser serrado, torneado,
lixado, furado, trabalhado em encaixes, malhetes e espigas e recebe bem pregos, parafusos e colas,
desde que seguidas as recomendações do fabricantes quanto ao uso dos elementos corretos de
fixação. Pode ser usado em móveis e na construção civil, com destaque para portas de armário,
frentes de gavetas, tampos de mesa, molduras, pisos e outras aplicações.
No mercado essas chapas são encontradas em três versões: natural, revestida com laminado
melamínico de baixa pressão (BP), de acabamento liso ou texturizado em distintos padrões, e
revestida com película celulósica do tipo Finish Foil (FF), apresentando superfícies lisas ou
texturizadas em vários padrões madeirados.
Devido ao uso relativamente especializado e nobre que se prevê para as chapas MDF, a
matéria-prima preferida para sua fabricação é a madeira de florestas plantadas, com características
uniformes e preferencialmente, de baixa densidade de massa e cor clara, sendo favorecido o pinus.
Ainda dentro deste tipo de painel, já são produzidas e utilizadas as HDF (high density
fiberboards) que são chapas produzidas pelo mesmo processo a seco, como as MDF, exceto que em
um valor mais alto de densidade de massa – acima de 800 kg/m³. Este tipo de painel, revestido com
materiais apropriados, destina-se à fabricação de pisos, por exemplo.

Figura 11: Chapa de fibras- MDF

25
9.8 Chapa de partículas- aglomerado
O aglomerado é uma chapa de partículas de madeiras selecionadas de pinus ou eucalipto,
provenientes de reflorestamento. Essas partículas aglutinadas com resina sintética termofixa se
consolidam sob a ação de alta temperatura e pressão. As chapas aglomeradas são encontradas no
mercado, na sua aparência natural, revestidas com película celulósica do tipo Finish Foil – FF em
padrões madeirados, unicolores ou fantasias, ou ainda, revestidas com laminado melamínico de
baixa pressão – BP, que, por efeito de prensagem a quente, funde o laminado à madeira aglomerada
formando um corpo único e inseparável.
São chapas estáveis, podendo ser cortadas em qualquer direção, o que permite o seu maior
aproveitamento. O aglomerado deve ser revestido, sendo indicado na aplicação de lâminas de
madeira natural e laminados plásticos.
É amplamente utilizado pela indústria de móveis, construção civil, embalagens, entre outros.
Algumas operações como fresagem, fixações, encabeçamentos, molduras entre outras,
requerem cuidados especiais com ferramentas e equipamentos. Normas e recomendações devem ser
observadas para se obter maior uniformidade e acabamento na instalação do produto final. Os
dispositivos de fixação utilizados devem ser aqueles indicados para este tipo de material, sob pena
de serem obtidos resultados finais negativos caso estas recomendações não sejam seguidas.
Por não apresentar resistência à umidade ou à água, o aglomerado deve ser utilizado em
ambientes internos e secos, para que suas propriedades originais não se alterem.

Figura 12: Aglomerado.

26
9.9 Chapas de partículas- OSB
Os painéis de partículas orientadas ou oriented strand boards, mais conhecidos como OSB,
foram dimensionados para suprir uma característica demandada, e não encontrada, tanto na madeira
aglomerada tradicional quanto nas chapas MDF – a resistência mecânica exigida para fins
estruturais.
Os painéis são formados por camadas de partículas ou de feixes de fibras com resinas
fenólicas, que são orientados em uma mesma direção e então, prensados para sua consolidação.
Cada painel consiste de três a cinco camadas, orientadas em ângulo de 90 graus umas com as
outras.
A resistência destes painéis à flexão estática é alta, não tanto quanto a da madeira sólida
original, mas tão alta quanto a dos compensados estruturais, aos quais substituem perfeitamente. O
seu custo é mais baixo devido ao emprego de matéria-prima menos nobre, mas não admitem
incorporar resíduos ou ―finos‖, como no caso dos aglomerados.
Os OSB têm a elasticidade da madeira aglomerada convencional mas são mais resistentes
mecanicamente. Os painéis OSB têm tido utilização no exterior, principalmente na construção
habitacional. Nos EUA, a construção de casas apresenta características de uso intenso de madeira
serrada e de painéis, especialmente em paredes internas e externas, pisos e forros e, nestes usos, os
painéis OSB têm tido bom desempenho. Mais recentemente, estes produtos estão encontrando
nichos de uso também em aplicações industriais, onde a resistência mecânica, trabalhabilidade,
versatilidade e valor fazem deles alternativas atrativas em relação à madeira sólida. Entre estes usos,
estão mobiliário industrial, incluindo estruturas de móveis, embalagens, contêineres e vagões.
No Brasil, a produção de OSB é recente e a demanda pelo uso deste produto está
aumentando. Na construção civil, já é possível ver sua aplicação em pisos, divisórias (paredes),
coberturas (telhados) e obras temporárias (tapumes e alojamentos). O produto nacional é certificado
de acordo com as normas americanas, o que permite os usos citados.

Figura13: OSB.

27
9.10 Madeira laminada e colada
A madeira laminada e colada é um produto estrutural, ou seja, pela associação de lâminas de
madeira selecionada, em que são coladas com adesivos sob pressão. As espessuras das lâminas
variam de 1,5 a 5 cm. As lâminas podem ser emendadas com cola nas extremidades, formando
peças de grande comprimento. O processo de fabricação consiste na secagem das lâminas, execução
de juntas de emendas, colagem sob pressão, acabamento e tratamento preservativo.
As emendas são geralmente distribuídas ao longo da peça de forma desordenada. As
emendas denteadas são mais eficientes do que as emendas com chanfro, além de serem mais
compactas. Os produtos estruturais industrializados de madeira laminada e colada são fabricados
sobre rígidos padrões de qualidade. Em relação à madeira maciça este material apresenta as
seguintes vantagens.

1. É mais homogênea, pois os nós são partidos e distribuídos mais aleatoriamente;


2. Permite a confecção de peças de grandes dimensões;
3. Permite melhor controle de umidade das lâminas, reduzindo defeitos provenientes de
secagem irregular;
4. Permite a seleção de lâminas de qualidade nas regiões de maiores tensões;
5. Permite a construção de peças de eixo curvo.

10. PATOLOGIAS

Quando ouvimos falar a palavra patologia logo fazemos uma ligação com doenças, pois é,
isso não deixa de estar certo, o mesmo pode ser realizado para patologias em estruturas que nada
mais é do que uma ―doença‖ da estrutura em questão.
Segundo Souza e Ripper (1998) apud Vivarelli (2006), patologias das estruturas define-se
como ―um novo campo da Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das origens, formas
de manifestação, consequências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de
degradação das estruturas.‖.

10.1 Origem e Causas das Patologias


Assim, diversos autores afirmam que os problemas patológicos tendem a se manifestar
somente depois do início da execução propriamente dita, ou seja, a última fase de produção.
Geralmente, os problemas só começam a aparecer na etapa de uso, pois o desgaste do edifício é
maior e se não houver reparos e manutenções constantes, o problema tende a se agravar,
promovendo um patologia globalizada, exigindo assim terapias complexas e gerais.
Assim, na realização de um diagnóstico adequado, se verifica em que etapa do processo
evolutivo teve origem o fenômeno, identificando a origem do problema, e os responsáveis pela
falha. Desta forma fica evidente aonde o problema foi iniciado, pois se o material não atendeu aos
esforços especificados a culpa foi do fabricante, se o projeto foi mal calculado a culpa é do
28
projetista, na etapa de execução erro de quem executou e etc. ou ainda podendo apresentar mais de
uma causa para o problema.

10.2 Patologias em madeira


Segundo Fontenelle (2000) apud Vivarelli (2006) diversos efeitos de peças de madeira
independentemente de seu uso aparecem cotidianamente. Suas conseqüências mais naturais são o
comprometimento da estrutura em si, em sua segurança e estabilidade.
De acordo com o autor, as patologias em obras de madeira podem acontecer da seguinte
forma:
 Abaulamento – deformações da madeira causadas por esforços excessivos nas peças,
retração da madeira na secagem ou no desdobramento. Podem deformar a estrutura e
introduzir tensões não previstas, além de causar problemas estéticos. Podem ser por
escanoamento, empenamento e arqueadura;
 Defeitos congênitos – são defeitos inerentes à própria madeira. Os principais tipos
são: presença de nós, fibras desviadas, quebraduras, manchas e ardiduras;
 Defeitos de desdobramentos – desbitolamento e quinas mortas;
 Ataques por animais xipófagos – animais que atacam a madeira perfurando-a e
causando enfraquecimento, podendo acarretar a sua destruição total. Como exemplo,
pode-se citar os cupins, carunchos, limnórias, teredos e algumas espécies de vespas.
 Apodrecimento – é a decomposição da madeira pela ação de fungos (mofo ou bolor)
ou pela ação de substâncias químicas tais como cloro, soda e ácidos.
Outros problemas podem ser encontrados, como afirma Fontenelle (2000):
 desempenho deficiente das emendas ou ligações;
 apodrecimento das pontas das tesouras onde se apóiam nas paredes;
 deficiência na execução de telhados por ausência de projetos;
 mau funcionamento de esquadrias de madeira, e quebra de vidros;
 retração da tábuas após a sua colocação em paredes, forros e pisos, devido à
secagem.

10.3 Precauções e medidas a serem tomadas


Para que as edificações em madeiras tenham uma maior vida útil torna-se necessário a
realização de algumas medidas e cuidados em certas etapas da obra.
Como em qualquer sistema construtivo, faz-se necessário a correta utilização e
conhecimento das características do material a ser utilizado.

10.3.1 Projeto
―Independente de qualquer tipo de tratamento, é no desenho dos detalhes que está a chave
da prevenção ao desgaste da madeira‖, afirma SZÜCS (1992) .

29
O projeto de uma construção em madeira deve levar em conta suas particularidades. A
eficiência do processo construtivo será alcançada com um bom detalhamento e seguindo algumas
diretrizes. Conforme BENEVENTE (1995) o projeto deve evitar reentrâncias e cortes, além de
concentrar os equipamentos como banheiros, cozinhas e áreas de serviços (áreas molhadas),
sugerindo inclusive a alteração de material nestas áreas com teor de umidade elevado.
Tratando-se de construções de madeira, o termo ―improvisação‖ deve ser banido do
vocabulário dos profissionais atuantes, sejam eles arquitetos ou engenheiros. Neste contexto, sendo
a construção de madeira composta por vários sub-sistemas que se interagem, é imprescindível o
estabelecimento de detalhes que permitam o desempenho esperado do conjunto. De uma forma
resumida, quanto ao projeto, KROPF (2000) afirma que ―como a madeira pode ganhar umidade ou
tornar-se seca, os detalhes construtivos inteligentes devem:
 proporcionar proteção contra a chuva e os raios solares;
 permitir o rápido escoamento da água;
 permitir que áreas úmidas sequem com maior facilidade‖.

10.3.2 Implantação
De acordo com BENEVENTE (1995), o conhecimento das características geográficas e
climáticas do local onde a obra será implantada é fundamental na concretização desta atividade.
Tendo-se em vista que os fatores climáticos e geográficos influenciam diretamente no
comportamento do edifício, em todos os seus aspectos, recomenda-se todo o cuidado na sua
implantação. Como justificativa de tal preocupação, apresenta-se na seqüência, um quadro
publicado por KROPF (2000), em que se mostra uma relação causa x efeito para a madeira exposta
ao intemperismo:
Tabela 3: Mecanismo de falha na madeira exposta ao intemperismo.
CAUSA EFEITO
Raios solares Retração da madeira
Esforços internos Fendas longitudinais
Chuva Água nas fendas
Inchamento Aprofundamento das fendas
Fendas profundas Permanência de umidade
Permanência de umidade Desenvolvimento de fungos
Ação dos fungos Deterioração interna
Deterioração pronunciada Perda de resistência
Fonte: KROPF, 2000.

10.3.3 Fundações
A fundação constitui-se em um dos pontos mais críticos de uma construção de madeira, por
colocá-la diretamente em contato com o solo. BENEVENTE (1995) afirma que se deve impedir a
transferência de umidade do solo – por capilaridade – através dos elementos de fundação, bem
como introduzir mecanismos que impeçam a migração de insetos xilófagos do solo para a estrutura.
30
É necessário promover a ventilação do espaço entre a parte inferior do vigamento do
pavimento térreo e o solo, através de orifícios situados nas paredes de fundação, estas denominadas
paredes de transição, conforme SHERWOOD (1975) apud BENEVENTE (1995). Tais aberturas
devem se localizar em paredes opostas, de modo a permitir a ventilação cruzada. Recomenda, o
mesmo autor, uma altura livre de 30 centímetros entre o solo e o vigamento mestre do piso e uma
altura de 45 centímetros entre o solo e as vigotas, possibilitando, inclusive, as eventuais e
necessárias visitas de inspeção.
As paredes da fundação devem receber uma impermeabilização adequada, de maneira a
impedir a passagem da umidade do solo para a madeira, por capilaridade. Toda a área periférica da
construção deve ser cuidadosamente drenada, de preferência com a utilização de caixa de brita ao
longo da linha de deságüe do telhado, quando o mesmo não for provido de calhas e condutores
específicos.
Objetivando o impedimento do ataque de insetos à estrutura de madeira, deve-se tomar o
cuidado de tratar quimicamente o solo onde a construção será implantada (envenenamento), bem
como executar escudos metálicos (rufos) que servem como barreira física impedindo a migração
dos mesmos para a estrutura, além de ser recomendado o tratamento químico da própria madeira
com os devidos preservativos.

10.3.4 Estrutura
Conforme BENEVENTE (1995), ―na estrutura os pontos mais preocupantes quanto à
durabilidade são os topos dos elementos, ou seja, suas extremidades‖. Os componentes da
superestrutura devem ficar afastados do solo por meio de paredes de transição, recomendando-se
aproximadamente 30 centímetros de afastamento.
Nas áreas mais críticas, as peças de madeira que têm suas extremidades desprotegidas
devem ser cobertas com dispositivos metálicos fixos. Diversos são os detalhes para esta proteção e
devem ser empregados com cautela, pois sem uma ventilação adequada, esta cobertura pode tornar-
se uma barreira que impede a secagem de uma eventual umidade ali presente.
Nos telhados, as testeiras (ou em alguns locais chamadas de tábuas de beiral) além de
desempenhar um papel estético de arremate, também protegem os componentes expostos da
estrutura, funcionando como uma madeira de sacrifício.
A fixação dos pilares deve afastar a madeira do contato com o solo. A boa prática sugere a
utilização de dispositivos metálicos, devidamente protegidos contra a corrosão, para este fim.

10.3.5 Elementos de Fechamento


Constituem-se em elementos de fechamento de uma construção de madeira os planos
verticais da edificação, os quais definem os espaços internos.
Quando são empregadas as uniões do tipo macho-e-fêmea nos revestimentos externos, as
peças devem ter um detalhamento especial de modo que seja impedido o acúmulo de umidade nas
ranhuras de ligação entre as peças.

31
SZÜCS (1992), em seu trabalho, recomenda que sejam instaladas pequenas pingadeiras no
pé das paredes externas, evitando-se que a água de chuva que escorre, penetre sob a parede, dentro
do piso.
―Quando se adota como vedação da face exterior do painel, componentes pregados (grifo
nosso), estes pregos devem ficar embutidos para evitar a reação química do metal, na
presença da água, com elementos atmosféricos e ou com o tanino de algumas madeiras,
produzindo manchas escuras logo abaixo de suas ‗cabeças‘‖, segundo BENEVENTE
(1995).

Nos caixilhos, particularmente nas janelas, deve-se prever a utilização de pingadeiras


superiores e inferiores, além de uma boa vedação das juntas, sempre afastando as águas dos pontos
de possíveis acúmulos.

10.3.6 Cobertura
Numa construção de madeira, a cobertura desempenha um papel de agente protetor da
edificação. Desta forma, segundo SZÜCS (1992), deve-se ―utilizar beirais suficientemente largos,
que protejam a parte superior das paredes da ação direta do sol e da chuva‖, recomendando que os
mesmos tenham no mínimo 70 centímetros de largura. Continua, o autor, recomendando que sejam
instaladas calhas nas pontas dos beirais, de modo a evitar que a água que cai do telhado e bate no
chão com força, respingue nas paredes da casa.
Evidentemente que a largura dos beirais depende da região em que a edificação está sendo
implantada. Numa região como a amazônica, os beirais devem ser muito amplos devido à
quantidade de precipitação pluviométrica do local. Já em regiões como o nordeste do país, os
mesmos podem ser diminuídos, tendo o beiral, neste caso, o papel de proporcionar a proteção contra
a ação dos raios solares.
Assim como no restante da edificação, também o telhado deve possuir aberturas que
proporcionem sua ventilação.

11. PRESERVAÇÃO
A preservação de madeiras é o conjunto de medidas preventivas e curativas para controle de
agentes biológicos (fungos e insetos xilófagos e perfuradores marinhos), físicos e químicos que
afetam as propriedades da madeira, adotadas no desenvolvimento e na manutenção dos
componentes de madeira no ambiente construído, enfim, o tratamento deve ser realizado para
prevenir sua deterioração, ampliando assim seu tempo de vida útil.

11.1 Sistema de classes de riscos


No contexto da revisão da norma brasileira NBR 7190 – Estruturas de Madeiras, a
Associação Brasileira de Preservadores de Madeira – ABPM e o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas de São Paulo – IPT propuseram a elaboração de uma norma sobre preservação de

32
madeiras para auxiliar produtores e usuários do setor de construção civil para aumentar a
durabilidade de sistemas construtivos de madeira.
O trabalho, apresentado por BRAZOLIN et al (2007), faz uma abordagem sistemática sobre
o assunto biodeterioração e tratamento preservativo de madeira denominada Sistema de Classes de
Risco. Este sistema relaciona diferentes condições de exposição de produtos de madeira aos
possíveis agentes biológicos (fungos, insetos xilófagos e perfuradores marinhos), definindo-se para
os diferentes riscos de biodeterioração o tratamento preservativo (produto e processo) mais
adequado.
Estas classes foram baseadas nas condições de exposição ou uso da madeira, na expectativa
de desempenho do componente e nos possíveis agentes biodeterioradores presentes, isto é, a
avaliação dos riscos biológicos aos quais a madeira será submetida durante a sua vida útil – ataque
de fungos e insetos xilófagos e perfurados marinhos.
Segundo BRAZOLIN et al (2007), este sistema conduz a uma reflexão sobre as medidas que
devem ser adotadas durante fase de elaboração de projeto de uma construção e auxilia na definição
do tratamento preservativo da madeira (produto e processo) em função da condição de uso a que ela
estará exposta.
Esta norma, define seis classes de riscos biológicos que representam, nas condições
brasileiras, seis diferentes situações de exposição da madeira e de produtos derivados da madeira,
em serviço. O objetivo desta classificação é auxiliar na escolha das espécies botânicas, dos produtos
preservativos e dos métodos de tratamento mais adequados a cada situação. A Tabela 4 mostra as
classes de risco propostas.

Tabela 4: Classes de risco para uso da madeira na construção civil


CLASSE DE
RISCO CONDIÇÃO DE USO ORGANISMO XILÓFAGO
(CR)
Interior de construções, fora de
contato com o solo, fundações ou
alvenaria, protegidos das
Cupins-de-madeira-seca
1 intempéries, das fontes internas de
Brocas-de-madeira
umidade.
Locais livres do acesso de cupins-
subterrâneos ou arborícolas.
Interior de construções, em
Cupins-de-madeira-seca
contato com a alvenaria, sem
Brocas-de-madeira
2 contato com o solo ou fundações,
Cupins-subterrâneos
protegidos das intempéries e das
Cupins-arborícolas
fontes internas de umidade.
Interior de construções, fora de Cupins-de-madeira-seca
3
contato com o solo e Brocas-de-madeira
33
continuamente protegidos das Cupins-subterrâneos
intempéries, que podem, Cupins-arborícolas
ocasionalmente, ser expostos a Fungos emboloradores/manchadores
fontes de umidade. Fungos apodrecedores
Cupins-de-madeira-seca
Brocas-de-madeira
Uso exterior, fora de contato com Cupins-subterrâneos
4
o solo e sujeitos a intempéries. Cupins-arborícolas
Fungos emboloradores/manchadores
Fungos apodrecedores
Cupins-de-madeira-seca
Brocas-de-madeira
Contato com o solo, água doce e
Cupins-subterrâneos
outras situações favoráveis à
5 Cupins-arborícolas
deterioração, como engaste em
Fungos emboloradores/manchadores
concreto e alvenaria.
Fungos apodrecedores

Perfuradores marinhos
Exposição à água salgada ou
6 Fungos emboloradores/manchadores
salobra.
Fungos apodrecedores
Fonte: (BRAZOLIN et al, 2007)

12. TRATAMENTO DA MADEIRA


Considerando a Lei nº 4.797 de 20 de outubro de 1965 e a Instrução Normativa Conjunta
Ibama e Anvisa, em fase final de implementação para substituição da Portaria Interministerial nº
292 de 20 de outubro de 1989 e Instrução Normativa nº5, de 20/10/92, que disciplinam o setor
Preservação de Madeiras no Brasil, o tratamento preservativo de madeiras é obrigatório para peças
ou estruturas de madeira, tais como dormentes, estacas, vigas, vigotas, pontes, pontilhões, postes,
cruzetas, torres, moirões de cerca, escoras de minas e de taludes, ou quaisquer estruturas de madeira
que sejam usadas em contato direto com o solo ou sob condições que contribuam para a diminuição
de sua vida útil.
A escolha do tratamento da madeira depende da:
• Espécie botânica que deve permitir este tratamento (tratabilidade);
• Umidade da madeira no momento do tratamento;
• Processo de aplicação do produto de preservação;
• Parâmetros de qualidade necessários: retenção e penetração do produto preservativo na
madeira;
• Produto preservativo que satisfaça à classe de risco determinada.

34
Com relação ao tratamento preservativo da madeira, deve-se considerar a busca de produtos
preservativos e processos de tratamento de menor impacto ao meio ambiente e à higiene e
segurança, a disponibilidade de produtos no mercado brasileiro, os aspectos estéticos (alteração de
cor da madeira, por exemplo), aceitação de acabamento e a necessidade de monitoramento contínuo
(IPT: SVMA, 2009).
Só devem ser utilizados os produtos preservativos devidamente registrados e autorizados
pelo Ministério do Meio Ambiente, através do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que
avalia os resultados dos testes para classificação da Periculosidade Ambiental. Assim como, para o
tratamento industrial da madeira, deve-se exigir registro no IBAMA das usinas de preservação de
madeira e outras indústrias que utilizam esses produtos.
Tem grande importância o modo de aplicação dos produtos preservantes, pois produto
algum poderá conferir proteção satisfatória à madeira se não for corretamente aplicado. Segundo
Brazolin, dependendo da classe de risco à qual o componente de madeira estará sujeito na
edificação, a aplicação dos produtos preservativos poderá ser efetuada com base nos seguintes
processos: sem pressão, isto é, impregnação superficial da madeira, ou com pressão, isto é,
impregnação profunda da madeira, por aplicação do preservativo em autoclave, disponível em
usinas de preservação de madeiras.
Os processos sem pressão, ou superficiais, caracterizam-se por não utilizarem pressão
externa para forçar a penetração do preservativo na madeira, portanto, proporcionam baixa retenção
e penetração do produto preservativo na madeira. A impregnação é baseada nos princípios da
difusão e/ ou da capilaridade, os quais proporcionam uma penetração do preservativo quase que
superficial, na maioria das vezes. Como efeito, conferem à madeira uma proteção limitada contra os
organismos xilófagos, sendo recomendados para a preservação de peças que estarão sujeitas a
baixos riscos de deterioração biológica. Essas considerações referem-se ao uso de produtos
preservativos oleosos, oleossolúveis ou emulsionáveis aplicados às madeiras secas, pelos processos
de aspersão, imersão e pincelamento (BRAZOLIN et al, 2007).
Os processos de impregnação que utilizam pressões efetivas para forçar a penetração do
preservativo são os mais eficientes para a preservação da madeira. Eles promovem a distribuição e
penetração mais uniforme do produto preservativo em todas partes permeáveis da madeira, com teor
de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras (~30%), além de favorecer o controle da
quantidade de preservativo absorvido (nível de retenção) para uma proteção ampla da madeira,
mesmo em condições de alto risco de deterioração biológica. Estes processos são realizados em
instalações industriais, denominadas usinas de preservação de madeiras. De um modo geral, pode-
se dividir os processos sob pressão em duas categorias: Célula Cheia e Célula Vazia (BRAZOLIN
et al, 2007).
Segundo Muller da Silva, o tratamento da parte interna, que é a troca da seiva (madeira
verde) por solução que contém elementos preservantes, é realizada de maneira manual ou industrial
(com a utilização de equipamentos específicos).

35
O processo manual é muito utilizado nas pequenas propriedades para o tratamento de
mourões. Nesse sistema trabalha-se sem pressão e obrigatoriamente em galpão aberto, ventilado e
com o piso impermeabilizado (Muller da Silva, 2005).
Para o tratamento de mourão, utiliza-se madeira verde, roliça e descascada, sempre
colocando a parte mais grossa para baixo num recipiente que contém a solução. Após o tratamento
propriamente dito, os mourões devem passar pelo processo de secagem ao ar. A realização dessas
etapas demora algumas semanas e são necessários vários cuidados, principalmente, no manuseio
das substâncias utilizadas como preservantes, pois o uso incorreto pode ocasionar sérios problemas
ao homem e ao meio ambiente.
No processo de tratamento industrial, que é realizado a vácuo ou sob pressão em autoclave
utilizando produtos preservativos regulamentados pelos órgãos competentes. Esses processos
industriais são mais seguros para o meio ambiente, gerando uma contínua queda na utilização do
sistema manual (Muller da Silva, 2005).
O tratamento industrial, no processo de autoclavagem, que é um cilindro que suporta
pressão, onde a madeira é introduzida e em seguida os produtos químicos preservantes são injetados
Figura 13 onde, de forma simplificada, o processo de tratamento consiste:
 A madeira seca é descascada. Logo após é feito o carregamento no Auto Clave.
(Madeira seca com apenas 25% de umidade).
 O vácuo inicial retira o ar existente no interior das células da madeira;
 Sob vácuo a solução de tratamento é transferida para a autoclave;
 Sob alta pressão a solução de tratamento é injetada na madeira até saturação;
 A pressão é aliviada e a solução excedente retorna ao reservatório;
 O vácuo final retira o excesso de solução na superfície da madeira.

Figura 13: Autoclave.

Existe outro processo de tratamento da madeira sem a utilização de produtos químicos, mas
o mesmo não é utilizado no Brasil em escala industrial. Esse sistema, conhecido como
termorretificação, apenas utiliza o calor e consiste em expor a madeira a temperaturas elevadas (120
a 200ºC), porém que não provoquem degradação dos componentes químicos fundamentais. Em
36
alguns estudos realizados foi comprovado que a termorretificação diminui tanto o ataque de fungos
quanto a variação dimensional da madeira, porém possui como conseqüência a alteração da cor da
madeira que se torna mais escura (Muller da Silva, 2005).

12.1 Produtos preservativos


A solução do tratamento (preservantes) deve conseguir permanecer na madeira, ser tóxico
aos fungos e insetos, não corrosivo e que não seja prejudicial aos homens e animais. Devera ter
custo acessível (competitivo), disponível no mercado e a solução não deve alterar as propriedades
físicas e mecânicas da madeira.
A seleção adequada de um produto preservativo é a primeira condição para conferir proteção
a uma madeira de baixa durabilidade natural. Os preservativos de madeira podem ser agrupados em
três categorias: Oleosos: produtos essencialmente representados pelos derivados do alcatrão de
hulha; Oleossolúveis: produtos contendo misturas complexas de agentes fungicidas e/ou inseticidas,
a base de compostos de natureza orgânica e/ou organometálica e os Hidrossolúveis: produtos
contendo misturas mais ou menos complexas de sais metálicos. Alguns autores reúnem os
preservativos oleosos com os oleossolúveis numa categoria. A importância de tal critério é
meramente didática, pois as modernas técnicas de produção de emulsões tiram muito do valor desse
critério estabelecido com base na natureza química do solvente utilizado como veículo
(BRAZOLIN et al, 2007).

13. RETENÇÃO E PENETRAÇÃO DO PRODUTO PRESERVATIVO


Os principais parâmetros de qualidade para a madeira preservada são a penetração e a
retenção do preservativo absorvido no processo de tratamento.
―A penetração é definida como sendo a profundidade alcançada pelo preservativo ou
pelo(s) seu(s) ingrediente(s) ativo(s) na madeira, expressa em milímetros (mm). Já a
retenção é a quantidade do preservativo ou do seu(s) ingrediente(s) ativo(s), contida de
maneira uniforme num determinado volume da madeira, expressa em quilogramas de
ingrediente ativo por metro cúbico de madeira tratável (kg/ m³)‖ (BRAZOLIN, 2007).

Baseado nas classes de risco citadas anteriormente, a especificação de um tratamento


preservativo, deve requerer penetração e retenção adequadas que dependem do método de
tratamento escolhido, assim, podem-se relacionar parâmetros de qualidade do tratamento,
apresentadas no trabalho de Brazolin et al:
• quanto maior a responsabilidade estrutural do componente de madeira, maior deverá ser a
retenção e penetração do produto preservativo;
• uma maior vida útil está normalmente associada a uma maior retenção e penetração do
produto;
• algumas classes de risco, por exemplo a CR 5, incluem uma gama grande de condições de
exposição (moirões, torres de resfriamento....), portanto, diferentes retenções e penetrações podem
ser selecionadas;
37
• para uma mesma classe de risco, diferenças de micro e macroclima entre regiões, podem
exigir maiores retenções e penetrações;
• a economia em manutenção e a acessibilidade para reparos ou substituições de um
componente podem exigir maiores retenções e penetrações;
• o controle de qualidade de toda a madeira preservada deverá ser realizado para garantir os
principais parâmetros de qualidade: penetração e a retenção do preservativo absorvido no processo
de tratamento.

14. SECAGEM DA MADEIRA


A secagem da madeira visa à redução do teor de umidade, que tem como objetivo:
 Reduzir a movimentação dimensional;
 Inibir os ataques de fungos;
 Melhorar a trabalhabilidade;
 Aumentar a resistência física da madeira.
Segundo Muller da Silva, a secagem pode ser realizada ao ar livre ou em estufas com
ventilação forçada (com temperatura e umidade controladas).

14.1 Secagem ao ar livre


A secagem ao ar deve ser realizada em locais abertos, empilhando as tábuas espaçadas entre
si de modo a permitir que o ar circule entre as peças e diminua sua umidade. A secagem ao ar é
comumente utilizada em empresas para realização da pré-secagem de modo a aperfeiçoar o tempo
de secagem em estufa. O ponto mais importante da secagem ao ar está na montagem da pilha de
madeira (Figura 14) que deve ser realizada com seguintes cuidados: isolamento do solo,
alinhamento das peças e cobertura adequada (Muller da Silva, 2005).

Figura 14: Secagem ao ar livre.

38
14.2 Secagem em estufa
As vantagens da secagem em estufa são o menor tempo do processo, maior controle e
obtenção de teores de umidade mais baixos, porém há desvantagens como o maior custo de
implantação desse sistema e de operação do equipamento (Muller da Silva, 2005).
A secagem em estufa é utilizada por diversas empresas da área de movelaria, painéis,
esquadrias, pisos etc. Esse tipo de secagem, segundo Muller, é composto por 3 fases distintas:
 Aquecimento – é quando ocorre o aquecimento gradativo da temperatura em condições de
elevada umidade do ar;
 Secagem propriamente dita – é a etapa em que a madeira irá perder água. Nessa fase, ocorre
a elevação lenta da temperatura e diminuição gradativa da umidade do ar dentro da estufa. É
necessário o monitoramento para melhor controle da secagem visando a adequação ao
programa previamente estabelecido, determinado pelas características da madeira, pois estas
influenciam na secagem;
 Uniformização e condicionamento – nessa última fase, o objetivo é homogeneizar a umidade
dentro e entre as peças.

Para a realização da secagem da madeira, devem-se analisar diversos fatores como as


características da madeira (espécie, espessura da peça, teor de umidade inicial, a relação cerne e
alburno) e os processos de secagem (temperatura, umidade relativa do ar e a velocidade de
circulação do ar) (Muller da Silva, 2005).

15. SISTEMA CONSTRUTIVO


15.1 Sistema construtivo em taboa mata-junta
Esse sistema utiliza pinus como madeira, para confeccionar o piso, paredes e estrutura do
telhado.Apenas as esquadrias são de madeira de alta densidade.
No piso, é utilizado assoalho com encaixe macho e fêmea, com madeira beneficiada ele é
apoiado sobre barrotes de ―2 x 3‖, com modulação de 50 centímetros. Os barrotes são apoiados
sobre pilares de tijolos, distantes 40 centímetros do solo.
A parede é formada por tábuas e mata-juntas, com altura média de 2,5 metros (externa) e
pregadas nos barrotes e frechais.
A cobertura é feita com caibros de ―2x3‖ em modulação de 90 centímetros. A telha é de
fibrocimento.As áreas úmidas são de alvenaria.

39
Figura 15: Casa construída no sistema de tabuas e mata juntas.

15.2 Sistema de tábuas horizontais pregadas


Este utiliza tábuas horizontais, pregadas em montantes verticais, com modulação específica.
O sistema que pode ser confeccionado com parede simples ou dupla, com manta isolante. O sistema
construtivo separa a edificação em duas partes distintas. O embasamento e as áreas úmidas são
feitos em alvenaria e o restante da casa em madeira. A parede é dupla, sendo a face externa
construída com imbúia e a face interna com cedrinho. A parede é apoiada sobre o baldrame de
concreto onde é fixada a trave inferior. O vazio da parede é preenchido com lã de rocha. A
espessura final da parede é de 10cm. O telhado é apoiado sobre o quadro da parede. As empresas
também fornecem o sistema construtivo com paredes simples.

Figura 16: Edificação construída no sistema de tábuas horizontais pregadas.

40
15.3 Sistema com tábuas horizontais empilhadas
Este é o sistema construtivo mais comum. É formado por montantes verticais em duplo ―T‖,
onde são empilhadas tábuas horizontais, que possuem encaixe tipo macho e fêmea . Há várias
empresas atuando no mercado e fornecem diversos projetos padrão. A construção possui uma
modulação linear formada pelos montantes em duplo ‖T‖. Há a separação dos sistemas
construtivos: as áreas úmidas que é feita em alvenaria, e o restante da casa que é em madeira. A
fundação é feita com base em concreto, e a estrutura é fixada à fundação, através de pinos metálicos
embutidos na base dos pilares. Para parede, é utilizado as madeiras angelim-pedra ou grápia maciça,
com 3,5cm de espessura ,aplicados sobre montante maciço de 10,5x10,5cm. As tesouras, caibros e
vigas são em madeira de alta densidade serrada. Os montantes da varanda, abrigo, área de serviço, o
oitão externo, são em madeira de alta densidade, oitão interno é em tábuas com encaixe macho e
fêmea, utilizados para o forro, o beiral tem largura aproximada de 50 centímetros. O forro é de
cedrinho, cambará ou Angelim, a cobertura é de telhas cerâmicas e o acabamento externo e interno
é em verniz.
Nesse sistema após aproximadamente dois anos é necessário a compactação das peças
empilhadas. Isto devido à estabilização da madeira com relação à umidade. Como a maioria das
madeiras utilizadas provem de regiões mais úmidas, as peças sofrem retração, o que cria frestas nas
paredes. Após a estabilização geralmente é adicionado mais uma peça com objetivo de preencher o
espaço vazio.

Figura17: Casa construída no sistema de tábuas horizontais empilhadas.

15.4 Sistema com toras empilhadas


Este sistema é formado por toras (madeira roliça), empilhada horizontalmente e encaixadas
entre si. As paredes são construídas com toras de pinus, tratada com autoclave. As toras possuem
diâmetro de 12,5 cm, comprimento padrão entre 2,50 e 4 metros, e são encaixadas e sobrepostas
horizontalmente. A estrutura do telhado é construída com eucalipto, também autoclavado. As
paredes das áreas úmidas são executadas no mesmo sistema construtivo, porém é aplicado
revestimento cerâmico.

41
Figura18: Casa construída no sistema de toras empilhadas.

Figura19 - Representação do encaixes das toras.

15.5 Sistema Plataforma


É o sistema mais difundido no mundo. Consiste em painéis de madeira onde são apoiados o
piso do pavimento superior ou o telhado. O embasamento é feito em concreto armado, onde se
deixa as esperas, para fixação dos painéis. Os painéis são compostos por uma estrutura em madeira
de baixa densidade, geralmente o pinus autoclavado, formada por montantes verticais com
modulação entre 40 a 60 cm. Estes montantes têm dimensão aproximada de 9x4cm. Na face interna
da placa é fixada uma chapa de OSB ou compensado, que trava quadro. Na parte externa é colocada
uma manta de proteção e, posteriormente, aplicado o revestimento, que, usualmente é feito com
tábuas horizontais, com encaixe macho e fêmea, pregadas nos montantes verticais. O piso é
executado sobre a parede, respeitando a mesma modulação dos montantes verticais (entre 40 e 60
cm). As vigas de piso são geralmente confeccionada com chapas de OSB e vigotes de pinus,
42
formando uma viga ―I‖. A estrutura do telhado também é de pinus, é feita com tesouras
confeccionadas com chapas prego.

Figura 20: Sistema plataforma

15.6 Painel de eucalipto laminado Encaixados


Este sistema foi desenvolvido e patenteado pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Consiste em módulos de 5 a 12 metros de comprimento, por 50 centímetros de largura. Estes
módulos são confeccionados com lâminas de eucalipto colado. O sistema construtivo é simples. Os
módulos são encaixados no sistema macho e fêmea, formando a parede, piso e forro. Sobre a laje,
formada também com os módulos, é instalado as tesouras que sustentam o telhado. Também há a
opção de impermeabilizar,a laje de madeira, com uma manta, como é feito nas lajes de concreto.

Figura 21: Painel de eucalipto laminado.

43
15.7 Sistema Plataforma em madeira
O Sistema Plataforma em madeira é formado por um entramado estrutural composto de
montantes e travessas de madeira maciça de pequenas dimensões e chapas estruturais. Os montantes
têm comprimento restrito à altura de cada pavimento, são pouco espaçados entre si e unidos por
parafusos auto-atarrachantes, pinos especiais ou pregos em aço (CAMPOS, 2006; DIAS, 2005).
Essa ossatura é enrijecida por chapas estruturais em madeira compensada ou OSB, ―Oriented Strand
Board‖, que dão estabilidade ao painel. As chapas de madeira compensada ou OSB podem ser
aplicadas horizontal ou verticalmente. Estas devem ser revestidas externamente por materiais
protetores (―siding‖) para garantir proteção contra as intempéries. Internamente, o painel pode
receber revestimento de chapas de gesso acartonado, as quais garantem acabamento estético e
também proteção contra incêndio. A concepção do Sistema Plataforma é estabelecida através de
uma coordenação dimensional. Suas dimensões de espaçamentos entre montantes são 30 cm, 40 cm
ou 60 cm, de acordo com a carga suportada pelos painéis (Tabela 1).

Tabela 5: Bitolas e espaçamentos de montantes verticais parede externa


Dimensões Espaçamento Altura
Carga
Minimas do Montante Máximo Máxima
Suporta Apenas Cobertura ( Telhado 4 x 7 cm 40 cm 2,4 m
e Forro ) 4 x 9 cm 60 cm 3,0 m
Suporta um Pavimento e uma 4 x 9 cm 40 cm 3,0 m
Cobertura 4 x 14 cm 60 cm 3,0 m
4 x 9 cm 30 cm 3,0 m
Suporta dois Pavimentos e uma
4 x 14 cm 40 cm 3,0 m
Cobertura
7 x 9 cm 40cm 3,8 m
Suporta três Pavimentos 4 x 14 cm 30 cm 1,8 m
Fonte: adaptado de National Research Council of Canada apud WEYERHAEUSER, 2007.

Atualmente, as chapas OSB são comercializadas em dimensões de 1,22 m × 2,44 m. A


largura de 1,22 m é padrão e determinada pelo maquinário do fabricante. Porém, seu comprimento é
definido pelo cliente, conforme sua necessidade. A seleção da espessura das chapas de OSB deve
respeitar os esforços solicitantes, a direção de aplicação, o espaçamento máximo entre os montantes
e o tipo de revestimento a ser aplicado sobre ela. O mesmo critério é seguido para a dimensão das
chapas de madeira compensada. Estas devem ser para vedação externa, com espessura mínima de
12 mm e 5 lâminas no mínimo, respeitando as normas NBR 9531 e NBR 9532 (ABNT, 1986).
O Sistema Plataforma permite a construção no canteiro-de-obras, a pré-fabricação parcial e a
completa industrialização. Ele pode utilizar elementos pré-fabricados e normalizados passíveis de
serem montados facilmente. A escolha do grau de industrialização depende dos fatores relacionados
com a realidade da técnica da construção local e da qualidade da mão-de-obra. Todavia, ressalta-se
que a mão-de-obra deve ser treinada para evitar problemas de execução e conexão de componentes
deste sistema construtivo.
44
15.8 Light Wood frame
No Wood frame, cada elemento recebe esforços de diferentes naturezas, sempre conjugados
com outros elementos. Além disso, as estruturas em Wood frame apresentam redundância e
hiperestaticidade.
Por ser pouco utilizado no Brasil, a atual Norma Brasileira 7190/1997 não apresenta
critérios claros de dimensionamento dessas estruturas.
Por existir repetição de elementos cumprindo a mesma função, existe a chamada
redundância, ou seja, uma redistribuição de esforços caso um dos elementos venha a falhar,
permitindo a utilização de seções menores e otimizando o consumo de madeira. Diante disso, o
dimensionamento das estruturas em wood frame pode ser feito utilizando-se critérios de normas de
outros países, dentre as quais o Eurocode 5 apresenta bases mais semelhantes à norma brasileira, o
que permite utilizá-la complementarmente à nossa.
Como a estrutura é bastante leve e com cargas distribuídas ao longo das paredes, também
pode-se utilizar com vantagens a sapata corrida. No piso do primeiro pavimento, aplicam-se as
técnicas tradicionais da alvenaria. Nos pisos superiores, onde a estrutura do piso é de barrote de
madeira com deck de OSB, considera-se o OSB como um contrapiso. Podem-se aplicar carpetes,
pisos engenheirados, preferencialmente flutuantes e com manta intermediária, de forma a garantir
isolação acústica a ondas geradas por impactos. Nas áreas molháveis, sobre o OSB, aplicam-se
chapas cimentícias de 12 mm coladas sobre o OSB (a cola pode ser PVA tipo D3) e parafusadas em
um gride de 20 cm x 20 cm. Sobre as chapas cimentícias vai uma impermeabilização do tipo
membrana acrílica impermeável (resina acrílica com teor de sólidos em torno de 50% + cimento)
cuja aplicação é feita por pintura a frio em três demãos cruzadas (espessura final de 1 mm). Nas
juntas entre placas, bem como nos cantos com as paredes e ralos, é também aplicada uma tela de
poliéster ou fibra de vidro como estruturante. Sobre a impermeabilização, coloca-se o piso frio com
argamassa colante tipo 1 flexibilizado com resina acrílica (proporção de 20 kg/l).Nas áreas muito
expostas à água (boxe de chuveiro, por exemplo) recomenda-se a impermeabilização também da
placa de drywall (tipo RU) ou chapa cimentícia, com selador acrílico antifungo e pintura de resina
acrílica pura.
Paredes estruturais - wood frame
O sistema é composto basicamente por paredes portantes que são o suporte para a primeira
plataforma ou piso. O conceito é de que a plataforma trava os apoios e faz o contraventamento
horizontal da estrutura. A partir daí novos painéis de paredes portantes são levantados sobre a
plataforma e, assim sucessivamente, até o telhado, podendo usualmente serem construídas obras de
até quatro pavimentos, sem mudanças muito significativas no método prescrito (figura abaixo).

45
Figura22 - Esquema de montagem

Os painéis de paredes são compostos por montantes verticais de madeira com seção típica de
2" x 4" que, após aparelhados, têm seção 38 mm x 90 mm. Esses montantes estão dispostos com
espaçamentos entre si que podem ser de 40 cm ou 60 cm, modulação essa em consonância com os
tamanhos das placas de drywall e de OSB. Cada painel é fechado com duas guias de madeira de
mesma seção, uma superior e outra inferior. Após a disposição dos painéis, sobre a fundação ou
sobre a plataforma, conformando a planta do pavimento, uma segunda guia de madeira é pregada
sobre a guia superior, só que essa sobrepõe os encontros de painel, solidarizando-os.
Todas as ligações são pregadas. O prego, apesar de parecer um elemento primitivo, é um
ótimo sistema de fixação, especialmente quando pregado de forma não-perpendicular à superfície,
tornando a ligação mais resistente quanto ao arrancamento. No sistema de wood frame são
utilizados pregos tipo ardox ou tipo anelado que também dificultam o arrancamento, especialmente
em madeiras macias como o pínus. Os pregos deverão ser sempre galvanizados a fogo, uma vez que
deverão ter longa vida de serviço.
Sobre os painéis estruturais (podem haver painéis não-estruturais que não são considerados
para o apoio dos barrotes e que podem ser removidos em uma reforma, por exemplo). Sobre o
barrote é feito um deck de OSB (Orinteded Strand Board) ou compensado naval (no Brasil só há um
fabricante de OSB, que o fornece em vários tipos). As placas de OSB devem ser dispostas
transversalmente em relação aos barrotes - assim têm resistência maior à flexão no maior sentido.
Para aberturas de portas e janelas, os montantes que se encontram na região devem ser
deslocados lateralmente, jamais eliminados. Além dos montantes acumulados nas laterais, deve ser
46
incluído mais um, com a altura da abertura (2,15 m, por exemplo) para que sirva de apoio para as
vergas. Na parte inferior devem ser colocados ainda mais dois pedaços de montantes com 38 mm a
menos que a altura inferior da abertura, de forma que receba mais uma peça de montante horizontal.
Nos vãos inferiores e superiores da abertura devem ser colocados pedaços de montantes de forma
que mantenham o espaçamento padrão de 40 cm ou 60 cm e sirvam de apoio para as placas, sejam
de drywall, sejam de OSB.

Revestimentos
As paredes externas podem ser revestidas com vários sistemas, desde sidings de madeira, aço
ou PVC, que foram desenvolvidos especificamente para o sistema, mas também pode-se utilizar
tijolo aparente, argamassa armada (figura 11) ou placas cimentícias, que dão um acabamento
similar à alvenaria (figura 12).
O conceito do sistema de fechamentos é que para cada item de desempenho há um elemento
específico: montantes de madeira são a estrutura, chapa de OSB no lado externo é
contraventamento e suporte para revestimento, manta de impermeabilização garante a
estanqueidade do sistema e o revestimento tem a função de proteger das intempéries (especialmente
ação do sol) e atender requisitos da arquitetura. Do lado interno, a placa de drywall garante
acabamento e excelente desempenho acústico, reforçado pela lã mineral que pode ser ou não
colocada no interior da parede para a obtenção de desempenhos específicos no que tange ao
isolamento térmico e acústico. Como se vê, trata-se de um sistema aberto e muito adequado para se
tirar partido da nova norma de desempenho NBR 15.575 - desempenho esse que será determinado
de acordo com a composição dos vários materiais e do custo que se define como parâmetro.

Telhados
Sobre as paredes portantes do último piso são aplicadas treliças pré-industrializadas, e seu
espaçamento pode ser a cada 60 cm ou 120 cm, dependendo do tipo de telha a ser utilizado.
No caso de telhas tipo shingle, que demandam um deck de OSB para servir de base sobre as
treliças, o próprio deck funciona como contraventamento vertical. No caso de telhas cerâmicas ou
de concreto, são utilizadas apenas as ripas diretamente sobre as treliças, tomando-se o cuidado de
aplicar a manta de subcobertura antes do ripamento (apenas para garantia de estanqueidade). Nesse
caso o contraventamento é feito com sarrafos em forma de X entre os pontaletes das treliças. Sob as
treliças, são pendurados transversalmente os suportes de madeira ou metálicos para fixação do forro
de drywall (o banzo inferior das treliças não deve servir de referência de nível para a aplicação do
forro). Opcionalmente, pode ser aplicada lã mineral sobre o forro. No caso da telha tipo shingle
(asfáltica) a lã é obrigatória para garantia da isolação térmica do sistema. De um jeito ou de outro é
altamente recomendável manter uma boa ventilação no forro, tanto nos beirais como na cumeeira
(entrada de ar frio/saída de ar quente). Quando se utilizam telhas cerâmicas, que naturalmente têm
frestas e permitem boa ventilação, aberturas de cumeeira podem ser desnecessárias desde que a
manta de subcobertura permita essa respiração. Como referência prescritiva, recomenda-se que o
vazio total das aberturas nos beirais seja de, no mínimo, 1/150 da área de projeção total do telhado.
47
16. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM MADEIRA
Vantagens e desvantagens do sistema construtivo em madeira em relação ao sistema
tradicional de alvenaria de tijolos - São inúmeras as vantagens dos sistemas construtivos em
madeira em relação ao de alvenaria. Podemos estabelecer alguns parâmetros de comparação:
a)Fundação - O sistema de fundação está sempre em função do tipo de solo e do peso da
construção. O peso de uma edificação em madeira é muito menor que o de alvenaria , por tanto há
um menor consumo de material de fundação.
b) Paredes- isolamento térmico - A madeira é considerada um material com baixa
condutividade térmica devido a sua constituição. Tem um calor específico muito elevado, requer
uma quantidade maior de calor que outros corpos para alcançar uma determinada temperatura. O
coeficiente de condutividade térmica da madeira é l=0,29 a l=0,15, (dependendo da espécie) , para
alvenaria l=0,65 , concreto l,=1,5. A madeira é um excelente isolante térmico, devemos ter um
especial cuidado com a orientação da casa em relação ao sol, a ventilação a vedação das portas e
janelas, e principalmente o isolamento térmico das coberturas. Se estas medidas não forem
observadas corremos o risco de criar verdadeiras estufas ou congeladores.
c) Paredes - isolamento acústico - A absorção do som é diferente de isolamento acústico.
Isolamento requer materiais pesados, a absorção requer maciez, porosidade. A madeira é um bom
condutor do som apesar da sua porosidade .A velocidade de propagação do som através das fibras é
quase igual a dos metais. Paredes construídas com dois ou mais elementos que não estejam
diretamente em contato, (câmara de ar) são mais eficientes no isolamento acústico, A transmissão
do som está diretamente relacionada ao peso do material. A alvenaria tradicional é mais eficiente
em relação ao isolamento acústico por ser um material mais "pesado" que a madeira. Devemos
buscar soluções técnicas que procurem solucionar problemas relativos ao conforto acústico no
interior das edificações de madeira.
d) Consumo energético - Com a crise energética instalada em nosso país, o consumo
energético no processo de produção do material é muito importante. A madeira serrada possui baixo
consumo energético em seu processamento. A energia solar responde pela formação da madeira e a
usinagem requer baixo consumo energético (madeira serrada = 1MJ/KG). A fabricação do concreto
do aço e do alumínio , matérias primas muito utilizada na alvenaria de tijolos tem um maior
.consumo energético em seu processamento( aço =33MJ /KG concreto = 2MJ/KG alumínio
145MJ/KG).
e)Tempo de construção - Esta é a uma das maiores vantagens sobre o sistema convencional,
os componentes podem chegar à obra pré-cortados ou mesmo pré-fabricados, reduzindo muito o
tempo de execução da obra . A alvenaria de tijolos é um sistema construtivo bastante artesanal pois
a estrutura é feita no próprio canteiro e as paredes são levantadas sobrepondo-se tijolo por tijolo.
f) Desperdícios - O desperdício se dá à partir da inexistência de projetos, mal planejamento
das ações no canteiro ou simplesmente a falta de mão-de-obra capacitada, por inexistência ou por
não se querer compensá-la como tal. No processo construtivo de madeira, as peças, na maioria dos
casos, pode chegar à obra pré cortadas ou pré fabricadas (montados em painéis ) não havendo
desperdícios. O canteiro de obras de uma casa de madeira é "limpo", não há entulhos.
48
g) Instalações elétricas e hidráulicas - Nos sistemas construtivos em madeira não há a
necessidade de construir para depois destruir. As tubulações podem passar por dentro dos painéis ou
no caso do sistema viga pilar e paredes maciças, passa ao lado dos pilares por meio de uma régua
elétrica. A instalação hidráulica também passa por dentro dos painéis. Deve-se tomar muito cuidado
na utilização da madeira sem tratamento em áreas úmidas em virtude da proliferação de agentes
biodegradantes como fungos e bactérias. Em madeiras tratadas o revestimento cerâmico é
simplesmente colado sobre os painéis.
h) Resistência ao fogo - A evolução de um incêndio depende dos materiais envolvidos. As
cortinas, carpet , móveis e objetos e a pintura são os primeiros a pegar fogo. Os regulamentos de
proteção ao fogo usualmente classifica o material conforme sua resistência a temperaturas de ordem
de 850 .C , temperatura do centro de um incêndio no qual o material deveria suportar até a extinção
do mesmo. Todos os tecidos da madeira são combustíveis, e apesar deste fato apresenta uma
resistência alta ao fogo quando comparada com outros materiais estruturais como o aço por
exemplo. A madeira se carboniza lentamente na presença do fogo , havendo uma redução da sua
secção transversal no lado exposto a uma velocidade de aproximadamente de 0,64mm/ minuto . Os
elementos de secção transversal maiores resistirão mais ao tempo portanto é recomendado o calculo
de uma madeira de sacrifício necessária para satisfazer o tempo de resistência requerido.
i) Durabilidade - Ao contrário do que muitos pensam a habitação em madeira pode ter uma
durabilidade muito grande. Tudo depende em primeiro lugar de questões projetuais, existem muitos
detalhes construtivos que proporcionam a proteção das peças. Deve-se respeitar as limitações do
material e especificar adequadamente a espécie de madeira para cada uso. Outra questão muito
importante é procurar afastar a madeira do solo, bem como retirar os restos de madeira que possam
servir de alimento para cupins. Há uma regra geral: algumas espécies são naturalmente mais
resistentes a agentes biodegradantes. Numa construção de madeira é indispensável o
acompanhamento de um profissional capacitado na área de construções em madeira. Pois a questão
da durabilidade é sempre um conjunto de variáveis. Não existe madeira ruim , o que existe é a
especificação e uso inadequado da espécie. Aproximadamente 30% de uma edificação de alvenaria
é feita de madeira, a estrutura do telhado, aberturas, portas e janelas e os acabamentos rodapé , forro
etc. As medidas preventivas devem ser as mesmas de uma casa de madeira. A prevenção é a melhor
cura.
A madeira é um excelente material de construção sob todos os aspectos, conforto,
plasticidade, rapidez de montagem e durabilidade, não tem substitutos na construção civil. Morar
em uma casa de madeira é sem dúvida estar mais perto da natureza, pois este material possui uma
enorme gama de cores, texturas e aromas que podem ser explorados pelos arquitetos e projetistas na
criação de espaços "sinestésicos". Segundo o arquiteto Ricardo Caruana "...não se pode separar a
estética dos materiais de síntese de uma ética dos seres humanos, entre eles e deles com a natureza.
Apesar da madeira (especificada corretamente para um determinado uso) ser um material de
comprovada qualidade, e o Brasil ,um país de vocação florestal, a maioria dos agentes financeiros
não possuem linhas de créditos para o financiamento de habitações em madeira.

49
17. INTRODUÇÃO AO CUSTO
A construção civil é um ramo industrial que se encontra altamente fragmentado em
pequenas empresas, o que justifica a formulação e desenvolvimento de um planejamento,
interligado a um controle gerencial, permitindo a inserção dessas empresas no ambiente competitivo
(ARAÚJO E MEIRA).
É imprescindível que uma empresa saiba contrabalancear os custos e benefícios de seus mais
variados produtos e aplicações. Um planejamento racional e integrado irá garantir eficiência que,
aliada a um planejamento conciso de recursos físicos e financeiros, garantirá o estabelecimento de
prazos e custos adequados.
A indústria da construção civil distingue-se muito das diversas outras, pois não produz em
larga escala, o tempo de duração de uma obra é longo, há uma grande variação da produtividade e
tem-se dificuldade de conhecer de início o custo final do produto.
Neste setor industrial, normalmente, os custos são classificados em diretos e indiretos. Os
diretos representam as partes do custo que depende da quantidade de serviço executados, que
incluem os custos relativos à mão-de-obra, à compra do terreno, aos materiais e equipamentos
utilizados. Os indiretos são aqueles que não dependem da quantidade de serviços produzidos e estão
basicamente divididos em duas categorias, administração da obra e administração central.
O custo de uma obra decresce à medida que ela é mais planejada e controlada, pois assim
eliminam-se custos adicionais provenientes de improvisações, perdas, baixa produtividade, etc.
(ASSED, 1986).
Para o orçamento é necessário quantificar todos os serviços a serem executados e através de
tabelas de composições de custos unitários calcular o custo total da obra. O preço total da obra é
obtido através dos custos diretos e do BDI (Benefício de Despesas Indiretas), que é um índice
percentual que cobre os custos indiretos e os lucros. Após esta etapa, vem a fase de programação da
obra, onde se busca atender o prazo de conclusão, analisando a precedência das atividades e tempo
de execução destas. Seguido dessa etapa, vem a fase de operação e controle da obra.
Fica difícil de se comparar sistemas estruturais diferentes com relação aos custos, pois os
sistemas dependem de muitos fatores como qualidade, disponibilidade e custo de mão-de-obra,
materiais, equipamentos sem contar com despesas da manutenção ao longo da vida útil,
durabilidade, tempo de finalização da obra e o próprio gosto do cliente. Veira Netto (1988, p. 34)
apud Giongo (2008) indica que o modelo adequado de organização é aquele que reflete as
necessidades do empreendimento.
Segundo Azevedo (1985), os custos, quando associados aos resultados, definem no tempo de
aplicação e de retorno a rentabilidade de um empreendimento. Do correto dimensionamento do
custo, depende a viabilidade econômica do empreendimento. Para que se possa obter rentabilidade
em um determinado empreendimento, necessita-se de um planejamento que reflita, de forma bem
realista, as características do empreendimento em questão.

50
18. EXEMPLOS DE OBRAS

Figura 23: Vigas de apoio do telhado em madeira com nome usual de ―champanhe‖, e forro do tipo cedro.

Figura 24: Arquitetura em madeira aproveitando a declividade do terreno.

51
Figura 25: Assoalho, forro e detalhes em madeira.

Figura 26: Casa em madeira serrada.

52
Figura 27: Casa em madeira pré-fabricada.

Figura 28: Construção em sistema log.

53
Figura 29: Pórtico em madeira.

Figura 30: Estrutura em arco de madeira.

54
Figura 31: Cúpula em madeira.

Figura 32 : Sistemas de formas e cimbramentos em madeira.

55
Figura 33: Silos em madeiras.

56
Figura 34: Torres em madeira.

Figura 35: Ponte em madeira laminada colada.

57
Figura 36: Montanha em madeira (Hopi Hari).

Figura 37: Detalhe ligações em madeira.

Figura 38: Detalhe do tabuleiro em Madeira.

58
Figura 39: Detalhe Proteção dos Topos ( Madeira: Eucalipto citriodora tratado com CCA).

Figura 40: Passarela Estaiada (São Carlos, SP).

Figura41: Todai-ji - Templo de Nara - A maior construção em madeira do mundo.

59
Figura42: Estrutura feita em madeira dispostas em formas de arcos (Madeira: Laminado colado).

19. CONCLUSÃO
O uso de técnicas construtivas em madeira não é muito difundido no Brasil por motivos
culturais e históricos. Desde colônia, quando ainda sob domínio português, técnicas em concreto
foram impostas ao gosto da população, uma vez que a exploração da madeira era controlada pela
coroa lusitana.
Até hoje, aqui, não existe muitas pesquisas no ramo da construção em madeira, tampouco
publicações em livros sobre o assunto. Muito do que se conhece vem de trabalhos de países
exteriores, onde a madeira é utilizada mais frequentemente em obras civis.
As obras existentes são geralmente taxadas de obras de qualidade inferior às de concreto.
Isso demonstra a falta de conhecimento da população quanto ao uso da madeira como material de
construção civil. Pensa-se que é um material de durabilidade baixa, pois ela está sujeita a muitos
ataques patogênicos. Em contrapartida, existem métodos de tratamentos que protegem e elevam a
vida útil deste material.
A madeira no ramo da indústria da construção civil traz muitos benefícios tanto
economicamente quanto social e ecologicamente, contrariando o que se pensa de que pode gerar
grande desmatamento. Ela é um material renovável. Para sua produção necessita de muito menos
energia quando comparada com a produção do concreto e aço. Vinda de florestas manejadas pode-
se assegurar que as comunidades locais não estão sendo prejudicadas. Além disso, ela ―seqüestra
carbono‖ e ajuda no controle de gases do efeito estufa.
No que se refere aos custos, o uso de métodos construtivos diferentes pode ser tanto mais
barato quanto mais caros. Tudo vai depender de estudos prévios para tomar a decisão do método
mais vantajoso.
Para que os métodos de utilização da madeira sejam mais difundidos será preciso mais
estudos neste ramo; deverá ser reformuladas ou até ser criada novas normas técnicas para a
60
padronização dos sistemas construtivos; e este assunto deverá entrar com mais ênfase nas
disciplinas relacionadas nos cursos de engenharia e arquitetura.

20. REFERÊNCIAS
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