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Ementário Forense

(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador


Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: http://www.tj.sp.gov.br).

• Receptação (1a. Parte)


(Art. 180 do Cód. Penal)

Voto nº 443

Apelação Criminal nº 1.057.109/7


Art. 180 do Cód. Penal

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente para
não cair em erro crasso.
– Comete crime de receptação dolosa (art. 180 do Cód. Penal) quem,
sabendo-o produto de furto, adquire automóvel para revenda.

Voto nº 464

Apelação Criminal nº 1.052.915/9


Art. 180 do Cód. Penal

– Comete o crime do art. 180 do Cód. Penal (receptação dolosa) quem


recebe de pessoa não identificada arma de fogo, sem certificado de registro;
neste caso, o dolo infere-se das circunstâncias mesmas do fato.
Voto nº 465

Apelação Criminal nº 1.054.911/1


Art. 180 do Cód. Penal

– Em pontos de receptação dolosa, pode o elemento subjetivo do tipo inferir-


se das circunstâncias mesmas do fato e dos predicados da pessoa de quem o
agente houve a coisa de origem ilícita.
– Nas circunstâncias judiciais do art. 59 do Cód. Penal “não devem ser
considerados antecedentes posteriores ao crime ou fatos supervenientes,
estranhos ao delito em julgamento” (cf. Rev. Tribs.; apud Celso Delmanto,
Código Penal Comentado, 3a. ed., p. 92).

Voto nº 498

Apelação Criminal nº 1.060.363/3


Art. 180 do Cód. Penal

– Na receptação, o dolo específico, as mais das vezes fluido e sutil, deve-se


inferir das circunstâncias mesmas do fato e do próprio teor de proceder do
agente.

Voto nº 501

Apelação Criminal nº 1.058.857/7


Art. 180 do Cód. Penal

– O elemento subjetivo, no caso de receptação dolosa, pode inferir-se das


circunstâncias do próprio fato incriminado e da personalidade do agente.
Dadas certas hipóteses, com efeito (v.g.: posse de veículo sem a respectiva
documentação, falta de identificação da pessoa de quem o agente o recebeu,
etc.), será força concluir pela origem ilícita da coisa.
Voto nº 553

Apelação Criminal nº 1.064.139/7


Art. 180 do Cód. Penal

– Para acolher a exceção de coisa julgada, há mister seja a mesma coisa


(“eadem res”) de novo pedida pelo mesmo autor contra o mesmo réu
(“eadem persona”) e sob o mesmo fundamento do fato (“eadem causa
petendi”).
– Nisto de receptação, é das circunstâncias e indícios do fato delituoso que se
infere o dolo. Não saber alguém justificar a posse de coisa alheia, o mesmo
é que admitir sua aquisição irregular.

Voto nº 693

Apelação Criminal nº 1.034.613/2


Art. 180 do Cód. Penal

– Nisto de receptação dolosa, ao agente é que incumbe demonstrar, acima de


toda a controvérsia, que as coisas achadas em seu poder ele as houvera
legitimamente. Como se trata de hipótese em que o princípio do ônus da
prova tem aplicação inversa, toca ao acusado pôr de manifesto a
regularidade de sua condição. O que for encontrado com objetos e coisas de
terceiro, e não no explicar satisfatoriamente, terá dado já a conhecer a face
de sua culpa “lato sensu”.
– Não tem jus o revel ao benefício previsto no art. 89 da Lei nº 9.099/95:
“não estando presente o acusado, é absolutamente impossível a suspensão
condicional do processo” (Ada Pellegrini Grinover, Juizados Especiais
Criminais, 2a. ed., p. 258).

Voto nº 771

Apelação Criminal nº 1.081.921/6


Art. 180 do Cód. Penal
– Em pontos de receptação dolosa, o elemento subjetivo do tipo deve inferir-
se das circunstâncias mesmas do fato e do caráter do agente.
– Ainda que primário o réu, justifica-se a imposição de pena além do mínimo
legal, por seu alentado currículo de crimes.

Voto nº 4703

Apelação Criminal nº 1.338.719/4


Art. 180, § 1º, do Cód. Penal; art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento


subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
– Em se tratando de simples “emendatio libelli”, é força proceder à devida
correção, ainda que em Segunda Instância. Conforme o STF, pode o Juiz, se
é que o não deva, na sentença, corrigir o erro (Rev. Trim. Jurisp., vol. 79, p.
95; apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 19a.
ed., p. 278).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed., p. 616).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade” (Idem,
ibidem).

Voto nº 4764

Apelação Criminal nº 1.342.501/8


Art. 180 do Cód. Penal;
art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97

– A alegação de boa-fé é incompatível com o teor de proceder de quem


adquire veículo sem a respectiva documentação legal ou não lhe possui
formal recibo de compra. Tal circunstância, por sua anormalidade, induz à
conclusão lógica de que o agente sabia se tratava de negócio ilícito, e pois
justifica sua condenação pelo crime de receptação dolosa (art. 180,
“caput”, do Cód. Penal).
– O simples porte de arma de fogo sem autorização legal tipifica a infração
do art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97, independentemente da existência de
perigo concreto.
– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo,
pôs a mira o legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo
e os perigos que acompanham a admissão de uma sociedade armada sem
que existam controles ou regras gerais estabelecidas” (Luiz Flávio
Gomes, Lei das Armas de Fogo, 2002, p. 130).
– A lição de José Duarte encerra verdade irrefutável: “o porte de arma é,
sempre, potencialmente perigoso” (Comentários à Lei das Contravenções
Penais, 1944, p. 294).
– Isto de alguém estar na posse de mais de uma arma de fogo, sem licença
da autoridade, não constitui concurso de crimes, senão crime único, pois
que um só o bem jurídico ofendido: a segurança pública (art. 10, “caput”,
da Lei nº 9.437/97).

Voto nº 4770

Apelação Criminal nº 1.345.381/6


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– Impossível que é perscrutar os refolhos abscônditos da alma humana, deve-


se aferir o elemento subjetivo do tipo, na receptação dolosa (art. 180 do
Cód. Penal), pelas circunstâncias do fato e pela conduta do agente.
– É manifesto o dolo no procedimento de quem adquire veículo a estranho,
sem exigir-lhe os respectivos documentos ou recibo de pagamento do preço
da transação: não pode ignorar tem entre mãos coisa relacionada com crime
e que a Polícia já lhe vai no encalço.

Voto nº 4776

Apelação Criminal nº 1.344.717/8


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– No crime de receptação dolosa, é das circunstâncias mesmas do fato e da


personalidade do agente que se deve aferir o elemento subjetivo do tipo, de
sorte que nenhum valor têm os protestos de inocência do réu que recebe de
pessoa estranha e mantém sob sua guarda veículo sem documentação
regular nem placa de identificação. Aquele que assim procede, por força
que não pode ignorar se tratava de coisa de origem ilícita, máxime se possui
tormentosa biografia penal (art. 180, “caput”, do Cód. Penal).

Voto nº 4779

Apelação Criminal nº 1.346.235/1


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– No crime de receptação (art. 180, “caput”, do Cód. Penal), impossível que


é desvendar os segredos da alma humana, somente as circunstâncias do fato
revelarão se o agente obrou, ou não, com dolo; delas apenas é que se poderá
inferir se lhe era do conhecimento a origem ilícita da coisa adquirida em
proveito próprio.

Voto nº 5087

Apelação Criminal nº 1.352.255/3


Art. 180, § 1º, do Cód. Penal; art. 180, “caput”, do Cód. Penal;
art. 43, nº IV, do Cód. Penal

– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento


subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
– Em se tratando de simples “emendatio libelli”, é força proceder à devida
correção, ainda que em Segunda Instância. Conforme o STF, pode o Juiz, se
é que o não deva, na sentença, corrigir o erro (Rev. Trim. Jurisp., vol. 79, p.
95; apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 13a.
ed., p. 250).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed., p. 616).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade” (Idem,
ibidem).
Voto nº 5495

Apelação Criminal nº 308.193.3/6


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal
art. 64, nº I, do Cód. Penal

– No crime de receptação dolosa, é das circunstâncias mesmas do fato e da


personalidade do agente que se deve aferir o elemento subjetivo do tipo, de
sorte que nenhum valor têm os protestos de inocência de réu pilhado pela
Polícia, em barracão clandestino, a desmantelar veículos roubados. Aquele
que assim procede, por força que não pode ignorar se tratava de coisa de
origem ilícita, sobretudo se figura já no cadastro da clientela da jurisdição
criminal (art. 180, “caput”, do Cód. Penal).
– O decurso do quinquênio depurador, embora restitua ao réu a
primariedade, “ex vi” do disposto no art. 64, nº I, do Cód. Penal, não lhe
afasta a nota dos maus antecedentes, que toda a condenação acrescenta à
biografia social do indivíduo, máxime em caso de crime doloso.

Voto nº 6141

Apelação Criminal nº 301.614-3/8-00


Arts. 180, “caput”, 297 e 298 do Cód. Penal;
art. 386, nº VI, do Cód. Penal

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente para
não cair em erro crasso.
– Comete crime de receptação dolosa (art. 180 do Cód. Penal) quem adquire
grande cópia de cheques nominativos, sabendo-os de origem espúria.
– Segundo velha máxima de jurisprudência, aquele a quem o crime
aproveita, esse o praticou:“Cui prodest scelus is fecit”.
Voto nº 6264

“Habeas Corpus” nº 849.795-3/9-00


Arts. 180, “caput”, e 29 do Cód. Penal
art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal
arts. 5º, nº LVII, e 93, nº IX, da Const. Fed.

– Se preso em flagrante delito, a regra geral é que o acusado aguarde, no


cárcere, a verificação de sua culpabilidade ou inocência, principalmente se
não satisfaz às condições de caráter subjetivo que lhe permitam a concessão
de liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal).
– Proclamou Saulo Ramos (e com assaz de razão) que “o receptador é o
empresário do crime” e o ladrão, “sua mão-de-obra barata e desqua-
lificada” (apud Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed., p.
630).
– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de
inocência, consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII),
subsiste a providência da prisão preventiva, quando conspiram os
requisitos legais do art. 312 do Código de Processo Penal: garantia da
ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da infração
penal e veementes indícios de sua autoria.
– Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve
encerrar a decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de
Jesus ao art. 312 do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova
bastante da existência do crime e indícios suficientes de autoria. Não é
necessária a mesma certeza que deve ter o juiz para a condenação do réu”
(cf. Código de Processo Penal Anotado, 21a. ed., p. 246).
–“Quem cala não confessa, mas também não nega” (Digesto, 50, 17, 142).

Voto nº 6882

Apelação Criminal nº 874.326-3/8-00


Arts. 180, § 1º, e 44 do Cód. Penal

– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento


subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
– Em se tratando de simples “emendatio libelli”, é força proceder à devida
correção, ainda que em Segunda Instância. Conforme o STF, pode o Juiz, se
é que o não deva, na sentença, corrigir o erro (Rev. Trim. Jurisp., vol. 79, p.
95; apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 22a.
ed., p. 291).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 17a. ed., p. 694).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade” (Idem,
ibidem).

Voto nº 813

Apelação Criminal nº 1.073.329/2


Art. 180 do Cód. Penal

– O benefício da suspensão condicional do processo entende-se direito


subjetivo unicamente do acusado que satisfaça aos requisitos legais (art. 89
da Lei nº 9.099/95 e art. 77 do Cód. Penal); se não, fica ao prudente arbítrio
do Juiz concedê-la.
– A liberdade que têm as partes de requerer na fase do art. 499 do Cód. Proc.
Penal não deve degenerar em abuso por forma a paralisar a marcha do
processo, com o propósito de retardar a administração da justiça ou de
tumultuar a ordem processual (Bento de Faria, Código de Processo Penal,
1960, vol. II, p. 210).
– Na comprovação da existência do elemento subjetivo da receptação (art.
180 do Cód. Penal), crime que de ordinário se pratica em secreto, são de
muita relevância os indícios, “testemunhas mudas colocadas pelo dedo de
Deus” (apud Mário Guimarães, O Juiz e a Função Jurisdicional, 1a. ed.,
p. 311).

Voto nº 814

Apelação Criminal nº 1.074.365/1


Art. 180 do Cód. Penal
– Na receptação dolosa (art. 180 do Cód. Penal), crime praticado, pelo
comum, sem rufo de tambores, o elemento subjetivo desvela-se pela
análise detida das circunstâncias do fato. São elas as que haverão de
persuadir se o agente sabia ou não da origem ilícita da coisa adquirida.
–“Quando grosseiramente inverossímil, a defesa do réu é mais um indício de
sua culpabilidade” (Nélson Hungria, in Jurisprudência, vol. 13, p. 236).

Voto nº 835

Apelação Criminal nº 1.078.685/5


Art. 349 do Cód. Penal

– Comete favorecimento real, e não receptação, aquele que presta a


criminoso auxílio destinado a tornar seguro o proveito do delito, ainda que
o faça mediante pagamento. Isto de haver o agente recebido alguma
vantagem, desde que fora dos casos de coautoria e de receptação, não
repugna ao tipo do art. 349 do Código Penal (favorecimento real), que,
pela não haver previsto, não a proíbe.

Voto nº 865

Apelação Criminal nº 1.091.621/1


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– Constitui cerceamento de defesa desatender o Juízo ao pedido formulado


pelo patrono do réu, de juntada aos autos de documento de notória
importância, como é o laudo de exame de corpo de delito do acusado. Em
verdade, “só merece o nome de defesa a que for livre e completa” (J.
Soares de Mello, O Júri, 1941, p. 16).
– Não há qualificar como de menor importância, para os efeitos do art. 29, §
1º, do Cód. Penal, a participação do agente que se revelou decisiva para a
prática do crime.
– Diz-se consumado o roubo se os agentes, ainda que por breve espaço de
tempo, tiveram a posse tranquila e desvigiada da coisa subtraída.
Voto nº 1007

Apelação Criminal nº 1.101.553/6


Art. 180 do Cód. Penal

– Em caso de receptação dolosa (art. 180 do Cód. Penal), se o agente


permanece calado na Polícia, nisto mesmo dá a conhecer que sabia de raiz
que a coisa recebida estava implicada em crime. É que só admite acusação
em silêncio quem não acredita na força da própria inocência.
– Na receptação dolosa, o elemento subjetivo do tipo infere-se das
circunstâncias mesmas do fato.
– No sistema de livre convencimento, o valor do indício equipara-se ao da
prova direta e pode embasar condenação.

Voto nº 1011

Apelação Criminal nº 1.087.617/1


Art. 180 do Cód. Penal

– Nisto de receptação (art. 180 do Cód. Penal), o tipo subjetivo sói aquilatar-
se das circunstâncias mesmas do fato e da personalidade do agente, o qual
de ordinário nega a prévia ciência da origem ilícita da coisa (“nemo tenetur
se detegere”).
– Obra com bom aviso o Juiz que defere a réu, dantes já processado, o
benefício do “sursis”, à conta de ter confessado espontaneamente seu
crime. Não se deve ter em pouco, deveras, o procedimento de quem,
havendo percorrido a senda da iniquidade, assume com firmeza e sem
dobrez a culpa de seus erros.
– A concessão do benefício, em tal caso, entende-se como recompensa e ato
de justiça; e “ao mesmo Demônio se deve fazer justiça, quando ele a tiver”,
como sentenciou o profundo Vieira (Sermões, 1696, t. XI, p. 295).

Voto nº 1272

Apelação Criminal nº 1.112.239/1


Arts. 180 e 182, nº I, do Cód. Penal
– À falta de prova do elemento subjetivo do tipo do art. 180 do Cód. Penal
(i.e., a certeza da origem criminosa da coisa adquirida), a única solução
compatível com as regras da Justiça é dar pela improcedência da pretensão
punitiva.
– Dúvida, em Direito Penal, significa ausência de prova.
– No caso de furto praticado em prejuízo de irmão, a falta de representação
do ofendido para que o Ministério Público proceda no Juízo Criminal anula
o processo: imunidade penal relativa (art. 182, nº I, do Cód. Penal).

Voto nº 1332

Apelação Criminal nº 1.130.663/4


Art. 180 do Cód. Penal

– Impossível que é perscrutar os refolhos abscônditos da alma humana, deve-


se aferir o elemento subjetivo do tipo, na receptação dolosa (art. 180 do
Cód. Penal), pelas circunstâncias do fato e pela conduta do agente.
– Em caso de pena de curta duração, não é defeso conceder ao condenado
reincidente o benefício do regime semiaberto (cf. art. 33, § 2º, letra c, do
Cód. Penal).

Voto nº 1376

Apelação Criminal nº 1.135.713/7


Art. 180 do Cód. Penal

–“O valor probante dos indícios e presunções, no sistema de livre


convencimento que o Código adota, é em tudo igual ao das provas diretas”
(José Frederico Marques, Elementos de Direito Processual Penal, 2a. ed.,
vol. II, p. 378).
– Em se tratando de receptação (art. 180 do Cód. Penal), é coisa em extremo
difícil perquirir o dolo do agente, que isto implicaria penetrar-lhe o recesso
da consciência; daqui por que se deve ele aferir pela personalidade do
agente e circunstâncias do fato criminoso.
Voto nº 1523

Apelação Criminal nº 1.151.359/7


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– No crime de receptação (art. 180, “caput”, do Cód. Penal), impossível que


é desvendar os segredos da alma humana, somente as circunstâncias do fato
revelarão se o agente obrou, ou não, com dolo; delas apenas é que se poderá
inferir se lhe era do conhecimento a origem ilícita das coisas adquiridas em
proveito próprio.
– Não há quem não saiba, ou ao menos desconfie, que o comércio avulso de
peças de veículos, exceto quando praticado por revendedores autorizados,
argui para logo a ideia de negócio espúrio.

Voto nº 1611

Apelação Criminal nº 1.144.879/9


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal
art. 180, § 3º, do Cód. Penal

– A confissão, os juristas sempre a reputaram a rainha das provas (“regina


probationum”); se produzida em Juízo, é absoluto seu valor, visto se
presume livre dos vícios de inteligência e vontade, e pode justificar edito
condenatório.
– A desproporção entre o preço pago e o valor real da coisa adquirida é a
pedra-de-toque do crime de receptação culposa (art. 180, § 3º, do Cód.
Penal).

Voto nº 1673

Apelação Criminal nº 1.157.413/6


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– Impossível é penetrar os recônditos da personalidade do agente para


verificar se tinha ciência da origem criminosa da coisa adquirida, e
tampouco lhe impõe o Direito a obrigação de confessá-lo (“nemo tenetur se
ipsum accusare”); o elemento subjetivo do tipo do art. 180, “caput”, do
Código Penal (receptação dolosa) deve, por isso, o Juiz deduzi-lo das
circunstâncias do fato e do teor de proceder do réu.

Voto nº 1690

Apelação Criminal nº 1.158.193/1


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– Na receptação dolosa, a dificuldade intransponível de perscrutar o âmago


do agente, para saber se o animava o desígnio criminoso, deve suprir-se
com a análise de sua personalidade e com as circunstâncias do fato.
– Se de curta duração a pena privativa de liberdade, não é defeso ao Juiz
determinar que o réu a cumpra sob o regime semiaberto, ainda que
reincidente. O que lhe taxativamente proíbe a lei é conceder o benefício ao
reincidente condenado a pena superior a 4 anos (cf. art. 33, § 2º, alínea b,
do Cód. Penal).

Voto nº 1743

Apelação Criminal nº 1.174.535/6


Arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal
art. 180, § 3º, do Cód. Penal

– Constitui princípio doutrinário altamente reputado que a sentença deve


conformar-se com a denúncia, que lhe é o projeto (na voz latina:
“sententia debet esse conformis libello”).
– Pelas universais restrições que se lhe opõem, destituído de valor probante é
o método de reconhecimento de pessoas por fotografia, exceto se
fortalecido por outros subsídios de convicção.
– Ainda seja o réu um símbolo do mal, não há condená-lo com base apenas
em reconhecimento fotográfico.
– Adquirir alguém veículo a estranho, sem as cautelas que as transações
comerciais requerem, configura elemento irrefutável de quebra do dever de
cuidado objetivo, que é a essência lógica da culpa.
Voto nº 1798

Apelação Criminal nº 1.166.255/4


Art. 180, § 3º, do Cód. Penal

–“Nos crimes culposos, a pena ao agente constitui advertência à sua


inadvertência” (Rev. Forense, vol. 172, p. 486).
– O perdão judicial (art. 180, § 5º, do Cód. Penal) somente deve ser
liberalizado ao réu quando leve sua culpa.

Voto nº 1873

Apelação Criminal nº 1.172.105/4


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– No crime de receptação (art. 180, “caput”, do Cód. Penal), impossível que


é desvendar os segredos da alma humana, somente as circunstâncias do fato
revelarão se o agente obrou, ou não, com dolo; delas apenas é que se poderá
inferir se lhe era do conhecimento a origem ilícita da coisa adquirida em
proveito próprio.
–“O sursis é instituto de estímulo à recuperação do primário não-perigoso e
tem como finalidade reintegrá-lo na ordem social” (Rev. Tribs., vol. 419, p.
96).

Voto nº 1888

Apelação Criminal nº 1.162.139/4


Art. 180, § 1º, do Cód. Penal
art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97

– Difícil que é perscrutar o dolo do agente nos casos de receptação, que isto
importaria devassar-lhe a própria consciência, deve-se inferir de sua
personalidade e das circunstâncias do fato delituoso.
– Comete o crime do art. 180, § 1º, do Código Penal o comerciante que
adquire grande cópia de mercadorias, em circunstâncias que evidenciam
tratar-se de coisas de origem ilícita.
– Isto de alguém estar na posse de mais de uma arma de fogo, sem licença
da autoridade, não constitui concurso de crimes, senão crime único, pois
que um só o bem jurídico ofendido: a segurança pública (art. 10, “caput”,
da Lei nº 9.437/97).

Voto nº 1889

Apelação Criminal nº 1.165.343/7


Art. 180 do Cód. Penal;
art. 33, § 2º, alínea c, do Cód. Penal

– Nisto de receptação dolosa, atenta a suma dificuldade de aferir o elemento


subjetivo do tipo, são as circunstâncias mesmas do fato e a personalidade do
agente os elementos que lhe servirão de pedra-de-toque (art. 180, “caput”,
do Cód. Penal).
– Ao condenado reincidente a lei veda apenas o regime aberto, e isto mesmo
quando superior a 4 anos sua pena; se igual ou inferior a 4 anos, tem jus ao
regime prisional semiaberto, interpretado “a contrario sensu” o art. 33,
§ 2º, alínea c, do Cód. Penal.

Voto nº 1890

Apelação Criminal nº 1.162.325/1


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– Incorre nas penas do art. 180, “caput”, do Cód. Penal o sujeito que,
sabendo-lhes a origem ilícita, recebe e guarda carros para desmontá-los.
– No crime de receptação, a circunstância de ter o agente personalidade
inclinada à prática de crimes contra o patrimônio induz à certeza de que não
podia ignorar a procedência irregular das coisas recebidas.

Voto nº 1891

Apelação Criminal nº 1.158.883/4


Arts. 155, § 2º, nº IV, e 180, “caput”, do Cód. Penal;
art. 76 do Cód. Proc. Penal
– Ainda que praticadas em lugares diferentes, se a prova de uma infração
penal influir na de outra, havendo entre ambas uma como relação de
causalidade, o princípio aplicável para determinar a competência será o da
conexão, prevista no art. 76 do Cód. Proc. Penal.
– Ninguém que leia atentamente certas declarações de réus em Juízo deixará
de dar razão a Talleyrand, ministro de Napoleão Bonaparte: A palavra foi
dada ao homem para esconder o pensamento (cf. Rev. Forense, vol. CII, p.
13).
– É de fundamental importância (e não de somenos) a participação do agente
que, fazendo as vezes de observador, auxilia os comparsas na execução do
crime; por isso, não lhe assiste direito à redução de pena de que trata o art.
29, § 1º, do Cód. Penal.
–“Ganha corpo na população a ideia de que o receptador é o empresário do
crime e de que o ladrão é sua mão-de-obra barata e desqualificada”
(Saulo Ramos; apud Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed.,
p. 609).
– Embora grave o crime e suas consequências, o regime intermediário (e
não o fechado) é o mais adequado ao réu primário e de bons antecedentes,
condenado a pena que não exceda a 4 anos. Também em Política Criminal
predomina a velha máxima “virtus in medio” (art. 33, § 2º, alíneas b e c,
do Cód. Penal).

Voto nº 2082

Apelação Criminal nº 1.178.033/2


Arts. 180 e 180, § 1º, do Cód. Penal

– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento


subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 637).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade (Idem,
ibidem).
Voto nº 2177

Apelação Criminal nº 1.184.567/3


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– Sem prova plena e incontroversa de sua culpabilidade, não há decretar a


condenação do réu, ainda que de sombria nomeada nas expressões de
criminalidade.
– Para a caracterização do crime do art. 180, “caput”, do Cód. Penal é
imprescindível o dolo direto: deve o agente saber que a coisa adquirida era
de procedência ilícita.

Voto nº 2188

Apelação Criminal nº 1.201.751/6


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal;
art. 226 do Cód. Proc. Penal

– Em se tratando de reconhecimento de pessoa levado a efeito em Juízo, não


há mister atender à letra do art. 226 do Cód. Proc. Penal, uma vez não é
caso de reconhecimento formal, senão mera identificação.
– Viola o art. 180, “caput”, do Cód. Penal aquele que adquire veículo
automotor sem documentação, pois ainda o sujeito de siso vulgar sabe que é
essa a principal característica da coisa de origem criminosa.

Voto nº 2219

Apelação Criminal nº 1.203.679/1


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– No crime de receptação dolosa, é das circunstâncias mesmas do fato e da


personalidade do agente que se deve aferir o elemento subjetivo do tipo, de
sorte que nenhum valor têm os protestos de inocência do réu que adquire a
terceiro, cujo nome e endereço não sabe declinar, veículo sem documen-
tação, nem apresenta o respectivo recibo de pagamento. O que assim
procede, por força que não ignora tratar-se de coisa de origem criminosa a
que adquiriu (art. 180, “caput”, do Cód. Penal).
– A fixação do regime prisional fechado não desdiz da condição do réu que,
reincidente em crime doloso, persiste em violar, desenfreadamente, o
patrimônio alheio.

Voto nº 2268

Apelação Criminal nº 1.194.971/5


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– A pesquisa da verdade real é o escopo de todo o processo; não sofre o


Direito, no entanto, que matéria já vencida ou liquidada seja objeto de
indagação, com notável dano para o interesse das partes ou da Justiça.
–“Mas, essa liberdade (de requerer) não se deve degenerar em abuso, por
forma a paralisar a marcha do processo, com o propósito de retardar a
administração da justiça ou de tumultuar a ordem processual” (Bento de
Faria, Código de Processo Penal, 1960, vol. II, p. 210).
– Viola o art. 180, “caput”, do Cód. Penal aquele que adquire veículo
automotor sem documentação, pois ainda o sujeito de siso vulgar sabe que é
essa a principal característica da coisa de origem criminosa.

Voto nº 2294

Apelação Criminal nº 1.209.753/6


Art. 180, “caput”, do Cód. Penal

– No crime de receptação (art. 180, “caput”, do Cód. Penal), impossível que


é desvendar os segredos da alma humana, somente as circunstâncias do fato
revelarão se o agente obrou, ou não, com dolo; delas apenas é que se poderá
inferir se lhe era do conhecimento a origem ilícita das coisas adquiridas em
proveito próprio.
– É apotegma de Direito Penal que o castigo deve responder à culpa, em
igual medida. Suposto mereça todo o infrator a proteção da lei, não é de
bom exemplo dispensar mercês, em detrimento da ordem social, àquele que
fez do crime profissão.
Voto nº 2343

Apelação Criminal nº 1.204.147/6


Art. 180, § 1º, do Cód. Penal
– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento
subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
– Em se tratando de simples “emendatio libelli”, é força proceder à devida
correção, ainda que em Segunda Instância. Conforme o STF, pode o Juiz, se
é que o não deva, na sentença, corrigir o erro (Rev. Trim. Jurisp., vol. 79, p.
95; apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 13a.
ed., p. 250).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed., p. 616).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade” (Idem,
ibidem).

Voto nº 2368

Apelação Criminal nº 1.212.463/1


Art. 155, “caput”, do Cód. Penal;
arts. 180, § 1º, e 180, “caput”, do Cód. Penal

– A retratação em Juízo não prevalece contra a confissão policial, se esta é a


que se compadece com as mais provas dos autos.
– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento
subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 637).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade” (Idem,
ibidem).
Voto nº 2486

Apelação Criminal nº 1.213.595/1


Arts. 180, § 1º, e 180, “caput”, do Cód. Penal

– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento


subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 637).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade (Idem,
ibidem).

Voto nº 1835

Apelação Criminal nº 1.160.565/1


Art. 180, § 1º, do Cód. Penal

– Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento


subjetivo do tipo, cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à
personalidade do agente (art. 180 do Cód. Penal).
– Em se tratando de simples “emendatio libelli”, é força proceder à devida
correção, ainda que em Segunda Instância. Conforme o STF, pode o Juiz, se
é que o não deva, na sentença, corrigir o erro (Rev. Trim. Jurisp., vol. 79, p.
95; apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 13a.
ed., p. 250).
–“O preceito secundário do § 1º (do art. 180 do Cód. Penal) deve ser
desconsiderado, uma vez que ofende os princípios constitucionais da
proporcionalidade e da individualização legal da pena” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed., p. 616).
–“A imposição de pena maior ao fato de menor gravidade é inconstitucional,
desrespeitando os princípios da harmonia e da proporcionalidade (Idem,
ibidem).

(Em breve, novas ementas).

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