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Analisar-se-á neste trabalho o tratamento dado no livro didático “Português:

língua, literatura, produção de texto” ao Sujeito, um dos constituintes da oração.

Percebe-se logo em sua apresentação a preocupação em incentivar o aluno à


pesquisa e investigação da Língua Portuguesa. A proposta é não somente ensiná-lo a
classificar perfeitamente palavras e orações, mas desafiá-lo a usar os conhecimentos que
já possui sobre sua língua materna, como falante, numa análise mais profunda. O
objetivo, segundo as autoras, é através dessa análise, fazer com que o aluno compreenda
“a língua como um organismo dinâmico, que se modifica, sofre influências e permanece
em constante estado de mudança”. Assim, esse estudo das estruturas lingüísticas servirá
para a compreensão da língua e das mudanças que ela sofre.

Percebe-se aí uma aproximação da abordagem do livro, em relação ao


estudo da língua, com as idéias do lingüista Benveniste (1995, p.127), que entende a
“língua como sistema orgânico de signos lingüísticos”. Ou seja, nota-se que em ambos a
língua é tida como um sistema articulado, e estudada de uma perspectiva interacional e
social.

É possível relacionar o tratamento dado ao Sujeito no livro didático em


análise, como constituinte da oração, primeiramente, com a contribuição de DUARTE
(2007, p.185), a cerca do estudo dos termos da oração, pois há a “clássica tripartição”
dos termos da oração como essenciais, integrantes e acessórios, e para esta autora:

À imprecisão resultante do uso de tais adjetivos alia-se a falta de


complementaridade entre os termos que compõem cada um dos três grupos:
o “predicado”, por exemplo, é um termo “essencial”, enquanto os
complementos verbais, que fazem parte do predicado, são termos
“integrantes”.

Essa adjetivação dos termos aparece no livro em análise, e pode levar o


aluno a entendê-los dentro de uma escala de importância que não existe. O Sujeito é
classificado como um termo essencial da oração, no entanto essa classificação pode
atrapalhar o aluno na compreensão da relação existente entre os termos da oração como
um todo e, é claro, dificultar o alcance do objetivo proposto pelas autoras.

Quanto à definição de Sujeito, percebe-se que há uma consonância com a


proposta de PERINI (1995). A definição do livro é: “na variedade culta do português, o
termo conhecido como “sujeito” de uma oração é aquele que concorda com o verbo da
oração em número e pessoa” (2004, p.251).
Nota-se que este termo é definido tomando-se princípios sintáticos e que tal
definição acaba com problemas que uma descrição de ordem semântica ocasionaria. Há
a aproximação com a proposta de PERINI no que diz respeito à “separação
metodológica”. Pois livro traz o estudo sobre a forma gramatical (Sujeito) e o
significado que ela veicula (agente) sobre a função de agente, que nem sempre poderá
ser atribuída ao sujeito.

Além da oração sem sujeito as subdivisões apresentadas pelo livro didático


são: simples e compostos, determinados e indeterminados e elíptico ou oculto.
Relacionando essa classificação com as idéias de DUARTE (2007) sobre o “Argumento
externo”, percebe-se que as únicas classificações com qual ela dialoga são a de Sujeito
determinado e indeterminado, pois há a oposição entre esses tipos, e a de sujeito oculto
ou elíptico, pois há o confronto deste conceito com o de sujeito expresso.

Os exercícios do livro que tratam do Sujeito e suas classificações, apesar de


serem poucos, contextualizam o conteúdo estudado e levam o aluno a não apenas
identificar o sujeito numa frase e classificá-lo, mas a pensar sobre os conceitos dados
anteriormente e relacioná-los aos textos apresentados e aos conhecimentos que já
possui. Assim, estes exercícios contribuem para a compreensão do Sujeito e não apenas
para a memorização do conteúdo.

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