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Conhecimentos Básicos
Vamos ser francos. Não é preciso ser sanitarista ou técnico em gestão ambiental para
perceber que o Rio está uma imundície, apinhado de papéis amassados, latinhas, guimbas de
cigarro, cocô de cachorro e cusparadas pelo chão. Um breve passeio pelas calçadas da Zona
Sul já é suficiente para dar um panorama da (horrível) situação. Na semana passada, o prefeito
Eduardo Paes resolveu cravar o dedo na ferida e anunciou uma cruzada radical para reduzir o
lixo deixado nas vias públicas. "As pessoas precisam ser menos porcas", bronqueou. As
palavras fortes não foram um desabafo do momento, um ato impensado. O tom áspero foi
proposital. De fato, a ideia era mexer com os brios do único agente capaz de mudar esse
cenário: o próprio carioca. Diariamente, são despejadas nos aterros sanitários municipais 8 840
toneladas de resíduos, quantidade perfeitamente compatível com uma metrópole. Há, porém,
uma diferença gritante quando esse número é confrontado com os dos grandes centros
urbanos europeus. Aqui, a quantidade de dejetos retirada das ruas corresponde a 37% do total
recolhido pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Trata-se de uma façanha
às avessas, um mal que, além do aspecto estético, ajuda a disseminar doenças e provoca
enchentes. "Não pode ser assim. Está demais", reclama Paes.
O morador da cidade, chafurdando na imundície, acabou se habituando a desordem e
não se dá conta da dimensão do problema. Na verdade, não consegue entender o óbvio:
muitas vezes, ele próprio é o principal agente da sujeira que tanto o repulsa. Uma pesquisa
encomendada ao Ibope pela ONG Rio como Vamos dá uma ideia do desafio à frente. No
levantamento, 83% dos entrevistados responderam que os cariocas deveriam parar de
emporcalhar as vias públicas. À primeira vista, o número demonstra um grau de
conscientização europeu. A questão é que os outros 17% restantes não são certamente os
únicos a jogar lixo no chão, nas águas do mar, nas calçadas... Caso os tais 83% fossem todos
tão ordeiros na prática como o são no discurso, o Rio hoje se pareceria com Genebra, na Suíça
– lá, a coleta nas ruas equivale a apenas 15% do total, menos da metade do nosso índice. Daí,
conclui-se que uma parcela significativa quer colaborar, incomoda-se com o aspecto
desleixado das praias, mas, de forma contraditória, continua a jogar cascas de coco e palitos
de sorvete por aí. "É preciso mudar de atitude", afirma a presidente da ONG, Rosiska Darcy de
Oliveira.
Quem vem de fora se choca com tal condição. Um estranhamento, diga-se, que
remonta a séculos atrás. Diversos viajantes do passado relataram seu horror diante da sujeira
local. O negociante inglês John Luccock, radicado por aqui entre 1808 e 1818 e autor de Notas
sobre o Rio de Janeiro, achou-a imunda. Outros destacaram a insalubridade e o mau cheiro
reinantes. "Ficamos muito tempo sem ter um órgão responsável pela limpeza urbana", conta o
historiador Milton Teixeira. Nas residências coloniais, atirar detritos pela janela se tornou
prática comum. A alternativa, igualmente condenável, era o despejo na Baía de Guanabara.
Tamanho descaso com a higiene não pertencia a nenhuma classe social específica. Quem
devia dar exemplo fazia pior. Na hora do aperto, dom João VI não relutava em fazer suas
necessidades na rua. Hábito legado ao filho, Pedro I, e recidivo até hoje. "Esse comportamento
é traço de uma cultura hierarquizada e aristocrática", conta o antropólogo Roberto DaMatta.
"Dom João jogava aos céus os restos do frango porque havia sempre um serviçal para catá-lo.
Você suja porque há um outro, invisível, que vai limpar."
Patrick Moraes. Veja Rio. 02/12/2009
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1 – Trata-se de um texto dissertativo, no qual o autor coloca de maneira incisiva sua
opinião sobre o fato relatado e recorrendo ao discurso diretamente ao leitor em alguns
pontos.
2 – No final do primeiro parágrafo, a frase de Paes “Não pode ser assim” está
retomando, mesmo que não diretamente, todo o relato do primeiro parágrafo.
3 – É possível concluir pelo texto que a situação da cidade do Rio de Janeiro, no que se
refere a quantidade de lixo jogada nas ruas, continua a mesma desde a época de dom
João VI.
4 – Pelo fato de estar no singular, a partícula “lo” em “catá-lo” no último período do texto
está retomando “Dom João”.
7 – Pelos dados do texto, é possível concluir que se o morador do Rio parasse de jogar
lixo na Rua, o total de dejetos recolhidos da cidade diminuiria pela metade.
Nos itens a seguir são reproduzidos trechos de textos. Julgue-os quanto à correção gramatical
9 – Ela foi a caça para conseguir a façanha que tanto almejava – se tornar o maior
caçador daquela região.
12 – A esperança é a última que morre – mas naquele momento parecia dar um último
suspiro.
14 – O seu maior temor era ter que lutar contra seus irmãos de patria.
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Observando a figura acima, que ilustra uma janela em uso do Microsoft Excel, julgue os
próximos itens.
24 – Ao se clicar sobre o botão será aberta uma aba que permite excluir e inserir
células.
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Se Vera viajou, nem Camile nem Carla foram ao casamento. Se Carla não foi ao casamento,
Vanderléia viajou. Se Vanderléia viajou, o navio afundou. Ora, o navio não afundou. Sabendo
disto, julgue os próximos itens.
A Executiva Nacional do DEM decidiu na tarde desta terça-feira (1) deixar a decisão
sobre uma eventual expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM),
para o dia 10 de dezembro. Arruda é acusado de envolvimento em um esquema de propina no
governo.
O partido estava dividido, com parte de seus integrantes defendendo a expulsão
sumária de Arruda. Contudo, prevaleceu a tese de que a sigla deveria aguardar a defesa do
governador e a elaboração de um relatório para ser votado. Ficou acertado que a votação
ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 10 de dezembro. Serão oito dias para que a defesa de
Arruda se manifeste e outros dois dias para que o relatório seja elaborado.
O deputado José Carlos Machado (SE) foi indicado para relatar o caso, mas disse que
terá de conversar com o presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), antes de aceitar a
incumbência. "Fui pego de surpresa."
Antes mesmo do encerramento da reunião, o líder do partido na Câmara, Ronaldo
Caiado (GO), escreveu no microblog Twitter que a reunião estava "tensa". "Já apresentamos
nosso pedido de expulsão. O partido tem que dar exemplo", defendeu.
Cláudia Andrade. Uol Notícias. 1/12/2009
33 – O escândalo de José Roberto Arruda é mais um forte choque à moral da base aliada
do governo federal, já manchada pelo episódio do mensalão.
35 – O DEM é, ao lado do PT, o partido político brasileiro com maior número de cidades
governadas.
38 – O agente público que, embora não tendo a posse do dinheiro, o subtrai em proveito
próprio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário, comete
modalidade de peculato.
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39 – O reingresso no território nacional de estrangeiro expulso do País, sem autorização
de autoridade competente e sem que tenha sido revogada a expulsão caracteriza crime
definido no Código Penal e sujeita o agente apenas a nova expulsão após o término do
processo.
41 - As prisões temporária e preventiva podem ser decretadas de ofício pelo juiz durante
o inquérito policial e a ação penal.
43 - O sistema penal brasileiro não admite a oitiva de corréu como testemunha, porque,
por garantia constitucional, ele tem o direito de permanecer calado e tampouco tem o
dever de dizer a verdade.
46 – É possível, na esfera federal, uma empresa pública ser organizada sob a forma de
sociedade anônima, sendo a União Federal a sua única proprietária.
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Conhecimentos Específicos
Acerca dos conceitos de Físico-Química avalie os próximos itens.
52 – Um sistema fechado tem uma quantidade variável de matéria, mas fixa de energia.
58 – Capacidades molares dos líquidos são geralmente maiores do que as das mesmas
substâncias na fase sólida.
63 – O complexo [Co(NH3)6] apresenta uma absorção ótica em energia mais alta do que
do que aquela do complexo [Co(CO)6].
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70 – Uma propriedade importante do Mercúrio é formar amálgamas com outros metais,
que apresentam uma grande quantidade de usos.
Observe as reações orgânicas abaixo e, com base nestas, julgue os itens a respeito dos
conhecimentos de Química Orgânica.
77 – A reação A é uma adição aldólica, que precisa ser catalisada por ácidos.
81 – A segunda reação também pode ser realizada com perácidos, como MCPBA.
83 – A ordem de preferência dos substituintes para a segunda reação é CH3 > alquil
primário > alquil terciário.
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86 – O produto da terceira reação é um ciclodieno.
99 – Em cromatografia gasosa quanto mais volátil a substância analisada mais fino deve
ser o filme da fase estacionária.
103 – Entre as maneiras de localizar manchas de analitos em CCD estão uso de materiais
fluorescentes na fase estacionária (para posterior análise em luz UV) e uso de soluções
que reagem com os analitos, como solução de iodo ou ácido sulfúrico.
104 – Permeação por gel é um tipo de cromatografia por exclusão na qual o recheio é
hidrofílico, sendo usada para separar espécies polares.
105 – Comparativamente, a HPLC tem como vantagens sobre CG ser aplicável a espécies
não voláteis e termicamente instáveis, e a maior facilidade de ser acoplada ao
espectrômetro de massas.
106 – Em HPLC utiliza-se eluições isocráticas, que são aquelas feitas com variação na
composição do solvente durante a análise.
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108 – Colunas quirais podem ser usadas em cromatografia gasosas para separar
enantiômeros.
111 – O detector de aprisionamento de íons não pode ser utilizado juntamente com
cromatógrafos gasosos.
112 - Em relação à forma física dos componentes, a cromatografia pode ser subdividida
em cromatografia em coluna e cromatografia planar.
117 – Na cromatografia por troca iônica de ânions, a fase estacionária apresenta carga
negativa.
118 – Na cromatografia gasosa, o detector compara o sinal emitido pelo gás de arraste
puro e o gás de arraste que contém a substância; por isso, a pureza do gás não é
importante para esse tipo de análise.
119 – Na cromatografia gasosa, a fase estacionária líquida permite que sejam separadas
substâncias de diferentes pesos moleculares.
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Revista Perícia Criminal: Qual a colaboração da Polícia Federal no trabalho desenvolvido
pelo Ministério do Meio Ambiente?
Marina Silva: Uma das ações mais importantes do Plano de Prevenção e Combate ao
Desmatamento da Amazônia é o trabalho de desmonte de quadrilhas especializadas em
crimes ambientais, por meio das operações de inteligência da Polícia Federal e do Ibama.
Realizamos 15 grandes operações na região, prendendo cerca de 500 pessoas, 100 delas
servidores do Ibama que praticavam fraudes e corrupção há década e fragilizam a fiscalização
do próprio Ibama. Para ter idéia do impacto dessa ação, no mês em que realizou a Operação
Curupira, em junho de 2005, no Mato Grosso, o desmatamento caiu 95%. O efeito dessa
operação, aliado às operações de fiscalização do IBAMA , resultou na redução de 31% do
desmatamento em toda Amazônia naquele ano. Acredito que a criação das 27 Delegacias
Especializadas em crimes ambientais, no âmbito da Polícia Federal, é uma conquista
fundamental para acabar com a impunidade que sempre existiu em todos os biomas. A
excelência técnica e a credibilidade da Polícia Federal garantem que os que buscam lesar o
patrimônio ambiental estão com dias de impunidade contados.
Revista Perícia Criminal, número 25, Setembro - 2006
Tendo em vista o texto acima, de caráter unicamente inspirador, escreva um texto dissertativo
sobre o tema:
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