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A Cidade de São Paulo é carregada de estilos, um mosaico composto por

gente de todos os lados do Brasil e de todas as classes sociais existentes e


inexistentes. No Romance Eles eram muitos cavalos, através de fragmentos do
cotidiano, o escritor Luiz Rufatto busca desvendar os personagens da maior
cidade da América Latina. 
   O livro, que já recebeu diversos prêmios e foi traduzido para inglês, italiano e
francês, expõe o leitor a 70 pequenos contos que contam histórias de uma
gente simples, cujo nome ninguém sabe. A vida é vasculhada em ângulos
criados pela modernidade: casais desfeitos, crianças roídas por ratos em
barracos, gente morta em seqüestros-relâmpagos, vendedores ambulantes,
famílias vivendo aglomeradas em caixas-apartamentos. São recortes de um
único dia: 9 de Maio de 2000.
   O texto de Rufatto metaforiza a história de São Paulo e revela pedaços da
modernidade, cuja ordem social é excludente através dos signos da riqueza e
do poder. Não é por acaso que referências ao consumo e à publicidade ligados
a datas comemorativas, sobretudo ao dia das mães, atravessam os contos. O
rapaz que bate carteira para comprar um som para presentear a mãe; o pai
observado pelo segurança quando compra/rouba fraldas para o filho recém
nascido; a mocinha de tênis branco a olhar vitrines, seja a das lojas, seja a da
TV e sua vida de modelos exuberantes. Eles eram muitos cavalos retrata
também o sexo dos nossos dias, o crime, a política, o comportamento, as
opiniões e as manifestações religiosas.
O livro surpreende através violência literária. Como num quebra-cabeça bem
concebido, nenhum elemento é supérfluo. A descrição da realidade brutal em
uma metrópole nos prende a cada página. O texto é construído de maneira
primorosa, tanto no plano narrativo como no plano do estilo. Eles eram muitos
cavalos, é mais que um livro, é um retrato da modernidade.

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