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A INFLUENCIA DOS ÁRABES E DO ISLAMISMO NA CIVILIZAÇÃO

OCIDENTAL

* DOUTOR, PROFESSOR RICARDO ROMÁN BLANCO

A influencia dos árabes e do islamismo, na civilização ocidental foi de uma


importancia e transcendência decisiva. Muitos dos inventos que nós usamos
hoje em dia são árabes ou
foram trazidos pelos árabes para a nossa sofisticada Civilização.

Bom será advertir que as palavras árabe e musulmano não são sinónimas.
Árabes são todos nascidos na Arabia sejam ou não musulmanos e musulmanos
são todos os seguidores do Profeta Muhamad, tenham ou não nascidos na
Arabia.

O islamismo trouxe para a civilização tudo quanto nela existe de mais


fundamental e decisivo, como a numeração mal denominada arábica, o colossal
invento do papel, o da pólvora, a Alta Matemática, a Física e a Química, a
Medicina e a Astronomia, a Alquimia e até a organização táctico-militar das
Bandeiras, um dos capítulos mais importantes de toda a História do Brasil.

Características fundamentais do islamismo são entre outras várias, o seu


monoteísmo rigoroso – se Deus é Deus, só pode ser um único e só - a sua
religiosidade, mandando orar, nada menos que cinco vezes ao dia, o seu amor
pela Ciência e pelos pobres, a sua inimizade figadal contra o paganismo,
proibindo até mesmo esculpir ou pintar ou representar a figura humana ou de
animais.

O Profeta Muhamad foi um espírito observador extraordinário, que durante


toda sua vida lutará sem esmorecimento contra a ignorância e contra o atraso e
as aberrações do seu povo.As mezquitas por ele fundadas eram jádesde o início
e continuam sendo até hoje “madrazas” isto é escolas e universidades.

Só a Filosofia parece não ter sido bem vista nos arraiais musulmanos. Mesmo
assim, encontramos neles figuras de filósofos tão destacadas como Ibn-Khaldun,
verdadeiro pai da Sociologia moderna e autor das famosíssimas “Prolegómenos “
ou “Filosofia Social”. Não menos destacada é a figura de Alfarabí, morto no ano
de 950 ou dos filósofos espanhóis Averroes e Avempace, dos que falam com
maior respeito os maiores gênios da Filosofia Cristã Santo Tomas de Aquino e
São Alberto o Grande. Ou Abentofail de quem copiou Defóe da figura de
Robinson Crusoé, ambos pertencentes aos séculos XI e XII e sobre tudo os
místicos musulmanos Ibn-Arabi e Ibn-Massarra, dos que copiara Dante Alhigieri a
sua “ Divina Comédia “ que assim não é divina nem é de Dante.

As elucubrações místicas, os princípios do Direito e da Jurisprudência atingirão


culminâncias extraordinárias nesses mesmos arraiais musulmanos. Os Doutores
místicos, assim declarados e reconhecidos pela Igreja Católica serão apenas dois
e ambos espanhóis: Santa Tereza de Ávila, na Espanha e São João da Cruz cujo
centenário se celebra precisamente neste ano de 1991; os doutores místicos
musulmanos, pelo contrário, serão mais de quinhentos.

A fé existente na alma dos musulmanos transmite-lhes segurança,


tranqüilidade, satisfação, felicidade e gratidão para com o bom Deus Allah, seu
criador, qualidades todas que irradiam depois para todos os pobres e
necessitados, aos que o Islã manda proteger, dar esmola, socorrer e ajudar.

O jejum outro dos preceitos do Islão purifica a alma e até os corpos dos
crentes. A meditação, a contemplação, a observância dos preceitos morais e as
virtudes accéticas, praticadas pelos anacoretas musulmanos no “ ribat” faz do
musulmano uma autêntico religioso contemplativo.

Até a ” Peregrinação religiosa a Meca”, que Muhamad com tanto afinco


recomendara, teve conseqüências científicas, bem longe da religião, como os
conhecimentos geográficos mais trascendentais. Efetivamente, por causa dela,
os árabes determinaaram a medida exata das longitudes e chegaram a medir o
arco do meridiano, já nos tempos do califa Al-Mamum, no século VIII. Calcularam
também a oblicuidade da eclíptica e chegaram por meio de observações do
equinócio a uma apreciação quase exata da longitude do ano.

O astrônomo e matemático Abu-elUefa descobriu nada menos que no século X,


o terceiro movimento da lua, chamado de “ Libração “. Albiruni, conselheiro do
califa Mahamud, publicou as primeiras “ Tábuas de Longitude e Latitude dos
principais lugares do mundo “. Europa nessa época, nem mesmo sabia o que
fosse longitude ou latitude, quanto menos achar seu valor.
Inventos colosais que mudarão a História da Humanidade serão sempre o do
Papel e o da Numeração mal denominada arábica. Nenhum dos dois é nem
árabe nem musulmano. O papel será inventado no Turquestan e a numeração
no Industan ou Índia; serão, porém os árabes os que trarão ambos inventos para
o mais culto, o mais adiantado e o mais importante de todos os califados, que foi
o de Córdova, na Espanha.

Como afirma o Prof. Ricardo Román Blanco da Universidade de São Paulo autor
do trabalho intitulado “ A Influencia Árabe na Civilização Européia “ não teria sido
a Europa que civilizasse ao Islã e sim concretamente o califado de Córdova, que
teria civilizado a Europa, com sua famosíssima “ Escola de Tradutores de Toledo
“ que traduziu para o latim escolástico todas as grandes obras das Culturas
gregas, romanas e orientais.

O invento do papel foi trazido para a Espanha no século IX, tendo os árabes
montado a primeira fábrica de papel da Europa, na cidadezinha espanhola de
Játiva. Europa, nessa época, engatinhava na Cultura, escrevia no caríssimo
pergaminho e utilizava-se da retrógrada e anticientífica numeração romana. Não
é a Europa que civiliza aos árabes e sim os árabes que civilizam o mundo.

Quando a Europa ainda – repetimos – engatinhavam na cultura, quando os


livros nas suas paupérrimas bibliotecas contavam-se com os dedos de uma mão
e ainda sobravam vários e eles eram ainda acorrentados com correntes de ferro
às paredes, os árabes já possuíam bibliotecas fastuosas com milhares de
volumes, como a do Califa Al-Haken II, na cidade de Córdova na Espanha, que
contava com mais de 400.000 volumes. E não eram acorrentados, muito pelo
com trário, eram eles de livre consulta.

Quando na Europa o analfabetismo era universal, nos países árabes,


especialmente na Espanha, a grande maioria dos árabes não apenas lia, mas
escrevia livros, poesias, histórias, lendas e romances, crônicas e relatos de todos
os tipos. Até um simples agricultor chamado Abu-Zacarias-El-Auan dava-se ao
luxo de publicar todo um trabalho sobre as plantas, árvores e cultivos. Todo
árabe culto era por definição poeta.

E que dizer d’água ...? Trobeteiam os sionistas terem sido eles os iniciadores
do sistema de regadio, na Palestina, no deserto de Neguev e alhures agora no
século XX. Asertiva completamente falsa. Os sionista são, isso sim, os
usurpadores e invasores da Palestina, do Líbano, dos territórios ocupados e dos
desocupados. Terras todas elas às que els não tem direito algum, nem jurídico,
nem político, nem histórico, nem religioso nem tipo nenhum. Eles que
oficialmente se declararam ateus como Moshe Dayan, Ministro da Defesa, Golda
Meir, Primeira Ministra, e muitos outros, todos eles comunistas russos tem ainda
a petulância de proclamar que a Palestina lhes pertence “ por doação divina “ .
Alguém pode entender tamanha contradição ?... Não são eles ateus...? Então,
que Deus é esse que lhes fez tão canhesta doação...?

Pois bem foram os árabes os primeiros a utilizar o regadio científico, na


agricultura, pois na Espanha já fizeram muito mais que isto e em pleno século IX,
convertendo a árida região levantina no vergel que ainda hoje é conhecida com o
nome de “ Horta de Valencia ”.

E muito mais inteligentes e precavidos instituíram ainda o “ Tribunal das Águas


“ , único existente no mundo e que ainda hoje, depois de mais de dez séculos,
continua funcionando ininterruptamente todos os domingos, na porta da Catedral
de Valencia. Gostaríamos de saber se os sionistas atuais tem algum tribunal
semelhante diante do templo de Salomão ou do que ainda resta dele ou “ Muro
das lamentações “.

Na medicina, os árabes não tiveram rival. Toda Europa, inclusive os reinos


cristãos, dependiam dos médicos árabes. Quade toda a farmacopea atual já era
conhecida deles, ou melhor nós a copiamos deles. Eles já operavam com
sucesso a catarata e o “ Kanon “ de Avicena, nascido em 980 foi o livro texto
durante seis séculos, nas Universidades européias.

As origens da Química moderna são árabes e, também curiosíssimo, a própria


palavra Química era desconhecida, seu nome era Alquimia e pretendia descobrir
algo tão inusitado como a “ Pedra Filosofal “ e o “ Elixir da Imortalidade e da
eterna juventude “.

De fazer rir ...? Nem tanto, nem tanto. A “ Pedra Filosofal “ foi o grande sonho
da Humanidade durante séculos. Imaginavam que ela serveria para trasmutar
todos os metais em ouro. O “ Elixir “ seria também um outro sonho totalmente
inatingível. Nenhuma das duas coisas foi achada, nem poderia sê-lo; eles
acharam, porém, aquilo que exatamente eles não buscavam : o álcool o ácido
sulfúrico, o nítrico, a água régia, a potasa, a amônia, o nitrato de prata, o
sublimado corrosivo e até a pólvora, que os exércitos árabes empregaram pela
primeira vez, no sítio de Tarifa ( Espanha ) em pleno século XIII. A ciência
européia estava tão longe disso, quanto o céu da terra!

Al-Battany, o maior astrônomo árabe do século IX , foi o autor das “ Tábuas


Astronômicas” que foram estudadas em Europa até o século XVIII e Azarquiel
será o autor das “ Tábuas Toledanas “ usadas tamém na Europa até o século XVI.

Todos nos ficamos abismados ao ver quanto não deve a Europa a esta nossa
sofisticada civilização, que já pisou na lua e viaja através do cosmos, a um
modesto e despretencioso árabe chamado Abulcassim Alabás-Ibn-Fernás, que
desde o pico mais alto da Ruzafa, nas proximidades de Córdova, na Espanha, se
lançou no espaço, conseguindo voar o suficiente para demonstrar, que o homem
podia emular aos pássaros. E este fato revolucionário teve lugar no ano de 886,
onze séculos antes, portanto, de que o nosso Santos Dumont nascesse.

Não menor importância tem também o grande e destacado matemático árabe


cujo nome poderia ser Mohamed Ibn-Musa, que parece ter sido o primeiro usar
o nosso atual sistema de numeração e ter inventado alguma coisa tão simples,
porém tão fundamental como o simples e modesto zero. Sem esse simples
modesto e despretencioso zero, jamais o homem chegaria à lua, jamais
inventaria o computador e jamais poderia fazer o mais modesto cálculo de
engenharia, de astronomia ou matemática.

No ano de 820, Mohamed Ibn-Musa publicava já seu famosíssimo “ Tratado de


Algebra “ , que será o manual de estudos em todas universidades européias até
o século XVI. Musa e seu discípulo Ibn-Cora foram os primeiros que trataram de
aplicar a Álgebra à Geometria e que continha já as equações de segundo grau,
que os matemáticos árabes levaram até o quarto grau.

Os sábios árabes dos séculos IX e X aperfeiçoaram a Trigonometria esférica e


estudaram a Física e Matemática. Al-Batany substitui as cordas dos arcos pelas
semi-cordas dos arcos duplos, isto é, com os senos. Abu- Uefa usou as
tangentes, as cotangentes e as secantes.

Durante toda a Idade Média, na cidade de Toledo, na Espanha, fabricavam-se


as suas famosíssimas espadas e armas brancas, incrustadas com fios de ouro,
técnica inventada pelos árabes espanhóis e tão magníficas, que ainda hoje
ninguém conseguiu superar, que lhes da uma flexibilidade e leveza como não
existe em nenhum outro lugar do planeta. Essa técnica é ainda hoje utilizada
pelos espanhóis.

O Califa Abderraman III construirá a Mezquita de Córdova, também


denominada como o “ bosque das mil colunas “ pois tem no seu interior 1.000
colunas cada uma de uma pedra diferente e Madinat-al-Zahara, cidade a mais
suntuosa construída jamais na terra, no ano de 936. Assaltada, incendiada e
desmantelada pelos berberes no ano 1010 para roubar seus riquíssimos
materiais, sendo assim sua própria riqueza e suntuosidade a causa de sua
destruição.

Impossível mencionar nem mesmo sucintamente o quanto deve a nossa


sofisticada civilização ocidental aos árabes e ao islamismo; sirva o apresentado
como simples resenha para que a nossa juventude estudiosa trate de atingir as
culminâncias científicas, históricas, religiosas e políticas dos nossos ancestrais
árabes.
• Dr. Professor Ricardo Román Blanco
Doutor em História da América (Univ.Central de Madrid )
Professor e Pesquisador por concurso ( Universidade de São Paulo )
Professor da Universidade de Valladolid
Perito Calígrafo e Paleógrafo
Membro do Instituto Histórico e Geográfico ( São Paulo )
Do Instituto Histórico e Geográfico ( Sorocaba )
Condecorado com a “ordem Infante D. Henrique “
Professor Titular por concurso da Universidade de Brasília ( UNB ),
etc.

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