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Roberto Carelli
O som é o resultado do choque de dois corpos. Quando ouvimos uma música, estamos
ouvindo os ruídos resultantes da fricção/batida/sopro de um instrumento. Por exemplo,
quando ouvimos um oboé tocando, estamos na realidade ouvindo o som do ar que o
instrumentista sopra dentro do bocal se chocando com as paredes internas do
instrumento.
A música é uma sucessão organizada de sons. Ao longo dos milênios, o ser humano foi
desenvolvendo formas de produzir sons e anotá-los. A escrita musical que usamos nos
tempos atuais tomou forma a cerca de 500 anos, na Europa.
Pela escrita musical ocidental, os sons musicais podem ser divididos em 7, chamados de
notas, com os seguintes nomes: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI. (Clique em cada nota
para ouví-la). Essas notas são escritas em um sinal gráfico de 5 linhas sobrepostas,
chamado de PAUTA ou PENTAGRAMA.
O sinal à extrema esquerda da pauta chama-se CLAVE DE SOL, e serve para indicar a
linha da pauta onde deve ser escrita a nota Sol. Isso se deve ao fato de que existem
outras formas de se colocarem as notas na pauta. A clave de Sol é uma estilização
gráfica da letra G, pois na nomenclatura européia a nota Sol é representada por esta
letra. Em cifragem de acordes, esta representação por letras é usada para indicar a base
do acorde, como veremos posteriormente.
O acorde acima possui três notas, e como a nota inferior é um Ré, este acorde é um
Acorde de Ré (clique no acorde para ouvír).
Assim, uma nota DÓ, por exemplo, pode ser tocada em diferentes alturas, mais agudas
ou mais graves, conforme a oitava em que se encontre (clique aqui para ouvir a nota DÓ
em várias oitavas).
Para se escreverem notas graves, costuma-se usar a clave de FÁ(figura acima). Existem
outras claves, como a de Dó, que costuma ser usada para partituras da viola sinfônica
(não confundir com a viola popular de cordas dedillhadas).
O som musical é formado por três elementos: a melodia (sucessão ordenada de notas), a
harmonia (combinação de sons tocados simultaneamente) e o ritmo (sucessão regular de
sons com durações distintas) .
Tomando-se a Semibreve como ponto de partida, cada nota a sua direita tem metade do
seu tempo de duração. Assim, a mínima dura metade da semibreve, a semínima metade
da mínima, e assim sucessivamente.
Para definir o ritmo de uma música, usa-se na pauta a indicação do COMPASSO, que é
indicado por uma fração colocada após a clave. Para um ritmo binário (uma batida forte
e uma fraca) usa-se a fração 2/4, que significa duas semínimas por compasso. O número
4 representa sempre a semínima, usada geralmente como valor base para a definição de
compassos e andamentos. Para um ritmo ternário (uma nota forte e duas fracas), usa-se
a fração 3/4, e assim por diante.
Claro que esses ritmos são básicos, e uma peça musical apresenta muitas subdivisões de
ritmos dentro de cada compasso. Seja quantas forem as notas dentro de um compasso, a
soma de seus tempos de duração não pode nunca exceder ao valor total daquele
compasso. Assim, numa música em ritmo quaternário (4/4) , a soma de tempos das
notas de cada compasso terá que ser exatamente quatro vezes uma semínima.
Observando o compasso acima, vemos que foram usadas notas com diferentes tempos
de duração, mas a soma delas dá exatamente quatro vezes uma semínima, ou seja, 4/4.
Podem ser usados outros tipos de compasso, que usam outros valores como base. Um
compasso binário que tem como base a mínima é indicado por 2/2. Se for um
quaternário com base numa colcheia, indica-se por 4/8 .
Observa-se que cada figura de som é indicada na fração do compasso por um número
que é sempre o dobro do antecessor. Assim, a semibreve se indica por 1, a mínima por
2, a semínima por 4, a colcheia por 8, e assim por diante.
Os compassos mais usados são o binário (2/4), o ternário (3/4) e o quaternário (4/4).
Outro compasso usado com certa frequência é o compasso ternário composto, onde
cada tempo tem uma divisão ternária. Neste tipo de compasso, o denominador da fração
indicativa representa a figura de som que vale um terço de cada tempo do compasso.
Por exemplo, o compasso 6/8, o numerador indica que o compasso é BINÁRIO (porque
6 dividido por 3 é igual a 2), e o denominador indica que a COLCHEIA equivale a um
terço do tempo (lembrando que este compasso tem DOIS TEMPOS e cada tempo terá
TRÊS COLCHEIAS).
Mais raros são os compassos irregulares, como por exemplo um compasso de 7/4 ou
13/16. Estes indicam quebras de ritmo durante uma peça, ou uma peça inteira com um
ritmo irregular.
De ½ TOM: MI a FÁ e SI a DÓ
DÓ - DÓ#.
2) - Diatónico se as 2 notas que o formam tiverem nomes diferentes:
DÓ - RÉb; MI - FÁ
Com estas definições, podemos entender como são classificados os acordes, que
são formados com 3 ou mais notas que soam simultaneamente. Há instrumentos que
não podem tocar acordes: a voz humana, flauta, trombone, etc. São instrumentos
melódicos ou solistas porque só podem tocar melodias - sucessões de notas singulares.
Os instrumentos que permitem tocar acordes são instrumentos harmônicos pois neles se
fazem harmonias através dos acordes. Exemplos de instrumentos harmônicos: violão,
piano, órgão, etc.
Se partirmos da nota DÓ, omitimos a nota RÉ tocamos a nota MI, omitimos a
nota FÁ e tocamos a nota SOL, o resultado será: DÓ - MI - SOL ou seja o Acorde de
DÓ MAIOR, representado abaixo:
· ACORDE DE 5ª AUMENTADA:
· ACORDE DE 5ª DIMINUTA:
SOL - DÓ - MI - 2ª Inversão
Como já foi dito, a partir de cada nota das escalas Maiores e Menores, formam-se
por intervalos de terceira, acordes, que, respeitando as notas da escala, vão tomando as
configurações: Maior, Menor, Aumentado ou Diminuto.
Para construir acordes de 4 sons acrescenta-se mais uma nota a esses acordes a
uma distância de uma terceira, como acontecia já nos acordes de 3 notas: a Sétima.
Existe outra forma de representar as notas além da forma com notas num pentagrama.
Elas podem ser representadas por letras. Nesse caso, a nota LÁ é usada como base para
esta notação, sendo representada pela primeira letra do alfabeto(A). A sucessão de notas
fica assim:
dó - C
ré - D
mi - E
fá - F
sol - G
lá - A
si- B
Esta notação é muito usada em cifras, que representam acordes em notação de músicas
para instrumentos de corda dedilhada, como o violão e a guitarra. Assim, o acorde de
Dó maior é representado por C. O de Dó menor, por Cm.
Os instrumentos musicais
Desde a antiguidade, o homem procurou produzir sons usando objetos. Na pré-
história, o máximo que deve ter havido foram os ruídos de sons percutidos, já que os
humanos ainda não tinham grande desenvolvimento manual para construir instrumentos
melódicos. Os primeiros instrumentos mais elaborados, capazes de produzir melodias,
parecem ter começado a surgir na antiguidade. No Egito, na Grécia, em Roma e em
outras civilizações antigas já exisitiam cítaras, liras, instrumentos de sopros. Também os
índios da América pré-colombiana já produziam seus tambores, flautas e instrumentos
de corda.
Os instrumentos mais próximos aos que usamos atualmente surgiram na Europa na
Idade Média. Precurssores do violão, violino, trombone, trompete, acordeão, etc, já
existiam. Desenvolvê-los foi apenas uma questão de tempo. No século XIX, os
instrumentos acústicos atuais já tinham a forma atual. A orquestra sinfõnica já tinha a
formação que tem hoje: Violinos, violas, violoncelos e contrabaixos no naipe de cordas;
Flautas, clarinetes, oboés e fagotes nas madeiras; trombetas, trompas, trombones e tuba
nos metais; tímpanos, pratos e bombo na percussão. Esta era a formação básica, mas
mesmo Beethoven e seus contemporâneos já incluiam outros instrumentos como
flautins, tuba, pandeiro, glockenspiel, sinos, etc.
Uma orquestra atual pode ter um número infinito de instrumentos, limitado somente á
imaginação do compositor. Abaixo, uma formação típica de orquestra sinfônica
moderna:
Cordas:
Sopros de madeira:
Flautim
2 Flautas
2 oboés
2 clarinetes em Sib
2 Fagotes
contrafagote
Saxofone (soprano, alto, tenor ou barítono)
Clarinete baixo ou Clarone
Corne Inglês
Sopros de metal:
2 Trompetes em Sib
4 Trompas em Fá
3 Trombones
Tuba
Percussão:
Tímpanos
Pratos
Bombo
Tam-tam (gongo)
Xilofone
Glockenspiel
Celesta
Piano
Marimba
Pandeiro
Castanholas
Chocalho
Carrilhão (sinos)
Corda dedilhada
Harpa