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Gerente Brasil Projeto BID / SEDU / CSTB / França : Francisco Ferreira Cardoso – PCC.USP
Coordenação SEDU : Cecília Parlato

Gerente França Projeto BID / SEDU / CSTB / França : Michel Bazin – CSTB
Coordenação do estágio pelo CSTB : Jean-Luc Salagnac
Apoio coordenação do estágio : Jean-Marie Bireaud – ACT Consultants

Relatório do Estágio 2 -
Organização e Gestão de
Canteiros
13 a 27/05/2000

Prof. Francisco Ferreira Cardoso – PCC.USP

Documento : RelatórioEstágio2BIDFCardoso
Versão de : 19/06/00 19:06
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 2
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
Estágio 2 - Organização e Gestão de Canteiros – de 13 a 27/05/2000
Relatório Prof. Francisco Ferreira Cardoso – Escola Politécnica da USP – Depto. de Engenharia de Construção Civil – PCC.USP 19/06/2000

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Relatório do Estágio 2 - Organização e Gestão de Canteiros


13 a 27/05/2000

Prof. Francisco Ferreira Cardoso – PCC.USP

$SUHVHQWDomR*HUDO

Este segundo estágio que aqui relato foi montado a partir das diretrizes contratuais presentes no
Projeto BID, assim como das definidas pela Coordenação Nacional do PBQP-H, em especial da sua
Coordenação Nacional de Projetos e Obras.

Assim, o seu objetivo do estágio, que aparece no Projeto junto ao BID, foi o de fornecer elementos que
apoiassem as empresas construtoras brasileiras quanto aos seguintes aspectos :
• implantação de novos modos de organização de canteiros através :
• de um sistema de “estudo de métodos”, envolvendo o planejamento e o controle das obras, os
estudos de preparação e a elaboração de projetos de canteiros ;
• da redefinição do papel e das formas de organização das empresas subcontratadas, da
implantação de mecanismos de coordenação dos agentes participantes das obras, da implantação
de um sistema global de gestão da qualidade e do estabelecimento de novas formas de gestão da
mão-de-obra ;
• estabelecimento de relações de cooperação permanente entre os agentes da cadeia produtiva, ao
longo do canteiro ;
• implementação de ferramentas de treinamento e de qualificação da mão-de-obra e de melhoria das
empresas subcontratadas ;
• reflexão quanto à implementação de um sistema de higiene e segurança nos canteiros (política de
prevenção, melhoria dos equipamentos e ferramentas, etc.).

Já as duas diretrizes principais adotadas para a estruturação do estágio, definidas pela Coordenação
Nacional de Projetos e Obras do PBQP-H, foram :
1. Organização, gestão e planejamento de canteiros e obras.
2. Formação da mão-de-obra para canteiros, adequada à sua correta organização e gestão.

Por sua vez, a equipe técnica do Projeto BID (arquiteta Cecília Parlato e eu mesmo), enquanto seus
coordenadores, entendemos que o estágio deveria ser uma oportunidade para se tratar um outro tema
ligado à problemática das empresas construtoras, o da tecnologia construtiva, que foi nele valorizado. A
expectativa era a de que o estágio ajudasse a ampliar a visão dos estagiários quanto ao tema para que,
ao retornarem ao Brasil, melhor orientassem as empresas e as entidades setoriais a organizarem suas
1
ações nessa área. Nesse sentido, foi realizada a discussão sobre o Sistema DTU , que nos mostrou

1
Como apresentarei adiante, o Sistema DTU, é composto por uma série de documentos, os 'RFXPHQWV7HFKQLTXHV8QLILpV
(Documentos Técnicos Unificados), que registram as boas práticas profissionais para a execução dos mais diferentes serviços
de obras, com destaque para os envolvidos na execução ; correspondem ao que os americanos chamam de &RGH RI
3UDFWLFHV. Hoje em dia, constituem-se em normas. O Sistema representa, em última instância, o conhecimento tecnológico de
todo o setor da construção civil.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 3
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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que a normalização não constitui um processo burocrático, para criar regras, mas sim leva à
consolidação, ou mesmo ao desenvolvimento da tecnologia de um país. A visita ao Salão Intermat,
voltado para equipamentos e ferramentas de obras, também ajudou-nos nesse processo.

Como ponto de partida para sua montagem, entendemos que o setor, qual seja, as empresas, via suas
entidades setoriais, e organismos como o SEBRAE / SENAI, além de grandes clientes, como a Caixa
Econômica Federal e outros, apoiado por agentes de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento
(FINEP, CNPq, Fundações de Amparo à Pesquisa dos diferentes estados, etc.), deveriam investir
“pesado” na consolidação e no avanço dos conhecimentos tecnológicos envolvidos nos diferentes
serviços de obras. O CobraCon/CB-02/ABNT atuaria, evidentemente, como um agente fundamental
nesse processo, assim como os organismos de pesquisa e as universidades.

É preciso pensar grande quanto a esse ponto, e obter recursos significativos, inclusive para viabilizar a
transferência de tais conhecimentos às empresas e aos seus funcionários (capacitação).

Também a importância da formação da mão-de-obra para canteiros foi reconhecida e valorizada no


estágio. Procuramos na sua montagem dar ênfase para os operários, encarregados e mestres-de-
obras, tratando dos aspectos técnicos e gerenciais envolvidos com tais profissões, não se esquecendo
da formação e qualificação profissional voltada aos subempreiteiros. Nesse caso também mais
investimentos terão que ser feitos pelo setor para se levar adiante as idéias observadas.

Além desses objetivos e diretrizes, o próprio CSTB propôs tratarmos no estágio dois outros temas, que
nele integramos :
1. Logística.
2. Impacto ambiental dos canteiros.

Tomando como base todas essas orientações, e em perfeita sintonia com o coordenador do estágio
pelo CSTB, o engenheiro Jean-Luc Salagnac, definimos como temas a serem nele tratados :
1. Reuniões com profissionais de gerenciamento de obras, para discutir os diferentes aspectos
do estágio.
2. Reuniões com lideranças setoriais, para discutir a questão da gestão de canteiros.
3. Reunião com profissional do setor, para discutir a questão da logística do ponto de vista dos
fabricantes e distribuidores.
4. Prevenção e segurança em canteiros.
5. Impacto ambiental dos canteiros.
6. Reuniões com lideranças setoriais, para discutir a questão da formação de mão-de-obra
técnica, incluindo visita a centro de formação de mão-de-obra.
7. Sistema de Códigos de Práticas (DTUs).
8. O Sistema QUALIBAT de qualificação profissional de empresas e subempreiteiros.
9. O papel do seguro da construção na cadeia produtiva.
10. Visita ao Salão Intermat.
11. Visita a obras de empresas líderes, para observações LQORFR e discussões com profissionais
de produção sobre os diferentes aspectos do estágio.

Tendo em vista essa colocações, o presente relatório procura responder às seguintes questões :

1. O planejamento feito foi obedecido e os temas definidos foram percorridos ? Com que
qualidade ? Quais os desdobramentos de cada tema para o PBQP-H ?
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 4
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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2. Quais os principais pontos positivos negativos do estágio ?


3. Os objetivos traçados foram alcançados ?

Cabe ainda dizer que viajei como coordenador da equipe de estagiários, com delegação da SEDU-PR.
Os demais estagiários foram :

• Representante da CBIC : Engenheiro João Coelho de Souza Filho – SP.


• Representante do FORUM IC : Engenheiro Marcos Roberto Tamaki – SP.
• Representante da Caixa Econômica Federal : Engenheiro Gilberto Brito – RJ.

Finalmente, antes de responder às questões acima, apresento o &67%  &HQWUH 6FLHQWLILTXH HW


7HFKQLTXH GX %kWLPHQW, nosso parceiro local, e igualmente alguns dados macroeconômicos sobre a
realidade do subsetor da construção de edifícios na França.

)UDQFLVFR)HUUHLUD&DUGRVR
PCC.USP
Junho de 2000
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 5
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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2&HQWUH6FLHQWLILTXHHW7HFKQLTXHGX%kWLPHQW&67%

O &HQWUH6FLHQWLILTXHHW7HFKQLTXHGX%âtiment (CSTB) é o mais importante centro francês de pesquisa


em edificações, e um dos mais importantes do mundo. Possui um quadro de 600 profissionais, dos
quais cerca de 300 são de nível superior. Seu orçamento anual é de 347 milhões de francos franceses
2
(aproximadamente 92 milhões de reais) , dos quais 36 % estão ligados às atividades tecnológicas,
32 % às de pesquisa e desenvolvimento, 22 % às de consultoria e 6 % às de difusão de informações.

O CSTB atua não somente na França, como na Europa em geral através de cooperações
internacionais e de parcerias com os principais centros de pesquisa europeus. Ele preside atualmente a
(27$ ($VVRFLDWLRQ SRXU O
 $JUpPHQW 7HFKQLTXH (XURSpHQ), de onde é sócio fundador ; além disso,
assegura a secretaria geral da 8($WF (8QLRQ (XURSpHQQH SRXU O
$JUpPHQW 7HFKQLTXH GDQV OD
&RQVWUXFWLRQ) ; é membro da 125(;, rede de apoio técnico aos exportadores franceses ; atua
ativamente no *URXSHPHQW G
,QWpUrW (FRQRPLTXH (XURSpHQ - (1%5, ((XURSHDQ 1HWZRUN RI %XLOGLQJ
5HVHDUFK,QVWLWXWH), que reúne os principais centros de pesquisas europeus em edificações.

Desenvolve assim pesquisa em parceria com instituições francesas (ENPC, LCPC, Escolas de
Arquitetura, os Institutos Técnicos Superiores, as Universidades, o CNRS e diversos laboratórios
públicos e privados), européias e do resto do mundo. Possui cerca de 40 estudantes desenvolvendo
teses de doutoramento em suas instalações, demonstrando estreita relação com o mundo acadêmico.
Está em vias de estabelecer um convênio com a Escola Politécnica da USP e procura manter relações
com o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.

O CSTB desenvolve pesquisa de ponta em materiais e técnicas de construção civil, segurança,


iluminação, acústica, engenharia econômica e social, térmica, aerodinâmica, informática, novas
tecnologias, entre outros ramos. Atua também nas áreas de consultoria, avaliação técnica e difusão de
informações.

Assim, presta consultoria para os diferentes agentes do setor – fabricantes, projetistas, construtores,
clientes -, principalmente para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Na área de avaliações
técnicas, uma das mais importantes, faz análises e emite certificados de aprovações técnicas de
produtos inovadores para a construção (ATEC e Atex) ; realiza certificação de produtos e de casas
(através de diversas marcas) ; acompanha e avalia tecnicamente canteiros experimentais, onde se
desenvolvam inovações tecnológicas ou gerenciais ; qualifica empresas ; emite certificados de garantia
da qualidade de serviços. Finalmente, além de produzir informações, o CSTB se preocupa com a
difusão das mesmas, publicando periódicos e livros, editando CD-ROMs, oferecendo ao mercado
sistemas especialistas, cursos, etc.

Trata-se de um estabelecimento público de cunho industrial e comercial, criado em 1947, estando sob a
3
tutela do Ministério da Habitação . Seus funcionários não são funcionários do estado.

É presidido por Alain Maugard e tem três diretores : Raphaël Slama, diretor ; Jacques Rilling, de
pesquisa e desenvolvimento ; e Jean-Daniel Merlet, diretor técnico (esteve no Brasil numa das missões
do Projeto de Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H). O engenheiro Michel
Bazin é o responsável pela área de Normalização e Aprovações, além de coordenador do Projeto.
Trabalha sob a direção de Jean-Daniel Merlet, portanto na diretoria técnica do Centro. Já esteve mais
de uma vez no Brasil.

Já o engenheiro Jean-Luc Salagnac, que organizou o presente estágio, atua na diretoria de pesquisa e
desenvolvimento e esteve uma vez no Brasil, na missão homônima a esse estágio, do Projeto de

2
Adotei aqui as taxas de câmbio de 1US$ = 7,00 FF = R$1,85.
3
Na verdade, 0LQLVWqUH GH O¶(TXLSHPHQW GHV 7UDQVSRUWV HW GX /RJHPHQW., ou Ministério da Infra-estrutura, Transportes e
Habitação.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 6
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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Cooperação Técnica. Atua no CSTB há 19 anos, atualmente nas áreas de tecnologia da construção,
organização de canteiros e normalização em edificações.

Por sua vez, o engenheiro Jean-Marie Bireaud, além de coordenador administrativo do convênio, é um
profundo conhecedor do Brasil. Seu papel é o de animador de projetos de pesquisa entre a França e
países em vias de desenvolvimento, com um trabalho de anos conosco. Sua assistente, Guilhermina da
Graça, é uma portuguesa que mora há anos em Paris (mas não esqueceu a língua da « terrinha »),
cuja gentileza e competência estão acima de toda prova. Ambos foram um grande ponto de apoio para
os estagiários, assegurando as traduções quando dos encontros e se ocupado de toda a parte
« logística » do estágio, incluindo marcação dos encontros, reserva de hotel, etc.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 7
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$OJXQVGDGRVPDFURHFRQ{PLFRVVREUHDUHDOLGDGHVHWRULDOQD)UDQoD 

A movimentação financeira das empresas construtoras e subcontratantes na França em 1998 foi de4 :

• Setor de edificações : 466 bilhões de francos ou 123 bilhões de reais (76 %) ;


• Setor de obras pesadas : 145 bilhões de francos ou 38 bilhões de reais ;
• Total : 611 bilhões de francos ou 161 bilhões de reais.

Desse total, 269 bilhões de francos ou 44 % são movimentados sob forma de salários (133 bilhões de
francos), encargos sociais e impostos, enquanto que 342 bilhões de francos sob forma de materiais
comprados (188 bilhões ou 31 % do total) e serviços contratados de terceiros (154 bilhões de francos
ou 25 % do total).

No setor de edificações, que nos interessa aqui, trabalham 1.143.000 pessoas, das quais 893.000 são
assalariados e 250.000 donos de empresas.

Do total de 466 bilhões de francos movimentados pelo setor anualmente, cerca de 222 bilhões de
francos ou 48 % do total estiveram na mão de empresas de menos de 10 empregados, e 280 bilhões
de francos ou 60 % do total nas de menos de 20.

As habitações responderam por 268 bilhões de francos desse total, ou 58 %, sendo a parcela de 27 %
destinada para obras novas e a de 21 % para as reformas ; os edifícios não residenciais responderam
por 40 % e as obras de infra-estrutura pelos 2 % restantes.

Os grandes clientes foram as incorporadoras e as famílias que construíram suas casas (52 % do total),
empresas privadas (23 %), o estado e os órgãos públicos (15 %) e os organismos de Habitação para
Aluguel (6 %).

Já o faturamento em 1999 do setor de edificações foi de 517 bilhões de francos ou 137 bilhões de
5
reais, com um crescimento de 7,1 % em relação a 1998 , tendo sido ele um ano que foi considerado
com excepcional. As previsões falam num crescimento entre 3,9 a 5,2 % para o ano 2000.

As razões que nos foram dadas para explicar tal crescimento foram :

1. Baixa do imposto TVA, que incide sobre todas as mercadorias e serviços, que passou de 20,6 %
para 5 %, no caso da compra de produtos para reformas.
2. Existência de mecanismos de financiamento adequados para as diferentes faixas sociais, como por
exemplo o da taxa “a juros zero” (para baixos salários e válida para uma parcela do financiamento
concedido).
3. Existência de incentivos fiscais para os que constróem para aluguel social.

Comentou-se que o crescimento do setor contribuiu para um quarto do crescimento do PIB francês, em
1999.

4
Fonte : *UDQGVDJUpJDWVGHODFRQVWUXFWLRQHQ'RQQpHVSURYLVRLUHV. Ministère de l’Equipement, des Transports et du
Logement. Août 2000.
5
Fonte : /D FRQMRQFWXUH GX VHFWHXU GH OD FRQVWUXFWLRQ. Ministère de l’Equipement, des Transports et du Logement. 10 mai
2000.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 8
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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A frase que parece representar isso é :



³4XDQGOH%kWLPHQWYDWRXWYD´
0DUWLQ1$'$86pFXOR;,;

Quanto à formação de mão-de-obra, as principais informações obtidas foram :

• é certo que o Estado e a iniciativa privada compartilham a responsabilidade de formar os novos


trabalhadores da produção, dos operários aos mestres-de-obras. No primeiro caso, os alunos saem
dos liceus e assemelhados (equivalente ao nosso segundo grau profissionalizante) ; no segundo,
dos centros de aprendizes, que estão sob a responsabilidade das entidades setoriais dos diferentes
tipos de empresas (por serviço de obras), e nos quais os alunos recebem bolsas de estudos.
• Os dados quanto à formação são conflitantes. A )pGpUDWLRQ )UDQoDLVH GX %kWLPHQW  ))%
(Federação Francesa do Setor de Edificações) nos falou em 80.000 alunos / ano formados pelos
liceus e assemelhados, enquanto que a &RQIpGpUDWLRQ GHV $UWLVDQV HW 3HWLWHV (QWUHSULVHV GX
%kWLPHQW&$3(% (Confederação dos Artesãos e Pequenas Empresas do Setor de Edificações) em
7
90.000 e o Ministério da Infra-estrutura, dos Transportes e da Habitação fala em 96.000 . Do
mesmo modo, segundo a ))% os centros de aprendizes formariam 100.000 alunos / ano, que
seriam 70.000 segundo a &$3(% e 45.000 segundo documento publicado pelo Ministério da Infra-
estrutura, dos Transportes e da Habitação.
• O estado e a iniciativa privada compartilham igualmente a responsabilidade pela reciclagem
(formação contínua) dos trabalhadores da produção, respectivamente através de formação
oferecidas aos desempregados (30.000 alunos / ano) e dos empregados (100.000 alunos / ano).

Quanto ao perfil da mão-de-obra assalariada, que, como disse, perfazem pouco mais de um milhão e
8
cem mil pessoas, tem-se que :

• 84 % dos assalariados são franceses, sendo os portugueses a segunda comunidade, respondendo


por 7 % deles ;
• a idade média é de 38,7 anos para os assalariados e de 42,5 anos para os independentes ;
• os operários não qualificados e os aprendizes respondem por 24 % da força de trabalho ; os
operários qualificados por 50 % ; os tecnólogos e assemelhados, incluindo mestres-de-obras, por
17 % e os engenheiros ; e profissionais de nível superior por 8 % ;
• a primeira profissão é a dos pedreiros, com 20 % do pessoal ;
• 92 % dos assalariados são homens.

Passemos agora às respostas às questões colocadas.

6
“Quando o setor de edificações está bem, tudo está bem”.
7
Fonte : )RUPDWLRQ TXDOLILFDWLRQ HPSORL GDQV OD FRQVWUXFWLRQ HQ  3ULQFLSDX[ FKLIIUHV. Ministère de l’Equipement, des
Transports et du Logement. Février 2000.
8
Fonte : )RUPDWLRQ TXDOLILFDWLRQ HPSORL GDQV OD FRQVWUXFWLRQ HQ  3ULQFLSDX[ FKLIIUHV. Ministère de l’Equipement, des
Transports et du Logement. Février 2000.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 9
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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2SODQHMDPHQWRIHLWRIRLREHGHFLGRHRVWHPDVGHILQLGRVIRUDP
SHUFRUULGRV"&RPTXHTXDOLGDGH"4XDLVRVGHVGREUDPHQWRVGHFDGDWHPD
SDUDR3%43+"

O planejamento feito foi seguido com perfeito rigor, os encontros programados sendo realizados nas
datas e horas previstas. Mais ainda, um encontro não programado foi realizado, que contou com a
minha presença e a dos engenheiros João Coelho de Souza Filho, outro estagiário e Coordenador
Nacional de Projetos e Obras do PBQP-H, e Jean-Daniel Merlet, Diretor Técnico do Centro, além da do
responsável pela área de Marketing e Ações Internacionais do CSTB, Christoph ENGELS. Nele foram
discutidas possíveis ações futuras dos agentes do PBQP-H com o Centro.

Na tabela que segue abaixo faço uma avaliação sobre os 11 temas propostos no estágio, além de do
aspecto que levantei acima. Para maiores informações sobre os interlocutores que tivemos, consultar o
item “Informações adicionais : pessoas encontradas e suas coordenadas”.

7HPDH$YDOLDomR &RPHQWiULRV
(fraca, média, boa e
excelente)
 5HXQL}HVFRP As reuniões com tais profissionais foram um dos ponto de menor repercussão do estágio. A crítica
SURILVVLRQDLVGH maior que faço a elas diz respeito à falta de apresentação de exemplos concretos (ferramentas,
JHUHQFLDPHQWR relatórios, etc.), que fossem fruto da prática de trabalho dos interlocutores que encontramos. É
GHREUDVSDUD verdade que as conversas foram interessantes, mas sobretudo do ponto de vista conceitual.
GLVFXWLURV No entanto, existem aspectos positivos a salientar : do primeiro encontro (PIERRE), resultou um
GLIHUHQWHV quadro teórico bastante interessante das questões da organização e da gestão de obras ; do segundo
DVSHFWRVGR (AIELLO), uma percepção mais clara do papel dos industriais nas questões ligadas à logística e sobre
HVWiJLR a possibilidade e a importância do desenvolvimento de um trabalho conjunto destes agentes com os
$YDOLDomRPpGLD construtores, sobre tal tema.
 5HXQL}HVFRP Somente houve uma reunião com tais lideranças (81$32&±8QLRQ1DWLRQDOHGHV3URIHVVLRQQHOVGH
OLGHUDQoDV OD&RRGLQDWLRQHQ23&6HFXULWpHW3URWHFWLRQGHOD6DQWp – União Nacional dos Profissionais de
VHWRULDLVSDUD Gerenciamento de Obras, Segurança e Proteção à Saúde) que considero o ponto mais fraco do
GLVFXWLUD estágio, pois dela pouco se poderá aproveitar. Falou-se sobre conceitos conhecidos, e, mais uma vez,
TXHVWmRGD não foram apresentadas novas ferramentas de trabalho.
JHVWmRGH
FDQWHLURV
$YDOLDomRIUDFD
 5HXQLmRFRP Na prática, uma única reunião ocorreu com a finalidade de se discutir a questão da logística do ponto
SURILVVLRQDOGR de vista dos fabricantes e distribuidores, com a equipe do distribuidor de materiais de construção
VHWRUSDUD Point P ; por não constar do programa, não houve contato com fabricantes a esse respeito.
GLVFXWLUD O Point P é o maior distribuidor de materiais de construção francês (os outros dois são &DVWRUDPD e
TXHVWmRGD /HUR\0HUOLQ, ambos presentes no Brasil), fazendo parte do Grupo 6DLQW*RELQ. Ele detém 15 % do
ORJtVWLFDGR mercado, faturando cerca de 20 bilhões de franco anuais (cerca de 5,3 bilhões de reais).
SRQWRGHYLVWD
GRVIDEULFDQWHVH O resultado do encontro foi muito positivo, sobretudo por permitir a confirmação de algumas
GLVWULEXLGRUHV suposições que eu já fazia sobre a questão da logística :
$YDOLDomRERD 1. a de que a logística vem cada vez mais se tornando um elemento chave de articulação da cadeia
produtiva, isto não somente sob a ótica dos fabricantes e distribuidores, como também das
construtoras. Do ponto de vista dos distribuidores, conversamos bastante sobre a nova
estruturação do sistema de transporte do Point P, agora totalmente confiado a terceiros, e
organizado por zonas geográficas, com “compromisso de entrega em 24 horas” (antigamente o
transporte era feito internamente e organizado por “contas”, com ineficiências em termos de
distâncias e tempos de percursos).
2. A de que mais do que fornecedores, os distribuidores vêm assumindo o papel crescente de
prestadores de serviços às construtoras, como foi o caso da experiência visitada, da Plataforma
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 10
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Logística. (No caso francês, destaca-se ainda o papel de agentes financiadores assumidos pelos
distribuidores, que repassam às empresas os prazos de pagamento que recebem dos fabricantes.)
3. A de que não há um agente dominante na gestão do processo logístico, que acaba sendo assumida
pela construtora, fabricantes e distribuidores.
4. A de que a Internet é um elemento chave do negócio, mesmo se o Point P ainda está atrasado
nesse aspecto.
O tema da logística acabou também sendo tratado no encontro com o engenheiro AILLO, onde se
destacou o papel dos fabricantes no processo. Segundo ele, é a indústria quem vai “puxar” o
desenvolvimento do setor de edificações nos próximos anos, oferecendo cada vez mais um serviço
completo, que incluirá a montagem “a seco” de seus produtos.
O tema da logística não foi levantado nos outros encontros ou o foi de modo secundário (PIERRE,
UNAPOC e visitas às obras).
Quanto aos desdobramentos do tema para o PBQP-H, destaco a proposta de ação futura dos agentes
do PBQP-H com o CSTB, que apresento no item 12, envolvendo três agentes primordiais da cadeia
produtiva, construtores, fabricantes e distribuidores, sobre a logística de suprimentos e o
desenvolvimento tecnológico de novos produtos que levem em consideração seus diferentes aspectos
(facilitando a montagem “a seco”). Tal estudo deverá fazer parte de um novo Projeto do PBQP-H,
sobre Organização e Gestão de Canteiros de Obras (Projeto 13 ?).
 3UHYHQomRH O tema da prevenção e segurança em canteiros foi basicamente tratado na visita ao 2IILFH
VHJXUDQoDHP 3URIHVVLRQQHOGH3UpYHQWLRQGDQVOH%kWLPHQWHWOHV7UDYDX[3XEOLFV233%73 (Escritório
FDQWHLURV Profissional de Prevenção na Construção de Edifícios e Pesada), e de modo muito proveitoso.
$YDOLDomRERD Este Escritório conta com 290 funcionários, espalhados pela França, voltados à questão do homem e
da segurança em obras. Atua nos canteiros e nas sedes de empresas, fornecendo orientação técnica.
Realiza importante ação voltada à difusão de informações e à formação sobre o tema (dispõe de perto
de 600 produtos pedagógicos).
Discutimos com o responsável pelas Grandes Construtoras e Parcerias a questão da segurança em
obras, o papel que desde de 1/1/1996 é obrigatório em toda a Europa do “coordenador de segurança”,
os resultados da política francesa e européia sobre o tema, os eventuais benefícios alcançados em
termos de custos, qualidade e produtividade, etc.
Aprendemos que a função de “coordenador de segurança” responde, quanto aos aspectos ligados ao
tema, pela coordenação ou interfaces existentes entre os diferentes agentes que atuam num
empreendimento. Trabalha para o empreendedor (PDvWUHG¶RXYUDJH), que continua sendo o
responsável primeiro por acidentes que venham a ocorrer, a exceção daqueles que ocorram durante a
obra, cuja responsabilidade recai primeiramente sobre a construtora. Sua função não se limita à obra,
devendo igualmente atuar no projeto, visando à obra e à manutenção.
A visão do OPPBTP quanto à utilidade desse profissional foi bastante crítica. ³1HVVHVTXDWURDQRV
HPTXHVXDSUHVHQoDSDVVRXDVHUREULJDWyULDQmRKRXYHPHOKRULDDOJXPD$SUHVHQoDGR
FRRUGHQDGRUQmRWHPDMXGDGRQDGDQDIDVHGHFRQFHSomR2IDWRpTXHRPHVPRGHYHVHUGHILQLGRH
GHYHFRPHoDUDDWXDUGHVGHRLQtFLRGRHPSUHHQGLPHQWRQRHQWDQWRRHPSUHHQGHGRUVRPHQWHR
FRQWUDWDTXDQGRpWDUGHGHPDLVTXDQGRDVGHFLV}HVMiIRUDPWRPDGDVSHODHTXLSHGHSURMHWR$OpP
GRPDLVTXHVWLRQDVHDFRPSHWrQFLDWpFQLFDGHVVHVSURILVVLRQDLV)LQDOPHQWHRVDUTXLWHWRV
QRUPDOPHQWHLJQRUDPDVVXJHVW}HVSRUHOHIHLWDVHRHPSUHHQGHGRUQmRµWRPDDVGRUHV¶GR
FRRUGHQDGRU´
Para ser habilitado para trabalhar como coordenador de “projeto”, o profissional deve possuir ao
menos cinco anos de experiência profissional como projetista ou como empreendedor, além de ter
que seguir programa de formação específico ; como coordenador de “execução”, a experiência de
cinco anos deve ter sido em obras.
O setor criou um “observatório” para avaliar a eficácia da lei, mas que ainda não apresentou
resultados.
Um outro destaque da visita foi travar conhecimento com a própria existência do Escritório e com o
tipo de trabalho que realiza, certamente muito importante e aparentemente muito eficiente. Ele vive
da contribuição obrigatória recolhida junto às construtoras, de 0,11 % da massa salarial. Isso
corresponde a 150 milhões de francos por ano (estimada em 1.000.000 de funcionários x 150 F /
ano), contra um orçamento de 200 milhões ; são assim obrigados a conseguir os 25 milhões de
francos restantes através da venda de publicações, oferecimento de cursos, etc.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 11
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
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Relatório Prof. Francisco Ferreira Cardoso – Escola Politécnica da USP – Depto. de Engenharia de Construção Civil – PCC.USP 19/06/2000

O OPPBTP estrutura-se em : delegados de segurança ; delegados de formação ; engenheiros de


segurança (chefia 3 a 4 delegados) ; secretário regional.
Os outros aspectos a salientar sobre o tema são :
1. Na França, cerca de 10.000 profissionais desempenham trabalho técnico relacionado à prevenção
e segurança em canteiros : 150 como fiscais do Ministério do Trabalho ; 150 como fiscais da
6pFXULWp6RFLDOH (&5$0±&DLVVH5pJLRQDOHG¶$VVXUDQFH0DODGLH) ; 170 no Escritório ; e 9.000
como “coordenadores de segurança” (embora 17.000 tenham essa habilitação profissional).
2. O OPPBTP não tem poder de punição, agindo apenas como orientador técnico, junto às
empresas e canteiros. Pode eventualmente agir enquanto mediador em divergências entre
contratantes e construtoras.
3. Está passando a atuar de modo mais ativo junto às empresas, realizando “auditorias”. Nessas,
levanta informações e as analisa, propondo ações para a minimização de riscos. Esse serviço
talvez venha a ser cobrado das empresas.
4. O OPPBTB é essencial para as empresas de pequeno porte (com menos de 20 empregados), que
não possuem uma engenharia de segurança própria. No entanto, atingem somente 10 % do total
das empresas (lembrar que elas são cerca de 300.000 na França). Ele não trabalha para os
coordenadores de segurança.
5. Os riscos de acidentes do setor na França são importantes : embora empregando 10 % da força
de trabalho francesa, o BTP9 responde por 15 % ou 110.000 acidentes anuais com interrupção de
trabalho (quando o acidentado não volta a trabalhar no dia seguinte ao do acidente) ; por 11.000
acidentes graves ou 25 % do total ; e por 250 mortes anuais ou 30 % do total.
6. As causas principais dos acidentes fatais são : quedas (um terço) e circulação de objetos,
veículos, etc.
Para maiores informações sobre o OPPBTB, ver o sítio : http ://www.oppbtp.fr/.
Quanto aos desdobramentos desse outro tema para o PBQP-H, vislumbro a sua integração ao possível
novo Projeto do PBQP-H, sobre Organização e Gestão de Canteiros de Obras (Projeto 13 ?).
 ,PSDFWR Infelizmente, o tema do impacto ambiental dos canteiros foi tratado de modo muito rápido quando da
DPELHQWDOGRV vista à )pGpUDWLRQ)UDQoDLVHGX%kWLPHQW))% (Federação Francesa do Setor de Edificações), que é
FDQWHLURV o grande sindicato francês das empresas construtoras, possuindo 50.000 empresas associadas, das
$YDOLDomRPpGLD quais 35.000 são microempresas.
No entanto, o material distribuído é farto e deve nos auxiliar em reflexões sobre a questão no Brasil.
A principal conclusão a que se chega pelo que nos foi dito e mostrado é a da importância que esse
assunto vem assumindo na França. Quatro são as principais vertentes de estudo na França :
1. Impactos das obras nas vizinhanças (poeira, ruído, vibrações, águas, etc.).
2. Novas técnicas de demolição e de “desmontagem”, através de visitas prévias e da elaboração de
um “projeto de demolição”, que custa 4 % do seu custo.
3. Eliminação de entulhos, que é uma responsabilidade das construtoras, através do estudo de
embalagens, de mecanismos de agrupamento e de triagem, de reciclagem, etc.
4. Adaptação da ISO 14.000 ao setor.
A ressalva que deve ser feita é a da distância ainda grande entre o “discurso e a prática”, uma vez que
o que observamos nas obras visitadas estava muito aquém do apregoado na ))%. Essa impressão foi
compartilhada pelo engenheiro Salagnac.
Para maiores informações, ver sítio : http ://www.ffbatiment.fr/index_fset.htm.
Quanto aos desdobramentos desse outro tema para o PBQP-H, mais uma vez vislumbro a sua
integração ao possível novo Projeto do PBQP-H, sobre Organização e Gestão de Canteiros de Obras
(Projeto 13 ?).
 5HXQL}HVFRP A questão da formação de mão-de-obra técnica foi um dos pontos fortes do estágio, tendo incluído
OLGHUDQoDV uma visita a um centro de formação de mão-de-obra e a discussão sobre o tema com lideranças das
VHWRULDLVSDUD duas principais entidades setoriais das construtoras e subempreiteiros.
GLVFXWLUD O assunto foi assim tratado em três encontros :

9
%kWLPHQWHW7UDYDX[3XELFV, ou Setor de Edificações e de Obras Pesadas e de Infra-estrutura.
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TXHVWmRGD 1. No /\FpH6DLQW/DPEHUW, que é um centro de formação de mão-de-obra para a construção civil,


IRUPDomRGH situado em Paris, e que se ocupa da obra bruta (existe um outro centro voltado à formação
PmRGHREUD profissional para a obra fina e sistemas prediais). É importante se notar que tal formação se dá
WpFQLFD conjuntamente com a de segundo grau. O objetivo da vista foi ao mesmo tempo o de obtermos
LQFOXLQGRYLVLWDD uma idéia da infra-estrutura e das ferramentas pedagógicas de que dispõem para a formação e
FHQWURGH encontrar os professores e alunos. Tivemos uma boa percepção de ambos. Para maiores
IRUPDomRGH informações, ver o sítio : http ://lyc-du-batiment-saint-lambert.scola.ac-paris.fr.
PmRGHREUD
2. Na ))%.
$YDOLDomRH[FHOHQWH
3. Na &RQIpGpUDWLRQGHV$UWLVDQVHW3HWLWHV(QWUHSULVHVGX%kWLPHQW&$3(% (Confederação dos
Artesãos e Pequenas Empresas do Setor de Edificações), que é o outro sindicato empresarial, que
congrega as microempresas do setor. Na verdade, ela é uma federação de 105 sindicatos
departamentais e 22 regionais. Confedera, igualmente, oito Uniões Nacionais (Cobertura-
Hidráulica-Aquecimento ; Equipamentos Elétricos e Eletrônicos ; Alvenaria : Alvenaria e
Revestimentos Cerâmicos ; Estruturas de Cobertura – Esquadrias ; Pintura-Vidros-
Revestimentos ; Profissionais de Cantaria ; Ferragens e Componentes Metálicos ; Aplicadores de
Gesso ; Técnica de Gesso). Para maiores informações sobre a CAPEB, ver sítio :
http ://www.capeb.fr.
Procuramos obter com as diferentes visitas respostas a questões como : Como a tecnologia é ensinada
aos operários ? Como funciona o sistema francês de formação ? Quais são seus pontos fortes e
fracos ? Quanto investem em formação ? Em que níveis ? Como têm procurado motivar os
trabalhadores ? E diminuir a rotatividade ? E atrair novos profissionais para o setor ?
As principais informações que obtive, assim como as conclusões e aprendizados que pude tirar das
informações e reflexões havidas nos três encontros são as seguintes :
1. O subsetor de edificações é o maior empregador do país, com pouco mais de 1.100.000
assalariados, aos quais se somam os entre 300 e 400.000 profissionais que trabalham nas obras
pesadas.
2. A França possui um sistema de formação que, embora extremamente complexo até mesmo para
os franceses, procura garantir a qualidade e a quantidade de mão-de-obra para o setor. No
primeiro caso, parece ter sucesso, o que não acontece no segundo.
3. De fato, o desafio de se atrair bons profissionais para o setor, em todos os níveis, do operário ao
engenheiro, é grande. Temos que pensar que a realidade sócio econômica francesa é bastante
diferente da nossa, e que o setor não é atrativo aos jovens, principal fonte de mão-de-obra de que
dispõem, já que a imigração está atualmente bastante limitada, incluindo de países europeus,
como já ocorreu no passado (mormente de Portugal). Não são os salários recebidos que os
desencorajam, pois estes são comparáveis e mesmo melhores do que os de outros setores, mas a
imagem e o tipo de trabalho em si (manual). Disseram-nos que dos 65.000 operários demandados
pelo mercado no presente ano, apenas 22.000 serão formados !10
4. Mesmo assim, a rotatividade do setor é baixa (8 anos), embora a idade média seja elevada (cerca
de 40 anos).
5. A iniciativa privada participa ativamente da elaboração das estruturas curriculares dos programas
de formação, em todos os níveis.
6. As estruturas de formação profissionais são gerenciadas paritariamente, incluindo representantes
das empresas, dos empregados e do estado.
7. Existem mecanismos que permitem que se disponibilizem programas de formação (educação
continuada) para todos os profissionais, sejam os donos das micro empresas (artesãos), suas
esposas e seus empregados.
8. Uma em cada dez micro empresas foi atendida pelo sistema de educação continuada, o que eles
consideram baixo. 23 % dessas formações tiveram duração de 8 horas ; 42 % de 16 horas ; 16 %
de 24 horas ; e 15 % de 32 ou mais horas.
9. As maiores procuras são das áreas de sistemas hidro-sanitários e de aquecimento, pelo seu grau
tecnológico.
10. O papel das esposas dos artesãos é fundamental nas micros empresas, já que elas nelas
10
Notar que esses números são conflitantes com os que apresentei no início desse relatório, que falavam em valores muito
maiores.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 13
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normalmente desempenham as funções gerenciais. Estas têm recebido formação específica e são
aceitas nos programas públicos e das entidades visitadas.
11. Questionado sobre como ensinam os DTUs aos operários, recebemos a seguinte resposta do
Presidente da área de formação da ))% : “1RFDVRGDIRUPDomRGRVRSHUiULRVGL]HPDHOHVTXH
RV'78VH[LVWHPQDGRVWpFQLFRVHPHVWUHVGHREUDVDVQRUPDVVmRGHVFULWDVQDVGRV
HQJHQKHLURVpFRPRVHHOHVQmRH[LVWLVVHP”. Segundo um dos professores do Liceu visitado, os
DTUs são transcritos nos exercícios que são passados aos alunos, não sendo dados tal com se
apresentam nos textos normativos. Já os profissionais da &$3(% comentaram que são os artesãos
(donos das micro empresas) que recebem treinamento deles sobre os DTUs.
12. Questionados sobre o futuro, os profissionais da &$3(% ressaltaram os seguintes pontos :
• Importância crescente da Internet enquanto veículo de formação.
• Falaram-nos bastante sobre o desenvolvimento da experiência que estão levando adiante de
“formação jODFDUWH”, ou seja, que respeita o nível de conhecimento de cada aluno,
propondo um programa sob medida, que é acompanhado pelo professor e que supõe o uso
intensivo de computadores. Este “mecanismo de formação” se chama &5,&±&HQWUHGH
5HVVRXUFHV,QGLYLVXDOLVpHV&$3(3, e oferece 27 módulos, com de 8 a 24 horas de duração
cada, organizados em quatro grandes temas : organização de canteiros (4 módulos) ;
segurança na empresa e na obra (2 módulos) ; gestão da qualidade (6 módulos) e certificação
da qualidade (10 módulos) ; e comunicação e relações de trabalho (5 módulos). Essa
sistemática teria ainda a vantagem de permitir com que cada aluno evolua segundo seu
ritmo, eliminando problemas que advinham da perda de uma aula pelo aluno, que o
desmotivava e o fazia abandonar a formação. Consideram a experiência como um misto
entre a formação a distância e a auto-formação. O seu custo horário é maior, mas o processo
é mais eficiente e eficaz.
Os desdobramentos desse tema para o PBQP-H são fundamentais, envolvendo o Projeto já existente
mas infelizmente ainda não em operacionalizado, do PBQP-H, sobre Formação e Requalificação dos
Profissionais da Construção Civil, e o possível novo Projeto, sobre Organização e Gestão de
Canteiros de Obras (Projeto 13 ?).
 6LVWHPDGH A apresentação sobre o sistema francês de Códigos de Práticas (DTUs), feita pelo engenheiro Bazin,
&yGLJRVGH foi excelente. Este nos mostrou que o Sistema DTU, ou 'RFXPHQW7HFKQLTXH8QLILp (Documento
3UiWLFDV '78V  Técnico Unificado), registra as boas práticas profissionais para a execução dos mais diferentes
$YDOLDomRH[FHOHQWH serviços de obras, com destaque para os envolvidos na execução ; corresponde ao que os americanos
chamam de &RGHRI3UDFWLFHV. Hoje em dia, seus elementos constituem-se em normas. Representa,
em última instância, o conhecimento tecnológico de todo o setor da construção civil.
Assim, o Sistema DTU estabelece as regras para a execução dos diferentes serviços envolvidos numa
obra civil, ou seja, “formaliza” os diferentes métodos construtivos (ou mesmo processos, conforme o
caso).
É evidente que isso facilita muito o trabalho de todos os agentes da cadeia produtiva, sejam
contratantes, projetistas ou executores. Por exemplo, nos contratos, são estabelecidos que para a
execução de um dado serviço devem ser obedecidas os DTUs XX, YY e ZZ. São elementos
essenciais de referência para as seguradoras e empresas de controle tecnológico.
A produção dos DTUs desde sempre foi comandada pelo CSTB (início em 1957), que é quem
normalmente fornece o profissional que prepara o seu texto de referência, assim como o coordenador
do respectivo comitê de normalização ; os DTUs são atualmente registrados na AFNOR (Associação
Francesa de Normalização, equivalente à nossa ABNT – NF.DTU), passando por um processo de
votação, como no caso da norma tradicional. Esse processo todo é gerenciado pelo CSTB, no caso
pelo engenheiro Bazin (ver ponto 3, adiante).
A proposta do estágio era a de seguir a seguinte metodologia de aprendizagem sobre o tema dos
DTUs :
• ter uma visão teórica sobre o tema e sobre os mecanismos de funcionamento (Michel Bazin) ;
• fazer uma primeira visita a uma obra (GTM) para observar os pontos fortes e fracos sobre essa
questão ;
• encontrar os responsáveis pela formação da mão-de-obra e profissionais da área de gestão de
obras para aprofundar as discussões e melhor compreender o Sistema ;
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• realizar uma segunda visita à obra (Bouygues), com maior aprofundamento do tema.
Essa metodologia foi em parte praticada, sendo que nas obras o tema não foi tratado com a devida
importância, por não o termos evocado. Por outro lado, o tema foi retomado no encontro com a
seguradora, o que não estava previsto.
Da apresentação do engenheiro Bazin e das outras oportunidades que tivemos para discutir o assunto,
posso fazer alguns comentários sobre ele :
1. um dos papeis essenciais dos DTUs é o de servir de referência para vários tipos de “contratos” :
entre o cliente e as empresas contratadas, entre essas e as seguradoras, etc. Mesmo não sendo de
uso obrigatório, acabam sendo praticados pelas empresas, fazendo parte dos “hábitos” (de fato,
parece que ninguém pensa neles, sendo incorporados ao dia a dia das diferentes profissões).
2. Os DTUs surgiram em 1957, num processo de consolidação dos “códigos de práticas” que eram
usados por grandes contratantes de obras, como empresas de Habitação para Aluguel Social,
arquitetos, empresas de controle tecnológico, seguradoras e sindicato de construtoras ())%).
Coube ao CSTB o papel de coordenar todo esse trabalho, tarefa que exerce até hoje ; em 1993,
passaram a ter o VWDWXV de norma, sendo incorporados pela AFNOR – Associação Francesa de
Normalização, por causa da unificação européia (NF.DTU).
3. O CSTB tem hoje o seguinte papel no Sistema, que é comandado pela AFNOR : 1) secretaria
(Eng. Bazin) a Comissão Geral de Normalização de Edificações e DTU da AFNOR, uma das três
da construção civil (as duas outras são a de Saneamento e a de Estradas), através do %XUHDXGH
1RUPDOLVDWLRQ%17(&, que é financiado pela ))% ; 2) Detém a monopólio, em nome da
AFNOR, da publicação e venda dos DTUs, a quem paga uma parcela do valor arrecadado
(basicamente através do CD-ROM 5HHI).
4. O Sistema DTU se complementa com outros mecanismos, a saber : $YLV7HFKQLTXHV ou ATEC
(ou ainda $WH[), no caso de produtos inovadores ; demais normas francesas NF ; disposições
contratuais.
5. O mecanismo de produção de um DTU é semelhante ao de uma norma comum.
Quanto aos desdobramentos do tema para o PBQP-H, destaco a proposta de ação futura dos agentes
do PBQP-H com o CSTB, que apresento no item 12, envolvendo a implantação de Sistema
equivalente ao Sistema DTU francês no Brasil.
Chamo ainda a atenção para dois outros aprendizados do estágio : 1) deve haver apoio financeiro dos
construtores para o processo de elaboração e gestão do Sistema DTU, que no caso francês suportam o
BNTEC ; 2) o consenso na redação dos DTUs deve ser procurado ; casos complexos e polêmicos não
devem ser motivo da constituição de um Comitê.
 26LVWHPD Trata-se de uma associação sem fins lucrativos, que reúne diferentes atores do setor da construção
48$/,%$7GH civil, representados pelas entidades setoriais. Constitui um dos elementos essenciais do “sistema
TXDOLILFDomR francês da qualidade na construção”, se ocupando :
SURILVVLRQDOGH • da qualificação da competência técnica da empresa de edificações, nos diferentes serviços de
HPSUHVDVH
execução em que atue, e
VXEHPSUHLWHLURV
• da eventual certificação do sistema da qualidade existente na mesma.
$YDOLDomRERD
Seu funcionamento é baseado no trabalho de Comissões, nas quais as principais entidades do setor
estão representadas. Sua metodologia de certificação foi a inspiradora da Certificação QUALIHAB
para as construtoras, e agora da sistemática de qualificação do SiQ.
Os seus dados do final de 1999 são os seguintes : empresas qualificadas – 41.091, sendo que 71 %
delas possuem 10 ou menos empregados ; empresas certificadas – 1.275, com tamanhos diversos.
O interesse pela vista foi o de entendermos a questão da qualificação da competência técnica da
empresa de edificações, por ser uma ferramenta de progresso setorial, e dos subempreiteiros em
particular (existem cerca de 380 categorias de qualificação, somente ligadas a serviços de execução
na construção de edifícios).
Curioso foi saber que as empresas qualificadas, diferentemente das certificadas, têm vantagens em
concorrências e podem receber bônus na tarifação de seguros. Questionados quanto a isso, a
explicações que nos foram dadas foram as seguintes : 1) a qualificação é mais importante para as
seguradoras ou 2) estas desconhecem o valor da certificação. A opção que lhes parecia a correta era a
segunda, o que foi confirmado pela visita à seguradora, que comento adiante.
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 15
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Os clientes finais das moradias ou os que contratam a construção ou reformas de casas desconhecem
o Sistema QUALIBAT. Campanha publicitária foi feita nesse sentido, sem muito sucesso.
Temas como a sistemática de funcionamento do processo de qualificação, o funcionamento das
comissões, o processo de solicitação da qualificação pelas empresas, a gestão administrativa, os
custos envolvidos, as classificações das empresas, os resultados (impactos nas empresas e na cadeia
produtiva como um todo), dentre outros, foram igualmente tratados, mesmo se as vezes de forma
superficial, pela falta de tempo.
Cabe dizer que os representantes da ))%, quando questionados sobre a eficácia de tal qualificação,
disseram que não estão satisfeitos com a sistemática segundo a qual a mesma é atribuída, por ser
“GHFODUDWLYD”, ou seja, baseada em documentação. Segundo eles, os empreendedores também não
estariam satisfeitos com ela. Mais ainda, disseram que os custos são elevados, para as pequenas
empresas (de 300 francos por ano para aquelas de menos de 5 empregados a 6.000 francos para as de
mais de 300). (Com relação a esses custos, a Associação QUALIBAT os considera corretos.)
Fato semelhante ocorreu na &$3(%, cujos representantes reclamaram da pequena abrangência do
sistema, que qualificou apenas 40.000 das 300.000 empresas francesas do setor, o que acham pouco,
e do fato de se saber o nome da empresa que está sendo qualificada no momento da análise da
documentação. Seus representantes deram como bom exemplo de sistemática a qualificação praticada
no setor de gás para seus fornecedores de serviços, chamada de “3*1±3URIHVVLRQQHO*D]1DWXUHO”,
que combina a qualificação QUALIBAT com outras exigências ligadas ao uso de equipamentos
conformes às normas, ao fato das empresas possuírem um serviço de assistência técnica e à obrigação
de proporem um contrato de manutenção aos clientes. Esta sistemática resultou de um acordo entre os
agentes da cadeia produtiva semelhante ao dos Acordos Setoriais do PBQP-H, a &RQYHQWLRQ
1DWLRQDOH3*1, assinada pela 81&3±8QLRQ1DWLRQDOHGHV&KDPEUHV6\QGLFDOHVGH&RXYHUWXUHHW
GH3ORPEHULHGH)UDQFH, pela 8&)±8QLRQ&OLPDWLTXHGH)UDQFH, pela &$3(% e pela companhia
estatal de distribuição de gás, a *').
A questão de fundo que resta a analisarmos é a de se a montagem de um sistema de qualificação da
competência técnica semelhante ao QUALIBAT no Brasil seria útil e possível, como também
identificarmos a viabilidade e as dificuldades operacionais relacionadas. O tema é evidentemente
complexo, envolvendo dois dos Projetos do PBQP-H (SiQ e Formação e Requalificação dos
Profissionais), e o possível novo Projeto, sobre Organização e Gestão de Canteiros de Obras (Projeto
13 ?).
 2SDSHOGR O papel do seguro da construção na cadeia produtiva nos foi na verdade apresentado em dois
VHJXURGD momentos diferentes : pelo engenheiro Bazin, logo no primeiro dia do estágio, e no encontro que
FRQVWUXomRQD tivemos na seguradora - 60$%736RFLpWp0XWXHOOHG¶$VVXUDQFHVGX%73. O objetivo dos encontros
FDGHLD foi o de discutirmos o papel do sistema francês de seguro na organização das empresas construtoras e
SURGXWLYD da cadeia produtiva. Cabe dizer que o mesmo é obrigatório para todos os agentes setoriais.
$YDOLDomRERD As principais informações a esse respeito que o engenheiro Bazin nos passou foram :
• O seguro é um dos seis aspectos de obediência obrigatória da construção civil na França,
juntamente com :
• o “SHUPLVGHFRQVWUXLUH’, equivalente ao nosso “alvará de construção” ;
• a responsabilização legal e penal de cada um dos agentes pelos atos praticados ;
• a definição clara das responsabilidades de cada agente ;
• a presença obrigatória do “controlador técnico”, tanto na fase de projeto, quanto de
execução, para obras de um “certo porte” (essas correspondem a 15 % do mercado mas, na
prática, os controladores acabam atuando, por imposição dos “donos dos empreendimentos”
(“PDvWUHVG¶RXYUDJH”) e “sugestão” das companhias de seguro, em 85 % dos
empreendimentos) ;
• a obrigação de se seguir determinadas “regras técnicas”, relacionadas com segurança
(incêndio, estrutural) ou desempenho (acústico e térmico) ; isso significa que a aplicação das
“normas técnicas”, como as entendemos, não é definida por lei ;
• o seguro deve ser subscrito por todos os agentes da cadeia produtiva, partindo do “dono do
empreendimento”, que subscreve o seguro “GRPPDJHRXYUDJH”, que tem por princípio reparar o
dano causado num prazo máximo bastante reduzido (3 a 4 meses após a declaração do sinistro ; a
companhia de seguro vai em seguida acionar os agentes da cadeia para repartir as
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 16
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
Estágio 2 - Organização e Gestão de Canteiros – de 13 a 27/05/2000
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responsabilidades entre cada um, apelando para o seguro que cito a seguir ; o usuário tem assim
garantida a recuperação de seu imóvel ; existem exceções a tal obrigatoriedade, por exemplo no
caso do poder público que constrói para si mesmo, empresas privadas de médio e pequeno porte,
exceto quando constróem habitação, etc.) ;
• o outro seguro obrigatório, que é subscrito por todos os demais agentes da cadeia, cobre o que
eles chamam de “garantia decenal” (“UHVSRQVDELOLWpGpFHQQDOH”), que diz respeito ao correto
desempenho da edificação por 10 anos quanto à sua solidez, comportamento de seu envelope
externo e as condições que apresenta para ter seu “uso adequado” (esse é o único critério onde
pode haver dubiedade quanto ao entendimento ; no entanto, a jurisprudência mostra que, por
exemplo, um piso cerâmico que se descola é considerado algo que prejudica o uso adequado,
estando coberto) ; essa obrigação data de 1978 (Lei Spinetta) ;
• o seguro obrigatório não cobre assim os chamados “defeitos de entrega” (identificados no
primeiro ano) e nem os “defeitos de operação”, que surgem seja no momento da entrega, seja
após a entrega (a responsabilidade pela reparação desses defeitos cessa 2 anos após a entrega) ;
• o contrato entre as partes tem força de lei, desde que não vá contra esta ; não há seguro
obrigatório para tanto.
Cabe dizer que a 60$%73 foi criada pelas empresas construtoras há 150 anos, e hoje atende a todos
os agentes da cadeia produtiva, trabalhando exclusivamente com o setor, nos diferentes tipos de
seguros existentes. Fatura 4,5 bilhões de francos anualmente somente nas apólices voltadas à
construção propriamente dita (1,2 bilhões de reais ; fatura 6 bilhões de francos no total, já que
comercializa outros seguros), possui 1.500 empregados, 50.000 apólices e responde por de 25 a 30 %
do mercado francês do BTP.
Nos foi dito que os fabricantes de materiais não estão “na primeira linha de responsabilidade,
cabendo ela inicialmente ao construtor”.
Nos foi igualmente comentado sobre a concentração de empresas no setor : passaram de 80 empresas
para somente 20, que cobrem 90 % do mercado. O BTP responde por 3 % do mercado francês de
seguros (o automobilístico, por 40 %).
Nos foi dado idéia do custo do seguro :
• o seguro “GRPPDJHRXYUDJH” custa de 0,7 a 1,0 % do custo da construção (inclui obra e projeto,
mas não o terreno) (em 1980 chegou a custar de 2 a 2,5 %) ;
• já o custo do seguro “UHVSRQVDELOLWpGpFHQQDOH” é bastante variável, dependendo do serviço de
execução que estiver coberto (impermeabilização custa 6 %) ; nos foi passado o valor de
referência médio como sendo de 1,5 a 2,5 % do custo da construção ;
• quem define a tarifação básica é o %XUHDX&HQWUDOGH7DULILFDWLRQ, as empresas seguradas
recebendo diferenciais em função de seu histórico e volume segurado ;
• o seguro não são feitos obra-a-obra, mas sim em função do faturamento médio anual da empresa /
escritório.
O sistema tem uma ineficiência pelo fato de muitos pedidos de indenização não serem acolhidos pelas
seguradoras, por não respeitarem as condições da apólice ; esses custos administrativos acabam
custando um quarto do custo total do seguro. Fato é que dos 114.000 pedidos anuais de indenizações
apenas cerca da metade é coberta.
Outras dificuldades apontadas foram :
• a noção de “próprio para o uso” do seguro “UHVSRQVDELOLWpGpFHQQDOH” é subjetiva ;
• o prêmio é calculado e pago na “data zero”, cobrindo um período longo de tempo (10 anos) ;
• a obrigatoriedade do seguro não leva obrigatoriamente à melhoria da qualidade da cadeia
produtiva, sobretudo porque cobre o período de 10 anos.
Os pilares dos sistema são as normas técnicas, os DTUs e as Aprovações Técnicas. Não estão por
enquanto sentido efeito das certificações ISO 9.000 obtidas pelos agentes, que não têm recebido
qualquer incentivo de prêmio por esse fato. Isso confirma discussão havida no QUALIBAT.
O tema do seguro deve ser incluído da pauta de discussões do PBQP-H e a experiência francesa na
área certamente terá que ser investigada com mais cuidado e atenção. Relaciona-se com a questão da
Qualidade, mas também com outras, sobretudo do financiamento habitacional e de garantias aos
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créditos concedidos.
 9LVLWDDR6DOmR Trata-se de um dos dois grandes salões europeus sobre equipamentos de obras (o “mat” vem de
,QWHUPDW “matériel” ou “equipamento”, em francês, e não de “material”), o outro ocorrendo na Alemanha. A
$YDOLDomRH[FHOHQWH presença de empresas não européias, sobretudo asiáticas e norte-americanas, era bastante sensível.
Na visita, privilegiamos a obtenção de informações sobre pequenos equipamentos e mesmo
ferramentas : “os que os diferentes operários usam no dia a dia, que ajudam na produtividade”.
Focalizamos assim nossa visita nos temas : transporte vertical, transporte, movimentação e
compactação ; escoramentos / cimbramentos, fôrmas, concreto, construção de edifícios, segurança ;
componentes, equipamentos, acessórios ; meio ambiente, demolições, reciclagem ; segurança em
obras de edificações.
Para maiores informações, ver o sítio : http ://www.intermat.fr.
O que me foi marcante na vista, além do aprendizado havido, foi a pujança do setor e o nível de
desenvolvimento tecnológico que atingiu.
 9LVLWDVDREUDV Realizamos três visitas a obras, e não duas como inicialmente previsto.
GHHPSUHVDV A GTM, cuja obra visitamos primeiro, é uma construtora que atua no Brasil com o nome Dumez, que
OtGHUHVSDUD surgiu da fusão de duas empresas construtoras de um mesmo grupo : a GTM e a Dumez. É ligada ao
REVHUYDo}HVLQ Grupo Suez Lyonnaise des Eaux, também presente no Brasil (saneamento). É uma das quatro grandes
ORFRHGLVFXVV}HV construtoras francesas, atuando em todo tipo de obras, com papel marcante na área tecnológica. Para
FRPSURILVVLRQDLV maiores informações, ver o sítio : http ://www.groupegtm.com/francais/portail.htm.
GHSURGXomR
VREUHRV Em sua obra observamos a realização da estrutura em pilar e laje sem vigas, tipologia não usual na
GLIHUHQWHV França. Tivemos a oportunidade de discutirmos aspectos gerais da organização de obras, além de
DVSHFWRVGR observarmos a execução ao percorrermos o canteiro. Fomos recebidos pela equipe completa da
HVWiJLR empresa, incluindo coordenador de obras, engenheiros residentes e pessoal do escritório central, da
área de pesquisa & desenvolvimento.
$YDOLDomRH[FHOHQWH
Por sua vez, a Bouygues, que nos permitiu visitar dois canteiros num mesmo dia, é a maior
construtora européia (talvez mundial ?). Nos mostraram as ferramentas de gestão que utilizam
(planejamento, projeto de canteiro, segurança, etc.). Sobre o Grupo Bouygues, ver sítio :
http ://www.bouygues.fr/. Sobre a construtora : http ://www.bouygues-construction.com/.
Um dos interesses das duas visitas foi o fato de cada uma deles estar num estágio bastante diferente
de avanço de seus serviços, uma em acabamento e a outra ainda executando a estrutura, pelo sistema
construtivo tradicional francês, qual seja, paredes estruturais em concreto armado moldadas no local e
lajes também moldadas no local em concreto armado.
O engenheiro de métodos da empresa, os engenheiros das obras e o mestre-de-obras, que era comum
à ambas, nos falaram de aspectos tais como a logística, segurança, a gestão de subempreiteiros, o
planejamento da execução dos serviços outros que os da obra bruta (planejada pelo Serviço de
Métodos), etc. Tivemos igualmente a oportunidade de observarmos toda a parte executiva, ao
percorrermos os canteiros.
As vistas serviram de fato para realizarmos observações LQ ORFR e termos discussões com profissionais
de produção sobre os diferentes aspectos do estágio, mesmo se alguns temas que imaginávamos
discutir com maior profundidade não o foram (o papel dos DTUs, por exemplo).
Sobretudo da segunda vista e do contato que tivemos o engenheiro responsável pela área de
“métodos” da Construtora Bouygues, ficou evidente a importância que eles dão à fase que
denominam “Estudos de Preparação”. Esta objetiva fazer com que, antes de começar a execução de
uma obra, se “pare para nela pensar”. A idéia é a de que nesse processo de reflexão, de “preparação”,
se “projete” o processo segundo o qual ela vai ser executada. Dela resulta um conjunto de
documentos reunidos no “Guia de Execução da Obra”. Este precisa “quem faz o que, quando e
como”, define as interfaces técnicas e organizacionais comuns, dá diretrizes de como deve se
processar a comunicação entre agentes, define certos elementos concretos necessários à boa gestão da
obra e estabelece o Planejamento Inicial para a produção dos diferentes serviços.
A realização dos Estudos de Preparação permite se antecipar os possíveis problemas que ocorrerão
durante a Produção da obra, e se definir ações para evitá-los, bem como as medidas que deverão ser
adotadas caso os mesmos ou outros imprevistos venham a acontecer, coordenando tais ações de
forma eficaz. Isso é feito através das atividades de natureza temporal, de planejamento, presentes na
atividade Planejamento Inicial da Produção. Para tanto, os franceses emprega-se as tradicionais
Técnicas de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPC), além de outras ferramentas
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computacionais, que permitem realizar-se simulações e projeções de conseqüências de eventos


futuros.
A novidade está em realizar um planejamento com uma preocupação centrada na produção, e não nos
aspectos financeiros da obra (que continua tendo que ser realizado). Tal planejamento será
acompanhado e atualizado ao longo da obra, através de um Micro Planejamento Flexível.
Quanto aos desdobramentos desses tema para o PBQP-H, a sua importância é atestada pela própria
proposta de criação de um novo Projeto do PBQP-H, sobre Organização e Gestão de Canteiros de
Obras (Projeto 13 ?).
 $o}HVIXWXUDV Como dito, reuni-me com os engenheiros João de Souza Coelho Filho e Jean-Daniel Merlet, além de
GRVDJHQWHVGR com o responsável pela área de Marketing e Ações Internacionais do CSTB, Christoph ENGELS,
3%43+FRPR para discutirmos possíveis ações futuras dos agentes do PBQP-H com o CSTB. Os temas então
&67% identificados foram os seguintes :
$YDOLDomRH[FHOHQWH • Implantação de Sistema equivalente ao Sistema DTU francês no Brasil (com apoio da Caixa
Econômica Federal e financiamento parcial da cooperação técnica bilateral Brasil - França ?) ; o
CSTB nos apoiaria passando sua experiência de organização e gestão do Sistema e sobre os
aspectos metodológicos envolvidos, bem como nos auxiliaria na interpretação dos aspectos
tecnológicos existentes em DTUs franceses sobre temas afeitos aos “DTUs” brasileiros que
estaríamos desenvolvendo, considerados por nós como prioritários.
• Como parte de um novo Projeto do PBQP-H, sobre Organização e Gestão de Canteiros de Obras
(Projeto 13 ?), o CSTB nos apoiaria num projeto envolvendo três agentes primordiais da cadeia
produtiva, construtores, fabricantes e distribuidores, sobre a logística de suprimentos e o
desenvolvimento tecnológico de novos produtos que levem em consideração os diferentes
aspectos dessa questão (facilitando a montagem “a seco”) ; esse projeto deveria ter financiamento
da iniciativa privada brasileira.
• Desenvolvendo conosco um estudo macroeconômico e sociológico sobre os impactos
econômicos e sociais que investimentos e subsídios no setor de edificações causam no país e na
cadeia produtiva da construção civil em particular ; tal estudo deveria estar incluído na pauta do
Fórum da Competitividade setorial, podendo ser motivo de financiamento parcial da União
Européia ou de instituições internacionais de fomento (BID, Banco Mundial, etc.).
As três idéias acima deverão ser melhor detalhadas, devendo entrar na pauta de discussão do PBQP-
H.
A elas se somaram duas outras : 1) meu pós-doutoramento no CSTB em 2001, sobre a questão da
organização e gestão de pequenas empresas do setor de construção civil (subempreiteiros, escritórios
de projeto, pequenos construtores, etc.) e da certificação de seus sistemas da qualidade ; 2) a possível
vinda ao Brasil do CSTB, procurando um parceiro nacional ( ?), onde pretende atuar como consultor
para grandes projetos.
O destaque do encontro foi a forte vontade do CSTB em continuar a trabalhar conosco, certamente
em parte devido ao sucesso do presente Projeto de Cooperação Técnica.
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4XDLVRVSULQFLSDLVSRQWRVSRVLWLYRVHQHJDWLYRVGRHVWiJLR"

Os pontos positivos do estágio ligados à sua programação em si foram :

1. as reuniões com lideranças setoriais, para discutir a questão da formação de mão-de-obra técnica,
incluindo visita a centro de formação de mão-de-obra.
2. A apresentação e as discussões sobre o Sistema de Códigos de Práticas (DTUs) e sobre o tema do
seguro.
3. A visita ao Salão Intermat.
4. As visitas às obras de empresas líderes, para observações LQ ORFR e discussões com profissionais
de produção sobre diferentes aspectos do estágio.

Já os pontos positivos ligados aos desdobramentos do estágio junto ao PBQP-H eu trato no item
seguinte, de conclusões, incluindo o da identificação de três possíveis ações futuras dos agentes
brasileiros do PBQP-H com o CSTB.

Por outro lado, preferia não falar de pontos negativos do estágio, mas de aspectos que poderiam nele
ter sido melhor tratados. Dentre estes, os ligados ao programa em si foram :

1. a ausência de uma visita a uma obra de construção de casas, por suas particularidades diversas,
sobretudo organizacionais ;
2. o prazo curto para determinados encontros, que não permitiram o aprofundamento de questões
importantes (sobretudo nas visitas, quando não houve tempo de se analisar com mais detalhes as
ferramentas gerenciais utilizadas) ;
3. as reuniões não tão eficazes com profissionais de gerenciamento de obras, para discutir os
diferentes aspectos do estágio ;
4. as reuniões igualmente não tão eficazes com lideranças setoriais, para discutir a questão da gestão
de canteiros (embora esse tema tenha sido discutido e melhor explorado com os profissionais de
gerenciamento de obras e quando das visitas às obras).

Fica a dúvida : teria sido melhor termos encontrados menos interlocutores e tratados menos temas para
nos aprofundarmos em alguns selecionados ?

Minha resposta a essa questão é não, até porque fui o responsável brasileiro pela montagem do
estágio. Entendo que num evento como esse, do qual fazem parte profissionais que conhecem muito
mal a realidade setorial do país visitado, mais vale se dar uma visão geral dos diferentes pontos do que
se ter uma aprofundada de poucos. Num segundo momento, como aliás já foi discutido com nossos
interlocutores do CSTB, poderemos pensar nesse aprofundamento.
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&RQFOXV}HVDWHQGLPHQWRDRVREMHWLYRVHGHVGREUDPHQWRV
Começarei essa conclusão repassando os objetivos do estágio, para verificar se os mesmos foram
atingidos.

Assim, o estágio tinha como primeiro objetivo fornecer elementos para enriquecer as discussões no
Brasil sobre a implantação de novos modos de organização e gestão de canteiros. Esse objetivo
certamente foi atingido. Mais ainda, ficou claro para mim que um novo Projeto deverá ser incorporado
ao PBQP-H, sobre a Organização e Gestão de Canteiros de Obras (Projeto 13 ?). Nele, as questões da
capacitação e qualificação de empresas (sobretudo subempreiteiros) e da formação de mão-de-obra
devem aparecer de modo inequívoco.

O segundo objetivo visava acenar para novas formas que busquem o estabelecimento de relações de
cooperação permanente entre os agentes da cadeia produtiva, ao longo do canteiro e do
empreendimento. Também aqui essa idéia foi reforçada, inclusive pela idealização de um possível novo
projeto de cooperação técnica com o CSTB, envolvendo três agentes primordiais da cadeia produtiva,
construtores, fabricantes e distribuidores, sobre a logística de suprimentos e o desenvolvimento
tecnológico de novos produtos que levem em consideração as diferentes facetas da logística
(facilitando a montagem “a seco”).

Já se não tivemos tanto acesso às ferramentas de treinamento e de qualificação da mão-de-obra e de


melhoria de competência das empresas subcontratadas, um outro dos objetivos estabelecidos,
obtivemos uma série de informações a esse respeito, que poderão ser repassadas à gerente do Projeto
do PBQP-H que tem essa responsabilidade, sobre a Formação e Requalificação dos Profissionais da
Construção Civil.

Finalmente, foram intensas as reflexões sobre a implementação de um sistema de segurança nos


canteiros (política de prevenção, melhoria dos equipamentos, etc.), bem como levantamos aspectos
interessantes sobre a questão ambiental e sobre novas ferramentas de gestão voltadas ao
planejamento de obras : estudos de preparação, micro planejamento flexível, etc.

Essas novas idéias certamente deverão fazer parte do novo Projeto do PBQP-H, sobre a Organização
e Gestão de Canteiros de Obras (Projeto 13 ?).

Outra maneira de analisar o estágio é percorrer como nele foram tratados aspectos que disseram
respeito à organização e gestão de empresas, dos canteiros de obras e da cadeia produtiva,
acrescentando-se aos mesmos aspectos de natureza mais geral.

Assim, no caso das empresas construtoras, discutimos a questão das formas de organização enquanto
entreprise générale (ou que executam ou fazem executar sob sua responsabilidade a totalidade dos
serviços de execução) ou como empresas que participam de licitações respondendo à concorrência de
apenas um serviço. Essa dualidade é extremamente comum na França.

Sem dúvida alguma, até porque não deveria ser diferente visto o foco do estágio, a questão da
organização e gestão dos canteiros de obras teve um destaque especial (engenharia de métodos,
planejamento, impacto ambiental, segurança, equipamentos e ferramentas, etc.).

No entanto, aspectos ligados à cadeia produtiva receberam bastante atenção (plataforma logística,
papel dos gerenciadores de obras e consultores, qualificação de empresas, seguradoras, etc.), assim
como os de natureza mais geral (Sistema DTU, formação de mão-de-obra, financiamento habitacional,
política habitacional, desempenho versus custo, etc.).
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Isto posto, dentre os pontos observados no estágio que poderiam ser integrados ao PBQP-H, além dos
que cito acima, destaco :

1. A possibilidade da montagem de um sistema de qualificação da competência técnica semelhante ao


QUALIBAT no Brasil, que nos parece útil e possível, embora exija que estudemos com maior
cuidado tal viabilidade e as dificuldades operacionais para tanto.
2. A importância da qualidade documental das ações de um país voltadas para a qualidade e a
produtividade, produzidas por seus diferentes agentes (poder público, construtoras, entidades
setoriais, etc.), que possam servir de instrumento de formação, motivação, divulgação, etc. Esse
exemplo deveria ser motivo de especial atenção da Coordenação Geral do PBQP-H no que se
refere às ações do Programa.
3. As novas idéias de cooperação técnicas com o CSTB, sobre : 1) implantação de Sistema
equivalente ao Sistema DTU francês no Brasil ; 2) parte do Projeto 13, sobre Organização e Gestão
de Canteiros de Obras, envolvendo três agentes primordiais da cadeia produtiva, construtores,
fabricantes e distribuidores, sobre a logística de suprimentos e o desenvolvimento tecnológico de
novos produtos ; 3) realização de estudo macroeconômico e sociológico sobre os impactos
econômicos e sociais que investimentos e subsídios no setor de edificações.
4. A importância do envolvimento financeiro das entidades setoriais das construtoras brasileiras no
processo de elaboração e gestão de um Sistema de Códigos de Práticas semelhante ao dos DTUs
franceses, a exemplo do que se fez e se faz na França (que também lá tiveram um papel
fundamental na criação de uma companhia de seguros voltadas ao setor, o que se deu há 150
anos !).
5. A importância de se ter uma política habitacional clara num país, ligada à existência de mecanismos
de financiamento adequados às diferentes classes sociais.

Já os fatos gerais envolvidos no estágio que destaco estão :

1. O empenho dos estagiários, sendo que a ausência de última hora de um deles, mesmo se não
justificada de modo satisfatório, acabou não prejudicando a dinâmica do estágio. Houve uma
complementaridade dos enfoques.
2. A qualidade documental dos elementos que nos foram fornecidos.
3. A gentileza e a competência técnica dos que nos acolheram, em especial a equipe do CSTB e da
ACT.

O estágio serviu igualmente para confirmar ações já em curso do PBQP-H, como a da concepção dos
Sistemas Evolutivos da Qualidade e da Importância das Normas de Desempenho, e mostrou que os
problemas que vivemos aqui não são muito diferentes dos que eles vivem ou viveram na França,
reforçando a importância de trocas de experiências como as que tivemos a oportunidade de ter durante
as duas semanas do estágio e da validade de um Projeto de Cooperação Técnica Internacional.

Finalmente, quanto aos desdobramentos do estágio para minhas atividades no Departamento de


Engenharia de Construção Civil – PCC.USP da Escola Politécnica da USP, esses dar-se-ão nos
diferentes tipos de atividades que nele desenvolvo :

• no ensino de graduação, ao integrar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas PCC-0435 -


Tecnologia da Construção de Edifícios I, PCC-0436 - Tecnologia da Construção de Edifícios II e
sobretudo nas futuras disciplinas PCC-3001 - Gestão da Produção na Construção Civil I e PCC-
3002 - Gestão da Produção na Construção Civil II, que serão oferecidas a partir de 2001 ;
• no ensino de pós-graduação, igualmente ao integrar os conhecimentos adquiridos na disciplina
PCC-5044 - Estratégias de Produção na Construção Civil ;
• no ensino de extensão universitária, mais uma vez ao integrar os conhecimentos adquiridos nas
disciplinas TG-005 - Gestão de suprimentos e TG-009 – Gestão da qualidade e certificação de
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empresas, do curso de Pós-Graduação lato sensu em “Tecnologia e Gestão na Produção de


Edifícios” da Escola Politécnica da USP, bem como nas atividades de assessoria e consultoria ;
• nas atividades de pesquisa, num primeiro momento na orientação que venho dando a meus
orientandos que desenvolvem pesquisa em temas correlatos aos do estágio, mas sobretudo através
da realização de meu pós-doutoramento no CSTB, em 2001, sobre a questão da organização e
gestão de pequenas empresas do setor de construção civil (subempreiteiros, escritórios de projeto,
pequenos construtores, etc.) e da certificação de seus sistemas da qualidade ;
• na coordenação do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária em Tecnologia e Gestão
de Produção na Construção Civil - GEPE-TGP, do Departamento de Engenharia de Construção
Civil, na medida em que procurarei disseminar os conhecimentos adquiridos ao conjunto de colegas
e alunos que dele fazem parte.
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'DWD $WLYLGDGH /RFDO


10 h 00 13 h 00 Accueil CSTB - PARIS salle 106
15/5/00 13 h 00 14 h 00 déjeuner CSTB
14 h 00 17 h 00 M. BAZIN : le système DTU CSTB - PARIS salle 106
Matin Rencontre avec POINT P (logistique) NANTERRE
16/5/00 déjeuner
Après-midi
Matin Visite de chantier GTM CLICHY
17/5/00 déjeuner
14 h 30(ou 15h00) Lycée Saint Lambert PARIS – 15 ème
9 h 30 13 h 00 AIELLO (organisation CES) CSTB - PARIS
18/5/00 13 h 00 14 h 00 déjeuner CSTB
15 h 00 17h 30 Rencontre QUALIBAT Siège QUALIBAT
Matin INTERMAT PARIS NORD VILLEPINTE
19/5/00 déjeuner
Après-midi INTERMAT PARIS NORD VILLEPINTE

'DWD $WLYLGDGH /RFDO


9 h 00 12 h 00 Rencontre FFB (nuisances du chantier, FFB PARIS – 16ème
formation)
22/5/00 12 h 00 14 h 00 Déjeuner FFB
Après-midi Rencontre avec les assureurs SMABTP ou CSTB Salle 106
(SMABTP)
9 h 00 12 h 30 Rencontre CAPEB (formation) CAPEB PARIS – 13ème
23/5/00 12 h 30 14 00 Déjeuner CAPEB
15 h 00 17 h 30 Rencontre l’OPPBTP OPPBTP BOULOGNE BILLANCOURT
9 h 30 12 h 30 Rencontre avec Francis PIERRE CSTB-PARIS Salle 404
(organisation chantier)
24/5/00
12 h 30 13 h 30 Déjeuner CSTB
14 H 00 Visite chantier Bouygues Bâtiment NOGENT/MARNE
10 h 30 13 h 00 Réunion coopération future PBQP-H – CSTB
CSTB (seulement F.Cardoso et
25/5/00 J.Coelho)

15 h 00 17h 00 Rencontre avec l’UNAPOC Société CEROC – PARIS 15 ème


9 h 30 13 h 00 Clôture CSTB-PARIS salle 106
26/5/00 13 h 00 14 h 30 Déjeuner CSTB
Après-midi Visite à la Caîsse des Dépots Caîsse des Dépots
(seulement Gilberto Brito)
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 24
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
Estágio 2 - Organização e Gestão de Canteiros – de 13 a 27/05/2000
Relatório Prof. Francisco Ferreira Cardoso – Escola Politécnica da USP – Depto. de Engenharia de Construção Civil – PCC.USP 19/06/2000

,QIRUPDo}HVDGLFLRQDLVSHVVRDVHQFRQWUDGDVHVXDVFRRUGHQDGDV

2UJDQLVPR(PSUHVD 1RPHFRQWDWR (QGHUHoR 7HOID[HPDLO


55 avenue KLEBER T : 01 40 69 52 62
Monique PIERRE 75784 PARIS CEDEX 16 F : 01 45 53 58 77
Relations internationales M : pierrem@
national.ffbatiment.fr
FFB Jacques LAIR T:
Fédération Française Président de la délégation à la F:
du Bâtiment formation M:
Roland FAUCONNIER T : 01 40 69 51 04
Direction des Affaires F : 01 45 53 58 77
Techniques M : fauconnierr@
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CAPEB 46 avenue d’Ivry T : 01 53 60 50 00
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Artisans et Petites 75625 PARIS CEDEX 13 M : v.boillot@wanadoo.fr
Entreprises du
Bâtiment
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de Prévention dans le 92516 BOULOGNE- M:
Bâtiment et les BILLANCOURT CEDEX
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M : md.monsegur@qualibat.org
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Union Nationale des M. POUPIN 3 rue Léon BONNAT F : 01 40 50 92 80
Professionnels de la 75016 PARIS M:
Coodination en OPC,
Securité et Protection
de la Santé
23 rue de Cronstadt T:
Mr REBILLARD 75015 PARIS F:
(société CEROC) M:

Challenger - 1, av. Eugène T : 01 30 60 40 46


BOUYGUES Michel BARDOU Freyssinet F : 01 30 60 38 21
BATIMENT Chef do service méthodes 78061 SAINT QUENTIN M : m.bardou@bouygues-
YVELINES CEDEX construction.com
endereço do canteiro Rue des Héros Nogentais Tel do canteiro : 01 53 99 10 45
NOGENT SUR MARNE Potable chef de chantier, M.
Barbosa 06 60 50 64 98
61, Avenue Jules Quentin T : 01 46 95 74 27
Bénédicte MARMINAT 92 000 NANTERRE F:
Relations internationales M : benedicte_marminat@gtm-
construction.com
T : 01 46 95 71 07
GTM Construction Marc COLOMBART PROUT F:
R&D M : marc_colombard-
prout@gtm-construction.com
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H 25
Projeto 00.00.11 : Cooperação Técnica Bilateral Brasil/França/BID para o PBQP-H – Gerente : Francisco F. Cardoso (PCC.USP)
Estágio 2 - Organização e Gestão de Canteiros – de 13 a 27/05/2000
Relatório Prof. Francisco Ferreira Cardoso – Escola Politécnica da USP – Depto. de Engenharia de Construção Civil – PCC.USP 19/06/2000

ZAC des Berges de Seine T : 01 47 30 47 53


Endereço do canteiro Allée Paul Signac F:
Chef de chantier : M. M:
BADELON

Lycée Technique du bâtiment T : 01 53 98 98 00


Lycée Saint M. LE LAN (proviseur) 15 rue Saint Lambert F : 01 53 98 98 01
LAMBERT Mme REBBAH (sécrétariat) 75015 PARIS M : ce.0750697a@ac-paris.fr
M. BRAULT

1 port Lavoisier T : 01 55 51 20 61
POINT P Jean-Pierre SERGENT 92 000 NANTERRE F : 01 55 51 20 68
Directeur de secteur La Plateforme du Bâtiment M:
Rue du Port
92 000 Nanterre
15 rue Gabriel Péri T : 01 46 54 35 69
Méthodes et Francis PIERRE 91 120 MONTROUGE F : 01 46 54 07 40
Construction M : fpierre@club-internet.fr

4 rue de Vernon T : 01 30 93 32 31
AIELLO Consultants Robert AIELLO 78270 JEUFOSSE F:
M : R.Aiello@wanadoo.fr
12, rue Léon Frot T : 08 25 01 03 31
Comfort Hotel Nation
75011 Paris

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