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APRESENTAÇÃO

Caro (a) aluno (a),

Você está iniciando seu curso de Português no


Ensino Médio, seja bem-vindo !
Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo e
juntos fazer descobertas e vencer novos desafios.
Sabemos que a Língua Portuguesa está presente
em nosso dia-a-dia, em nossa comunicação, portanto é
importante que saibamos usá-la e interpretá-la
corretamente para compreendermos melhor o mundo
em que vivemos.
Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos
contendo:
▪ Literatura Brasileira
▪ Leitura e Produção de Texto
▪ Estudo da Norma Padrão (gramática)
Lembre-se: o seu esforço e a sua dedicação
são os fatores mais importantes para o seu
desenvolvimento e crescimento pessoal.
Desejamos que você consiga vencer ainda mais
facilmente o desafio desse mundo em constante
evolução.
Estamos aqui para colaborar com esse desafio.
Então vamos começar !
Boa sorte !

Equipe de Português :

Cristiane, Ilza, Ivânia, Maura e Sandra.

2
INSTRUÇÕES

Como estudar Português

1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos;

2. Se houver necessidade, para assimilar melhor o assunto, faça as


atividades em seu caderno. NÃO ESCREVA E NEM RASURE A
APOSTILA, pois você a trocará e outro aluno irá usá-la;

3. Depois que você terminar as atividades, consulte o gabarito


de respostas que está no final da apostila. Você que irá corrigir
os exercícios;

4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra


desconhecida;

5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se esqueça


de fazer um rascunho antes da redação final.

6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar tudo o


que foi solicitado, em seu caderno.

7. Sempre que houver dúvidas, procure esclarecê-las com o


professor;

8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela


estão disponíveis.

Bom estudo ! Bom aproveitamento !

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MÓDULOS 01 E 02

ÍNDICE

LITERATURA BRASILEIRA

 Linguagem literária (conotação e denotação)......mód. 01


 Texto literário e texto não – literário...........................mód. 01
 Formas literárias (prosa e verso).................................mód. 01
 Gêneros literários.........................................................mód. 02
 Movimentos literários...................................................mód. 02

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

 Prosa e Verso..............................................................mód. 01
 O Jornal........................................................................mód. 02

ESTUDANDO A NORMA PADRÃO

 Figuras de Linguagem ( parte I ).............................mód. 01


 Figuras de Linguagem ( parte II )...........................mód. 02

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5
6
LINGUAGEM LITERÁRIA

I - DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

O texto que você vai ler é uma composição musical que tem como tema o
amor.
Leia-o e observe como o seu autor, Djavan, elabora seus versos, usando as palavras
de um jeito próprio, pessoal, atribuindo-lhes novas significações.

Texto 1

Faltando um pedaço
O amor é um grande laço
Um passo p'ruma armadilha
Um lobo correndo em círculo
Pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada
Com a fuga de uma ilha
Tanto engorda quanto mata
Feito desgosto de filha
De filha

O amor é como um raio


Galopando em desafio
Abre fendas, cobre vales
Revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro
Se perderá no caminho
Na pureza de um limão
Ou na solidão do espinho

O amor e a agonia
Cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio
O cio vence o cansaço
E o coração de quem ama
Fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando
Que nem o meu nos teus braços

( Djavan)
Você observou que, para dar mais expressividade às emoções que quer
transmitir, o autor usa algumas palavras com sentido diferente do uso que delas
fazemos no cotidiano.

Observe:

O amor é um grande laço.


O amor é como um raio.

Vejamos abaixo no quadro 1, os significados que podem ter as palavras laço e


raio, no dicionário.

Quadro 1

Significado 1 (no dicionário)

Laço - S.m. Nó que se desata facilmente.


Raio - S.m. Descarga elétrica atmosférica; faísca; corisco.

O significado encontrado no quadro 1, tal qual aparece nos dicionários, é o sentido


próprio da palavra que não permite outra interpretação.
É o caso das frases abaixo. Observe:

A garota usava laço azul prendendo os cabelos louros.


O pai de Sílvia foi morto por um raio.

Nas frases acima, as palavras laço e raio não possibilitam outra interpretação ,
outro significado que não seja o do dicionário. Dizemos que estão sendo empregadas
no sentido denotativo.
Observe agora, no quadro 2, o significado dessas mesmas palavras, nos versos do
compositor.

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Quadro 2

Significado 2 (na música)

Laço - Fig. Estratégia para atrair ou enganar.


Raio - Fig. Calamidade; algo que destrói, causa desgraça,
deixa marca, traz aborrecimentos.

Como você observou, as palavras laço e raio nos versos do Djavan, extrapolam o
significado do dicionário e adquirem, de acordo com o contexto, outras significações.
Portanto no verso: "O amor é um grande laço", significa que o amor pode atrair ou
enganar;
No verso: "O amor é como um raio", quer dizer que o amor deixa marcas, traz
aborrecimentos.
Então dizemos que as palavras estão sendo empregadas no sentido conotativo.

Observe o quadro a seguir:

Denotação Conotação

• Emprego da palavra no seu sentido • Emprego da palavra com sentido


real, próprio, encontrado no figurado, subjetivo, poético,
dicionário; produzido pelo contexto;

• Não possibilita dupla interpretação; • Possibilita dupla interpretação;

• Linguagem mais utilizada em textos • Linguagem utilizada em textos


científicos e técnicos. publicitários, poemas, músicas, etc.

Esse modo especial (conotativo) de usar as palavras é o que possibilita a


multiplicidade de interpretações e o encantamento dos textos literários com os quais
você vai estar em contato freqüente, ao estudar a literatura brasileira.
Para verificar se você entendeu o que é denotação e conotação, faça as
atividades a seguir em seu caderno.

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ATIVIDADE 1

1. Observe as frases abaixo e assinale as que estão no sentido conotativo.

a- ( ) "Sem aviso, o vento vira uma página da vida! "


b- ( ) "Não faça tempestade em copo d' água"
c- ( ) Durante o verão, a tempestade é comum.
d- ( ) A justiça é cega.
e- ( ) Chapeuzinho Vermelho percorria os bosques até a casa da vovozinha.
f- ( ) Nos meus pensamentos, ando perdido nos bosques da minha infância.
g- ( ) "A alma se aquece na chama das cores."
h- ( ) "Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar."
i- ( ) Desejo ver a imensidão do rio Paraná.

Observe atentamente a história em quadrinhos a seguir:

2. Como você pôde notar, o uso conotativo das palavras pode provocar duplo sentido,
como nesta história em quadrinhos.

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Agora, responda em seu caderno:

a) Que palavra da história em quadrinhos, por ter duplo sentido, provocou o mal-
entendido entre os personagens?

b) A palavra "fogo", para o marido, tinha qual significado?

c) A palavra "fogo" ouvida pelo personagem pintor teve o mesmo significado que para o
marido? Qual foi, para o pintor, o significado dessa palavra?

d) Qual dos dois personagens usou a palavra no sentido conotativo?

II - TEXTO LITERÁRIO X TEXTO NÃO-LITERÁRIO

Existem muitas formas de manifestações artísticas: a música, a pintura, a dança, a


literatura...
Cada uma delas tem o seu meio de expressão. A música se manifesta através dos
sons; a pintura, através das cores; a dança, através dos movimentos corporais. A
literatura se manifesta através da palavra.
Todos esses meios de expressão são considerados arte, porque são recriações
que o artista, com sua experiência, transforma em uma outra realidade, a realidade
artística. É o caso da literatura. Poemas, contos, novelas, romances são formas
especiais de o artista expressar e recriar a vida através da palavra.

Literatura, portanto, é ficção, é imaginação, é a criação do mundo


ficcional, ou seja, um mundo que não existe e que faz parte da
fantasia de alguém.

Para você entender bem como ocorre a representação da realidade na literatura,


vamos considerar dois textos que tratam do mesmo assunto.

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Texto 1

Executado a tiros
Um rapaz conhecido pelo apelido de "Tiquinho", de aproximadamente 20 anos,
foi morto a tiros, na noite de ontem, na Vila Osternack, em Curitiba. Ele
recebeu um tiro na cabeça e dois no peito, dos seis que teriam sido disparados
contra ele, segundo testemunhas. O rapaz tem uma águia tatuada nas costas e
não portava nenhum documento. Suspeita-se que o motivo do crime tinha sido
drogas.
Gazeta do Povo, Terça-feira 27 de março de 2001.

"Executado a tiros" é uma notícia de jornal. Trata-se portanto, de um texto


não-literário, pois são veiculadas informações reais sobre um fato ocorrido. Há
compromissos com a verdade. A linguagem que predomina nesse tipo de texto
é denotativa (objetiva), pois pela leitura podemos concluir onde, com quem e
quando ocorreu o fato, o que permite a comprovação dos acontecimentos.

Texto 2

O MEU GURI
Quando, seu moço, nasceu meu rebento E ele chega
Não era o momento dele rebentar Chega no morro com o carregamento
Já foi nascendo com cara de fome Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
E eu não tinha nem nome pra lhe dar Rezo até chegar cá no alto
Como fui levando, não sei lhe explicar Essa onda de assaltos tá um horror
Fui assim levando ele a me levar Eu consolo ele, ele me consola
E na sua meninice ele um dia me disse Boto ele no colo pra ele me ninar
Que chegava lá De repente acordo, olho pro lado
Olha aí E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri
Olha aí é o meu guri E ele chega
E ele chega Chega estampado, manchete, retrato
Chega suado e veloz do batente Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
E traz sempre um presente pra me Eu não entendo essa gente, seu moço
encabular Fazendo alvoroço demais
Tanta corrente de ouro, seu moço O guri no mato, acho que tá rindo
Que haja pescoço pra enfiar Acho que tá lindo de papo pro ar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Desde o começo, eu não disse, seu moço
Chave, caderneta, terço e patuá Ele disse que chegava lá
Um lenço e uma penca de documentos Olha aí, olha aí
Pra finalmente eu me identificar, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, aí o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri
Olha aí, é o meu guri
( Chico Buarque de Hollanda)

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Você observou, pela leitura do texto 2 "O meu guri" que os
fatos narrados partem de um acontecimento da vida real, porém,
nesse texto, não há compromisso com a veracidade desses fatos,
pois estes são recriados pelo autor através de sua imaginação
e sensibilidade.
Trata-se, portanto, de um texto literário, pois apresenta uma
realidade inventada (mundo imaginário) em que predomina a
subjetividade do autor e o emprego constante da linguagem
conotativa (figurada).

Para verificar se você entendeu o que é TEXTO LITERÁRIO e NÃO-LITERÁRIO,


resolva as atividades a seguir em seu caderno:

ATIVIDADE 2

Releia o texto 1 e 2 para responder as seguintes questões:

1. Qual a finalidade do texto "Executado a tiros" ?


a- ( ) narrar fatos imaginários baseados na emoção e subjetividade.
b- ( ) transmitir informações da vida real de modo objetivo e impessoal.

2. No poema "O meu guri" o que predomina é:


a- ( ) subjetividade, emoção. b-( ) objetividade, informação.

Leia o conto a seguir para responder a questão nº 03.

Conto de todas as cores

Eu já escrevi um conto azul, vários até. Mas este


é um conto de todas as cores.
Porque era uma vez um menino azul, uma menina
verde, um negrinho dourado e um cachorro com
todos os tons e entretons do arco-íris.
Até que apareceu uma Comissão de Doutores -
os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram
que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença ou se...
Mas nós não nascemos - interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados!
Mário Quintana

3. No conto do escritor Mário Quintana, predomina a linguagem literária ou a não-


literária. Explique sua resposta.

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AS FORMAS LITERÁRIAS

Como vimos, a obra literária é a recriação de uma realidade através do trabalho


criativo do artista, portanto, é criação e representação e pode se apresentar em prosa e
verso.

Moliére, escritor francês, no trecho abaixo, extraído de uma de suas peças teatrais,
retrata com humor, o assunto que vamos estudar neste módulo. Leia-o.

Prosa e Verso

Jourdain – Por favor. Aliás, eu vou lhe fazer uma confidência: eu estaria
apaixonado por uma pessoa de alto gabarito e desejaria que
o senhor me ajudasse a escrever algo num bilhetinho
que eu pretenderia deixar cair aos pés dela.
Filósofo – Está bem.
Jourdain – Vai ser o máximo da galanteria, não?
Filósofo – É em verso que lhe quer escrever Vossa Excelência?
Jourdain – Não, não! Nada de versos!
Filósofo – Só em prosa?
Jourdain – Não! Não quero nem em verso nem em prosa.
Filósofo – Temo que só possa ser de uma maneira ou de outra.
Jourdain – Por quê?
Filósofo – Pela simples razão de que só podemos nos exprimir em prosa
ou em verso.
Jourdain – Só tem prosa e verso?
Filósofo – Exato. Tudo que não é prosa, é verso; e tudo que não é verso,
é prosa.
Jourdain – E quando a gente fala, o que é que é?
Filósofo – É prosa.
Jourdain – O quê? Quando eu digo: "Nicole, traga meus chinelos e me dá
minha touca", isto é prosa?
Filósofo – Sim, Excelência.
Jourdain – Puxa vida! Há mais de quarenta anos que eu falo em prosa e
não sabia. Fico agradecidíssimo por ter me ensinado isto.

Moliére

Pela leitura do diálogo acima , você percebeu que o personagem Jourdain precisou
de ajuda para saber que havia sempre falado em prosa.
E já que estamos falando sobre prosa e verso, vamos entender o que isso significa.

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I – PROSA

Mas, como reconhecer um texto em prosa?


É fácil!
Sempre que escrevemos um bilhete, uma carta, contamos histórias, damos nossa
opinião sobre algum assunto, estamos usando como forma de linguagem a prosa.
O que identifica o texto em prosa é a sua divisão em parágrafos e o aproveitamento
contínuo da linha até o seu final.

Você sabe o que é parágrafo?

Parágrafo é uma frase, ou uma reunião de frases, que contém


uma informação principal (idéia mais importante) combinada, em
geral, com outras informações secundárias (idéias menos
importantes). Cada parágrafo inicia-se com um pequeno
afastamento da margem esquerda.

Para exemplificar essa forma de linguagem vamos ler o texto abaixo.

Texto 1

Para que ninguém a quisesse

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a
bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a
atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos
de salto altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E
vendo que, ainda assim um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a
tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.
Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se
interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava
sair.
Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse
em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.
Uma fina saudade, porém, começou a alinhar-se em seus dias. Não saudade da
mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso
uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe
agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela
casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
COLASANTI, Marina

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Observe que o texto foi escrito em seis parágrafos e, em cada um deles a autora
apresentou um idéia nova.

→ No primeiro parágrafo, o marido, temendo que sua mulher fosse desejada


por outros homens, retirou dela tudo o que a tornava bonita e desejada.

→ No segundo parágrafo, a mulher já não saía à rua e assim, o marido


ficava satisfeito.

→ No terceiro parágrafo, o marido não a percebia mais. Ela tornou-se, para ele,
parte dos móveis da casa.

→ No quarto parágrafo, o marido passou a ter saudade da mulher de outrora: bonita


e desejada.

→ No quinto parágrafo, ele quis recuperar a relação anterior, devolvendo a ela o


que lhe havia tirado.

→ No sexto parágrafo, já não adiantava mais mudá-la, pois se adaptava à vida sem
luxo, sem prazeres, enfim, sem vaidade.

II - VERSO

Como são os textos em verso?


Reconhecemos um texto em verso pela sua apresentação.
O eu-poético (voz que fala no poema) nos passa suas emoções em versos que
poderão estar organizados em estrofes ou não.

Verso é cada linha do poema.


Estrofe é cada bloco de versos.

As linhas dos textos em versos não ocupam toda a extensão da página.


Encontramos belos poemas que foram compostos para serem cantados.

Entre muitos, vamos destacar uma canção dos compositores: Garoto, Vinícius de
Moraes e Chico Buarque - "Gente Humilde".

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Gente Humilde

Tem certos dias São casas simples


Em que eu penso em minha gente Com cadeiras na calçada
E sinto assim E na fachada
Todo o meu peito se apertar Escrito em cima que é um lar

Porque parece Pela varanda


Que acontece de repente Flores tristes e baldias
Como um desejo de eu viver Como a alegria
Sem me notar Que não tem onde encostar

Igual a como E aí me dá uma tristeza


Quando eu passo no subúrbio No meu peito
Eu muito bem Feito um despeito
Vindo de trem de algum lugar De eu não ter como lutar

E aí me dá E eu que não creio


Como uma inveja dessa gente Peço a Deus por minha gente
Que vai em frente É gente humilde
Sem nem ter com quem contar Que vontade de chorar.

Você percebe que se trata de um texto em verso, devido à disposição das


palavras.
Nesse poema (canção) há 32 versos, os quais estão agrupados, formando 8
estrofes.
Num texto em versos também aparecem rimas. Você sabe o que é rima ?

Rimas são palavras com combinações sonoras (que têm o mesmo


som), palavras idênticas ou semelhantes que normalmente estão no
final dos versos.

Observe a rima nos versos abaixo:

Todo meu peito se apertar


Sem se notar
Vindo de trem de algum lugar
Sem nem ter com quem contar

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Para verificar se você entendeu o que é PROSA e VERSO, resolva as questões a
seguir em seu caderno.

ATIVIDADE 3

Rua dos Cataventos II

Dorme, ruazinha... É tudo escuro...


E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos

Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...


Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...

O vento está dormindo na calçada,


O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha... Não há nada...

Só os meus passos... Mas tão leves são


Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...
QUINTANA, Mário.

Antes de responder às questões propostas vamos estudar sobre soneto.


Você sabe o que é um Soneto?

SONETO: é uma composição poética de forma fixa, composta


por dois quartetos (duas estrofes de quatro versos) e dois
tercetos (duas estrofes de três versos). Geralmente, os versos
dos sonetos possuem rima e o mesmo número de sílabas. Por
isso, esse tipo de composição poética apresenta muita
musicalidade, ritmo.

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1. O poema de Mário Quintana é um soneto porque:

a- ( ) é constituído por 4 tercetos.


b- ( ) é constituído por 1 quarteto e 3 tercetos.
c- ( ) é constituído por 2 quartetos e 2 tercetos.

2. O poema apresenta:

a- ( ) 4 versos e 4 estrofes.
b- ( ) 14 versos e 4 estrofes.
c- ( ) 14 estrofes e 4 versos.

3. Encontre e transcreva do poema três pares de rima.

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VERSO E PROSA (PARTE I)

Como já vimos, a obra literária pode se apresentar em prosa e verso.


Para esta atividade, se necessário, relembre as leituras feitas no início deste
módulo e seguindo as propostas abaixo, produza o seu próprio texto.

ATIVIDADE 4

1. Escreva em seu caderno, em prosa ou verso, um texto que fale de suas


lembranças ou de um acontecimento que tenha despertado em você alguma
emoção.

 PROPOSTA 1

• Escreva de 15 a 25 linhas, se optar por um texto em prosa.

 PROPOSTA 2

• Escreva até 4 estrofes, se optar por um texto em verso.

ATENÇÃO: Esse trabalho valerá ponto e deverá ser entregue


em folha avulsa às professoras.

Dica importante: Antes de começar seu texto, já


tenha em mente toda a história,
sabendo inclusive como finalizá-la.
Não se esqueça de fazer um
rascunho antes de passar a redação
final.

Boa Sorte !

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FIGURAS DE LINGUAGEM (PARTE I)

No início deste módulo, você aprendeu a diferença entre conotação e


denotação. Agora, vamos aprofundar esse conhecimento e estudar o uso da
conotação (linguagem figurada) como recurso expressivo da linguagem.

Antes de começarmos este assunto, leia atentamente o poema a seguir:

INUTILIDADES

Ninguém coça as costas da cadeira.


Ninguém chupa a manga da camisa.
O piano jamais abana a cauda.
Tem asa, porém não voa, a xícara.

De que serve o pé da mesa se não anda?


E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde coisa alguma.

Ah! se trotassem os cavalos do motor...


Ah! se fosse de circo o macaco do carro...
Então a menina dos olhos comeria
até bolo esportivo e bala de revólver.
José Paulo Paes

O autor José Paulo Paes, ao escrever esse poema usou uma figura de linguagem.

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Figuras de linguagem são recursos especiais utilizados
por quem fala ou escreve, para dar maior expressividade,
força, intensidade ou beleza à comunicação.
O que se pretende, quando se usa a linguagem figurada, é
fazer com que as pessoas se surpreendam, sensibilizem-se e,
assim, fiquem mais atentas ao que está sendo falado ou
escrito.
A utilização da linguagem figurada não é um privilégio dos
grandes escritores. Todos nós fazemos uso desse tipo de
linguagem.

Estudaremos, agora, algumas dessas figuras de linguagem.

METÁFORA

Observe a música a seguir:

Seus olhos (Zezé di Camargo)

Seus olhos são dois faróis na noite


Rasgando a escuridão da neblina
São duas luas no horizonte
Da minha vida, da minha vida

Seus olhos são dois raios de luz


Mostrando a direção, a saída
São duas velas iluminando minha vida
A minha vida, a minha vida

Seu olhar é uma chuva de estrelas


Caindo sobre mim
É um rio desaguando em correntezas
Paixão que não tem fim.

Nos versos da música, Zezé di Camargo, faz comparações indiretas ao dizer que
“seus olhos são dois faróis na noite”, “seus olhos são dois raios de luz”, “seu
olhar é uma chuva de estrelas”. Ao fazer essas comparações ele usa a metáfora.

24
Portanto, METÁFORA é uma comparação indireta
(subentendida) que se estabelece entre duas coisas que julgamos
semelhantes.

Agora que você aprendeu o que é metáfora, veja outros exemplos:



 “À noite, as ruas da vila são um deserto.”



 “Amor é fogo que arde sem se ver.”



 “Amar é um deserto.
E seus temores,
Vida que vai da sela
Dessas dores.”

METONÍMIA

Os compositores Chico Buarque e Francis Hime fizeram uma música chamada


“Trocando em Miúdos”, cujo tema é o fim de um relacionamento amoroso e separação
do casal. Nela há o seguinte trecho:

“Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu.”

O verso se refere a um livro que um dos amantes pegou do outro e nem chegou a
ler. Mas Neruda (Pablo Neruda, escritor chileno) não é o nome do livro e sim do autor
do livro.
Observamos, portanto, que os compositores substituíram “livro de Neruda” pelo
próprio nome do autor. Essa troca foi possível porque entre as palavras existe uma
relação que possibilita a substituição.
Chico Buarque e Francis Hime fizeram uso de uma figura chamada metonímia.

Portanto, METONÍMIA é a substituição de uma palavra por


outra, devido à proximidade de idéias que elas expressam.

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Veja outros exemplos de metonímia:



 O estádio aplaudiu o jogador.
Estádio está substituindo torcedor (a troca foi possível porque o estádio contém os
torcedores).



 Tudo que ele tem foi conquistado com seu próprio suor.
Suor está substituindo trabalho (a troca foi possível porque o suor é a conseqüência
do trabalho).



 No alto da torre, o bronze soava melancolicamente.
Bronze está substituindo sino (a troca foi possível porque bronze é o material de que é
feito o sino).

ALITERAÇÃO

Observe o seguinte trecho:

“Ele, assim como veio, partiu não se sabe pra onde


E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido cada dia mais curto...”
(Versão de Chico Buarque de Hollanda)

Você percebeu que algumas das palavras que o poeta usou para compor o 3º verso
apresenta a mesma consoante (a letra P).
Leia novamente o trecho e procure observar como a repetição do som da letra P
realça a musicalidade do verso. A essa figura dá-se o nome de aliteração.

Então, ALITERAÇÃO é a repetição de sons consonantais.

Veja outros exemplos de aliteração:



 “Rara, rubra, risonha, régua rosa.”


 “A fria, fluente, frouxa claridade flutua.”

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CATACRESE

Leia o trecho a seguir:

“De que serve o pé da mesa se não anda?


E a boca da calça se não fala?”

Como você pode notar, usou-se a palavra pé para indicar uma parte da mesa. Na
verdade, mesa não tem pé, que é parte do corpo dos seres humanos. No entanto,
através de uma semelhança, e por não haver uma palavra mais adequada, dá-se o
nome de pé à parte da mesa que a apoia no chão.
A esse tipo de uso figurado da linguagem dá-se o nome de catacrese.

Portanto, CATACRESE é o emprego de um termo figurado por falta


de palavra mais apropriada.

Agora veja mais alguns exemplos de catacrese:

• Bico da chaleira
• Orelha de livro
• Braço de mar
• Batata da perna

PLEONASMO

Leia o seguinte trecho:

“ Quando hoje acordei, ainda fazia escuro


(Embora a manhã já estivesse avançada)
Chovia
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite”.
(Manuel Bandeira)

27
Vamos voltar ao 4º verso: “Chovia uma triste chuva de resignação”.
Você reparou que o autor, ao usar a palavra chuva, repete a idéia já contida no
verbo chover (chovia chuva). A essa repetição de idéia dá-se o nome de pleonasmo.

Então, PLEONASMO é a repetição da mesma idéia, para reforçar


o pensamento.

Outros exemplos de pleonasmo:

• Escrevi com estas mãos a carta que nos separou.


• Vi com os próprios olhos, aquele terrível acontecimento.

ATENÇÃO: O pleonasmo torna-se ERRO quando a repetição da idéia é


desnecessária, como nos casos a seguir:
• Cair um tombo.
• Entrar para dentro.
• Subir para cima.
• Descer para baixo.
• Colherinha pequena.
• Menino homem.

 Portanto, nesses casos, evite o uso dessas repetições.

Agora que você já sabe sobre figuras de linguagem, resolva os exercícios a seguir
em seu caderno:

ATIVIDADE 5

1. Classifique as figuras em metáfora, metonímia, aliteração, catacrese e


pleonasmo:

a) Ele sempre viveu uma vida folgada.


b) Seus olhos eram uma brasa.
c) Os braços da poltrona precisam ser reformados.
d) “Na messe, que enlouquece, estremesse a quermesse”.
e) O Brasil gosta de samba.

2. Marque a opção em que há metáfora:

a) “Minha vida é uma colcha de retalhos, todas da mesma cor”.


b) Trata-se de uma pessoa que falta sempre com a verdade.
c) Cada qual procura cuidar de si mesmo.

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3 - Assinale a figura de linguagem existente no período:

“Quando com os olhos eu quis ver o incêndio, desmaiei”.

a) metáfora
b) metonímia
c) pleonasmo
d) catacrese

4 - Observe o verso:

“A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia”. (Chico Buarque)

Que figura é usada nesse verso?

5 - Assinale as frases onde são usadas metonímias:

a) Quando pequena, lia Monteiro Lobato.


b) Morreu de morte muito lenta.
c) A terra inteira lamentou a catástrofe.
d) “Meu coração é um balde despejado”.

Parabéns você terminou o 1º módulo !!!


Agora, prepare-
prepare-se para a prova e boa sorte !!!

29
30
MÓDULO 2 - GÊNEROS LITERÁRIOS

Vimos anteriormente que, quanto à forma, um texto literário pode ser escrito em
verso ou em prosa. Além dessa divisão, veremos outra classificação: gêneros
literários.
A expressão gênero literário refere-se ao conjunto de características que
possibilita classificar uma obra literária, considerando a maneira como os assuntos são
abordados no texto, independentemente de serem escritos em prosa ou verso.
Atualmente, os gêneros literários dividem-se em : gênero lírico, gênero narrativo e
gênero dramático.
Vejamos as características de cada um deles lendo atentamente os textos a seguir.

TEXTO 1

ADEUS, MEUS SONHOS !

"A deus, meus sonhos, eu pranteio e morro !


Não levo da existência uma saudade !
E a tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha mocidade !
(...)

Que me resta, meu Deus? Morra comigo


A estrela de meus cândidos amores
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores ! "

AZEVEDO, ''Alvares de. Lira dos Vinte anos. São Paulo: FTD, 1994.

O poema " Adeus , meus sonhos! " pertence ao gênero lírico, pois trata-se de uma
composição em versos, em que predomina a subjetividade, os sentimentos, as
emoções do poeta.
O "eu" que fala no poema não pode ser confundido com a pessoa física do poeta.
Ele é a voz do poema e é chamado de eu-lírico ou eu-poético.
Os temas abordados na poesia lírica são: o amor, a morte, a saudade, o amor à
pátria, os desenganos, a esperança.
Temas que retratam os sentimentos íntimos e as emoções do estado de alma do
homem.

Observação: A poesia lírica recebe esse nome porque na Grécia


antiga, de onde se originou, era cantada com acompanhamento de uma
lira, instrumento musical de cordas.

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TEXTO 2

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira
no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que
caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito de
queijo, e ele provou que tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou
sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante 15 dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram
pela chácara de Sinhá Epídia e queriam formar um tapete voador para
transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o
doutor Epaminondas abanou a cabeça :
__ Não há nada a fazer, dona Coló. Este menino é mesmo um caso de
poesia.

ANDRADE, Carlos Drummond

O texto "A incapacidade de ser verdadeiro ", pertence ao gênero narrativo, pois
está escrito em prosa, forma mais comum de apresentação desse tipo de texto.
Há também a presença de um narrador (pessoa que conta a história) e personagens
que agem num determinado tempo e espaço.

TEXTO 3

No botequim

Freguês - Garçom, por favor. Eu queria um café com leite e uma rosquinha.
Garçom - O senhor vai me desculpar mas não tem mais rosquinha.
Freguês - Ah! Não tem rosquinha?
Garçom - Não senhor.
Freguês - Não faz mal. Então me dá só um cafezinho simples. Isso. Só um
cafezinho. (pausa) Com uma rosquinha.
Garçom - Eu acho que não me expliquei direito. Eu falei pro senhor que não
tem mais rosquinha. Acabou toda rosquinha.
Freguês - Ah! bom. Se é assim, muda tudo. Acabou a rosquinha?
Garçom - Acabou, sim senhor.
Freguês - Então me traz um copinho de leite. Leite tem?
Garçom - Tem, sim senhor.
Freguês - Beleza. Me traz um copo de leite. Com uma rosquinha.
Garçom - Eu disse que não tem mais rosquinha! Torrada tem, rosquinha
não tem ! Há três anos que não tem rosquinha! (...)
Jô Soares, Veja, 8 abr. 1992.

32
O texto "No botequim", pertence ao gênero dramático, pois está organizado para
ser encenado. Nele, há uma história, mas não há um narrador para contá-la. As
ações dos personagens são interpretadas pelos atores e o espaço é representado pelo
cenário.
Neste gênero estão presentes a linguagem verbal (fala do personagem) e a
linguagem não verbal (gestos, expressões faciais e corporais).

Revisamdo



 Gênero lírico: poemas, poesias líricas, cantos ...



 Gênero narrativo: contos, romances, histórias, narrativas, novelas...



 Gênero dramático: teatros, tragédias, comédias, óperas...

Para verificar se você entendeu sobre Gêneros Literários resolva os exercícios a


seguir em seu caderno :

ATIVIDADE 1

Leia os textos a seguir, identifique o gênero literário a que eles pertencem e


justifique sua resposta.

a) Chiquinha - Será possível ?

Faustino - Mais que possível, possibilíssimo !

Chiquinha - Oh! Está me enganando ... E o seu amor por Maricota?

Faustino - Maricota trouxe o inferno para minha alma, se é que não levou a minha
alma para o inferno ! O meu amor por ela foi-se , voou, extinguiu-se como um
foguete de lágrimas ! (...)

(Martins Pena)

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b) Luar do sertão

Não há, ó gente , ó não


Luar como este do sertão
Ó que saudades do luar da minha terra
Lá na serra prateando folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade, tão escuro
Não tem aquela saudade do luar do meu sertão (...)

c) A mudança

O homem voltou à terra natal e achou tudo mudado. Até a igreja mudara de
lugar. Os moradores pareciam ter trocado de nacionalidade, falavam uma língua
incompreensível. O clima também era diferente (...)

(Carlos Drummond de Andrade)

MOVIMENTOS LITERÁRIOS

I - ESTILO INDIVIDUAL E ESTILO DE ÉPOCA

Para começarmos esse assunto, leia com atenção os textos a seguir:

Texto 1

Poema do nadador
Jorge de Lima

A água é falsa, a água é boa.


Nada, nadador !
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria , ali é morna,
a água é fêmea.
Nada, nadador ! A água sobe, a água desce,
A água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça,
A água te leva, água te mata.
Nada, nadador.
Senão, que restará de ti, nadador?

34
Texto 2

Nadador
Fernando Paixão

No semicírculo do ar
A mão clareia
Asa extenuada
Projeta-se ao fim.
Músculos tocam o arco do dia
Sugam a derradeira força
De penetrar no meio
Escuro
Dentro da água
Côncavo da noite:
O círculo puro.

Como você deve ter notado, apesar de apresentarem um assunto semelhante e de


terem sido escritos na mesma língua, os dois textos acima, são muito diferentes.
Primeiro porque cada autor tem uma visão específica de mundo; segundo, porque
cada um emprega a língua portuguesa de modo particular, individual, o que determina
que uma obra apresente características diferentes da obra de outro autor.
A essas diferenças dá-se o nome de estilo.

Estilo individual é o conjunto de características que permitem


identificar a maneira própria de cada indivíduo se expressar.

Todo estilo individual sofre influência do momento histórico em que o indivíduo vive
ou viveu. É possível por isso identificar características semelhantes em obras
produzidas em uma mesma época por diferentes indivíduos. É o que se chama estilo
de época.

Estilo de época é o estilo que predomina nas manifestações


culturais de determinada época.

As características que definem esse estilo podem ser observadas no


comportamento, na moda, nos costumes e na arte de uma época.

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II - PERÍODOS LITERÁRIOS

Como vimos anteriormente, estilo de época é o estilo que predomina nas


manifestações culturais de uma determinada época.
Com base nesses estilos, os estudiosos fizeram uma divisão histórico-estética da
literatura brasileira, estabelecendo os chamados PERÍODOS LITERÁRIOS.

Período literário é cada segmento determinado de uma época


em que predominou um estilo literário.

Cada um desses períodos recebe um nome: Barroco, Arcadismo, Romantismo, etc.


Veja a divisão desses períodos literários no quadro a seguir:

1601 - 1768 Barroco 1893 - 1902 Simbolismo

1768 - 1836 Arcadismo 1902 - 1922 Pré-Modernismo

1836 - 1881 Romantismo 1922 até


nossos dias Modernismo

1881 - 1893 Realismo


Naturalismo
Parnasianismo

ATIVIDADE 2

1. Quais são os gêneros literários ?

2. Explique a diferença entre estilo individual e estilo de época.

3. A literatura brasileira começa no período Barroco. Que outros períodos


temos depois deste?

36
37
O JORNAL

APRESENTAÇÃO

O mundo atual muda a cada instante. Para entendê-lo melhor, é necessário estar
bem-informado.
O jornal, o rádio e a televisão constituem as fontes mais importantes de
veiculação de informação.
Além das notícias, esses veículos trazem comentários e análises sobre os
acontecimentos responsáveis pela feição do nosso mundo, sem contar os serviços que
prestam: roteiros, chamadas para espetáculos, anúncios de emprego, previsão do
tempo, etc.
A leitura do jornal e o acompanhamento crítico do rádio e da televisão ajudam
você a pensar e a entender o que se passa a sua volta.
Esperamos que, bem informado, você possa participar mais ativamente das
decisões que cabem aos cidadãos de um país democrático.
A seguir, estudaremos um importante veículo de informação: o jornal.

A primeira página do jornal

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Você observou que na primeira página de cada um desses jornais há uma notícia
com o título escrito em letras bem grandes? É a manchete, título da notícia
considerada mais importante do dia.
A manchete ocupa sempre um espaço considerável na primeira página de um
jornal.
Veja no exemplo abaixo as outras partes que costumam aparecer nos jornais de
grande circulação, quer dizer, jornais lidos por um grande número de pessoas em todo
país.

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ATIVIDADE 3

Agora, responda em seu caderno os exercícios a seguir:

1. Publica-se algum jornal em sua cidade ? Ele é um jornal diário, semanal ou


mensal ? Que partes aparecem na primeira página desse jornal ?

2. Recorte de um jornal e cole em seu caderno duas manchetes que você considera
interessante.

A notícia

Notícia é a narrativa de um acontecimento atual.


Para que um acontecimento se transforme em notícia, é necessário que ele seja
interessante e tenha importância para o público. Isso quer dizer que nem tudo o que
acontece pode virar notícia.
Vamos imaginar a seguinte situação: um avião pequeno faz uma viagem entre
duas cidades brasileiras. A viagem transcorre absolutamente tranqüila, sem qualquer
problema. Ora, isso acontece centena de vezes por dia. Essas viagens não se
transformam em notícia.
Agora, se logo no início de uma dessas viagens um avião apresenta qualquer
problema e cai, eis um fato que certamente se transformará em notícia.

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As notícias dos jornais podem ser classificadas em:

a) internacionais - são aquelas que envolvem o exterior, ou outros países e o Brasil.

b) nacionais - são aquelas que envolvem só o Brasil e que têm interesse para um
grande número de pessoas, independentemente da região em que elas residem.

c) regionais ou locais - são aquelas que envolvem uma região, um estado ou uma
cidade, apresentando maior interesse para as pessoas que moram nessa região ,
estado ou cidade.

Observe os exemplos:

ATIVIDADE 4

Agora, responda em seu caderno os exercícios a seguir:

1. Quais dos fatos seguintes você acha que dariam notícia ?

a. ( ) Cachorro mordeu um homem.


b. ( ) Homem mordeu um cachorro.
c. ( ) Joaquim foi aprovado da 6ª série.
d. ( ) Joaquim ganhou medalha de ouro na Olimpíada.
e. ( ) Dinheiro público paga presente da esposa do prefeito.

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2. Leia o texto seguinte. O fato relatado não é suficientemente interessante para se
transformar em notícia:

Cinco crianças, com idade variando de 8 a 13 anos, formaram


um grupo que saiu ontem de manhã para um piquenique na mata
de São Mateus, região de floresta na serra de Cantagalo.
As crianças levaram lanches e bebidas. Ficaram o dia todo no
mato e à tarde retornaram às suas casas. Foi um belo passeio.

Seu trabalho é reescrever o texto, acrescentando a ele um fato que possa


transformá-lo em notícia.

3. Recorte de um jornal e cole em seu caderno uma notícia REGIONAL, NACIONAL E


INTERNACIONAL.

42
43
FIGURAS DE LINGUAGEM ( PARTE II )

No módulo 1, você estudou sobre figuras de linguagem e ficou conhecendo


algumas delas, tais como: metáfora, metonímia, aliteração, catacrese e pleonasmo.
Nesta unidade, daremos continuação a esse assunto e estudaremos, agora, outras
figuras de linguagem.

Veja as figuras a seguir:

Como você pôde notar, nessas figuras aparecem palavras que representam sons.
Veja que no 1º quadrinho a palavra "ATCHIM" representa o som do espirro do
personagem Cascão, no 2º quadrinho a palavra "BUÁÁÁ" é usada para representar o
choro do homem, e no 3º quadrinho a palavra "PAF" representa o som de um tapa;
portanto nesses três exemplos foi utilizada uma figura de linguagem chamada
onomatopéia.

ONOMATOPÉIA é a representação de sons, ruídos ou da


voz natural dos seres, através de palavras escritas.

Veja outro exemplo de onomatopéia:

" Em cima do telhado,


Pirulin lulin lulin,
Um anjo todo molhado
Soluça no seu flautim."
(Mário Quintana)

44
ANTÍTESE

Observe com atenção o texto a seguir:

Oração de São Francisco

Senhor,
Fazei de mim um instrumento
De vossa paz !
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa,
Que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia,
Que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver desespero,
Que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas que eu leve a luz !

Você observou que a oração de São Francisco foi construída com palavras ou
idéias que são extremamentes opostas: ódio / amor; ofensa/perdão; discórdia /
união; dúvida / fé; tristeza / alegria; trevas / luz. A esse recurso de oposição dá-se o
nome de antítese.

Portanto, ANTÍTESE consiste no uso de palavras (ou


expressões) de sentidos opostos com a intenção de realçar a força
expressiva de cada uma delas.

Veja outro exemplo de antítese:

" Quem morre vai descansar na paz de Deus


Quem vive é arrastado pela guerra de Deus. "

(Carlos Drummond de Andrade)

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EUFEMISMO

Leia com atenção:

" Estavas bem mudado


Como se tivesses posto aquelas barbas brancas
Para entrar com maior decoro a Eternidade.
(...)

Levamos-te cansado ao teu último endereço


Vi com prazer
Que um dia afinal seremos vizinhos
Conversaremos longamente
De sepultura a sepultura
No silêncio das madrugadas. "
(Manuel Bandeira)

No poema o trecho, "último endereço" tem o significado de sepultura, túmulo,


cemitério (que é, sem dúvida, o último endereço de todos nós). Observe que a idéia
de morte aparece logo no 3º verso: " entrar a Eternidade" e se reforça nos
versos: " um dia afinal seremos vizinhos / Conversaremos longamente / De
sepultura a sepultura ".
Fica claro, então, que o poeta está falando da morte de um amigo, porém, de
uma forma suave, menos chocante e dolorosa.
A essa figura de linguagem dá-se o nome de eufemismo.

EUFEMISMO é usado quando queremos suavizar, tornar


menos chocante as mensagens desagradáveis que devemos
transmitir.

Veja outros exemplos de eufemismo:



 Foi numa tarde de inverno que meu melhor amigo foi visitar os campos santos.
(O amigo morreu)



 Você não está falando a verdade. (Você é mentiroso)

46
HIPÉRBOLE

Leia o seguinte trecho:

" Nos tempos de meu Pai, sob estes galhos,


Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos ! "
(Augusto dos Anjos)

Note que, no 3º verso, o poeta exagera intencionalmente o número de vezes que


chorou : "bilhões de vezes". Se considerado sob o ponto de vista racional esse número
é absurdo. No entanto, ao exagerar, o escritor pretendeu reforçar o verso e, assim,
sensibilizar o leitor para o sofrimento pelo qual passou.
A essa figura de linguagem dá-se o nome de hipérbole.

HIPÉRBOLE é um exagero intencional com a finalidade de


impressionar o leitor ou o ouvinte.

Veja outros exemplos de hipérbole:



 Lavei uma montanha de roupas.


 Morro de ciúme de você.

PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO

Leia com atenção:

" Árvores encalhadas pedem socorro


Mata-paus vou bem-de-saúde se abraçam
O céu tapa o rosto
Chove... chove... chove...
(Raul Bopp)

Nesse trecho, Raul Bopp, ao descrever uma enchente, atribui a seres irracionais
características próprias de seres humanos:

47
 Observe:

" árvores" pedem socorro.

"mata-paus " (um tipo de parasita) se abraçam.

"o céu " tapa o rosto.

Através desse recurso , o poeta transforma as plantas, os bichos e o céu em


pessoas. A essa figura dá-se o nome de prosopopéia ou personificação.

PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO consiste em atribuir


características ou sentimentos próprios do ser humano, a seres
inanimados (sem vida) ou irracionais.

Veja outro exemplo de prosopopéia:

" Dona Cômoda tem três gavetas. E um ar de senhora rica. Nas gavetas guarda
coisas de outros tempos, só para si. Foi sempre assim, dona Cômoda: gorda,
fechada e egoísta. "
(Mário Quintana)

Para verificar seu aprendizado sobre figuras de linguagem, resolva os


exercícios a seguir em seu caderno:

ATIVIDADE 5

1. Em "Para ele, por exemplo, o socialismo é bom e o capitalismo é mau ", qual
foi a figura de linguagem usada pelo autor:

a) metáfora c) antítese
b) hipérbato d) prosopopéia

2. Que figura de linguagem é usada nesta frase: "Naquela terrível luta, adormeceram
para sempre. "

3."Quando o tempo está seco, os sapatos ficam tão contentes que se põem a
cantar ". A figura utilizada neste trecho é:

a) metonímia c) antítese
b) prosopopéia d) eufemismo
48
4. Observe o quadrinho a seguir:

Agora responda: Que figura de linguagem é usada ? Explique sua resposta.

5. Observe as frases:
a) " Chorei um mar de lágrimas quando você partiu ".
b) " Ouça o tic-tac do relógio ".
c) " Calor e frio me invadiram o corpo naquele instante."

As figuras de linguagem encontradas nas frases acima, classificam-se em (assinale a


alternativa correta) :
a) hipérbole, eufemismo e antítese
b) prosopopéia, onomatopéia e eufemismo
c) antítese, hipérbole e onomatopéia
d) hipérbole, onomatopéia e antítese

Parabéns ! Você terminou mais um módulo.


Reflita sobre a mensagem que deixamos
no final da apostila para você e prepare-
prepare-se para a prova .
Boa Sorte!!!
Equipe de Português

49
GABARITO - MÓDULO 01

ATIVIDADE 1

1. a
b
d
f
g
h

2. a) A palavra “ FOGO “
b) Encrenqueira , briguenta
c) Não. O significado de fogo para o pintor foi de “ incêndio “ .
d) O marido

ATIVIDADE 2

1. b
2. a
3. Predomina a linguagem literária, pois apresenta uma realidade inventada em que
predomina a subjetividade do autor e o uso da linguagem conotativa.

ATIVIDADE 3

1. c
2. b
3. 1ª estrofe: escuro / puro
ouvi-los / tranqüilos

2ª estrofe: asseguro / muro


persegui-los / grilos

3ª e 4ª estrofes: calçada / nada / madrugada


cão / são / assombração

50
ATIVIDADE 4

Resposta livre.

ATIVIDADE 5

1. a) pleonasmo
b) metáfora
c) catacrese
d) aliteração
e) metonímia
2. a
3. c
4. aliteração
5. a / c

51
GABARITO - MÓDULO 2

ATIVIDADE 1

a) Gênero dramático, pois o texto está organizado para ser encenado. Nesse texto há
uma história, mas não há um narrador para contá-la.
b) Gênero lírico, pois está escrito em versos em que predomina a subjetividade, os
sentimentos e as emoções do poeta.
c) Gênero narrativo, pois está escrito em prosa e também há presença de um narrador
e personagens.

ATIVIDADE 2

1. Gênero lírico, gênero narrativo e gênero dramático.


2. “ Estilo individual “ é a maneira própria de cada indivíduo se expressar,
já “ estilo de época “ é o estilo que predomina nas manifestações culturais
de cada época.
3. Arcadismo, romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo,
simbolismo, pré-modernismo e modernismo.

ATIVIDADE 3

1. Resposta livre
2. Resposta livre

ATIVIDADE 4

1. b / d / e
2. Resposta livre
3. Resposta livre

ATIVIDADE 5

1. c
2. Eufemismo
3. b
4. Onomatopéia, pois “ blosh “ representa o som da menina caindo na lama.
5. d

52
Para você pensar ...

" O Sucesso

significa nunca parar,

ou seja, sempre ir

em busca de algo mais ."

EQUIPE DE PORTUGUÊS / CEESVO

CRISTIANE - ILZA - IVÂNIA - SANDRA -


MAURA

53
54
APRESENTAÇÃO

Caro (a) aluno (a),

Você está iniciando seu curso de Português no


Ensino Médio, seja bem-vindo !
Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo e
juntos fazer descobertas e vencer novos desafios.
Sabemos que a Língua Portuguesa está presente
em nosso dia-a-dia, em nossa comunicação, portanto é
importante que saibamos usá-la e interpretá-la
corretamente para compreendermos melhor o mundo
em que vivemos.
Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos
contendo:
▪ Literatura Brasileira
▪ Leitura e Produção de Texto
▪ Estudo da Norma Padrão (gramática)
Lembre-se: o seu esforço e a sua dedicação
são os fatores mais importantes para o seu
desenvolvimento e crescimento pessoal.
Desejamos que você consiga vencer ainda mais
facilmente o desafio desse mundo em constante
evolução.
Estamos aqui para colaborar com esse desafio.
Então vamos começar !
Boa sorte !

Equipe de Português :

Cristiane, Ilza, Ivânia, Maura e Sandra.

55
INSTRUÇÕES

Como estudar Português

1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos;

2. Se houver necessidade, faça as atividades em seu caderno,


para assimilar melhor o assunto. NÃO ESCREVA E NEM RASURE A
APOSTILA, pois você a trocará e outro aluno irá usá-la;

3. Depois que você terminar as atividades, consulte o gabarito


de respostas que está no final da apostila. Você que irá corrigir
os exercícios;

4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra


desconhecida;

5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se esqueça


de fazer um rascunho antes da redação final.

6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar tudo o


que foi solicitado, em seu caderno.

7. Sempre que houver dúvidas, procure esclarecê-las com o


professor;

8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela


estão disponíveis.

Bom estudo ! Bom aproveitamento !

56
MÓDULOS 03 E 04

ÍNDICE

LITERATURA BRASILEIRA

 Barroco..........................................................................mód. 03
 Arcadismo.....................................................................mód. 04

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

 Elementos da narrativa................................................mód. 03
 Estrutura da narrativa..................................................mód. 04

ESTUDANDO A NORMA PADRÃO

 Classes Gramaticais...................................................mód. 03
 Termos Essenciais da Oração...................................mód. 03
 Tipos de Sujeito............................................................mód. 03
 Tipos de Predicado.....................................................mód. 04
 Predicação Verbal.....................................................mód. 04

4
5
Módulo 3 - Barroco (1601 - 1768)

Neste módulo vamos dar início ao estudo da literatura apresentando a letra de


uma canção brasileira que fala do Brasil. A partir dessa leitura, faremos o contraponto
com um texto escrito no século XVII, pertencente ao estilo Barroco, período literário
que vamos estudar neste módulo.

Texto 1 Brasil

Não me convidaram
pra essa festa pobre
que os homens armaram
pra me convencer
a pagar sem ver
toda essa droga
que já vem malhada
antes d'eu nascer
não me ofereceram
nem um cigarro
fiquei na porta
estacionando os carros
não me elegeram
chefe de nada
o meu cartão de crédito
é uma navalha

Brasil
mostra a tua cara
quero ver quem paga
pra gente ficar assim
Brasil
qual é o teu negócio
o nome do teu sócio
confia em mim

Não me sortearam a garota do Fantástico


não me subornaram
será que é meu fim
ver TV a cores
na taba de um índio
programada pra só dizer sim
Grande pátria desimportante
em nenhum instante
eu vou te trair.
(CAZUZA)

6
Como você pôde observar pela leitura do texto 1, "Brasil", seu autor, o
compositor Cazuza, mostra através dos versos, aspectos negativos da sociedade
brasileira atual, a grande diferença de classes sociais, a marginalização, a corrupção.
Veremos, agora, como vamos encontrar a mesma temática, ou seja, o mesmo tipo de
crítica aos costumes da sociedade brasileira, num texto escrito no século XVII. Leia-o.

Texto 2

Aos vícios

Eu sou aquele, que os passados anos Há bons, por não poder ser insolentes,
Cantei na minha lira maldizente Outros há comedidos de medrosos,
Torpezas do Brasil, vícios e enganos. Não mordem outros não, por não ter dentes.

(............................................................) Quantos há que os trabalhos têm vidrosos,


E deixam de atirar sua pedrada
De que pode servir calar, quem cala, De sua mesma telha receosos.
Nunca se há de falar, o que se sente ?
Sempre se há de sentir, o que se fala ! Uma só natureza nos foi dada:
Não criou Deus os naturais diversos,
Qual homem pode haver tão paciente, Um só Adão formou, e esse de nada.
Que vendo o triste estado da Bahia,
Não chore, não suspire, e não lamente ? Todos somos ruins, todos perversos,
Só nos distingue o vício e a virtude,
(............................................................) De que uns são comensais outros adversos.

Se souberes falar, também falaras, Quem maior a tiver, do que eu ter pude,
Também satirizaras, se souberas, Esse só me censure, esse me note,
E se foras Poeta, poetizaras. Calem-se os mais, chitom, e haja saúde.

A ignorância dos homens destas eras Matos, Gregório de, In: antologia Poética.
Sisudos faz ser uns, outros prudentes,
Que a mudez canoniza bestas feras.

Vocabulário
Chitom - (interjeição em desuso). Silêncio. Caluda.

O texto 2 é um poema satírico, escrito no século XVII, época das origens da nossa
literatura. Os seus versos, como no texto de Cazuza, apresentam uma crítica violenta e
contundente aos costumes e à sociedade da época. Seu autor, Gregório de Matos
Guerra, foi apelidado de "Boca do Inferno ", pois suas sátiras atingiam a todos: ricos,
pobres, o clero, as autoridades, os mulatos, as mulheres de vida desregrada, os
senhores de engenho, os comerciantes. Além de crítico mordaz, foi um poeta lírico de
grande sensibilidade. Seus versos lírico-amorosos e lírico-religiosos são considerados o
melhor de sua obra.

7
Gregório de Matos é considerado o primeiro poeta da literatura
brasileira e o representante do estilo Barroco no Brasil.

A ÉPOCA

O Barroco é um movimento que aconteceu no Brasil, no século XVII. Considera-se


como seu marco inicial, o poema " Prosopopéia " , de Bento Teixeira, escrito em 1601.
Esse período estendeu-se até 1768, com a publicação de "Obras poéticas "de Cláudio
Manuel da Costa. Nessa época, a Bahia era o centro econômico da Colônia, graças a
sua economia de base açucareira. Somente ali e em Pernambuco havia alguma
atividade de natureza cultural. É nesse contexto que surge o Barroco trazido pelas
mãos dos portugueses. Por certo, Gregório de Matos também recebeu influências da
arte européia, principalmente do Barroco espanhol. No entanto, mesclou sua linguagem
literária com termos africanos e tupi, dando-lhe um caráter peculiar, com ares de
brasilidade.

CARACTERÍSTICAS

 Culto dos contrastes: o estilo Barroco gosta de apresentar contrastes, ou seja,


opostos difíceis de conciliar, idéias contrárias colocadas lado a lado: viver e morrer,
claro e escuro, bem e mal, espírito e carne, pecado e perdão.

 Dúvida, tormento: o pensamento Barroco tem poucas certezas e muitas dúvidas.


Há uma luta íntima entre o prazer de viver e a repressão exercida principalmente
pela doutrina religiosa.

 Brevidade da vida: para os artistas do Barroco a vida é breve e está sempre


prestes a terminar.

 Exagero: o artista Barroco é um exagerado que tende para o desequilíbrio total e


ao pessimismo.

 Figuras de linguagem: a literatura Barroca é cheia de figuras de linguagem, tais


como: antítese, metáfora, hipérbole e prosopopéia.

8
O AUTOR E A OBRA

Gregório de Matos nasceu na Bahia, em 1633, filho de senhores


de engenho. Estudou no Colégio dos Jesuítas e aos 14 anos foi
para Portugal onde formou-se em Direito. Lá, exerceu a
magistratura por alguns anos, mas, devido a suas sátiras
irreverentes teve que regressar ao Brasil. De volta à terra natal,
exerceu cargos de certa relevância e, pelo mesmo motivo
(irreverência mordaz em suas sátiras) foi degredado para Angola.
Retornou ao Brasil, mas foi proibido de voltar à Bahia.
Estabeleceu-se em Pernambuco, onde faleceu em 1696.

POESIA

A obra de Gregório de Matos, nosso representante da poesia do estilo barroco, é


dividida de acordo com a sua temática em:

 Poesia satírica - são as poesias nas quais o poeta critica e satiriza a todos:
autoridades, padres, mulatos, mulheres de vida desregrada, senhores de engenho,
comerciantes.

 Poesia lírica - neste tipo de poema o poeta fala de suas fortes paixões e dos
sofrimentos por amor.

 Poesia religiosa - o poeta revela, neste tipo de poesia, a oscilação entre razão/fé,
terreno/celestial, pecado/perdão. O poeta arrependido pede perdão de seus
pecados e sofre remorso por suas ações insensatas.

9
PROSA

Outra grande figura do estilo barroco no Brasil foi o Padre Antônio Vieira. É o
representante da prosa desse período. Foi um extraordinário orador e pregador. São
notáveis seus sermões dominicais onde defendia os indígenas e os mais fracos. Sua
obra divide-se em cartas, sermões e profecias.

Cartas - cerca de 500, versando sobre a inquisição, a atuação dos jesuítas na


Colômbia e o relacionamento entre Portugal e Holanda.

Sermões - são quase 200 sermões, o melhor da obra de Vieira, dos quais
destacam-se:

 "Sermão da Sexagésima" - neste sermão, Vieira aborda a arte de pregar.

 "Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda "- Vieira
incita o povo a combater os invasores holandeses, realçando os horrores e
depredações que os protestantes fariam no Brasil.

Estudo do Texto

O texto a seguir é um poema de Gregório de Matos. Você vai lê-lo, analisá-lo e


responder às questões propostas em seu caderno:

A Jesus Cristo Nosso Senhor


Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,


A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada


Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,


Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
(Apude: CASTELLO, José Aderaldo. Manifestações literárias do período colonial.)

10
Vocabulário

Despir - abandonar (despedir).


Delinqüir - pecar, errar.
Irar - deixar nervoso.
Abrandar - amolecer.
Sobejar - sobrar.
Lisonjear - agradar.
Sacro - sagrado.
Desgarrado - perdido.

ATIVIDADE 1

Nas questões abaixo, assinale com um X na resposta correta.

1. No texto "A Jesus Cristo Nosso Senhor ", o poeta apresenta-se diante do Senhor
como:

a) ( ) um pecador
b) ( ) um mendigo
c) ( ) um questionador
d) ( ) um religioso

2. Esta poesia de Gregório de Matos é classificada como:

a) ( ) religiosa
b) ( ) satírica
c) ( ) lírica

3. O poeta quando faz o jogo das palavras (ofender x lisonjear); (irar x abrandar)
recorre a que figura de linguagem ?

a) ( ) metáfora
b) ( ) hipérbole
c) ( ) antítese
d) ( ) eufemismo

4. Neste poema de Gregório de Matos podemos perceber que o eu-poético clama


pela:

a) ( ) ira do Senhor.
b) ( ) misericórdia de Deus.
c) ( ) indiferença do Senhor.

11
ATIVIDADE 2

a
Revendo
literatura

1. Em que época aconteceu o Barroco no Brasil?

2. Quem foi seu principal poeta?

3. Gregório de Matos foi apelidado de:

a) ( ) Boca Maldita
b) ( ) Boca de Fogo
c) ( ) Boca do Inferno

4. Qual o motivo de seu apelido?

5. Como está dividida tematicamente a poesia de Gregório de Matos?

6. Assinale as alternativas que apresentam características do estilo barroco:

a) ( ) Rebuscamento da forma, acúmulo de ornamentos.


b) ( ) Uso abusivo de figuras de linguagem.
c) ( ) Equilíbrio, clareza, linguagem simples e objetiva.
d) ( ) Preocupação com a morte, com a brevidade da vida.

7. Qual foi o grande prosador do Barroco no Brasil? Como divide-se sua obra?

12
13
NARRAÇÃO

Contar histórias é uma atividade praticada por muita gente: pais, filhos,
professores, amigos, namorados, avós,... Enfim, todos contam, escrevem, ouvem ou
lêem todo tipo de narrativa: histórias de fadas, casos, piadas, mentiras, romances,
contos, novelas.
Narrar é contar fatos reais (que realmente aconteceram) ou fatos inventados
(criados pela nossa imaginação).
Toda narrativa tem elementos fundamentais, sem os quais não pode existir. Esses
elementos são:

 ENREDO
 NARRADOR
 PERSONAGENS
 TEMPO
 ESPAÇO

A seguir , você vai ler um texto e perceber como esses elementos aparecem.

Notícia de jornal

Tentou contra a existência


Num humilde barracão
Joana de Tal por causa de um tal João
Depois de medicada,
Retirou-se pro seu lar;
E aí a notícia
Carece de exatidão.
O lar não mais existe,
Ninguém volta ao que acabou.
Joana é mais uma mulata triste
Que errou um dia
- errou na dose, errou no amor
Joana errou de João.
Ninguém notou, ninguém morou
Na dor que era o seu mal:
- A dor da gente não sai no jornal.

(Luis Reis e Haroldo Barbosa)

14
ENREDO

O enredo é a estrutura da narrativa, é o desenrolar dos acontecimentos. O enredo


se faz normalmente de incidentes, de intrigas e conflitos. No caso do texto em estudo, o
enredo está centrado no conflito entre João e Joana, que levou a mulher a tentar o
suicídio.

NARRADOR

Narrador é quem conta a história. Não deve ser confundido com autor. Autor é a
pessoa que existe fisicamente, o narrador é inventado pelo autor para relatar os fatos.

Temos 2 tipos de narrador:

1. Narrador em 3ª pessoa ou narrador-observador: é o narrador que está


fora dos fatos narrados e é chamado de narrador- observador pois apenas observa
os acontecimentos.
Veja um exemplo de narrador observador no trecho extraído da obra de Érico
Veríssimo, "O tempo e o Vento".

(...) Pedro sentou-se, cruzou as pernas, tirou algumas notas


da flauta, como para experimentá-la e depois, franzindo a testa,
começou a tocar. Era uma melodia lenta e meio fúnebre. O agudo
som do instrumento penetrou Ana Terra como uma agulha, e ela
se sentiu ferida, trespassada. (...)
(...) Tirou as mãos de dentro da água da gamela, enxugou-as
num pano e aproximou-se da mesa. Foi então que deu com os
olhos de Pedro e daí por diante, por mais esforços que fizesse, não
conseguiu desviar-se deles. Parecia-lhes que a música saía dos
olhos do índio e não da flauta - morna, tremida e triste como a voz
duma pessoa infeliz (...)
( O tempo e o vento. Rio de Janeiro,Globo, 1963)

2. Narrador em 1ª pessoa ou narrador personagem: é aquele que participa


do enredo como qualquer personagem.

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Veja, agora, um exemplo de narrador-personagem extraído do conto: " Uma
amizade sincera ", da obra A Legião Estrangeira de Clarice Lispector.

"Não é que fôssemos amigos de longa data. Conhecemo-nos


apenas no último ano da escola. Desde esse momento estávamos
juntos a qualquer hora. Há tanto tempo precisávamos de um
amigo que nada havia que não confiássemos um ao outro.
A pretexto de férias com minha família, separamo-nos. Aliás
ele também ia ao Piauí. Um aperto de mão comovido foi o nosso
adeus no aeroporto. Sabíamos que não nos veríamos mais, senão
por acaso. Mais que isso: que não queríamos nos rever. E
sabíamos também que éramos amigos. Amigos sinceros".

TIPOS DE PERSONAGENS

A personagem constitui o elemento fundamental de um texto narrativo. Não há


história sem personagem. Em torno dela, o narrador constrói o texto.
A personagem só vai existir se participar da história agindo ou falando. Se um ser
é apenas mencionado na história sem nada fazer direta ou indiretamente, ou não
interferir de modo algum no enredo, não pode ser considerado personagem.

As personagens classificam-se em:

a) Protagonista: é a personagem principal, em torno da qual os fatos ocorrem;

b) Secundárias: são as personagens menos importantes na história, isto é, que


têm uma participação menor ou menos freqüente no enredo.

CARACTERÍSTICAS DAS PERSONAGENS

Para conhecermos melhor as personagens o narrador descreve-as física e


psicologicamente.

a) Características físicas: é como a personagem é apresentada fisicamente


(aquilo que é externo, que está fora). É a aparência física: a voz, a altura, os
gestos, a idade, como são os cabelos, os olhos, a roupa, etc.

b) Características psicológicas: é como a personagem é apresentada


interiormente. É o seu jeito de ser, a sua personalidade, as suas preferências, o
seu temperamento, o caráter, etc.

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TEMPO

É a época, o momento em que os fatos acontecem.

ESPAÇO

É o lugar, o cenário onde se desenvolvem os acontecimentos.

Para verificar se você entendeu sobre os “ elementos da narrativa “ resolva os


exercícios a seguir em seu caderno.

ATIVIDADE 3

Releia com atenção o texto “ Notícia de jornal “ para responder as questões a


seguir :

1. Que tipo de narrador aparece no texto?

2. Quem é a protagonista do texto?

3. Cite uma característica física de Joana.

4. Neste poema o autor valoriza mais o mundo interior da personagem. Assim,


podemos conhecê-la melhor. Assinale a opção que corresponde às
características psicológicas de Joana em relação aos seus sentimentos:
a) ( ) triste, desempregada, apaixonada.
b) ( ) triste, decepcionada, inconseqüente.
c) ( ) triste, decepcionada, apaixonada.

5. Qual é o tempo da história?

6. Em que lugar ocorrem os fatos?

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Caro (a) aluno (a) :

Você já deve ter ouvido muitas vezes a expressão norma padrão.


Vamos conversar um pouco sobre ela, antes de entrarmos no assunto
propriamente dito.

O QUE VEM A SER A NORMA PADRÃO ?

Você deve estar pensando que é a maneira certa, correta, de uso da língua.

Mas não é bem assim, não. A norma padrão é apenas uma variação da língua,
considerada, por vários motivos, a variedade de prestígio.

Há situações em que você deve saber empregar a norma padrão, como por
exemplo, em situações formais de fala (expor uma opinião em uma reunião, numa
entrevista profissional, num discurso político, numa fala no sindicato) e, geralmente, na
escrita.

É com esse propósito, então, que estamos lhe propondo esse estudo, de maneira
que você possa adequar sua linguagem às diferentes situações, às diferentes
finalidades e aos diferentes interlocutores.

É bom lembrar, ainda, que estudar a norma padrão não é decorar nomes, regras e
definições para as quais você não acha nenhuma função.

É, antes de tudo, refletir sobre a flexibilidade e possibilidades de uso da


linguagem e fazer opções conscientes e compatíveis com suas necessidades de
comunicação.

Aluno (a), para iniciar o estudo da norma padrão deste módulo, faremos uma
revisão das Classes Gramaticais.

I - CLASSES GRAMATICAIS

Como você já deve saber, existem, na língua portuguesa, dez classes


gramaticais, cada uma delas exercendo uma determinada função. São elas:

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CLASSE GRAMATICAL FUNÇÃO

SUBSTANTIVO Dá nome aos seres em geral: coisas, pessoas,


animais, sentimentos, lugares, etc.
Exemplos: moça, jornal, tristeza.

ADJETIVO Caracteriza o substantivo, indicando qualidade (ou


defeito), modo de ser, aspecto, etc.
Exemplos: moça triste, jornal amassado.

ARTIGO Vem antes do substantivo, indicando o gênero


(masculino ou feminino) e o número (singular ou
plural). Os artigos são:
Definidos: o, a, os, as
Indefinidos: um, uma, uns, umas

NUMERAL Indica quantidade, ordenação ou proporção.


Exemplos: Ela tem dois irmãos.
Ela riu pela primeira vez.

PRONOME Representa ou acompanha o substantivo, indicando-o


como pessoa do discurso. Existem pronomes
pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos,
indefinidos, interrogativos e relativos.
Ex.: Ela está triste. (pronome pessoal)
Meu amigo ficou quieto. (pronome possessivo)

VERBO Exprime um fato (ação, estado ou fenômeno da


natureza) situando-o no tempo (presente, passado,
futuro).
Ex.: Lá só chove no verão. (verbo chover)
Falei demais e estou cansada. (verbos falar-estar)
Palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou
ADVÉRBIO outro advérbio, indicando circunstâncias de lugar,
dúvida, modo, tempo, negação, intensidade e
afirmação.
Ex.: Ele está muito mal de saúde. (muito - advérbio de
intensidade).
Ex.: Os alunos não fizeram a prova. (não – advérbio
de negação).

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CLASSE GRAMATICAL FUNÇÃO

PREPOSIÇÃO Relaciona dois termos da oração. Nessa relação um


termo completa ou explica o sentido do outro.
Algumas preposições: a, ante, com, contra, de, em,
entre, para, por, sob, sobre, ao.
Ex.: Comprei um presente para Fátima.
Ela ficou feliz com o presente.

CONJUNÇÃO Relaciona orações ou termos da oração que exercem


a mesma função.
Algumas conjunções: e, mas, porém, porque, pois,
quando, portanto, ou, ora.
Ex.: Eu lhe trouxe o livro, mas você não o leu.
Não saia hoje, pois vai chover.

INTERJEIÇÃO Palavra ou expressão que exprime estados emotivos.


Ex.: Silêncio! Hospital em frente.
Ah! Que alegria.

Agora que você viu em linhas gerais as dez classes gramaticais existentes na
língua portuguesa, resolva os exercícios a seguir em seu caderno.

ATIVIDADE 4

1. Leia as frases abaixo e copie apenas o que é solicitado entre parênteses :

a) "Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido


com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também
fosse atingido pela minha história ". (copie os artigos)

b) " Hoje, gostaria de falar de tudo o que não existiu . De criaturas que não
nasceram, de árvores que não brotaram, de flores transparentes, de
melodias sonhando violinos ". (copie os substantivos)

c) Aquela história correu por mais de dez países, por mais de cem cidades. (copie os
numerais)

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2. No trecho abaixo, destaque um substantivo, um adjetivo, um artigo, uma preposição,
um verbo e um pronome:

" Uma moça bonita


de olhar agateado
deixou em pedaços
o meu coração "

Aluno (a), agora vamos dar início a um outro assunto, estudaremos a seguir a
relação e identificação do SUJEITO E PREDICADO.

II - TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃ0

Para conceituar esses termos da oração, vamos partir de alguns trechos de textos.
Tente responder oralmente à pergunta feita logo após cada um deles.

a) " O tal Ermitão foi visto vagando pelo Refúgio ".

Pergunta : Quem é que foi visto ?

Resposta : “ O tal Ermitão “

b) " O amor viera numa só vaga ".

Pergunta: O que é que veio ?

Resposta: “ O amor “

c) " No escuro, a voz de um mentiroso se revela ".

Pergunta: O que é que se revela ?

Resposta: “ A voz de um mentiroso “

As respostas que você deu às perguntas estão indicando a respeito de quem ( ou


de que ) se está falando: "o tal Ermitão ", " o amor ", " a voz de um mentiroso ".
Dizendo de outra maneira : as respostas às perguntas indicam o SUJEITO de
cada oração.

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 Portanto:

Sujeito: é a pessoa, a coisa, o fato a respeito do qual se


declara alguma coisa.

* Regra prática para encontrar o sujeito.

Quando você tiver dúvida sobre quem é o sujeito, pergunte:

PARA PESSOAS Quem é que ... ?

PARA COISAS O que é que ... ?

Veja outros exemplos :

a) Leonora engoliu uma tampinha.

Quem é que engoliu uma tampinha ?

Resposta Leonora = sujeito

b) O bolo estava saboroso.

O que é que estava saboroso ?

Resposta O bolo = sujeito

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Em Português, em geral, uma oração é constituída por duas partes. Uma delas é
o sujeito e a outra é tudo aquilo que se diz do sujeito : o predicado.

Vamos retomar os exemplos já estudados, observando o sujeito e o predicado:

a) “ O tal Ermitão foi visto vagando pelo Refúgio.”

Sujeito Predicado

b) “ O amor viera numa só vaga. “

Sujeito Predicado

c) No escuro, a voz de um mentiroso se revela. ”

Sujeito

Predicado

 Portanto:

Predicado : é tudo aquilo que se diz do sujeito.

* Regra prática para encontrar o predicado.

Primeiro procure o sujeito da oração. Tudo o que


sobrar é predicado.

Exemplo: O médico pôs-se a rir de mim.

Sujeito Predicado

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TIPOS DE SUJEITO

 SUJEITO SIMPLES - é aquele que apresenta um único núcleo, isto


é, uma única palavra principal.

Núcleo

Exemplo: “ Uma escuridão compacta comprimia seus olhos abertos. “

Sujeito

 SUJEITO COMPOSTO – é aquele que apresenta mais de um núcleo,


ou seja, mais de uma palavra principal.

núcleo

Exemplo : “ O prisioneiro e o soldado mergulharam numa esquina. “

Sujeito

 SUJEITO OCULTO – é aquele que existe mas NÃO aparece


na oração.

Exemplo :

“ Amanhã cedo, continuaremos a viagem. “

Quem vai continuar a viagem ?

Resposta : (Nós) sujeito oculto, pois o pronome nós não aparece na


oração ( está subentendido).

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Para verificar seu aprendizado sobre sujeito e predicado, resolva os exercícios a
seguir em seu caderno.

ATIVIDADE 5

1. Classifique os sujeitos das orações, usando este código:


( SS ) sujeito simples
( SO ) sujeito oculto
( SC ) sujeito composto

a) ( ) O dia amanheceu nublado.


b) ( ) Eu e meus amigos viemos auxiliá-lo.
c) ( ) Nesta cidade, faz um calor intenso o ano todo.
d) ( ) Estivemos na fazenda.

2. Copie os sujeitos das orações abaixo:

a) “ As simpatias do excelente companheiro não tinham diminuído. “


b) “ No outro dia, o tempo estava inteiramente frio. “
c) “ Um homem e uma mulher loucamente apaixonados não são nenhuma
novidade.”

3. Em: “ Na mocidade, muitas coisas lhe haviam acontecido. “

O termo grifado nesta oração exerce a função de :

a) ( ) predicado
b) ( ) sujeito oculto
c) ( ) sujeito simples
d) ( ) sujeito composto

4. Na frase: “ Desejamos ajudar uns aos outros “ , identifique o sujeito.

5. Na frase: “ No dia seguinte, os jornais publicaram as fotos do acidente” , o


sujeito é :

a) ( ) No dia seguinte
b) ( ) As fotos
c) ( ) Os jornais
d) ( ) Do acidente

Parabéns !!!
Você terminou o módulo 3.
Agora prepare-
prepare-se para a prova e boa sorte !!!
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MÓDULO 4 - ARCADISMO (1768 - 1836)

Neste módulo, vamos estudar o Arcadismo, período literário que surgiu após o
Barroco. Para que você compreenda melhor esta fase, vamos ler o texto a seguir.

Texto 1

Casa no campo

Eu quero uma casa no campo


Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
onde eu possa ficar do tamanho da paz
E tenha somente a certeza dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiro e cabras pastando solenes
no meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
do tamanho ideal
pau-a-pique e sapê
Onde eu possa plantar meus amigos
meus discos
meus livros
e nada mais.
(Tavito & Rodrix, Zé. In: REGINA, Elis.)

Este texto que você leu é uma bela composição de Tavito e Rodrix, onde
o "eu-lírico" expressa o desejo de buscar na simplicidade do campo, a plenitude da
vida. Este sentimento campestre, este desejo de encontrar, na natureza, a paz, já
esteve presente em poemas produzidos no século XVIII, como você poderá observar
pela leitura do texto a seguir.

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Texto 2

Marília de Dirceu

Tomás Antônio Gonzaga

Lira XIX
Enquanto pasta, alegre, o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza

Atende, como aquela vaca preta


O novilho seu dos mais separa,
E o lanche, enquanto chupa a lisa teta.
Atende mais, ó cara
Como a ruiva cadela
Suporta que lhe morda o filho o corpo,
E salte em cima dela.

O texto 2, como você observou, também faz referência à natureza, descrevendo


o ambiente campestre como um lugar belo e ameno e foi escrito por Tomás
Antônio Gonzaga, poeta pertencente ao Arcadismo.

Os poetas árcades buscavam a simplicidade de expressão, num estilo


transparente e claro. Era o fim do estilo rebuscado, exagerado, com abuso de figuras
de linguagem e complexa estruturação.
Vários autores se destacaram nessa época, como Cláudio Manuel da Costa ,
Basílio da Gama, Frei José de Santa Rita Durão. Entretanto, o mais popular dos
poetas árcades foi sem dúvida, Tomás Antônio Gonzaga, que estudaremos neste
módulo.
Para entendermos melhor a sua obra, vamos saber como era a época em que
viveu.

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A ÉPOCA

O Arcadismo aconteceu no século XVIII, conhecido como o século das luzes,


graças às novas idéias de cientistas e filósofos que promoveram uma verdadeira
revolução na história do pensamento moderno.
A visão de mundo era calcada em dois princípios: razão e ciência. Tudo deveria
ser encarado sob um ponto de vista racional. Rejeitavam-se as superstições, as
tradições pouco científicas e a religião passou a ser vista como instrumento de
ignorância e tirania.
É nesse contexto que o Arcadismo, nome retirado da Arcádia, região da Antiga
Grécia habitada por pastores, encontra expressão no Brasil, tendo como marco inicial
a publicação de "Obras Poéticas" de Cláudio Manuel da Costa, em 1768.

CARACTERÍSTICAS

Num período em que se inicia a urbanização, o árcade revela o ideal do homem


natural como forma de rejeitar o artificialismo e o exagero.
Por isso, no Arcadismo é comum o pastoralismo: o poeta finge ser pastor, a
mulher de que ele fala é pastora. O poeta fala da vida simples, com linguagem
simples, gosta de versos sem rimas, quer a liberdade na composição poética.

Alguns princípios regem esse estilo de época; entre eles, destacamos:

Carpe Diem, na
Língua latina,
1 - o aproveitamento máximo significa viver o
do presente (Carpe Diem).
presente.

2 - a fuga da cidade para o campo, Fugere urbem é


onde tudo é perfeito (Fugere urbem). uma expressão
latina que significa
fugir da cidade.

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3 - a eliminação de tudo que é exagero
( Inutilia truncat ).
Inutilia Truncat,
expressão latina
que significa
acabar com as
inutilidades.

4 - uso de nomes poéticos simbólicos (pseudônimos).

Os poetas árcades procuram inspirações nos antigos autores clássicos (gregos e


latinos) e na mitologia pagã, daí o Arcadismo ser conhecido, também , como
Neoclassicismo.

O AUTOR E A OBRA

Tomás Antônio Gonzaga é o mais conhecido e popular poeta


do Arcadismo. Nasceu em Portugal, mas passou a infância
no Brasil. De volta a Portugal, formou-se em Coimbra. E,
1782, retorna ao Brasil nomeado para o cargo de ouvidor,
em Vila Rica, Minas Gerais.
Aos 40 anos de idade, Gonzaga apaixonou-se por uma
adolescente de 17 anos, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas.
A família da moça opunha-se ao namoro. Quando já vencia
as resistências da família e estava para se casar, foi preso
(1789) e enviado para a ilha das Cobras, no Rio de Janeiro,
como participante da Inconfidência Mineira.

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Os últimos dezessete anos de sua vida passou no degredo em
Moçambique, casado com a filha de um comerciante de escravos.
Gonzaga nunca se casou com Maria Dorotéia, mas esse namoro
tornou-se o primeiro mito amoroso de nossa literatura e inspirou uma de
nossas mais belas obras líricas, as Liras de Marília de Dirceu. Nelas
Gonzaga usou em seus poemas, o pseudônimo de Dirceu, como se fosse
um pastor. Sua amada, Maria Dorotéia, recebe o pseudônimo de Marília,
nome de uma pastora.

A obra divide-se em duas partes:

1ª parte - contém os poemas escritos no período da conquista amorosa e


do namoro.
" Num sítio ameno Dos seus amores
Cheio de rosas Na companhia
De brancos lírios Dirceu passava
Murtas viçosas; Alegre o dia."
.
2ª parte - contém os poemas escritos na prisão da ilha das Cobras. O
poeta expressa em seus versos solidão e sofrimento, saudoso de sua
amada.
" Nesta triste masmorra,
De um semivivo corpo sepultura,
Inda , Marília , adoro
A tua formosura
Amor na minha idéia te retrata;
Busca extremoso, que eu assim resista
À dor intensa que me cerca, e mata.".

"Marília de Dirceu " é um dos livros mais lidos na história da


literatura brasileira. Os dois pastores da Arcádia mineira tornaram-se o
primeiro par amoroso do imaginário brasileiro. E isso não se deve apenas
ao mito criado pelo Romantismo, mas também, e sobretudo, às qualidades
superiores da poesia de Gonzaga. "
Ricardo Silva Leite, in Apostilas de Exercícios: Marília de Dirceu. Biblioteca Folha.

Além da poesia lírica, Gonzaga escreveu ainda as famosas "Cartas Chilenas",


onde satiriza os desmandos do governador Luiz da Cunha Menezes. Os poemas
desenvolveram-se em forma de Cartas que circulavam secretamente em Vila Rica, na
época da Inconfidência Mineira. O poeta usa o pseudônimo de Critilo e critica o
governador a quem chama de Fanfarrão Minésio. Finge escrever do Chile, daí o nome
de "Cartas Chilenas".

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A seguir, vamos ler e analisar um texto de Tomás Antônio Gonzaga.

LIRA XXXVII
Tomás Antônio Gonzaga

Meu sonoro Passarinho, Ele tem ao pé da porta


Se sabes do meu tormento Uma rasgada janela,
E buscas dar-me, cantando, É da sala, aonde assiste
Um doce contentamento, A minha Marília bela.

Ah! Não cantes, mais, não cantes, Para bem a conheceres,


Se me queres ser propício; Eu te dou os sinais todos
Eu te dou em que me faças Do seu gesto, do seu talhe,
Muito maior o benefício Das suas feições, e modos.

Ergue o corpo, os ares rompe, O seu semblante é redondo,


Procura o Porto da Estrela, Sobrancelhas arqueadas,
Sobe à terra, e se cansares, Negros e finos cabelos,
Descansa num tronco dela. Carnes de neve formadas.

Toma de Minas a estrada, A boca risonha, e breve,


Na igreja nova, que fica Suas faces cor-de-rosa,
Ao direito lado, e segue Numa palavra, a que vires
Sempre firme a Vila Rica Entre todas mais formosa..

Entra nesta grande terra, Chega então ao seu ouvido,


Passa uma formosa ponte, Dize, que sou quem te mando,
Passa a segunda, a terceira Que vivo nesta masmorra,
Tem um palácio defronte. Mas sem alívio penando.

33
ATIVIDADE 1

De acordo com o texto que você leu, responda em seu caderno:

1. A quem o poeta se dirige pedindo ajuda?


a) ( ) À Marília
b) ( ) Ao passarinho
c) ( ) A uma pessoa estranha

2. Que pedido o poeta faz?

3. A amada do poeta é descrita física ou psicologicamente? Justifique sua resposta,


copiando 4 versos do poema.

4. De que lugar o poeta envia sua mensagem à Marília?


a) ( ) Do Porto da Estrela
b) ( ) Da Vila Rica
c) ( ) De uma formosa ponte
d) ( ) Da masmorra

a
Revendo
Literatura

ATIVIDADE 2

1. Qual foi o marco inicial do Arcadismo no Brasil?

2. Quem foi o mais popular poeta Árcade?

3. Qual é o pseudônimo pastoril usado por Tomás Antônio Gonzaga?

4. Que obra satírica escreveu Tomás Antônio Gonzaga?

5. Em quantas partes se divide as "Liras de Marília de Dirceu"? Explique cada uma


delas.

6. Quais são as características do Arcadismo?

34
Aluno (a),

Terminamos, neste módulo, o estudo da literatura


brasileira do período colonial. A partir do módulo 5,
você vai entrar em contato com a literatura do
período nacional que se inicia com o Romantismo.

35
36
ESTRUTURA DA NARRATIVA

Você aprendeu, no módulo 3, que um texto narrativo é formado por um


enredo com personagens que agem num tempo e num espaço.
Neste módulo, você verá que além desses elementos, um texto narrativo também
exige uma organização própria, apresentando a seguinte estrutura:

 SITUAÇÃO INCIAL OU APRESENTAÇÃO

 DESENVOLVIMENTO OU COMPLICAÇÃO

 SITUAÇÃO FINAL OU DESFECHO

A seguir , você vai ler um texto e perceber como a estrutura se organiza.

Apelo

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer
a verdade, não senti falta, foi bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina.
Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por
engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite a primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio
aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada.
Toda casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de
fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles iam eu ficava só,
sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na
varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada - o
meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela,
não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia
furada. Que fim levou o saca rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora,
conversar com os outros : boca nervosas mastigando. Venha para casa, Senhora,
por favor.

(Dalton Trevisan, Os mistérios de Curitiba)

37
SITUAÇÃO INICIAL OU APRESENTAÇÃO

É o momento, quase sempre no início da história, na qual são apresentados os


fatos iniciais, os personagens e às vezes, o tempo e o espaço.

Veja o exemplo:

" Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa...


Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o
prato na mesa por engano, a imagem de relance no
espelho. "

DESENVOLVIMENTO OU COMPLICAÇÃO

É o fato que interrompe o equilíbrio da situação inicial e dá início à complicação,


criando um problema.

Veja o exemplo:

" Com os dias, Senhora, o leite a primeira vez coalhou...


Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou
o saca rolhas?

SITUAÇÃO FINAL OU DESFECHO

É o momento da solução do conflito, podendo ser feliz ou não. Há vários tipos de


desfechos: surpreendente, feliz, trágico , cômico, esperado ...

Veja o exemplo :

" Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os


outros: bocas nervosas mastigando. Venha para casa, Senhora,
por favor. "

38
ATIVIDADE 3

Aluno (a), escolha uma das propostas abaixo para redigir (escrever) seu próprio
texto narrativo.

Lembre-se: um texto narrativo é formado por


elementos da narrativa ( enredo, narrador,
personagem, tempo e espaço) e também exige
uma estrutura ( início , desenvolvimento e fim).

Proposta 1

 Redija uma narração, isto é, um texto em que você contará uma história
interessante, a partir do tema proposto abaixo:

TEMA: " Com licença, mas este caso eu prefiro contar ... "

Observação: O tema proposto pede


uma narrativa em 1ª pessoa
(narrador personagem ).

Proposta 2

 Redija uma narração, isto é, um texto em que você contará uma história, dando
continuidade ao texto abaixo:

" Morador de uma cidade grande, João Brasileiro engole


diariamente a fumaça lançada no ar por automóveis e fábricas .
Tossindo de raiva, acende o último cigarro e joga o maço pela
janela do carro. No domingo de sol, leva os filhos a passear no
parque e compra sorvetes para os garotos ".

(Superintessante, 5 de maio 1989)

39
Observação : o tema proposto pede uma narração em
3ª pessoa (narrador observador), o personagem principal
já tem um papel definido: um homem de classe média,
insatisfeito, proprietário de automóvel e pai de família.

Proposta 3

 Narre um fato de sua infância que você considera significativo para a sua
formação.

Observação: Além da narrativa em 1ª pessoa


(narrador personagem), o tema exige um trabalho
especial com o elemento tempo, pois você irá narrar
fatos de sua infância (passado) que refletem em sua
vida de adulto (presente).

Dica importante: Antes de começar seu texto, já


tenha em mente toda a história,
sabendo inclusive como finalizá-la.
Não se esqueça de fazer um
rascunho antes de passar a redação
final.

ATENÇÃO : Esse trabalho valerá ponto e deverá ser entregue


em folha avulsa às professoras.

Boa Sorte !

40
41
Aluno (a), você recorda que no módulo anterior iniciamos o estudo do sujeito e
predicado. Você estudou os vários tipos de sujeito, tais como: sujeito simples,
composto, oculto.
Neste módulo, vamos dar início aos tipos de predicado. Então, vamos lá !!!

Recordando Predicado é tudo aquilo que se


diz do sujeito.

Exemplo:

♦ Os operários lutam por melhores salários.

Sujeito Predicado

TIPOS DE PREDICADO

 PREDICADO VERBAL - No predicado verbal, o verbo indica uma AÇÃO


ou um FATO.

Exemplos:

♦ As luzes da cidade surgiram à nossa frente.

verbo de ação

Predicado Verbal

♦ Lúcia saiu com o carro.

verbo de ação

Predicado Verbal

42
 PREDICADO NOMINAL - É formado por um VERBO DE LIGAÇÃO + um
PREDICATIVO (que indica ESTADO OU QUALIDADE do sujeito).

ATENÇÃO
OS VERBOS DE LIGAÇÃO SÃO:
SER, ESTAR, FICAR, PARECER,
PERMANECER, CONTINUAR, ANDAR.

Exemplos:

• As luzes da cidade eram brilhantes.

verbo de
ligação predicativo (qualidade)

Predicado Nominal

• Lúcia estava apressada.

verbo de predicativo (estado)


ligação

Predicado Nominal

 PREDICADO VERBO-NOMINAL - É quando o predicado tem um verbo que


indica AÇÃO OU FATO, e também um PREDICATIVO (que indica
QUALIDADE OU ESTADO DO SUJEITO).

Exemplos:

• As luzes da cidade surgiram brilhantes à nossa frente.

verbo de ação predicativo (qualidade)

Predicado Verbo - Nominal

• Lúcia saiu apressada com o carro.

verbo predicativo
de ação (estado)

Predicado Verbo - Nominal


43
Para verificar se você entendeu sobre os " tipos de predicado " resolva os
exercícios a seguir em seu caderno.

ATIVIDADE 4

1. Observe a seguinte oração :

" Todos os professores o consideram inteligente. "

Assinale a alternativa INCORRETA :


a) ( ) "Todos os professores " é sujeito.
b) ( ) " Consideram " é verbo de ligação.
c) ( ) O predicado da oração é verbo- nominal.

2. Observe o predicado das orações:


I - A multidão caminha pela estrada.
II - O porteiro, contrariado, foi reclamar ao gerente.
III - Naquele dia eu a encontrei mais feliz.

De acordo com as orações acima, ocorre predicado verbo-nominal em:


a) ( ) I, II e III
b) ( ) apenas I e II
c) ( ) apenas I e III
d) ( ) apenas II e III
e) ( ) apenas II

3. Classifique o predicado das orações abaixo usando:


PV (para Predicado Verbal)
PN (para Predicado Nominal)
PVN ( para Predicado Verbo - Nominal)

a) ( ) A situação realmente era grave.


b) ( ) Cláudia saiu contente.
c) ( ) O estúdio permaneceu fechado o dia inteiro.
d) ( ) Entregue a carta ao chefe.
e) ( ) A notícia deixou a mulher preocupada.

4. O professor entrou apressado. O termo grifado indica:


a) ( ) predicado nominal
b) ( ) predicado verbo - nominal
c) ( ) predicado verbal
d) ( ) adjunto adverbial

5. Assinale a alternativa onde aparece um predicativo do sujeito:


a) ( ) Como o povo está tristonho !
b) ( ) Agradou ao chefe o novo funcionário.
c) ( ) Ele nos garantiu que viria.
d) ( ) No Rio não faltam diversões.
44
PREDICAÇÃO VERBAL

Predicação verbal é o estudo dos verbos que constituem o predicado. Quanto a


predicação, os verbos podem ser:

1. VERBOS INTRANSITIVOS - são verbos que têm sentido COMPLETO,


portanto NÃO precisam de complemento.

Veja os exemplos :

 A chuva parou.

 O sol desapareceu.

 Todos riram.

Observação:
Os verbos intransitivos podem vir acompanhados de
circunstâncias que indiquem tempo, lugar, modo,
intensidade; mas mesmo assim, continuam sendo
intransitivos.

 Observe os exemplos :

♦ A chuva parou ontem.


♦ O sol desapareceu atrás dos montes.
♦ Todos riram muito.

3. VERBOS TRANSITIVOS - São verbos que têm sentido INCOMPLETO,


portanto EXIGEM um complemento. Os verbos transitivos são divididos
em:
 Transitivos diretos
 Transitivos indiretos

45
A) TRANSITIVOS DIRETOS - quando EXIGEM complemento SEM precisar de
de preposição.

Veja o exemplo:

• O fazendeiro vendia café.

VTD complemento

O fazendeiro vendia o quê ? café

 Portanto " café " é o complemento do verbo " vendia ", que é um verbo
transitivo direto pois não exigiu uma preposição.

Você se lembra das PREPOSIÇÕES ?


Então recorde algumas delas:
Recordando

de - da - do - em - à - ao - para - com -
no - na - sobre - por - pela - pelo...

B) TRANSITIVOS INDIRETOS - quando EXIGEM complemento COM


preposição.

Veja o exemplo:
Preposição

• Carlos necessita de livros.

VTI complemento

Carlos necessita de quê? de livros.

 Portanto " de livros " é o complemento do verbo " necessita ", que é um verbo
transitivo indireto pois exigiu a preposição " de ".

46
C) TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS - quando possuem dois
complementos: um sem preposição e outro com preposição.

Veja o exemplo :
Preposição

• Nós oferecemos flores à professora.

VTDI 1º complemento 2º complemento

Nós oferecemos o quê ? flores.


Nós oferecemos à quem ? à professora.

Portanto " flores " e " à professora " são complementos do verbo " oferecemos ", que
é um verbo transitivo direto e indireto pois no 1º complemento o verbo não
exigiu preposição, já no 2º complemento o verbo exigiu a preposição "à ".

3. VERBOS DE LIGAÇÃO - é todo verbo cuja única função é ligar o


sujeito a um estado, uma característica ou modo de ser do sujeito.
A característica, o estado ou modo de ser atribuído ao sujeito através do
verbo de ligação recebe o nome de predicativo.

Os verbos de ligação são : ser, estar, ficar, parecer,


permanecer, continuar, andar.

Veja os exemplos :

 Meu amigo é estudioso.

verbo de ligação (verbo ser)

 As crianças ficaram felizes.

verbo de ligação (verbo ficar)

 Antigamente as ruas permaneciam mais limpas.

verbo de ligação (verbo permanecer)

47
Para verificar se você entendeu sobre “ predicação verbal “ resolva os exercícios
a seguir em seu caderno.

ATIVIDADE 5

1. Em " O tempo estava de morte, de carnificina" o verbo grifado é:


a) ( ) de ligação
b) ( ) transitivo indireto
c) ( ) intransitivo
d) ( ) transitivo direto

2. Em "Cuspi no chão com um nojo desgraçado daquele sangue..." , o verbo cuspi é:


a) ( ) transitivo direto
b) ( ) intransitivo
c) ( ) transitivo indireto
d) ( ) verbo de ligação

3. Classifique os verbos das orações abaixo usando:


VTD (verbo transitivo direto)
VTI (verbo transitivo indireto)
VTDI (verbo transitivo direto e indireto)

a) ( ) Informamos o endereço ao turista


b) ( ) A notícia agradou a todos.
c) ( ) Precisamos de paz.
d) ( ) Algumas pessoas receberam vários brindes.

4. Observe as orações abaixo :


I - A chuva permanecia calma.
II - A tempestade assustou os habitantes da vila.
III - Os alunos estavam preocupados.

Há predicativo do sujeito:
a) ( ) somente na I
b) ( ) em todas
c) ( ) na I e III
d) ( ) na II e III

Parabéns !!!
Você terminou mais um módulo ,continue os seus estudos com determinação,
refletindo sobre a mensagem que deixamos no final da apostila para você.

48
GABARITO - MÓDULO 3

ATIVIDADE 1

1. a
2. a
3. c
4. b

ATIVIDADE 2

1. O Barroco aconteceu no Brasil no século XVII e teve seu marco inicial o pema
"Prosopopéia " de Bento Teixeira, escrito em 1601.
2. O principal poeta do Barroco foi Gregório de Matos.
3. c
4. Gregório de Matos foi apelidado de "Boca do Inferno " , pois seus poemas
apresentam uma crítica violenta aos costumes e à sociedade da época e suas sátiras
atingiam a todos: ricos , pobres, o clero, as autoridades, os mulatos, as mulheres de
vida desregrada, os senhores de engenho, os comerciantes.
5. A poesia de Gregório de Matos está dividida em : poesia satírica, poesia lírica e
poesia religiosa.
6. a / b / d
7. O grande prosador do Barroco no Brasil foi Padre Antônio Vieira e sua obra divide-
se em cartas, sermões e profecias.

ATIVIDADE 3

1. O narrador do texto é narrador observador (3 ª pessoa) pois não participa dos


fatos narrados.
2. A protagonista do texto é a Joana.
3. Ela é mulata.
4. b
5. A história se passa em apenas um dia.
6. Os fatos ocorrem num humilde barracão.

49
ATIVIDADE 4

1. a) artigos: um, o, a
b) substantivo : criaturas, árvores, flores, melodias, violinos.
c) numerais: dez, cem
2. substantivos: moça, olhar, pedaços, coração.
adjetivos: bonita, agateado
artigos: uma, o
preposições: de, em
verbo: deixou
pronome: meu

ATIVIDADE 5

1. a) sujeito simples (SS)


b) sujeito composto (SC)
c) sujeito simples (SS)
d) sujeito oculto (SO)
2. a) " As simpatias do excelente companheiro ".
b) " O tempo "
c) " Um homem e uma mulher loucamente apaixonados ".
3. c
4. Sujeito oculto
5. c

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

50
GABARITO - MÓDULO 4

ATIVIDADE 1

1. b
2. O poeta pede ao passarinho mandar um recado à Marília , sua amada.
3. A amada do poeta é descrita fisicamente "semblante redondo "; "sobrancelhas
arqueadas "; "cabelos finos e negros "; "boca risonha e breve ".
4. d

ATIVIDADE 2

1. O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publicação de "Obras Poéticas " de


Cláudio Manuel da Costa, em 1768.
2. O mais popular poeta árcade foi Tomás Antônio Gonzaga.
3. O pseudônimo usado por Tomás Antônio Gonzaga é "Dirceu ", um pastor.
4. Gonzaga escreveu as famosas "Cartas Chilenas ", que são poemas em forma de
cartas onde ele satiriza e critica os desmandos do governador Luiz da Cunha Menezes.
5. As "Liras de Marília de Dirceu " divide-se em duas partes: a primeira parte contém
os poemas escritos no período da conquista amorosa e do namoro dele, Dirceu, com
Marília. A segunda parte contém os poemas escritos na prisão da ilha das Cobras,
onde o poeta expressa em seus versos solidão, sofrimento e saudade de sua amada.
6. As características do arcadismo são:
• Pastoralismo - o poeta finge ser pastor, gosta da vida simples, da vida no
campo.
• Uso da linguagem simples - o poeta gosta de versos sem rimas, usa palavras de
fácil entendimento, quer liberdade na composição poética.
• Eliminação de tudo que é exagero - o poeta árcade rejeita o artificialismo e o
exagero do homem Barroco.
• Uso de pseudônimos - o poeta árcade faz uso de nomes simbólicos.

51
ATIVIDADE 3

Resposta livre.

ATIVIDADE 4

1. b
2. d
3. a) PN
b) PVN
c) PN
d) PV
e) PVN
4. b
5. a

ATIVIDADE 5

1. a
2. b
3. a) VTDI
b) VTD
c) VTI
d) VTD
4. c

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

52
Para pensar...

Quando tudo parecer obscuro,


quando não houver mais nenhuma
porta para bater,
quando a solidão se instalar em nossa vida,
é preciso ainda ter esperança
de que corações e mãos poderão nos acolher.

EQUIPE DE PORTUGUÊS DO CEESVO


CRISTIANE - ILZA - IVÂNIA – SANDRA - MAURA

53
BIBLIOGRAFIA

 Proposta Curricular para o Ensino de Português - Ensino Médio -


Secretaria de Estado da Educação - Coordenadoria de Estudos e
Normas Pedagógicas - São Paulo - 2. Ed. - 1992.

 Parâmetros Curriculares Nacionais - Português e Apresentação dos


Temas Transversais - Ministério da Educação e do Desporto -
Secretaria da Educação - Brasília - 1997.

ABDALA JÚNIOR, Benjamim; CAPEDELLI, Samira Youssef. Tempos


da literatura brasileira. São Paulo, Ática, 1985.

ALMANAQUE ABRIL. CD ROM, 8. ed. 2000.

Apostila de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Educação de


Jovens e Adultos. Maringá, CEEBJA, 2001.

CINTRA, Lindley; CUNHA, Celso Ferreira da. Nova Gramática do


português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1985.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da


língua portuguesa. Rio de Janeiro.

JORNAIS: Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Cruzeiro do Sul.

KURY, Adriano da Gama. Lições de análise sintática. 3. ed. Rio


de Janeiro, Fundo de Cultura, 1984.

LEITE, Lígia Moraes. O foco narrativo. 4. ed. São Paulo. Ática,


1989.

MACEDO, José Armando. A redação do vestibular. São Paulo,


Moderna, 1977.

MAIA, João Domingues. Língua, literatura e redação. 2. ed. São


Paulo, Ática, 2002.

54
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da
língua portuguesa. 11. ed. São Paulo, Scipione, 1993.

ROCCO, Maria Thereza Fraga. A redação no vestibular. São


Paulo, Mestre Jou, 1981.

SOARES, Magda; CAMPOS, Edson Nascimento. Técnica de


redação. Rio de Janeiro, ao Livro Técnico, 1979.

TELECURSO 2000, Língua Portuguesa, Ensino Médio. 2 ed.


São Paulo, Editora Globo.

TERRA, Ermani. Curso Prático de Gramática. 2. Ed. São Paulo,


Scipione, 1991.

_________. & NICOLA, José de. Guia prático de ortografia. São


Paulo, Scipione, 1995.

55
esta apostila foi elaborada pela
equipe de português do CEESVO
centro estadual de educação supletiva
de votorantim

professoras:
professoras - 2007
cristiane albiero
ilza ribeiro da silva
ivânia valente miranda
sandra mara romano
MAURA BERTACO TEOBALDO

DIREÇÃO:
DIREÇÃO:
ELISABETE MARINONI GOMES
MARIA ISABEL R. DE C. KUPPER

coordenação : neiva aparecida ferraz nunes

votorantim, JUNHO / 2007

Observação

material elaborado para uso exclusivo de


cees, sendo proibida a sua comercialização.

Apoio : prefeitura municipal de


votorantim .
56

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