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Para facilitar seus estudos:

 Leia atentamente os módulos e se achar necessário responda


NO CADERNO as atividades propostas. Elas não são
obrigatórias.

 Consulte o dicionário sempre que não souber o significado das


palavras. Se necessário, utilize o volume da biblioteca.

 Se você tiver dúvidas com a matéria, consulte uma das


professoras na sala de História.

IMPORTANTE:

NÃO ESCREVA NA APOSTILA, POIS ELA SERÁ


TROCADA POR OUTRA.

A TROCA SÓ SERÁ FEITA SE A APOSTILA ESTIVER EM


PERFEITO ESTADO.
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

O PERÍODO MEDIEVAL

Você já leu algo a


respeito de enormes
castelos com pontes
movediças para protegê-
los de invasores?
Castelos habitados por
reis, princesas, condes,
marqueses, barões e
muitos outros nobres?

Nas leituras você


certamente ficou
sabendo como se
realizavam as batalhas,
geralmente para
defender a honra dos senhores, donos das terras (senhores feudais).

Isso tudo diz respeito a um período da história da Europa chamado


Medieval, ou Idade Média.

Os castelos existem até hoje em muitos países europeus, mas o modo


de vida das pessoas mudou completamente.

O Brasil não teve as características da época medieval, porque a


América passou por uma evolução sócio-econômico-cultural diferenciada da
Europa.
Ao compreender a história medieval, você entenderá melhor o processo
histórico desenvolvido entre o período do século V ao XV, na Europa.

Você aprendeu que no século XVI, o mundo conhecido dos europeus se


limitava à Europa, Oriente Médio e África.

Nessa época, a América ainda não era conhecida dos europeus, e a


Europa era por eles considerada o centro do mundo.

Mas, como era a vida na Europa medieval?


Se você morasse na Europa no período medieval, viveria
num mundo povoado por reis, nobres (senhores feudais) e
sacerdotes morando em castelos, e por servos morando em
pequenas aldeias e em propriedades coletivas situadas em volta
dos castelos.

O período medieval estendeu-se do século IV ao XV.

1 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Durante séculos, o Império Romano


dominou grande parte da Europa. Uma Os germanos foram o principal
poderosa estrutura administrativa, com e mais numeroso grupo a
exércitos e estradas que interligavam todo o invadir o Império Romano.
território, possibilitou aos romanos impor às Dividiam-se em subgrupos:
populações dessa parte do continente seu anglos, saxões, lombardos,
domínio, seu modo de vida e seus costumes. francos, bretões entre outros.
Foram tão importantes para a
A partir do século III, esse cenário formação da Europa atual que
começaria a se alterar, quando diversos povos
muitos lugares têm até hoje,
de origem germânica, eslava e,
posteriormente, árabe, invadiram a parte nomes originários dos grupos
ocidental da Europa iniciando um novo modo que os ocuparam: os bárbaros
de vida com características e particularidades francos, por exemplo,
próprias. formaram a atual França.

No início, essas invasões foram


realizadas pacificamente, mas com o tempo tomaram-se violentas, o que gerou
destruição e insegurança em várias áreas da Europa.

O que você faria se as cidades vizinhas a


Votorantim fossem invadidas e chegasse a nossa
cidade a notícia de que seríamos os próximos a
sofrer pilhagens, saques e todo tipo de violência e
não tivéssemos como nos defender?

Veja o que aconteceu na Europa na Idade


Média, durante a invasão dos bárbaros. Os romanos
chamavam de
Algumas populações dominadas pelos BÁRBAROS todos os
romanos receberam bem os povos invasores, porque
eles representavam a libertação da exploração povos que viviam fora
romana. de seu território e não
tinham cultura
Entretanto, alguns resistiram e outros se
refugiaram nos campos procurando proteção nas romana, ou seja, não
grandes propriedades rurais. falavam latim nem
possuíam os mesmos
Os povos invasores após pilharem as cidades,
se dirigiram aos campos provocando destruição e
costumes e tradições
mudanças que foram estruturando um novo tipo de que os romanos.
vida na Europa. Esse novo tipo de vida contendo
características do mundo romano e do modo de viver
dos invasores, é chamado de feudalismo.

Feudalismo: sistema político, econômico, social e cultural que


vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média.

CEESVO 2
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

E quais são as características do feudalismo?

Observe as características políticas que predominam nos


países da atualidade, incluindo o Brasil:

1. A maioria adota a forma republicana, ou seja, é governada por


presidentes ou primeiros-ministros.
2. A maioria desses países é organizada sob a forma de Estados regidos
por constituições que estabeleceram normas econômicas, políticas e
sociais.
3. O poder na maioria desses Estados divide-se em poder executivo,
poder legislativo e poder judiciário.

 A política no feudalismo
A Europa ficou dividida em reinos, mas os reis não tinham muito poder,
pois esses reinos eram divididos em grandes extensões de terras, chamados
feudos. O domínio no feudo era exercido pelo senhor feudal, que possuía
poder absoluto dentro dele.

Observe a representação a seguir. Ela mostra as partes de um feudo.

O feudo era o domínio do senhor feudal e era a unidade básica de


produção. Nele havia:

 o castelo: onde morava o senhor feudal.


 a vila ou aldeia: onde moravam os servos.
 as terras: onde os servos trabalhavam.

3 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

 A Sociedade no feudalismo

Você mora num país dividido em classes sociais, onde uma pessoa
pode ou não mudar de uma classe social para outra.
A pirâmide social do Brasil é constituída das seguintes classes
sociais:
 ELITE: grandes proprietários de terras, grandes empresários e banqueiros.
 CAMADA INTERMEDIÁRIA: profissionais liberais, pequenos empresários e
pequenos proprietários rurais.
 CAMADAS POPULARES: assalariados, sem-terra, sem-teto e trabalhadores
autônomos.
OBSERVAÇÃO: Nas camadas intermediária e popular existem
atualmente milhões de desempregados.

No feudalismo, a sociedade era dividida em estamentos, ou seja, as


pessoas permaneciam desde o nascimento até à morte, numa mesma posição
dentro da sociedade.
Observe a pirâmide da sociedade feudal:

Os vilões eram
camponeses livres,
geralmente
descendentes de
pequenos
proprietários
romanos que, não
podendo defender
suas terras,
entregavam-nas a
um senhor em
troca de proteção.

A sociedade era dividida em: clero, nobres e servos e não permitia a


mobilidade social, isto é, não havia possibilidade da pessoa mudar sua
situação social; quem nascia servo, jamais poderia deixar de sê-lo.

CEESVO 4
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

AS MULHERES NA IDADE MÉDIA


“A sociedade feudal era um mundo predominantemente masculino. Em
teoria, as mulheres eram consideradas inferiores aos homens; na prática,
estavam sujeitas à autoridade masculina. Os pais promoviam os
casamentos das filhas. As moças de famílias aristocráticas (ricas) eram
casadas geralmente aos 16 anos, ou ainda mais jovens, com homens
muito mais velhos; as jovens que não se casavam tinham de entrar para
um convento. A mulher do senhor estava à mercê do marido; se o
aborrecesse, podia ser espancada. Mas a senhora do castelo
desempenhava funções importantes. Distribuía tarefas aos criados,
preparava remédios, preservava alimentos, ensinava às jovens costurar,
tecer e fiar, e, apesar de sua posição subordinada, era responsável pelo
castelo na ausência do marido. Embora a Igreja ensinasse que homens e
mulheres eram preciosos aos olhos de Deus e que o casamento era um
rito sagrado, alguns religiosos viam as mulheres como agentes do
demônio, sedutoras malignas que, como a Eva da Bíblia, levavam os
homens ao pecado.”
(Marvin Perry e outros. Civilização ocidental, uma história concisa, p.191)

Como era a vida nos feudos?


Os nobres viviam caçando, participavam
de torneios e guerreavam; o clero, além de
possuir 2/3 das terras da Europa feudal, cuidava
da vida religiosa e influenciava o poder político
nos feudos.
Nessa sociedade, o senhor feudal, em sua
propriedade (feudo), concentrava toda a
administração e a justiça. A maior parte da
sociedade era composta pelos servos.

E a vida do servo? Como era?

Os servos trabalhavam devendo obrigações aos seus senhores


(nobres). Viviam em condições precárias de subsistência. Embora pudessem
usar um pedaço de terra, bem pouco daquilo que produziam ficava para o
sustento da família, pois grande parte da produção era entregue a seus
senhores e à Igreja sob forma de tributos (impostos). (A Igreja também
aumentou seus domínios graças ao dízimo, taxa de 10% sobre a produção dos
fiéis).

5 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Então o servo era como o escravo?

Como o servo necessitava da proteção oferecida pelo senhor feudal, ele


tinha a obrigação de permanecer e trabalhar na terra desse senhor, mas
apesar do servo estar ligado à terra, não podia ser vendido; o servo não era
propriedade do seu senhor, diferente do escravo que era vendido porque era
propriedade do dono.

Anote em seu caderno:

O feudalismo implicava em muitas injustiças e sofrimentos


para os que estavam na base da pirâmide social.

Para pagar tantos impostos, quase sempre as colheitas não


bastavam. Por outro lado, as comunicações e transportes eram
difíceis, obrigando os camponeses a longas jornadas de trabalho
para conseguirem produzir no próprio feudo tudo que precisavam,
desde o pão e as vestes até as próprias ferramentas. A terra,
cansada, também produzia pouco, exigindo maior dedicação.
Assim, da primavera ao outono, a vida do homem do campo era
um contínuo trabalhar de sol a sol. Nesses afazeres, participava
toda uma grande família, que ia dos pais e filhos até parentes
próximos e amigos, todos obedecendo ao mesmo senhor feudal.
As casas, construídas por eles mesmos, eram simples, de madeira,
barro e palha; eram pequenas e muitas vezes abrigavam também
os animais de pequeno porte junto com as pessoas. As únicas
paradas nessa luta cotidiana eram as festas religiosas.
Além de explorados no trabalho, os camponeses eram pouco
considerados pelos nobres e pelo clero, que os viam como
grosseiros, de inteligência limitada, apropriados para os duros
trabalhos da terra.
Extraído de: “História Dinâmica” – Bruna R. Cantele - IBEP

Responda em seu caderno:

01. Com base no texto acima, você nota muita diferença entre o
camponês feudal e os bóias-frias de hoje? Explique.

CEESVO 6
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

 A Economia feudal

A economia do Brasil está baseada na produção,


industrialização e comercialização de produtos, que podem ser de importação
ou exportação. Então, a economia do Brasil, está inserida na globalização,
fazendo parte de grandes mercados internacionais, como exemplo, o Mercosul.
A maioria das pessoas vive na zona urbana, usufruindo dessa economia
de consumo.

No feudalismo, com a fuga da população da cidade para o campo, a


principal fonte de subsistência passou a ser a agricultura. Praticamente, não
havia comércio e sim troca de produtos dentro de cada feudo. Assim, os feudos
eram auto-suficientes, quer dizer, produzia-se e trocava-se dentro de cada um
deles tudo o que sua população precisava. Nesse período, por conseqüência, o
dinheiro praticamente desapareceu.
Durante a Idade Média, produzia-se na terra quase todas as
mercadorias de que se necessitava e, por isso, somente a terra era o indicativo
de poder de quem a possuía.
As características econômicas do feudalismo influenciaram fortemente a
política. A quase inexistência do comércio e o fato de as moedas não
circularem impediram que o rei, ou qualquer outro tipo de governante,
arrecadasse impostos. E se não há arrecadação de impostos, é impossível
construir um exército; se não existe exército, não há poder coercitivo (que
impõem limites; repressivo) que faça alguém se sentir obrigado a obedecer ao
rei.

 Cultura medieval

A cultura está desvinculada


da religião.

No período medieval, a insegurança,


o medo, o caos econômico provocou o
aparecimento de um forte espírito de
religiosidade. Vivendo num mundo de
incertezas, miséria e guerras, o homem
medieval buscava na Igreja uma esperança.

A Igreja Católica determinava o


modo de viver e de pensar das pessoas,
impondo regras tidas como verdades
absolutas, utilizava a ignorância da
população para garantir o seu poder e
dissolver a insegurança, mantendo a Catedral de Worms (Alemanha)
ordem imposta pela classe dominante.

7 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

E por que a população dessa época era ignorante?

A vida era miserável, a exploração


era intensa e a falta de escolas impedia o
acesso ao saber que era restrito ao clero.

Portanto, a Igreja se apossava dos


novos conhecimentos científicos,
reprimindo a reformulação do que era
conhecido na Antigüidade; com isso
mantinha somente entre os seus membros
o acesso aos conhecimentos que eram
produzidos.

Impondo normas religiosas e de


conduta (confissão obrigatória, dízimo,
penitências, batismo, lealdade aos
senhores, pagamento de impostos, etc...),
a Igreja vinculava o cumprimento dessas
normas como condição para o indivíduo
alcançar o “reino do céu”.
Monge copista
Mantendo o povo na ignorância, a
Igreja dominava não só espiritualmente, pois impunha também regras de moral
e conduta às pessoas, mas também materialmente já que a Igreja detinha
grande parte das terras da Europa Ocidental, o que lhe dava imenso poder de
dominação.

EM RESUMO:
 O Império Romano do Ocidente sofreu
contínuas invasões dos chamados
povos bárbaros.
 Guerras contínuas provocaram a
destruição de cidades e a população
buscou refúgio nos campos.
 Gradativamente, costumes romanos e germânicos foram se mesclando
dando origem ao feudalismo.
 O feudalismo implicou numa descentralização do poder político nas
mãos da nobreza, numa economia agrícola de subsistência, numa
sociedade fechada, sem mobilidade social, inteiramente dominada pela
Igreja Católica, que legitimava o sistema feudal.

Responda em seu caderno:

02. Explique o que você entendeu por mobilidade social.


03. Observe as semelhanças que existem entre os povos que viveram na
Idade Medieval e os povos da atualidade, através da afirmativa: O
feudalismo “implicava em muitas injustiças e sofrimentos para os
que estavam na base da pirâmide social.”
04. Descreva como era o sistema econômico da época medieval.

CEESVO 8
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

AS CRUZADAS
Durante a Idade Média, a maior
parte da população da Europa
ocidental vivia no campo. Como
vimos, isso acabou gerando a
diminuição da atividade comercial e
das cidades. Apenas com as
Cruzadas, a partir do século XI, é
que essa realidade começou a se
transformar.

Mas o que foram essas


Cruzadas?

Os lugares sagrados do
cristianismo, como a região do Santo
Sepulcro, em Jerusalém, e outras
regiões da Palestina, estavam em
poder dos muçulmanos. A vontade
de reconquistar esses lugares levou
o papa Urbano II, em 1095, a fazer
um grande apelo à cristandade
ocidental, para que movesse uma
guerra santa contra os povos
muçulmanos.
Atendendo aos apelos do papa, os cristãos organizaram expedições
militares que receberam o nome de Cruzadas.
Além da motivação religiosa, a organização das cruzadas teve outras
causas, como o espírito guerreiro dos nobres feudais e a necessidade
econômica de retomar importantes cidades comerciais que estavam em poder
dos muçulmanos.
De 1096 a 1270, os cristãos europeus organizaram oito cruzadas. Cada
uma teve suas próprias características, deixando conseqüências marcantes
na política e na economia da Idade Média.

Entre as principais conseqüências do movimento das cruzadas,


podemos destacar:

⇒ Empobrecimento dos senhores feudais, que tiveram suas economias


arrasadas pelos elevados custos da guerra santa.
⇒ Fortalecimento do poder real, que cresceu à medida que os senhores
feudais perdiam sua tradicional força.
⇒ Reabertura do Mediterrâneo, que se encontrava sobre o poder dos
muçulmanos, possibilitando a retomada do intercâmbio comercial entre
Europa e Oriente. Com isso, houve crescente rompimento na economia
fechada do feudalismo.
⇒ Desenvolvimento intelectual e cultural promovido pelo contato com os
povos do Oriente.

9 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, MESMO


Há 900 anos, no dia 18 de novembro de 1095, o papa Urbano II e o monge
Pedro, o Eremita, botaram fogo no mundo. Atendendo aos apelos dos
cristãos do Oriente, o papa reuniu nobres feudais em Clermont, na França,
e pediu que libertassem Jerusalém dos árabes. Foi um discurso fulminante.
Começaram, aí, as Cruzadas, a verdadeira primeira guerra mundial. Para
os árabes, foram 200 anos de invasões bárbaras que deixaram cicatrizes
que doem até hoje.
As Cruzadas na Terra Santa começaram em 1095 e terminaram em 1291,
com a derrota dos cristãos. Mas, fora da Palestina, continuaram até o século
XVI. Houve cruzadas na Espanha e no Báltico, contra os pagãos da Letônia
e da Finlândia, contra cristãos heréticos, e até contra camponeses
sublevados na Alemanha. Todas foram convocadas pelos papas em nome de
Cristo e em defesa da cristandade
As cruzadas expulsaram os muçulmanos da Europa, expandiram a
influência européia e criaram países latinos na Palestina que duraram 200
anos, mas falharam no essencial: não conquistaram a Terra Santa. Pior:
embora fossem convocadas para defender os peregrinos cristãos,
perseguidos pelos árabes em Jerusalém, e os cristãos do Oriente contra a
expansão muçulmana, iniciada no século VIII, uma das cruzadas (a Quarta)
invadiu Constantinopla, a Roma grega do Oriente (também conhecida como
Bizâncio, hoje, Istambul), saqueou-a e repartiu o Império Bizantino entre
barões europeus. Os cristãos gregos nunca mais perdoaram os ocidentais e
consumou-se o cisma entre a Igreja Cristã Ortodoxa Grega e a Igreja
Católica Apostólica Romana, que perdura até hoje.
Para os muçulmanos, a tragédia foi maior. Durante 200 anos, centenas de
milhares de peregrinos armados, aventureiros, guerreiros, cavaleiros
medievais e exércitos regulares liderados pelos reis da Europa desabaram
sobre o Oriente Médio. Embora a guerra fosse contra os árabes, no caminho
até Jerusalém, os cruzados também atacaram os judeus.
Na Palestina, conviviam cristãos de várias seitas, gregos, armênios, judeus,
muçulmanos sírios, egípcios e turcos. A cultura árabe era mais próxima da
grega, mais cosmopolita e mais humanista do que a cultura medieval. Mas
os árabes eram desunidos e guerreavam entre si, sem parar. Os cruzados
encontraram povos independentes e souberam aliar-se com alguns. As
marcas das cruzadas duram até hoje. O turco Mehmet Ali Agca, que atirou
no papa, e 1981, declarou: “Decidi matar João Paulo II, comandante
supremo dos cruzados”. A maior divisão do exército da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP) chama-se Hattin, o nome da batalha em que o
sultão Saladino venceu os cruzados. Para muitos árabes, o Estado de Israel
parece um Estado cruzado.
(Revista Superinteressante, ano 9, n ° 10, pp.46-47)

CEESVO 10
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO

Com as Cruzadas os
europeus passaram a
conhecer e fazer uso de
novos produtos trazidos
do Oriente, como
gengibre, pimenta,
canela, cravo-da-índia,
óleo de arroz, açúcar,
amêndoas, etc. Tapetes
vieram substituir a palha e
o junco usados para forrar
o chão dos castelos. As
sedas e os brocados
modificaram as
vestimentas, e espelhos
de vidro substituíram os
discos de metal polido
usados até então.

Como você já estudou,


com as Cruzadas, os
Detalhe de miniatura francesa do século XV europeus recuperaram o
que retrata o comércio medieval. controle do mar
Mediterrâneo, o que
facilitou muito o transporte de mercadorias por essa região.

Os mercadores europeus, principalmente os italianos, passaram a ir


mais vezes ao Oriente e a levar maior quantidade de mercadorias da Ásia
para a Europa. Essas mercadorias eram vendidas em feiras realizadas no
interior da Europa, onde o comércio foi reativado.
À medida que o comércio foi se expandindo, foram surgindo cidades
exatamente nos locais das feiras. Por razões de segurança, os mercadores
procuravam realizar as feiras em lugares próximos a uma zona fortificada,
cercada de muralhas, chamada burgo, onde se erguia a catedral, o palácio do
bispo e, por vezes, o castelo do senhor das terras. Os burgos garantiam a
defesa do lugar.

Com o tempo, prósperos mercadores passaram a se estabelecer nesses


povoados. Ali também se instalaram diversas oficinas de artesãos: sapateiros,
ourives, ferreiros, oleiros, carpinteiros, etc. Assim, em volta da primeira zona
fortificada surgiu um novo núcleo, também cercado de muralhas, que foi se
tornando mais importante que o primeiro. Os moradores desta segunda zona
fortificada (artesãos e comerciantes) chamavam-se burgueses e passaram a
constituir uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses eram homens
livres, desvinculados do sistema feudal.

As cidades enfim, tornaram-se locais onde havia segurança e liberdade


para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal.

11 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Quanto mais o comércio crescia, mais as cidades se desenvolviam e


maiores passavam a ser as necessidades de mercadorias para abastecer os
consumidores europeus.

Diante disso, os comerciantes europeus


perceberam que necessitavam controlar não
somente a venda final dos produtos, mas também
as rotas comerciais pelas quais os produtos
chegavam à Europa. Mais ainda, precisavam de
novas fontes produtoras e novos produtos que
pudessem proporcionar lucros no processo de
compra e venda.

Em uma situação assim, o que você faria?


Ficaria sentado esperando um milagre ou buscaria
encontrar meios para obter mais mercadorias?

Os comerciantes europeus incentivaram a segunda possibilidade.


Abriam-se as portas para a expansão marítima européia. Mas este é assunto
para a nossa próxima apostila.

CRISE DO FEUDALISMO

Com a diminuição das


invasões, a partir do século XI,
um novo modo de vida
estabilizou-se. A produção de
alimentos aumentou desde então,
graças à ampliação das terras
cultivadas e à melhoria dos
instrumentos de trabalho.

Milhares de hectares de
florestas foram derrubados para
aumentar a área de terras aráveis
e de pastagens, e para extrair a
madeira, principal combustível de uso doméstico e matéria-prima para
construção de pontes, casas, armazéns e fortalezas.

Como já vimos, essa estabilidade trouxe um certo progresso:


crescimento das vilas e cidades, aumento da população e fortalecimento das
atividades comerciais graças à produção de alguns excedentes. Entretanto, as
riquezas produzidas por este progresso continuaram sendo apropriadas pelos
senhores.

CEESVO 12
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Como todo modo de vida baseado na exploração do homem pelo


homem, o sistema feudal não foi capaz de melhorar a qualidade de vida
dos trabalhadores.
A expansão demográfica (crescimento da população) foi maior que a
expansão da agricultura. As técnicas agrícolas precárias levaram ao
esgotamento das terras, e a falta de terras férteis provocou o fim da expansão
das áreas plantadas.

Com isso, a partir dos séculos XIV e XV, guerras, fome e epidemias,
como a peste negra, espalharam-se com rapidez, atingindo, principalmente, a
população trabalhadora.

Para manter seu nível de vida durante essa crise, os senhores feudais
aumentaram as exigências sobre os camponeses, cobrando cada vez mais
tributos e aumentando sua jornada de trabalho. Por isso, em vários locais da
Europa, os camponeses se revoltaram contra a exploração a que estavam
sendo submetidos. A estabilidade feudal foi destruída por guerras, fomes,
doenças e revoltas camponesas.

O poder dos senhores feudais foi profundamente abalado, facilitando a


centralização do poder político nas mãos de reis absolutistas e a ocorrência
das crises que provocaram o fim do feudalismo.

13 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

• ORIGENS DA GLOBALIZAÇÃO: a
Expansão Marítima
• A chegada dos europeus à América

A Globalização é um Processo Atual?

Atualmente muito se fala em globalização. Os


diversos países e regiões do mundo estão integrados
pelo comércio, pelas transações financeiras, pelos
modernos meios de comunicação e de transportes.
Empresas gigantes, com diversas filiais espalhadas
pelo mundo, produzem e distribuem os mesmos
produtos para os mais diferentes povos. Bens
culturais, como livros, filmes, discos e vídeos, são
lançados ao mesmo tempo em vários países. Pela
Internet e por telefone, é possível entrar em contato com qualquer parte do
mundo. Aviões cada vez mais velozes podem nos levar aos lugares mais
distantes em poucas horas.
As atividades no mundo, hoje, são desenvolvidas de modo a tornar o
tempo cada vez menor entre elas. Isso afeta sobremaneira o desenvolvimento
econômico, político e social, fazendo com que as fronteiras entre os países
praticamente deixem de existir.
Conseqüentemente, isso faz com que
existam maiores facilidades para as relações
comerciais entre diversos países. Além disso,
muitas diferenças entre as nacionalidades tendem a
deixar de existir e o mundo parece caminhar para
ser um só.

Em termos gerais, a globalização traz


vantagens como:
 comunicação instantânea com o mundo;
 maior acesso aos conhecimentos;
 maior acesso aos progressos científicos;
 a formação de mercados comuns, possibilitando o consumo de diversos
produtos de diferentes procedências.

Entretanto, essas vantagens são aparentes do ponto de vista


social, pois as diferenças entre povos ricos e pobres, assim como
as diferenças gritantes entre as classes sociais permanecem e se
acentuam. As vantagens são usufruídas por uma pequena parcela
da população mundial, que consegue adquirir produtos originais, de
boa qualidade, cujos preços os tornam inacessíveis à maioria da
população.

CEESVO 14
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

O processo de globalização não é um fenômeno recente. Embora de


maneiras diferentes, processos de globalização ocorreram desde a
Antigüidade, através das conquistas de alguns povos por outros mais
poderosos.
O processo de conquistas promovido desde os povos antigos,
demonstra a preocupação de um povo vencedor em impor sua dominação
sócio-econômica e cultural sobre os povos dominados.
Entretanto, o que se constatou foi uma influência dos vencedores que,
mesmo sendo grande, não chegou a formar uma cultura única, globalizada.

Podemos dizer, que a globalização, como a conhecemos hoje, é


resultado do processo denominado pelos historiadores de expansão marítima
européia. As marcas dessa expansão estão presentes no mundo atual.
Línguas européias são faladas em regiões muito distantes da Europa.
Democracia, república, eleições, partidos políticos, capitalismo,
industrialização, socialismo, liberalismo, Igreja Católica, protestantismo, são
fenômenos políticos, culturais e econômicos de origem européia que
atualmente são mundiais.
Esse processo de europeização do mundo não teve mão única, pois os
europeus também assimilaram conhecimentos e costumes dos diversos povos
com os quais entraram em contato no processo de expansão. Por exemplo, o
fumo, a batata, o milho, o tomate, o chá, que se tornaram hábito de milhões de
pessoas na Europa, foram assimilados de outros continentes.
Embora não seja possível determinar com exatidão quando começou a
expansão européia, podemos afirmar que ela está ligada ao que se
convencionou chamar de Grandes Descobrimentos ou Grandes
Navegações. Os nomes ligados a eles são muito conhecidos: Vasco da Gama,
Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral, Américo Vespúcio e muitos outros.

Na Idade Moderna alguns povos da Europa, impulsionados por


motivos econômicos, navegaram pelo Oceano Atlântico e a partir da
conquista de outros continentes, impuseram aos nativos sua cultura,
religião e modo de pensar.
Daquele tempo até hoje, novos processos de globalização vêm
ocorrendo, acentuado com o desenvolvimento da tecnologia de
comunicação. O uso da tecnologia também é uma conquista e um meio de
dominação.
Em outras épocas da História, o poder de dominação de um povo
sobre outro era formado através da conquista de terras e do comércio.
Os povos dominadores foram impulsionados principalmente pelo
fator econômico, embora fatores políticos, sociais e religiosos tenham
também contribuído para que um povo dominasse outro.
Todavia, essas dominações não foram aceitas passivamente pelos
povos conquistados, pois movimentos de resistência sempre ocorreram.
Esses movimentos foram reprimidos pelos conquistadores, na maioria das
vezes, por violentos massacres.

15 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

E atualmente? Hoje em dia, os métodos de dominação são mais


sutis, isto é, mais brandos aparentemente. Porém, uma observação mais atenta
tem revelado que o processo de globalização não deixa de ser um
procedimento violento, pois implica em uma certa descaracterização de cada
uma das culturas atingidas.

Atualmente, a globalização pode começar na sala de sua casa, quando


a TV estimula o consumismo exagerado, quando por meio de filmes e novelas
impõe moda, costumes, linguagem, formas padronizadas de pensar e agir que
passam a fazer parte do seu cotidiano, modificando a sua maneira própria de
ser.

Responda em seu caderno:


01. Dê um exemplo de como a globalização afeta sua vida.

Todos nós estamos sujeitos a pensar e agir conforme o que outras


pessoas determinam como verdadeiro, através dos meios de comunicação.
Portanto, fique atento: não se deixe levar pelas aparências.

Prossiga a leitura...

Como você pode perceber, estamos vivendo o processo de


globalização. Fazemos parte desse momento histórico. Os povos nativos do
continente americano, também viveram um processo de dominação quando os
europeus aqui chegaram nos séc. XV e XVI, iniciando a conquista e a
colonização, com a imposição de sua cultura.

A GLOBALIZAÇÃO DAS EPIDEMIAS

Atualmente é possível constatar o quão veloz as epidemias se espalham pelo planeta.


Os aviões espalharam a pneumonia asiática pelos continentes em questões de dias,
alarmando sobre os riscos da globalização das epidemias. Porém, uma retrospectiva da
história da humanidade, principalmente em relação à história do comércio e dos meios
de locomoção, demonstra que esse fenômeno teve início na Roma antiga e vem
gradativamente ganhando o globo terrestre. (...)
As rotas comerciais terrestres e lamacentas da Idade Média fizeram com que a peste
do século XIV demorasse dois anos para tomar todo o continente europeu, matando um
terço de toda a sua população.(...)
Já a gripe espanhola de 1918 levou apenas alguns meses para percorrer o mundo e
matar mais de 20 milhões de pessoas – mais da metade da Índia. E agora, com a
aviação, vimos a pneumonia asiática partir de um hotel de Hong Kong para atingir a
América e Europa em questão de dias.
(Extraído de: História da Medicina. Stefan Cunha Ujvari)

CEESVO 16
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPÉIA


Como já comentamos, vivemos num mundo globalizado. Atualmente, existem
linhas aéreas ligando os mais longínquos lugares do nosso planeta. Se, com a
velocidade aérea, o percurso entre o Brasil e a Europa é feito em menos de dez horas,
no século XV, uma viagem de Portugal até o nosso país durava quase cinqüenta dias.
No início do século XV, exploradores europeus começaram a aventurar-se pelo
“mar desconhecido”, isto é, pelo Oceano Atlântico. Iniciavam-se as Grandes
Navegações, ou seja, a expansão marítima rumo a lugares ainda não conhecidos
pelos europeus.
Questões econômicas foram importantes no processo de expansão marítima.
Os burgueses ao começarem a se destacar na sociedade como comerciantes ricos, se
aliaram aos reis para ajudá-los a fortalecer o seu poder.
A partir dessa aliança os reis passaram a incentivar a formação de expedições
com objetivos comerciais.
Numa época em que o comércio tornava-se a atividade econômica mais
lucrativa, os produtos mais valorizados eram as especiarias do Oriente.

17 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Essas especiarias orientais, como os temperos, pimenta, gengibre,


canela, cravo, noz-moscada, etc., usados para disfarçar o cheiro e o gosto que
ficavam nos alimentos, devido aos precários métodos de conservação daquela
época (não se esqueça, que a geladeira ainda não existia!) tinham grande
aceitação e valor no mercado europeu.
Trazidas do Oriente, as especiarias eram vendidas em sua maioria pelos
comerciantes da Península Itálica (atual Itália), sobretudo Gênova e Veneza.
Os comerciantes das regiões excluídas desse rentável comércio
desejavam participar dele. Mas como fazer isso se os venezianos e genoveses
controlavam, além do Mar Mediterrâneo, as rotas do Oriente?
A solução encontrada foi procurar novos caminhos e lugares para ter
acesso aos produtos desejados, evitando a região do Mediterrâneo. Os
comerciantes começaram, então, a explorar o Oceano Atlântico e o Continente
Africano.

 “POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS”

As viagens marítimas do início do século XV eram empreendimentos


arriscados, tanto do ponto de vista econômico, quanto em relação às
possibilidades de sobrevivência dos navegadores.
Eram viagens longas, que exigiam grandes recursos; as embarcações
eram bastante precárias, movidas a remo ou vela; a embarcação mais rápida
era a caravela, aperfeiçoada pelos portugueses.
O Oceano Atlântico era praticamente desconhecido pelos europeus na
Idade Média. Muitos acreditavam tratar-se de um mar povoado por monstros e
plantas diabólicas, com águas que ferviam em determinados pontos e se
precipitavam num abismo, como uma grande cachoeira. Por isso era chamado
de Mar Tenebroso.

CEESVO 18
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Era necessário enfrentar os desafios reais e os imaginários. Os


portugueses foram os pioneiros (primeiros) das navegações marítimas.

FAZENDO ALIANÇAS E SUPERANDO O MEDO DO


DESCONHECIDO

Os reis necessitavam de muito poder para governar a tudo e a todos.


Esse poder precisava ser sustentado pelas riquezas: não era possível ser forte
sem ser rico. Os reis se interessaram pelos negócios dos comerciantes e se
associaram a eles. Em troca, os comerciantes financiaram as principais
defesas do reino. Ao se iniciar o século XV, a Europa possuía uma série de
conhecimentos básicos para realizar as Grandes Navegações: ‘Navegar é
Preciso’, como diria bem mais tarde o poeta Fernando Pessoa. Em
condições melhores, Portugal e Espanha se sobressaíram na aventura
marítima. Num período de cem anos, portugueses e espanhóis contornaram
a África, atingiram a Ásia, descobriram a América e a Oceania e deram a
volta ao mundo, numa das experiências mais empolgantes de todos os
tempos.
Àquela época, navegar em mar aberto era preciso, mas muito
perigoso. Os marinheiros tiveram de enfrentar doenças, tempestades, ventos,
fome e sede, perigos de todos os tipos, grandes riscos de naufrágio, solidão...
Mas os navegantes europeus tiveram também de encarar e vencer um
inimigo diferente e muito poderoso, que se encontrava dentro deles: o
medo. Medo de monstros marinhos, dos imãs que atraíam os navios para o
fundo do mar, das sereias capazes de enfeitiçar marinheiros, do abismo que
ficava bem ali, onde a Terra acabava, da linha do Equador, cujo calor
derretia os miolos. As grandes navegações demonstraram que no mundo real
essas coisas não eram encontradas, que elas só existiam na fantasia dos
homens. Assim, ajudaram a destruir a velha concepção medieval do mundo,
baseada na imaginação e no misticismo. E a substituíram por idéias novas,
fundamentadas na observação, na experiência e na razão.

Além do apoio do rei e dos interesses da burguesia pelas navegações,


Portugal foi favorecido pela ausência de guerras em seu território e por sua
posição geográfica – o país está voltado para o Oceano Atlântico. A esses
fatores soma-se outro: o povo português estava acostumado com as atividades
marítimas.

A América só pôde ser conquistada pelos europeus, devido ao grande


avanço nas técnicas de navegação ao lado de invenções cada vez mais
aperfeiçoadas.

19 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Exemplos:
Na arte de navegação: a vela latina, aperfeiçoamento da bússola, do
astrolábio, mapas mais precisos, desenvolvimento da caravela, leme, etc.
O emprego da bússola: A bússola é um instrumento de
orientação, cuja invenção é atribuída aos chineses. Foram,
porém, os árabes que a levaram para a Europa, onde o seu
emprego foi estudado pelos navegadores. A bússola tornou-
se a grande companheira ‘dos navegantes’ em todas as
longas as longas viagens. Com sua utilização, o navegador
não mais corria o perigo de perder o rumo de sua viagem.
O uso do astrolábio: o astrolábio também é um
instrumento de orientação, que permite ao navegador situar a
sua posição geográfica através da posição dos astros.
Outras invenções e aperfeiçoamento: a utilização da
pólvora no desenvolvimento de armas de fogo, o aperfeiçoamento do canhão, a
invenção do papel de trapo, o aperfeiçoamento da imprensa.

Responda em seu caderno:


2. Cite algumas conquistas científicas que proporcionaram as grandes
navegações.

 PORTUGUESES E ESPANHÓIS NO OCEANO


A primeira grande conquista portuguesa aconteceu em 1415, quando o
centro comercial de Ceuta, no norte da África foi tomado. Daí para a frente, os
portugueses continuaram contornando o continente africano, pois o objetivo
final era chegar ao Oriente.
A chegada às Índias aconteceu em 1498, IMAGINE SÓ...
numa expedição (excursão, viagem) comandada Vamos supor que nos dias
pelo navegante Vasco da Gama. Todo o
de hoje, os gastos com a
esforço português foi recompensado, pois os
lucros dessa viagem ultrapassaram 6000%. viagem de Vasco da Gama,
Portugal tentou transformar aquele caminho fossem R$50000,00
marítimo (contorno da África) em exclusividade (cinqüenta mil reais), mas
portuguesa, mas eles não eram os únicos que com o lucro, de 6000%,
trabalhavam para conquistar as Índias. das vendas na Europa, os
Os espanhóis também queriam chegar ao portugueses saíriam
Oriente. Eles iniciaram suas navegações com ganhando R$3000000,00
um certo atraso em relação aos portugueses, (três milhões de reais)!!!!
mas ainda mais adiantados do que outros
países europeus. O motivo da demora espanhola foi a chamada Guerra da
Reconquista, quando os árabes foram expulsos da península Ibérica (região
onde hoje se encontra a Espanha) ocupada por eles havia séculos. Essa
guerra só foi concluída em 1492, com a conquista de Granada (sul da
Espanha).

CEESVO 20
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

A CONQUISTA DE CEUTA
A tomada de Ceuta pelos portugueses, em 1415, é considerada o marco inicial da
expansão marítima européia. Ela foi justificada como uma espécie de cruzada. Isso
mostra a importância da religião nas conquistas marítimas européias. Entretanto, um
aspecto decisivo para a conquista foi o fato de Ceuta ser um importante centro
comercial na África.
Ao entrar na “fortaleza infiel”, como uma horda de bárbaros, os lusos
(portugueses) ficaram espantados com o que viram. Fundada no século V na ponta
africana do estreito de Gibraltar, Ceuta se aproveitara da localização privilegiada para se
tornar, como D. João I a descrevera, a “porta de entrada e a chave de todo o comércio
africano”. Não só africano, pois mercadorias vindas da Pérsia, da Índia e até de Veneza
chegavam a Ceuta.
Sob o domínio muçulmano, Ceuta fervilhava com 24 mil lojas, nas quais se
vendiam ouro, prata, cobre, latão, sedas e especiarias. As casas, com seus pátios internos,
nos quais murmuravam as fontes, tinham paredes adornadas, e o chão recoberto por
tapetes orientais. “Perto delas, as melhores casas de Portugal parecem pocilgas”, anotou
um cronista português, de nome Zurara. A maior parte dessas residências foi saqueada
pelos portugueses de tal forma que nada restou do esplendor original.
Embora as especiarias já tivessem muito valor, os portugueses, invadindo casas,
lojas e bazares, à cata de metais, as desprezaram solenemente. “Os potes de conservas e
jarras de mel, manteiga e azeite corriam em enxurrada pelas ruas”, relata Zurara. Nessa
lama formada por vinhos finos, melado, vinagre, não boiavam apenas pimenta, canela e
arroz, mas o cadáver de homens, crianças e mulheres, muitas das quais tinham tido
“dedos e orelhas arrancados pelos lusos para arrebatar-lhes brincos e anéis.”
O maior dos saques foi perpetrado pelo conde D. Afonso de Barcelos, membro
da Casa Real e meio-irmão de D. Henrique. D. Afonso levou para Portugal mais de 600
colunas de alabastro e mármore, arrancadas do palácio do soberano marroquino, além de
toda a cobertura abobadada, revestida de ouro, que cobria uma das praças da cidade. No
final do dia, a bandeira lusa tremulava na torre mais alta de Ceuta.
Na manhã seguinte, na mesquita da cidade “purificada e elevada à catedral”,
celebrou-se a primeira missa na África em séculos. A tomada de Ceuta foi um momento-
chave da história: aquela seria a última Cruzada e a primeira vitória européia sobre os
árabes na África desde os dias de glória do Império Romano. Seria também o início da
expansão ultramarina portuguesa – que se estenderia por três continentes ao longo dos
três séculos seguintes. (Adaptado: Eduardo Bueno. A viagem do descobrimento. Rio de Janeiro, Objetiva, 1998,p.52-4)

PARA REFLETIR: Não se esqueça que Ceuta se localizava na África, e que era mais
desenvolvida do que muitas cidades portuguesas! Reflita sobre a idéia que fazemos
atualmente da África: pobreza, doenças, etc. Será que os africanos são realmente
responsáveis por essa imagem que temos deles?

21 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Como foi a exploração da África neste período?

Os portugueses não estavam interessados em explorar o interior da


África. Comerciavam com os povos que encontravam, mas estavam em busca
de uma rota para as Índias. No entanto, sabiam que esses lugares da costa
(litoral) da África eram importantes escalas para os seus navios. A rota para a
Ásia através da costa da África levou muitos anos para ser descoberta. Em
1482 o rei Dom João II enviou Diogo Cão para que este encontrasse as Índias.
Ele não as encontrou, mas descobriu que a África era muito maior do que
supunha. Foi Bartolomeu Dias quem, em 1488, finalmente contornou o extremo
sul do continente. Ele percorreu a costa africana e navegou mais para o sul do
que qualquer outro europeu havia conseguido até então.
Os portugueses não exploraram o interior da África e decidiram não
estabelecer nenhuma colônia nessa fase. No entanto sabiam que tinham de
proteger suas rotas comerciais para a Ásia e por isso edificaram uma série de
fortes ao longo do litoral. Desse modo podiam abastecer e proteger os seus
navios e manter afastados os concorrentes estrangeiros.
À medida que se aventuravam cada vez mais pela costa africana, os
exploradores portugueses verificavam que muitos dos povos que encontravam
pertenciam a Estados maiores e mais poderosos. Pouco se sabe destes
Estados, já que nenhum deles dispunha de uma linguagem escrita. Todavia,
sabemos de sua história porque eles rememoravam os acontecimentos
passados em contos que eram transmitidos oralmente.
Os Estados com os quais os portugueses comerciavam com uma base
muito mais regular incluíam o Estado de Akan, onde se situa a atual Gana, e os
povos do Benim, onde fica hoje a Nigéria.As duas coisas que os portugueses
desejavam quando comerciavam com os povos de Akan e Benim eram o ouro
e os escravos. Os akans forneciam a maior parte do ouro da África ocidental,
que provinha dos rios do interior do continente. Os portugueses trocavam esse
ouro dos akans por escravos que eles próprios tinham capturado ou comprado
dos povos de Benim. Muitos escravos eram também levados de volta a
Portugal e revendidos.

No ano de 1492, o navegante genovês Cristóvão


Colombo, conseguiu que o rei Fernando e a Rainha Isabel confiassem a ele a
missão de encontrar uma nova rota marítima para o Oriente. Colombo era
chamado de louco, pois apostava na idéia de que a Terra era redonda. Vários
povos antigos, como os egípcios, já diziam isso. A idéia de que a Terra era
plana era muito aceita na própria Europa, principalmente entre os navegantes.

CEESVO 22
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Em agosto de 1492, Colombo partiu da Espanha com três barcos, e


após dois meses de viagem, atingiu as ilhas do Caribe (América Central), na
madrugada de 12 de outubro. O detalhe desse encontro é que Colombo
pensou que estava nas Índias e, por isso, chamou os habitantes dessas terras
de “índios”.
O nome América, dado às terras
Somente em 1504, com o
navegante Américo Vespúcio, os descobertas por Colombo, foi
europeus perceberam que Colombo uma homenagem ao navegador
não havia chegado às Índias, mas sim italiano Américo Vespúcio. Ele
a um continente desconhecido para descobriu que as novas terras
eles (a América). Os espanhóis
apressaram-se em iniciar a exploração eram um continente e não as
das terras “descobertas”, o que iria Índias, como supunha Colombo.
significar o fim para várias civilizações
indígenas.

Cristóvão
Colombo

Morte de Fernão
de Magalhães -
1521

Fernão de
Magalhães Sebastião
1519-1521 Pedro Del Cano
Álvares 1522
Cabral Vasco
da
Gama Bartolomeu
Dias

23 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

 O TRATADO DE TORDESILHAS
A disputa entre portugueses e espanhóis pela conquista de novas terras
e mercados, nem sempre foi pacífica. Como você já estudou, os espanhóis
chegaram à América em 1492; os portugueses, nessa época procuravam
contornar a África, rumo ao Oriente.

Logo que Colombo chegou à América, o governo da Espanha procurou


estabelecer seus direitos sobre a terra que encontrara e sobre outras que
poderia ainda encontrar. Portugal, não concordando, apelou então para o papa
Alexandre VI, mesmo ele sendo espanhol. O papa decidiu em 1493 que deveria
ser traçada uma linha imaginária, passando 100 léguas (cerca de 660 Km) a
oeste das ilhas de Cabo Verde (Bula Inter Coetera). As novas terras ficaram
divididas em duas partes. A parte que estava a oeste da linha, à esquerda do
mapa, pertenceria à Espanha. A parte que ficava a leste, à direita do mapa,
pertenceria a Portugal.

O rei de Portugal não concordou com a divisão feita pelo papa.

Então, representantes de Portugal e da Espanha reuniram-se na cidade


espanhola de Tordesilhas e assinaram um tratado que determinava o seguinte:
a linha imaginária passaria a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
Observe o mapa.

CEESVO 24
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Assim, o Atlântico sul se tornava uma


área de domínio português.
Reis de outros países europeus não
aceitaram esse tratado. O rei da França,
Francisco I, declarou: “Gostaria de ver o
testamento de Adão para saber como ele dividiu
o mundo”.
Na América, a linha do Tratado de
Tordesilhas passava pelos locais onde
atualmente se situam as cidades de Belém
(Pará) e Laguna (Santa Catarina).
Como você percebeu, Portugal e
Espanha sentiam-se os donos do mundo.

Para assegurar o domínio sobre suas terras na América, em 1500, o


comandante Pedro Álvares Cabral tomou posse do Brasil, que a partir daí
passou a ser uma colônia de Portugal. Em seguida rumou para as Índias onde
o comércio de especiarias já garantia desde 1498, com a viagem de Vasco da
Gama, grandes lucros à burguesia portuguesa e ao rei.

Mas, se as novas terras foram divididas entre Portugal e Espanha, como


existem países na América que foram colonizados por ingleses e
franceses?

Tanto a França como a Inglaterra realizaram tardiamente sua expansão


marítimo-comercial. Iniciaram essa expansão somente no início do século XVI.
A França, Inglaterra e Holanda não aceitaram a divisão entre Portugal e
Espanha. Desrespeitando a linha do Tratado de Tordesilhas, impuseram sua
presença através de atos de pirataria e ocupação de terras.
Dessa forma, as terras que antes pertenciam somente a Portugal e
Espanha, passaram também a serem colonizadas por franceses, ingleses e
holandeses.
Mas isso é assunto para a próxima apostila.

 A EUROPA E AS NAVEGAÇÕES
Com as Grandes Navegações, novos
continentes passaram a ser conhecidos pelos
europeu, assim como o oceano Atlântico, que teve
aos poucos seus segredos desbravados.
O poder dos reis, associado à burguesia que
financiava as navegações, tornou-se ainda mais forte.
As riquezas obtidas com a exploração das novas terras
foram usadas na organização de exércitos para subjugar os
nobres resistentes ao processo de centralização. Além disso, foram também,
empregadas na montagem de um sistema administrativo que garantia aos
monarcas (reis) amplos poderes.

25 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

A burguesia enriqueceu com a expansão do comércio europeu para


outras partes do mundo. Como você já estudou, somente a primeira viagem
dos portugueses deu um lucro espantoso: 6000%!

Com as navegações oceânicas, ocorreram diversas mudanças na


Europa:

 Deslocamento do eixo da atividade comercial do Mediterrâneo para o


Atlântico;
 Popularização do consumo das especiarias;
 Mudanças de hábitos alimentares, com a inclusão de produtos como a
batata, o milho, a mandioca, o tomate e o cacau, levados da América
para o continente europeu.
 Mudanças na concepção do mundo (fim da crença de que a Terra era
plana, de que existiam sereias, monstros marinhos, etc. nos oceanos);
 ampliação do conhecimento da astronomia (descobrem-se as
constelações do hemisfério Sul e abre-se o caminho para a teoria
heliocêntrica, ou seja, a de que a Terra gira em torno do sol);
 desenvolvimento da cartografia (arte de compor ou ler mapas);
 propagação da cultura européia para os outros continentes (inclusive do
cristianismo);
 povoamento e exploração das terras encontradas;
 grande concentração de metais preciosos na Europa;
 submissão das populações dos “novos continentes” à escravidão e aos
trabalhos obrigatórios.

Os europeus só exploraram a América a partir do final do século XV.


Porém, muito antes disso, as terras desse continente já eram habitadas por
pessoas que constituíam grupos sociais com modos de vida diferentes entre
si.
A chegada dos europeus provocou uma série de mudanças na vida dos
povos da América, muitos dos quais foram explorados, escravizados ou
simplesmente dizimados.

Para recordar:

Na América existiam grupos de:

 Caçadores e coletores como, por exemplo, os jês (Brasil), os esquimós


(Alasca).
 Sociedades de economia de subsistência, como os tupis-guaranis (Brasil)
e os pueblos (EUA).
 Sociedades mais avançadas com produção agrícola excedente, utilizando
irrigação. Era o caso dos incas, maias e astecas; estes povos construíram
pirâmides, estradas, cidades, desenvolveram conhecimentos científicos.
(astronomia, metalurgia, matemática).

CEESVO 26
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Dos 5 milhões de nativos que viviam aqui no Brasil em 1500, hoje a


população indígena está reduzida a cerca de 300 mil.

Para você ter uma noção melhor do que foi esse processo de
extermínio, observe:

No século XVI seriam necessários 25 estádios da capacidade de lotação


do estádio do Maracanã para acomodação dos 5 milhões de indígenas
existentes no Brasil.

Hoje, apenas um pouco mais que 01 estádio seria necessário para


colocarmos a população indígena atual.

Cerca de metade dos índios brasileiros, vivem atualmente na região


Norte.

Como aconteceu esse


processo de extermínio?

1. Os conquistadores se aproveitavam
que as tribos se desentendiam entre si
e jogavam umas contra as outras,
formando grandes conflitos entre elas.

2. A Igreja usava de mitos sagrados para


realizar a sua dominação sobre os
indígenas.

3. Assim como nas guerras mais


recentes (Vietnã e Golfo Pérsico)
onde foram usadas armas químicas,
portugueses e espanhóis, além de armas de fogo, usaram também
bactérias e vírus para derrotar os indígenas da América, no século XVI.

Responda em seu caderno:

3. Sintetize (resuma) as principais formas usadas pelos europeus


(portugueses e espanhóis) no processo de conquista dos indígenas
americanos.

4. Cite as diferenças entre as civilizações existentes na América e as que


chegaram da Europa.

27 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Cada terra conquistada pelos europeus era transformada em colônia. A


América, a partir do final do século XV, passou a pertencer aos europeus e a
fazer parte da rota comercial européia, pois enviava produtos tropicais para as
metrópoles gerando lucros para Portugal, Espanha, França, Inglaterra e
Holanda.

Observe os conceitos abaixo mencionados:

Você deve procurar compreendê-los, pois são importantes


para que possa melhor entender os textos dos módulos.
Metrópole: país que tem colônia fora de suas fronteiras.
Colônia: território dominado por uma metrópole.
Monopólio: direito exclusivo de impor regras e preços na
comercialização e na produção que as metrópoles impunham às
suas colônias.
Colonização: de uma terra é a sua ocupação pelo
elemento humano e a exploração dos seus recursos. Em
conseqüência, surgem formas de organização econômica, social
e político-administrativa. Quando a terra a ser colonizada já for
habitada, o colonizador tende sempre a impor a sua cultura,
como aconteceu na América em geral e outras partes do mundo.

Responda em seu caderno:


5. Explique o que significa “colonizar”.

CEESVO 28
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE A


HISTÓRIA DOS AFRICANOS

No Brasil, a maioria das famílias descendem de pessoas que vieram de


outros países (os imigrantes). Mas como será que isso aconteceu se os
primeiros habitantes do Brasil eram os índios?
Isto aconteceu porque no século XVI, os povos europeus iniciaram
o processo de colonização da América e conseqüentemente do Brasil.
É importante lembrar que em uma outra época, muitos imigrantes
também vieram para o Brasil. Vamos entender melhor essa história?
Você já ouviu falar em escravidão,
certo? Durante muito tempo, por 350
anos, os africanos viveram esse
pesadelo em terras brasileiras. Até que
no século XIX tiveram que enfrentar mais
um desafio: as Teorias raciais que
chegaram ao Brasil. Mas que teorias
eram essas?
Os Pensadores como o francês
Joseph Auguste de Gobineau, o alemão
Richard e o inglês Houston S. Crianças Nigerianas em Ikom
Chamberlain, tentaram explicar a
sociedade humana.

Eles concluíram que alguns grupos humanos eram fortes e outros


fracos.Os fortes teriam herdado certas características que os tornavam
superiores e os autorizavam a comandar e explorar outros povos.
Por conta dessas e outras, nasceu a fórmula básica do racismo:
 Portadores de pele escura (os negros e os não-europeus) = raça
inferior;
 Portadores de pele alva (os brancos) = raça superior.

Bem, intelectuais, médicos, advogados, políticos brasileiros se


entusiasmam com a idéia de que a raça branca era superior. No entanto, as
teorias raciais trouxeram consigo um problema sério para o Brasil. A elite (os
ricos) brasileira desejava apresentar o Brasil como um país branco, igualzinho
à Europa. Mas como explicar que, de fato, o país era majoritariamente
negro (nesta época, 1872, o censo indicava que 55% da população era negra),
e que o Brasil enriqueceu com o trabalho escravo?

29 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

A partir de 1869, nas Assembléias Legislativas de todo o país,


começaram a ocorrer acalorados discursos que exaltavam a mão-de-obra
européia como ideal para substituir o trabalhador escravo e o liberto.
Iniciava-se, então, a campanha imigrantista, que tinha dois objetivos:
 Valorizar o imigrante branco;
 Convencer a elite do país de que o progresso só viria se fossem
importados imigrantes brancos.
Como resultado prático dos debates sobre o branqueamento, foi
colocado em ação um projeto que visava transformar o Brasil num país
branco.

Assim, o governo de São Paulo:

 Em 1881, passou a pagar metade dos custos de transporte dos


imigrantes, devendo o restante ser pago ao fazendeiro que o importara;
 Em 1884, começou a devolver aos imigrantes os gastos com passagens;
 Em 1885, passou a pagar diretamente o custo do transporte dos
imigrantes europeus.

Desta forma, entre 1871 e 1920, cerca de 3 390 000 imigrantes chegaram ao
Brasil, dos quais entre outros:

 1 373 000 eram italianos;


 901 000, portugueses;
 500 000, espanhóis.

É bom lembrar que esse número se aproxima dos cerca de 4 000


000 de africanos trazidos para o Brasil entre 1520 e 1850.

Nativa Africana,
Sahel, África

CEESVO 30
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Você sabia que...

Foi na África, há milhões de anos, que apareceram nossos


ancestrais e dali partiram para povoar a Europa e a Ásia. Lá também
foram encontrados os primeiros centros universitários e culturais de que
se tem registro. Veja abaixo alguns dos principais Impérios, Reinos e
Estados de onde vieram os negros que foram escravizados no Brasil e
as tecnologias que trouxeram:

 Império Gana
Entre os séculos 4 e 11, era conhecido como Império do Ouro. Seu povo
dominava técnicas de mineração e usava instrumentos como bateia,
importante para o avanço do ciclo do ouro no Brasil. O clima úmido da
região favorecia o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.

 Império de Mali
Expandiu-se por volta do século 12. As cidades de Tumbuctu, Gao e
Djene eram importantes centros universitários e culturais. O povo
Dogon, que habitava a região, registrou em monumentos as Luas de
Júpiter, os anéis de Saturno e a estrutura espiral da Via-Láctea,
observações feitas a partir do século 17, na Europa.

 Reino do Congo
Já no final do século 16, os habitantes dessa região eram especialistas
em forjar ferro e cobre para produção de ferramentas. Introduziram na
nossa lavoura a enxada, uma espécie de arado e diversos tipos de
machados que serviam tanto para cortar madeira como para uso em
guerras.

Esses são alguns exemplos da contribuição da cultura negra para a


humanidade. Atualmente a África tem uma área de 30 milhões de
quilômetros quadrados (20,3% da superfície terrestre do planeta) com
uma população de 850 milhões de habitantes em 53 países e 2019
línguas faladas.
Fonte: Revista Nova Escola, Nov/2005

Bem, agora vamos voltar ao século XVI no início da colonização


espanhola...

31 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

E o que será colonização?


Colonização é a
conquista e dominação
de um povo sobre o
outro.

Nos séculos XI e XVI a Europa passava por um processo de ampliação


do comércio e a burguesia constituída estava
Absolutismo: forma de
disposta a aumentar seus lucros.
governo em que o poder
O absolutismo real estava está centralizado nas mãos
diretamente ligado ao sucesso dos negócios, de um rei que recebe o
poder de Deus e como tal é
pois quanto mais lucro tivesse a burguesia,
seu representante na Terra.
mais impostos chegariam às mãos dos rei
fortalecendo o seu poder.
Assim, de acordo com o pensamento econômico da época, essas novas
terras deveriam gerar lucros e, portanto, deveriam ser conquistadas e
colonizadas.
Terminada a fase inicial da conquista
era necessário passar à colonização, isto é,
ocupar e explorar economicamente as
novas terras.
A partir dos séculos XVI e XVII,
espanhóis, portugueses, ingleses, franceses e
holandeses procuraram ocupar e aproveitar ao
máximo as terras da América formando seus
impérios coloniais.
Cada área colonizada apresentou características Metrópole: na
próprias. Entretanto, alguns aspectos foram comuns em época da
todos os processos de colonização: colonização era
capital de um
 Dependência econômica: as metrópoles reino que exercia
monopolizavam o comércio das colônias, impondo domínio sobre
preços regras de comércio; outras terras.

 Dependência política: as leis e governantes eram impostos pela


metrópole;
 Dependência cultural: assim como as leis, os governantes, as regras
econômicas, a língua, a religião, a educação, os costumes também
foram impostos pela metrópole.

CEESVO 32
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Metrópole, hoje, significa cidade importante que exerce influência


política, econômica e social sobre as cidades menores de uma região.

RESPONDA EM SEU CADERNO:


6. Explique o que você entendeu sobre colonização.
7. As colônias eram dependentes das metrópoles certo? Por que isso
acontecia?

COLONIZAÇÃO ESPANHOLA
NA AMÉRICA

A América Latina é
composta de países
que foram colônias
de Portugal e
Espanha.

Veja como foi feita a


colonização da América
pelos espanhóis:
A Espanha foi o
primeiro país a tomar a
iniciativa da conquista e
colonização dos territórios
americanos. Milhares de
pessoas atraídas pelos
metais preciosos (ouro e
prata) imigraram para a
América.
A organização que
existia entre os povos
indígenas que habitavam a
América foi destruída pelos
espanhóis, como você
pôde observar nos
módulos anteriores. Somando-se a isso tinha também as epidemias (doenças
trazidas pelos estrangeiros das quais os nativos não tinham resistência) e
provocou o extermínio de grande parte da população indígena.
Desde a Idade Média o comerciante europeu acumulava riquezas através
da pirataria e comércio, o saque das colônias foi fonte imediata dessa
acumulação de riquezas (como exemplo temos o saque espanhol na América e
o Inglês na Índia, e com o tempo os espanhóis passaram a dedicar-se à
mineração.

33 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Nas proximidades das regiões


mineradoras, foram se formando
as haciendas (fazendas),
dedicadas especialmente à
criação de gado.

Os europeus introduziram na
América uma série de animais e
plantas até então desconhecidos
pelos nativos. As instituições
políticas e a religião católica
igualmente acompanharam os
Templos Maias em Palenque, exploradores pelo Novo Mundo.
México.

Uma nova organização econômica e


social foi imposta aos habitantes da
América. O choque e o medo tomaram
conta dos nativos e aos olhos desses
indígenas, os conquistadores
assemelhavam-se a figuras monstruosas
montadas em outros monstros, os cavalos
também desconhecidos pelos nativos.
Os povos astecas, incas e maias
tiveram seu modo de vida totalmente
Figura Asteca no Templo Mayor,
modificado, sendo utilizados como mão-
de-obra escrava pelos espanhóis. cidade do México.

No período da colonização
espanhola a sociedade era
formada por:

 espanhóis: formavam a
elite da sociedade
colonial.
 criollos : filhos de
espanhóis nascidos e
estabelecidos na
América.
Ruínas (da civilização  Índios, negros e
Inca), Machupicchu, Peru
mestiços: formavam o
grupo de trabalhadores.

A língua falada nessas regiões passou a ser o espanhol.

CEESVO 34
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Por que no Brasil não é falada a Língua


Espanhola?
É que o Brasil foi colonizado pelos portugueses e por isso fala
a Língua Portuguesa.
Entretanto, você percebeu que muitas pessoas estão
procurando estudar espanhol? Isso acontece porque o mercado
de trabalho está exigindo o conhecimento dessa língua em
função do MERCOSUL (Mercado Comum do Cone Sul). Esse mercado,
formado principalmente por Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, mantém
constantes contatos comerciais exigindo o uso de uma língua comum entre
eles — a língua espanhola — já que, com exceção do Brasil, esses países
foram colonizados pela Espanha.

Bem você já estudou um pouco sobre a colonização espanhola


na América Latina, que tal agora saber como foi que
aconteceu a colonização Inglesa na América do Norte?
Para começar vamos pensar no seguinte:
Como fizeram a colonização Inglesa se as terras da América foram
divididas entre portugueses e espanhóis pelo Tratado de Tordesilhas?

Simples, foi através de pirataria e invasão de terras onde formaram


“As 13 colônias inglesas da América do Norte.”

O que fez muitos ingleses saírem de suas terras na Europa e virem a uma
terra desconhecida, cheia de perigos para os homens que não a
conheciam?
Será que os ingleses vinham para a América atraídos por melhores
condições de vida? Por quê?

As respostas você verá a seguir...


A Inglaterra, no século XVIII, passava por graves problemas internos:
 Aumento populacional e a conseqüente falta de mercado de trabalho.
 As crises religiosas que envolviam católicos e protestantes, depois da
Reforma Religiosa.
Com a Reforma, os cristãos ficaram divididos entre católicos e várias
correntes protestantes como: (luteranos, calvinistas, anglicanos e outras).
Crises religiosas que contribuíram para a vinda de muitos ingleses à América.

Os imigrantes ingleses que vieram para a América se organizaram em 13


colônias, a partir dos fins do século XV.

35 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Os Estados Unidos da América (EUA) foram


originalmente Treze Colônias dos ingleses. Uma
coisa que mexe muito com a gente é o fato de eles
terem começado a ser colonizados mais ou menos
na mesma época que a América Latina e terem
tido um desenvolvimento tão espetacular.

Por que essa diferença? Será que é porque eles


deram “sorte” de terem sido colonizados pelos
ingleses?

A resposta é não. O fato é que quando o país


colonizador colocava os pés no Novo Mundo, ele
lançava um olhar de cobiça e vontade insaciável
de riquezas. Por acaso, o olhar do inglês era
Estátua da Liberdade
diferente do olhar do português ou do espanhol? Estados Unidos
Claro que não: afinal todos iam para a América
em busca de fortuna e poder.

Pense bem, o espanhol, por exemplo, viu o México e o Peru e


percebeu que havia muita prata para ser roubada dos
índios. O português procurou pelo ouro. Não encontrou.
Ele só seria descoberto séculos depois, mas o clima e
o solo do Brasil eram excelentes para plantar a cana-
de-açúcar.
O inglês, talvez até mais colonizador e explorador do que os outros, fez exatamente a m

É o que você saberá a seguir...

Metais preciosos havia, só que os ingleses não descobriram. O clima e o


solo eram bons, mas parecido com o solo europeu, dava para plantar o que já
havia na Europa, mas o preço do transporte não era compensador. Conclusão:
os ingleses estavam encontrando dificuldades para explorar as riquezas dali.

Na realidade as treze colônias foram mais ou menos abandonadas. É


como se o governo da Inglaterra e a burguesia tivessem dito: “Já que não dá
lucro, quem quiser pode ir para lá”. O resultado dessa história não podia ser
diferente:
A colonização inglesa no norte do continente não foi feita pelo Estado,
mas por empresas privadas (particulares), a produção era para atender ao
mercado interno, o trabalho era livre, etc, é o que chamamos de colônia de
povoamento, diferente do tipo de colonização que aconteceu na América do
Sul – produção agrícola destinada ao mercado externo, em grandes
propriedades utilizando o trabalho escravo – colônia de exploração.

CEESVO 36
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

RESPONDA EM SEU CADERNO:

8. Comparando os países da América Latina com as Treze colônias


(atual Estados Unidos), perguntamos: Por que os Estados Unidos
sempre foram tão desenvolvidos? Será que é porque eles foram
colonizados pelos ingleses? Explique.

Como você já viu no começo dessa história, havia muita gente na


Inglaterra querendo ir para a América do Norte: camponeses pobres expulsos
de suas terras, artesãos arruinados pelo crescimento das manufaturas,
perseguidos políticos e também os religiosos, principalmente depois da
Reforma Protestante.

Mas o que foi a Reforma Protestante? É sobre esse assunto


que você estudará agora!!!

REFORMA PROTESTANTE

Saiba que durante a Idade Média, a vida espiritual na Europa ocidental foi
dominada pela Igreja Católica. Não se admitiam divergências contra esse
monopólio da crença. Os rebeldes, ou seja, aqueles que não aceitavam as
imposições da Igreja Católica, considerados hereges, ou se calavam ou eram
simplesmente eliminados. Muitos foram queimados vivos nas fogueiras que o
Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, acendeu por todo o continente.
No Ocidente, ser cristão significava ser católico, obedecer às regras e os
princípios da Igreja de Roma. Como iremos ver, essa unidade católica sofreria
profundas transformações a partir de 1517,
com a Reforma Protestante iniciada por
Martinho Lutero.
Martinho Lutero, de origem germânica,
era monge, teólogo católico e professor na
Universidade de Wittenberg. Lutero
denuncia o clero católico em 1517 e dá
início ao movimento conhecido como
protestantismo. Ele afixa na porta da
Catedral de sua cidade 95 condenações
contra a Igreja e afirma que a salvação
depende só da fé, não das obras.
Excomungado em 1520 pelo Papa Leão X,
refugia-se em um castelo no interior da
Alemanha, onde escreve vários panfletos e
traduz a Bíblia para o alemão.

37 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

O movimento reformista teve início na Alemanha, com o monge Martinho


Lutero, quando o Papa Leão X autorizou um grande comércio de indulgências
(perdão de pecados). Esse comércio foi feito com a finalidade de arrecadar
mais dinheiro para o término da construção da Igreja de São Pedro (Roma).
Era comum a população européia comprar do clero as indulgências. Com
esta compra, os cristãos tinham a garantia da Igreja de que, após a morte,
entrariam no paraíso. No século XVI, esta e outras práticas - como o culto aos
santos, a obediência ao papa e a cobrança de diversas taxas pela igreja -
começaram a ser denunciadas pelos reformistas protestantes, que acusavam
os padres de corruptos.

A Revolta dos camponeses


A pregação de Lutero foi interpretada pelos
Sacro Império – camponeses germânicos não apenas como
denominação do império reforma religiosa. Para eles, o novo credo
autorizava luta contra a nobreza por melhores
fundado em 962 pelo
condições de vida. Assim em 1524 eclodiu no
imperador Oton, cuja Sacro Império uma revolta popular de grandes
ambição política era proporções. Seu principal líder era Thomaz
formar um império único Muntzer. Muitos mosteiros e castelos foram
no Ocidente que durou incendiados. Os nobres senhores reagiram com
violência, recebendo total apoio de Lutero, que
até 1806.
aconselhava “estrangular os revoltados”. A
rebelião foi derrotada e Muntzer, executado.

Igreja de Calvino
Sacerdote francês convertido ao luteranismo, João Calvino (1506 –
1564) levou ainda mais longe as propostas da reforma de Lutero. Com a sua
teoria da predestinação (desde o nascimento as pessoas estão destinadas por
Deus à salvação ou a condenação eterna, independente de suas obras no
mundo material), foi o mais forte incentivo ideológico ao desenvolvimento
capitalista. Ele ensinava que o lucro não era pecado e que a única maneira de
alguém saber se estava predestinado à salvação era obter êxito nas relações
econômicas por meio do trabalho árduo e disciplinado.

Ilustração da cidade Suíça de


Genebra, onde Calvino mandava
para a fogueira aqueles que não
seguissem suas idéias, como,
dentre outros, foi o caso do
médico espanhol Miguel Servet.

CEESVO 38
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Anglicanismo
De maneira geral, os movimentos que propunham as reformas na Igreja
Católica, eram chamados de protestantismo.
Um desses movimentos apareceu na Inglaterra, onde o rei Henrique VIII,
agindo muito mais por razões políticas do que religiosas, rompeu com o papa
em 1534. A nova religião adotou elementos do calvinismo e manteve outros do
catolicismo. Muitos protestantes ingleses lutavam para que a Igreja Anglicana
fosse “purificada” de seus vestígios do catolicismo, como conseqüência,
aconteceram diversas lutas de caráter político-religioso.
Um dos pontos comuns entre os protestantes foi a rejeição da autoridade do
papa. Com isso, cada Estado passou a ter a sua própria Igreja, diminuindo
assim o poder do Papa e aumentando a autoridade do rei. A nobreza
aproveitou a ocasião para confiscar terras da igreja tornando-as propriedade de
seus estados.
Durante o século XVI, ocorreram as guerras de religião. Nessas guerras, a
religião não passava de um simples pretexto para satisfazer os interesses
políticos das grandes nações.
Mais do que motivos puramente religiosos, a Reforma Protestante
representou uma luta entre os interesses e atividades econômicas da
burguesia e os interesses da Igreja Católica e a nobreza feudal.

Diante do avanço protestante, a Igreja Católica reagiu


aos efeitos da Reforma realizando a Contra-Reforma, isto
é: um amplo movimento de moralização do clero e de
reorganização da Igreja. Veja as principais medidas que
marcaram a Contra-Reforma:
 INQUISIÇÃO: com a incumbência de reprimir os hereges (aqueles que
se afastavam da igreja católica) e julgar todos os cristãos acusados de
não seguirem a doutrina católica;
 CONGREGAÇÃO DO INDEX: Lista de livros
censurados (proibidos), contrários à doutrina
católica;
 COMPANHIA DE JESUS: criada em 1534, pelo militar espanhol lnácio
de Loyola. Os jesuítas eram organizados sob uma disciplina severa e
tinham o objetivo de combater a expansão do protestantismo
convertendo as pessoas ao catolicismo. Sua atuação deu-se através do
ensino, da catequese e da política. Além disso, é preciso notar que a sua
ação não se limitou somente à Europa, mas também à Ásia, à África,
para onde eles acompanharam os colonizadores portugueses e
espanhóis.

39 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

No Brasil, os jesuítas tiveram participação na fundação das missões e na


divulgação da cultura européia. Toda organização escolar dos tempos coloniais
esteve sob a orientação dos jesuítas que impunham os valores dos europeus
aos nativos.

Concílio de Trento
No ano de 1545, o papa Paulo III convocou um concílio (reunião de
bispos), sendo as primeiras, realizadas na cidade de Trento, na Itália.
Ao final de longos anos de trabalho, terminados em 1563, o concílio
apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a unidade
da igreja católica, reagindo às críticas e às idéias protestantes.

Livros queimados pela inquisição

Veja a seguir, um quadro sinótico com as principais


características da Igreja Católica e das diferentes Igrejas
Protestantes que surgiram com os movimentos reformistas.

CEESVO 40
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

CATÓLICOS E PROTESTANTES (século XVI)

41 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

Faça em seu caderno:

9. Você acha que é importante impor aos outros valores que


consideramos importantes para nós? Dê a sua opinião.

10. O que você entendeu sobre o movimento da Reforma Protestante?

11. Você conhece alguns dos diferentes seguimentos religiosos que tem
sua raiz nas Igrejas Protestantes? Comente.

Nesta apostila você aprendeu um pouco mais sobre a história da


América Latina e também um pouco da cultura Africana. Ficou
registrado também, o início das religiões protestantes.
Na próxima apostila, você irá estudar a colonização portuguesa no
Brasil.

CEESVO 42
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

BIBLIOGRAFIA

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documento:imagem e texto – São Paulo. FTD, 2002.
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identidade negra- Minas Gerais. Ed. Autêntica, 2004.
 APOSTILAS DO CEES DE SOROCABA
 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Ensino
Fundamental
 DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DAS
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE
HISTÓRIA E CULTURA AFRO- BRASILEIRA E AFRICANA.
 Sites da Internet

43 CEESVO
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 6ª série

ESTA APOSTILA FOI ELABORADA PELA


EQUIPE DE HISTÓRIA DO CEESVO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO SUPLETIVA
DE VOTORANTIM

PROFESSORAS: DENICE NUNES DE SOUZA


MEIRE DA SILVA OMENA DE SOUZA
ZILPA LAURIANO DE CAMPOS

COORDENAÇÃO: NEIVA APARECIDA FERRAZ NUNES

DIREÇÃO:

ELISABETE MARINONI GOMES


MARIA ISABEL R. DE C. KUPPER

VOTORANTIM, 2005.
(Revisão 2007)

OBSERVAÇÃO

MATERIAL ELABORADO PARA USO


EXCLUSIVO DO CEESVO,
SENDO PROIBIDA A SUA COMERCIALIZAÇÃO.

APOIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTORANTIM

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