Na prática, a pobreza é associada à insuficiência de renda. Diz-se,
portanto, que um indivíduo ou uma família é pobre quando a soma de seus rendimentos não lhe permite satisfazer as necessidades básicas de alimentação, transporte, moradia, saúde e educação. Por sua vez, exclusão social é interpretada de maneira mais ampla e abrange, além da renda, restrições à mobilidade social (intra e intergerações) derivadas de condições como raça, sexo, tipo de ocupação, condição socioeconômica, além de fatores culturais, institucionais e políticos. [...] No Brasil, uma referência básica para caracterizar a insuficiência de renda é o valor do salário mínimo. Assim, podem ser considerados pobres aqueles cuja renda é inferior a meio salário mínimo. Entre os pobres, são considerados indigentes aqueles cuja renda não é sequer suficiente para se alimentarem adequadamente. Por esse critério, seriam indigentes os indivíduos que ganhassem menos de uma quarta parte do salário mínimo. Aplicado a domicílios, esse mesmo procedimento toma por base a renda por morador, supondo uma ocupação média de quatro pessoas por domicílio. [...] A noção de exclusão social é bem mais abrangente do que a de pobreza. É usual o entendimento de que esse conceito representa fenômenos multidimensionais e deve, portanto, ser caracterizado por seus principais atributos. Assim, além do critério da renda, deve incorporar fatores (econômicos e não econômicos, entre e intergerações) tais como moradia, condições de educação, saúde, nutrição, lazer etc. capazes de restringir o acesso, no presente ou no futuro, do indivíduo ou da família a níveis de bem-estar mais elevados.