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Curso:
Tecnologia em Gestão Pública
Disciplina:
Instituições de Direito Público e Privado
(4 créditos - 80 horas)
Autor:
Antonio Garcia Dias
Modalidade:
Educação a Distância
229- 02649
2 UCDB Virtual
0710
UCDB Virtual 3
Plano de Ensino:
Ementa: trata-se de um resumo do conteúdo da Disciplina.
Objetivos Específicos: são os objetivos que devem ser atingidos ao fim de cada
Unidade de conteúdo.
Avaliação:
Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados
para a avaliação (formativa e somativa) e composição da média da Disciplina.
Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Não se limite ao
conteúdo aqui apresentado. Este material deve ser complementado com outros
conteúdos e com a interação com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de:
Mascote Edmouse
Posição atenção:
utilizada em situações de
destaque para assunto
ou comunicados
importantes.
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PLANO DE ENSINO
Ementa
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
UNIDADE 1
-Contribuir para que o aluno compreenda as concepções do Direito, vislumbrando a
importância da Disciplina no Curso.
UNIDADE 2
-Capacitar o Aluno para a compreensão do conceito de fontes do Direito e da sua
classificação.
UNIDADE 3
-Facilitar a compreensão dos alunos a respeito do significado de vigência da lei no
tempo e no espaço.
UNIDADE 4
-Capacitar os Alunos para a identificação e compreensão do papel do Poder Judiciário
e suas instâncias na aplicação do Direito.
UNIDADE 5
-Permitir aos Alunos uma melhor compreensão do contrato individual de trabalho e
sua duração e a visualização do significado e das características da relação
empregatícia e a detecção de sua importância para a aplicabilidade das normas
jurídicas trabalhistas.
UNIDADE 6
-Contribuir para que os Alunos compreendam o significado e os tipos de jornada de
trabalho como distribuição das ações laborais no tempo, incluindo-se noções de horas
extras, trabalho noturno, descanso semanal remunerado e outras do gênero.
UNIDADE 7
-Capacitação dos Alunos quanto às noções e à aplicação do décimo terceiro salário,
enfatizando-se as épocas de seu pagamento e os itens remunerativos sobre os quais
incide.
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UNIDADE 8
-Favorecer a compreensão dos Alunos a respeito da concepção e da importância das
férias como categoria jurídica presente na relação empregatícia.
UNIDADE 9
-Mostrar aos Alunos o significado de aviso prévio, sua finalidade e outras conotações
importantes, tais como as conseqüências da omissão tanto de empregados e de
empregadores em reação a ele.
UNIDADE 10
Contribuir para que os Alunos compreendam as diversas modalidades de extinção ou
rescisão do contrato de trabalho, bem como as conseqüências próprias de cada uma.
UNIDADE 8: FÉRIAS...................................................................68
8.1 Direito às Férias ..........................................................................................................69
8.2 Período Aquisitivo e de Gozo das Férias................................................................ 69
8.3 Duração das Férias...................................................................................................... 70
8.4 Outras Questões Referentes às Férias......................................................................70
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Bibliografia Básica:
MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito do trabalho. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NUNES, Luiz Antonio. Manual de introdução ao estudo do direito. 4. ed. Rio de Janeiro:
Saraiva, 2002.
PALAÍA, Nelson. Noções essenciais de direito. São Paulo: Saraiva, 2003.*
* Livro Texto (Livro adotado na disciplina)
Bibliografia Complementar:
BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de direito público e privado. 11. ed. São Paulo:
Saraiva, 1998.
BRASIL. Código civil. 55. ed. São Paulo : Saraiva, 2004.
______. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
______. Constituição da República Federativa do Brasil. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
CARRION, Valentin. Comentários à CLT. São Paulo: Saraiva, 2003.
COTRIM, Gilberto Vieira. Direito e legislação. São Paulo: Saraiva, 2002.
DIAS, Antonio Garcia. Noções de direito do trabalho. Disponível em:
<http://www.ucdb.br/docentes/agarcia> . Acesso em 15 maio 2006.
______. Noções gerais de direito. Disponível em:
<http://www.ucdb.br/docentes/agarcia> . Acesso em 11 junho 2006.
HERKENHOFF, João Baptista. Instituições de direito público e privado. São Paulo:
Editora Acadêmica, 1992.
MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito do trabalho. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
PELEGRINO, Antenor. Curso de obrigações trabalhistas urbanas e rurais. Uberlândia, MG:
Impresso Gráfica Editora, 2001.
Avaliação
A prova presencial tem peso 7,0 e as atividades virtuais têm peso 3,0.
Portanto, para calcular a Média, usa-se o seguinte procedimento:
MS = MP x 0, 7 + SA x 0,3
MS: Média Semestral
MP: Média das Provas
SA: Somatório das Atividades
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda
poderá fazer o Exame. A média entre a nota do Exame e a Média Semestral deverá
ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.
ATIVIDADE 1.1
Ferramenta: Tarefas
ATIVIDADE 2.1
Ferramentas:Tarefas
ATIVIDADE 5.1
Ferramenta: Tarefas
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ATIVIDADE 8.1
Ferramenta:Tarefas
ATIVIDADE 10.1
Ferramenta:Tarefas
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.
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BOAS-VINDAS
Prezado(a) acadêmico(a),
Inicia agora o segundo semestre do nosso curso. Fico feliz pela sua
determinação em desempenhar um papel importante na carreira profissional.
A partir de agora o conhecimento adquirido permite que você tenha maior
suporte conceitual para desenvolver suas habilidades técnicas e comportamentais. A
UCDB Virtual mais uma vez está conectando você com o futuro, buscando sempre a
melhoria contínua do processo ensino-aprendizagem para formar o profissional de
qualidade.
A globalização e a mundialização do capital determinam um novo modelo de
desenvolvimento no mundo, as empresas, pessoas, governos e organizações devem se
adaptar à Era do Conhecimento, onde a inovação é o ponto principal de diferenciação
no mercado.
Dentro dessa nova era, os inovadores são as pessoas, máquinas não inovam são
inovadas, por isso o capital intelectual está em alta, as condições de competitividade
dependem das pessoas e de sua capacidade inovativa.
Você e o conhecimento adquirido na UCDB Virtual formam o capital
intelectual do futuro, que permite aliar conhecimento tecnológico, conhecimento
tácito e conhecimento intelectual.
Parabéns por fazer parte do nosso curso.
Um grande abraço e ótimo semestre.
Pré-teste
Pré-teste
Esta atividade não será pontuada, mas é importante sua participação.
O objetivo deste instrumento é coletar dados referentes às representações
dos participantes em relação ao uso da tecnologia em diferentes contextos; à EAD e
suas características; às experiências já vividas em relação ao uso da tecnologia.
Caso não autorize o uso destas informações para fins de pesquisa, expresse
sua recusa enviando um e-mail ao professor. Lembramos que o anonimato será
preservado.
(1)O cupa-se das normas referentes às relações entre o ser estatal, seu funcionamento
e os cidadãos
(2) É o conjunto das normas que regulamentam as relações jurídicas de interesse de
toda a sociedade ao mesmo tempo, e não de parte dela
(3) Trata das normas referentes às relações jurídicas entre empregados e
empregadores e tudo quanto a eles interesse.
(4) C onsiste nas normas jurídicas por meio das quais o Estado define os delitos (ações
ou omissões) e as sanções respectivas em hipótese de transgressões a essas mesmas
normas.
(5) É entendido como o conjunto de regulamentações sobre a criação de normas, a
arrecadação, a gestão e a distribuição das receitas dos órgãos públicos.
( )D ireito Público
( ) Direito Tributário
( ) Direito Penal
( ) Direito Administrativo
( ) Direito Trabalhista
Legislativa) do seu Estado precisam ser obedecidas por você, mesmo enquanto (você)
estivesse morando em outro Estado da Federação ou mesmo em outro país.
III. Se tiver que pagar certo valor para a Prefeitura fazer a “ligação” da água em um
imóvel de sua propriedade, você estará pagando um imposto e não uma taxa.
a) Todas estão corretas
b) Todas estão incorretas
c) Apenas I e II estão corretas
d) Apenas I e II estão incorretas
e) Apenas I e III estão corretas
f) Apenas I e III estão incorretas
g) Apenas II e III estão corretas
h) Apenas II e III estão incorretas
6. O Sr. Descan Sathus combina com seu chefe que não gozará neste ano suas
férias devidas, pois a empresa passa por dificuldades. Para compensar,
Descan Sathus terá direito ao gozo de duas férias seguidas no ano seguinte.
Isto permite concluir que:
a) Também nas relações empregatícias a vontade das partes faz lei, e portanto as
normas legais protegem esse acordo entre Descan Sathus e seu chefe.
b) Só com a concordância do empregadoDescan Sathus tal acordo pode ser feito.
c) Descan Sathus e seu empregador não podem fazer tal acordo, diante das normas
gerais do Direito do Trabalho.
d) Se Descan Sathus não aceitar o acordo, poderá ser demitido por justa causa,
tratando-se de uma necessidade da empresa.
e) Se Descan Sathus não aceitar o acordo, poderá ser demitido por justa causa, mesmo
que não existissem as dificuldades da empresa, uma vez que demitir é uma
prerrogativa do empregador.
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8. O Sr. Perdhy Avagha, foi demitido do seu emprego. Acreditando não ter
recebido de seu empregador, o Sr. Nunthen Mays, tudo aquilo a que pensava
ter direito, recorreu à Justiça do Trabalho. No entanto, durante o andamento
do processo, nem o Sr. Perdhy Avagha e nem o Sr. Nunthen Mays conseguiram
provar o que alegavam. Nesse caso:
a) O Juiz encerrará o processo judicial por falta de provas, e assim entre o Sr. Perdhy
Avagha e o Sr. Nunthen Mays ficará o dito pelo não dito.
b) O Juiz não encerrará o processo judicial por falta de provas, mas mandará arquivá-lo
temporariamente até que ou o Sr. Perdhy Avagha ou o Sr. Nunthen Mays apresente as
comprovações do que alega.
c) O Juiz dará ganho de causa ao Sr. Perdhy Avagha, pois a finalidade do Direito do
Trabalho é proteger os interesses do trabalhador e não os do empregador.
d) O Juiz dará ganho de causa ao Sr. Nunthen Mays, pois o Sr. Perdhy Avagha não pode
acusar seu empregador, sem apresentar provas.
e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.
OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 1
Contribuir para que o aluno
INTRODUÇÃO AO DIREITO
compreenda as concepções do
Direito, vislumbrando a
importância da Disciplina no
Curso.
CRITÉRIO ETIMOLÓGICO
SUGESTÃO
Como se observou, em latim, a letra “j” se pronuncia “i”, conforme explica o
insigne Professor Dr. Antonio Machado.
A respeito, sugiro que leia no próprio endereço eletrônico do ilustrado
pesquisador tais observações:
http://www.geocities.com/a_c_machado/latim3.html
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CRITÉRIO SEMÂNTICO
1
Direito é o conjunto de normas de convivência adotadas por uma sociedade Coação ou coerção é uma pressão a que
alguém é submetido para que aja de uma
humana para cumprimento obrigatório por seus membros. certa maneira, isto é, para que faça ou não
faça algo. É o ato de coagir e a situação de
quem se vê coagido. Então, o termo
coativamente significa “de modo
Genericamente se adota a conceituação do Direito no sentido de norma, isto coativo”. Aqui, tem o sentido de uma
é, no sentido objetivo. O nosso conhecido e ilustrado jurista Sílvio Rodrigues, forte determinação da sociedade, por
meio de seus órgãos próprios, para que as
inspirado na literatura jurídica italiana nos afirma que o Direito “... é a norma das pessoas cumpram as normas legais
ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta consideradas importantes para a
manutenção da ordem.
coativamente à observância de todos” (RODRIGUES, 2003, p. 6).
De todo modo, sem a presença do Direito, portanto, estaria instalado na
sociedade o caos. Prevaleceria completamente o direito da força, e não a força do
direito.
Por isso, cada ato humano (e às vezes até mesmo fatos ocorridos sem a
intervenção das pessoas) é regulado por uma ou mais normas jurídicas. Mas também é
verdadeiro que uma só norma regulamenta diversos atos, dada a natureza ou
semelhança deles. Trataremos desse tema a seguir, sob a denominação de
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classificação do Direito.
Mas não se esqueça da grande importância da existência daquelas normas
jurídicas em qualquer que seja a área das relações entre as pessoas.
Então, vejamos quais são essas áreas, isto é, vamos identificar grupos de
normas criadas exatamente para certos tipos de relações jurídicas que ocorrem entre as
pessoas.
Cada área dessas pode ser chamada de um ramo do Direito.
Mas vamos por partes, para facilitar sua compreensão.
Tenho certeza de que você, até aqui, já entendeu que classificar um certo
universo de unidades significa separá-las em grupos conforme as características
semelhantes. Para continuarmos aumentando nossa compreensão sobre o Direito,
faz-se importante, conforme comentamos anteriormente, identificarmos agora as
diversas áreas em que as normas jurídicas se subdividem ou se classificam.
Evidentemente você percebe que certas normas, por exemplo as referentes à
aposentadoria e outras que tratam da compra de um objeto, são de tipos diferentes.
Claro, as primeiras, normas previdenciárias, destinam-se às relações jurídicas entre a
Previdência e o trabalhador, enquanto as outras têm por finalidade reger os direitos e
deveres entre comprador e vendedor. Elas são normas que pertencem a grupos
diferentes, pois diferente é também a natureza das relações jurídicas que
respectivamente regulamentam. E mais: todas essas exemplificadas são diferentes das
leis que se referem à punição das pessoas que cometem crimes.
Assim, como já mencionado, temos diversos grupos de normas. Vamos
identificar, então os ramos do Direito. Um bom administrador precisará conhecer
cada um desses ramos ou grupos de normas jurídicas.
Estamos falando, como você já entendeu, das áreas do Direito, isto é, dos
diferentes tipos dele. Por exemplo, o Direito Civil e o Direito Penal cuidam de
diferentes áreas normativas. A preocupação principal do Direito Tributário não é a
mesma do Direito do Trabalho, e assim por diante.
Assim sendo, identificaremos aqui as principais áreas do Direito, classificando
as suas normas conforme a natureza das relações jurídicas que cada uma regulamenta.
O Direito Público é o conjunto das normas que regulamentam as relações jurídicas de interesse de
toda a sociedade ao mesmo tempo, e, portanto do ente estatal, sua organização e suas funções.
Direito Público
Direito Privado
“... o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas, as instituições
jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado,
determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho
em sua estrutura e atividade.” (NASCIMENTO, 1998 : 57-58).
1 2
Um se refere ao Outro se atém à (B)
significado de finalidade do Direito do
(A) subordinação Trabalho.
a) O aspecto da subordinação
Atividade 1.1
Há um artigo no Código Civil que ocasiona a devolução do presente
dado a alguém pelo(a) amante. Descubra qual é esse artigo, copie-o e envie
mensagem ao fórum, alertando os seus colegas de turma a respeito dessa
circunstância legal, podendo-se juntar alguma ocorrência dessa natureza.
ESTRUTURA DO DIREITO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de direito público e privado. 11. ed. São Paulo:
Saraiva, 1998.
BRASIL. Código civil. 60. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Código tributário nacional. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Constituição da República Federativa do Brasil. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
COTRIM, Gilberto Vieira. Direito e legislação. São Paulo: Saraiva, 2002.
HERKENHOFF, João Baptista. Instituições de direito público e privado. São Paulo:
Editora Acadêmica, 1992.
NUNES, Luiz Antonio. Manual de introdução ao estudo do direito. 4. ed. Rio de Janeiro:
Saraiva, 2002.
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OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 2
Capacitar o Aluno para a
FONTES DO DIREITO
compreensão do conceito de
fontes do Direito e da sua
classificação.
O que teria ocorrido para que essas e outras exigências legais nascessem?
Estas são questões relacionadas ao surgimento das normas jurídicas.
Envolvem legislação, doutrina, jurisprudência e costumes, como veremos a
seguir.
a)legislação
Fontes Estatais
b)jurisprudência
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a)LEGISLAÇÃO
INSTRUMENTOS PRIMÁRIOS
Esses entes normativos apresentam entre si uma hierarquia. Isto significa
então que uma norma hierarquicamente superior não pode ser contrariada por
outra menos elevada. Logo, a superior pode modificar ou extinguir a inferior.E você
certamente está perguntando a si mesmo como se comportam, nesse sentido, duas
normas de mesmo nível hierárquico. Ainda tocaremos nesse assunto mais tarde.
Para melhor visualização dessas relações hierárquicas entre as normas
jurídicas, veja a figura abaixo em que se situam os mais conhecidos tipos:
Constituição Federal
Leis Complementares,
Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Decretos
Legislativos, Resoluções, Medidas Provisórias.
Decretos Regulamentares
Normas de Execução,
Portarias,
Instruções Normativas, Notificações
Constituição Federal
Também chamada de Lei Maior, Carta Magna, etc., a Constituição Federal traz a
síntese dos mandamentos mais importantes de uma sociedade.
Nenhuma outra norma pode determinar algo que lhe seja contrário.
É elaborada pela Assembléia Constituinte (como é conhecido o Congresso
Nacional quando especialmente convocado para elaborar uma nova Constituição
Federal ou modificar substancialmente a existente).
INTERVENÇÃO FEDERAL
ESTADO DE DEFESA
ESTADO DE SÍTIO
Lei complementar
Aprovada por maioria absoluta no Congresso Nacional, (conforme os artigos
61 e 69 da Constituição Federal), regulamenta especificamente matéria trazida de
forma genérica por artigos da CF, e por disposição desta. Isto significa que quando
certos temas precisam ser normatizados por Lei Complementar, a própria
Constituição Federal assim determina.
Como exemplos, as normas do Estatuto da Magistratura, que é a Lei
Complementar n.º 35, de 14 de março de 1979 (conforme determina o artigo 93 da
Com hierarquia praticamente do
Constituição Federal), a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União - AGU, que é a Lei
mesmo nível da Lei Ordinária, existe Complementar n.º 73, de 10 de fevereiro de 1993, por força do artigo 131 da
e vigora também o denominado Constituição Federal.
DECRETO-LEI que, antes da
Constituição Federal de 1988 era Na verdade, a diferença entre a Lei Complementar e a Lei Ordinária está
figura normativa expedida pelo apenas na natureza da matéria normatizada, repetindo-se que os dispositivos daquela
Executivo. Tal como hoje a Medida não podem ser modificados por esta.
Provisória, a existência do Decreto-
Lei é tida por muitos juristas como
sinal de invasão da esfera legislativa, Lei Ordinária
pelo Poder Executivo.
Também produzida pelo Congresso Nacional, é típica do Legislativo. Como
exemplos, os diversos Códigos (Civil, Penal, de Processos, Tributário, Comercial, de
Defesa do Consumidor, e demais), Lei das Sociedades Anônimas, do Inquilinato, das
Falências, e outras.
Lei Delegada
De uso restrito, é elaborada pelo Presidente da República, após delegação
pelo Congresso Nacional, manifestando-se este por meio de Resolução, como quer o
artigo 59, IV, e 68, da Constituição Federal.
Mas há matérias que não podem ser delegadas, como se vê determinado no
bojo do parágrafo 1º do mencionado artigo 68 da Constituição Federal. Como
exemplo dos temas que são reservados à Lei Complementar, temos o empréstimo
compulsório (artigo 148, CF), impostos de competência residual da União (artigo 154,
I - CF) e outros.
Decreto Legislativo
Também é de competência exclusiva dos Legislativos nacional e estaduais. O
Congresso Nacional utiliza-o para transformar em leis, no país, as decisões dos
tratados internacionais que tenham a adesão do Brasil, e as Assembléias Estaduais para
normatização dos convênios entre unidades federadas (isto é, os nossos já conhecidos
Estados).
No Congresso, o Decreto Legislativo, para ser aprovado, precisa do voto
favorável da maioria simples. Portanto, neste aspecto está no mesmo nível da lei
ordinária.
Resoluções
São corporificadas, isto é, definidas, pelo Senado Federal ou por todo o
Congresso, e promulgadas (isto é, divulgadas ou publicadas de modo solene,
formalmente) pelas respectivas Mesas (Diretorias do Senado e da Câmara dos
Deputados), após aprovação por maioria simples.
Como exemplo, o mandamento do artigo 155, parágrafo 1°, item IV, da
Constituição Federal, afirmando que cabe ao Senado Federal a definição da alíquota
máxima do imposto sobre transmissão “causa mortis” (obtenção da propriedade de
bens por herança) e doação de quaisquer bens ou direitos.
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UCDB Virtual
Medidas Provisórias
INSTRUMENTOS SECUNDÁRIOS
Decreto Regulamentar,
Instruções Ministeriais,
Circulares,
Instrumentos
Portarias,
Secundários
Notificações,
Ordens de Serviço,
Outros.
Atividade 2.1
Pesquise sobre o formato e o conteúdo da Portaria, e em seguida
elabore uma por meio da qual o presidente de uma grande empresa estatal
nomeia você Diretor Administrativo dela. Por fim, submeta a atividade por
meio da Ferramenta Tarefas.
Por fim, diga-se ainda que algumas pessoas jurídicas de direito privado, como
empresas, clubes, associações, fundações, e outras, também utilizam certos
instrumentos normativos parecidos com esses acima mencionados. Nem sempre
com a mesma função ou finalidade, mas às vezes guardando estreita semelhança, tal
como a Portaria, a Ordem de Serviço, e outros.
De tudo o que vimos, você já pode concluir que a legislação, isto é, todo o
conjunto de normas jurídicas escritas, significa os mandamentos que a sociedade
exige que sejam cumpridos, para que haja ordem e todos possam cumprir seus deveres
e exigir respeito aos seus direitos.
Então, se essas normas existem e devem ser cumpridas, elas são como que
criadoras do Direito, e por isso nós as chamamos de FONTES do Direito, pois delas
que nasce o Direito.
b) Jurisprudência
Exercício
A respeito do que acabamos de ver, que tal dar uma olhada no
conteúdo dos artigos 1.588 e 1.589 do Código Civil?
a) Costume Jurídico
Nós já vimos que as leis existentes devem ser obedecidas, para a garantia da
ordem na sociedade. Lembre-se de que essa obediência às leis é imposição da própria
sociedade, por meio dos canais próprios, conforme também já vimos anteriormente.
O principal canal próprio para essa exigência é a criação de normas escritas por meio
dos representantes da sociedade, quase sempre o Poder Legislativo, seja federal,
estadual ou municipal.
Mas, veja que interessante: certas normas existem e a obediência a elas é
exigida pela sociedade, mesmo sem terem sido criadas por aqueles canais próprios! E
nem mesmo estão escritas!
Como isso se dá?
Vejamos. Existem certas práticas que ocorrem de modo repetitivo na
sociedade. De tanto ocorrerem, passam a ser normalmente aceitas pelas pessoas, e se
se tratarem de práticas que representem algum interesse para a coletividade, esta
demonstrará que exige respeito a elas, mesmo que nenhuma lei exista obrigando o seu
cumprimento.
Como ocorrem com freqüência, e em geral há muito tempo, são chamadas de
costumes. E como a sociedade exige que esses costumes sejam respeitados,
obedecidos, eles passam a ser qualificados de jurídicos, pois são comparados com as
próprias normas jurídicas.
Mas o que poderia ser apontado como exemplo de Costume Jurídico?
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Costume Jurídico é um conjunto de regras não escritas ou princípios impostos pelo uso
em uma coletividade, tendo o consentimento mesmo que não explícito das pessoas, e
apresentando força de lei.
Por fim, interessante também saber que a esse conjunto de normas dá-se o
nome de Direito Consuetudinário. Em latim, a palavra correspondente a costume é
consuetudo.
Agora, falta apenas entendermos de que maneira o Costume Jurídico é
considerado Fonte do Direito.
Certamente você já sabe a resposta. De fato, se esses costumes precisam ser
respeitados, como exigência da própria sociedade, eles significam normas a serem
obedecidas, o que lhes assegura verdadeiro status de lei, isto é, possuem força de lei.
Tanto assim, que, em uma Ação Judicial, o Juiz pode perfeitamente decidir
quem tem razão, utilizando como fundamento o Costume Jurídico. Afinal, as regras
consuetudinárias, dentre outras características, como vimos acima, não podem ser
contrárias às leis escritas, e, portanto, não haverá qualquer contradição em uma
decisão judicial assim implementada.
b) Doutrina
Se até aqui foi fácil entender o que significam as anteriores Fontes do Direito,
compreender esta última será ainda mais simples.
Veja bem: Você certamente já consultou alguns dos livros ou textos que
apontamos como leitura importante para acompanhar o desenvolvimento da nossa
Disciplina. E como você já observou, foram vários livros ou textos sugeridos (reveja a
relação dos livros mencionados na Bibliografia da nossa Disciplina).
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FONTES DO DIREITO
ESTATAIS NÃO-ESTATAIS
JURISPRUDÊNCIA DOUTRINA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Código civil. 60. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Código tributário nacional. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Constituição da República Federativa do Brasil. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
NUNES, Luiz Antonio. Manual de introdução ao estudo do direito. 4. ed. Rio de Janeiro:
Saraiva, 2002.
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OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 3
Facilitar a compreensão dos
A LEI NO TEMPO E NO
Alunos a respeito do significado
ESPAÇO de vigência da lei no tempo e no
espaço.
Início da Vigência
Enquanto não houver modificação na LICC, uma norma jurídica tem seu
início de vigência após 45 dias da sua publicação, dentro do território brasileiro, ou 90
dias, se fora do país. Tudo isso, caso não haja outra determinação. Essa outra
determinação, em geral, quando existe, vem na própria lei, quase sempre num dos seus
últimos artigos, definindo exatamente o momento de início da vigência.
Assim, uma lei pode vigorar a partir da mesma data de sua publicação, ou
qualquer outro dia, desde que expresso.
Se não vigorar a partir de sua publicação, todo o tempo que se tiver que esperar
para início de sua vigência chama-se vacatio legis, expressão em latim que se pronuncia
“vacácio légis”, e que significa o tempo “vago” dela, ou seja, o período durante o qual
ela não tem força de exigência.
Témino da Vigência
O término da vigência de um regulamento jurídico significa na verdade a
extinção dele. Como vimos, em regra uma norma jurídica nasce para vigorar
indefinidamente no tempo. Mas quase nunca chega a tanto. Existem os fatores que
podem extinguir tácita ou expressamente tal vigor.
A forma expressa de extinção da norma é o vencimento de seu prazo, quando
este tiver sido definido no corpo dela mesma. Trata-se das leis criadas por prazo
conhecido ou determinado. Mas são poucas normas que nascem com essas
características. Ou então quando o legislador declarar, no corpo da nova lei, a extinção
total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) da anterior.
Então, às vezes não é toda a norma que morre, mas apenas parte dela. Por isso
é importante ainda observar, aqui, a extensão das extinções: À modalidade de extinção
pelo surgimento de outra se dá o nome de revogação, que se subdivide em ab-
rogação (quando se extingue toda) e derrogação (extinção apenas de uma parte).
Já a forma tácita de extinção ocorre se nova lei vier regulamentar
completamente o mesmo assunto, gerando portanto incompatibilidade entre a antiga
e a mais recente. Um exemplo dessa modalidade de extinção ocorreu, por exemplo,
com a promulgação da atual Constituição Federal. Esta surgiu tratando de todo o
conteúdo a antiga Carta Maior, extinguindo-a.
Princípio da Territorialidade
O princípio da territorialidade indica que uma lei só vale na região para a qual
foi criada. É o que já mencionamos acima: as leis municipais só têm força, vigor, nas
exatas extensões do Município; as estaduais, na área daquele Estado, e as federais
atingem com sua vigência todo o território brasileiro.
Princípio da Extraterritorialidade
Já o princípio da extraterritorialidade significa que em certas circunstâncias,
um país, por exemplo o Brasil, pode admitir que normas jurídicas de um outro tenham
força na sua área, e vice-versa, sem que com isto seja ferida a respectiva soberania.
Veja que por soberania entende-se o poder máximo, supremo, que um Estado
(no sentido de país) exerce no âmbito de seu território, não se admitindo a
interferência de outro país. Pois bem: conforme o acordo existente entre certos países,
eles podem admitir, como dito acima, a manifestação das normas jurídicas de um na
área do outro.
Dessa forma, um exemplo típico dessa aceitabilidade da vigência de norma
estrangeira no Brasil é o mencionado pelo conteúdo mandamental do artigo 15 da
LICC, o qual admite cumprir-se aqui uma sentença produzida em outro país, desde
que a mesma possua certas características. Que tal conferir esse artigo ?
Como mencionado, não doeu, não é mesmo ?
Melhor ainda: vamos agora para o último item dessa parte do conteúdo desta
nossa importante Disciplina ! Estamos quase no final dela !
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Código civil. 60. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
42 UCDB Virtual
OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 4
Capacitar os Alunos para a
A APLICAÇÃO DO
identificação e compreensão do
DIREITO papel do Poder Judiciário e suas
instâncias na aplicação do
Direito.
LEGENDA
PODER JUDICIÁRIO
a) A Justiça Estadual
b) Os Juizados Especiais
Mas não podemos concluir nossa análise sobre a Justiça Comum sem antes
nos familiarizarmos com um outro setor estrutural muito importante para os
empreendedores e para as organizações empresariais.
Trata-se dos Juizados Especiais. Mas o que são? Do que se ocupam? Qual é a
sua importância??
Inicialmente, entendamos que os Juizados Especiais são órgãos do Poder
Judiciário que nasceram para que fosse possível a solução mais rápida de certos
tipos de conflitos ou causas jurídicas. Daí a sua grande importância, considerando que
existe muita demora na solução dos conflitos judiciais convencionais, uma vez que
não há suficientes recursos humanos e materiais, quantitativamente falando, para o
atendimento das necessidades da sociedade.
Atualmente a Lei n.º 9.099/95 é a que regulamenta as causas que podem ser
levadas aos Juizados Especiais no âmbito da Justiça Comum.
Essas causas tanto podem se referir à área cível quanto à criminal, também
chamada de penal.
Na área criminal admitem-se casos de delitos penais de pequeno potencial
ofensivo, isto é, as contravenções penais e os crimes a que a lei atribua pena máxima
não superior a um ano, com algumas exceções.
Na área cível as causas não podem envolver valores acima de quarenta vezes
o salário mínimo. Nessa área também não se admitem causas que envolvam pensão
alimentícia, falência, tributos e outros interesses da Fazenda Pública, acidentes de
trabalho, sucessão (herança), e outras.
Mas são admitidas as causas referentes à cobrança de créditos (aluguéis,
danos, rendas, honorários, seguros, e outros). Algumas se referem a coisas, como as
derivadas do arrendamento rural e da parceria agrícola (de qualquer valor, pois não se
referem à cobrança de créditos). Também ações de despejo para uso próprio, qualquer
que seja o valor do imóvel, pois não se trata de reclamar crédito, mas a saída de alguém
do imóvel. E outras.
46 UCDB Virtual
c) A Justiça Federal
d) Os Tribunais Superiores
Precisamos, por fim, observar outros órgãos da estrutura da Justiça que são
hierarquicamente superiores aos até aqui vistos. Tenha por perto aquele mesmo
Quadro da Estrutura do Poder Judiciário para melhor acompanhar as correlações
entre esses órgãos.
Evidentemente os Tribunais ditos superiores possuem o poder de
abrangência sobre todo o território nacional, e têm sede na Capital Federal.
Veja então: Acima dos Tribunais de Justiça (órgãos maiores da Justiça
Comum nos Estados) e dos Tribunais Regionais Federais (órgãos maiores da Justiça
Federal propriamente dita em regiões do País), situa-se o Tribunal Superior de
Justiça-STJ. Considerando sua grande importância em relação a possíveis ações
judiciais ajuizadas no interesse das organizações empresariais, mais tarde vamos
observar uma importante função do STJ nessa estrutura, quando estudarmos, no
bojo do item “O Funcionamento do Poder Judiciário”, especialmente dentro do
subtema “As Instâncias na Estrutura da Justiça”.
De qualquer modo, aqui podemos adiantar que o STJ tem a função de julgar
os casos que não envolvam dúvidas quanto à constitucionalidade das normas
jurídicas. Como sabemos todos, uma norma é inconstitucional quando mandar ou
proibir algo que seja contrário às determinações da Carta Maior.
Paralelamente, os demais órgãos da Justiça Federal mantêm semelhantes
correlações. Assim, acima dos Tribunais Regionais do Trabalho está o Tribunal
Superior do Trabalho-TST. Existe o Tribunal Superior Eleitoral-TSE
subordinando os Tribunais Regionais Eleitorais, e o Superior Tribunal Militar-
STM acima dos Tribunais da Justiça Militar.
No entanto, o mais hierarquicamente elevado órgão da estrutura da Justiça
brasileira é o Supremo Tribunal Federal-STF, também chamado de Suprema
48 UCDB Virtual
Como você percebeu, vimos até aqui a estrutura da Justiça, perfazendo uma
idéia do seu corpo em geral e das suas competências.
Mas, se a sua empresa, ou a organização empresarial para quem você trabalha
precisar envolver-se numa ação judicial, seja para defender direitos dela, seja por
ter sido interpelada por alguém que acredite possuir direitos não respeitados, como
será a tramitação, isto é, como se procede nessa estrutura toda que acabamos de
analisar? Você como Administrador profissional precisa então ter familiaridade
suficiente para acompanhar essa tramitação, não é mesmo?
Justamente sobre isto falaremos nesses dois últimos itens desta parte da
nossa Disciplina. Portanto, trataremos do funcionamento da estrutura da Justiça,
abordando especialmente as instâncias ou níveis pelos quais uma ação judicial terá que
tramitar, evoluir, e por fim os sujeitos ativo e passivo por ela envolvidos.
Vamos adiantar que se ocorrer aquele envolvimento da sua organização
empresarial em uma ação na Justiça, quase sempre isso se dará ou na Justiça Comum,
incluindo-se aí os Juizados Especiais, ou na Justiça do Trabalho, ou na Justiça Federal.
Nesse último caso, com certeza tratar-se-á de alguma questão referente a
tributos. Na área da Justiça do Trabalho, evidentemente haverá algum conflito nas
relações empregatícias com algum trabalhador (exceto se autônomo, como já vimos).
Por fim, se for na Justiça Comum, a ação poderá ser qualquer uma referente aos
demais interesses da empresa. Nesse caso, no entanto, dificilmente seria na área
criminal, pelo menos considerando as estatísticas.
Então, vimos que lastimavelmente a sua empresa DIAS & DIAS PARADO
LTDA, a Recorrida, não conseguiu convencer Suas Excelências os Desembargadores
da Turma Cível em apreço. Perdeu o Recurso de Apelação.
Pois bem: como já vimos antes, é possível, desde que certos requisitos
estejam presentes, que se recorra à instância hierarquicamente superior à do Tribunal
de Justiça.
UCDB Virtual 51
d) O Retorno da Decisão
Na verdade, precisamos ainda verificar como proceder para que a parte que
venceu a ação possa, finalmente, ver suas expectativas satisfeitas, não é mesmo?
Tendo havido a decisão final na instância de terceiro grau, os autos (isto é, a
coleção de documentos que compõem o proesso) são enviados de volta. Mas
enviados para quem, ou para onde?
Exatamente o Juízo de primeira instância recebe os autos de volta. Nesse
caso, vieram do STJ. Mas observe que teriam sido devolvidos pelo Tribunal de Justiça,
segunda instância, caso a parte perdedora, no caso a sua empresa, não tivesse
preferido recorrer, ou se, recorrendo, não tivesse agido dentro do prazo ou não tivesse
satisfeito as condições para recorrer à instância de terceiro grau..
Bem, então o Juízo de primeira instância recebe os autos de volta, guarda-os e
intima as partes, isto é, informa-as a respeito. Cabe agora à parte interessada nos
resultados, no caso a empresa Dias & Dias Parado Ltda., por meio de seu Advogado,
tomar as providências para que finalmente as pretensões iniciais possam ser
traduzidas em resultados concretos.
E que providências são aquelas? Genericamente vamos chamá-las de
execução da sentença.
Mas não se assuste com as expressões. Só os Advogados precisam se
preocupar com isso. Entenda apenas que daí em diante a parte perdedora será
52 UCDB Virtual
Você nem acredita, não é mesmo? Mas estamos abordando agora o nosso
último tema dessa Primeira Parte do nosso conteúdo programático. Sei que você
gostaria que nosso conteúdo fosse muito mais longo, mas não temos essa
oportunidade!
Brincadeiras à parte, resta-nos ainda apenas reforçar alguns aspectos
referentes aos sujeitos ativo e passivo do Processo Judicial.
UCDB Virtual 53
freqüentes.
Nós não abordamos, mas há ainda outras identificações principalmente nos
níveis superiores. Apenas para você não estranhar quando vir, citamos alguns:
Impetrante e Impetrado, Agravante e Agravado, Exeqüente e Executado, Embargante
e Embargado, Excipiente e Excepto, e outros.
Por fim, os sujeitos podem ser plurais, isto é, tanto no pólo ativo quanto no
passivo podem figurar mais de uma personalidade. Assim, os Autores podem ser os
Senhores João da Silva, José Ferreira, Lúcia Queiroz e Ricardo Souza, os quais, juntos,
ajuizaram ação frente a alguém.
Igualmente, no pólo passivo os Requeridos podem ser os Senhores Pedro
Pereira, Maria Cruz, Joaquim Nogueira e Alonso Alves, que foram levados à Justiça
por uma ou mais pessoas.
Então, por enquanto isso é tudo em relação aos fundamentos do Direito.
Como você, privilegiado como é, freqüenta um Curso de Administração,
precisamos agora analisar um conteúdo mais específico, voltado ao Direito do
Trabalho e ao Direito Tributário.
Vamos então focalizar, na Segunda Parte dos nossos estudos, elementos de
Direito nessas áreas. Você vai gostar, tenho certeza. Afinal, será um conteúdo muito
útil para o seu exercício profissional como Administrador.
Acompanhe!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
UCDB Virtual 55
ESTRUTURA DO DIREITO
OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 5
Permitir aos Alunos:
A RELAÇÃO EMPREGATÍCIA
E O CONTRATO DE TRABALHO l Melhor compreensão do
contrato individual de trabalho
e sua duração e
A visualização do significado e
l
das características da relação
empregatícia e a detecção de
sua importância para a
aplicabilidade das normas
jurídicas trabalhistas.
CONTRATO DE TRABALHO
Primeira situação:
Imagine que você precise mandar reparar em sua casa uma torneira, a pia e o
encanamento na cozinha. Está tudo em mau estado.
Então você conversa com o Senhor Khan Nekomy Gho, conhecido
encanador da vizinhança, combinando com ele o serviço, por um preço razoável. Ele
se compromete em vir no dia seguinte, em horário adequado para ambos, e você se
incumbe de comprar os canos, a torneira nova, e todos os demais objetos necessários.
Comparecendo no dia seguinte, já trazendo as ferramentas próprias, o Senhor
Khan Nekomy Gho realiza todo o trabalho de reparos, deixando tudo funcionando
muito bem, e você paga o combinado.
Observe que, nesse caso, o Senhor Khan Nekomy Gho utiliza para seu
trabalho as próprias ferramentas, e, ao fazer o serviço de reparos, age conforme a
própria experiência, sem que você tenha que ditar como deve ser feito o trabalho. Em
outras palavras, ele sabe que métodos deve usar para realizar os consertos, sem que
você vá ditar a maneira de agir. Ele é o entendido no que faz, e comanda a si próprio
nas atividades de reparação do seu sistema hidráulico, sem a sua interferência.
Outro aspecto importante aqui: o Senhor Khan Nekomy Gho, caso não
tivesse podido realizar o serviço, por qualquer motivo, não teria o direito de exigir o
pagamento. Em geral este só é feito diante do resultado esperado.
Segunda situação:
Dias depois, ocorre que o Senhor Khan Nekomy Gho fica sabendo que uma
certa empresa precisa de um encanador para instalação da parte hidráulica em diversas
casas que estão sendo construídas em um futuro condomínio ali por perto.
Combinando com os responsáveis os detalhes referentes à remuneração,
horários, locais e as características dos resultados esperados, o Senhor Khan Nekomy
Gho começa no dia seguinte o seu trabalho, que dura cerca de dois meses, pois eram
muitas as unidades residenciais em construção.
58 UCDB Virtual
Durante esse tempo, em alguns dias o Senhor Khan Nekomy Gho não tem como dar
continuidade ao seu trabalho, pois os responsáveis não conseguem todo o material
necessário. Faltavam torneiras no mercado. Nesses dias de falta de material, os
responsáveis não têm outro trabalho para o Senhor Khan Nekomy Gho, uma vez que,
conforme o combinado, suas tarefas são atinentes a instalações hidráulicas.
À época de receber a sua remuneração, o pagamento é integral, não sendo, portanto,
descontados os dias durante os quais o Senhor Khan Nekomy Gho não atua.
Observe então:
Assim sendo, na primeira situação não havia subordinação, uma vez que
aqueles aspectos referentes a local, horário, maneira de agir e responsabilidade pelos
equipamentos e até mesmo por outros materiais estão sob a responsabilidade do
Senhor Khan Nekomy Gho, ainda que você iria pagar tudo, não é mesmo?
UCDB Virtual 59
CLT
CLT
Atividade 5.1
Já vimos que o artigo 443 da CLT se refere aos tipos de contrato
individual de trabalho. Imagine que os seus colegas de Grupo, por um
motivo hipotético, não tenham podido estudar o assunto, e pediram a você
uma explicação sobre o conteúdo desse artigo 443 da CLT. Escreva então,
com suas palavras, usando no máximo 50 e no mínimo 25 linhas (Arial 12),
as explicações solicitadas, enviando a cada um deles por e-mail. Em
seguida, faça chegar ao Fórum cada uma das explicações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
62 UCDB Virtual
OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 6
Contribuir para que os Alunos
JORNADA DE TRABALHO
compreendam o significado e
os tipos de jornada de trabalho
como distribuição das ações
laborais no tempo, incluindo-se
noç ões d e horas ext ras,
trabalho noturno, descanso
semanal remunerado e outras
do gênero.
6.1 Concepção
Horas extras
Jornada in itinere
Trabalho Noturno
Repouso semanal remunerado
Revezamentos
Interjornada e intrajornada
Horas Extras
As normas permitem que o empregado trabalhe por até duas horas a mais
por dia, caso seja interessante para o empregador. Esse tempo a mais será remunerado
pelo valor normal, acrescido de pelo menos 50%, conforme manda o Artigo 7º, XVI
CF e Artigo 52, CLT.
Mas há exceções também no que se refere à obrigatoriedade de se pagarem
horas extras e mesmo de se levar em conta o número de horas trabalhadas por dia.
Trata-se de situações que envolvem os vendedores pracistas, os viajantes e os que
exercem funções não subordinadas a horários, tais como gerentes e outros
empregados que exerçam cargos de chefia.
Observe que, em caso de força maior, também se pode exigir o trabalho extra
sem remuneração majorada, como se depreende do Artigo 61, em seu § 2º CLT.
Jornada In Itinere
Trabalho Noturno
Para quem trabalha por dia, semana, quinzena ou mês, é equivalente a um dia de serviço, acrescidas
das horas extras.
Para quem trabalha por hora, será igual à jornada normal de trabalho, mais as horas extras
habituais.
Para quem trabalha por tarefa ou peças, será o equivalente ao salário correspondente ao que
produziu durante a semana, no horário normal, dividido pelos dias de serviço efetivamente prestado.
Para quem trabalha em domicílio, o equivalente ao quociente da divisão por seis da importância total
da sua produção na semana (em regra, temos também aqui a média semanal).
Para os pracistas que trabalham à base de comissão: procede-se à soma das comissões auferidas
durante a semana, dividindo-se o total pelos dias efetivamente trabalhados para o empregador (igualmente se
procede para definição do valor referente a feriado, e como se nota, também há equivalência à média do período
considerado).
Interjornada e intrajornada
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
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OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 7
Capacitação dos Alunos quanto
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
às noções e à aplicação do
décimo terceiro salário,
enfatizando-se as épocas de
seu pagamento e os itens
remunerativos sobre os quais
incide.
7.1 Concepção
a) Utilidades
Dissemos acima que o 13º salário tem natureza salarial. Por conta disto, ainda
que parte da remuneração normal do empregado seja paga por meio de utilidades
(alimentos, vestuários, valor de aluguel, e outras), os valores correspondentes deverão
se incluir na base de cálculo do 13º salário.
Mas, cuidado: Os bens tidos como utilidades e, portanto, considerados como
parte da remuneração do empregado, não podem ser os mencionados pelo § 2º do
artigo 458, da CLT (nova redação trazida pela Lei n.º 10.243/01), tal como vemos a
seguir:
Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreendem-se no salário, para todos os efeitos
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por
força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
..........................................
§ 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes
utilidades concedidas pelo empregador:
I - vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local
de trabalho, para a prestação do serviço;
II - educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores
relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III - transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou
não por transporte público;
IV - assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-
saúde;
V - seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI - previdência privada.
b) Gratificações
As gratificações recebidas também integram a base de cálculo do 13º salário,
pelo duodécimo, isto é, com base em média dos valores recebidos nos meses
(Enunciado n.º 78 do Tribunal Superior do Trabalho).
c) Aviso Prévio
Como este também tem natureza salarial, inclui-se nos cálculos do 13º
Salário, tal como ocorre com as utilidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
68 UCDB Virtual
OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 8
Favorecer a compreensão dos
FÉRIAS
Alunos a respeito da concepção
e da importância das férias
como categoria jurídica
presente na relação
empregatícia.
Além do que vimos, outras questões de realce merecem ser observadas aqui.
Acompanhe.
2.Em caso de demissão por justa causa, não se pagam férias proporcionais, isto é, aquelas
referentes a período aquisitivo que ainda não se completou, como manda o artigo 146 e 147
também da CLT.
3.Quanto a férias coletivas, estas são as usufruídas por vários empregados na mesma época,
de toda a empresa ou de parte dela, podendo ocorrerem duas vezes ao ano, desde que cada
período não seja inferior a 10 dias, conforme os artigos 134 e 135 da CLT.
a) Estudantes têm o direito de se fazer coincidir o gozo das férias do trabalho com as
escolares.
b) Os familiares que trabalham na mesma empresa podem gozar férias ao mesmo
tempo, se isto não prejudicar os interesses do empregador.
Atividade 8.1
Leia o artigo de Cássio Mesquita Barros, intitulado “Direito Coletivo do
Trabalho e Proteção dos Direitos Humanos Fundamentais: o Direito ao Trabalho
Decente”, disponível no endereço: <http://migre.me/RftV>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
72 UCDB Virtual
OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 9
Mostrar aos Alunos o
AVISO PRÉVIO
significado de aviso prévio, sua
finalidade e outras conotações
importantes, tais como as
conseqüências da omissão
tanto de empregados e de
empregadores em relação a ele.
Também saiba que, por força do artigo 490 da CLT, não tendo sido culpado da
rescisão, mas vindo a cometer falta grave durante o cumprimento do aviso prévio, o
empregado terá descontado o valor que corresponder ao tempo restante, de acordo
com o definido pelo artigo 491, CLT. O mesmo ocorre quanto ao empregador.
Assim sendo, no caso do empregado eventualmente faltoso, o que ocorre é a
conversão da demissão imotivada para despedida por justa causa, no que se refere ao
restante do tempo de cumprimento do aviso prévio, diante da sua atitude ilícita.
Também nesse aspecto, acontecerá analogamente em caso de falta do
empregador.
ARTIGO 484
CLT
O artigo 483, CLT, que trata principalmente desse tipo de atitude do empregador, exige que este
pague o aviso prévio em hipótese de prática de tais ações. É o que se encontra definido no
conteúdo do parágrafo 3º daquele artigo 483.
Essa revogação pode ser tanto expressa (menção verbal ou escrita a respeito
da intenção) quanto tácita (qualquer atitude que demonstre a vontade). Aliás, na área
do Direito do Trabalho as manifestações de vontade não precisam ter forma prescrita
em lei para sua validade. Qualquer forma lícita terá perfeitamente validade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
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OBJETIVO DA UNIDADE:
UNIDADE 10
Contribuir para que os Alunos
DA RESCISÃO DO CONTRATO
compreendam as diversas
DE TRABALHO modalidades de extinção ou
rescisão do contrato de
trabalho, bem como as
conseqüências próprias de
cada uma.
Nessa modalidade incluem-se as causas que podem ser alegadas, seja pelo
empregador, seja pelo empregado, para a rescisão do contrato de trabalho.
Por sua relevância, vejamos os motivos de despedida por justa causa previstos
expressamente em lei, de acordo com o artigo 482 da CLT.
O artigo 482, CLT, que estamos analisando, traz seu parágrafo único a
respeito de prática de atos atentatórios à segurança nacional. Para que o empregador
possa demitir por justa causa o empregado por esse motivo, há necessidade de
comprovação em inquérito administrativo. Como você pode perceber, esse é um
motivo de difícil ocorrência hoje em dia. Já foi, antigamente, mais freqüente.
UCDB Virtual 79
Confira:
1. Fatos imprevisíveis ou inevitáveis que não abalem as finanças da empresa;
2. Medidas governamentais de caráter geral na economia, tais como elevação
exagerada dos juros de mercado, a suspensão de importações ou exportações de algum
bem, e outros (conforme se tem constatado na jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho-TST);
3. extinção de algum departamento ou setor da empresa, por estar
ultrapassado (também conforme a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho- Existia, antes, a figura da concordata,
anterior à falência, e significava a
TST); situação em que a lei, por meio de
4. Incêndio, se não houver seguro contra fogo (de novo em conformidade decisão judicial, concedia ao
comerciante de boa-fé a possibilidade de
com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho /TST); renegociar suas dívidas com os credores,
de tal modo que possa tentar evitar a
5. Mau tempo em atividades em céu aberto (ainda com base na jurisprudência falência definitiva por meio do
do TST); atividade em céu aberto significa aquela realizada em ambientes sem pagamento das dívidas em um certo
prazo; se não conseguisse o pagamento
proteção contra o sol, o vento, a chuva, e outras intempéries; nesse prazo, o Juíz decretava a falência
6. Falência à luz do artigo 449 da CLT definitivamente.
Atividade 10.1
Faça um breve resumo sobre a relação empregatícia, apontando como ocorre
É hora de seu início, as obrigações dos empregadores e empregados, e seu término.
trabalhar!
Se usar outras fontes de pesquisa, nãos e esqueça de citar as fontes!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. CLT. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.