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ALTIMETRIA
Altimetria é a parte da topografia onde são estudados os processos de determinação das cotas ou
altitudes de pontos da superfície terrestre.
Os levantamentos altimétricos, tem como objetivo a representação, em planta, do relevo tanto
através de perfil como através de curvas de nível.
Conceitos básicos
• Cota = é a distância vertical do ponto à superfície de nível de referencia adotada.
• Altitude = é a distância vertical do ponto á superfície de nível médio dos mares. Neste
caso o
plano horizontal adotado como referencia é a superfície do nível médio dos mares.
OBS.: qualquer trabalho altimetrico de grande precisão devem ser iniciado tendo como base uma
referencia de nível.
Curvas de Nível
Pela proximidade das linhas pode-se verificar se o terreno tem um declive muito acentuado ou
não. Se as linhas estiverem muito próximas entre si, significa que o declive é bastante acentuado
(um pico, por exemplo), já se elas estiverem muito distantes entre si, significa que o declive é
suave (uma planície com pequenas elevações, por exemplo).
Mas, as curvas de nível não servem apenas para representar montanhas ou elevações no terreno.
Se em uma planta topográfica com curvas de nível os valores da altitude referentes às curvas
centrais forem menores do que os valores de altitude das curvas externas, significa que ali está
representada uma depressão.
Quando se vai fazer uma planta topográfica com curvas de nível, costuma-se primeiro, antes de
desenhar as curvas, fazer o traçado da rede de drenagem do terreno com o fim de facilitar o
desenho das curvas. Afinal, é a rede de drenagem (rios, ribeirões, riachos, cachoeiras...) que
determina, de forma geral, a topografia do terreno.
OBS.:
Outro conceito associado às curvas de nível (mas que não deve ser confundido) é o “plantio em
curvas de nível”. Trata-se de uma técnica para plantio em terrenos acidentados que segue o
traçado das curvas.
Lembrando que a legislação ambiental brasileira proíbe o desmate e plantio em terrenos com
declividade maior que 45° por se tratar de Áreas de Preservação Permanente (APP) devido a alta
tendência a erosão, o plantio em curvas de nível é uma técnica quer visa diminuir a velocidade da
enxurrada (arraste) e aumentar a infiltração da água no solo para, com isso, evitar que aconteçam
erosões.
TOPOGRAFIA II – PROF.: Vlamir Soares Fonseca 2
Geração de Curvas de Nível
Como ilustrado na figura a seguir, as curvas de nível ou isolinhas são linhas curvas fechadas
formadas a partir da interseção de vários planos horizontais com a superfície do terreno.
Cada uma destas linhas, pertencendo a um mesmo plano horizontal tem, evidentemente, todos
os seus pontos situados na mesma cota altimétrica, ou seja, todos os pontos estão no mesmo
nível.
• Todas as curvas são representadas em tons de marrom ou sépia (plantas coloridas) e preto
(plantas monocromáticas).
• As curvas mestras são representadas por traços mais espessos e são todas cotadas.
• Como mostra a figura a seguir (GARCIA, 1984), curvas muito afastadas representam
terrenos planos.
• Como indicado na figura a seguir, a maior declividade (d%) do terreno ocorre no local
onde as curvas de nível são mais próximas e vice-versa.
• Para o traçado das curvas de nível os pontos notáveis do terreno (aqueles que melhor
caracterizam o relevo) devem ser levantados altimetricamente. É a partir destes pontos que se
interpolam, gráfica ou numericamente, os pontos definidores das curvas.
• Em terrenos naturais (não modificados pelo homem) as curvas tendem a um paralelismo e
são isentas de ângulos vivos e quebras.
• Duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir para formar uma curva única, com
exceção das paredes verticais de rocha. Figura de GARCIA e PIEDADE (l 984).
• Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, portanto, ela não pode surgir do nada e
desaparecer repentinamente. Figura de GARCIA e PIEDADE (l 984).
• Uma curva pode compreender outra, mas nunca ela mesma.
• Nos cumes e nas depressões o relevo é representado por pontos cotados.
Na engenharia, a utilidade dos perfis é grande pois permite o estudo e o lançamento de estradas,
canais, linhas de transmissão etc; Para o desenhista, sua importância não é menor permitindo a
localização dos pontos do terreno que possuem cotas inteiras, ou de valores pré determinados,
cujo o conhecimento é indispensável na representação da altimetria.
Os perfis classificam-se, como as poligonais, em principais e secundários, sendo que o perfil
principal é executado em um alinhamento pré determinado ou eixo secundário ou secção
transverssal, que é um perfil auxiliar feito ao longo de direções perpendiculares, ou sob ângulo
pré determinado a este alinhamento ou eixo.
O elemento básico para este traçado é a caderneta de nivelamento a qual pode ser feita ou
apresentada de diversas maneiras mas todas devendo conter as cotas que são obtidas de um
referência de nível qualquer ou as altitudes que são mantidas em relação ao nível do mar.
Devem ser levantados todos os pontos notáveis do terreno isso é, pontos em que o terreno muda
de declínio, além dessas cotas, as cadernetas devem mencionar com exatidão as distâncias de
cada ponto ou estaca da poligonal, em fim deve conter elementos que permitam marcar com
precisão as abcissas e ordenadas do perfil.
Escalas
No desenho dos perfis devem ser empregadas, as escalas mais simples possíveis isto porém, não
dispensa certas providências a tomar. Se adotarmos uma escala para ser usada tanto nas cotas
como nas distâncias horizontais, o perfil virá a ser constituído de retas que fazem entre si ângulos
muito pequenos, principalmente se o terreno é pouco acidentado, tais circunstâncias devem ser
evitadas. É de desejar que os perfis sejam bem nítidos, salientados e até mesmo exagerando o
relevo do solo, pois assim, pode se tirar deles dados mais precisos e com maior facilidade.
Em conseqüências, no traçado destes elementos, é recomendável o emprego de duas escalas uma
para a medida das distâncias horizontais que é chamada escala H e outra, na qual serão medidas
Planta Planialtimétrica
Perfil Longitudinal
Greide – é a representação gráfica do perfil. È a linha que acompanha o perfil, dotada de uma
certa declividade, que mostra onde o solo será cortado ou aterrado.
UNIDADE 02
Tipos de Levantamentos Altimétricos
2. Nivelamento Trigonométrico
3. Nivelamento Barométrico
4. Nivelamento Geométrico
DN = m g . sen 2 ǿ + AI – FM
2
É aquele e que a diferença de nível entre dois ou mais pontos topográficos é determinada por
meio de resoluções de triângulos através da fórmula trigonométrica da tangente.
Nivelamento trigonométrico, baseia-se por tanto no valor da tangente pelo ângulo de inclinação
do terreno pois o valor dessa função trigonométrica representa sempre a diferença de nível por
metro de distancia horizontal medida do terreno entre os pontos considerados.
Assim determinando a distância horizontal entre os pontos e o ângulo de inclinação do terreno a
diferença de nível é calculada pela seguinte formula:
DN AB = DH x Tag θ
Chama-se clisímetro o aparelho cuja principal função é medir o ângulo de inclinação do terreno,
em função de sua tangente trigonométrica. Diferencia-se portanto, do clinômetro pelo fato de sua
graduação fornecer o valor da tangente em vez do ângulo.
3. Nivelamento Barométrico
Para a aplicação deste, é necessário conhecer a relação que existe entre a variação da coluna de
mercúrio do barômetro e os pontos topográficos situados em diferentes altitudes.
Esta relação pode ser determinada para efeito prático exprimindo-se a densidade do mercúrio em
relação ao ar
Sabendo-se que a densidade do mercúrio em relação a água é de 3,6 e que 1 litro de ar pesa
1,293 g, a densidade do mercúrio em relação ao ar será:
Cálculos Altimétricos
1) e = ∑ DN (+) - ∑ DN (-), podendo o erro ser para mais se: { ∑ DN (+) > ∑ DN (-) }, ou
para menos se: { ∑ DN (-) > ∑ DN (+) }
Sendo o erro (e) para mais se a cota de chegada for maior que a de saída (arbitraria) e para
menos em caso contrário.
2. Limite de Tolerância
Com base no objetivo do trabalho e na precisão que se deseja, adota-se um limite de tolerância
para o erro altimétrico dada pela seguinte expressão:
T =___D___
500√n-1
CP = __________erro altimétrico_________
Soma das DN (+) + Soma das DN (-)
Para calcular as correções, devemos multiplicar o coeficiente por cada diferença de nível.
O sinal de cada correção dependerá do sinal do erro.
Assim como no método de compensação diretamente nas diferenças de nível pelo processo
prático, devemos dividir o erro altimétrico pelo número de vértices da poligonal (n). O resultado
dessa divisão chamamos de erro unitário (E). A diferença é que nesse caso, a correção não será
fixa.
E =_ e_
n
A correção, nesse caso, será calculada da seguinte maneira:
No primeiro alinhamento teremos, correção = 1x erro unitário
No segundo alinhamento teremos, correção = 2x E
No enésimo alinhamento teremos, correção = n x E = e
4. NIVELAMENTO GEOMÉTRICO
APARELHOS NECESSÁRIOS:
NÍVEL TOPOGRÁFICO:
É um aparelho que consta de uma luneta telescópica com um ou dois níveis de bolha, sendo este
conjunto instalado sobre um tripé. A característica principal do NÍVEL é o fato do mesmo
possuir movimento de giro somente em torno de seu eixo principal.
MIRA ESTADIMÉTRICA:
É uma peça com 4,00 metros de altura, graduada de centímetro em centímetro, destinada a ser
lida através da luneta do aparelho. A mira é graduada de forma especial que permite a sua leitura
mesmo que se possa ver apenas uma pequena parcela do seu comprimento; por esta razão, a
separação de centímetro em centímetro, em lugar de ser feita com traços como numa escala
comum de desenho, é feita com faixas, uma branca e - 100 -
outra preta, cada uma delas com a largura de um centímetro; isto aumenta a visibilidade.
Portanto, se desejarmos determinar a cota de um ponto “B” qualquer, basta fazermos duas
leituras sobre a mira. Uma leitura (LA) estado a mira colocada sobre o ponto de cota conhecida
ou adotada (o qual, chamamos de Referência de Nível - RN); e uma outra leitura tomada na mira
estacionada agora sobre o ponto (B), do qual se deseja determinar a cota (Figura 10-3).
AI = cota RN + VISADARE
VISADA À RÉ:
Pode ser feita para frente, para trás, ou para os lados, portanto não é a direção da visada que faz
com que ela seja a ré, e sim sua finalidade. Visada a ré é aquela que é feita para um ponto de cota
conhecida, com a finalidade de determinarmos a Altura do Instrumento (AI).
PONTO INTERMEDIÁRIO:
É um ponto sobre o qual se toma somente a leitura da visada a vante de mudança, com o objetivo
de se determinar a cota do mesmo. Assim como o Ponto de Mudança, a cota do ponto
intermediário interessa ao projeto.
PONTO AUXILIAR:
Trata-se também de um ponto de mudança mas com uma diferença fundamental: sua cota não
interessa ao projeto. Ela é determinada para auxiliar na continuidade do nivelamento, quando a
mudança do aparelho for obrigatória devido às condições desfavoráveis do relevo que não
permitem visar o próximo ponto.
OBS.:
1 – a altura do plano de visada é determinada pela cota do ponto de ré (aquele que sabemos a
cota ou a arbitramos, somada à leitura feita na mira instalada neste ponto
2 – A cota dos outros pontos é determinada através da diferença entre a altura do plano de visada
e as leituras na mira instalada em cada um desses pontos (leituras de vante).
O nivelamento geométrico será composto quando houver mudança de estação (posição) de nível,
ou seja, somente de várias posições poderemos fazer todas as leituras que desejamos.
O nivelamento pode ser aberto ou fechado. È dito aberto quando não se retorna ao ponto inicial
ou não se encerra em um ponto de cota previamente conhecida ou RN.
È dito fechado quando se retorna ao ponto de partida ou se encerra visando uma referencia de
nível (ponto de cota conhecida)
OBS.: Sendo o Nivelamento geométrico fechado temos como determinar o erro cometido
nas operações de campo.
CN – CA = + ∑R - ∑V
Obs.:
1. Quando retornamos ao ponto de partida através do contranivelamento deveríamos ter para sua
cota o mesmo valor arbitrado inicialmente. Nesse caso o erro de nivelamento seria:
∑R - ∑V = 0.
Na prática isto não ocorre. Quando fechamos um nivelamento verificamos que ∑R - ∑V = E,
onde o “E” é o erro de nivelamento.
O erro de nivelamento será admisssível, quando estiver dentro dos limites de tolerância
estabelecidos. Sendo distribuídos para as cotas dos diversos pontos nivelados.
2. Quando utilizamos a expressão ∑R - ∑V = E para determinação do erro de nivelamento
geométrico, consideramos todas as leituras de ré do nivelamento e do contra nivelamento. Já as
leituras de vante são consderadas apenas aquelas que constituem ponto de amarração do
nivelamento.
E= e
N
E = erro unitário
N = Número de vértices
e = erro total
Verificação:
Trabalhos necessários
1. Topográficos de Campo
• Estaqueamento
Todo terreno deve ser estaqueado em forma de quadricular. As quadriculas podem ser marcadas
por teodolito e no encontro dos alinhamento definirá um ponto topográfico, no qual receberá um
piquete.
Cada piquete receberá um numero em função dos alinhamentos horizontais e verticais de acordo
com o exemplo anterior. Desta maneira pode-se dizer que a leitura de mira, cota, valor deo corte
ou aterro nas estacass 1.1, 1.2, 2.1,2.2, etc, terão um valor X qualquer.
As quadrículas, representadas pelos piquetes, possuem sempre as mesma áreas, uma vez que o
estaquemento deve ser feito com espaçamentos constantes entre estacas.
Este estaqueamento é recomendado em função do projeto e da topografia da área. Pode-se
afirmar que quanto menor for o espaçamento melhor será o resultado final na determinação dos
volumes de cortes e aterros. Por outro lado, veriica-se um maior gasto de piquetes e um
excessivo aumento de tempo com operações de campo e escritório, quando se diminui um
espaçamento entre estacas além de dificultar muito a execução final da obra, pelas maquinas e
implementos de nivelamento mecânico.
Após o estaqueamento de toda a área passa-se ao nivelamento das estacas definidas pelo
cruzamento dos alinhamento horizontais e verticais.
As operações de nivelamento podem ser feitas, utilizando qualquer um dos processos de
nivelamento existentes, isto é nivelamento geométrico, estadimétrico, trigonométrico.
No caso de se utilizar nivelamento geométrico os dados de campo (leituras de mira) e as cotas
calculadas poderão ser anotadas na caderneta tradicional ou ainda diretamente no quadriculado.
2. Topográfico de escritório
Sendo nivelamento geométrico arbitra-se uma cota para o ponto inicial, calcula-se a altura do
plano de visada. As cotas dos demais pontos serão calculadas conforme já foi estudado
No caso de nivelamento estadimetrico calcula-se a diferença de nível ou fórmula. Arbitra-se uma
cota para o ponto de partida e calculam-se as demais cotas.
Posição do Centróide
Cota de Origem
Sendo:
bij = altura de corte ou aterro
Hij = altura do terreno
hij = altura do Greide
Após determinadas as alturas de cortes e aterros efetuam-se separadamente a soma das alturas de
corte e a soma das alturas de aterros. A finalidade das somas é determinar a relação entre os
cortes e aterros.
Obs.: quando se determina novamente a relação entre cortes e aterros verifica-se que esta se
aproxima do valor usado como referência. Não se encontra uma relação exata, porque se trabalha
com somente 3 casas de aproximação para o fator de correção.
Esta fórmula é largamente empregada em estradas e ferrovias, nos cálculos de corte e aterro.
Para uma mesma seção poderemos ter áreas de corte e aterro, que posteriormente significarão
volumes de corte e aterro.
superfícies paralelas são representadas pelas curvas de nível. Vamos verificar a fórmula com o
exercício abaixo.
Exercício 16 – Calcular para as curvas de nível dadas abaixo, o volume definido entre as curvas
5 e 15m.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A RÁDIO-NAVEGAÇÃO
O SISTEMA GPS
A tecnologia atual permite que qualquer pessoa possa se localizar no planeta com uma
precisão nunca imaginada por navegantes e aventureiros há até bem pouco tempo. O
sofisticado sistema que tornou realidade esse sonho e chamado "G.P.S." – Global
Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) – e foi concebido pelo
Departamento de Defesa dos EUA no início da década de l960, sob o nome de ‘projeto
NAVSTAR’. O sistema foi declarado totalmente operacional apenas em l995. Seu
desenvolvimento custou 10 bilhões de dólares. Consiste de 24 satélites que orbitam a terra
a 20.200 km duas vezes por dia e emitem simultaneamente sinais de rádio codificados.
Testes realizados em 1972 mostraram que a pior precisão do sistema era de 15 metros. A
melhor, 1 metro. Preocupados com o uso inadequado , os militares americanos implantaram
duas opções de precisão: para usuários autorizados (eles mesmos) e usuários não-
autorizados (civis). Os receptores GPS de uso militar têm precisão de 1 metro e os de uso
civil, de 15 a 100 metros. Cada satélite emite um sinal que contém: código de precisão (P);
código geral (CA) e informação de status.
Como outros sistemas de rádio-navegação, todos os satélites enviam seus sinais de rádio
exatamente ao mesmo tempo, permitindo ao receptor avaliar o lapso entre
emissão/recepção. A potência de transmissão é de apenas 50 Watts. A hora-padrão GPS é
passada para o receptor do usuário. Receptores GPS em qualquer parte do mundo
mostrarão a mesma hora, minuto, segundo,... até mili-segundo. A hora-padrão é altamente
precisa, porque cada satélite tem um relógio atômico, com precisão de nano-segundo –
mais preciso que a própria rotação da Terra. É a referência de tempo mais estável e exata
TOPOGRAFIA II – PROF.: Vlamir Soares Fonseca 32
jamais desenvolvida. Chama-se atômico por usar as oscilações de um átomo como
"metrônomo".
O receptor tem que reconhecer as localizações dos satélites. Uma lista de posições,
conhecida como almanaque, é transmitida de cada satélite para os receptores. Controles em
terra rastreiam os satélites e mantém seus almanaques acurados.
Cada satélite tem códigos P e CA únicos, e o receptor pode distinguí-los. O código P é mais
complexo que o CA, quase impossível de ser alterado e somente militares têm acesso
garantido a ele.
Receptores civis medem os lapsos de tempo entre a recepção dos sinais codificados em CA.
O conceito da rádio-navegação depende inteiramente da transmissão simultânea de rádio-
sinais. O controle de terra pode interferir, fazendo com que alguns satélites enviem seus
sinais CA ligeiramente antes ou depois dos outros. A interferência deliberada introduzida
pelo Departamento de Defesa dos EUA é a fonte da Disponibilidade Seletiva – Selective
Availability (AS). Os receptores de uso civil desconhecem o valor do erro, que é alterado
aleatoriamente e está entre 15 e 100 metros. Os receptores militares não são afetados.
Existe outra fonte de erro que afeta os receptores civis: a interferência ionosférica. Quando
um sinal de rádio percorre os eletrons livres na ionosfera, sofre um certo atraso. Sinais de
freqüências diferentes sofrem atrasos diferentes. Para detectar esse atraso, os satélites do
sistema enviam o código P em duas ondas de rádio de diferentes freqüências, chamadas L1
e L2. Receptores caros rastreiam ambas as freqüências e medem a diferença entre a
recepção dos sinais L1 e L2, calculam o atraso devido aos eletrons livres e fazem correções
para o efeito da ionosfera. Receptores civis não podem corrigir a interferência ionosférica
porque os códigos CA são gerados apenas na freqüência L1 ( l575,42 MHz ). Existem
receptores específicos, conhecidos como não-codificados, que são super acurados. Como
desconhecem os valores do código P, obtém sua precisão usando técnicas especiais de
processamento. Eles recebem e processam o código P por um número de dias e podem
obter uma posição fixa com precisão de 10 mm. É ótimo para levantamento topográfico.
O Sistema foi originalmente projetado para uso militar, mas em l980, uma decisão do então
presidente Ronald Reagan liberou-o para o uso geral. Na época, o Departamento de Defesa
americano implantou um erro artificial no Sistema chamado "Disponibilidade Seletiva", para
resguardar a segurança interna do país. A Disponibilidade Seletiva foi cancelada por um
decreto do Presidente Clinton em maio de 2000, pois o contínuo desenvolvimento
tecnológico permitiu ao Departamento de Defesa obstruir a precisão do Sistema onde e
quando os interesses americanos exigissem. Com o decreto, o erro médio de 100 metros na
localização do receptor ficou dez vezes menor.
Um fator que afeta a precisão é a ‘Geometria dos Satélites’ - localização dos satélites em
relação uns aos outros sob a perspectiva do receptor GPS. Se um receptor GPS estiver
localizado sob 4 satélites e todos estiverem na mesma região do céu, sua geometria é
pobre. Na verdade, o receptor pode não ser capaz de se localizar, pois todas as medidas de
distância, provém da mesma direção geral. Isto significa que a triangulação é pobre e a
área comum da intersecção das medidas é muito grande (isto é, a área onde o receptor
busca sua posição cobre um grande espaço). Dessa forma, mesmo que o receptor mostre
uma posição, a precisão não é boa. Com os mesmos 4 satélites, se espalhados em todas as
direções, a precisão melhora drasticamente. Suponhamos os 4 satélites separados em
intervalos de 90º a norte, sul, leste e oeste. A geometria é ótima, pois as medidas provém
de várias direções. A área comum de intersecção é muito menor e a precisão muito maior.
A geometria dos satélites torna-se importante quando se usa o receptor GPS próximo a
edifícios ou em áreas montanhosas ou vales. Quando algum satélite é bloqueado, a posição
relativa dos demais determinará a precisão, ou mesmo se a posição pode ser obtida. Um
receptor de qualidade indica não apenas os satélites disponíveis, mas também onde estão
no céu (azimute e elevação), permitindo ao operador saber se o sinal de um determinado
satélite está sendo obstruído.
Outras fontes de erro: atraso na propagação dos sinais devido aos efeitos atmosféricos e
alterações do relógio interno. Em ambos os casos, o receptor GPS é projetado para
compensar os efeitos.
PREVISÃO DO ERRO
Erro de efemérides 60 cm
Atmosférico/Ionosférico 360 cm
Para se calcular a precisão do sistema, multiplica-se o resultado acima pelo valor do DOP
mostrado no receptor GPS. Em boas condições, o DOP varia de 3 a 7. Assim, a precisão de
um bom receptor num dia típico será:
Um receptor rastreia um satélite pela recepção de seu sinal. Sinais de apenas quatro
satélites são necessários para obtenção de uma posição fixa tridimensional, mas é desejável
um receptor que rastreie mais de quatro satélites simultaneamente. Como o usuário se
desloca, o sinal de algum satélite pode ser bloqueado repentinamente por algum obstáculo,
restando satélites suficientes para orientá-lo. A maioria dos receptores rastreia de 8 a 12
satélites ao mesmo tempo.
Um receptor não é melhor que outro por rastrear mais satélites. Rastrear satélites
significa conhecer suas posições. Não significa que o sinal daquele satélite está sendo usado
no cálculo da posição. Muitos receptores calculam a posição com quatro satélites e usam os
sinais do quinto para verificar se o cálculo está correto.
CANAIS
Depois que os sinais são captados pela antena, são direcionados para um circuito eletrônico
chamado canal, que reconhece os sinais de diferentes satélites. Um receptor com um canal
lê o sinal de cada satélite sucessivamente, até receber os sinais de todos os satélites
rastreados. A técnica é chamada "time multiplexing". Leva menos de um segundo para
processar os dados e calcular a posição. Um receptor com mais de um canal é mais rápido,
pois os dados são processados simultaneamente.
ANTENAS
A antena recebe os sinais dos satélites. Como os sinais são de baixa intensidade, as
dimensões da antena podem ser muito reduzidas. Receptores portáteis utilizam um dos dois
tipos:
ANTENAS EXTERNAS
Podem ser conectadas através de uma extensão à maioria dos receptores. Alguns
receptores possuem antena destacável, permitindo melhor uso a bordo de veículos. Se você
for comprar uma antena externa, escolha uma ‘ativa’ que amplifica os sinais antes de enviá-
los para o receptor. Ao construir uma extensão, opte por encurtar o cabo o máximo possível
para diminuir a perda do sinal.
ENTRADA DE DADOS
Receptores GPS são projetados para serem compactos, não possuindo teclado alfa-
numérico. Todos os dados são digitados uma letra ou número ou símbolo por vez. Se o
receptor não permitir rápida mudança de caracteres, NÃO COMPRE.
O receptor deve usar uma linguagem que o equipamento a ele associado possa entender.
Existe uma linguagem padrão para equipamentos de navegação chamada: Protocolo NMEA
– National Maritime Eletronics Association. Existem diferentes formatos de protocolos, então
verifique se o receptor e o equipamento usam o mesmo formato. Os mais comuns são: 180;
182; 183 versão 1,5; 183 versão 2,0. A maioria dos receptores tem saída NMEA de dados.
Plotar pontos no receptor pode ser cansativo devido à ausência de teclado alfa-numérico.
Um editor permite a entrada de dados rápida e facilmente. Os dados são digitados no
teclado do computador e transferidos depois para o receptor. Outra maneira de plotar os
pontos no computador é usar um mapa da área na tela e selecionar os pontos a serem
plotados com um mouse. O computador transfere automaticamente as coordenadas dos
pontos para o receptor.
Nem todos os receptores são projetados para receber dados. Existem três linguagens
utilizadas nos receptores com essa capacidade: NMEA; ACS II (formato de texto de um PC
comum; e Proprietary (linguagens desenvolvidas pelos próprios fabricantes). Poucos
receptores portáteis recebem dados NMEA. Alguns recebem dados ACS II e podem ser
conectados diretamente ao computador RS 232. A maioria dos receptores apenas recebem
dados no formato projetado pelo fabricante. Algumas companhias querem limitar programas
feitos por terceiros para seus receptores e se recusam a revelar o formato usado. Se você
quer usar seu receptor associado a outros equipamentos, verifique a compatibilidade das
linguagens empregadas.
O GPS Diferencial – DGPS – é uma técnica usada para melhorar a precisão do Sistema de
Posicionamento Global pelo processamento contínuo de correções nos sinais, que podem ser
transmitidas em Freqüência Modulada ou via satélite e são disponibilizadas em alguns
países através de serviços de subscrição taxados. O DGPS reduz os efeitos das variações
ionosféricas e permite precisão de 1 a 5 metros.
Os satélites recebidos pelo receptor DGPS do usuário, mas não pelo receptor GPS no local
da antena transmissora, não terão as correções correspondentes. Quando quatro ou mais
satélites recebidos têm as correções correspondentes, o resultado é uma posição altamente
precisa. Quanto mais satélites com correção, maior a precisão.
Um receptor DGPS típico recebe sinais no formato RTCM SC-104 de bases terrestres que
operam em bandas de Freqüências entre 283,5 a 325 kHz e dados na razão de 25, 50,
100 ou 200 bits por segundo. Estas estações são operadas por agencias governamentais,
como a Guarda Costeira dos EUA.
Geralmente, estações mais próximas fornecerão dados corrigidos mais precisos. Outras
estações devem ser verificadas pelo usuário quanto à disponibilidade de sinal e aplicação
pretendida. A potência da estação é geralmente configurada para cobrir uma faixa de uns
300 km. Outros fatores como interferência local, condições atmosféricas, localização da
estação e seleção e instalação da antena afetam o alcance disponível do sinal.
· Troca pobre de dados entre o DGPS e o GPS podem resultar em correções intermitentes
ou nulas.
·Trajetória Múltipla: ocorre quando o sinal é refletido antes de alcançar o receptor GPS. O
sinal refletido demora um pouco mais para alcançar o receptor que o sinal não
refletido.Como a distância para cada satélite é calculada com base no tempo que o sinal
leva para alcançar o receptor, a demora resulta em erro de posição. O erro pode ser
minimizado pela escolha de um local para a instalação da antena menos exposto a sinais
refletidos. Geralmente a antena deve ser montada numa superfície horizontal plana e
grande, distante de estruturas verticais como cabines, mastros, etc.
·Número de Satélites Visíveis. Para efetuar as correções nos sinais dos satélites recebidos
pela antena da estação transmissora, os mesmos satélites,pelo menos em parte, devem
estar sendo recebidos pelo GPS.
·Geometria dos Satélites. Um mínimo de quatro satélites é necessário para determinar uma
posição 3D. Às vezes, satélites adicionais são necessários devido à localização relativa entre
si. A localização relativa é chamada “Geometria dos Satélites”. A geometria é ideal quando
os satélites estão localizados em grandes ângulos em relação uns aos outros. Quando em
linha ou agrupados, a geometria é considerada pobre. Ocorre o mesmo para o DGPS.
É um projeto que o FAA – órgão que administra as atividades aeronáuticas dos EUA – está
desenvolvendo para melhorar a precisão geral e a integridade do sinal GPS para vôos por
instrumentos sob condições meteorológicas adversas, principalmente durante a
aproximação para o pouso.
Atualmente o sistema cobre apenas a América do Norte. Não existem estações de referência
na América do Sul. Embora o usuário possa receber o WAAS, o sinal não está corrigido e
não melhora a precisão.
SISTEMAS DE COORDENADAS
São padrões de quadrados e retângulos superpostos aos mapas que permitem identificação
de todo e qualquer ponto. O sistema mais usado que cobre o mundo todo é o
LATITUDE/LONGITUDE. Usa-se como referências a Linha do Equador – que divide a Terra
em Hemisfério Norte (N) e Hemisfério Sul (S) – e a linha que passa pelos polos e pela
cidade inglesa de Greenwich (Meridiano de Greenwich) – que divide a Terra em Hemisfério
Oeste (W, de West) e Hemisfério Leste (E, de East). As linhas imaginárias paralelas à do
TOPOGRAFIA II – PROF.: Vlamir Soares Fonseca 38
Equador são chamadas de Paralelos de Latitude e suas perpendiculares, de Meridianos de
Longitude. Convencionou-se que a linha do Equador é a linha 0º de Latitude e o meridiano
de Greenwich, a linha 0º de Longitude. O meridiano oposto, a 180º, é chamado de
"International Date Line" (Linha Internacional de Mudança de Data). O Polo Norte está na
Latitude 90º Norte e o Sul, na 90º Sul. P último pedido de socorro do Titanic partiu das
coordenadas localizadas no paralelo de latitude 41º e 45’ acima do Equador (Hemisfério
Norte) e no meridiano de longitude a 050º e 14’ a oeste de Greenwich (Hemisfério Oeste).
Assim, no sistema LAT/LONG, suas coordenadas eram: N 41º 45’ W 050º14’.
A genialidade da grade UTM está na facilidade e precisão que ela permite na leitura de
mapas muito detalhados. Gerardus Mercator, cartógrafo belga do século XVI, não imaginava
o alcance da projeção elaborada por ele.
Cada zona tem sua referência vertical e horizontal. A linha de longitude que divide uma
zona de 6º em duas metades é chamada de ‘zona meridiana’. Por exemplo, a zona 1 é
limitada pelas linhas de longitude W 180º e W 174º, então sua zona meridiana é a linha de
longitude W 177º. A zona meridiana é sempre definida como 500.000 m. As coordenadas
horizontais maiores ou menores que 500.000 m se localizam a leste ou oeste da zona
meridiana, respectivamente. O valor de uma coordenada horizontal avalia sua distância –
em metros – da zona meridiana. A coordenada 501.560 está a 1.560 m a leste da zona
meridiana; a 485.500 está a (500.000 – 485.500) = 14.500 m a oeste da zona meridiana.
As coordenadas horizontais crescem para leste e decrescem para oeste. As coordenadas
verticais são medidas em relação ao Equador, que é cotado como a coordenada 0.000.000
m de referência para o Hemisfério Norte ou como a coordenada 10.000.000 m de referência
para o Hemisfério Sul. A coordenada vertical de uma localidade acima da Linha do Equador
é sua distância – em metros – ao Equador. A coordenada vertical 5.897.000 significa que o
ponto está a 5.897,0 m acima do Equador. Se o ponto estiver abaixo do Equador, a
distância é calculada subtraindo-se o valor da coordenada do valor de referência para o
Hemisfério Sul (10.000.000 – 5.897.000 = 4.103,0 m).
Como a mesma coordenada vertical pode ser associada a duas localidades distintas, uma
acima e outra abaixo do Equador, é necessário indicar em qual hemisfério se localiza para
identificá-la.
O GPS tem seu próprio DATUM chamado WGS 84 – World Geodetic System 1984. Todos os
receptores podem usá-lo como referência.
RECEPTORES GPS
APLICAÇÕES
LIMITAÇÕES
A leitura da altitude fornecida pelo receptor também é afetada pelo erro do sistema. Porém,
um erro de 10 metros numa dimensão de 100; 200 ou 500 metros é proporcionalmente
muito grande e perigosa, dependendo da atividade desenvolvida.
Os sinais dos satélites não penetram em vegetação densa, vales estreitos, cavernas ou na
água. Montanhas altas ou edifícios próximos também afetam sua precisão.
Para o uso automotivo, deve-se providenciar uma extensão para fixar a antena
externamente ou posicionar o receptor junto ao pára-brisas.
É importante que o receptor utilize pilhas comercializadas no nosso mercado e que tenha
como acessório um adaptador para ligá-lo no acendedor de cigarros do veículo.
Para o uso em ambiente marinho, é fundamental que o receptor seja a prova d’água para
evitar corrosão em seus componentes.
ESCOLHA DO RECEPTOR
O ítem mais importante é definir a aplicação básica que você terá para um receptor GPS.
Identifique então os modelos disponíveis no mercado e liste-os sob a forma de uma tabela
comparativa contendo preços, características principais e acessórios disponíveis. Acessórios
ou características supérfluas à sua aplicação encarecem desnecessariamente o modelo a ser
adquirido.
Um receptor portátil para o uso geral de excelente relação custo/benefício é o modelo GPS
III PLUS fabricado pela GARMIN. Vem de fábrica com um mapa bastante detalhado
implantado na memória; funciona com 4 pilhas tamanho AA - autonomia de mais de 30
horas - ou conectado ao acendedor de cigarros – aceita variação de 10 a 32 Volts na
alimentação; sua memória tem capacidade de gravar até 500 pontos e 20 rotas diferentes e
registra seu deslocamento automaticamente. Permite entrada/saída de dados para outros
equipamentos e custa aproximadamente 300 dólares nos EUA. Existe um modelo específico
para as Américas e o modelo PILOT, mais caro, para o uso em aviação.