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MANDALA DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE
CONTAGEM
CADERNO:
A CRIANÇA E O MUNDO NATURAL
CONTAGEM
2010
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A CRIANÇA E O MUNDO NATURAL
Chefe Seattle
1. DELIMITAÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO
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Os fenômenos físicos são todas as transformações da matéria, em que não
ocorre alteração de sua composição ou propriedades químicas. São exemplos
a ebulição, a evaporação da água, o cortar o papel. Relacionam-se com a
luz, o som, o magnetismo, a eletricidade entre outros. Já os fenômenos
químicos, são aqueles em que ocorrem mudanças na composição da
substância. A matéria, após sofrer uma reação química, não pode mais voltar a
ser como era anteriormente. Exemplo: queimar papel, misturar cores,
descolorir tecidos etc. Os fenômenos biológicos são aqueles observáveis nos
seres vivos, como a respiração, a fotossíntese, a digestão, os batimentos
cardíacos, o movimento.
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Quando está chovendo
(...)
Por que o fogo queima
Por que a lua é branca
Por que a Terra roda
Por que deitar agora
Por que as cobras matam
Por que o vidro embaça
Por que você se pinta
Por que o tempo passa
Por que que a gente espirra
Por que as unhas crescem
Por que o sangue corre
Por que que a gente morre
Do que é feita a nuvem
Do que é feita a neve
(...)
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X – promovam a interação, o cuidado, a preservação e o
conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida
na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais.
(BRASIL, 2009)
Marcelo Gleiser
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pensamento mítico considera infinitas verdades para as curiosidades naturais
humanas, e suas respostas eram baseadas na observação direta da natureza.
O conhecimento mítico e religioso, fundamenta-se, portanto, apenas no
princípio da autoridade: a verdade sobre a fundação do mundo, origem e o
destino do homem, bem como seu comportamento ético.
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realidade da natureza fosse somente aparência. Para ele ciência significava
conhecer os objetos da natureza, considerando as particularidades de uma
realidade única e universal. Por exemplo, na natureza, mesmo que as coisas
sejam diferentes, todas tem algo em comum e que para perceber isto, a
observação sistemática era necessária.
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qualidade de vida. O homem, cada vez mais se vê como o centro do universo
e proprietário dos recursos naturais.
Esse mecanicismo ganhava cada vez mais adeptos, e no ano em que morre
Galileu, nasce Isaac Newton, responsável pela grande síntese mecanicista ao
dar explicação sobre os fenômenos físicos que ocorriam entre a terra e o céu.
Newton cria a teoria da gravitação universal entendendo que o universo era
dinâmico e não estático como pensavam os antigos.
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O desenvolvimento das ciências nos séculos XIX e XX, junto com o
pensamento positivista de Comte, conduzia a um clima anticientífico que
marcará os próximos tempos.
Esse clima foi marcado por teorias da física, que no início do século XX
abalaram a mecânica clássica, mostrando que o modelo de Newton não era a
única verdade sobre o mundo. A ciência que se desenvolvia era regida por
possibilidades e incertezas. Albert Einstein elaborou a teoria da relatividade
que reinterpretava as teoria de Newton e que sustentava a ideia de que os
movimentos do universo são relativos e não absolutos.
Podemos dizer que temos hoje outros saberes circulando, novas formas de
relacionamento com a realidade, formas marcadas pela ambigüidade e
complexidade, o que possibilita novas alternativas de ação e um certo
relativismo. O tempo atual não é o das certezas, mas sim das incertezas, da
mutabilidade, da busca, do questionamento. Trabalhar com as crianças
buscando, não verdades absolutas, mas formas de compreender e atuar no
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mundo , marcadas inclusive pela provisoriedade, é fundamental. Instigar o
pensamento crítico, a dúvida, a pesquisa, a investigação e a vinculação entre
o conhecimento do mundo natural e o mundo social, entendendo que “todo o
conhecimento científico-natural é científico-social” (SANTOS, 1988) pois é
produção humana.
A criança, num primeiro momento, não tem clareza do que é real e do que é
imaginação, formula conceitos espontâneos baseados na interpretação dos
fenômenos ao seu redor em que misturam-se pensamento mágico e lógica.
Nos momentos em que dialoga com os pares e com a educadora, ela
confronta as hipóteses levantadas anteriormente, a partir de experiências
vividas e reelabora os conceitos espontâneos. Esse processo acontece ao
longo da vida, alguns conceitos se transformam em conceitos científicos outros
permanecerão no campo do espontâneo.
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Elas, em geral, são muito curiosas e gostam do contato com a
natureza, de olhar como as formigas se comportam, de abrir
as torneiras e brincar com a água,[...] querem subir nas
árvores, enfim, procuram [...] [em] cada canto [...] um vestígio
de natureza com a qual possam ter contato. (SCARDUA,
2009, p. 61)
Assim, é por meio da exploração do espaço e dos objetos que a criança amplia
suas possibilidades de investigar, de conhecer, de comunicar suas experiências
através de gestos, palavras, imagens, jogos e brincadeiras e de reapresentar o
mundo. Torna-se importante, portanto, que os espaços ocupados pelas
crianças e a disponibilização de objetos sejam estruturados de forma mais
diversificada possível de forma a provocar desafios.
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Nesse processo, é importante que a criança seja instigada a sentir o ar, respirá-
lo profundamente, sentir o calor do sol e olhá-lo pelo horizonte, pisar na terra e
regá-la, ver a árvore balançar, subir e observar suas folhas caindo,
experimentar seus frutos e cheirar suas flores, ouvir o barulho da chuva, dos
trovões e do canto dos pássaros. Ao fazer isso, a criança estreita uma
relação física com a natureza e exprime desejos do seu corpo que também é
natureza. Aos adultos cabem, dar significados a essas sensações e sua ação
seria de encorajar as crianças a se conhecerem e conhecerem o meio em que
vivem.
3. OBJETIVOS
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4. EXPERIÊNCIAS
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recolher todo o lixo produzido nas excursões, nas atividades
pedagógicas e destiná-los para locais corretos;
acompanhar o processo de amadurecimento de frutos;
observar o processo de decomposição dos resíduos orgânicos
através da compostagem;
discutir com outras crianças e/ou adultos sobre os problemas que
ameaçam nosso planeta;
investigar, formular hipóteses sobre um determinado tema buscando
entender o trabalho do cientista;
utilizar instrumentos como lupas, lunetas, microscópios;
observar o comportamento dos objetos físicos: queda dos corpos,
flutuação de objetos, direção e distância e agir sobre os mesmos
prevendo as reações;
colecionar objetos, classificando-os de acordo com suas
propriedades;
soltar pipa, fazer cataventos, balões e bolinha de sabão, percebendo
o ar;
subir em árvores;
tomar banho de mangueira;
perceber, nos momentos das refeições, a quantidade necessária para
alimentar sem desperdiçar os alimentos;
identificar diferenças e semelhanças entre os seres vivos;
perceber a transformação, o surgimento de novas substâncias em
atividades de culinária tais como fazer bolo, gelatina, massinha,
docinhos;
montar e desmontar aparelhos velhos, relógios etc.;
entender o funcionamento de pilhas, lâmpadas, baterias;
discutir o funcionamento de telefones, computadores, lanternas,
espelhos, calculadoras, funis, peneiras ;
coletar dados referentes a observações de fenômenos do cotidiano;
formular hipóteses, testá-las e socializar com os pares;
reaproveitar resíduos sólidos (sucata) para fabricação de brinquedos,
para ornamentação da instituição, etc.;
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observar a natureza;
realizar pesquisa e entrevistas com os pais, com a comunidade;
5. SABERES E CONHECIMENTOS
inércia
velocidade
queda dos corpos
flutuação dos corpos
noção de força
mudanças de estados físicos
equilíbrio
eletromagnetismo
som
movimento
energia
matéria
calor
luz
transformação
mistura
fusão
biodiversidade
corpo humano
saúde
alimentação
sustentabilidade
estações do ano
ar
clima
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água
solo
universo (planetas, estrelas,satélites)
reciclagem
preservação/conservação
uso adequado dos bens naturais
compostagem
equilíbrio ecológico (cadeia alimentar)
resíduos sólidos (lixo)
desequilíbrio ambiental (desmatamento, poluição, etc)
fenômenos naturais ( vulcões, terremotos, tsunami, etc.)
meio de comunicação
propaganda/consumismo
Em relação aos espaços dentro ou fora da sala, esses devem ser acolhedores,
educativos, de modo a propiciarem maior aproximação das crianças com a
natureza, oportunizando-as brincar com água, barro, areia, grama, subir em
árvores, observar os pássaros, o sol, a chuva, as nuvens, cultivar diversas
plantas e despertar o sentimento de preservação do meio.
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Trabalhar esse campo de experiência não significa focar em conceitos ou
linguagem científica, mas sim propiciar a construção de conhecimentos e
saberes como o respeito pelos seres vivos, o uso consciente dos recursos
naturais, o reconhecimento da importância de cada um para a construção de
um mundo melhor, entre outros. Para isso, as crianças precisam aprender a
observar, levantar hipóteses, compará-las e socializá-las.
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coloquem-se em postura de ouvinte em relação ao que as crianças tem
a dizer;
observem os interesses manifestados pelas crianças e lançem desafios;
compreendam, considerem e valorizem as idéias e hipóteses das
crianças;
planejem e prevejam possíveis situações e as diversas maneiras de
conduzi-las, estando sempre aberto ao imprevisível;
trabalhem o registro das hipóteses por meio das diferentes linguagens.
proporcionem variadas fontes de informação às crianças como:
jornais,revistas, livros, etc.;
extrapolem os espaços da instituição, propiciando maior aproximação
das crianças com o meio, com a natureza.
proponham excursões e passeios em parques, museus, praças,
zoológicos, e na comunidade;
elaborarem perguntas e aguardem as respostas sem pressa, permitindo
que as crianças formulem suas hipóteses;
estimulem a curiosidade e a criatividade das crianças;
possibilitem que as crianças re-signifiquem as experiências e construam
conhecimentos e saberes, ampliando seu universo cultural, através da sua
ação sobre os objetos, conhecendo as propriedades e as funções dos
mesmos;
privilegiem o desenvolvimento da criticidade, para que a criança possa
agir de forma positiva no mundo que a rodeia;
entendam o raciocínio utilizado pela criança ao dar determinada
explicação;
considerem os possíveis erros como etapa do processo de construção
de conhecimento;
selecionem atividades e informações que agucem o desejo da criança
querer aprender;
estabeleçam uma relação de parceria com as famílias, baseada no
diálogo e no respeito;
incentivem a postura investigativa: observação, a formulação de
hipóteses, a experimentação e a partilha de resultados com os colegas.
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7. REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Ecologia Grito da Terra, Grito dos Pobres. 3.ed. São Paulo:
Ática, 1999 .
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CARVALHO, Alysson; SALLES, Fátima; GUIMARÃES, Marília.
Desenvolvimento e aprendizagem. Belo Horizonte: UFMG, Proex , 2002
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FICHA TÉCNICA
PREFEITA MUNICIPAL
Marília Aparecida Campos
VICE – PREFEITO
Agostinho da Silveira
CONSULTORIA PEDAGÓGICA
Fátima Regina Teixeira de Salles Dias
Vitória Líbia Barreto de Faria
CO-AUTORES (AS)
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