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J Vasc Br 2003, Vol.

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SIMPÓSIO PÉ DIABÉTICO

Terapia antimicrobiana
nas infecções do pé diabético
Antimicrobial therapy in diabetic foot infections

Hélio S. Sader1, Anaí Durazzo2

O paciente diabético apresenta maior propensão a os patógenos mais freqüentemente isolados em infec-
desenvolver úlceras nas extremidades, especialmente ções de pele, incluindo úlceras infectadas, são os estrep-
nos pés. A presença de neuropatia periférica predispõe tococos, seguidos dos estafilococos e peptoestreptoco-
a lesões que terão cicatrização mais lenta em decorrência cos, sendo estes últimos cocos Gram-positivos anaeró-
tanto das alterações na vascularização periférica quanto bios. Porém, devido ao freqüente contato com profissi-
das alterações metabólicas, ambas decorrentes do diabe- onais da área da saúde e com centros médicos (hospitais,
tes. Como qualquer tipo de úlcera, as que ocorrem no ambulatórios, clínicas, etc.), o paciente diabético fre-
pé diabético serão colonizadas pelas bactérias que colo- qüentemente apresentará uma microbiata diferente de
nizam a pele. Porém, as alterações na circulação vascular um indivíduo não-diabético. Os patógenos citados
periférica e a neuropatia periférica que acometem o acima vão estar presentes também no paciente diabéti-
paciente diabético fazem com que a ocorrência de co, mas a prevalência de bactérias mais resistentes a
infecção seja mais freqüente, e o controle desta pelo antimicrobianos será maior. Além disso, outros patóge-
sistema imune, mais difícil1. nos, normalmente mais resistentes a antimicrobianos,
Todos esses fatores devem ser considerados tam- também são encontrados com maior freqüência no
bém na escolha da terapia antimicrobiana, uma vez que paciente diabético1-5.
a chegada do antimicrobiano no sítio infeccioso tam- Essas alterações na microbiota da pele e, conse-
bém será dificultada. Outro fator importante a ser qüentemente, na microbiota que coloniza e infecta a
considerado na escolha da terapia antimicrobiana é o úlcera, vão variar muito de paciente para paciente e
tipo de colonização bacteriana que ocorrerá na úlcera estão relacionadas com o grau de contato com os
do pé diabético. Normalmente, as úlceras de pele são centros médicos. Dessa maneira, pacientes que apresen-
colonizadas por bactérias da microbiota normal da pele, tam internações hospitalares e visitas ambulatoriais
que inclui principalmente os cocos Gram-positivos, mais freqüentes apresentarão alterações mais importan-
aeróbios e, eventualmente, anaeróbios. Dessa maneira, tes na microbiota que coloniza e infecta a úlcera3-5.
A etiologia da infecção do diabético também está
diretamente relacionada ao tempo de evolução e gravi-
1. Professor Afiliado, Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias, dade da úlcera. Dessa maneira, as infecções são classifi-
Universidade Federal de São Paulo. Diretor de Programas Internacio-
nais de Vigilância, Jones Microbiology Institute, North Liberty, Iowa, cadas em dois grandes grupos: (1) infecções leves ou sem
EUA. risco de perda do membro (non-limb-threatening infec-
2. Doutora em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de São
Paulo. tions) e (2) infecções com risco de perda do membro
(limb-threatening infections) (Tabela 1). As infecções
J Vasc Br 2003;2(1):61-6. leves são superficiais, sem grande toxicidade sistêmica,
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2 cm) ou inexistente, e grau de isquemia bem baixo. Por Para efeito didático, podemos dividir as infecções
outro lado, nas infecções consideradas com risco de com risco de perda do membro em moderadas e graves.
perda do membro (limb-threatening infections), a celu- Apesar de não haver uma diferença importante com
lite é normalmente extensa, e a úlcera atinge o tecido relação à etiologia desses dois últimos tipos de infecção,
celular subcutâneo, havendo presença de linfangite e deve haver uma diferença na escolha da terapêutica
isquemia importante. A escolha da terapia antimicrobi- empírica. Devemos reservar antibióticos mais potentes
ana empírica dependerá das características citadas aci- e com espectro mais amplo para as infecções graves, pois
ma1-2. a demora na introdução do antibiótico adequado pode-
rá ter conseqüências graves. Além disso, se forem utili-
zados os antibióticos com espectro mais amplo em
Tabela 1 - Estadiamento da infecção infecções moderadas, poderá não restar uma opção
terapêutica adequada caso a infecção não responda
Leves ou sem risco de perda do membro adequadamente. As infecções moderadas podem ainda
Superficial ser divididas naquelas onde é possível o tratamento
Sem toxicidade sistêmica ambulatorial com antibióticos orais e aquelas nas quais
Celulite superficial pequena (menos de 2 cm) haverá necessidade de internação hospitalar1-5.
Ulceração pequena (quando presente)
Para ambos os tipos de infecção deverá sempre ser
Pouca isquemia
solicitada coleta de espécime para realização de cultura
Com risco de perda do membro e antibiograma. Apesar da introdução da terapêutica
Celulite extensa antimicrobiana ser empírica, a identificação do patóge-
Úlcera atingindo tecido celular subcutâneo no será essencial para o caso de o paciente não apresentar
Linfangite evolução clínica favorável após dois ou três dias de
Isquemia importante terapia. De qualquer forma, a terapêutica empírica
deverá ser direcionada para os cocos Gram-positivos,
estafilococos e estreptococos, que representam as causas
mais freqüentes; porém, aqui, devemos esperar amos-
tras bacterianas mais resistentes aos antimicrobianos
utilizados nas infecções leves. Além disso, o enterococo,
As infecções mais leves ou sem risco de perda do que é um coco Gram-positivo intrinsecamente mais
membro são normalmente causadas por estreptococos, resistente, pode estar relacionado a esses tipos de infec-
estafilococos sensíveis à oxacilina e à maioria dos beta- ção, especialmente em pacientes hospitalizados1-5.
lactâmicos (exceto penicilina, aminopenicilinas e algu- A freqüência de bacilos Gram-negativos é muito
mas cefalosporinas orais) e eventualmente cocos Gram- maior nas infecções moderadas e graves, sendo que nas
positivos anaeróbios (peptoestretococos) (Tabela 2)1-5. moderadas será necessária a cobertura para enterobacté-

Tabela 2 - Etiologia bacteriana de acordo com a gravidade da infecção

Sem risco de Com risco de perda do membro


perda do membro Polimicrobiana

Leve Moderada Grave


Staphylococcus aureus Cocos Gram-positivos aeróbicos Cocos Gram-positivos aeróbicos
(estafilo, estreptos e enterococos) (estafilo, estreptos e enterococos)
Estreptococos Bacilos Gram-negativos aeróbicos Bacilos Gram-negativos aeróbicos
(E. coli, Enterobacter, etc.) (E. coli, Enterobacter, etc.)
Anaeróbios Gram-positivos e Bacteroides
Bacilos Gram-negativos não-fermentadores
(Pseudomonas, Acinetobacter)
Terapia antimicrobiana nas infecções do pé diabético – Sader HS et alii J Vasc Br 2003, Vol. 2, Nº1 63

rias como Escherichia coli, K. pneumoniae e Enterobacter Para as infecções moderadas já há necessidade da
spp. Já nas infecções mais graves, se faz necessário cobertura de bacilos Gram-negativos, especialmente as
também a cobertura dos bacilos Gram-negativos não- enterobactérias. As aminopenicilinas associadas a inibi-
fermentadores da glicose, como Pseudomonas aerugino- dores de beta-lactamases (amoxicilina/clavulanato ou
sa e Acinetobacter spp., por exemplo, e dos bacilos ampicilina/sulbactam) representam uma boa opção te-
Gram-negativos anaeróbios, como Bacteroides fragi- rapêutica para esse tipo de infecção, pois, além de
lis6-8. apresentarem espectro adequado para a maioria das
As principais opções terapêuticas para infecções do enterobactérias não-hospitalares, proporcionam uma
pé diabético estão relatadas na Tabela 3 de acordo com boa cobertura para os cocos Gram-positivos de pele e
a gravidade da infecção. Os patógenos envolvidos nas para os anaeróbios mais comuns. As fluoroquinolonas
infecções leves (estreptococos e estafilococos sensíveis à representam uma excelente opção terapêutica para in-
oxacilina) são normalmente sensíveis a um grande fecções moderadas e graves que permitem tratamento
número de antimicrobianos orais, sendo que as princi- ambulatorial. Essas drogas são bastante potentes contra
pais opções terapêuticas seriam uma cefalosporina de a grande maioria dos cocos Gram-positivos e bacilos
segunda geração, como por exemplo cefuroxima oral Gram-negativos. Porém, deve ser associada uma droga
(Zinat®) ou doxiciclina (Vibramicina®). Outras op- contra anaeróbios, como metronidazol oral (Flagyl®)
ções terapêuticas para infecções leves incluem amoxici- ou mesmo clindamicina (Dalacin®), devido à atividade
lina associada a um inibidor de beta-lactamase, como limitada das fluoroquinolonas contra esses patógenos.
ácido clavulânico (Clavulin®) e clindamicina (Dala- As fluoroquinolonas mais novas, as chamadas quinolo-
cin®); porém, esses dois últimos poderiam ser reserva- nas respiratórias, (gatifloxacina [Tequin®], levofloxa-
dos para infecções moderadas de tratamento ambulato- cina [Levaquin® ou Tavanique®] e moxifloxacina [Ava-
rial, ou para infecções leves que já se encontram em um lox®]) apresentam melhor potência e espectro contra os
estágio um pouco mais avançado ou que não apresen- cocos Gram-positivos e, por esse motivo, seriam as
taram boa resposta clínica com o antimicrobiano utili- fluoroquinolonas mais apropriadas para as infecções
zado inicialmente1-5. moderadas, associadas ao metronidazol (Tabela 3).

Tabela 3 - Opções terapêuticas de acordo com a gravidade da infecção

Leve cefuroxime (Zinat®); doxiciclina (Vibramicina®); amoxicilina/clavu-


lanato (Clavulin®); clindamicina (Dalacin®).
Moderada (VO) amoxicilina/clavulanato (Clavulin®); ampicilina/sulbactam (sultami-
cina – Unasyn oral®); gatifloxacinaa + metronidazol
(Tequin® + Flagyl®); clindamicina + ciprofloxacina
(Dalacin® + Cipro®)
Moderada (EV) clindamicina + ciprofloxacina (Dalacin® + Cipro®); clindamicina +
ceftriaxona (Dalacin® + Rocefin®); gatifloxacinaa + metronidazol
(Tequin® + Flagyl®)
Grave levofloxacina + metronidazol +/- vancomicinab (Levaquin® + Flagyl®
+/- Vancocina®); piperacilina/tazobactam +/- vancomicinab
(Tazocin® +/- Vancocina®); meropenem +/- vancomicinab
(Meronem® +/- Vancocina®)
a. Gatifloxacina pode ser substituída por moxifloxacina (Avalox®) ou mesmo levofloxacina (Levaquin® ou
Tavanique®).
b. Linezolida (Zyvox®) pode eventualmente substituir a vancomicina.
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Outra vantagem dessa associação é que esses compostos cia da P. aeruginosa às fluoroquinolonas são bastante
são disponíveis tanto em formulação endovenosa quan- elevadas em alguns centros7-10,12.
to oral. Quando for escolhida outra fluoroquinolona, Outro esquema terapêutico adequado seria a asso-
como ciprofloxacina (Cipro®) ou ofloxacina (Floxs- ciação de piperacilina/tazobactam (Tazocin®) com van-
tat®), por exemplo, será necessária a associação de uma comicina (Vancocina®). Com esse esquema proporci-
droga que atue tanto em estreptococos (que não será onamos uma boa cobertura contra bacilos Gram-nega-
coberto adequadamente por essas quinolonas) quanto tivos (incluindo P. aeruginosa), cocos Gram-positivos e
em anaeróbios, sendo a clindamicina (Dalacin®) uma anaeróbios Gram-negativos e Gram-positivos. Porém,
excelente opção para esse caso8-10. dois fatores devem ser lembrados: (1) as taxas de resis-
As opções terapêuticas para as infecções moderadas tência à piperacilina/tazobactam podem ser elevadas
que necessitam internação hospitalar serão muito seme- em algumas espécies de enterobactérias, como Entero-
lhantes às anteriores, uma vez que esses antibióticos bacter spp., por exemplo, e (2) a infusão de piperacilina/
estão disponíveis tanto para uso oral quanto para uso tazobactam requer uma grande quantidade de líquido e
endovenoso. Uma outra opção ainda seria a associação NaCl, o que pode representar um problema sério em
de uma cefalosporina de terceira ou quarta-geração pacientes diabéticos com alteração da função renal2-6.
(ceftriaxona [Rocefin®] ou cefepima [Maxcef®]) com Um esquema bastante utilizado em casos de infec-
uma droga que atue em anaeróbios11. Não devemos ções graves de etiologia desconhecida, que também
esquecer que quando houver suspeita de Staphylococcus pode ser utilizado nos casos graves de infecção em pé
aureus resistente à oxacilina, a vancomicina (Vancoci- diabético, é a associação de um carbapenem com a
na®) deverá ser incluída, mesmo que a infecção não seja vancomicina (Vancocina®). Esse esquema proporcio-
considerada grave. na excelente cobertura para bacilos Gram-negativos
Nas infecções consideradas graves, provavelmente, (incluindo P. aeruginosa e Acinetobacter spp.), cocos
haverá necessidade de internação hospitalar, e a micro- Gram-positivos e anaeróbios. Em relação aos carbape-
biota local deverá ser considerada na escolha da terapêu- nens, a melhor escolha seria o meropenem (Mero-
tica empírica. Pelo fato de se tratar de infecção grave, na nem®), pois apresenta maior potência e espectro contra
qual a introdução de terapêutica inadequada poderá ter P. aeruginosa. A resistência aos carbapenens entre amos-
conseqüências graves para o paciente, muitas vezes tras de P. aeruginosa e Acinetobacter spp. tem aumenta-
haverá necessidade de introdução de antimicrobianos do em alguns hospitais brasileiros. Porém, esses b-
potentes e com amplo espectro de atividade, especial- lactâmicos ainda representam os antimicrobianos com
mente em hospitais com altas taxas de resistência. Dois maior espectro contra bacilos Gram-negativos disponí-
importantes patógenos devem sempre ser lembrados veis na maioria dos centros médicos 7,8,13.
nesses casos: são eles S. Aureus resistente à oxacilina Para o caso de cepas de P. aeruginosa e Acinetobacter
(ORSA) e Pseudomonas aeruginosa. Esses patógenos são spp. resistentes aos carbapenens a única opção terapêu-
geralmente bastante resistentes, restando pouquíssimas tica pode ser uma droga da classe das polimixinas
opções terapêuticas7-8. (polimixina B ou colistina). Essas drogas não se encon-
Uma fluoroquinolona associada a uma droga que tram disponíveis em muitos centros médicos e seu uso
proporcione excelente espectro contra anaeróbios, como pode causar certa toxicidade, especialmente nefrotoxi-
metronidazol (Flagyl®), por exemplo, mais uma droga cidade. Porém, em algumas situações elas podem repre-
que seja ativa contra ORSA, representa um esquema sentar a única opção terapêutica efetiva. É importante
bastante adequado9-10. Nesse caso, a fluroquinolona ressaltar também que alguns bacilos Gram-negativos
mais adequada pode ser levofloxacina (Levaquin ® ou não-fermentadores da glicose mais raros, como Steno-
Tavanique®), pois esta proporciona excelente atividade trophomonas maltophilia e Burkholderia cepacia, por
contra cocos Gram-positivos e atividade muito seme- exemplo, são intrinsecamente bastante resistentes à
lhante à ciprofloxacina contra P. aeruginosa. Outras maioria dos antimicrobianos. Além disso, esses pató-
opções de fluoroquinolonas seriam gatifloxacina (Te- genos podem apresentar perfil de sensibilidade bastante
quin®)11 ou mesmo moxifloxacina (Avalox®). A cipro- incomum. A S. maltophilia, por exemplo, é resistente
floxacina (Cipro®) deve ser evitada nesse esquema por aos carbapenens e à grande maioria dos b-lactâmicos,
não proporcionar cobertura adequada para estreptoco- quinolonas e mesmo aminoglicosídeos, mas é normal-
cos. Deve ser lembrado, porém, que as taxas de resistên- mente sensível ao sulfametoxazol/trimetoprim (Bac-
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trim®). Além disso, o laboratório de microbiologia terá Em resumo, a escolha da terapia antimicrobiana
dificuldade com o teste de sensibilidade para essas para as infecções do pé diabético, da mesma forma que
bactérias. Dessa maneira, no caso de isolamento de para outros tipos de infecção, deve levar em considera-
espécies pouco freqüentes é aconselhável a consulta a ção a epidemiologia local, a interação com outros
um infectologista1-7. medicamentos que o paciente está fazendo uso, suas
Com relação à cobertura para ORSA, existem hoje condições clínicas e, também, a experiência local. Po-
outras opções terapêuticas além da vancomicina. Outro rém, a escolha deve se basear principalmente em estudos
glicopeptídeo que pode ser utilizado é a teicoplamina clínicos e microbiológicos e deve sempre ser revista em
(Targocid®). Esse glicopeptídeo apresenta meia-vida face dos resultados da cultura do sítio infeccioso.
mais longa, podendo ser administrado uma vez ao dia.
Porém, é menos potente contra estafilococos e há
relatos de falha terapêutica. A combinação das estrepto- Referências
graminas quinopristina e dalfopristina (Synercid®) é
1. Shea KW. Antimicrobial therapy for diabetic foot infections.
bastante ativa contra cocos Gram-positivos, exceto A practical approach. Postgrad Med 1999;106:85-6,89-94.
Enterococcus faecalis; porém, apresenta altas taxas de 2. Sader HS, Pereira CAP. Atualização em Antimicrobianos. In:
efeitos colaterais e toxicidade. Uma excelente opção Ramos OL, Rothschild HA, editores. Atualização Terapêutica.
para tratamento de infecções por cocos Gram-positi- São Paulo: Editora Artes Médicas; 2001. p. 300-17.
vos, especialmente estafilococos resistentes à oxacilina e 3. Sader HS, Gales AC, Pfaller MA, et al. Pathogen frequency
and resistance patterns in Brazilian hospitals: Summary of
enterococos, é a oxazolidona linezolide (Zyvox ®). Esse results from three years of the SENTRY antimicrobial
novo antimicrobiano é disponível tanto em apresenta- surveillance program. Braz J Infect Dis 2001;5:200-14.
ção via oral quando endovenosa e, devido a sua longa 4. Sader HS, Jones RN, Silva JB, SENTRY Latin American
meia-vida, pode ser administrado uma vez ao dia 14. Participants Group. Skin and soft tissue infections in Latin
American medical center: Four-year assessment of the pathogen
No caso de haver presença de osteomielite algumas frequency and antimicrobial susceptibility patterns. Diagn
precauções devem ser tomadas: (1) deve ser feito desbri- Microbiol Infect Dis 2002;44(3):281-8.
damento cirúrgico bastante agressivo; (2) deve ser im- 5. Sader HS, Jones RN, Andrade-Baiocchi S, Biedenbach DJ,
plementada cobertura para S. aureus; e (3) deve ser SENTRY Latin America Participants Group. Four-year
evaluation of frequency of occurrence and antimicrobial
realizado tratamento antimicrobiano bastante prolon-
susceptibility patterns of bacteria from blood stream infections
gado. No caso de uma osteomielite por S. aureus sensí- in Latin American medical centers. Diagn Microbiol Infect
vel à oxacilina, pode ser utilizada uma fluoroquinolona Dis 2002;44(3):273-80.
com maior potência contra cocos Gram-positivos, como 6. Diekema DJ, Pfaller MA, Jones RN, et al. Survey of
gatifloxacina (Tequin®) ou moxifloxacina (Avalox®). bloodstream infections due to Gram-negative bacilli: Frequency
of occurrence and antimicrobial susceptibility of isolates
Ciprofloxacina (Cipro®) ou fluoroquinolonas mais
collected in the United States, Canada, and Latin America for
antigas não devem ser utilizadas devido à maior facili- the SENTRY Antimicrobial Surveillance Program, 1997.
dade de aparecimento de mutantes resistentes durante Clin Infect Dis 1999;29:595-607
o tratamento. No caso de osteomielite por ORSA, além 7. Andrade-Baiocchi S, Jones RN, Gales AC, Sader HS. The
da vancomicina, que representa a terapia convencional, SENTRY Participants Group-Latin America. Increasing
prevalence of antimicrobial resistance among P. aeruginosa
pode ser tentado linezolida. Porém, há relatos de toxi- isolates in Latin America medical centers: 5-year report of the
cidade hematológica quando essa droga é utilizada por SENTRY Antimicrobial Surveillance Program (1997-2001).
períodos muito prolongados (mais de 15 dias). Dessa J Antimicrob Chemother [no prelo].
maneira, recomenda-se acompanhamento hematológi- 8. Troillet N, Samore MH, Carmeli Y. Imipenem-resistant
co nessa situação14. Outra recomendação, a qual ainda Pseudomonas aeruginosa: Risk factors and antibiotic
susceptibility patterns. Clin Infect Dis 1997;25:1094-8.
necessita de validação em estudos clínicos mais amplos,
9. Scheld WM. Maintaining fluoroquinolone class efficacy:
é a associação de rifampicina nos primeiros cinco ou Review of influencing factors. Emerg Infectious Diseases
sete dias de tratamento da osteomielite. Por se tratar de 2003;9:1-9.
uma droga altamente potente contra estafilococos, acre- 10. Zhanel GG, Ennis K, Vercaigne L, et al. A critical review of
dita-se que essa medida pode auxiliar na evolução the fluoroquinolones: Focus on respiratory infections. Drugs
2002;62:13-59.
clínica. Por outro lado, o aparecimento de mutantes
11. Barradell LB, Bryson HM. Cefepime. A review of its
resistentes é rápido e, por esse motivo, essa droga é antibacterial activity, pharmacokinetic properties and
utilizada apenas nos primeiros dias de tratamento. therapeutic use. Drugs 1994;47:471-505.
66 J Vasc Br 2003, Vol. 2, Nº1 Terapia antimicrobiana nas infecções do pé diabético – Sader HS et alii

12. Perry CM, Ormrod D, Hurst M, Onrust SV. Gatifloxacin: A Correspondência:


review of its use in the management of bacterial infections. Dr. Hélio S. Sader
Drugs 2002;62:169-207. LEMC - Laboratório Especial de Microbiologia Clínica
13. Sader HS, Gales AC. Emerging strategies in infectious diseases: Rua Leandro Dupret, 188
New carbapenem and trinem antimicrobial agents. Drugs
CEP 04025-010 - São Paulo - Brasil
2001;61:553-64.
E-mail: lemcdipa@terra.com.br
14. Sader HS, Gales AC, Jones RN. Antimicrobial activity of
linezolid against Gram-positive cocci isolated in Brazil. Braz J
Infect Dis 2001;5:171-6.

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no site do Jornal Vascular Brasileiro em
www.jvascbr.com.br

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