A esfera pública burguesa torna-se o princípio organizador dos
Estados de Direito burgueses. Parafraseando Habermas (1984), a esfera pública burguesa pode ser entendida como o conjunto de pessoas privadas que reivindicam diante da autoridade estatal as leis do intercâmbio de mercadorias e do trabalho social. A esfera pública do século XVIII situa-se entre o sector privado (Sociedade Civil) e o poder público (Estado). Essa esfera pública política defende os anseios da sociedade privada diante dos interesses do Estado: é aí que surge a esfera do social - elaborada sob a proposta de uma legislação baseada na “razão” - em que o poder público está em constante disputa com a opinião pública; uma opinião oriunda dos debates entre intelectuais burgueses e herdeiros da aristocracia humanista na esfera pública literária13 que se instalava nos “cafés” europeus.