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revista brasileira de estudos de populacao uma abordagem sociolégica de familia* (Cristina Bruschini** RESUMO ~ 0 anign dixuts 0 alcance « as Limitgdes de alguns mareos definidores 40 conceito de fami, fanlo no quo wo rofee A perypetiva tries, quanto wo que diz espeto i pomiilidades de apreender empiicamecte ese gfupo social. Moers que nos estodos stuido fain, do wn lado situa osocorte ais smb lico da Aatropclogia, que apro- funds 2 andlise da dindmica do relaconsanento fami, pga linitase a segmeatos pon ‘ahd soefedade, enquanto do outo eovonran-c pesqulsas domiciliars da Sociologia ‘ou da Demografie apazes de tage tats familiares generaichvels, poem exticos el faltasoe 20 grupo coincicente com a unidade doméstica. Como exemple de metoiologia omc), eaceve or procedimentos alors ¢ presents alguns requlados da pesguiza Es ‘anu fandlar ¢ vida condana na cldade de Sao Poul, na qual autora fondisniguass de abordagenscomenta das, procurando superar sus limites. A Biteratura que direta ou indiretamente trata do tema da famfia e que advém de cortentes de pensamento bastante distntas, nos informa que definir 0 conceito de Familia & ta- fefa complexs, com graves conseqiéncias sobre a potsbilidade de analisar empiricamente este fato social. Retomando reflexies sistersatizadas em trabalho anterior mais amplo (1), apresenta- mos algumas conceituactes de {amfli, segundo disciplinas © abordagens te6ricas diversifica- as. Apontando 0 aleance ¢ as limitagGes de cada uma delss, seja no que ge refere & perspecti- var lebricas, seja no que diz respeito 2s possibilidades de captar empiricamente 0 Tato “Farni- lia; sugerimos, com base ein nossa propria experiéncia de pesquisa, um procedimento que tenta fundir algumas deseas abordagens e superar suas limitayées. + Verio condonsda de wabathocrginamenteaprescutad na runito “Fain as anos 80: dimenses30- i di orci dennis don Grande Talo ani SecciadeePopuerdo Soc {ded ANPOCS, ealzada cm agost de 1988 cm Campina, So ++ Sioa, pesahidon ds Farle Cates Chapa, SP ecordnaton do GT Fanta eSoedade, ANPOCS: Rev, Bras, Est Pop. Séo Paulo, v. 6m. 1 p-1-23, jarijun. 1989 1 ALGUNS MARCOS TEORICOS SOBRE FAMILIA Nac literatura saciokigies, 4 relle Ge sobre fanaa predeminou na teers funcionslista, jee dominou « peoxanemenorle-somericiau a pattie ds déeade de 5D, cony ceflexos marcantes| sere soins Beira, Segunda ess corn ale. cao raion expoonte fol Takeott Parsons fail & sobretide {nei sociaiaalori, cts Inmyines concentram-se na Foeniagtin da personalidad das i ction. Lenal peril v8 long ct His, a fangies dle umidade de producao econ € timncines hébicas eirredutiveis de socializag Se prin {iy ctdankaes © de estubiliagin las personales aloliss da popukqs, Hi n@ Lurcionalisns lima énfise ucentuala na inporstici cle que & tana tena, nos primes est Agios ce ves walsianento. uma telaci expec © isolamente da faniia clear lune sults crterisicas Bibieas, uanifestarse me Lato ee gue seus membros, pls lhe sin deperentes, sepa ett seta Gans bila separ, no partithada com wigan Timi eke oigent Go nenhwn dos esponos: np ca Hipico, essa unidade domética ¢ econo meme addependente, subyistinay principalmente Uo cendinsenta udvinue ct oeupato do pada she particisay peti Hasan tora (© (solamente ot familie nuclear moderna acentuy w pase do pape a me ma mecha fea) jus est HO Cots GoM Parents pars aludar e © marie se encontry fora trahalhande. Spear ele sat scr de Kn ancummuin exces Um des copes sozinho ou urn purente de wt Ulckes pat oa iG, elo OO sina, vivender copra Fa ronjo seria estatisticamente ‘cco, Lugiinia aos padres Fanliages eoasiderados tpicas da sacieladle moder Parsons Parsons & Hales, 19581 prope o esto dh Fanflia nuclear ceoino tm poyue- foo seupm-tustar uo qual os membres aulios Gesempenham paps atniente vlerendiaden eo © complementares.« yeke possibiita a presengat Be rapeelos masculines « fens Glaraucats detimatos. Hste tate seria exttemanente ioportanis no provesser de tomo es Personalise iotiati: «lato mascaine ow matride-poi &¢ lke “wnstraenental” lo erupo, ex {ante « alate fominine desemipenbs papeis sociais de nstureca “expressiva™, valtacos princi« Palorcate pars oy asvnts interes dhe aie, Nesse miodel cube a mulher see espors. lana sle-vass © sobrettkly nie, papel esse cus importanen se seentua eespecislira. na medida 61 jue seit esenspeal pass 3 se hascar eh vonecimentes cientiNces, come os gue foram send kukis pha Paivnkisia, Zelar pelo bea-estar Usico © emoewnal dos dependentes © pels ilzagie das persomalohades clos membros salutes do grape faz parte dos paps express ‘ys slihulidos ao clerment Fenn alto da Gand, Disis fenmenos si apentiads pelos autores eon Etiqmaniente Felacionados com 3 Donklema units americans: 4 prolssionalizagso do papel de me, racionalizando-0 eam base ‘i conticcmicites ciembiiccs, «0 erevcimonto da Pslqulatria, pscolagia © outrss dea de ERI sla safle mental, que procuzsan lat com as tenses das personatidades, freqientemente rel ‘ions cont ay cvlagses ns fama € nt casamenta, Dp pento de vista psiveléviea, as ponte dle reteroncia da looks Tucinnalista decorrem de Freud e de sua teoria los estégios de desem- ‘solvamente, paicosse il revista, brasileira de estudos de populacao [Ne ltestora marxist 9 Panis mie tol Gan tema privilege, Loge (1981) proce rou sprit essa lacuna, tentande intewrae a questi da reprodugo na teak amis poral da $06 clad. na qual 0s se€0% humanos so definidas por suas relagoes vom o Sistem de prenluct: ppara cle» fator determinants la Histéria é « produgio © a reproduc da vida insediata. mide 50 faclucin tanto a produc das meigs de existénein quanto a predugao dos préprios seres hua nos, ou propagagio da especie Mais tard, fit primeira metade da «écadn de 70, estudos preduridos no contesto Jo mourmein femsinista europeu © norke-amieticanc aetomam + ters da Famili atzaves ae uestio Ub trabalho deméstico, levantats: como problema tebrico no pensamenio marxista. Al- uns dos reais tepresentatives trahalhos dessa corrente preocupam-se com a questie Ua pr Gio doméstica ou, mais especificamente, coe o papel do trahallio doméstico paras cement cla farga de trabalho, dando origem a uina ria ¢ seirrada controvérsia sobre « produuividade ov rio desse trabalho pura o eapital, Segundo essa vertente do whareisie. t famiba seria wns 27 apO sofa! vnltaco pars a reproxacto da lorga cle rabalho, ne qual os membros do sexo Fenuniao se axarreaazian da produce de valores ke uso na esfera privada, cabndo aos homens a produ Gio de valores de roca, através da venda de sia fouga de (rabalho no mereado. Dentro da Inia dar=sevia tanto a iransformagio das mercwdavias adquiridas mo mereade enn produtos Cconsuaniveis indiviosimente peios elementos dé grup, yuninto & formiacdo eu "pradey” de novos ¢ futuros trabalhdores (Benston, 1969; Dalla Conta, 1972: Secombe 1973: Coulson, Masis © Wainvcight, 1975: Gardiner 1975; Hmmstiett ¢ Mobura, 1977), ‘Outra importante sertente da Sociologia: a Escola de Frankia, em que represen ‘antes como ‘Adorno ¢ Horkhoimer sio figuras de destaque, tarshémn considera a fami como sagen suciaizadora e formadora da porsonalidade dos individuos, ms desonvalve ura High dle reflex’ opasta Ado funcionalisme. Critica 9 papel conservador desse zeupe secial eo ele ‘mento de dominagdo nele presente. cujo mecanisiro centcal esmausder da liberdade ¢ a autor dace do pai sobre 0 tlho. Na familia, lugar de adestramento para a aegune30 social, cris ‘aprenile a relacio bur2uesa com a autoridade, O filha aprencle a deseavolver 0 respeito pela autoridade, stravés ca kteulizagao da figura palema. A famfia € a mutriz Jos mecanistvos ds incerualicagao da sulbnissi, mas pode se converter também no Ineal de opesigao & tania. pois ‘esti suhmelida 2 una dupla dinamica social, Por um lado o desequillbrio entee 0 indvStue e as pottneias cotwitatias levi-o Ireqiientemente a huscar uma especie de repouso, retraindo=se nt seio da familia, Ao mestno tempo, a familia € atingida no seu prdprio interior: . 4 progressie ‘a suialieagie significa registeo ¢ controle cada vex mais integrais ds instingos: mas as rentin= cas que disso derivary nd se dp sem atstes, motivo pele qual os impulses reprimidos podem reagic por sua vez, de anode desteutive, contr & tama” (Canevacei, 181 p23) Mii rocentemente Heller (1971, 1972 ¢ 1982) tra & tome mows uesBes pars se ensae a fam, desta ver como agénci le reprodugoileogien, Sept cla, a vide cot inna» poato de parla pera o estado do ambit ieokiice. Eno "tnzer” de todos os diss gq surgeme se mdfcan ov desoparecem ius, tose elagdes A origem dos pressepostos iGeokigieos se encoatra na cass, nas habs dis pests ode um erupo, Para egret 30 ciedade € proviso que os horns pariculaes se reprodvam primo como tal Avia cotdia- va é vconjinta de atvidades que eanacterizam a repradugo os homens particulars rian pr sa vez, posiiidade de reprodusao soca (© heme j6 uasce inscrido em sus cotidiancidade. O amnadusccimento ¢ © pracesso de aquisiofo das habitidsdes para a vida cotidins. Amradlurecer € iotermaliar ay normas. assimilar ‘4 manipulate das coisas e, portanta, das relaghes sociais, © individuo audulto € aquele que & ceapas de viver por si sé sue coxklianentade, \ aprendizagem da tanipulacaa, dos objetos € das formas de comunicagaa scelal conga sempre ex grupos primérios — enire os qual ® far ‘eupa papel cle destayue — que fazer a mediag’e entre o individu & os castunies, as normnis-€ twa, A aprendiwgem das alos cofidiamos, « maneira de adquiri-los ou ensinicls & ence: lo-ose se dei por inftagdoe wservagio. A fiverarura antropoligica & rica em dados que contestaen a apsarente “naturatidade™ Ula familie quo & apresentam come criagdo humana rautdvel. A Aatrapologsa nistra-nos que a relagies muiuas veres coincidemtes que conbeceios atvalmente enite erupo conjugal, rede de parenteseo. unikide domestica” residencial post wesentar cono insttuigdes bastante Uliferenciadas em outeas sociedades ou em dilerentes momentos histéricos. Para a Antrupolosia a fumiia, fa como a coniecemos alualmente em ners sociodadle, nde & ume insGtuigho natural ‘assume configuragées diversfivadas em Conno de uma atividade de base bioldgica, a reprodu- cdo. A fumia tem side conceituada por esta dsciplina como gropo de incividuos ligados por clos de sangue, adocdo ou alianga sovialmente reconheeidos ¢ organizaados em aiielees de 1e- produgdo social. E um grupe de procriacan ¢ Ue consumo, lugar privilesiude onde incide a di- isio sexual da trsbatho, em funszo da qual deternuta-se 9 grau de autonomia ou subordina ‘80 das mmtheres. F essa ciémcia que nos fomoce provas de que sodas as sociedades se organi- ‘or enn fond de anna divisi sexval de trabalho. “\ tendéncia de separar a vida sovial ou csfera publics. atnduindo-a gos clementes masculines do grupo, de uma esfera privada.ou dow ‘mundo terninine por exec¥éncia, parece ser universal (Durban, 1983). Nan definigdies de famis encontrsdes na Antropologia obscevam-se alguns elementos comuns: rears proibitivas ue relagies sexu entre plrentes présimos, au abu dt ineeste (L&¥i-Strauss, 1980), divisio do trabalho haseada no sexo e casamente come instituigan s0- clalmente recenhecida, estabelecendo as bases da paterauule social. A Aatropoiegia lembra-nos rambsm gee 0 voneeite de Fania neFere: sce um lado lum grupo social concteto ¢ empiricanente delimitével. de outra parte a um movlelo cultural €a sua Fepresentacdo. A anilise da familia deve por isso mover-se tanto no plan das constructes deokigicas quanto no de seu papel ns organizagio da vida Soci Como grupos sewiais coneretas as familias so unidvdes sintstices ov resumidas. 08 medida em que 4 realidade nao cae por ineito no modelo. Na soviedade ocidental moderna o ‘modelo predominant de famfia € um grupo composto de maride, mnsihere fils. Ar conjugal é o elo mais forte, mais importaote do que outros lagos consanguinees coro os do fs- do tratcrno. Predomina © parentesco bi-latcral. O papel do pai, via de regre, klentificaese com ‘9 de pat bioldgicg. O controle da sexuaidade femnina spoizose nu necessklade de determina € zarantie a paterninkule bioldgica, Nesse sistema os indwidvos adultos pertencem a dons Falias distintas, de origem ede procricso (Durhan, 1983) A reatidede, porét, dismeia-se bastante deste modelo nuclear o conjugal predomi- ante em nossa sociedad. O grape tanto pode extrapolar o modelo, pela incasio de parentes revista, brasileira de estudos de populacao ‘ow agregudos, quanto nem mesma realizd-lo, come ao vaso de cassis sens fllbos,irmos sem prs ow Fanafing nas gusts tums los cOnjuges est presence. Fxccgdes ac mesielo, poré. 0 apenas cefargam sua elisticidade como também a riqueza da realidad enapirica, que d Tonge fextrapola, Sem falar no Falo de que a existéncia d® um modelo numa sociedade ou momente histérico determinado nfo significa que este conjunt de regras ¢ pedres de compartamente rio seja pussivel de tcansformagies. Pelo contrasio, x matahilidade € ovtra caracteristica da inseiuigato faring Estudos que aotan a perspectiva bisiérica — como os de Young € Willmott (1973), Avigs (1977), Paster (1979), Denzelot (1980) ¢ Badinter (1985) ~ mostram-nos que 9 taedelo fouclear de familia $5 se cunsolidou por volta do século XVI Proocupile iniciakments com o surgimento da infincia como eategorin social. Ariés inostrou como a Fania nuclear “moderna”, composts peto triimgu‘o pai, mic ¢ filhos e por luma complexa combinagde de auloriae © amor parental trouxe consigo un nove conjtato de atitudes em relaga 2s eriangas, Nowas Formas de intimdade entre pats ¢ Tilhos, a supervalori- Zagao do amwe matsene, a privadzagio da instituigio familiar ea passagem das fungdes sociali- diwlorss para o ambite mais restrito de te, constituem alguns dos mevanismes {urdenentals prorat constitu st Familia “moderna”, coincidindo com a ascenso da burguesi No campo da Psicologia, a famstia desempenta papel fundamental ns teoria de Freud. © principio basicu da psicolosin freudiana é 0 de que a estrutura da mente heanana forma-se ma intdacia, Desempeahando papel resaluciondte no carmpo cientfico, Freud (s.) mgstzou que mente nap € algo previamente dado, mas sity uma estrutura construfds ns infancia, através de tim Jonge processo ve formaio da personalidade e de estabelecimento de vinculos aterivos © cmociomais, que ocorre dentro da estrututa familar Os principios freudianas tiveram gsande impacto sobre a cigncia que o scedev: no (que diz respeito & questio da familia, Freud exerceu grande influéneia sobre todo « pensi- mento eientffico posterior, come © funcionalismo, que dele ex:raiv alguns cos fendamentos do models de faniia miclear burguesa das clagies de dominacdo que ela conmtém, Mas a obra de Freutl € muito mais ample; nela eneoniramos © ponto de partida para a aproensie da familia como uma conplexa tela de Vinewles ¢ de eraocbes, que Se expressa siwullaneamente através Alo due ¢ do amor. Depots de Freud. os estudas de fanvlia nae powtem mais analisar as zelag6s Tamnlises sem levar em conta a ntvel psical6ghes das rolagtes socials que se pussam enn sou ine teuior. Ainda ni vertente di Psicologia, Reich (1974, 1976, 1977) prioriza © aspecte de vi- veiny da repressio sexual ¢ da educagan autoritaria da familia monoimiea. Divergindo de Freud, para o qual o recalsimenta sexual € condigit: da evolusao dx cultura, Reich afirma que a repress sextial € um fator reacionsrio de grands importincia, que atinge todas as cateporiay Gh sociedade de classes, produzindy era todos 0 individuos o receio da autoridude. Segunda fle, & a fara que se lahricam idcologias autoritérias © estruturas conservadoras: por Hse, © Cisimento moaegianice, que se bascia em inferesses ceonimicos, dove ser substitufia por rela- {Goes Sexuais permanentes, fundadas no real interesse sexual, 4 alragie € no afeto entre os pat- eiros. Mas esta nova forma de relagdo, que viriaa substituir a fanifis monogiémica, «6 poderia existir numa sociedade que asscgurasse independ2ncia econdmicu para @ mulher © educaxie pars os flhos enberla pelo Estado Assim, enquanto Freud preocupou-se com as estrututus psiqaicas dos persomusens de lum cengrio Tamar qoe no chegou a contestet, Reich questionos @ propria existene inflia nuclear e relacionou a repressdo nela presente a0 wutaritarismy do sistema wii politica, ‘Mis recentemente o historiador Poster (1979), indhuenciade por Froud, mas buscancks integrar 3s varias vertentes, embra-nos que 0 estudo da fumilia deve remeter as questées 30 ciais mais amplas, mas também 2 riea dinamiea emocional quo se passa dentro desse grupo. ina ndequada tcoria eritica sobre a familia deve portanto voltar-s2 para o nvel psivolgico, f fermular calegorias que permitam a compreensio de estruturas Tarmiliares divergentes can termos dle sou piri emacional. Akém de scr 6 lugar onde se forms a estrutura pslguica, af nig constigu) am espayo social distito, na aredida em que gers e consubstancis hieraiquias de idade © de sexo. Ela € 0 espago onde as geracees se delzontau mGlua ¢ diretannente ¢ onde os sexos define suas diferencas & relacses de poder, ALGUNS MARCOS TEORICOS SOBRE FAMILIA NO BRASIL. No Brasil, alg a década de 70, a andlise da insciuigéo familiar nao fav pate das preocupagdes das correntes de reflexdo que predomninavam na Seciolagis. Nis anos $0, Ot ¢ ‘mesmo inicie dos 70, 0 iateresse pelo icm das relacivs familiares e da fama como institaigao social é encontrado apenas cin tZabalhos de oricntagio Funcionalista, como os estudos dle co rmunidade ¢ os de mtdadga secial, preocupados fundumentalmente em avalize as divergéncias dou semelhangas entre os dados empiticos recolhidos © © media de Famtka conjugal considerate io caracterstico das sociedides industriais, Na vertente histérica do tuncionalisma, os clissicos de Freyre (1963) e Candido (1951) que descrevem, respectivamente, a fara patsisgcal e suas transformacdes a partir fo séeulo XIX, torjar modelos de famtia que dueante dcadas predominaan: no pensamento s6- Laoldgice brasileiro sobre esse tema ¢ que s6 reventemente foram telativicados (Correa, 1981 © Samara, 1983), Na segunda metade da década de setemts, quando as corrontes marsistas comet 8 Se preoeupar com a inenisténcis de ums feoria de populagn, 0 intezesse pets teama da tari sarge nos estados sobre as estratéias de sobeevivéncia das cemscas populares © a repredida, do trabalhader, | partir da coustatagio do apego ds classe operdria & fanntis, uma traticional divi- io do irabalho © Bs wireudes teadicionais de respeito © obediéncta dos filhos para com os pals, ay eantrdrio da postura zevoluciondvia © contestadora que o marsisino esperiva dessa elisse, Surge o inleresse pela andlive de tera da “famia” que, carne afizma Duchan (1980), atGentio ‘era visto como “polltica e cientificamente retrégrada", A Lana passa agora a sex definida ‘como a unidade social na qual se realiza 4 reproduce do trabalhadar. F ua unidade de con ssimo ¢ de rendinento, grupo composte pela soma de sakiriosindividuais, Nesse sentido a fa- 6 revista brasileira de estudos de populacao nila no & uma instituigae que est perdende suas fungies, vome afirmavam 06 funcionalstas nas, wo eontrdiio, & uni unidace responsdvel pelo devempanho de vécias Hngees que se acti- culam pars alcancar 0 consumo eesojado, Para ¢ trabalhador, 1 reprodugio & a realizagao dle um determinads “ewodo de vid que se define pela condigae de classe de grupo familiar. Na represemtacio do opeciri, ¢ eon- sumo aparece como drca de Iiberdade, om oposigto & constrigao do trabalho. Ena farthi que © toma, coletivaneate, deeisces sobre 0 consuane, A farnfia € percebida pelos trabalhustes Como um centro de vida coletive c de liberdade, ainda que dentre de parces recarss, No ma do privado da instauiese toiliar @ tabalbador cucontsa ui pequeno espace de manebsa ante as pressbes do sistema ecundmice. As Lensies © os conilitos so enormes dentro de grupo. mesino porquc as necessidades e as aspiragaes devetn ser conciliadas corm rendimentox prec fios. Mas 2 fionfia €camém o nicien dentro do qual as pessoas oblém seu prazer via aluenta~

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