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O norte-americano John J. Murphy é autor do livro Technical Analysis of the Financial Markets
considerado por muitos como uma das mais importantes referências no segmento de análise técnica no
mundo.
Murphy compilou as dez regras que considera como as mais importantes para utilizar a análise técnica na
definição de sua estratégia no mercado de ações. São elas:
Identificar a tendência do ativo, usando gráficos de médio e longo prazo é o passo inicial. Para
Murphy, a análise de gráficos de curto prazo pode ser enganosa, devendo ser combinada com o
estudo das tendências de longo prazo. Mesmo para quem negocia com uma perspectiva de curto
prazo, é mais fácil ganhar ficando em linha com as tendências de médio e longo prazo.
Uma vez que a tendência seja identificada, a segunda regra é segui-la de perto. Compre se a
tendência for favorável e faça o inverso se a tendência for negativa. Enquanto os gráficos de médio e
longo prazo definem a tendência, os de curto prazo mostram o timing.
O passo seguinte é identificar os pontos de suporte e resistência, já que o melhor ponto de compra é
próximo aos níveis de suporte e, por outro lado, o melhor ponto de venda é perto da resistência.
Lembre-se que se um ponto de resistência for rompido, ele torna-se o próximo ponto de suporte,
com o inverso ocorrendo quando o suporte é rompido.
Busque identificar de forma quantitativa as reversões. Para Murphy, a reversão nos 50% da
tendência é a mais comum, mas os níveis de 38% e 62%, medidos pelos números de Fibonacci, são
muito utilizados e costumam trazer resultados.
A quinta regra de Murphy é a de sempre desenhar linhas de tendência, que, para ele, são as mais
simples e efetivas ferramentas gráficas. Para traçar a linha em uma tendência de alta, use dois pontos
sucessivos de baixa, com a linha de tendência de queda sendo baseada em dois picos seguidos de
alta. Para uma linha ser significativa, Murphy acredita que deve ser trocada ao menos três vezes e,
quanto mais vezes testada, mais importante ela se torna.
A sétima regra é acompanhar os indicadores de oscilação, como, por exemplo, o Índice de Força
Relativa (IFR) e o estocástico. Para o IFR, a percepção é que um número acima de 70 pode indicar
um papel comprado, enquanto abaixo de 30 seria o daquele vendido em excesso.
Para definir se uma tendência é significativa ou não, Murphy propõe usar o indicador ADX, que
mede a intensidade da tendência ou direção do mercado. No caso de um ADX crescente, é
importante ficar de olho nas médias móveis, enquanto quando o inverso ocorre, deve-se
acompanhar mais de perto os indicadores de oscilação.
A última dica de Murphy é a de que vale a pena confirmar se os sinais são realmente efetivos
através do controle do volume (nos mercados à vista) e dos contratos em aberto (nos mercados
futuros). É importante verificar que volumes significativos ocorram na tendência de alta, o que
ajuda a confirmar a tendência.
Carlos A H Brum, economista, analista de investimento e autor, entre outros, do livro "Investindo
em Ações com Estratégia e Disciplina".