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CONSTRUTIVISMO 1920

SURRELISMO 1924
ART DÉCO 1925
ARTE CONCRETA 1930

O CONSTRUTIVISMO - 1913 - 1920


Características do movimento: Arte geométrica refletindo a tecnologia moderna.

• O movimento construtivista surgiu no período de 1913 a 1930, na Europa. Marcou


determinantemente a história cultural artística, pois sofreu fortes influências da Revolução
Industrial.
• Possui características próprias, rompendo com a arte passada e perseguindo o perfil da
abstração - uma nova representação e despojamento. Surgiu uma nova linguagem
plástica.
• As obras de arte passaram a apresentar elementos geométricos, técnicas surpreendentes
que mostravam novas estruturas e aparências. A arte se juntou à tecnologia. O
construtivismo é a síntese das teorias abstratas e científicas da arte moderna.
• O construtivismo russo começa nas artes plásticas por iniciativa do pintor Vladímir Tatlin
(1885-1953). Seu grupo divulga que a arte precisa dar a idéia de revolução em
andamento. Ela deve fabricar objetos para o povo, e não apenas luxo para os ricos.
• A pintura e a escultura precisam ser funcionais, por isso aparecem muito ligadas à
arquitetura. A escultura é a grande forma de expressão. Destacam-se os irmãos
Antoine Pevsner (1886-1962) e Naum Gabo (1890-1977).

A Pintura Construtivista

O artista plástico se libertou da tela e passou a utilizar materiais diversos para desenvolver
suas abstrações. O pintor não se sentia compromissado em criar o real, o tradicional.
Influenciados pela ciência, pintores exploraram as diversas formas da geometria, buscando
relações óticas e de várias dimensões. Destaca-se o pintor russo Kasimir Malevich (1878-
1935)

Pintor russo nasceu em Kiev, estudou nesta cidade e também em Moscou.


Ao lado de Piet Mondrian é um dos mais importantes pioneiros da arte
geométrica abstrata. Destacou-se no construtivismo. Fundou um movimento
denominado Suprematismo, para descrever seu trabalho, referindo-se à
supremacia de se sentir acima de outras considerações artísticas. Em suas
telas apresenta construções geométricas bem definidas, com cores fortes.
Ensinou pintura em Moscou e Leningrado, publicou um livro sobre sua teoria
suprematista e foi o pioneiro em exposições de pinturas geométricas
abstratas. O auge de sua criação suprematista é a tela "Branco no Branco", em 1918, exposta
no Museu de Arte Moderna de Nova York, onde não existe representação objetiva. A política
soviética voltou-se contra a arte moderna e Malevich morreu pobre e no esquecimento, em
Leningrado, em 1935.

Alguns trabalhos de Malevich:


Branco no Branco Círculo Preto

Um Inglês em Moscou O Aviador

A Escultura Construtivista

A escultura construtivista empregou materiais industriais, eliminou a massa e o pedestal, o


espaço era o elemento real da visão. Alguns artistas se dedicaram não só na escultura, mas
também na pintura, como foi o caso de Rodchenko, pioneiro da fotomontagem e Tatlin com
trabalhos realizados em metal, plástico, madeira e vidro em seus contra-relevos.

Aleksander Rodchenko (1891-1956)

Artista plástico russo. Nasceu em 1891, Saint Petersburg, Rússia. Filho de


Mikhail Mikhailovich Rodchenko que trabalhava no teatro como ponto e
Olga Evdokimovna Paltusova. Iniciou seus estudos artísticos em Kazan em
setembro de 1910, onde conheceu Varvara Fedorovna Stepanova. Mudou-
se para Moscou em 1915 para estudar grafismo na escola de artes
aplicadas. Seu trabalho não pode ser compreendido e desvinculado da
turbulenta e trágica história da Rússia dos anos 20 e 30.
Alcançou a maturidade artística com a revolução. No período de 1918 a 1921 desenvolveu um
programa inovador na pintura abstracionista e na escultura juntamente com sua companheira
Varvara e um grupo de artistas russos. Fundou o Movimento Construtivista. Associava a arte
de vanguarda com o momento político e social de seu país. Em 1921 interrompeu sua carreira
de pintor para se dedicar aos movimentos e serviços sociais. Com isso, seguiu caminhos
alternativos que o levaram à exploração e realização da fotografia, fotocolagem e outros
campos do desenho. Seus ideais não resistiram ao tom político do estalinismo, passando um
longo período de isolamento. Faleceu em 1956.

Alguns trabalhos de Rodchenko:

Algumas de suas foto-montagens:

O Construtivismo - detalhes

• Movimento das artes plásticas, do cinema e do teatro que ocorre basicamente na Rússia,
entre os anos de 1913 e 1920, com importante papel no apoio à Revolução Russa de
1917. Defende a arte funcional, que deve atender às necessidades do povo.
• O termo Construtivismo surgiu em 1921 em debates sobre o propósito da arte estimulada
pelo "Manifesto Realístico".
• Apesar da rejeição das pinturas convencionais de cavalete e a idéia de arte pela arte a
favor de desenhos utilitários destinados à produção em massa, a abstração construtivista
encontra suas raízes na arte não utilitária.
• Em 1912 Picasso criou a sua primeira construção - um pedaço de metal e arame no
formato de um violão, onde as formas angulares das pinturas e colagens transformaram-se
em três dimensões.
Picasso – Violão - 1912

• Quando Vladimir Tatlin volta a Moscou depois de visitar Picasso em Paris em 1913,
começou a construir contra-relevos: construções abstratas de metal industrializado,
arame, madeira, plástico e vidro.
• Para Tatlin os contra-relevos ficavam numa zona intermediária entre a pintura e a
escultura porque fugiam da estabilidade dos pedestais ou das paredes, ficando muitas
vezes suspensos por arames estendidos de diversas maneiras no encontro de duas
paredes. Era dado muito mais ênfase ao espaço do que à matéria, e isso o fazia
revolucionário.

Vladimir Tatlin – Contra-relevo - 1914-15 -


ferro, madeira, arame, cobre, corda.
71x118cm

• Muitas construções, como o Monumento da 3ª Internacional (1919), criado por Tatlin,


são protótipos para arquitetura, cenários ou desenho industrial.
Vladimir Tatlin –
Monumento à 3ª Internacional,
1919 - 1920

• Outros, influenciados pelas abstrações de Malevich, são objetos puramente abstratos e


não funcionais; mas, no entanto, podem ter o mesmo propósito - como as esculturas
cinéticas de Aleksander Rodchenko que parecem antecipar modelos moleculares.
Trabalhos como os de Rodchenko representam e celebram a racionalidade científica e a
tecnologia da era da máquina.

Retrato de Rodchenko com uma de


suas esculturas ao fundo

• Depois da Revolução Bolchevique de 1917, os artistas construtivistas ganharam poder


político e isso causou um desacordo entre aqueles interessados numa arte pessoal e
aqueles ocupados em fazer um design utilitário para as massas. Por essa razão alguns
deles como Naum Gabo, Pevsner, o pintor Vassily Kandinsky e outros deixaram a União
Soviética; alguns foram para a Alemanha, para a escola Bauhaus de arte e design,
assegurando a expansão dos princípios do construtivismo através da Europa e mais tarde
nos Estados Unidos.
Naum Gabo – Construção
Linear nº 4 1962

Bronze, fios de metal, cordas de


piano
63.5 cm de altura

Naum Gabo 1890-1977

Construção Linear Nº 2 - 1970-71

Plástico e fios de nylon


Medidas do objeto: 11,49cm x 8,35cm x 8,35 cm
Antoine Pevsner - Világ
Paris, Centre National Georges
Pompidou, 1947

• O construtivismo marcou o fim de uma era brilhante. Em 1925, o Comitê Central do Partido
Comunista saiu contra a abstração; em 1932 todos os grupos culturais foram dispersos, e
em 1934 um novo estilo de propaganda do realismo social se tornou a única abordagem
artística oficial da União Soviética

No Brasil, as tendências construtivistas encontram ressonância no movimento


concretista.

O Surrealismo

O Surrealismo teve origem na França, nos anos 1920.


Movimento a favor da exploração das riquezas do inconsciente. É considerado o “filho” do
Dadaísmo.
Nas palavras de seu principal teórico, ANDRÉ BRETON, definiu o movimento em seu
“Manifesto Surrealista” de 1924 como uma espécie de automatismo psíquico através do qual
os artistas podiam expressar, verbalmente ou por escrito, o verdadeiro funcionamento do
pensamento.
• Seu objetivo era "resolver as condições previamente contraditórias entre sonho e
realidade" e as maneiras como isso se realizava variavam amplamente.
• Os artistas pintavam cenas amedrontadoras e ilógicas com precisão fotográfica, criavam
criaturas estranhas a partir de objetos do dia-a-dia ou desenvolviam técnicas de pintura
que permitiam que o inconsciente se expressasse.

Principais características:

• Os artistas surrealistas buscavam criar sem controle do consciente, com o objetivo de


despertar o imaginário inconsciente;
• Produzem através de livre associação de elementos e análise freudiana de sonhos;
• O Surrealismo, que implica ir além do realismo, buscava deliberadamente o bizarro e o
irracional para expressar verdades ocultas, inalcançáveis por meio da lógica;
• O movimento tomou duas formas:
• Alguns artistas, como o pintor espanhol Joan Miró (1893-1983) e o artista alemão Max
Ernst (1891-1976), praticavam a arte improvisada, distanciando-se o mais possível do
controle consciente, chegando à total abstração.
• Outros, como Salvador Dali (1904-1989) e o pintor belga René Magritte (1898-1967),
usavam escrupulosamente técnicas realistas para apresentar cenas alucinatórias que
desafiavam o senso comum;

• Artistas principais: Os espanhóis Salvador Dali e Joan Miró, o belga René Magritte e os
alemães Max Ernst e Meret Oppenheim.

Notas:
Ao encontrar suas fontes no subconsciente, o surrealismo procurava criar uma arte que
simbolizasse o potencial oculto.

Joan Miró - Personagem diante do Sol – 1968. Acrílico sobre Tela – 1,73m x 2,59m

Joan Miro – Mulher com Pássaro - 1982


Max ERNST (Alemanha, 1891-1976)
O Olho do Silêncio, 1943-44 – Óleo sobre tela

Max ERNST
Napoleão no Deserto, 1941
Oleo sobre tela – 46,3 x 38,1 cm
The Museum of Modern Art, New York
A Grande Família
René Magritte

René Magritte – Obra da série “Os Amantes”


Salvador Dali - A Desintegração da Persistência da Memória - 1952-54 – Óleo sobre tela

Salvador Dali – Retrato de Mae West - 1952-54 – Óleo sobre tela


Exemplo de trabalho surrealista aplicado em
publicidade (desodorante masculino “Axe”).

René Magritte
Le modèle rouge (Os sapatos
vermelhos): 1935, oleo s/ tela, 74 x 50 cm

Albatroz2 – 2004 – O Modelo Vermelho (releitura)


Exemplo de surrealismo
aplicado em foto-montagem.
(Autoria desconhecida)

Influência surrealista em piada...

Exemplos surrealistas em Fotomontagens:


Maurits Cornelis Escher
Desenhar
Litografia, 1948
Max Ernst
A primeira palavra pura, 1923
oleo sobre tela
23,2 x 16,7 cm

Joan Miro Joan Miro


O Ouro do Azul Escultura de Seraphina
Oleo sobre tela
80,0cm x 60,0 cm

Joan Miro
Mulher
1967
ART DÉCO – 1920 – 1930

• A expressão, francesa, deriva do nome da Exposition Internationale des Arts Décoratifs et


Industriels Modernes, realizada em Paris em 1925, na qual o estilo foi pela primeira vez
exibido e aplica-se a um estilo que, iniciado por volta de 1918-20, no imediato após-guerra,
só atingiria seu pleno desenvolvimento cerca de dez anos mais tarde.
• O movimento surgiu na década de 1920, logo após o Art Nouveau, e se espelhou,
sobretudo nas artes decorativas. O Art Déco se generalizou como estilo durante a década
seguinte, pela Europa ocidental e os Estados Unidos.
• Foi um movimento das artes decorativas cultivado pela sociedade de massa que
influenciou as artes plásticas e a arquitetura. Surgiu na década de 20 e ganhou força nos
anos 30 na Europa e nas Américas.

Características visuais:

• Os desenhos simples, definidos por linhas sempre muito precisas, e os ornatos


geométricos ou em representação estilizada de padrões naturais, são os aspectos
característicos do Art Déco.
• Mistura os princípios do cubismo com elementos clássicos. Edifícios, esculturas, jóias,
luminárias e móveis são geometrizados.
• Em seus produtos variados, tornou-se norma o emprego de materiais inventados pelo
homem - das resinas sintéticas, em especial a baquelita, ao cimento armado -- em
acréscimo a materiais naturais como o jade, o marfim, a prata e os cristais de rocha. Sem
perder o requinte, os objetos adquirem decoração moderna. Mesmo quando feitos com
bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de
bronze, mármore, prata, marfim e de outros materiais nobres.

Influências na formação do Art Déco:

• Procederam da própria evolução do Art Nouveau, da Bauhaus, do Cubismo, dos Ballets


Russos de Diaghilev.
• Um espírito de síntese eclética, conjugado a desejos de sofisticação e originalidade, levou
ao aproveitamento de idéias decorativas oriundas de culturas indígenas e de velhas fontes
do primitivismo clássico. E é pelo mesmo desejo de exotismo, sofisticação e originalidade
que no Brasil, o movimento Art Déco, associado a forte espírito nacionalista, é associado à
geometria típica da arte Marajoara.

Artistas principais do Art Déco:

• Muito embora eminentemente decorativo, e como tal, de presença marcante na decoração


de interiores, o Art Déco repercutiu também nas chamadas “artes maiores”, influenciando:

• a arquitetura: Mesmo vencido e substituído pela arquitetura modernista, continua


amado e admirado - há até pesquisas de opinião indicando que é o estilo preferido pelo
povo. E, hoje em dia, a arquitetura pós-moderna retoma várias de suas características.
As mais significativas expressões do Art Déco foram dadas pelos arranha-céus
americanos da época, como nos Estados Unidos destacam-se: Shreve, Lamb e
Harmon (Empire State, NYC, concluído em Nova York em 1931), William Van Alen
(Edifício da Chrysler, NYC), George Dudley e Wallace K. Harrison (Rockfeller
Center, NYC).
• Pintores do porte de Louis Marcoussis (1883-1941), Sonia Delaunay (1885-1979),
Natalia Gontcharova (1881-1962), Tamara de Lempicka (1898-1980), talvez a mais
importante pintora Art Déco e mesmo Amedeo Modigliani (1884-1920), entre outros.

• O movimento também influenciou grandes escultores, como: Demetri CHIPARUS (1888-


1950), Alexander Archipenko (1887-1964) e Henry Laurens (1885-1954).

• Parte substancial da produção do Art Déco relacionou-se à moda (vestuário e adereços),


com seus expoentes em Sonia Delaunay e Coco Chanel e à criação de cenários,
figurinos e cartazes para teatro, projetando nomes como os de Erté (1892-1990) e Paul
Poiret, ambos vivendo Paris.

No Brasil:

• A variante Marajoara: A influência indígena no Brasil foi introduzida por Edgar Vianna, por
inspiração nas cerâmicas marajoaras trazidas do Pará por expedições exploratórias. No
Brasil, a Art Déco influenciou linhas e formas até os Anos 50, marcando presença na
arquitetura, nos objetos decorativos e utilitários, no design de automóveis e na moda em
geral, incluindo roupas, sapatos e jóias.

• Na arquitetura, a Art Déco chega ao Brasil em 1929, com a construção do edifício “A


Noite”, em Copacabana, na Zona Sul carioca. Alguns exemplos do estilo: o Cristo
Redentor e a Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ); o Elevador Lacerda, em
Salvador (BA); e o viaduto do Chá, entre outros, em São Paulo (SP).

• Na pintura brasileira, os maiores representantes do movimento Art Déco são: Vicente do


Rego Monteiro (1899-1970), Entre outros, devem ser mencionados Di Cavalcanti (1897-
1976), Zina Aita (1900-1968), Ismael Nery (1900-1934) e Antônio Gomide (1895 –1967).

• Um reflexo particular do estilo manifestou-se na obra do pernambucano Vicente do Rego


Monteiro, que desde 1911 viveu entre o Brasil e a França. Em sua fase mais original,
Rego Monteiro fez uso de motivos marajoaras e de figuras compostas pelos padrões
tradicionais do hieratismo egípcio.

• O movimento influencia ainda na escultura brasileira alguns grandes nomes, como por
exemplo, Vitor Brecheret (1894-1955), Uma obra de Brecheret fortemente marcada pelo
Art Déco é o Monumento às Bandeiras, na capital paulista.

• Embora auto definindo-se como um estilo internacional, o Art Déco ao ser introduzido no
Brasil, assim como o modernismo, aqui encontrou uma forte corrente intelectual
nacionalista, que buscava desde o final do século XIX uma expressão própria para a
cultura brasileira.

Exemplos da Art Déco na arquitetura internacional e nacional:


Empire State – construído pelos arquitetos Edifício da Chrysler, por William Van Alen,
Shreve, Lamb e Harmon em NYC, New York, de 1928 a 1930

Detalhes do Edifício da Chrysler Rockefeller Center: A dupla George Dudley e


por William Van Alen, NYC Wallace K. Harrison é a responsável pelo projeto

Alguns exemplos de arquitetura no estilo Art Déco em São Paulo:

São Paulo dispõe de um rico acervo Déco dos anos 30 até o final dos anos 40, quando o
estilo é definitivamente substituído pelo modernismo. Ao contrário da Europa e dos Estados
Unidos, que assistiram a uma paralisação da construção civil durante 15 anos, provocada
primeiro pela Depressão e depois pela Guerra, em São Paulo a recuperação econômica foi
mais célere, permitindo um maior florescimento deste estilo, que coexistiu com os últimos
exemplares da arte eclética e os primeiros prédios em estilo moderno.

Os últimos exemplos de arquitetura Déco em São Paulo datam do final dos anos 40, em
geral, obras que haviam sido paralisadas durante a guerra. No fim da década, o movimento
modernista se consolida definitivamente e varre do mapa o Art Déco e o ecletismo.
Na Av. São João, esquina com Rua Ana Cintra, há um
elegante prédio de apartamentos em estilo Art Déco.
Infelizmente, o revestimento não é mais o original - os
prédios Déco de São Paulo eram quase todos
pintados com tinta misturada a pó de mica, o que lhes
conferia um feérico efeito cintilante.
Contudo, a recuperação desse revestimento é obra
extremamente artesanal e dispendiosa, e os donos
dos imóveis preferem pintá-los com tinta comum, por
razões de economia.

Bem no início da Avenida São João - na Praça


Antonio Prado, temos o prédio do Banco de São
Paulo (atual Secretaria da Juventude, Esporte e
Lazer), de 1938, certamente a mais refinada e
ricamente ornamentada obra Art Déco da cidade.
O prédio, de autoria de Álvaro Botelho, tem 16
andares e fachada tanto para a praça como para a
Rua São Bento.

Com 161 metros de altura e 35 andares, o prédio era o maior


do mundo fora dos Estados Unidos e o primeiro a superar seu
vizinho Martinelli, que durante 18 anos reinara como o maior
arranha-céu de São Paulo.
Naqueles anos de pós-guerra, a cidade entrava numa era de
enorme entusiasmo e progresso.
Os melhores materiais foram generosamente utilizados no
acabamento da torre: mármore de Carrara, tacos de ipê,
jacarandá, e sua fachada revestida com pastilhas de
porcelana.
Seu saguão central tem um pé-direito de 16 metros de altura;
as portas de aço de seus cofres-fortes pesam 16 toneladas
cada uma. Tudo à altura dos anseios do maior centro
econômico da América Latina.

Edifício do Banco do Estado - R. João Brícola, 24


Arquiteto: Plínio Botelho do Amaral - Ano de conclusão: 1947 - Estilo: Déco tardio

• Exemplos da Art Déco na pintura internacional e nacional:


Louis Marcoussis - Os Peixes Azuis, 1928
óleo sobre tela, 65cm x 92,5 cm
Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris

Louis Marcoussis – Composição, 1930


óleo sobre tela. Mendel Art Gallery,Canadá

Natalia
GONTCHAROVA

A Espanhola
1920
óleo sobre tela
Coleção
Particular
Sonia Delaunay - Ritmo colorido
óleo sobre tela - 80cm x 60cm

Natalia GONTCHAROVA Tamara de Lempicka - Adormecida, 1931-32


Retrato de Mulher – 50,80cm x 33cm 50,80cm x40,64cm – óleo sobre placa de madeira
Litografia colorida (placa de compensado de madeira = masonite)
Amedeo Modigliani
Retrato de Max Jacob Retrato de Leopold Zborowski
1916 - óleo sobre tela, 1919 - óleo sobre tela; Barnes
73cm x 60 cm - Dusseldorf Foundation, Merion, Pensilvânia

Amedeo Modigliani
Nu adormecido no travesseiro branco
óleo sobre tela, 60x92cm, 1917

Vicente do Rego Monteiro


Mulher Sentada – óleo sobre madeira Tênis, 1928 - óleo sobre tela, 100cmx 81cm
Acervo Artíst. Cult. dos Palácios do Gov. do Est. de S. Paulo
Col. Palácio Boa Vista, Campos do Jordão
Emiliano Di Cavalcanti
Devaneio Cinco Moças de Guaratinguetá - óleo sobre
óleo sobre tela 100cm x 156cm, RJ
tela, 1930 (detalhe) - 91 x 71 cm - MASP, SP

Antônio Gomide - Porto - 1922 Ismael Nery - CABARÉ


Sépia sobre papel – 18cm x 20cm

Exemplos da Art Déco na escultura internacional e nacional:

ALMERIA EXOTIC DANCER


DEMETRI CHIPARUS DEMETRI CHIPARUS
Escultura em bronze e marfim Escultura em bronze e marfim montada em base
de mármore e ônix montada em base de mármore
2 27 l x 9 w
Archipenko - Artista - 1913 Henry Laurens – Diana e Cachorro – 1925
bronze com pátina azul, montada em base de mármore belga negro
numerada 1/10 35,56cm de comp. X 30,48cm de altura

Vitor Brecheret – Diana Monumento às Bandeiras – Ibirapuera – SP

Esculturas em granito

Vitor Brecheret - Santa Ceia - 1935 Cabeça de Cristo - entre 1919 e 1920
Acervo MAC/USP
Pietà Luta de Índios Kalapalo, 1951
bronze, 85,0 x 185,0 x 31,0 cm – Acervo MAC/USP

Portadora de perfumes - 1923 Tocadora de Guitarra Madona - 1920


bronze patinado, 331,5 x 100 x 87 cm

• Exemplos da Art Déco na moda internacional e nacional:

• A Moda finalmente volta a florescer com o fim das restrições impostas pela guerra.
• Nessa época o busto deixa de se destacar e começa o estilo "a la garçon" (menino),
com os seios apertados pelos "corseletes alisadores", e a cintura desaparece,
transferindo a atenção para os quadris, e novo ideal agora é o andrógino.
• As moças assumem aparência de rapazes e as curvas são abandonadas.
• O corte de cabelo é curto para equilibrar pequenos chapéus e casquetes. Coco Chanel
era "a gênia" da moda.
• Para o dia se usava uma produção discreta, mas à noite vestidos longos recebiam
peles, plumas, bordados, flores e lantejoulas.
• Em 1925 surgiu a saia curta, que horrorizou os conservadores, a revolução das saias
curtas, estava sujeito a multas e prisão a quem andasse nas ruas com elas acima de 8cm
do tornozelo.

Art Déco na moda nacional:

São Paulo é uma festa. Intelectuais, influenciados por Di Cavalcanti organizam um evento:
a Semana de Arte Moderna.
As mulheres agitam os vestidos curtos, de cintura baixa e muitas franjas, ao som do
Charleston. As mãos se cruzam e descruzam sobre as meias coloridas de seda, ou balançam
os longos colares de cristal. No alto do braço, pulseiras tipo escrava, de marfim ou serpentes
de ouro. Ondulam as plumas e os leques. O ambiente é povoado pela sedução consciente
dos gestos, conquista definitiva da estética feminina desses anos 20.
O perfil feminino também é cortado nas linhas retas do cabelo à la garçon e o chapéu-
touca, ou simplesmente "toque" protege as cabeças femininas mais modernas.
Os cabelos antes longos e encaracolados, durante os anos de guerra tornaram-se mais
curtos por razões práticas. A coloração com Henna era popular e muito mais segura que a
coloração química da época. Pouco a pouco os cabelos foram assumindo cortes cada vez
mais radicais. Primeiro à altura do queixo; logo a seguir na altura da boca e, posteriormente,
na altura das orelhas, em um corte bem masculino. Um verdadeiro escândalo.

Sonia Delaunay 1926 – manteau esporte


Sonia Delaunay - Modelos para Trajes de Banho
1928

Vestido sóbrio, na linha primaveril Vestido longo, de Alice Blum

Modelos da década de 20-30 sugeridos pelas revistas da época


• Exemplos da Art Déco criação de cenários, figurinos e cartazes para teatro

Glamour Sinfonia em Negro


Sugestões de Romain de Tirtoff, conhecido como Erté, nome que reproduz o som das
iniciais R e T

Sugestões de Paul Poiret

anel bolsas carteira pingente


Acessórios da moda Art Déco

broche brincos

O Concretismo (Arte Concreta - 1930) e o Construtivismo no Brasil

• O termo Arte Concreta é usado por Theo van Doesburg (1883-1931), que participa do
grupo e revista com o mesmo nome, fundados em 1930 em Paris.

• No texto de introdução do primeiro número da revista “Arte Concreta” aponta as bases da


pintura concreta:

• 1º) A arte é universal;

• 2º) A obra de arte deve ser inteiramente concebida e formada pelo espírito antes de
sua execução [..];

• 3º) O quadro deve ser inteiramente construído com elementos puramente plásticos, isto
é, planos e cores. Um elemento pictural só significa a 'si próprio' e, conseqüentemente
o quadro não tem outra significação que 'ele mesmo';

• 4º) A construção do quadro, assim como seus elementos, deve ser simples e
controlável visualmente;

• 5º) A técnica deve ser mecânica, isto é, exata, anti-impressionista;

• 6º) esforço pela clareza absoluta".

Assim, a Arte Concreta (ou Concretismo), busca abandonar qualquer aspecto nacional ou
regional e se afasta inteiramente da representação da natureza.
Recusa o sensualismo e a arte como expressão de sentimentos.
A Arte Concreta, sem implicar uma arte figurativa, nasce também como oposição à Arte
Abstrata, que pode trazer vestígios simbólicos devido à sua origem na abstração da
representação do mundo. Linha, ponto, cor e plano não figuram nada e são o que há de
mais concreto numa pintura.
Segundo Van Doesburg, um nu feminino, uma árvore ou uma natureza-morta pintadas não
são elementos concretos, mas abstrações. O que há de concreto numa pintura são os seus
elementos formais. Entretanto, Wassily Kandinsky (1866-1914), publica em 1938 um artigo
intitulado “Arte Concreta” para definir a pintura abstrata e não-figurativa.
A Arte Concreta é herdeira das pesquisas do grupo De Stijl [O Estilo], 1917/1928, de Piet
Mondrian (1872-1944) e Van Doesburg, que busca a pureza e o rigor formal na ordem
harmônica do universo. Além disso, parte de ideais da Bauhaus (1919-1933) nos quais a
racionalidade deve estar presente em todos os âmbitos sociais e as conquistas da arte
democratizadas pela indústria.
Max Bill (1908-1994), nos anos 50, com a Escola Superior da Forma, em Ulm, Alemanha,
tenta levar adiante esse projeto. Para o artista suíço - um dos principais responsáveis pela
divulgação da arte concreta na América Latina - a matemática é o meio mais eficiente para o
conhecimento da realidade objetiva e uma obra plástica deve ser ordenada pela geometria e
pela clareza da forma.

Max Bill
Composição -1972 - 59,8 cm x 60 cm Múltiplo - 1969 - 29 x 29 x 29 cm

• Em 1948, o argentino Tomás Maldonado, que se tornaria professor da Escola Superior da


Forma, faz contato com Max Bill. Antes disso, O Manifesto Invencionista publicado em
1946 na revista Arte Concreto-Invención, em Buenos Aires, reafirma o fim da arte como
representação e ilusão. O manifesto diz ainda que "a estética científica substituirá a
milenar estética especulativa e idealista".

Tomás Maldonado
Sem Título – 1945 Desenvolvimento do Triângulo - 1951
Têmpera s/cartão - 79 x 60 cm.
Coleção particular, Buenos Aires

A ARTE CONTEMPORÂNEA NO BRASIL

• Os marcos iniciais da arte contemporânea no país são o Concretismo, o Neo-Concretismo


e a Pop Art, que, a partir do final da década de 50, despontam no cenário nacional.
• Em comum, a pop art e o concretismo têm a preocupação de refletir sobre a cultura
de massa:

• A pop art legitima a citação, ou seja, o uso de imagens já produzidas por outros artistas
ou pela própria indústria cultural. Os principais nomes são Wesley Duke Lee (1931-),
Rubens Gerchman (1942-), autor da serigrafia Lindonéia, a Gioconda do Subúrbio, e
Cláudio Tozzi (1944-), de O Bandido da Luz Vermelha.

Cláudio Tozzi - 1968


Wesley Duke Lee – 1988 Rubens Gerchman - 1966 Obra da série de pinturas Bandido
Auto-Retrato - óleo sobre tela Lindonéia, a Gioconda dos Subúrbios da Luz Vermelha, iluminadas por
120cm x 100 cm Serigrafia - espelho, facho de luz vermelha rotativo.
scotchlite sobre madeira -90cm x 90cm

• Após a II Guerra Mundial (1939-1945), a América Latina passa por um forte surto
desenvolvimentista e industrial.

• No Brasil, são fundados os Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo, o
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp e a Bienal de São Paulo.

• Em 1950, Max Bill realiza exposição no MASP e, no ano seguinte, sua escultura Unidade
Tripartida (1948/1949) ganha o primeiro prêmio na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, o
que muito influencia os caminhos da arte feita por aqui.

Max Bill - UNIDADE TRIPARTIDA, 1948/49 AÇO INOXIDÁVEL, 114,0 cm x 88,3 cm x 98,2 cm
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
• Em 1952, forma-se o grupo de pintores concretos de São Paulo, liderados por
Waldemar Cordeiro (1925-1973) - pesquisas com linhas horizontais e verticais; criação do
Art Club de São Paulo, dedicado ao experimentalismo, bem como os experimentos iniciais
de Abraham Palatnick com a luz e a cor; de Mary Vieira com volumes; de Geraldo de
Barros com "fotoformas". O grupo, integrado por Anatol Wladyslaw (1913), Lothar
Charoux (1912-1987), Féjer (1923-1989), Geraldo de Barros (1923-1998), Leopoldo Haar,
Luiz Sacilotto (1924-2003), lançam polêmico manifesto, sob o título "Ruptura", em que diz
que a arte é "um meio de conhecimento deduzível de conceitos", e reafirma seu conteúdo
objetivo. No mesmo ano, 1952, realiza exposição no MAM/SP.

Movimento, 1951
Têmpera s/ tela - 90,1 cm x 95,3 cm
Aquisição MAC-USP, 1966

Waldemar Cordeiro - Itália, 1925 / São Paulo,


SP, 1973

Obra definidora de sua maturação como concreto, esta


pintura de 1951 projeta uma imagem de elementos
geométricos, em ritmos horizontais com contrapontos
verticais que conferem o equilíbrio à composição através
dos valores cromáticos selecionados. Rigorosamente
programado, o trabalho provoca a percepção ótica do
observador pela intermitência do movimento das barras
coloridas sobre o fundo branco.
De seu período "popcreto"(anos 60) o MAC possui O
Beijo.

Waldemar Cordeiro - O Beijo - 1967

Objeto eletromecânico e fotografia pxb sobre papel. 50cmx45, 20cmx50cm. Coleção


MAC/USP. Descrição: Objeto eletromecânico simulando movimento de uma boca.

• Aos construtivistas de "Ruptura" logo se aliam os poetas do grupo Noigandres, da


revista-livro fundada em 1952, em São Paulo, por Augusto e Haroldo de Campos e
Décio Pignatari. Das atividades e experimentos do grupo Noigandres emergiria, entre
1953 e 1956, o movimento de poesia concreta, cujo lançamento público iria ocorrer na
"Exposição Nacional de Arte Concreta" (São Paulo, dezembro de 1956; Rio de Janeiro,
fevereiro de 1957), na qual tomaram parte poetas e artistas plásticos de São Paulo e do
Rio de Janeiro.
Exemplos de Poesia Concreta: Haroldo de Campos
se

nasce

morre nasce

morre nasce morre

renasce remorre renasce

remorre renasce

re

desnasce

desmorre desnasce

desmorre desnasce desmorre

nascemorrenasce

morrenasce

morre

se

Décio Pignatari
Cloaca

beba coca cola


babe cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
c l o a c a

• Os construtivistas do Rio pertenciam ao “Grupo Frente”, fundado em 1954, sob a


liderança de Ivan Serpa; quanto à poesia, participavam da mostra o poeta e crítico de
arte Ferreira Gullar (maranhense de nascimento), expressamente convidado por Augusto
de Campos, e o mato-grossense Wladimir Dias Pino. A Exposição Nacional de Arte
Concreta, realizada em 1956/1957, reúne além dos artistas do Grupo Ruptura, alunos de
Ivan Serpa (1923-1973), que lecionava pintura no MAM/RJ e de onde surge o Grupo
Frente, composto por Décio Vieira (1922-1988), Rubem Ludolf (1932), César Oiticica
(1939) e Hélio Oiticica (1937-1980). Participaram também, entre outros, Lygia Pape (1927-
2004) e Lygia Clark (1920 - 1988), Amilcar de Castro (1920-2002) e Franz Weissmann
(1911-2005). Em 1959, liderados por Ferreira Gullar (1930), os cariocas irão assinar o
Manifesto Neoconcreto.
Hélio Oiticica – Relevos Espaciais
1959

IVAN SERPA - Formas – 1951 O Parangolé, escultura móvel


óleo s/ tela -97,0 cm x 130,2 cm criada pelo artista plástico
Hélio Oiticica

LYGIA PAPE - Sem Título – 1956 Lygia Clark, da série "Bichos”


Xilografia s/ papel, 28,0 x 23,7 cm

• O crítico Mário Pedrosa (1900-1981) - que em 1949 havia escrito tese pioneira sobre a
relação entre arte e psicologia da Gestalt, que muito alimentou os artistas concretos -
publica artigo sobre a exposição e observa a diferença entre paulistas, que seriam
mais teóricos e dogmáticos, e cariocas, intuitivos e empíricos.

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