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À IMAGEM E SEMELHANÇA

De Evana Ribeiro
CAPÍTULO 55

Copyright 2007
CENA 1 - AEROPORTO/HALL DE DESEMBARQUE - INT - TARDE
Continuação da cena final do capítulo anterior. Michael
segura as mãos de Monika. Ambos estão sorridentes.
MONIKA
Demorei muito?
MICHAEL
Achei que não viesse mais.
MONIKA
Tolinho.
Eles se beijam. Laurie se aproxima lentamente com a cadeira
de rodas.
LAURIE
Olá, Michael! Como vai?
MICHAEL
Muito bem, obrigado, Laurie. A
viagem foi tranqüila para vocês?
MONIKA
Foi sim. Você sabe, nossa maior
preocupação era Marianne, que nunca
viajou... Mas graças a Deus, deu
tudo certo.
MICHAEL
Bom, eu ia levar vocês à minha
casa, mas creio que estejam muito
cansadas...
MONIKA
(sorrindo)
É verdade. (pausa) Adoraria ver a
sua mãe, mas fica para uma outra
hora, sim?
MICHAEL
Então eu levo vocês ao apartamento.
Michael e Monika seguem de mãos dadas. Laurie vai atrás
deles, com Marianne.
CORTA PARA
2.

CENA 2 - FLAT DE VALENTINA/SALA - INT - TARDE


Lucille sai da cozinha e anda lentamente por toda a sala,
certificando-se de que não há ninguém por perto. Ela passa
algum tempo parada diante da janela, pensativa. Um minuto
depois, sai da janela e sai rumo ao quarto, com passos
rápidos e firmes.
CORTA PARA

CENA 3 - FLAT DE VALENTINA/QUARTO - INT - TARDE


Lucille abre o guarda-roupa e, impulsivamente, tira de lá
todas as suas roupas, que joga sobre a cama. Depois de
tirar todas as peças, olha para elas e acena negativamente
com a cabeça.
LUCILLE
Quem diria... Quem diria que um dia
isso ia acontecer?
Lucille pega uma das peças e a dobra, colocando-a em um
canto da cama que não está ocupado com roupas. Faz o mesmo
com as outras peças, que vão ficando empilhadas. Quando
sobram poucas peças espalhadas, Lucille pára e vai até o
outro lado do quarto, onde pega uma mala, que coloca sobre a
cama. Logo começa a guardar as peças já dobradas dentro
dela. Detalhe para o relógio que está sobre o criado mudo,
ao lado esquerdo da cama. [durante esta cena e a cena 4,
toca a música Abschied - Nico]
D ISSOLVE PARA

CENA 4 - FLAT DE VALENTINA/SALA - INT - TARDE/1 HORA DEPOIS


Não há ninguém na sala. Lucille entra, vinda do quarto,
arrastando uma mala. Sua expressão é fria, como se sair dali
não significasse nada para ela. Ela leva a mala até
aproximadamente o meio do lugar e a solta. Então, começa a
andar em círculos, observando atentamente cada canto. Ao
chegar na janela, pára e observa por um minuto. Nesse
momento, ela chega a esboçar um pouco de tristeza, mas essa
expressão desaparece quase que instantaneamente. Volta a
andar pela sala, vai até a porta da cozinha e pára,
pensativa.
LUCILLE
(séria)
Não. Por que eu deixaria um bilhete
de despedida? Nem nos falamos mais!
3.

Decidida, ela dá meia volta e, com passos firmes, vai até o


ponto onde deixou sua mala. Sem vacilar, sai, batendo a
porta.
CORTA PARA

CENA 5 - STOCK SHOT


Tomada aérea de Londres no fim da tarde e começo da noite.
CORTA PARA

CENA 6 - FLAT DE VALENTINA/SALA - INT - NOITE


Valentina e Angela entram juntas, de mãos dadas. Assim que
entra, Angela larga a mão da mãe e corre rumo ao quarto,
gritando.
VALENTINA
Angie! Cuidado para não bater nas
coisas! (pausa) Essa menina não tem
jeito... Mas bem que o papai dizia
que ela tinha a quem puxar!
Valentina ri. Então percebe que Angela, que até então estava
fazendo barulho, agora está silenciosa.
VALENTINA
Angela! Angela! (pausa) Deve estar
aprontando alguma.
Valentina sai apressada, em direção ao quarto.
CORTA PARA

CENA 7 - FLAT DE VALENTINA/QUARTO - INT - NOITE


Angela está engatinhando pelo quarto, olhando embaixo dos
móveis, procurando insistentemente. Valentina entra ligeiro
e pára ao ver o que a menina está fazendo.
VALENTINA
Angela! O que você tá procurando?
ANGELA
Vovó. Ela não tá em lugar nenhum...
VALENTINA
(aproximando-se, meiga)
Mas por que estava olhando embaixo
da cama?
4.

ANGELA
Não sei.
VALENTINA
Ela deve ter saído. (pausa) Agora a
senhorita vai tomar um banho,
certo?
ANGELA
E vovó?
VALENTINA
(um pouco irritada, mas
tentando disfarçar)
Já disse que ela deve ter dado uma
saída, meu bem!
ANGELA
Mamãe.
VALENTINA
Diga...
ANGELA
Posso fazer uma pergunta?
VALENTINA
Pode.
ANGELA
Por que toda vez que eu falo na
vovó você fica brava?
VALENTINA
(sem graça)
Brava, eu? Não, meu amor... Só tô
um pouquinho cansada.
ANGELA
E vocês não conversam mais.
Brigaram de novo?
VALENTINA
É... Angie, depois a gente fala
sobre isso, tá? Agora você vai
tomar banho.
ANGELA
(contrariada)
Tá bom...
Valentina leva Angela nos braços até o banheiro.
CORTA PARA
5.

CENA 8 - HOTEL/QTO DE LUCILLE - INT - NOITE


Lucille está deitada na cama, sem se mover, olhando para o
teto. Repentinamente levanta-se e vai até a janela, sem
pressa. Abre a janela e fica por alguns instantes
observando, apática.
CORTA PARA

CENA 9 - LONDRES/RUA - EXT - NOITE


Monika e Michael saem juntos do prédio em frente ao hotel
onde Lucille está hospedada. Eles estão de braços dados,
sorridentes. Michael abre a porta do carro e Monika entra.
CORTA PARA

CENA 10 - HOTEL/QTO DE LUCILLE - INT - NOITE


Ainda na janela, Lucille vê Michael entrando no carro. Seu
rosto adquire imediatamente uma expressão feliz, de quem
acaba de ter uma boa idéia, mas ela não chega a sorrir.
LUCILLE
Hm... Então esta é a nova querida
de Michael. Parecem estar tão
felizes! (pausa) E pensar que essa
felicidade acabou causando a minha
desgraça. Se ele e Valentina ainda
estivessem juntos... Sim, se eles
estivessem, nada disso teria
acontecido!
Lucille vê o carro se afastando e fecha a janela assim que
ele some de seu campo de visão. Depois, volta para a cama e
se deita.
LUCILLE
Sim, Lucille... É isso que você tem
que fazer: afastar Michael e a
namorada dele, Herman e
Valentina... Depois reaproximar
Tininha e Michael e voilá!
Lucille ri e vira-se na cama, de modo a ficar de bruços.
CORTA PARA
6.

CENA 11 - FLAT DE VALENTINA/QUARTO - INT - NOITE


As luzes estão apagadas e Angela está deitada em sua cama,
enrolada no lençol. Valentina entra sem fazer barulho e se
aproxima da cama de Angela, para se certificar de que a
menina está dormindo. Depois, vai até o guarda-roupa e abre
uma das portas. Ao mexer entre os cabides, percebe que há
peças faltando. Desconfiada, abre a outra porta e vê,
incrédula, que está quase vazio.
VALENTINA
(baixinho)
Meu... Como assim? Ela foi embora!
Valentina fecha as portas do guarda-roupa e se encosta nele,
atordoada.
CORTA RÁPIDO PARA

CENA 12 - CASA DE HERMAN/SALA - INT - NOITE


Valentina e Herman sentam-se frente a frente, em poltronas.
Herman segura as mãos de Valentina.
VALENTINA
Eu só vim aqui a essa hora porque
precisava mesmo falar com alguém.
(pausa) Simlesmente não entendi
essa da Lucille ir embora de
repente, sem avisar nem nada.
HERMAN
Mas minha querida, você tinha me
falado que desde aquele dia vocês
não se falavam mais. Um dia vocês
iam ter de deixar de dividir o
mesmo teto.
VALENTINA
Falando sério... Eu não esperava
que isso fosse acontecer um dia.
Mesmo com tudo o que aconteceu,
parecia que a gente tinha chegado a
um... Sei lá, de repente eu lembrei
do que aconteceu entre Alice e eu.
(pausa) Ouvir Lucille falando
aquelas coisas naquele dia foi tão
doído quando o tapa que Alice me
deu quando eu era criança.
7.

HERMAN
Você nunca tinha falado sobre isso.
VALENTINA
É que eu não gosto de falar sobre
isso. É uma coisa tão antiga...
HERMAN
(interrompe)
Mas você ainda sente como se fosse
algo muito recente. Não seria
melhor falar?
VALENTINA
Não sei...
HERMAN
Você sabe que pode se abrir comigo,
meu amor.
Ambos ficam em silêncio por um minuto.
VALENTINA
Tudo bem, você tem razão. (pausa)
Você deve ter percebido que, desde
que nos conhecemos, eu nunca me
referi a Alice como minha mãe.
HERMAN
É verdade. Nunca questionei, mas
sempre achei estranho.
VALENTINA
Acontece que eu cortei relações com
ela quando tinha sete anos. Por
causa de um tapa. (ri, sem graça)
Eu sei, parece bem patético, mas é
verdade.
HERMAN
Só por causa de um tapa?
VALENTINA
Não, não... Na verdade é bem mais
do que isso. Acontece que eu nunca
me senti amada por ela. Tudo era
para o Leon e eu fiquei
escanteada... Ela nunca se importou
com a minha vida e um dia resolveu
que tinha o direito de me bater.
(pausa) Se ela agisse como minha
mãe desde sempre, eu entenderia,
mas não era assim, então não
(MAIS...)
8.

VALENTINA (...cont.)
perdoei. (pausa) E acho que nunca
vou perdoar.
HERMAN
Valentina... Você não acha que está
exagerando? São muitos anos,
qualquer pessoa teria esquecido uma
coisa dessas.
VALENTINA
É que para os outros parece
bobagem, mas pra mim não é! Eu
sempre percebi que ela não gostava
de mim, que eu não sou o que ela
gostaria que eu fosse... E ela
acabou me afastando do Leon, no
final das contas.
HERMAN
E vocês continuaram ali, se vendo
todos os dias, mas sem nenhum
contato?
VALENTINA
É. A gente se suportava... Acho que
essa é a palavra certa. Leon nunca
entendeu meus motivos, e acho que
nunca vai entender. Esse foi um dos
motivos para que não nos déssemos
bem depois de crescidos. (pausa) E
saí de casa sem falar com ele...
Bom, agora eu vejo a história se
repetindo, e pior, com uma pessoa
que eu sempre amei muito, e achei
que também me amasse.
HERMAN
E porque você acha que ela não ama
mais?
VALENTINA
Se ela me amasse realmente, não
teria feito o que fez, certo?
Herman silencia. As mãos deles se soltam lentamente.
CORTA PARA
9.

CENA 13 - STOCK SHOT


Tomada aérea de Londres à noite e de Recife no começo da
manhã.
CORTA PARA

CENA 14 - AP DE ANA PAULA/QUARTO - INT - DIA


O quarto está bastante desarrumado. Jerri está dormindo
sozinho, completamente espalhado e semidescoberto. Às vezes
se mexe. Ouve-se o som do rádio que vem da sala.
CORTA PARA

CENA 15 - AP DE ANA PAULA/SALA - INT - DIA


Ana Paula está arrumando a casa e ouvindo rádio. A campainha
toca. Ela pára imediatamente o que está fazendo e vai abrir
a porta. Ao abrir, vê Raul parado. Ele sorri imediatamente
ao vê-la. Ana Paula se assusta.
ANA PAULA
(grita)
O que você tá fazendo aqui?
CORTA PARA

CENA 16 - AP DE ANA PAULA/QUARTO - INT - DIA


Jerri, até então adormecido, desperta imediatamente,
assustado e olhando para os lados.
JERRI
Quem? Onde? O quê?
Jerri pára, respira fundo, levanta da cama e sai do quarto
correndo.
CORTA PARA

CENA 17 - AP DE ANA PAULA/SALA - INT - DIA


Ana Paula continua parada enquanto Raul está diante dela, do
lado de fora, sorrindo cinicamente. Jerri se aproxima,
desconfiado.
10.

JERRI
O que é que ele tá fazendo aqui?
RAUL
Calma, pessoal, calma. Eu vim em
missão de paz.
ANA PAULA
De paz, é?
RAUL
É. Eu vim falar com seu marido.
ANA PAULA
Sobre o quê?
RAUL
Poderia nos deixar sozinhos, Ana
Paula?
ANA PAULA
E eu não posso ficar? Que conversa
estranha é essa que eu não posso
ouvir?
JERRI
Pode ir, Aninha. Depois eu te digo
tudinho.
ANA PAULA
Olha que eu vou cobrar!
Ana Paula sai, olhando para trás diversas vezes, com
desconfiança.
RAUL
(ainda do lado de fora)
Posso entrar?
JERRI
Ah, nem percebi que você ainda tava
aí fora! Entra!
Raul entra. Jerri senta no sofá, Raul o imita.
JERRI
E qual é o assunto?
RAUL
Bom, eu vim pedir... Vim pedir
desculpas pelo meu comportamento
com relação a você e Ana Paula.
Gosto muito dela, mas perdi, e como
(MAIS...)
11.

RAUL (...cont.)
bom perdedor, bem... Acho que você
entendeu. No fim o erro foi meu
mesmo, de me apaixonar por uma
mulher já comprometida e achar que
poderia, digamos, roubá-la!
Raul ri falsamente. Jerri dá um sorriso amarelo.
JERRI
Ainda bem que reconhece...
RAUL
Eu assumo também que usei de
artifícios baixíssimos para
descobrir algum segredo seu que
pudesse deixá-lo mal com ela.
(pausa) Sem sucesso obviamente.
Devo reconhecer que nunca vi uma
pessoa com tamanha retidão de
caráter como você!
JERRI
(surpreso)
Sério? Jura?
RAUL
Juro pela minha irmã.
JERRI
Então quer dizer que você que ser
meu amigo agora?
RAUL
Justamente. Poderíamos até
trabalhar juntos!
JERRI
(tentando disfarçar o
nervosismo)
Trabalhar... Juntos?
RAUL
Sim! Se você quiser, é claro.
JERRI
Vamos ver, vamos ver... Outro dia a
gente conversa sobre isso.
RAUL
Está certo, então. (levanta-se e
tira um papel do bolso, que entrega
a Jerri) Este aqui é meu cartão.
(MAIS...)
12.

RAUL (...cont.)
Caso tenha algum projeto em mente e
queira conversar sobre, estou
disponível.
Raul e Jerri se cumprimentam com um aperto de mão.
RAUL
Até qualquer dia desses.
JERRI
Até!
Jerri e Raul vão juntos até a porta. Raul sai. Ana Paula
entra, vinda da cozinha.
ANA PAULA
Não resisti e ouvi tudo de lá
mesmo.
JERRI
Então?
ANA PAULA
Você vai trabalhar com ele?
JERRI
Tô pensando...
ANA PAULA
Seria uma boa oportunidade pra
desengavetar o filme, né?
JERRI
(hesitante)
É... Seria sim.
ANA PAULA
(eufórica)
Aceita, Erasmo! É a nossa chance!
Se ele tá a fim de trabalhar junto,
por que não?
Jerri olha para cima, preocupado. Depois olha para Ana Paula
e sorri amarelo.
CORTA PARA
13.

CENA 18 - AP DE LEON/SALA - INT - DIA


Milena entra, vinda do quarto, senta no sofá e liga a
televisão. Está passando um desenho animado. O telefone toca
em seguida e ela vai atender.
MILENA
Alô. (pausa) Sim, é ela. (pausa)
Como? (pausa) Ah, sim... (pausa
longa, Milena fica pensativa)
Aceito sim. (pausa) Eu é que
agradeço! (pausa) Até.
Milena, sorrindo, desliga o telefone. Leon entra.
LEON
Tava falando com quem?
MILENA
Um amigo do Raul que tá organizando
um show e me convidou pra
participar.
LEON
Legal... E onde vai ser o show?
MILENA
Toritama.
LEON
E você vai?
MILENA
Vou, a proposta é bacana.
LEON
Vai ver a sua família lá?
Milena não responde.
LEON
Tá pronta pra isso?
MILENA
Não sei... Na verdade eu não pensei
nisso direito. (pausa) E acho
melhor não pensar por enquanto...
Milena e Leon sentam juntos no sofá e assistem TV abraçados.
CORTA PARA
14.

CENA 19 - STOCK SHOT


Tomada aérea de Salvador ao som de Last child - Aerosmith.
CORTA PARA

CENA 20 - LANCHONETE - INT - DIA


Cristina está comendo um sanduíche, sentada junto ao balcão.
Mateus entra carregando uma mochila e senta ao lado dela. O
atendente se aproxima. Sem saber o que pedir, Mateus olha
para Cristina e vê o que ela está comendo.
MATEUS
Um misto quente e um suco de
laranja, por favor.
O atendente anota o pedido e sai. Cristina olha para Mateus
e sorri. Ele devolve o sorriso.
CRISTINA
É novo aqui, né?
MATEUS
Sou. (pausa) Como adivinhou?
CRISTINA
É que eu nunca te vi antes...
Sempre venho comer aqui.
MATEUS
Ah... Eu cheguei aqui em Salvador
tem umas duas semanas. Sou de São
Paulo.
CRISTINA
Veio passear?
MATEUS
Mais ou menos... Na verdade eu
disse a minha mãe que ia passear,
mas não vou voltar pra casa.
CRISTINA
Problemas com ela, né? Também vim
pra cá por isso.
MATEUS
Fugiu?
15.

CRISTINA
Não... Briguei com ela mesmo.
(pausa) A gente tinha ido pra
Recife procurar uma parente que
tinha fugido de casa e lá eu andei
descobrindo umas coisas que...
Melhor não falar. (pausa) E além
disso quero muito seguir carreira
militar, coisa que meu pai nunca ia
permitir.
MATEUS
A minha quer que eu seja padre!
CRISTINA
(rindo)
Eu nunca me confessaria com você!
MATEUS
É? E por que não?
O atendente coloca o lanche de Mateus sobre a mesa. Ele não
vê, pois está prestando atenção em Cristina.
CRISTINA
Porque eu nunca ia imaginar que um
cara como você seria padre! Ia
pensar que era uma pegadinha ou
coisa parecida...
MATEUS
Pois é. Mas a minha mãe jura que eu
tenho jeito pra ser padre.
CRISTINA
E o que você quer fazer?
MATEUS
Bom, antes de vir pra cá eu pensei
direitinho e resolvi que vou seguir
carreira militar.
CRISTINA
Apóio! (pausa) Ah, nem me
apresentei... Meu nome é Cristina.
MATEUS
E o meu é Mateus.
Os dois se dão as mãos.
16.

MATEUS
Cristina, eu tô procurando um canto
pra alugar, coisa pequena mesmo...
Você que tá aqui há mais tempo,
sabe onde posso achar um
disponível?
CRISTINA
Hmm... Você tá com sorte! Perto do
pensionato onde eu moro tem uns
quartinhos pra alugar... Coisa
barata. Depois que você comer, te
levo lá.
MATEUS
Tá certo... Valeu mesmo, viu?
CRISTINA
Nada... A gente tem que se ajudar
mesmo, né?
Cristina sorri. Mateus vê que o sanduíche já está no balcão
e começa a comer. De quando em quando, trocam olhares.
CORTA PARA

CENA 21 - STOCK SHOT


Tomada de Londres mostrando o fim da tarde/começo da noite.
CORTA PARA

CENA 22 - AP DE MONIKA/QTO DE MARIANNE - INT - NOITE


Marianne está sozinha no quarto, que está com as luzes
apagadas. Laurie entra e acende uma das luzes.
LAURIE
Ah, Marianne... Quem foi que apagou
as luzes daqui, hã? (empurra a
cadeira até a janela) Deve ter sido
Monika... Agora ela vive esquecendo
das coisas! (abre a janela) Pronto,
agora vamos ficar aqui tomando um
pouco de ar fresco que vai te fazer
bem, tá?
Laurie fica atrás da cadeira de rodas. Marianne olha
fixamente para o prédio da frente, que é o hotel onde
Lucille está hospedada. Instantes depois, ela começa a
arfar, sem conseguir respirar, e desmaia. Laurie, assustada,
tenta reanimá-la.
17.

LAURIE
(grita)
Marianne! Marianne, acorda! (pausa)
Monika! Vem aqui agora!
Monika entra correndo e encontra a irmã desmaiada.
MONIKA
O que aconteceu?
LAURIE
(quase chorando)
Eu não sei... De repente ela
começou a respirar com dificuldade
e desmaiou. Não sei o que é isso!
MONIKA
Eu... Aqui perto tem um hospital,
vamos levá-la logo pra lá!
Monika corre para sair do quarto.
LAURIE
Vai chamar uma ambulância?
MONIKA
Não, vamos levá-la no meu carro
mesmo.
Monika sai. Laurie sai em seguida com Marianne.
CORTA PARA

CENA 23 - RUA - EXT - NOITE


Lucille sai do hotel e atravessa a rua. Nesse momento,
Monika sai com seu carro. Lucille passa na frente e Marianne
quase a atropela, mas freia no último segundo. Laurie e
Marianne saem do prédio na hora. Marianne põe a cabeça para
fora do carro, ela e Lucille se encaram.

********** FIM DO CAPÍTULO 55 **********

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