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Universidade do Sul de Santa Catarina

Gestão da Qualidade em Logística


Disciplina na modalidade a distância

2ª edição revista

Palhoça
UnisulVirtual
2009
Créditos
Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual - Educação Superior a Distância

Campus UnisulVirtual Itamar Pedro Bevilaqua Edison Rodrigo Valim Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Avenida dos Lagos, 41 - Cidade Jairo Afonso Henkes Fernando Roberto Dias Zimmermann José Carlos Teixeira
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Palhoça – SC - 88137-100 Jorge Alexandre Nogared Cardoso Pedro Paulo Alves Teixeira Monitoria e Suporte
Fone/fax: (48) 3279-1242 e José Carlos de Oliveira Noronha Rafael Pessi Adriana Silveira
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E-mail: cursovirtual@unisul.br Lauro José Ballock Disciplinas a Distância Andréia Drewes
Site: www.virtual.unisul.br Luiz Guilherme Buchmann Enzo de Oliveira Moreira André Luiz Portes
Figueiredo (Coordenador) Bruno Augusto Estácio Zunino
Reitor Unisul Luiz Otávio Botelho Lento Franciele Arruda Rampelotti Caroline Mendonça
Gerson Luiz Joner da Silveira Marcelo Cavalcanti (auxiliar) Claudia Noemi Nascimento
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Vice-Reitor e Pró-Reitor Maria da Graça Poyer Gerência Acadêmica Ednéia Araujo Alberto
Acadêmico Maria de Fátima Martins (auxiliar) Márcia Luz de Oliveira Fernanda Farias
Sebastião Salésio Heerdt Mauro Faccioni Filho Jonatas Collaço de Souza
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Chefe de Gabinete da Reitoria Moacir Fogaça Renato André Luz (Gerente) Desengrini
Fabian Martins de Castro Moacir Heerdt Marcelo Fraiberg Machado Maria Eugênia Ferreira Celeghin
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Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Relacionamento com o
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Equipe UnisulVirtual Design Instrucional Josiane Leal Carla Cristina Sbardella
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Avaliação Institucional Carmen Maria Cipriani Pandini Lamuniê Souza Franciele da Silva Bruchado
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Biblioteca Flávia Lumi Matuzawa Jenniffer Camargo
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Cláudia Behr Valente Viviane Bastos Edésio Medeiros Martins Filho Vanilda Liordina Heerdt
Elaine Surian Fabiana Pereira Vilmar Isaurino Vidal
Patrícia Meneghel Acessibilidade Fernando Steimbach
Simone Andréa de Castilho Vanessa de Andrade Manoel Letícia Cristina Barbosa Secretária Executiva
Marcelo Faria
Avaliação da Aprendizagem Viviane Schalata Martins
Coordenação dos Cursos Marcelo Jair Ramos
Tenille Nunes Catarina (Recepção)
Adriano Sérgio da Cunha Márcia Loch (Coordenadora) Rodrigo Lino da Silva
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Ana Paula Reusing Pacheco Formatura e Eventos Osmar de Oliveira Braz Júnior
Bernardino José da Silva Design Visual Jackson Schuelter Wiggers (Coordenador)
Charles Cesconetto Vilson Martins Filho (Coordenador) André Luis Leal Cardoso Júnior
Daiane Teixeira (auxiliar) Adriana Ferreira dos Santos Logística de Materiais Jefferson Amorin Oliveira
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Eduardo Aquino Hübler Alice Demaria Silva (Coordenador) Marcelo Neri da Silva
Fabiana Lange Patrício (auxiliar) Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Carlos Eduardo Damiani da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva
Fabiano Ceretta Diogo Rafael da Silva Geanluca Uliana Rodrigo Battistotti Pimpão
Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Gestão da qualidade


em logística.

O material foi elaborado, visando a uma aprendizagem


autônoma. Com este objetivo, aborda conteúdos especialmente
selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar
uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar-lhe
o estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às
múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz.

Lembre-se de que sua caminhada nesta disciplina será


acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial
da UnisulVirtual. A indicação ‘a distância’ caracteriza tão-somente
a modalidade de ensino pela qual você optou para a sua formação.

E, nesta relação de aprendizagem, professores e instituição


estarão continuamente em conexão com você.

Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato. Você tem


à sua disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como
telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, que é
o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido
fica registrado, para seu maior controle e comodidade. Nossa
equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender,
pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual
Moacir Fogaça

Gestão da Qualidade em Logística


Livro didático

2a Edição revista

Design instrucional
Leandro Kingeski Pacheco
Cristina Klipp de Oliveira

Palhoça
UnisulVirtual
2009
Copyright © UnisulVirtual 2008
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

Edição – Livro Didático


Professor Conteudista
Moacir Fogaça

Design Instrucional
Leandro Kingeski Pacheco
Cristina Klipp de Oliveira

Assistente Acadêmico
Nágila Cristina Hinckel

Projeto Gráfico e Capa


Equipe UnisulVirtual

Diagramação
Higor Ghisi
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro (2a Edição)

Revisão Ortográfica
B2B

658.78
F68 Fogaça, Moacir
Gestão da qualidade em logística: livro didático / Moacir Fogaça; design
instrucional Leandro Kingeski Pacheco, Cristina Klipp de Oliveira; [assitente
acadêmico Nágila Cristina Hinckel]. – 2. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2009.
86 p. : il.; 28 cm.

Inclui bibliografia.

1. Logística empresarial. 2. Gestão da qualidade total. I. Pacheco, Leandro


Kingeski. II. Oliveira, Cristina Klipp de. III. Hinckel, Nágila Cristina. IV. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul


Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Palavras do professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

UNIDADE 1 – A função estratégica da qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15


UNIDADE 2 – Ferramentas da qualidade: Gerenciamento
da Qualidade Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
UNIDADE 3 – A qualidade em Logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77


Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Sobre o professor conteudista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Comentários e respostas das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . . . 83
Palavras do professor

Prezados alunos e alunas,

A Logística é um campo de trabalho bem novo no Brasil,


com esse nome. Embora de forma inominada, a Logística
vinha sendo trabalhada há muito tempo. Veja, por exemplo,
transportes, compras etc. Já eram feitos mesmo que com
nomes diferentes. Mas, enfim, só mudou o nome? Não. Houve
mudanças significativas em termos estratégicos e que levaram
a mudanças na operacionalização propriamente dita. Foram
verificadas reduções de custo, na medida em que se trabalhava
a integração logística, o nível de serviço ao cliente, ECR,
CPFR, EDI. Novos conceitos como cadeia de abastecimento,
logística reversa, etc., passaram a ser bem conhecidos. A
qualidade em Logística também é um tema que ainda não
encontrou totalmente seu espaço no Brasil. Entretanto,
empresas multinacionais que operam aqui acabaram
introduzindo os conceitos de qualidade com os quais operam
em outros países. Por outro lado, poucas são as obras em
língua portuguesa, específicas sobre a qualidade em Logística.
Mas, basicamente, as ferramentas de abordagem utilizadas
em qualidade, de forma geral, são também empregadas na
Logística. Assim, ao estudar este livro você estará estudando
também aspectos da qualidade de forma geral. Finalmente,
como a Logística, nos dias de hoje, oferece excelentes
oportunidades de trabalho com ótimas remunerações, espero
que você tire o máximo proveito do assunto aqui tratado.
Plano de estudo

O plano de estudos visa orientá-lo/la no desenvolvimento da


Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão
o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu
tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva


em conta instrumentos que se articulam e se complementam.
Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação
de metodologias e por meio das diversas formas de ação/
mediação.

São elementos desse processo:

„„ o livro didático;
„„ o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem - EVA;
„„ as atividades de avaliação (complementares, a distância
e presenciais).

Ementa
Fundamentos da qualidade. Evolução do conceito da
qualidade. Filosofia da qualidade. Planejamento da qualidade.
Implantação da qualidade nos processos de Operação e
Logística. Introdução ao controle estatístico de processos. A
qualidade como estratégia. Normalização ABNT e séries Iso.
Qualidade em serviços. Avaliação de fornecedores.

Carga Horária
A carga horária total da disciplina é de 30 horas-aula.
Universidade do Sul de Santa Catarina

Objetivos

Geral:
Proporcionar ao aluno uma visão global da qualidade, com a
aplicação das principais ferramentas na Logística de forma geral.

Específicos:

„„ Apresentar as estratégias da qualidade para o produto e


para o serviço.
„„ Discutir aspectos da Qualidade Total.
„„ Estimular o aluno na aplicação da Qualidade em
Logística.
„„ Demonstrar ao aluno como a Qualidade pode criar um
diferencial competitivo.
„„ Criar mediante estudo da disciplina, um ambiente pró-
ativo para a aplicação dos conceitos aqui estudados.

Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à sua formação.

Unidades de estudo: 3

Unidade 1 - A função estratégica da qualidade (4 h/a)


A partir do estudo desta unidade, você terá condições de
entender a função estratégica da qualidade, identificar em
produtos e serviços as diferentes dimensões da qualidade,
podendo estabelecer relações com a macro estratégia da empresa.

12
Gestão da Qualidade em Logística

Unidade 2 – Ferramentas da qualidade: Gerenciamento da Qualidade Total


(22 h/a)
Após o estudo desta unidade você estará apto a entender o
Gerenciamento da Qualidade Total (TQM), tomando contato
com os principais pontos da Qualidade Total e podendo, assim,
assimilar os conceitos envolvidos na casa da qualidade (QFD) e
sua finalidade. Conseguirá saber sobre os principais cientistas que
fizeram a qualidade evoluir até o ponto em que estamos. Tomará
contato com as principais ferramentas da qualidade e como são
utilizadas na prática. Para finalizar a unidade você aprenderá a
usar a metodologia de análise e solução de problemas, baseado
no ciclo de Deming.

Unidade 3 – A qualidade em Logística (4 h/a)


No final desta unidade você terá estudado os conceitos de
Qualidade aplicada à Logística e será capaz de perceber a
Qualidade em serviços Logísticos e entenderá também o
desempenho, a confiabilidade e o nível de serviço Logístico.

Agenda de atividades/ Cronograma


„„ Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar
periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos
seus estudos depende da priorização do tempo para a
leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo; e
da interação com os seus colegas e Professor.
„„ Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço
a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA.
„„ Use o quadro para agendar e programar as atividades
relativas ao desenvolvimento da Disciplina.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades
Avaliação a Distância

Avaliação Presencial

Avaliação Final

Demais atividades (registro pessoal)

14
1
unidade 1

A função estratégica da
qualidade

Objetivos de aprendizagem
n Entender a função estratégica da qualidade.

„„ Identificar em produtos e serviços as diferentes


dimensões da qualidade, de forma que o aluno possa
estabelecer uma relação com a macro estratégia da
empresa.
„„ Apresentar as dimensões da qualidade.

Seções de estudo
Seção 1 A estratégia da qualidade
Seção 2 A qualidade no produto
Seção 3 A qualidade no serviço
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


A qualidade apresenta registros na década de 1920, quando foi
desenvolvida a carta de controle de processos, elaborada pelo
estatístico Walter Shewhart. Pelo fato de os Estados Unidos
participarem da II Guerra Mundial houve necessidade de
produção, levando em conta a qualidade. Após 1945, com o
término da Segunda Guerra Mundial, havia grande demanda por
produtos neste país.

A indústria americana adotou como foco o volume de produção


para o atendimento à demanda. Dois cientistas americanos, W.
Edwards Deming e Joseph Juram, transmitiram aos japoneses
técnicas de obtenção de produção, com baixos custos e melhores
níveis de qualidade.

A idéia era simples, fazer certo da primeira vez. O


desenvolvimento da indústria japonesa com produtos de
bom nível de qualidade e com baixo preço provocou uma
reviravolta na portentosa indústria americana. Posteriormente,
foi desenvolvido o Total Quality Management (TQM), ou
Gerenciamento da Qualidade Total.

Seção 1 - A estratégia da qualidade


Segundo Stevenson (2001), a qualidade refere-se basicamente à
percepção do atendimento consistente que o cliente tem de certo
produto ou serviço, ou seja, obter aquilo pelo qual ele pagou.

Até a década de 1980, a qualidade não se apresentava


com a importância que vemos hoje. Havia outros
parâmetros que eram considerados, por exemplo: a
produtividade e o custo.

Pode-se também observar, numa comparação com o trabalho


artesanal, em geral realizado por pessoas habilidosas, os artesãos,
que se orgulhavam de seus produtos.

16
Gestão da Qualidade em Logística

Nesse sentido, a qualidade obtida pelos artesãos e a obtida na indústria


apresentavam diferenças importantes para os clientes. Quais diferenças?

De outro lado, a entrada de veículos japoneses no mercado


americano, com carros que rapidamente conquistaram a
reputação de que tinham boa qualidade e confiabilidade,
obrigou a indústria americana a se reposicionar, de forma a
não perder mais espaço para os concorrentes estrangeiros.

Nesta unidade você vai conhecer a estratégia da qualidade


e seu alinhamento com a estratégia global da empresa.

Segundo DAVIS (et al 2001, apud David Garvin, 1987),


a qualidade pode ser percebida por uma empresa em oito dimensões
diferentes, do ponto de vista de competição, são elas:

1) Desempenho

2) Características

3) Confiabilidade

4) Conformidade

5) Durabilidade

6) Serviço

7) Estética

8) Qualidade percebida

Estas dimensões, apontadas por Garvin, permitem às empresas focarem


em qual delas será dada uma maior ênfase. Pois estas dimensões têm
implicações em custos e são consideradas estratégicas para as empresas.

A qualidade, em meados do século XX, era tratada de forma diferente


da atual. Havia uma seleção dos produtos, de forma
a separar peças que não atendiam às especificações,
assim aquelas que podiam ser retrabalhadas voltavam
ao processo e aquelas que estavam muito fora deviam
ser descartadas.

Já aquelas em que as especificações eram atendidas


seguiam para os clientes. Além disso, os testes de
qualidade aconteciam quando já havia sido agregado

Unidade 1 17
Universidade do Sul de Santa Catarina

valor à matéria-prima, ou seja, os custos eram altos e muitas vezes


os produtos chegavam defeituosos ao cliente final.

Atualmente, a qualidade é considerada como uma


estratégia da empresa na conquista ou manutenção
de certos mercados. Assim, as ações estratégicas
da qualidade devem, com base em uma análise do
ambiente interno e externo da empresa, definir
caminhos para atingir os objetivos traçados em nível
estratégico.

Considerando as 8 dimensões da qualidade apresentadas, vamos


analisar cada uma delas na próxima seção.

Seção 2 - A qualidade no produto


Desempenho

Pode ser explicado como a performance de um produto em


utilização normal. Ou seja, é a medição de suas características de
desempenho.

No caso de um veículo, poderiam ser avaliados


quantos quilômetros ele faz com um litro de
combustível.

Ou ainda, permite que se compare a outro produto similar dos


concorrentes.

Características

Representa aquilo que ele possui que o diferencia dos demais.

Pode se considerar a potência do motor; 1.8, 1.6, 1.0.


Se ele é sedan, hatch etc.

18
Gestão da Qualidade em Logística

Confiabilidade

Apresenta-nos a probabilidade que um produto


tem de falhar quando solicitado seu uso. Em
geral mede-se a confiabilidade como sendo o
tempo médio entre falhas ou, abreviadamente,
(MTBF) sigla em inglês que significa Mean
Time Between Failures.

Conformidade

É o valor agregado pelo processo ao produto, e reflete como o


produto e componentes atendem aos padrões pré-estabelecidos.

Durabilidade

Refere-se ao tempo em que o produto continua operando dentro


de suas características de projeto. É a vida esperada para o
produto.

Serviço

Pode ser entendido como a facilidade, a rapidez e também a


cortesia encontradas, quando houver necessidade de se fazer
manutenção no produto.

Estética

É a dimensão da qualidade mais difícil de ser mensurada, pois é


bastante subjetiva e varia de indivíduo para indivíduo.

Qualidade percebida

É um valor existente na marca, ou seja, o cliente compra um


produto em geral baseado na confiança que a empresa lhe inspira.

Unidade 1 19
Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 3 - A qualidade no serviço


Segundo Davis (et al, 2001, apud Parasuraman, Zeithaml e
Berry, 1990),

a qualidade do serviço que uma empresa fornece a seus clientes


apresenta 10 dimensões genéricas, que contribuem para o nível da
qualidade de serviço.

„„ Tangibilidade é a dimensão que o cliente percebe


fisicamente no serviço prestado. É aquilo que se
pode reconhecer.
„„ Confiabilidade se refere à consistência do
desempenho.
„„ Receptividade é a forma como o cliente é
atendido em termos de disposição ou prontidão dos
funcionários. Ou seja, a facilidade como o cliente
obtém a atenção destes funcionários.
„„ Competência é o conjunto de habilidades que o
trabalhador possui para realizar de forma adequada
certo serviço.
„„ Cortesia é o que o cliente percebe, como uma
atitude amigável, consideração, respeito etc., quando
em contato com o prestador de serviço.
„„ Credibilidade é a confiança que o prestador de
serviço consegue passar ao cliente, no que diz
respeito à honestidade, confiança etc.
„„ Segurança é a dimensão na qual se avalia a
exposição do cliente quanto a riscos, perigos
ou ainda problemas; é uma das dimensões mais
importantes do serviço.
„„ Acesso se refere à facilidade de acessar serviços.
„„ Comunicação se refere a como ocorre a
comunicação entre o cliente e o funcionário ou
prestador de serviços.
„„ Compreensão em relação ao cliente: esta dimensão
trata do esforço realizado pelo prestador de serviço,
na tentativa de satisfazer o cliente.
20
Gestão da Qualidade em Logística

Como vimos, a qualidade está presente em produtos e serviços


em todo o mundo e em todas as áreas. Atualmente, no Brasil,
já se consegue sentir os efeitos da qualidade provocados pela
atuação do PROCON e a implantação das normas ISO 9000 em
uma grande parte de nossas empresas. O consumidor, nos dias
de hoje, não mais admite comprar um produto e o mesmo não
funcionar, ou funcionar de forma inadequada quando solicitado.

Síntese
A produção de um produto ou serviço teve ao longo dos tempos
diferentes enfoques sob o ponto de vista da qualidade. Mas, a
qualidade tem sido responsável, como arma estratégica, pela
conquista de mercados. Assim, o planejamento estratégico da
qualidade deverá ter como objetivo nortear a área de produção,
de produto ou serviço de forma coerente, em todos os níveis, com
vistas ao atendimento do cliente nos aspectos que ele considere
importante (CORRÊA, 2006). Na atualidade, o nível da
qualidade, principalmente dos produtos, é tal que o cliente ficará
surpreso caso o produto comprado apresente algum defeito.

Atividades de autoavaliação
1) Apresente três das dimensões da qualidade do produto, que
em sua opinião sejam as mais significativas. Exemplifique o
significado delas na compra de um aparelho de ar- condicionado.

Unidade 1 21
Universidade do Sul de Santa Catarina

2) A partir das 10 dimensões da qualidade em serviços,


apresentadas acima, indique como um posto de gasolina pode
passar a seu cliente a dimensão da credibilidade.

Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre os temas tratados
nesta unidade, sugiro pesquisa nas seguintes obras:

RODRIGUES, M. V. Ações para a Qualidade. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 2004.

ALBRECHT, K. Revolução nos Serviços. São Paulo: Pioneira,


2002.

LAS CASAS, A. L. Qualidade total em serviços. São Paulo:


Atlas, 2004.

COSTA, A. F. B. et al. Controle estatístico da qualidade. São


Paulo: Atlas, 2004.

22
2
unidade 2

Ferramentas da qualidade:
Gerenciamento da Qualidade
Total

Objetivos de aprendizagem
n Entender o Gerenciamento da Qualidade Total (TQM).

„„ Assimilar os conceitos envolvidos no desdobramento da


Função Qualidade (QFD).
„„ Conhecer os principais cientistas da qualidade.

„„ Aprender a utilizar as ferramentas básicas da qualidade.

„„ Conhecer a metodologia de análise e solução de


problemas.

Seções de estudo
Seção 1 Gerenciamento da Qualidade Total (TQM)
Seção 2 O desdobramento da Função Qualidade (QFD)
Seção 3 Cientistas da qualidade
Seção 4 As ferramentas básicas da qualidade
Seção 5 Inspeção de qualidade
Seção 6 Metodologia de análise e solução de problemas
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade você continua a estudar a qualidade em produtos
e serviços, inclusive suas ferramentas, pois a qualidade é uma
necessidade nos tempos atuais e principalmente em Logística.

Analisaremos o Total Quality Management (TQM) –


Gerenciamento da Qualidade Total. Nesta unidade você conhece
o que se chama de casa da qualidade, que é um diagrama para
permitir o cruzamento entre aquilo que o cliente deseja e o que
pensa a engenharia.

Você conhece os principais “gurus” da qualidade e suas idéias.


Acompanha, também, o resgate de algumas aplicações das
ferramentas da qualidade, estudos realizados na disciplina Gestão
de Operações e Logística I, aprofundando estes conhecimentos.

Seção 1 – Gerenciamento da Qualidade Total (TQM)


Dentro do conceito de TQM estão envolvidos muitos conceitos,
tais como: aspectos da qualidade, benchmarking, logística, projeto
O benchmarking é visto de produtos e de processos e solução de problemas – tendo como
como um processo foco o cliente e totalmente dependente das pessoas que compõe a
positivo e pró-ativo
empresa.
por meio do qual uma
empresa examina como
outra realiza uma função
Veja algumas definições de TQM:
específica ou um produto /
serviço com a finalidade de
1) Linha de administração na qual o ponto focal é a qualidade
fazer igual ou melhor e, se em todo o sistema.
possível, com menor custo.
2) É a administração com foco no cliente, tendo como principal
objetivo a busca da excelência nos negócios. Tendo como base,
fornecedores como parceiros, o Kaizen (melhoria contínua), a
inovação, responsabilidade pública, orientação para resultados e
liderança.

3) A busca da alta qualidade e satisfação do cliente é o resultado


de um processo organizado com o comprometimento da empresa.

24
Gestão da Qualidade em Logística

O principal atributo do TQM é sua orientação para a


qualidade, objetivando o cliente.

O TQM tem como foco principal a orientação ao cliente. A


prioridade máxima da organização, portanto, é o atendimento e a
satisfação do cliente (BERTAGLIA, 2003).
A seguir, conheça alguns outros aspectos do TQM:

„„ envolvimento do pessoal, baseado na cultura da empresa,


considerando de uma mesma forma os clientes internos e
externos, que devem ter o mesmo tipo de gestão;
„„ o desenvolvimento do pessoal deve levar em conta
seu crescimento no aspecto humano social e de visão
gerencial;
„„ o trabalho em times, bem como os círculos de controle
de qualidade, devem ser estimulados. A idéia de time é a de
um grupo de pessoas
orientado para um
No TQM diversos programas de qualidade podem ser objetivo.
implementados. Vamos considerar apenas dois que são baseados
no Kaizen (melhoria contínua). São eles:

O sistema desenvolvido por Deming (ciclo PDCA) e o zero defeito de


Crosby (MARTINS; LAUGENI, 2005).

Outro ponto que merece destaque é a técnica dos 5S, também


mundialmente conhecida e aplicada. Serve para estabelecer e
manter a qualidade no ambiente empresarial. O nome da técnica
se origina nas palavras japonesas. Acompanhe:

Unidade 2 25
Universidade do Sul de Santa Catarina

Termo original Significado etimológico Aplicação administrativa

SEIRI arrumação, organização, seleção, utilização eliminar o que não é usado.


rapidez para encontrar um documento ou
SEITON classificação, ordenação, sistematização informação.
SEISON limpeza, zelo responsabilidade individual pela limpeza.

SEIKETSU asseio, integridade, higiene, saúde visibilidade e transparência do local.

SHITSUKE autodisciplina, compromisso, educação executar o 5S a todo momento.

Quadro 2.1: Técnica dos 5 S


Fonte: Adaptado de RODRIGUES (2004)

Seção 2 – O desdobramento da Função Qualidade (QFD)


O QFD é a sigla do termo em Inglês Quality Function
Deployment, cujo significado em português é desdobramento
da função qualidade. O QFD é representado por um diagrama
matricial, fazendo o cruzamento entre o projeto de produto ou
serviço e seu processo gerador.

Os principais benefícios do QFD, segundo Rosenfeld et al (2006,


p. 227), são os seguintes:

„„ redução no número de mudanças no projeto;


„„ redução do ciclo de projeto;
„„ redução dos custos de início de operação;
„„ redução de reclamações de garantia;
„„ planejamento mais estável da garantia de qualidade;
„„ traduz as vontades dos clientes;
„„ identifica as características que mais contribuem para os
atributos de qualidade;
„„ possibilita a percepção de quais características devem
receber maior atenção;
„„ favorece a comunicação entre os agentes que atuam no
desenvolvimento.

26
Gestão da Qualidade em Logística

Veja, nas figuras seguintes, exemplos de diagrama QFD.

Figura 2.1: Casa da Qualidade.


Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2006).

Observe, na seqüência, a matriz QFD com algumas informações


básicas:

1) a voz do cliente;

2) a importância de cada requisito para o cliente;

3) os requisitos do projeto;

4) o relacionamento dos requisitos do cliente com os do projeto;

5) o relacionamento entre os requisitos do projeto;

6) análise da concorrência ou benchmarking externo;

7) benchmarking interno;

8) a quantificação de cada requisito do projeto (As Metas).

Unidade 2 27
Universidade do Sul de Santa Catarina

O QUÊ?

Figura 2.2: Casa da Qualidade, com valores.


Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2006).

Seção 3 – Cientistas da qualidade


Muitos cientistas e estudiosos contribuíram para o
desenvolvimento da qualidade. Atente para alguns nomes e suas
principais contribuições.

Feigebaun
Este cientista difundiu o termo TQC, Total Quality Control,
em 1961. Ele afirmava que a qualidade não era responsabilidade
de algum departamento, mas sim de todas as áreas da empresa.
Feigenbaun já entendia que a soma de esforços de toda a empresa
tinha que ter o objetivo de desenvolver suas atividades buscando
níveis mais econômicos e que atendessem plenamente àquilo que
era desejado pelo cliente.

28
Gestão da Qualidade em Logística

Juran
Suas contribuições foram relativas aos custos da qualidade,
tratando sua definição e organização. Em seu ponto de vista,
a função qualidade é que era responsável pela qualidade final
do produto ou serviço, definindo esta função como o conjunto
das atividades por meio das quais é atingida a adequação ao uso
(BERTAGLIA, 2003).

Juran propôs três atividades básicas para garantir que fossem


atingidos os melhores resultados pela função qualidade.

„„ planejamento da qualidade;
„„ controle da qualidade;
„„ aperfeiçoamento da qualidade.

Para atingir seus propósitos, Juran orientava a formação de


equipes de projeto, que atenderiam, caso a caso, os problemas, de
forma a melhorar continuamente a qualidade.

Crosby
Afirmava que se todos fizessem seu trabalho corretamente,
na primeira vez, a qualidade estaria assegurada. Este cientista
atribui a responsabilidade pela qualidade aos trabalhadores. Não
considera, por exemplo, a possibilidade de ocorrerem falhas na
matéria- prima, erros no projeto etc. É o criador da filosofia do
zero defeito.

Para consolidar sua filosofia instituiu 14 pontos que


implementam suas idéias.

Deming
Procurava sempre a melhoria na qualidade. Estudava falhas e
ineficiências com o objetivo de não deixá-las ocorrer no futuro.
É considerado o guru do gerenciamento da qualidade. A base
de sua filosofia é também apresentada em 14 pontos que seriam
essenciais para o gerenciamento da qualidade. Deming trabalhou
para a indústria japonesa e também para a americana. Afirmava
que o medo deveria ser eliminado na organização, pois produzia
perdas econômicas.

Unidade 2 29
Universidade do Sul de Santa Catarina

Talvez uma de suas maiores contribuições seja o ciclo PDCA


(sigla que provém de quatro expressões inglesas: Plan, Do, Check,
Act), mundialmente difundido e usado, que é basicamente uma
circunferência dividida em 4 partes, sendo que em cada um dos
quadrantes formados tem uma das palavras que correspondem às
siglas PDCA. O significado do PDCA é o seguinte:

Planejar  fazer  verificar  corrigir  planejar  fazer  ......

Assim o ciclo é girado, procurando sempre uma melhoria na


qualidade, figura 2.3.

Figura 2.3: O ciclo de Deming.


Fonte: Elaboração do autor.

Deming se apoiava no entendimento das necessidades do cliente,


buscando uma maior produtividade e qualidade dos produtos.
Deming dava ênfase à Voz do Cliente.

Ishikawa
Ishikawa estudou os trabalhos realizados pelos “gurus” da
qualidade e também a visão humanística de Maslow, Herzberg
e McGregor. Desenvolveu uma filosofia para a obtenção da
qualidade apoiada na moral e segurança, custos e entrega, onde
todos os componentes da empresa, do alto escalão ao chão de
fábrica, participavam.

30
Gestão da Qualidade em Logística

Suas principais contribuições foram com os círculos de controle


de qualidade CCQ , onde, mediante a solução de problemas,
se obtinha uma melhoria contínua nos níveis de qualidade.
Sua segunda grande contribuição foi a criação do diagrama de
causa e efeito, também chamado de espinha de peixe. Veja um
exemplo.

Figura 2.4: Diagrama de Ishikawa.


Fonte: Elaboração do autor.

Seção 4 – As ferramentas básicas da qualidade


Inicialmente, considere a enumeração das principais ferramentas
usadas na qualidade.

1) Lista de verificação;

2) Diagrama de causa e efeito ou diagrama de Ishikawa;

3) Histogramas;

4) Brainstorming (Tempestade de Idéias);

5) Fluxogramas ou Diagramas de processos;

6) Diagrama de Pareto;

7) Cartas de controle, gráficos de controle de variáveis e atributos;

8) Diagramas de dispersão.

Unidade 2 31
Universidade do Sul de Santa Catarina

Acompanhe, agora, explicações sobre cada uma destas


ferramentas.

1) Lista ou folha de verificação


Esta lista serve para registrar a ocorrência de peças defeituosas
para posterior análise e cálculos. É uma forma de simplificar
e também organizar a coleta de dados durante o processo de
produção. Esta folha poderá ser modificada, dependendo do tipo
de produção ao qual for aplicada.

Na figura seguinte você vê o desenho mecânico da peça, onde


será usada a folha ou lista de verificação, e abaixo a tabela 2.1 a
própria folha de verificação.

Figura 2.5: Desenho mecânico de uma bucha.


Fonte: Elaboração do autor.

ACABADO

Tabela 2.1: Folha de verificação.


Fonte: Elaboração do autor.

32
Gestão da Qualidade em Logística

2) Diagrama de causa e efeito ou diagrama de Ishikawa


Este diagrama, em geral, é conseguido mediante o uso do
brainstorming, ou seja, um grupo de funcionários se reúne
e começa a propor idéias sobre determinado problema que,
posteriormente, serão registradas e agrupadas conforme a figura
seguinte.

DIMENSÕES
FORA DO
ESPECIFICADO

Figura 2.6: Diagrama de Ishikawa.


Fonte: Elaboração do autor.

O exemplo utilizado para ilustrar o diagrama de Ishikawa


foi o da bucha com problemas dimensionais, apresentado
anteriormente. Observe a grande quantidade de idéias lançadas
sobre o produto, na figura 2.6.

Unidade 2 33
Universidade do Sul de Santa Catarina

3) Histogramas
Suponha que os 48 defeitos apontados na folha de verificação
tivessem as seguintes dimensões:

Tabela 2.2: Valor da variável.


Fonte: Elaboração do autor.

O gráfico (histograma) desenvolvido mediante valores obtidos na


folha de verificação teria o seguinte aspecto:

Gráfico 2.1: Histograma.


Fonte: Elaboração do autor.

34
Gestão da Qualidade em Logística

4) Brainstorming (Tempestade de Idéias)


O Brainstorming é uma técnica utilizada para encontrar idéias
sobre determinado problema. Em geral, num trabalho realizado
por um grupo multifuncional, preferencialmente, os participantes
são estimulados a dar idéias de todo o tipo e por mais absurdas
que possam parecer, são registradas. Alguém do grupo anota todas
estas idéias e depois é feita uma seleção, pelo próprio grupo. O
objetivo é encontrar aquelas idéias mais interessantes e que sejam
pertinentes. Normalmente as idéias obtidas, posteriormente,
abastecem o diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa).

5) Fluxogramas ou Diagramas de processos


O fluxograma é uma disposição de blocos (símbolos), com a
finalidade de mapear ou esquematizar etapas de determinados
processos. Os principais símbolos adotados estão representados
na figura seguinte. Acompanhe o exemplo, por meio de um fluxo
genérico, cujo objetivo é apenas didático:

Figura 2.7: Fluxograma.


Fonte: Elaboração do autor.

Na tabela seguinte, observe o que se chama de gráfico do


processo, também fazendo uso de símbolos para mapeamento
dos processos.

Unidade 2 35
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.3: Mapa de Processo.


Fonte: Elaboração do autor.

6) Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é um gráfico de barras; sua finalidade
na qualidade é determinar, de forma simples, num conjunto de
problemas, quais os que são mais significativos. Continuando a
trabalhar com a bucha que estamos estudando, vamos apresentar
uma tabela para a geração do gráfico de Pareto.

Observe na tabela seguinte que na coluna à esquerda aparecem


os defeitos, já na coluna do Total / defeito são apresentados os
valores que indicam a repetição dos defeitos.

36
Gestão da Qualidade em Logística

Defeitos Total/Defeitos Percentual


Medida interna abaixo do valor 30 42,25%
Medida interna acima do valor 18 25,35%
Interferência mecânica 10 14,08%
Irregularidades na superfície 8 11,27%
Aço da bucha com falhas 5 7,05%

Tabela 2.4: Dimensões das buchas durante o processo de produção


Fonte: Elaboração do autor.

Gráfico 2.2: Diagrama de Pareto.


Fonte: Elaboração do autor.

Observe que no gráfico anterior é mostrado o diagrama de


Pareto, construído a partir dos dados apresentados anteriormente.

7) Cartas de controle, gráficos de controle de variáveis e


atributos
As cartas de controle identificam e quantificam o tipo de
variação que está ocorrendo num processo. Em geral, existe um
formulário, como mostrado na figura seguinte, para a coleta dos
dados. A partir dos dados coletados é que são construídos os
gráficos.

Unidade 2 37
Universidade do Sul de Santa Catarina

EMPRESA
Placa: Versão: 3 Pontos de coleta na placa: A, X1; A, X2
123 A
Freqüência: 1 hora Placas selecionadas: 3 – Em seqüência Célula: 5
Carta X: Média = 25,4; LIC = Carta R: R=0,35; LIC=0; Unidade Medida=MICRONS
25; LSC = 25,7 LSC=0,7
Data 6/7 6/7 6/7 6/7 6/7 6/7
Hora 7 8 9 10 11 12
X1 25 25,7 25,6 25,5 25 25
X2 25,7 25,6 25,5 25,0 25 25,6
X3 25 25,7 25,6 25,5 25 25
X 25,2 25,7 25,6 25,3 25 25,2
R 0,7 0,1 0,1 0,5 0,0 0,6
OPERAÇÃO A A A A A A

Tabela 2.5: Formulário de coleta de dados.


Fonte: Elaboração do autor.

Na tabela seguinte, veja um formulário de coleta de dados já


preenchido com as medidas da bucha.

Tabela 2.6: Formulário de coleta de dados.


Fonte: Elaboração do autor.

Observe que são trabalhados dois tipos de gráficos: o de controle


e o de variáveis.

38
Gestão da Qualidade em Logística

Vamos analisar inicialmente o gráfico para controle de variáveis,


que é aquele onde podemos medir alguma coisa, por exemplo:
comprimento, diâmetro etc. Para que possamos, efetivamente,
usar este tipo de controle, partimos do pressuposto que os valores
apresentados pela variável seguem uma distribuição normal.
O objetivo é manter a média e o desvio padrão sem variações
no decorrer do andamento do processo. Se a média e o desvio
padrão estiverem sem variações no decorrer do processo, pode-se
afirmar que se tem o “processo sob controle”.

O instrumento usado para este controle são os gráficos


de Shewart (gráficos de controle), aos quais já referimos
anteriormente. São usados dois, um para controlar a média e
outro para controlar o desvio padrão. Eles se apresentam com
uma linha central que corresponde à média e dois limites, um
superior e outro inferior. Assim, as variações na produção deverão
ficar dentro destes limites LSC e LIC, como pode ser observado
no gráfico 2.3.

O cálculo dos limites superior e inferior é realizado mediante


uso de fórmulas apresentadas na tabela 2.5. Já na tabela 2.8
encontramos alguns valores tabelados que são usados para se
efetivar o cálculo dos limites, conforme as fórmulas. Estes valores
tabelados levam em conta o número de amostras e também as
médias consideradas.

Figura 2.7: Cálculo dos limites LSC e LIC.


Fonte: Elaboração do autor.

Unidade 2 39
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.8: Valores tabelados


Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2006).

Na tabela 2.9 é apresentada uma planilha com os valores calculados


da média, do limite superior do limite inferior e também dos
diversos valores assumidos pela variável. Observe que foram
coletadas a cada hora 8 amostras e medidas das dimensões da peça
em estudo, nas quais foi calculada a média dos valores da variável
“X” (dimensões). Posteriormente, calculou-se a média das médias,
no exemplo: 10,208. Reveja a tabela 2.6, neste sentido.

Uma vez encontrados os valores de LSC, LIC e LM é possível montar


uma tabela com os valores e proceder à elaboração do gráfico.

Tabela 2.9: Valores geradores do gráfico.


Fonte: Elaboração do autor.

A seguir, veja o gráfico da carta de controle da variável (medidas

40
Gestão da Qualidade em Logística

considerando suas tolerâncias). Observe que os valores medidos


estão dentro da faixa prevista como Limite Superior e Inferior de
Controle. Portanto, o processo está sob controle.

Gráfico 2.3: Carta de controle da variável.


Fonte: Elaboração do autor.

O procedimento adotado para o cálculo de R (amplitude)


foi o seguinte: das amostras, a cada hora subtraiu-se o maior
valor do menor valor, sendo este resultado marcado na linha
R correspondente (conforme tabela 2.6). Posteriormente, foi
calculada a média dos valores de R, no exemplo R= 0,039. Os
cálculos dos limites superior, inferior e a média foram feitos
conforme figura seguinte, mediante as fórmulas ali apresentadas.
Os valores de A são oriundos da tabela 2.8, em função do
número de amostras coletadas.

D4 0,0734

0,039

D4 0,0054

Tabela 2.10: Fórmulas de cálculo dos limites de R.


Fonte: Elaboração do autor.

Unidade 2 41
Universidade do Sul de Santa Catarina

Na tabela apresentada, a seguir, estão os resultados dos cálculos e


que irão gerar o gráfico de R.

Tabela 2.11: Dados geradores do gráfico das amplitudes (R)


Fonte: Elaboração do autor.

No gráfico seguinte, observe que o mesmo expressa a maior e a


menor dimensão das amostras coletadas a cada hora. Percebe-
se, com clareza, que o processo está normal e as variações de
amplitude estão sob controle (valores dentro dos limites).

Gráfico 2.4: Gráfico da variação das amplitudes.


Fonte: Elaboração do autor.

O controle por atributos é aquele efetuado em produtos ou


serviços, mas que não necessitam de medições. O controle por
atributos permite controlar o percentual de peças defeituosas e
também o número destas peças.

42
Gestão da Qualidade em Logística

São dois gráficos empregados neste tipo de controle, o gráfico


P controlando porcentagens e peças defeituosas e o gráfico C
controlando as quantidades destas peças.

A utilização do gráfico P é feita coletando-se uma amostra


aleatória e verificando quantas peças defeituosas compõem o lote.

As fórmulas usadas para determinar os limites, superior, inferior


e médio são as seguintes:

Onde:

LSC = Limite Superior de Controle

LM = Média

LCI = Limite Inferior de Controle

Retome novamente o exemplo da Bucha que estamos estudando.


Foram retiradas do departamento de usinagem 25 amostras
com 50 buchas em cada amostra. Constatou-se que 80 unidades
estavam com defeito. Vamos calcular os limites e a média do
gráfico P, bem como apresentar o gráfico correspondente.

Unidade 2 43
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.12: Dados geradores do Gráfico P.


Fonte: Elaboração do autor.

Os dados quadro apresentados na tabela 2.12 correspondem aos


valores calculados pelas fórmulas e observando-se que o LIC
apresentou resultado negativo, mas foi posicionado em zero.

No Gráfico 2.5 está representado o gráfico P mostrando seus


limites.

44
Gestão da Qualidade em Logística

Figura 2.5: Gráfico dos limites de P.


Fonte: Elaboração do autor.

Como dito, o gráfico C nos informa apenas o número de defeitos


na amostra, sem informar qual a não conformidade. A seguir são
apresentadas as fórmulas para o cálculo dos limites de C.

Onde:

LSC = Limite Superior de Controle


LM = Média
LCI = Limite Inferior de Controle

Z = 3 desvios padrões na curva de distribuição normal, abaixo e


acima da média e que correspondem a uma probabilidade de 99,7%

Unidade 2 45
Universidade do Sul de Santa Catarina

Vamos continuar com nosso exemplo da bucha, supondo


que tenha sido controlada sua produção por 30 dias. Sendo
encontrados em média 10 defeitos por amostra diária. Pede-se,
então, que sejam calculados os limites de controle do gráfico C.

Tabela 2.13: Dados geradores do gráfico C.


Fonte: Elaboração do autor.

Uma vez calculados os limites e montada a tabela geradora (2.13),


pode-se então traçar o gráfico, que segue:

46
Gestão da Qualidade em Logística

Gráfico 2.6: Gráfico dos limites de C.


Fonte: Elaboração do autor.

8) Diagramas de dispersão
A seguir, estude os gráficos de dispersão que têm a finalidade de
observar uma relação entre causa e efeito, ou seja, é uma forma
gráfica de se mostrar os valores simultâneos de duas variáveis com
o objetivo de evidenciar sua correlação. Assim, pode-se verificar
o que ocorre com uma variável quando a outra é alterada.
Graficamente é possível perceber se existe correlação ou não e, se
existe, se ela é positiva ou negativa. Veja, graficamente, a busca
de uma correlação entre as variações dos diâmetros internos e
externos da bucha.

Figura 2.8: Bucha objeto de nosso estudo.


Fonte: Elaboração do autor.

O gráfico 2.7 é um gráfico de dispersão com linha de tendência gerada


pelo próprio Excel. Esta linha mostra uma forte correlação negativa.
No exemplo abaixo aparece também a equação desta reta.

Unidade 2 47
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.7: Gráfico com correlação negativa.


Fonte: Elaboração do autor.

Na tabela seguinte, acompanhe os valores geradores do gráfico de


dispersão apresentado anteriormente.

Tabela 2.14: Valores formadores do gráfico de dispersão.


Fonte: Elaboração do autor.

Um exemplo de correlação positiva poderá ser observado no


gráfico 2.8, em que se procurou uma correlação entre peso e
altura de pessoas. Aparecem também no gráfico a linha de
tendência e sua equação.

48
Gestão da Qualidade em Logística

Gráfico 2.8: Gráfico com correlação positiva.


Fonte: Elaboração do autor.

Finalmente, no gráfico seguinte, veja que praticamente não existe


correlação entre as duas variáveis consideradas.

Gráfico 2.9: Gráfico sem correlação.


Fonte: Elaboração do autor.

A capabilidade do processo tem o sentido de medir e controlar a


possibilidade de um processo atender determinada especificação.
Quanto mais precisa for a especificação, maior a dificuldade de
atendimento e também mais cara será a produção deste material.
Se os limites do gráfico de controle ficarem maiores que os
valores especificados, pode-se afirmar que o processo é incapaz
de atender o solicitado pela especificação. No gráfico 2.10 é
mostrado um gráfico com processo ajustado.
Unidade 2 49
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.10 - Gráfico com processo ajustado.


Fonte: Elaboração do autor.

No gráfico 2.11, observe que o mesmo tem um processo


desajustado, em que a medida central do processo não coincide
com a solicitação do cliente.

Figura 2.11: Gráfico com processo desajustado.


Fonte: Elaboração do autor.

No gráfico seguinte, perceba que as medidas solicitadas pelo


cliente estão muito mais justas que o processo utilizado para a
fabricação. O processo é dito ajustado, porém incapaz.

50
Gestão da Qualidade em Logística

Gráfico 2.12: Gráfico com processo ajustado, porém especificação não atendida.
Fonte: Elaboração do autor.

Em geral, os índices de capabilidade mais empregados são o Cp


e o Cpk.

O índice Cp indica a folga entre os limites dimensionais


das especificações do projeto e os limites das especificações
dimensionais do processo.

A fórmula para cálculo do Cp é a seguinte:

Assim:

LSE  Limite Superior Especificado


LIE  Limite Inferior Especificado
LSC  Limite Superior de Controle (processo)
LIC  Limite Inferior de Controle (processo)

De acordo com a fórmula acima, o processo é considerado capaz


se o resultado da fórmula for maior que 1.

Cp > 1 Implica processo capaz.

A fórmula de cálculo do Cpk, unilateral, por sua vez é a seguinte:

Unidade 2 51
Universidade do Sul de Santa Catarina

Onde:

Xm = Média do processo
LSE = Limite Superior da Especificação
LIE = Limite Inferior da Especificação

3sigma= LSC – LM Limite


Superior de Controle – Centro
da curva de distribuição normal.

Figura 2.13: Curva de distribuição normal indicando uma probabilidade de 99,7%.


Fonte: Elaboração do autor.

Seção 5 – Inspeção de qualidade


A aceitação por amostragem consiste em selecionar de um lote
itens de forma aleatória que comporão certa amostra. O número de
defeitos encontrados na amostra definirá se o lote será aceito ou não.

Esta prática vem sendo empregada desde 1945, entretanto,


atualmente, os processos de parceria com fornecedores estão
substituindo esta prática. Assim, a inspeção usada anteriormente
para aceitar lotes está sendo usada para homologar fornecedores.
Este processo de inspeção de qualidade é, geralmente, empregado
na entrada da matéria-prima e também na saída do produto
acabado. Veja na figura seguinte.

52
Gestão da Qualidade em Logística

Figura 2.9: Pontos de inspeção de qualidade.


Fonte: Elaboração do autor.

Os lotes rejeitados podem ser devolvidos ao fornecedor ou


inspecionados 100%.

A inspeção por amostragem pode ser usada em atributos (itens


contados) ou em variáveis (itens medidos).

Na composição de um plano de inspeção por amostragem devem


ser levados em conta os seguintes aspectos:

1) tamanho do lote (N);

2) tamanho da amostra (n);

3) número de amostras que serão tomadas;

4) critérios de aceitação e rejeição do lote.

Os planos de amostragem, por sua vez, são classificados em:

„„ Simples  Normal;  Atenuada; Severa;


„„ Dupla  Atenuada;  Severa.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) fornece
planos de inspeção mediante a norma NBR 5426 (ABNT) para
a inspeção por amostragem. Ela é baseada na norma MIL STD
105 D (norma militar desenvolvida por volta de 1945).

Costa (2004) apresenta estes planos de amostragem que podem


ser vistos nas figuras seguintes.

Unidade 2 53
Universidade do Sul de Santa Catarina

A planilha Codificação de Amostragem, tabela 2.15, relaciona


Tamanho do Lote, Níveis especiais de inspeção e Níveis gerais de
inspeção. Nesta folha escolhe-se, portanto, o tamanho do lote e
em geral Nível II.

1 lote de 5.000 peças com Nível II será encontrado,


localizando-se, inicialmente, a quantidade 3.201 a
10.000 com uma régua localizamos em II a letra L.

Tabela 2.15: Codificaçao de Amostragem


Fonte: Adaptação do autor da obra (COSTA, 2004, p. 281).

A seguir vamos para a planilha “Plano de amostragem simples –


normal”.

Lá procuramos a letra L, e vemos que o tamanho da amostra é de


200 unidades, com uma régua, verifica-se, por exemplo, que um

54
Gestão da Qualidade em Logística

NQA de 1% permite 5 unidades com defeito, o que ainda aceita o


lote, mas 6 unidades o rejeitam.

Tabela 2.16: Plano de amostragem simples – normal.


Fonte: Costa et al (2004, p. 282).

Caso houvéssemos optado pela planilha “Plano de Amostragem


simples – Severa”, encontraríamos: a Letra L com as mesmas
200 amostras, mas 3 unidades com defeito seriam aceitas, 4,
entretanto, rejeitariam o lote.

Tabela 2.17: Plano de amostragem simples – severa.


Fonte: Costa et al (2004, p. 283).

Unidade 2 55
Universidade do Sul de Santa Catarina

Vamos comparar com a planilha “Plano de Amostragem simples


– atenuada”; o número de amostras agora é de 80 unidades e a
rejeição do lote aconteceria a partir de 5 unidades.

Tabela 2.18: Plano de amostragem - atenuada


Fonte: Costa et al (2004, p. 284).

Atenção!
Veja que a comutação entre normal, severa e atenuada
ocorre em função da confiança proporcionada pelo
histórico do fornecedor.

Por exemplo, se 10 lotes forem aceitos de forma consecutiva o


plano de inspeção poderá ser mudado de normal para atenuada.
Mas, se acontecer que os fornecimentos consecutivos de 5 lotes
resultarem em 2 rejeitados, a inspeção normal poderá ser mudada
para severa tornando mais rigorosa a aceitação dos lotes.

56
Gestão da Qualidade em Logística

Seção 6 – Metodologia de análise e solução de


problemas
Este método de solução de problemas também chamado de QC
Story tem como base o ciclo PDCA de Deming, que representa
um modelo gerencial a ser seguido por todo o corpo gerencial na
empresa (CAMPOS, 1999).

Na tabela 2.19 encontramos um fluxograma, a fase e o objetivo


que servem de base à metodologia de análise e solução de
problemas. Cada ponto apresentado no fluxograma irá gerar uma
nova figura. A primeira delas é a identificação do problema.
Veja na tabela 2.20.

Tabela 2.19: Pontos de inspeção.


Fonte: Campos, 1999.

Nesta tabela (2.20), encontramos a identificação do problema


com as ferramentas empregadas, bem como as observações
inerentes ao problema. O fluxograma orienta no sentido de
escolher o problema, buscar seu histórico, mostrar perdas e
ganhos viáveis, analisar mediante o diagrama de Pareto e
determinar um responsável e também uma data para que o
problema seja solucionado.

Unidade 2 57
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.20: Identificação do problema.


Fonte: Campos (1999).

Na tabela 2.21 é apresentado o processo de observação. O fluxo


previsto propõe que se descubram as características do problema
mediante coleta de dados, principalmente por meio da observação
no local. Deve-se estabelecer neste ponto um cronograma
orçamento e uma meta.

Tabela 2.21 - Observação.


Fonte: Campos (1999).
58
Gestão da Qualidade em Logística

A figura 2.22 se refere à análise que deverá ser feita. Deve-se


definir as causas influentes. Escolher as hipóteses mais prováveis
pela ocorrência do problema. Analisar as hipóteses levantadas
verificando se alguma delas confirmou alguma das causas. Se
houve confirmação, verificar se há condições de bloquear a causa
fundamental.

Tabela 2.22: Análise.


Fonte: Campos (1999).

A seguir, encontramos o plano de ação apresentado na Tabela


2.23, que consiste basicamente em elaborar uma estratégia
na forma de um plano de ação, com o objetivo de bloquear o
problema revisando o cronograma e também o orçamento final.

Unidade 2 59
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.23: Plano de ação.


Fonte: Campos (1999).

A tabela seguinte se refere à ação propriamente dita, ou seja,


divulgar o plano, bem como preparar as técnicas de treinamento
que serão adotadas. Executar o plano e o cronograma planejados.

Tabela 2.24: Ação.


Fonte: Campos (1999).

O processo 6 é a etapa da verificação. Deve-se comparar


resultados, listar eventuais efeitos secundários, checar se o
problema foi efetivamente resolvido. Deve-se também checar se o
bloqueio foi efetivo.

60
Gestão da Qualidade em Logística

Tabela2.25: Verificação.
Fonte: Campos (1999).

Na padronização, processo 7, apresentada na tabela 2.26, deve-se


elaborar ou alterar o padrão existente, comunicando-o simultaneamente
a todos os envolvidos no assunto. Promover a educação e o treinamento
capacitando os trabalhadores. Deve-se fazer um acompanhamento da
utilização do padrão e efetuar um check no mesmo.

Tabela 2.26: Padronização.


Fonte: Campos (1999).
Unidade 2 61
Universidade do Sul de Santa Catarina

Finalmente, o último processo é o da conclusão. É necessário que


se analise os resultados para avaliar problemas remanescentes,
com um planejamento de ataque aos mesmos, fazendo depois
uma reflexão meticulosa sobre o próprio método de solução de
problemas.

Tabela 2.27: Conclusão.


Fonte: Campos (1999).

Síntese
O controle de qualidade tem muita importância, mesmo nos dias
atuais onde novas filosofias de produção foram incorporadas aos
processos fabris. As empresas, em geral, buscam parcerias no
sentido de baixar custos e otimizar seus processos produtivos.
Entretanto, o controle estatístico de processos é, ainda hoje,
bastante usado até na homologação de fornecedores.

Na parte final deste livro você estudou uma metodologia de


solução de problemas que conduz o gerente dentro de uma lógica
para localizar e solucionar problemas de forma progressiva,
baseado no ciclo PDCA de Deming. Dentro da filosofia
japonesa, a idéia é a de que o operário seguinte, antes de realizar
sua tarefa, confira a tarefa de quem o antecedeu, no sentido de
que todos participem no esforço pela busca da qualidade. Este
método apresenta uma abordagem prática e poderá ser aplicada
no dia-a-dia da empresa.

62
Gestão da Qualidade em Logística

Atividades de autoavaliação

Ao final de cada unidade, você realizará atividades de


autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro
didático. Mas, esforce-se para resolver as atividades sem ajuda do
gabarito, pois, assim, você estará promovendo (estimulando) a sua
aprendizagem.

1) Qual a importância da Casa da Qualidade (QFD)?

Unidade 2 63
Universidade do Sul de Santa Catarina

2) Identifique pelo menos uma das ferramentas da qualidade que


poderá ser usada na Logística.

3) Construa um fluxograma desde o momento em que você pega


a chave de seu carro pela manhã, encerrando-o no momento em
que o carro é posto em movimento.

64
Gestão da Qualidade em Logística

Saiba mais
Você pode saber mais sobre o assunto estudado nesta unidade
consultando as seguintes referências:

„„ ALBRECHT, K. Revolução nos serviços. São Paulo:


Pioneira, 2002.
„„ BALLOU, Ronald. Logística empresarial: transportes,
administração de materiais e distribuição física. São
Paulo: Atlas, 1993.
„„ BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística
empresarial: o processo de integração da cadeia de
suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
„„ COSTA, A. F. B. et al. Controle estatístico da
qualidade. São Paulo: Atlas, 2004.
„„ DIAS, M. A. P. Transportes e distribuição física:
transportes, administração de materiais e distribuição.
São Paulo: Atlas, 1996.
„„ HARMON, R. L. Reinventando a distribuição:
logística de distribuição classe mundial. Rio de Janeiro:
Campus, 1994.
„„ LAS CASAS, A. L. Qualidade total em serviços. São
Paulo: Atlas, 2004.
„„ MOURA, R. A. Logística: suprimentos,
armazenagem e distribuição física. São Paulo:
Fundação Getúlio Vargas, 1989.
„„ RODRIGUES, M. V. Ações para a qualidade. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2004.

Unidade 2 65
3
unidade 3

A qualidade em Logística

Objetivos de aprendizagem
n Estudar o conceito de qualidade aplicado na
Logística.
n Perceber a qualidade em serviços logísticos.

Seções de estudo
Seção 1 O conceito de qualidade aplicado na
Logística.
Seção 2 A qualidade em serviços logísticos.
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Até aqui você estudou como poderá ser feito o controle da
qualidade, numa forma ampla, aplicável em vários tipos de
atividades. A logística é essencialmente prestação de serviço ao
cliente, assim o nível de serviço logístico é a qualidade com que
o fluxo de bens e serviços é gerenciado (BALLOU, 1993).

Poucas são as obras que discutem a qualidade ou especificamente


o controle da qualidade em logística. Entretanto, algumas
ferramentas apresentadas anteriormente poderão ser usadas no
atendimento ao serviço logístico.

Seção 1 – O conceito de qualidade aplicado na


Logística
Para o entendimento de como a qualidade é percebida pelo
cliente na logística, veja a definição de logística apresentada pelo
Council of Logistics Management (Carvalho, 2004, p. 31).

Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de


Abastecimento que planeja, implementa e controla
o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de
matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos
acabados, bem como as informações a eles relativas,
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
propósito de atender às exigências dos clientes.

A logística pode ser dividida em atividades primárias e


secundárias. As atividades primárias são transportes, manutenção
de estoques e processamento de pedidos. Já as atividades
secundárias são: armazenagem, manuseio de materiais,
embalagem, suprimentos, planejamento e sistema de informações
(Carvalho, 2004, p. 37).

Pelo exposto, observe que falar em qualidade em termos


logísticos significa discutir as atividades primárias e as
secundárias. Nas atividades primárias encontramos os transportes
em sua multimodalidade, ou seja, rodoviário, marítimo,
ferroviário, aeroviário e ainda o dutoviário.

68
Gestão da Qualidade em Logística

Já nas atividades secundárias, a qualidade poderá ser discutida na


armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos,
planejamento e ainda no sistema de informações.

Como pode-se perceber, a qualidade em logística tem grande


amplitude, pois implica muitas atividades. Entretanto, existe um
elo entre todos estes pontos, que é o do nível de serviço oferecido
ao cliente.

Seção 2 – A qualidade em serviços logísticos


O nível de serviço logístico tem diversas interpretações. Para
alguns corresponde ao prazo para a entrega de um pedido. Para
outros corresponde à disponibilidade de produtos para a entrega.
Outras interpretações levam em conta o recebimento do pedido
e sua efetiva entrega ao cliente, podendo incluir aspectos de pós-
venda.

BALLOU (1993, p. 75) apresenta o seguinte esquema para


explicar o nível de serviço.

Figura 3.1: Elementos do nível de serviço.


Fonte: adaptação de BALLOU, 1993.

Unidade 3 69
Universidade do Sul de Santa Catarina

Observe que:

„„ os elementos de pré-transação tratam basicamente das


garantias oferecidas ao cliente pela instituição, bem como
sua flexibilidade e serviços técnicos;
„„ os elementos de transação se referem à instituição e são
aqueles aspectos observados pelos clientes;
„„ os elementos de pós-transação são aqueles destinados à
proteção do cliente e ao mesmo tempo apoio ao produto
em campo.
Segundo BALLOU (1993), o somatório destes elementos é o que
se pode chamar de serviço ao cliente.

Bowersox (2001), apud LaLonde e Zinszer, apresenta resultados


de uma pesquisa em que o serviço ao cliente pode ser visto como:

1) uma atividade;

2) um nível de desempenho;

3) uma filosofia de gestão.

No caso de ser visto como uma atividade, significa que o serviço


pode ser gerenciado. Como nível de desempenho será relevante
desde que se possa medi-lo; e, finalmente, como filosofia de
gestão tem-se a importância do marketing dirigido ao cliente.

A administração do nível de serviço ao cliente tem três fatores


básicos: a disponibilidade, o desempenho e a confiabilidade.
Veja, a seguir, comentários sobre estes atributos.

A disponibilidade significa o produto pronto sempre que o


cliente desejar, ou seja, ter estoques. Ter estoques é uma decisão
estratégica, pois envolve capital de giro, a instalação de centros
de distribuição etc. Em geral, a disponibilidade é fruto de
compras feitas com base em previsões de vendas. Outro aspecto
a ser considerado, em termos de disponibilidade, é a necessidade
de manter estoques de segurança, cujo objetivo é o de evitar
rupturas de estoque que poderiam ser provocadas por variações
de demanda ou atrasos no suprimento.

70
Gestão da Qualidade em Logística

Aqui temos um trade-off (conflito) que consiste em ter


disponibilidade com baixos custos de estocagem. BOWERSOX
(2001, p. 72) apresenta a seguinte definição de disponibilidade:

A disponibilidade é baseada nas três medidas de


desempenho seguintes: freqüência de faltas de estoque,
índice de disponibilidade e expedição de pedidos
completos. Esses três fatores determinam a capacidade da
empresa de atender a necessidades específicas da cada um
de seus clientes.

Cabe ressaltar que a freqüência de faltas de material em estoque


é um ótimo indicador para se efetuar análises sobre o nível da
disponibilidade. Outro aspecto a ser considerado nos estoques
é a necessidade de se fazer uma análise, mediante Pareto (curva
ABC), de custos e de criticidade, para que se possam estabelecer
os níveis adequados dos estoques.

As medidas de desempenho operacional determinam o


desempenho da estrutura operacional logística quanto à
velocidade, consistência, flexibilidade, falhas e recuperação.
Acompanhe explicações sobre cada um destes itens.

A velocidade mede o tempo desde a chegada de um pedido


até sua efetiva entrega ao cliente, ou seja, quanto demora o
atendimento de um pedido. Obviamente, dependerá do projeto
do sistema logístico de cada empresa, e este ciclo pode ser
realizado em um prazo curto ou longo. Dependendo da estratégia
da empresa, os estoques poderão oferecer uma resposta bem
mais rápida, caso seja adotado o sistema de consignação onde a
empresa compradora recebe os produtos, sem pagar por eles, até
que sua venda seja concretizada. Para melhorar a velocidade de
atendimento, algumas empresas instalam centros de distribuição,
em geral, próximos à rede distribuidora.

A consistência nas operações, por sua vez, nos informa sobre a


capacidade da empresa de atuar dentro dos prazos estabelecidos
de forma constante, ou seja, ter padrões de atendimento
independente de quem seja o cliente.

Unidade 3 71
Universidade do Sul de Santa Catarina

A flexibilidade operacional é a forma como a empresa trabalha


solicitações especiais de seus clientes. Atende, assim, aos
trabalhos que chegam de forma imprevisível.

A flexibilidade é necessária devido a uma série de fatores e dentre


eles podemos citar:

„„ mudanças de endereço;
„„ atendimento a campanhas promocionais do marketing e
de vendas;
„„ novos produtos;
„„ descontinuidade de produtos;
„„ faltas de material por problemas no suprimento;
„„ fornecimento de produtos especiais fora da linha normal.

Atenção!
A flexibilidade é um fator determinante para se atingir
a excelência em logística.

As falhas e recuperação se referem a erros cometidos durante


as operações logísticas. Estes erros podem acontecer por uma
série de razões, por exemplo, um caminhão fazendo entregas de
bebidas e que deverá cobrar pelos produtos entregues aos clientes.

Seja por quantidade errada, endereço incorreto, entrega em


desacordo com o pedido etc., o importante é que a empresa tenha
um plano de contingência para cada uma destas situações. É
muito importante também o aprendizado que a empresa pode
tirar nestes casos medindo, controlando para que situações
semelhantes possam ser atendidas, no futuro, sem os atropelos de
se “apagar incêndios” a todo instante.

A confiabilidade é sinônimo de qualidade (BOWERSOX,


2001). Assim, um dos principais fatores para a qualidade
em logística é a de se manter níveis de disponibilidade e de
desempenho operacionais dentro dos padrões projetados para o
nível de serviço.

72
Gestão da Qualidade em Logística

Outro fator de grande relevância, em termos de qualidade,


é a capacidade de a empresa oferecer respostas precisas aos
seus clientes sobre a posição de certo pedido, ou seja, se foi
despachado, onde se encontra no momento, quando será entregue
etc. Algumas empresas se importam menos com atrasos do que
com falta de informações ou ainda informações imprecisas. A
qualidade em logística também passa pela adequada formação
ou capacitação de seus executivos, no sentido da learning
organization (aprender com os erros cometidos).

BOWERSOX (2001) afirma que a qualidade em logística só será


alcançada pela avaliação constante do desempenho operacional,
da disponibilidade de estoques e também pela apuração eficaz de
erros e acertos. As variáveis de medição do desempenho logístico
deverão ser efetuadas em vendas, pedidos, reclamações dos
clientes e por entregas urgentes.

Síntese
Nesta unidade você estudou que a qualidade em logística está
na dimensão do serviço ao cliente e, como tal, depende da
disponibilidade dos estoques no sentido de ofertar ao cliente de
forma imediata suas solicitações, no desempenho operacional,
atendendo-o da melhor forma, como o cliente desejar e, também,
com confiabilidade.

Para o atendimento a estas possibilidades, a empresa deverá ter


sua estratégia voltada para o serviço ao cliente.

Unidade 3 73
Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas, esforce-se para
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.

1) Como você estruturaria uma política empresarial em termos de Logística


para a prestação de serviços numa empresa de transportes? Pesquise na
internet após ler seu material didático.

2) Leia o estudo de caso, a seguir, para responder a questão proposta.

LI & FUNG
A empresa prestadora de serviços LI&FUNG foi fundada em
1906. Inicialmente trabalhava com fogos de artifício e artigos de
cerâmica, mas atualmente essa empresa gerencia a produção
e o embarque de roupas para varejistas. A empresa oferece
desenvolvimento de produto, abastecimento de matérias-
primas, gerenciamento de planejamento de produção, garantia
de qualidade e expedição, tudo em uma só loja. O detalhe
interessante é que a LI &FUNG não possui tecidos, nem fábricas e
nem máquinas.
Todo o trabalho solicitado a ela é terceirizado com outras
empresas. Uma das chaves do sucesso desta empresa é a
velocidade com que atende aos pedidos dos clientes. Em geral
o prazo para entrega de um pedido que envolva inclusive
desenvolvimento é de 5 semanas após o recebimento do pedido.
A administração da empresa entende que essa agilidade se
deve ao fato de ela não possuir instalações fabris o que a torna
mais flexível no atendimento às exigências de fabricação o que

74
Gestão da Qualidade em Logística

a motiva na busca de parceiros industriais com efetivo nível de


qualidade e custo.
A LI & FUNG, possui mais de 7.500 fornecedores em 37 países em
todo o mundo. Quando recebe um pedido, em geral em seu site
na internet, imediatamente entra em contato com o cliente com
o objetivo de acertar as especificações. Após este acerto ela envia
estas informações aos seus fornecedores. A LI & FUNG, por uma de
suas gerentes, poderá mandar fabricar o tecido na China, comprar
aviamentos em Hong Kong e na Coréia enviando o material para
a Guatemala que, então, costuraria o produto que seria entregue
nos Estados Unidos. Outro detalhe importante é que o cliente
poderá acompanhar o andamento de sua encomenda via website
da empresa, alterando, se desejar, as especificações fornecidas
antes da execução da próxima etapa.
Fonte: Adaptado de: LAUDON &LAUDON (2006, p. 22).

Como o cliente poderá perceber o nível de serviço ofertado a ele por uma
empresa como a LI & FUNG?

Unidade 3 75
Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais
Aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade ao consultar as
seguintes referências:

„„ ALBRECHT, K. Revolução nos serviços. São Paulo:


Pioneira, 2002.
„„ BALLOU, Ronald. Logística empresarial: transportes,
administração de materiais e distribuição física. São
Paulo: Atlas, 1993.
„„ BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística
empresarial: o processo de integração da cadeia de
suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
„„ DIAS, M. A. P. Transportes e distribuição física:
transportes, administração de materiais e distribuição.
São Paulo: Atlas, 1996.

76
Para concluir o estudo

Prezados alunos.

Vamos neste momento fazer o encerramento desta


disciplina, deste livro. Mas, o estudo em si não deverá
parar nunca, pois a cada dia que passa, novos produtos
são incorporados a nossa vida e a qualidade é e sempre
será imprescindível. Entretanto, gostaria de convidá-los
a buscarem na Midiateca (EVA) um material de apoio
sobre algumas atividades que desenvolvemos em nosso
livro e outras que, propositalmente, não foram colocadas
no livro, mas que poderão auxiliá-los na busca da
qualidade para você e também para a empresa que você
trabalha.

O estudo da qualidade poderá e deverá ser continuado,


mediante estudos em livros e pela internet. Em nosso
curso de Logística você poderá encontrar, em outras
disciplinas, mais informações sobre a qualidade.

Para encerrar, deixo aqui um desafio a você: procure


colocar em prática em seu dia-a-dia, onde você trabalha,
algumas coisas que discutimos no transcorrer desta
disciplina.
Referências

ALBRECHT, K. Revolução nos serviços. São Paulo: Pioneira, 2002.


BALLOU, Ronald. Logística empresarial: transportes,
administração de materiais e distribuição física. São Paulo:
Atlas, 1993.
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo
de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
COSTA, A. F. B. et al. Controle estatístico da qualidade. São
Paulo: Atlas, 2004.
DIAS, M. A. P. Transportes e distribuição física: transportes,
administração de materiais e distribuição. São Paulo: Atlas,
1996.
HARMON, R. L. Reinventando a distribuição: logística de
distribuição classe mundial. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
LAS CASAS, A. L. Qualidade total em serviços. São Paulo: Atlas,
2004.
MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem e
distribuição física. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1989.
RODRIGUES, M. V. Ações para a qualidade. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2004.
Sobre o professor conteudista

Moacir Fogaça é engenheiro em Eletrônica, formado


pela Universidade Mackenzie, São Paulo. Tem MBA
pela Fundação Getúlio Vargas em Gestão Empresarial. É
mestre em Gestão Empresarial pela UNISUL. É professor
do Curso de Administração, do Curso de Engenharia
de Produção, da Unisul Business School e da Unisul
Virtual. Ministrando as disciplinas Gestão de Operações e
Logística I e II, Gestão da Informação e do conhecimento
I, Engenharia de métodos, Engenharia de projetos
Industriais, Gestão por Processos e por Resultados.

É coordenador de projetos Integradores Módulo VI


(UBS) e Coordenador do curso de Tecnologia em
Logística (UnisulVirtual) desde 2007.

Trabalhou na Alcatel Telecomunicações S/A como


Project Manager, no Gerenciamento dos segmentos de
Comutação Digital e Analógica, Transmissão, Infra-
estrutura e Redes, por 10 anos. Trabalhou na Intelbras
S/A como Gerente Industrial, dirigindo equipes nas
áreas Industrial e Administrativa, Produção, Engenharia
de Pesquisa e Desenvolvimento de Terminais e Centrais
Telefônicas, por 8 anos e meio. Na empresa Semikron
S/A, atuou como assistente da direção industrial,
gerenciando as linhas de produção de semicondutores e
engenharia de produção por 5 anos.
Respostas e comentários das
atividades de autoavaliação

Unidade 1
1)
a) Desempenho; pode ser explicado como a performance de um
produto em utilização normal.
b) A confiabilidade; apresenta-nos a probabilidade que um
produto tem de falhar quando solicitado seu uso. Em outras
palavras, é a confiança que ele não vai falhar ao ser solicitado.
c) A qualidade percebida; é um valor existente na marca, ou
seja, o cliente compra um produto, em geral, baseado na
confiança que a empresa lhe inspira.
2)
A dimensão da credibilidade é importantíssima, pois a
empresa que não passar ao seu cliente esta segurança poderá
num pequeno espaço de tempo sair do mercado. No caso
do posto de gasolina, por exemplo, o posto deverá fazer o
cliente sentir que o combustível ali comprado está conforme
entregue pela distribuidora, ou seja, sem misturas com outros
produtos químicos indesejáveis. Demonstrando que suas
compras são sempre efetuadas da distribuidora oficial de sua
“bandeira“.

Unidade 2

1) Podem ser algumas destas:


„„ redução no número de mudanças no projeto;
„„ redução do ciclo de projeto;
„„ redução dos custos de início de operação;
„„ redução de reclamações de garantia;
„„ planejamento mais estável da garantia de qualidade;
„„ traduz as vontades dos clientes;
Universidade do Sul de Santa Catarina

„„ identifica as características que mais contribuem para os


atributos de qualidade;
„„ possibilita a percepção de quais características devem receber
maior atenção;
„„ favorece a comunicação entre os agentes que atuam no
desenvolvimento.

2) Podem ser usadas várias, dependendo do que se queira fazer. Por


exemplo:
„„ fluxogramas ou diagramas de processos;
„„ diagrama de Pareto;
„„ cartas de controle de atributos.

3) Um fluxograma pode ser o seguinte:

84
Unidade 3
1) A política de qualidade para uma empresa prestadora de serviços
deverá se basear nos conceitos de qualidade existentes na pré-
transação, transação e pós-transação.
2) É possível sentir o nível de serviço ofertado pela LI & FUNG de várias
maneiras, mas a principal delas está no tempo de resposta para o
atendimento a um pedido e na flexibilidade ofertada.

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