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Introdução

O que é um argumento?
Lógica é o estudo de argumentos. Argumento é uma sequência de enunciados na qual um
dos enunciados é a conclusão e os demais são premissas, que servem de evidência para conclusão.

Exemplo:
“Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal.”

Os dois primeiros enunciados são premissas que servem para provar a conclusão, Sócrates é
mortal.
As premissas e a conclusão de um argumento são sempre enunciados ou proposições –
significando idéias expressáveis por sentenças declarativas. Enunciados são espécie de idéias
verdadeiras ou falsas.
Os não-enunciados são interrogações, comandos ou exclamações, que não são verdadeiras
ou falsas.

Exercícios:
Alguns dos enunciados seguintes são argumentos. Identifique as premissas e a sua
conclusão:

a) Ele é Leão, pois nasceu na primeira semana de agosto.


b) Como a economia pode ser melhorada? O déficit comercial está crescendo todo dia.
c) Eu não quero ir para cama, mamãe. O filme ainda não acabou.
d) O edifício estava em ruínas, coberto de fuligem marrom, numa região abandonada. A fuga
dos ratos ressoava pelos corredores.
e) As talentosas como você deveriam receber uma educação superior. Vá para a faculdade.
f) Nós estávamos superados em número e em armas pelo inimigo, e suas tropas estavam
constantemente sendo reforçadas enquanto as nossas forças estavam diminuindo. Assim, um
ataque direto teria sido suicida.
g) Ele está respirando e, portanto, está vivo.
h) Há alguém, aqui, que entende este documento?
i) Nos EUA muitas pessoas não sabem se o seu país apoia ou se opõe ao governo da
Nicarágua.
j) O triângulo ABC é equiângulo. Portanto, cada um de seus ângulos internos mede 60 graus.

Identificando os argumentos
Um argumento ocorre somente quando se pretende sustentar ou provar uma conclusão, a
partir de um conjunto de premissas, através dos indicadores de inferência.
Indicadores de inferência são palavras ou frases usadas para assinalar a presença de um
argumento. Eles são duas espécies: indicadores de conclusão, que assinalam a sentença que contêm
ou nos quais eles se prefixam é uma conclusão de premissas previamente estabelecida; e
indicadores de premissas, os quais assinalam que a sentença na qual eles se prefixam é uma
premissa.

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Indicadores de conclusão Indicadores de premissa
portanto pois
por conseguinte desde que
assim como
dessa maneira porque
neste caso assumindo que
daí visto que
logo admitindo que
de modo que isto é verdade porque
então a razão é que
consequentemente em vista de
assim sendo como consequencia
segue-se que como mostrado pelo fato que
o(a) qual implica que dado que
o(a) qual acarreta que sabendo-se que
o(a) qual prova supondo que
o(a) qual significa que
do(da) qual inferimos
resulta que
podemos deduzir que

Os indicadores de premissa e conclusão são os principais indícios para se identificar


argumentos e para se analisar sua estrutura.
Utilize os indicadores de inferência do argumento abaixo para determinar a sua estrutura inferencial
e escreva-o na forma padrão:

“ O composto ouro-argônio, provavelmente, não é produzido no laboratório,muito menos


na natureza desde que é difícil fazer o argônio reagir com qualquer outra coisa e desde o
ouro, também forma poucos compostos.”

“ A inflação tem caído consideravelmente, enquanto as taxas de juros têm permanecido


altas. Portanto em termos reais, o empréstimo tornou-se mais caro desde que nessas
condições, o dinheiro emprestado não pode (como quando a inflação era mais alta) ser
pago em dólares desvalorizados.”

“Você não precisa se preocupar com temperaturas abaixo de zero, em junho, mesmo nos
picos mais altos. Nunca faz frio nos meses de verão e portanto provavelmente nunca
ocorrerá.”

Lógica Formal versus Lógica Informal

Lógica formal: é o estudo das formas de argumento. Uma forma de argumento codifica a
composição interna das premissas e da conclusão. Uma forma típica de argumento é exibida abaixo:

Se P, então Q
~P
∴Q

As letras “P” e “Q” são variáveis que representam proposições (enunciados). Estas duas
variáveis podem ser substituídas por qualquer par de sentenças declarativas para produzir um
argumento específico.
Lógica informal: é o estudo de argumentos particulares em linguagem natural e do contexto
na qual eles ocorrem.

Avaliação de um argumento

O propósito principal de um argumento é demonstrar que uma conclusão é provável ou


verdadeira.
Se uma das premissas de um argumento for falsa, então não se pode estabelecer a veracidade
de sua conclusão, não importando quão bom sejam os motivos.
Muitas vezes a veracidade ou a falsidade de uma ou mais premissas é desconhecida, assim, pelo que
sabemos, o argumento falha ao estabelecer a sua conclusão.
Os argumentos podem ser classificados em duas categorias- indutiva e dedutiva.
Um argumento dedutivo é um argumento cuja conclusão deva ser verdadeira se suas
premissas básicas (suposições) forem verdadeiras.
Um argumento indutivo, pelo contrário, é aquele cuja conclusão não é necessária, dadas suas
premissas básicas. As conclusões de argumentos indutivos são mais ou menos prováveis em relação
as suas premissas.
A probabilidade de uma conclusão, dado um conjunto de premissas, chama-se probabilidade
indutiva.
Argumento de dedutivos válidos são aqueles genuinamente dedutivos no sentido definido
acima – isto é, suas conclusões não podem ser falsas se suas premissas básicas são verdadeiras.
Argumentos dedutivos inválidos são argumentos que dão a entender que são dedutivos mas que, de
fato, não são.

Argumentos dedutivos e indutivos

A lógica tradicional, afirma que o argumento dedutivo vai do geral ao particular, e o indutivo
do particular ao geral. Por exemplo:

Argumento indutivo
A prata é bom condutor de eletricidade.
A platina é bom condutor de eletricidade.
O cobre é com condutor de eletricidade.
Todos os metais são bons condutores de eletricidade.

Argumento dedutivo
Todo mamífero tem um coração.
Todos os cavalos são mamíferos.
Todos os cavalos tem um coração.
Repara, agora, no seguinte argumento:
Premissa 1: Todos os números primos são pares.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par.

Este argumento é válido, apesar de quer as premissas quer a conclusão serem falsas.
Continua a aplicar-se a noção de validade dedutiva anteriormente apresentada: é impossível que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. A validade de um argumento dedutivo depende da
conexão lógica entre as premissas e a conclusão do argumento e não do valor de verdade das
proposições que constituem o argumento. Como vês, a validade é uma propriedade diferente da
verdade. A verdade é uma propriedade das proposições que constituem os argumentos (mas não dos
argumentos) e a validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das proposições).

Então, repara que podemos ter:


● Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclusão verdadeira;
● Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão falsa;
● Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão verdadeira;
● Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e conclusão verdadeira;
● Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e conclusão falsa;
● Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão falsa; e
● Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão verdadeira.

Mas não podemos ter:


● Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Como podes determinar se um argumento dedutivo é válido? Podes seguir esta regra:
Mesmo que as premissas do argumento não sejam verdadeiras, imagina que são verdadeiras.
Consegues imaginar alguma circunstância em que, considerando as premissas verdadeiras, a
conclusão é falsa? Se sim, então o argumento não é válido. Se não, então o argumento é válido.
Lembra-se: num argumento válido, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão não pode
ser falsa.
Argumentos indutivos são aqueles que permitem afirmar a conclusão com alguma
probabilidade. Nos argumentos indutivos a conclusão enuncia alguma coisa que ultrapassa a
informação contida nas premissas.

Nos argumentos indutivos:


I. Se admitirmos as premissas como verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira,
mas não necessariamente verdadeira.
II A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.

Alguns exemplos de argumentos dedutivos válidos, combinando a verdade das premissas e


da conclusão:
(1) Todos os diamantes são duros. (verdadeira)
Alguns diamantes são jóias. (verdadeira)
Alguma jóias são duras. (verdadeira)

(2)Todos os gatos tem asas. (falsa)


Todos os pássaros são gatos. (falsa)
Todos os pássaros tem asas. (verdadeira)
(3) Todos os gatos tem asas. (falsa)
Todos os cães são gatos. (falsa)
Todos os cães tem asas. (falsa)

A validade de um argumento depende, portanto, apenas de sua forma e não de seu conteúdo
ou da verdade e falsidade das proposições que o compões.
O argumento:
Todos os arués são bobós.
Todos os caiapós são arués.
Todos os caiapós são bobós.

É válido, não importando o significado de arués, bobós e caiapós, não importando portanto
se as proposições são verdadeiras ou falsas. Logo a forma define a validade ou não do argumento.

A forma desse argumento é:


Todos os A são B
Todos os C são A
Todos os C são B

Dizer que um argumento é válido é dizer que o mesmo tem forma válida.
Nessas condições a única maneira de refutar um argumento válido, é discutindo a
veracidade de suas premissas.

Argumentos dedutivos não válidos

Os argumentos logicamente incorretos ou não válidos podem combinar verdade e falsidade


das premissas e da conclusão de modo arbitrário. Isto significa que um argumento não válido pode
ter premissas verdadeiras e conclusão também verdadeira. O fato de as premissas e a conclusão
serem verdadeiras não significa estarem as premissas sustentando a conclusão.
O argumento abaixo tem premissas e conclusão verdadeiras, no entanto trata-se de um
argumento não válido pois as premissas não sustentam a conclusão:

(1)Todos os mamíferos são mortais. (verdadeira)


Todos os cães são mortais. (verdadeira)
Todos os cães são mamíferos. (verdadeira)

A forma deste argumento é:


(2)Todos os A são B
Todos os C são B
Todos os C são A

Para mostrar que este argumento é não válido, ou é um argumento de forma não válida,
vamos substituir A por mamíferos, B por mortais e C por cobras. Fazendo isso, teremos o
argumento:
(3)Todos os mamíferos são mortais. (verdadeira)
Todas as cobras são mortais. (verdadeira)
Todas as cobras são mamíferos. (falsa)

O argumento (3) tem a mesma forma que o (1), mas as premissas do (3) são verdadeiras e a
conclusão é falsa. Como premissas verdadeiras e conclusão falsa nunca pode ocorrer num
argumento de forma válida, este argumento tem forma não válida, isto é, é não válido.
Sócrates é um filósofo.
Logo, Kant é alemão.

O argumento acima, tem premissa e conclusão verdadeiras. No entanto, distingue-se dele


por ser inválido. Por que razão é inválido? Porque o fato de a premissa ser verdadeira não tem
qualquer relação com o fato de a conclusão ser verdadeira; porque a premissa poderia ser verdadeira
e a conclusão ser falsa.

Em suma:
1. Um argumento dedutivo não é válido por ter premissas e conclusão verdadeiras.
2. Um argumento pode ter premissas e conclusão verdadeiras e ser inválido.
3. Um argumento dedutivo pode ser válido apesar de ter premissas e conclusão falsas.
4. Das três situações anteriores depreende-se o seguinte: a verdade distingue-se da
validade; a validade é uma propriedade da conexão entre premissa e conclusão, e não
uma propriedade de cada premissa nem da conclusão; num argumento dedutivo
válido só há uma impossibilidade, que é a impossibilidade de as premissas serem
verdadeiras e a conclusão falsa. Aliás, esta é a condição para que argumento seja
dedutivamente válido.

Um argumento de forma não válida é chamado de falácia. As falácias perigosas, aquelas que
merecem maior atenção, são aquelas que tem aspecto enganoso, se assemelham às formas válidas
podendo assim ser confundidas com argumentos válidos.
Outros exemplos:

Se ele me ama então ele casa comigo.


Ele casa comigo.
∴ Ele me ama.

O exemplo acima é um argumento dedutivo não-válido e temos o que chamamos de


“falácia da afirmação do consequente”.
Se p então q
q
∴p

Outra falácia que ocorre com freqüência é a conhecida por “falácia da negação do
antecedente”.

Se João parar de fumar ele engordará.


João não parou de fumar.
∴ João não engordará.
Se p então q
~p
∴ ∼q
Classifique os seguintes argumentos como dedutivos ou indutivos:
1. Nenhum mortal pode parar o tempo
Você é mortal.
∴Você não pode parar o tempo
2. Frequentemente, quando chove fica nublado
Está chovendo.
∴ Está nublado

3. Não há registros de seres humanos com mais de 5m de altura.


∴Nunca tivemos um ser humano com mais de 5m de altura.

4. Alguns porcos têm asas.


Todas as coisas aladas gorjeiam
∴Alguns porcos gorjeiam.

5. Cada um é republicano, ou democrata, ou tolo.


O porta-voz da Casa Branca não é republicano.
O porta-voz da Casa Branca não é tolo.
∴ O porta-voz da Casa Branca é democrata.

6. Se houver uma guerra nuclear, a civilização será destruída.


Haverá uma guerra nuclear.
∴A civilização será destruída por uma guerra nuclear.

7. O cloreto de potássio é, quimicamente, muito similar ao sal de cozinha(cloreto de


sódio).
∴ O cloreto de potássio tem sabor igual ao do sal de cozinha.

CÁLCULO PROPOSICIONAL

Lógica formal é o estudo de formas de argumentos que facilita as generalizações amplas e


esclarecedoras acerca da validade e tópicos relacionados.

Exemplo:

Hoje é segunda-feira ou terça-feira.


Hoje não é segunda-feira.
∴ Hoje é terça-feira.

Rembrandt pintou a Mona Lisa ou Michelângelo a pintou.


Não foi Rembrandt quem a pintou.
∴ Michelângelo pintou a Mona Lisa.

Ele é menor de 18 anos ou ele é jovem.


Ele não é menor de 18 anos.
∴ Ele é jovem.

As formas comum a esses três argumentos é:


P ou Q
Não é o caso que P.
∴ Q.

Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as premissas quer a conclusão de um


argumento são proposições. Uma proposição é o pensamento que uma frase declarativa exprime
literalmente.
Não deves confundir proposições com frases. Uma frase é uma entidade linguística, é a
unidade gramatical mínima de sentido. Uma proposição é uma entidade abstrata, é o pensamento
que uma frase declarativa exprime literalmente.
A mesma proposição pode ser expressa por diferentes frases. Por exemplo, as frases "O
governo demitiu o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido pelo governo"
exprimem a mesma proposição. As frases seguintes também exprimem a mesma proposição: "A
neve é branca" e "Snow is white".
A verdade é uma propriedade das proposições. A validade é uma propriedade dos
argumentos. É incorreto falar em proposições válidas. As proposições não são válidas nem
inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou falsas. Também é incorreto dizer que os
argumentos são verdadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verdadeiros nem falsos. Os
argumentos dizem-se válidos ou inválidos.

As cinco expressões 'não é o caso que', 'e', 'ou', 'se ... então' e 'se somente se', são chamadas
operadores lógicos ou conectivos lógicos. Muitas formas são construídas a partir dessas expressões
simples, e algumas delas estão entre as regras de raciocínio amplamente usadas.
O operador 'não é o caso que' que prefixa uma sentença para formar uma nova sentença, a
qual é chamada negação da primeira. Assim, a sentença 'Não é o caso que ele é fumante' é a
negação da sentença 'Ele é fumante'. Existem muitas variações gramaticais da negação. Por
exemplo, as sentenças 'Ele é não-fumante', 'Ele não é fumante' são modos de expressar a negação de
'ele é fumante'.
Os outros quatro operadores ligam dois enunciados para formar um enunciado composto.
Esses operadores são chamados operadores binários.
Uma composição constituindo-se de duas sentenças ligadas por 'e' chama-se conjunção, e
suas duas sentenças componentes são chamadas conjuntos. A conjunção também pode ser expressa
por palavras como 'mas', 'todavia', 'embora', 'contudo', 'no entanto', 'visto que', 'enquanto', 'além
disso', as quais compartilham com 'e' a característica de ligar as duas sentenças.
Um enunciado composto de dois enunciados ligados por 'ou' chama-se disjunção. Os dois
enunciados são chamados disjuntos.
Os enunciados formados por 'se .. então' chamam-se condicionais. O enunciado subsequente
a 'se' é chamado antecedente; o enunciado restante, consequente. Os condicionais também podem
ser expressos em ordem inversa consistindo numa simples variante gramatical.
Os enunciados formados por 'se somente se' chamam-se bicondicionais. Uma bicondicional
pode ser considerado como uma conjunção de dois condicionais. A seguir cada operador lógico é
representado por símbolos especiais.

Operador Lógico Símbolo


Não é o caso que ~ ou ┐
E & ou . ou ∧
Ou Ú
Se...então → ou ⊃
Se e somente se ↔ ou ≡

O silogismo disjuntivo é expresso como:


P∨ Q
~P
∴Q
Ou, é escrito horizontalmente, com as premissas separadas por vírgulas:
P ∨ Q, ~ P ├ Q

A linguagem consistindo nesta notação simbólica juntamente com as regras a serem


empregadas chama-se cálculo proposicional.

Proposições simples e compostas

Existem dois tipos de proposições: simples e composta.


As proposições simples ou proposição atômica é aquela que não contém nenhuma outra
proposição como parte integrante de si mesma. As proposições simples geralmente são composta
por letras latinas minúsculas p,q,r,s,..., chamadas de letras proposicionais.
As proposições compostas ou proposição molecular é aquela que é formada pela
combinação de duas ou mais proposições. As proposições compostas são habitualmente
designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R,S,..., também chamadas de letras proposicionais.
Quando interessa destacar ou explicitar que uma proposição composta P é formada pela
combinação das proposições simples p,q,r,..., escreve-se: P(p,q,r,...).
As proposições simples e proposições compostas também são chamadas respectivamente de
átomos e moléculas.

Formalização
O processo de formalização converte uma sentença ou argumento em uma forma sentencial
ou uma forma de argumento, uma estrutura composta de letras sentenciais e operadores lógicos. As
letras sentenciais em si não têm significado; mas no contexto de um problema, elas podem ser
interpretadas como expressando proposições ou enunciados definidos. De fato num processo de
formalização, estaremos interessados em associar uma proposição qualquer a um símbolo
proposicional, justamente para poder trabalhar com este símbolo independente de conteúdo a ele
associado.

Letras sentenciais: qualquer letra maiúscula é considerada uma letra sentencial;


ocasionalmente, podemos acrescentar subscritos numéricos para obter outras letras sentenciais.
Operadores lógicos: ~, ∧, ∨,→, ↔.
Parênteses: (,).

O vocabulário de uma linguagem formal é dividido em símbolos lógicos e não-lógicos. Os


símbolos lógicos do cálculo proposicional são operadores lógicos e parênteses; os símbolos não-
lógicos são as letras sentenciais.
Uma fórmula do cálculo proposicional é uma sequência qualquer de elementos do
vocabulário. Para distinguir essas sequências sem sentindo de fórmulas significativas, introduzimos
o conceito de fórmula gramatical ou fórmula bem formada (well-formed fórmula), wff. Este
conceito é definido pelas seguintes regras, chamadas regras de formação, que constituem a
gramatica do cálculo proposicional.

1) Qualquer letra sentencial é uma wff.


2) Se P é uma wff, então ~Q também o é.
3) Se P e Q são wff, então (P ∧ Q), (P ∨ Q), (P → Q) e (P ↔Q) também o são.

Dada uma wff H, temos:


1. H é subfórmula bem formada de H;
2. Se H = (~G), então G é uma subfórmula bem formada de H
3. Se H =(G ∧ E), (G ∨ E), (G → E) e (G ↔E), então tanto G quanto E são subfórmulas
bem formadas de H.

O conceito correspondente a “verdadeiro” ou “falso” serão sempre aqui referidos por V e F.


Assim, V será usado no nível conceitual para denotar que uma certa proposição é verdadeira e F
será usado para denotar que ela é falsa. O uso de uma função é condizente com os dois princípios já
referidos:
a) principio da não contradição: uma afirmativa não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo
tempo; ou seja, a interpretação deve ter realmente a propriedade de unicidade inerente a uma
função;
b) principio do terceiro excluído: toda afirmativa é verdadeira ou falsa; ou seja, a
interpretação deve ter realmente a propriedade de existência inerente a uma função.
Exercício 1 : Interprete a letra sentencial “C” como “Está chovendo” e a letra “N” como “Está
nevando”, expresse a forma de cada sentença na notação do cálculo proposicional:
a) Está chovendo
b) Não está chovendo.
c) Está chovendo ou nevando.
d) Está chovendo e nevando.
e) Está chovendo, mas não está nevando.
f) Não é o caso que está chovendo e nevando.
g) Se não está chovendo, então está nevando.
h) Não é o caso que se está chovendo então está nevando.
i) Não é o caso se está nevando então está chovendo.
j) Está chovendo se e somente se não está nevando.
k) Não é o caso que está chovendo ou nevando.
l) Se está nevando e chovendo, então está nevando.
m) Se não está chovendo, então não é o caso que está nevando e chovendo.
n) Ou está chovendo, ou está nevando e chovendo.
o) Ou está chovendo e nevando, ou está nevando mas não está chovendo.

Exercício 2: Formalize os seguintes enunciados, utilizando a interpretação indicada:


Letra sentencial Interpretação
P Paula vai.
Q Quincas vai.
R Richard vai.
S Sara vai.
a) Paula não vai.
b) Paula vai, mas Quincas não.
c) Se Paula for, então Quincas também irá
d) Paula irá, se Quincas for.
e) Paula irá, somente se Quincas for.
f) Paula irá, se e somente se Quincas for.
g) Nem Paula nem Quincas irão.
h) Paula e Quincas não irão.
i) Ou Paula vai ou Quincas não vai.
j) Paula não irá se Quincas for.
k) Ou Paula irá, ou Richard e Quincas irão.
l) Se Paula for, então Richard e Quincas irão.
m) Paula não irá, mas Richard e Quincas irão.
n) Se Richard for,então se Paula não for, Quincas irá.
o) Se nem Richard nem Quincas forem, então Paula irá.
p) Richard irá somente se Paula e Quincas não forem.
q) Richard e Quincas vão, apesar de Paula e Quincas não irem.
r) Se Richard ou Quincas for, então Paula irá e Sara não irá.
s) Richard e Quincas irão se e somente se Paula ou Sara for.
t) Se Sara for, então Richard ou Paula irão, e se Sara não for, então Paula e Quincas irão.

Exercício 3: Utilize as regras de formação para determinar quais das seguintes fórmulas são wffs e
quais não são.
a) ~ ~ ~R b) (~R) c) PQ
d) P→ Q e) (P→ Q) f) ~(P→ Q)
g) ((P ∧ Q) → R) h) (P ∧ Q) → R i) ~(~P ∧ Q)
j) ((P ∧ Q) ∨ (R ∧ S)) k) ((P) → (Q)) l) (P ∨ Q ∨ R)
m) (~P ↔ (Q ∧ R)) n) ~(P «(Q ∧ R)) o) ~ ~(P ∧ P)
p) ~(~P) q) P ~Q r) (P → P)
s) P → P t) ~ ~ ~ (~P ∧ Q) u) ((P → Q))
v) ~(P ∧ Q) ∧ ∼R w) (P ↔ (P ↔ (P ↔ P))) x) (P → (Q → (R ∧ S)))
z) (P → (Q ∨ R ∨ S))

Exercício 5: Formalize os seguintes argumento num formato horizontal, usando as letras sentenciais
indicadas. Utilize os indicadores de premissa e conclusão para distinguir as premissas das
conclusões:
a) Se Deus existe, então a vida tem significado. Deus existe. Portanto, a vida tem significado.
(D,V)
b) Deus não existe. Pois, se Deus existisse, a vida teria significado. Mas a vida não tem
significado. (D,V)
c) Se o avião não tivesse caído, nós teríamos feito contato pelo rádio. Não fizemos contato pelo
rádio. Portanto, o avião caiu. (C,R)
d) Como hoje não é quinta-feira, deve ser sexta-feira. Hoje é quinta-feira ou sexta-feira.(Q, S)
e) Se hoje é quinta-feira, então amanhã será sexta-feira. Se amanhã for sexta-feira, então
depois de amanhã será sábado. Consequentemente, se hoje for quinta-feira, então depois de
amanhã será sábado. (Q,S1,S2).
f) Hoje é um fim de semana se e somente se hoje é sábado ou domingo. Portanto, hoje é um
fim de semana, desde de que hoje é sábado.(F,S,D)
g) Hoje é um fim de semana se hoje é sábado ou domingo. Mas, hoje não é um fim de semana.
Portanto, hoje não é sábado e hoje não é domingo. (F,S,D)
h) Hoje é um fim de semana somente se hoje é sábado ou domingo. Hoje não é sábado. Hoje
não é domingo. Portanto, hoje não é um fim de semana. (F,S,D)
i) A proposta de auxílio está no correio. Se os árbitros a receberem até sexta-feira, eles a
analisarão. Portanto, eles a analisarão porque se a proposta estiver no correio, eles a
receberão até sexta-feira. (C,S,A)
j) Ela ão está em casa ou não está atendendo ao telefone. Mas, ela não está em casa, então ela
foi sequestrada. E se ela não está atendendo ao telefone, ela está correndo algum outro
perigo. Portanto, ou ela foi sequestrada ou ela está correndo um outro perigo. (C,T,S,P)

.
Operções Lógicas sobre Proposições
Quando pensamos, efetuamos muitas vezes certas operações sobre proposições chamadas 
operações lógicas. Estas obedecem as regras de um cálculo, denominado cálculo proposicional.
A lógica é uma linguagem, assim como a línguas naturais, que carecem de uma definição 
que lhes seja adequada de “significado” para os elementos que as compõem.
Em primeiro lugar a lógica formal está interessada em analisar os conteúdos de verdade de 
certos raciocínios ou agumentos. 
Em segundo lugar é definido um alfabeto na qual os elementos devem ser interpretados. Os 
elementos básicos são os símbolos proposicionais, as constantes lógicas e os conectivos.

Semântica
Uma semântica deverá fornecer­nos um mecanismo simbólico pelo qual possamos fornecer a 
uma   dada   fórmula   bem   formada   complexa   lógica,   ou   também   um   argumento,   o   seu   valor   de 
veradade, baseados apenas nos valores de verdade.
Para fornecer a cada elemento que constitui seu valor verdade de uma fbf da lógica precisa­
se ter um aparato formal.

Definições de Interpretação
A função interpretação de uma fórmula bem formada “H”, simbolizada por I[H], é uma 
função que tem por domínio o conjunto infinito das fbf's de lógica proposicional e que tem por 
contradomínio o conjunto {V,F}, ou seja I:C  →  {V,F}, onde C é o conjunto infinito das fbf's da 
lógica formal.
A interpretação dos diversos elementos do alfabeto é dada por (H e G são fbf's):
a) I[verd]=V, I [falso]=F;
b) Se “p” é símbolo proposicional, então I[p] Є {V,F};
c) Se H=~G, então I [H]=V se, e somente se I[G]=F  e I[H]=F se, e somente se  I[G]=V.
d) Se H=GR, então I[H]=F se, e somente se I[G]=F e I[H]=V se, e somente se I[G]=V ou 
I[R]=V;
e) Se H=GR, então I[H]=F se, e somente se I[G]=F ou I[R]=F e I[H]=V se, e somente se 
I[G]=V e I[R]=V;
f) Se H=GR, então I[H]=F se, e somente se I[G]=V e I[R]=F e I[H]=V se, e somente se  
I[G]=F ou I[R]=V;
g) Se H=GR, então I[H]=V se somente se I[G]=I[R] e I[H]=F se somente se I[G]#I[R].  

Intepretação dos Conectivos
A   intenção   que   acompanha   a   definição   da   semântica   dos   conectivos   é, 
declaradamente, a de dar a eles uma “estrutura de funcionamento” que corresponda às nossas 
intuições quando os usamos na linguagem natural. Afinal, a lógica no que concerne aos 
argumentos   em   geral,   pretende   justamente   incidir   sobre   falas   construídas   em   linguagem 
natural.
Semântica dos Conctivos Lógicos
O conectivo central na semântica da lógica proposicional é o valor verdade. Os enunciados 
verdadeiros   têm  o valor­verdade verdadeiro,   e  os   enunciados  falsos tem  o valor­verdade  falsos. 
Nenhum enunciado tem mais que um valor­verdade. Um enunciado não pode ser simultaneamente 
verdadeiro e falso, é o chamado princípio da não­contradição, da bivalência. Toda proposição ou só 
é verdadeira ou só falsa, nunca ocorrendo um terceiro caso. Logo, toda proposição admite um e um 
só dos valores V ou F, é o chamado princípio do terceiro excluído. 
Muitas   das   proposições   que   encontramos   na   prática   podem   ser   consideradas   como 
construídas a partir de uma, ou mais, proposições mais simples por utilização de instrumento lógico, 
a que se costuma dar o nome de conectivo, de tal modo que o valor verdade da proposição inicial 
fica determinada pelos valores verdade da, ou das proposições, mais simples que contribuiram para 
a sua formação.
Os   conectivos   podem   ser   classificados   em:  negação,  conjunção,   disjunção,   implicação  
(condicional), equivalência (bicondicional).

A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se a primeira for falsa 
e é falsa se a primeira for verdadeira. A negação muitas vezes aparece na linguagem corrente através 
das palavras “não” ou “não é o caso que”, disfarçada em várias formas. Utilzando as abreviações 
“V” para verdadeiro e “F” para falso, podemos resumir:

H ~H
V F
F V
 
A   conjunção   de   duas   proposições   é   uma   nova   proposição   que   é   verdadeira   se   as   duas 
premissas o forem e que é falsa, quer no caso em que as duas premissas são falsas, quer no caso em 
que uma delas é verdadeira e outra é falsa.
A conjunção aparece muitas vezes na linguagem corrente através da utilização da palava 
“e”, embora por vezes ela esteja disfarçada sob outras formas.
A tabela­verdade para conjunção é, igualmente, simples. 

H G HG
V V V
V F F
F V F
F F F

A disjunção de duas proposições é uma nova proposição que é falsa no caso em que as 
premissas são ambas falsas e que é verdadeira, quer no caso em que uma das premissas é verdadeira 
e  a  outra  é  falsa,  quer naquele  em  que  as  duas   premissas  são  ambas  verdadeiras.  A  disjunção 
aparece frequentemente na linguagem corrente assinalada pela palavra ”ou”.

H G HG
V V V
V F V
F V V
F F F

Há também uma acepção de disjunção na qual “ou P ou Q” significa”P ou Q mas não  
ambos”. Essa é a acepção da disjunção exlcusiva, ao contrário dda inclusiva, que é caracterizada 
pela tabela­verdade acima. 

H G HG
V V V
V F V
F V V
F F F

A implicação entre duas proposições, a primeira a antecedente e uma segunda o 
consequente, é uma nova proposição que é verdadeira nos casos em que:
● O antecedente é verdadeiro e o consequente é verdadeiroç
● O antecedente é falso e o consequente é verdadeiro
● O antecedente é falso e o consequente é falso.

É falsa no caso em que :
● O antecedente é verdadeiro e o consequente é falso.

H G HG
V V V
V F F
F V V
F F V
A   equivalência(bicondicional)   entre   duas   proposições   é   uma   nova   proposição   que   é 
verdadeira, quer no caso em que as premissas são ambas verdadeiras, quer no caso em que estas são 
ambas falsas, e que é falsa no caso em que uma das premissas é verdadeira e a outra é falsa.

H G HG
V V V
V F F
F V F
F F V

Tabelas­verdade para fbf's
O número de linhas numa tabela­verdade é determinado pelo número de letras sentenciais na 
fórmula ou fórmulas a serem consideradas. 
Se houver uma só letra sentencial, existirão duas possibilidades: a sentença pode ser 
verdadeira ou falsa. Assim, a tabela terá duas linhas. Se existirão duas letras sentenciais, termos 
quatro combinações possíveis de verdade e falsidade, e a tabela­verdade terá quatro linhas. Em 
geral, se o número de letras sentenciais for n, o número de linhas será 2n. Assim,se uma fórmula 
contém três letras sentenciais, a sua tabela­verdade terá 23 = 8 linhas, e assim por diante.  Ao 1o 
símbolo proposicional atribuiem­se  2n­1  valores V seguidos de  2n­1  valores F. Ao 20 símbolo 
proposicional atribuem­se 2n­2 valores V seguidos de 2n­2 valores F. Este passo se repete até que esta 
coluna esteja completamente preenchida.

1o   2o 3o
H G R
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Utilizando as tabelas­verdade para os operadores lógicos, calcula­se os valores­verdade da 
fórmula determinando­se primeiramente os valores para as suas menores subfbf's, obtendo­se, 
então, os valores para as subfbf's cada vez maiores, até que os valores de toda a fórmula estejam 
estabelecidos. A coluna para qualquer fbf ou subfbf é sempre escrita de seu operador principal. 
Circunda­se a coluna abaixo do operador principal de toda a fórmula para mostrar que essa é a 
coluna ds valores­verdade da fórmula.

P Q R P  (Q  ~R)
V V V V V V V F
V V F V V V V V
V F V V F F F F
V F F V V F V V
F V V F V V V F
F V F F V V V V
F F V F V F F F
F F F F V F V V

Proposições Simples e proposições compostas
A  proposição   simples  ou  proposição   atômica  é   aquela   que   não   contém   nenhuma   oura 
proposição como parte integrante de si mesma. Geralmente são designadas as letras minúsculas 
p,r,s,...Ex.:
p: Carlos é Careca.
q: Pedro é estudante.
s: O número 25 é quadrado perfeito. 
A  proposição composta  ou  proposição molecular  é formada pela combinação de duas ou 
mais   proposição.   A   proposições   compostas   geralmente   são   designadas   pelas   letras   latinas 
maiúsculas P, Q, R, S,..., chamadas também de letras proposicionais. Ex.:
P: Carlos é careca e Pedro é estudante.
Q: Carlos é careca ou Pedro é estudante.
R: Se Carlos é careca, então é infeliz
As   proposições   compostas   são   uma   combinação   de   proposições   simples   p,q,r,s..., 
escrevendo­se P(p,q,r,...).

Tabela­verdade para formas de argumento
Uma forma de argumento é válido se e somente se todas as suas instâncias são válidas. Uma 
instância de uma forma é válida se é impossível que a sua conclusão seja falsa enquanto as suas 
premissas são verdadeiras, isto é, se não houver sistução possível na qual a sua conclusão é falsa 
enquanto as suas premissas são verdadeiras.
Se uma forma for válida, onde todas as instâncias são válidas, então qualquer instância dela 
deve ser igualmente válida. Daí, podemos utilizar tabelas­verdade para estabelecer  a validade não 
só de formas de argumento, mas também de argumentos específicos. Consideremos, por exemplo, 
osilogismo disjuntivo:

A princesa ou a rainha cmoparecerá à cerimônia.
A princesa não comparecerá.
 A rainha comparecerá.

Podemos formalizá­los como:
PQ, ~P ⊥ Q

P Q P  Q ~P   Q
V V V V V F V
V F V V F F F
F V F V V V V
F F F F F V V

Uma tabela da mesma maneira foi construida assim como para uma só fbf, mas exibindo 
três fbf separadas.

Tautologia
Chama­se tautologia toda a proposição composta cuja última coluna da sua tabela­verdade 
encerra somente como Verdade (V). Toda tautologia composta por P(p,q,r,...) cujo valor lógico é 
sempre V (Verdade), quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições simples.
As tautologias são também denomiadas proposições tautológicas  ou  proposições  
logicamente verdadeiras.

p q r ~q  p r ~q r (p  r)  (~q r)


V V V F V V V
V V F F F F V
V F V V V V V
V F F V F V V
F V V F F V V
F V F F F F V
F F V V F V V
F F F V F V V

Se P(p,q,r,...) é uma tautologia e sejam P0(p,r,s,...), Q0(p,r,s,...), R0(p,r,s,...) então 
P(R0,  R0, R0 ...) também é uma tautologia.

Contradição
Contradição é toda proposição composta  cuja última coluna da sua tabela­verdade encerra 
somente  com falsidade(F).
A contradição é toda proposta composta por P(p,q,r,...) cujo valor lógico é sempre F(falso), 
quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições simples.

p q ((pq)  ~(p q))
V V V F F
V F F F F
F V F F F
F F F F V

Se P(p,q,r,...) é uma contradição e sejam P0(p,r,s,...), Q0(p,r,s,...), R0(p,r,s,...) então 
P(R0,  R0, R0 ...) também é uma contradição.

Contingência
Contingência é toda proposição composta cuja última coluna da sua tabela­verdade figuram 
letras V e  F cada uma pelo menos uma vez.
É toda proposição composta que não é tautologia nem contradição. As contingências são 
denominadas proposiçãoes contingentes ou  proposições indeterminadas.

p q (p q)   p 
V V V
V F V
F V F
F F V

Resumo dos Conectivos Lógicos

(AB)
Se A, então B;
Se A, isto significa que B;
Tendo­se A, então B; 
Quando A, então B;
Sempre que A, B;
B,sempre que se tenha A;
B, contanto que A;
A é condição suficiente para B;
B é condição necessária para A;
Uma condição suficiente para B é A;
Uma condição necessária para A é B;
B, se A;
B, quando A;
B, no caso de A;
A, só se B;
A, somente quando B;
A, só no caso de B;
A implica de B;
A acarreta B;
B é implicada por A;

(AB)
A se só se B;
A se e somente se B;
A quando e somente quando B;
A equivale a B;

(A  B) A ou B ou ambos
(A  B) 
A  e B; 
A,embora B; 
A,assim como B;
A e, além disso, B; 
Tanto A como B;
A e também B;
Não só A, mas também B;
A, apesar de B.
(~A)
Não A;
Não se dá que A;
Não é fato que A;
Não é verdade que A;
Não é que A;
Não se tem A;
Exercício 1: Dadas as sentenças abaixo, escrever por meiode símbolos:
a = “Ela é bonita”
b =” Ela é intelegente”
c = “Ela é  rica”
d = “Ela é jovem”
e = “Ela gosta de mim”
f = ”Quero casar com ela”

a) Ela é pobre.
b) Ela é rica ou jovem
c) Ela é inteligente e anciã.
d) Não é que ela é burra.
e) Se ela é rica, então quero casar com ela.
f) Ela é inteligente, bonita, rica, jovem e ela gosta de mim.
g) Quero casar com ela, mas ela não gosta de mim.
h) Uma condição necessária para casar cp, ela é que ela seja bonita.
i) Uma condição suficiente para casar com ela é que ela seja rica.
j) Ela é feia, burra, pobre, anciã, mas quero casar com ela.
k) Quero casar com ela só se ela gosta de mim.
l)Uma condição necessária e suficiente para casar com ela é que ela goste de mim.
m) Se ela é jovem então ela é bonita.
n) Quero casar com ela, exceto se ela é burra.

Exercício 2: Traduza as sentenças abaixo, dado aqui o seguinte esquema:

a = ganho um livro
b = ganho uma revista
c = posso ler
d = estou motivado
e = sou aprovado no exame

a) (c (ab))
b  (d (~c))
c) (d ((~c)(ab)
d) ((~d) (e(ab)))
e) ((~d)(c(ab))
f) (((~c)a)(e(~d)))

Exercício 3: Traduza as sentenças abaixo, dados o seguinte esquema:
a = há nuvens
b = choverá
c = ventará 
d= fará bom tempo amanhã
a) (ab)
b) (a(~d))
c) ((~d) (b c)))
d) ((~a)d)
e) (a(bc))
f) ((ab)c)
g) (a(bc))
h) ((ab)c)
i) ((ab)((~c)d))
j) (a((bc)d))

Exercício 4: Símbolo as sentenças abaixo, dado o seguinte esquema:
a= O estudante comete erros;
b= Há motivação para o estudo;
c= O estudante aprende a matéria;

a) Se não há motivação para o estudo, então o estudante   comete erros ou não aprende a 
matéria.
b) Se o estudante comete erros, então, se não há motivação para o estudo, o estudante não 
aprende a matéria.
c) O estudante comete erros; além disso, há motivação para o estudo e o estudante aprende a 
matéria.
d) Não há motivação para o estudo se e somente se o estudante comete erros e não aprende 
a matéria.
e) Se há motivação para o estudo e o estudante não comete erros, então o estudante aprende 
a matéria se há motivação.

Exercício 5: Construa as tabelas verdades das sentenças dos exercícios acima.
A LÓGICA DOS ENUNCIADOS CATEGÓRICOS

ENUNCIADOS CATEGÓRICOS

A lógica proposicional trata das relações lógicas geradas pelos operadores funcional-
veritativos, ou seja, das expressões ‘não’, ‘e’, ‘ou’, ‘se… então’ e ‘se e somente se’. Essas relações são
fundamentais, contudo elas dão conta somente de pequena parte do principal assunto da lógica. A
lógica dos enunciados categóricos considera uma outra parte – as relações lógicas geradas pelas
expressões: ‘todo’, ‘nenhum’ e ‘algum’.

A validade de alguns argumentos válidos não depende unicamente dos operadores funcional-
veritativos. Tais argumentos não podem ser justificados somente com base na lógica proposicional. Ex:
O seguinte argumento é válido; porém, sua validade é uma função dos significados das expressões
‘todo’ e ‘algum’:

Alguns quadrúpedes são gnus.


Todos os gnus são herbívoros.
∴Alguns quadrúpedes são herbívoros.

Nenhum dos enunciados desse argumento são compostos por operadores funcional-veritativos.
Do ponto de vista da lógica proposicional, esses enunciados carecem de estrutura interna. Se tentarmos
formalizar esse argumento na lógica proposicional, o melhor que podemos obter é: P, Q |-- R

Mas, essa forma é inválida, pois quaisquer enunciados P, Q e R com P e Q verdadeiros e R falso
constitui-se num contra-exemplo.

A partir de uma perspectiva mais minuciosa, os enunciados do exemplo anterior têm estruturas
internas, as quais constituem uma forma válida. Entretanto, essas estruturas não se compõem de
relações funcional-veritativas entre os enunciados tal como na lógica proposicional, mas, de relações
entre atributos que denotam conjuntos ou classes com os próprios enunciados. Para a compreensão
desse fato, representaremos a forma do argumento do seguinte modo:

Algum F é G.
Todo G é H.
∴Algum F é H.

As letras ‘F’, ‘G’ e ‘H’ não representam sentenças como na lógica proposicional, mas, sim,
classes de atributos, tais como: ‘gnu’, ‘herbívoro’ e ‘quadrúpede’. Uma classe de atributos denota um
conjunto de objetos. Assim, o termo ‘herbívoro’ denota o conjunto de todos os herbívoros. Nos
enunciados, as classes de atributos estão, muitas vezes, relacionadas com uma outra por meio das
expressões ‘todo’ e ‘algum’, denominadas quantificadores. Os quantificadores, bem como os
operadores funcional-veritativos, são operadores lógicos, mas em vez de indicarem relações entre
sentenças, eles expressam relações entre os conjuntos designados pelas classes de atributos. Enunciados
da forma ‘Todo A é B’, afirmam que o conjunto A é um subconjunto do conjunto B, ou seja, que todos
os elementos de A são, também, elementos de B. Por convenção, universalmente empregada em lógica,
enunciados da forma ‘Algum A é B’ estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um elemento em
comum com o conjunto B.

Além dos quantificadores ‘todo’ e ‘algum’, também podemos considerar o quantificador negado
‘nenhum’. Enunciados da forma ‘nenhum A é B’ afirmam que os conjuntos A e B são disjuntos, isto é,
não têm elementos em comum. A única expressão que ocorre na forma anterior é ‘é’. Essa expressão
(bem como suas variantes gramaticais, ‘são’, ‘está’, ‘foi’, ‘eram’, etc) chama-se elo, pois ela liga ou
une um sujeito a um predicado.

Cada enunciado do argumento no exemplo anterior está caracterizado por um quantificador


seguido por uma classe de atributos, um elo e, finalmente, uma outra classe de atributos. Enunciados
assim construídos chamam-se enunciados categóricos. A primeira e a segunda classe de atributos num
enunciado categórico são denominadas, respectivamente, termo sujeito e termo predicado. Enunciados
categóricos não negados assumem quatro formas distintas. Cada enunciado categórico é
tradicionalmente designado por uma letra.

Designação Forma
A Todo S é P
E Nenhum S é P
I Algum S é P
O Algum S não é P

Aqui, ‘S’ representa o termo sujeito e ‘P’ o termo predicado, descrevendo, em linhas gerais, a
lógica dos enunciados categóricos. Tal lógica é o ramo mais antigo da lógica, tendo sido elaborada e
desenvolvida por Aristóteles no século IV a.C.

EXERCÍCIOS

1. Algumas das seguintes sentenças expressam enunciados categóricos, outras não. Formalize
aquelas que são e indique qual das quatro formas (ou suas negações) elas exemplificam.
a) Todo peculatário é repulsivo
b) Não é o caso que todo peculatário é repulsivo
c) Todo peculatário é não repulsivo
d) Algum peculatário não é repulsivo
e) Se Jack é um peculatário, então Jack é repulsivo
f) Todo homem não é racional
g) Poucos mineradores não eram fumantes
O CÁLCULO DE PREDICADOS

QUANTIFICADORES E VARIÁVEIS

O enunciado categórico introduziu os predicados e os conceitos de ‘todo’ e ‘algum’ num


contexto limitado da lógica de enunciados categóricos. No cálculo de predicados, combinamos esses
conceitos com os da lógica proposicional – nomes próprios e uma classe mais ampla de predicados –
para obter um sistema lógico mais amplo, o cálculo de predicados. Num primeiro passo, notamos que a
reformulação dos enunciados categóricos revela a presença dos operadores lógicos. Considere, por
exemplo, o enunciado da forma A.

Todo S é P.

Usando a letra ‘x’ como uma variável para representar objetos individuais, expressamos tal
enunciado por:

Qualquer que seja x, se x é S, então x é P.


Essa reformulação contém um condicional. Adotamos o símbolo ‘∀’, para significar “qualquer
que seja” ou “para todo”. Esse símbolo chama-se quantificador universal. Em vez de escrever ‘x é
S’, escrevemos ‘Sx’ – e, de modo análogo, escrevemos ‘Px’. Usando ‘→’ para o condicional, o
enunciado se torna:

∀x (Sx → Px).

Esta é uma fórmula do cálculo de predicados. O enunciado da forma E – Nenhum S é P - pode


ser expresso nessa notação. Ele significa:

Qualquer que seja x, se x é S, então x não é P.

Isto é:
∀x( Sx → ~Px).

Para expressar as proposições I e O, é necessário um segundo tipo de quantificador. A


proposição I– Algum S é P - pode ser expressa como:

Para pelo menos um x, x é S e x é P.

Adotamos o símbolo ‘∃’ para significar “para pelo menos um”, ou , abreviadamente, “para
algum”. Reescrevemos a proposição I como:

∃x (Sx ∧ Px).

Uma maneira equivalente de expressar o significado de ‘∃’ é “existe … tal que”. Assim, a
fórmula acima pode, também, ser lida como:

Exista um x, tal que x é S e x é P.

Em conseqüência, ‘∃’ chama-se quantificador existencial. A proposição O, Algum S não é P,


nessa notação fica:
∃x (Sx ∧ ~Px).

Que significa “para pelo menos um x, x é S e x não é P”, ou de forma equivalente,

Existe um x tal que x é S e x não é P.

EXERCÍCIOS
1. Interpretando pela letra ´C´ a sentença ´Está chovendo´ e pelas letras ´R´, ´V´, ´S´ e ´I´ os
predicados ´é uma rã´, ´é verde´, ´é saltitante´ e ´é iridescente´, respectivamente, formalize as seguintes
sentenças:

a) Todas as rãs são verdes


b) Nenhuma rã é verde
c) Está chovendo e algumas rãs estão saltitando
d) Qualquer coisa ou é uma rã ou é iridescente
e) Algumas coisas são verdes e iridescentes simultaneamente

PREDICADOS E NOMES PRÓPRIOS

Nem todos os enunciados contêm quantificadores. Existem, por exemplo, enunciados do tipo
sujeito-predicado, os quais atribuem uma propriedade a uma pessoa ou coisa. Podemos interpretar as
letras minúsculas do início e do meio de nosso alfabeto como nomes próprios para indivíduos, e
adotamos a convenção, usual em lógica, de escrever o sujeito depois do predicado. Assim a sentença
Jones é um ladrão é formalizada por: Lj. No qual ‘j’ é interpretada como o nome próprio ‘Jones’ e ‘L’
como o predicado ‘é ladrão’.

Alguns predicados podem ser combinados com dois ou mais nomes próprios para formar uma
sentença. Isso é verdade, por exemplo, para os verbos transitivos como ‘bater’, ‘amar’ ou ‘diferir’,
os quais exigem um sujeito e um objeto. A seguir são apresentadas algumas sentenças escritas em
notação lógica, na ordem predicado-sujeito-objeto.

Sentença Formalização
Bob ama Cathy Abc
Cathy ama Bob Acb

Verbos transitivos são uma subclasse da classe geral de predicados de relação, predicados que
combinam dois ou mais nomes próprios para formar uma sentença. A seguir, temos alguns exemplos de
predicados de relação: ‘é perto de’, ‘é mais alto do que’, ‘é menos que’. Alguns predicados de relação
exigem três ou mais nomes. A expressão ‘…dá… para…’, exige três. Na formalização de sentenças
que envolvem esses predicados, as letras que representam nomes são escritas depois da letra de
predicado e na ordem em que ocorrem na sentença, a não ser que se especifique outra ordem. O
enunciado Cathy deu lulu para Bob é formalizado por: Dclb.

Um predicado que exige somente um nome é chamado de predicado unário ou predicado de


grau um. Um predicado de relação que exige dois nomes é chamado predicado binário ou predicado
de grau dois; um predicado que exige três nomes é um predicado ternário ou predicado de grau três e
assim por diante.

EXERCÍCIOS

2 Formalize os seguintes enunciados interpretando ´b´ e ´c´ como nomes próprios; ´M´, ´E´ e
´C' como os predicados unários ´é mecânico´, ´é enfermeira´ e ´é cachorro´; ´L´ e ´T´ como os
predicados binários ama e ´é mais alto que´; ´D´ como o predicado ternário ´dá...para...´.

a) Cathy é mecânica
b) Bob e Cathy são mecânicos
c) Cathy é mecânica ou enfermeira (ou ambos)
d) Cathy é mais alta do que Bob
e) Existe alguém que tanto Bob quanto Cathy amam
f) Existe alguém que ama todo mundo
g) Bob deu um cachorro para Cathy

Ao se formalizar enunciados, deve-se ter em mente os seguintes pontos:

1) Variáveis diferentes não designam, necessariamente, objetos diferentes. A fórmula


‘∀x∀yLxy’ afirma que para qualquer x e qualquer y (não necessariamente distintos), x ama y. Afirma,
em outras palavras, não somente que qualquer pessoa ama uma outra pessoa, como também que
qualquer pessoa ama a si própria.
2) Escolha de variáveis não faz diferença para o significado. Por exemplo, as simbolizações
‘∃yLyy’ ou ‘∃zLzz’ ou ‘∃xLxx’ estão corretas. Entretanto, quando dois ou mais quantificadores
justapõem-se numa mesma parte da fórmula, uma variável diferente deve ser usada para cada
quantificador. Essa fórmula pode ser escrita, equivalentemente, como ‘∀x∃yLyx’ ou ‘∀z∃xLxz’, mas
não escrita ‘∀x∃xLxx’. Neste último caso não podemos distinguir qual quantificador governa as duas
últimas ocorrências de ‘x’. Devemos considerar essas fórmulas como mal-formadas, isto é, não-
gramaticais.
3) A mesma variável usada com vários quantificadores não designa, necessariamente, o mesmo
objeto em cada caso. Assim, ´∃xLbx ∧ ∃xLcx’ é uma formalização correta de ‘Existe alguém que Bob
ama e existe alguém que Cathy ama’, um enunciado que nem afirma, nem nega que cada um ama a
mesma pessoa. Mas, algumas pessoas acham mais natural escrever ‘∃xLbx ∧ ∃yLcy’ uma formalização
equivalente, e igualmente correta, do mesmo enunciado. Ela é legítima pois usa uma mesma variável
em cada quantificador, os quais não sobrepõem-se numa mesma parte da fórmula (cada um é aplicado
para o conjunto do qual é uma parte).
4) As sentenças que misturam quantificadores universal e existencial são, geralmente,
ambíguas. À primeira vista, a sentença ‘Alguém ama todo mundo’ significa tanto:

- Existe alguém que ama todo mundo.

- Todo mundo é amado por alguém (não necessariamente a mesma pessoa em cada caso).

Essas sentenças mais prolixas, mas menos ambíguas, têm formalizações não-equivalentes. A
diferença no significado é revelada, formalmente, pela ordem diferente dos quantificadores. As
formalizações dessas sentenças não são ambíguas.
5) A ordem dos quantificadores consecutivos afeta o significado somente quando
quantificadores universal e existencial são misturados. Ocorrências consecutivas de quantificadores
universal podem ser permutadas, sem contudo, mudar o significado; o mesmo acontece com
ocorrências consecutivas de quantificadores existencial. Por exemplo, ‘∃x∀yLxy’ e ‘∀y∃xLxy’ têm
significados diferentes, ao passo que ‘∃x∃yLxy’ e ‘∃y∃xlxy’ significam, ambas, simplesmente e não
ambiguamente, ‘alguém ama alguém’.

REGRAS DE FORMAÇÃO

A seguir, definimos, de modo mais preciso, a linguagem formal, exemplificada nas seções
anteriores. Tal como no cálculo proposicional, dividimos o vocabulário dessa linguagem em duas
partes: os símbolos lógicos (cuja interpretação permanece fixa em todos os contextos) e os símbolos
não-lógicos (cuja interpretação varia de problema para problema).

Símbolos Lógicos

Operadores lógicos: ‘~’, ‘∧’, ‘∨’, ‘→’, ‘↔’


Quantificadores: ‘∀’, ‘∃’
Parênteses: ‘(‘, ‘)’

Símbolos Não-lógicos

Letras nominais: letras minúsculas de ‘a’ a ‘t’


Variáveis: letras minúsculas de ‘u’ a ‘z’
Letras predicativas: letras maiúsculas

Para garantir que temos símbolos não-lógicos suficientes para qualquer formalização,
permitimos a adição de subscritos numéricos aos símbolos dados. Assim, ‘a3’ considera-se como uma
letra nominal e ‘P147’ como uma letra predicativa. Símbolos não-lógicos com subscritos raramente são
necessários.

Definimos fórmula da linguagem como sendo qualquer seqüência finita de elementos do


vocabulário (símbolos lógicos e não-lógicos).

Uma fórmula atômica é uma letra predicativa seguida por zero ou mais letras nominais.
Fórmulas atômicas com somente uma letra predicativa seguida por zeros letras nominais são,
exatamente, as letras sentenciais (fórmulas atômicas) do cálculo proposicional. Elas são usadas para
simbolizar sentenças quando não há necessidade de se representar as suas estruturas internas. Se o
número de letras nominais que vêm em seguida de uma letra predicativa, numa fórmula atômica, é n,
então essa letra representa um predicado n-ário. (Letras sentenciais podem ser pensadas como
predicados zero-ário).

O conceito de wff no cálculo de predicados é definido pelas seguintes regras de formação


(usamos letras gregas para representar expressões):
1) Toda fórmula atômica é uma wff.
2) Se φ é uma wff, então ~φ é uma wff.
3) Se φ e ψ são wffs, então (φ ∧ ψ), (φ ∨ ψ), (φ → ψ) e (φ ↔ ψ) são wffs.
4) Se φ é uma wff contendo uma letra nominal α, então qualquer fórmula da forma ∀βφβ/α ou
∃βφβ/α é uma wff, onde φβ/α é o resultado de substituir uma ou mais ocorrências de α em φ por uma
variável β que não ocorre em φ.

Somente fórmulas obtidas por aplicações dessas regras são wffs.

As regras 2 e 3 são as mesmas que as do cálculo proposicional. A regra 1 é a mais ampla; ela
nos permite mais tipos de fórmulas atômicas. A regra 4 é nova; ela gera fórmulas quantificadas a partir
de uma fórmula dada, φ, não-quantificada. Seja φ a fórmula ‘(Fa ∧ Gab)’. (Podemos dizer que φ é uma
wff, pois ‘Fa’ e ‘Gab’ são wffs, pela regra 1; assim, ‘(Fa ∧ Gab)’ é uma wff pela regra 3). φ contém
duas letras nominais, ‘a’ e ‘b’. Ambas satisfazem, igualmente, o que a regra chama de α. Consideremos
‘a’. A regra permite escolher uma variável β que não ocorre em φ. Qualquer variável serve, pois φ não
contêm variáveis; seja β a variável ‘x’. Então, existem três fórmulas da forma φβ/α que resultam da
substituição de uma ou mais ocorrências de α (que é ‘a’) em φ (que é ‘Fa ∧ Gab) por β (que é ‘x’).

(Fx ∧ Gxb) (ambas ocorrências de ‘a’ substituídas por ‘x’)


(Fx ∧ Gab) (somente a primeira ocorrência de ‘a’ substituída)
(Fa ∧ Gxb) (somente a segunda ocorrência de ‘a’ substituída)

Estas fórmulas, em si, não são wffs, mas a regra 4 estabelece que o resultado de prefixá-las com
um quantificador universal seguido por ‘x’ , que é ∀βφβ/α, é uma wff. Assim,

∀x(Fx ∧ Gxb)
∀x(Fx ∧ Gab)
∀x(Fa ∧ Gxb)

são wffs, pela regra 4. A regra também permite prefixá-las com um quantificador existencial,
seguido por ‘x’, que é ∃βφβ/α. Portanto,

∀x(Fx ∧ Gxb)
∀x(Fx ∧ Gab)
∀x(Fa ∧ Gxb)

são também, wffs. Assim, temos seis wffs quantificadas geradas a partir da wff não-quantificada, ‘(Fa
∧ Gab)’, pela aplicação da regra 4. Podemos gerar outras usando a letra nominal ‘b’ para α ou outras
variáveis, que não seja ‘x’, para β. A regra 4 pode ser reaplicada. Por exemplo, como ‘∀x(Fx ∧ Gxb)’ é
uma wff, podemos aplicar, pela segunda vez a regra 4, usando ‘b’ para α e ‘y’ para β a fim de obter
‘∀y∀x(Fx ∧ Gxy)’ ou ‘∃y∀x(Fx ∧ Gxy)’.

Observe que a regra 4 é a única que permite introduzir variáveis numa wff. Podemos introduzir
só uma variável por vez prefixando a fórmula com o quantificador para essa variável. Assim, qualquer
fórmula contendo uma variável sem o quantificador correspondente (por exemplo, ‘Fx’) não é uma wff.
Analogamente, qualquer fórmula contendo um quantificador seguido de uma variável, sem ocorrência
adicional dessa variável (por exemplo, ‘∃xP’), não é uma wff.

A regra 4, a restrição ‘por alguma variável β que não ocorre em φ’, assegura que os
quantificadores usando a mesma variável não se sobrepõem numa mesma parte da fórmula. Por
exemplo, embora ‘∃xLxa’ seja uma wff pelas regras 1 e 4, esta cláusula não permite adicionarmos um
outro quantificador em x para obter, por exemplo, ‘∀x∃xLxx’, que como mencionamos anteriormente,
é mal formada. Observe que essa cláusula ainda evita que uma fórmula, como ‘∀x(Fx ∧ ∃xGx)’, seja
bem formada. Pela regra 4, ela poderia ser obtida somente de uma outra, tal como a wff ‘(Fa ∧ ∃xGx)’,
que já contém ‘x’. Contudo, não são proibidas fórmulas tais como ‘(∃xFx ∧ ∃xGx)’, onde os
quantificadores não se sobrepõem , na mesma parte da fórmula. Essa fórmula é uma wff, pois ela é
obtida, pela regra 3, de ‘∃xFx’ e ‘∃xGx’, que são wffs, pelas regras 1 e 4.

Em geral, para mostrar que uma fórmula é uma wff, mostramos que ela pode ser construída
estritamente a partir das regras de formação.

REGRAS DE INFERÊNCIA PARA O QUANTIFICADOR UNIVERSAL

Eliminação do Universal (EU): de uma wff quantificada universalmente, ∀βφ, podemos


inferir uma wff, da forma φα/β, a qual resulta substituindo-se cada ocorrência da variável β em φ por
uma letra nominal α.

Esta regra é, algumas vezes, chamada instanciação universal. Ela é usada, por exemplo, para
provar a validade de:
Todos os homens são mortais
Sócrates é mortal
∴Sócrates é mortal

Usando ‘H’ para ‘é um homem’, ‘M’ para ‘é mortal’ e ‘s’ para ‘Sócrates’, formalizamos esse
argumento por:

∀x(Hx → Mx), Hs Ms

Introdução do Universal (IU): estabelece o que é verdadeiro para uma determinada pessoa
particular deverá ser verdadeiro para qualquer pessoa.

Para uma wff φ contendo uma letra nominal α que não ocorre em qualquer uma das premissas
ou em qualquer hipótese vigente na linha em que φ ocorre, podemos inferir uma wff da forma ∀βφβ/α,
onde φβ/α é o resultado de se substituir todas as ocorrências de α em φ por uma variável β que não
ocorra em φ.

Na IU existem algumas restrições:

1) A letra nominal α não pode ocorrer em qualquer premissa.


Ex: Pa |-- ∀xPx
1 Pa P
2 ∀xPx 1 IU – Incorreta
2) A letra nominal α não deve ocorrer em qualquer hipótese vigente numa linha em que φ
ocorre.
Ex: ∀x(Px → Cx) Pa→∀xCx
1 ∀x(Px → Cx) P
2 Pa → Ca 1EU
3 |Pa H p/ PC
4 |Ca 2,3 MP
5 |∀xCx 4 IU – Incorreta
6 Pa → ∀xCx 3-5 PC

Neste caso, φ é Ca e α é a.

3) φβ/α é o resultado de substituir TODAS as ocorrências de α em φ por uma variável β.


Ex:∀xLxx ∀zLza
1 ∀xLxx P
2 Laa 1 EU
3 ∀zLza 2 IU – Incorreta

Neste caso φ é Laa, β é z e α é a. Estaria correto se fosse Lzz.

EXERCÍCIOS

3 Prove:
a) ∀x(Fx ∧ Gx) ∀xFx ∧∀xGx
b) ∀x(Fx → (Gx ∨ Hx)), ∀x~Gx ∀xFx → ∀xHx
c) ∀xFax, ∀x∀y(Fxy → Gyx) ∀xGxa

REGRAS DE INFERÊNCIA PARA O QUANTIFICADOR EXISTENCIAL

Introdução do Existencial (IE): dada uma wff φ contendo uma letra nominal α, podemos
inferir uma wff da forma ∃βφβ/α, onde φβ/α é o resultado de se substituir uma ou mais ocorrências de
α em φ por uma variável β, que não ocorra em φ.
Ex: Fa ∧ Ga ∃x(Fx ∧ Gx)
1 Fa ∧ Ga P
2 ∃x(Fx ∧ Gx) 1 IE

Na IE existem algumas observações:


1) Não tem restrições em ocorrências prévias da letra nominal α, pode ocorrer em uma hipótese
não utilizada ainda, ou em uma premissa. Exemplo anterior.
2) A variável β não precisa substituir todas as ocorrências de α em φ; é preciso substituir pelo
menos uma ocorrência.

Ex:
1 Fa ∧ Ga P
2 ∃x (Fx ∧ Ga) 1 IE
Ex:
1 Fa ∧ Ga P
2 ∃x (Fx ∧ Gx) 1 IE

3) Permite introduzir um quantificador por vez e somente do lado esquerdo


Ex:
1 Fa → Ga P
2 ∃x (Fx → Ga) 1 IE

EXERCÍCIOS

4 Prove:
a) ∀x(Fx ∨ Gx) ∃x(Fx ∨ Gx)
b) ~∃xFx ∀x~Fx
c) ~∃x(Fx ∧ ~Gx) ∀x(Fx → Gx)

Eliminação do Existencial (EE): dada uma wff quantificada existencialmente ∃βφ e uma
derivação de alguma conclusão ψ de uma hipótese da forma φα/β (o resultado de se substituir cada
ocorrência da variável β em φ por uma letra nominal α que não ocorra em φ), podemos descartar φα/β
e reafirmar ψ. Restrição: a letra nominal α não pode ocorrer em ψ, nem em qualquer premissa, nem em
qualquer hipótese vigente na linha em que EE é aplicada.
Ex: ∃x(Fx ∧ Gx) ∃xFx
1 ∃x(Fx ∧ Gx) P
2 |Fa ∧ Ga H p/ EE
3 |Fa 2∧E
4 |∃xFx 3 IE
5 ∃xFx 1, 2-4 EE
Neste caso, ∃βφ = ∃x(Fx ∧ Gx), β = x, α = a, φα/β = Fa ∧ Ga e ψ = ∃xFx.

Na EE algumas situações devem ser consideradas:


1) A letra nominal α não pode ocorrer em φ.
Ex:
1∀x∃yFyx P
2 ∃yFya 1 EU
3 |Faa H p/ EE
4 |∃xFxx 3 IE
5 ∃xFxx 2, 3-4 EE – Incorreta

2) A letra nominal α não deve ocorrer em ψ.


Ex:
1 ∃xHxx P
2 |Haa H p/ EE
3 |∃xHax 2 IE
4 ∃xHax 1, 2-3 EE – Incorreta
3) α não pode ocorrer em qualquer premissa.
Ex:
1 ∃xGx P
2 Fa P
3 |Ga H p/ EE
4 |Fa ∧ Ga 2,3 ∧ I
5 |∃x(Fx∧Gx) 4 IE
6 ∃x(Fx∧Gx) 1, 3-5 EE – Incorreta

4) α não pode ocorrer em qualquer hipótese vigente na linha em que EE será aplicada.
Semelhante a regra anterior, mas aplicada para hipóteses em vez de premissas.
Ex:
1 ∃xGx P
2 |Fa H p/ PC
3 | |Ga H p/ EE
4 | |Fa ∧ Ga 2,3 ∧ I
5 | |∃x(Fx∧Gx) 4 IE
6 | ∃x(Fx∧Gx) 1, 3-5 EE – Incorreta
7 Fa → ∃x(Fx∧Gx) 2-6 PC

EXERCÍCIOS

5 Prove:
a) ∀x(Fx → Gx), ∃xFx ∃xGx
b) ∃x(Fx ∨ Gx) ∃xFx ∨ ∃xGx
c) ∃xFx ∨ ∃xGx ∃x(Fx ∨ Gx)
d) ∃x∀yLxy ∀x∃Lyx

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