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INTRODUÇÃO
Toda mudança traz consigo erros e acertos, não seria, pois, diferente com o
advento da lei 12.015 de 07 de agosto de 2009.
O certo é que toda nova lei surge ante aos anseios da sociedade, afinal é para
o homem mediano que a lei é editada.
É de se ver que a lei 12.015 ao surgir em nosso ordenamento jurídico, muitas
polêmicas, e há quem diga que ela trouxe mais erros do que acertos. Não
podemos negar que ela não conseguiu sanar as dúvidas no tocante ao
atentado violento ao pudor, mas, ela veio garantir o que há muito já se aceitava
em nossa sociedade, a tão falada “Dignidade Sexual”.
A lei 12.015/09, garantiu a tão falada igualdade de todos, de homens e
mulheres. Ora se somos todos iguais perante a lei, por que homens não
podiam ser estuprados? Afinal na prática isso já acontecia, seja pela via anal
ou oral, ou pela própria mulher que forçava a manter consigo conjunção carnal.
Nossa sociedade e as pessoas se “modernizaram” de tal forma, que hoje as
mulheres estão sim, mas “avançadas” ao ponto de desejar ardentemente um
homem e forçá-lo a manter consigo conjunção carnal ou outro ato diverso da
conjunção carnal, claro que não podemos esquecer que ante a força física do
homem ser notadamente superior a mulher, esta poderá sim forçar o homem
mediante grave ameaça.
Neste trabalho analisaremos de tudo a mudança comportamental da sociedade
em face do delito de estupro. Conheceremos um pouco mais da lei 12.015 e
suas inovações ao ordenamento jurídico penal brasileiro.
Ao final poderemos medir os prós e contra da lei, mas acima de tudo
saberemos que nossa sociedade esta deixando de lado o falso moralismo e
nossos legisladores estão mais atentos aos anseios da sociedade e mais
preocupados com o futuro de nossas crianças, que hoje infelizmente muitas
têm sua infância e inocência tolhida por conta deste tão bárbaro delito, seja o
de estupro na visão da lei anterior, ou seja, o de atentado violento ao pudor
tanto faz a dor íntima é a mesma nos dois casos.
CONCLUSÃO
A unificação dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor faz
desaparecer, por completo, qualquer referência à honestidade ou ao recato
sexual da vítima. Pouco importa como age o ofendido nesse cenário, podendo
ser prostituta ou garoto de programa. Logicamente, o p0onto central continuará
sendo a produção de prova, pois o delito cometido apenas com o uso de grave
ameaça é mais difícil de ser evidenciado.
O concurso de crime altera-se substancialmente. Não há mais a possibilidade
de existir concurso material entre estupro e atentado violento ao pudor.
Na visão da lei anterior o sujeito que comete-se o delito de estupro e atentado
violento ao pudor, poderia ser demandado em concurso material de crimes,
hoje não como, haja vista as duas condutas estarem unidas em um único tipo
penal.
A nova lei trouxe consigo, outra relevante mudança, a saber: a possibilidade de
crime continuado, anteriormente não havia tal possibilidade, pois os crimes de
atentado violento ao pudor e estupro eram descritos em tipos penais diferente.
Como hoje houve esta unificação, haverá esta possibilidade desde que
observados o disposto no artigo 71 do CP.
Ou seja, em casos como o do “Maníaco do Parque”, em que o réu foi
demandado por cada um dos delitos (em concurso material em alguns casos),
sob a ótica na nova lei, seria considerado crime continuado, pois, o modus
operandi, o delimitação de tempo e espaço atendem ao disposto no artigo 71
do CP. Neste caso consideraria o primeiro delito e os demais seriam uma
extensão do primeiro.
Não há como não se falar também, na mudança da denominação do título,
abandonando a idéia de crimes contra os costumes (e com ela, todo falso
moralismo que a questão envolvia) para apegar-se a idéia de crimes contra a
liberdade sexual, que na realidade é o que atende melhor as necessidades
sociais vigentes hoje em dia.
Não olvidemos também, que o homem passou a ser sujeito passivo do crime
de estupro, o que na prática já vinha acontecendo de forma reiterada. Mesmo o
homem não tendo vagina, isso não o afastava das atrocidades que tal crime
traz.
Infelizmente, na nossa sociedade atual, as “perversões” sexuais ganharam
proporções gigantescas. Antes a violência sexual era cometida basicamente
contra mulheres, hoje, não os homens (adultos inclusive) são vítimas também.
E talvez a sua dor, moral e física seja maior do que das mulheres, pois, sua
masculinidade fica em evidência, ou melhor, fica na mira e por vezes é alvo de
piadas de péssimo gosto.
Devemos lembrar também que crianças são vítimas de tal delito, meninos, em
plena formação sexual têm seu corpo brutalmente violado, para satisfazer ao
mórbido prazer de outrem.
Outro ponto que merece destaque é que a ação penal nestes casos é a
alteração da política criminal no cenário dos crimes sexuais. Afasta-se a ação
penal privada, que dava ensejo a argumentos de proteção a intimidade,
evitando escândalo do processo. Ora, toda a ação passa a ser pública
condicionada à representação, o que confere aos crimes sexuais maior
coerência. Se a vítima quer preservar sua intimidade, sendo pessoa adulta e
capaz, basta não representar. Porém fazendo-o, caberá ao Ministério Publico
agir. Por outro lado, elimina-se a discussão sobre o estado de pobreza da
pessoa ofendida, continuado-se a tutelar, como maior ênfase, o vulnerável.
REFERÊNCIAS
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Bittencourt, São Paulo, Saraiva, 2005.
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Mirabette, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, Julio Fabbrini Mirabete,
Volume 3, São Paulo, Editora Atlas 2004.
Noronha, E. Magalhães. Direito Penal. E. Magalhães Noronha, Volume 3, São
Paulo, Editora Saraiva, 2003.
Nucci, Guilherme de Souza. Manual de direito Penal, Guilherme de Souza
Nucci, Volume 3, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2008.
Nucci, Guilherme de Souza. Crimes Contra a Dignidade Sexual, Comentários à
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Tribunais, 2009.
Prado, Luiz Regis, Curso de Direito Penal. Luiz Regis Prado, Volume 3, Editora
Revista dos Tribunais, 2003.
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