DECRETO n° 53.464 de 21-01-1964 a
Regulamenta a Lei n® 4.119, de agosto de 1962,
que dispoe sobre a Profissdo de Psicdlogo.
O Presidente da Republica, usando das atribuigdes que
Ihe confere o art.87, item I da Constituigaio, decreta:
TITULO | Do Exercicio Profissional
Art. 1° E livre em todo o territério nacional o exercicio da Profisso de Psicélogo,
observadas as exigéncias previstas na legislagio em vigor e no presente Decreto.
Pardgrafo tnico - A designagio profissional de Psicélogo é privativa dos habilit
forma da legislagto vigente.
dos na
Art. 2°- Poderdio exercer a profissiio de Psicélogo:
1) Os possuidores de diploma de Psicélogo expedido no Brasil por Faculdade de Filosofia
oficial ou reconhecida nos termos da Lei numero 4.119, de 27 de agosto de 1962
2) Os diplomados em Psicologia por Universidade ou Faculdade estrangeiras reconhecidas
pelas leis do pais de origem, cujos diplomas tenham sido revalidados de conformidade com
a lezislagaio em vigor.
3) Os atuais portadores de diploma ou certificado de especialista em Psicologia, Psicologia
Educacional, Psicologia Aplicada ao Trabalho expedidos por estabelecimento de ensino
superior oficial ou reconhecido, com base nas Portarias Ministeriais n® 328, de 13.5.1946, &
n° 274, de 11-7-1961, apds estudos em cursos regulares de formagio de Psicélogos, com
duragdo minima de quatro anos, ou estudos regulares em Cursos de Pés-Graduagio, com
duragzo minima de dois anos.
4) Os atuais possuidores do titulo de Doutor em Psicologia e de Doutor em Psicologia
Educacional, bem como aqueles portadores do titulo de Doutor em Filosofia, em Educago
‘ou em Pedagogia que tenham defendido tese sobre assunto concemente & Psicologia.
5) Os funcionérios pablicos efetivos que, em data anterior ao dia 5 de setembro de 1962,
tenham sido providos em cargos ou fungées piblicas, sob as denominagbes de Psicélogo,
Psicologista ou Psicotécnico.
6) Os militares que, em data anterior ao dia 5.9.1962, tenham obtido diplomas conferidos
pelo Curso criado pela portaria n° 171, de 25 de outubro de 1949, do Ministério da Guerra.
7) As pessoas que, até o dia 5 de setembro de 1962, j4 tenham exercido por mais de cinco
anos, atividades profissionais de Psicologia Aplicada.
~sena‘Art, 3° Condigdo indispensével para 0 exercfcio legal de profissio de Psicdlogo é a
obtengdo prévia do registro profissional de Psicélogo na Diretoria do Ensino Superior do
Ministério da Educagao e Cultura,
Parigrafo nico - Os portadores de diplomas, expedidos por estabelecimentos de ensino
superior, deveraio providenciar o devido registro do seu diploma no Ministério da Edueacio
e Cultura,
Art. 42 Siio fungéies do psicdlogo:
1) Utilizar métodos e técnicas psicoldgicas com o objetivo de:
a) diagnéstico psicolégico;
b) orientagao e selegio profissional;
6) orientagao psicopedagogica;
4d) solugtio de problemas de ajustamento,
2) Dirigir servigos de Psicologia em érgfos ¢ estabelecimentos piiblicos, autarquicos,
paraestatais, de economia mista ¢ particulares.
3) Ensinar as cadeiras ou disciplinas de Psi
as demais exigéncias da legislagio em vigor.
Jogia nos varios niveis de ensino, observadas
4) Supervisionar profissionais e alunos em trabalhos te6ricos e priticos de Psicologia.
5) Assessorar, tecnicamente, érgos ¢ estabelecimentos publicos, autérquicos, paraestatais,
de economia mista e particulares.
6 Realizar pericias e emitir pareceres sobre a matéria de Psicologia,
TITULO II Da Formagao
Art, 5° A formago em Psicologia far-se- nas Faculdades de Filosofia na forma da
lgislagao vigente e deste Regulamento,
Art. 6° As Faculdades de Filosofia poderdo instituir Cursos de Graduagto de Bacharelado
¢ Licenciado em Psicologia e de Psicélogo.
Pardgrafo tnico - As disciplinas lecionadas em outros Cursos da Faculdade ou da
Universidade e que sejam as mesmas do curriculo dos Cursos de Bacharelado e Licenciado
em Psicologia e de Psicblogo poderdo ser ministradas em comum,
Art, 7° - A autorizago para o funcionamento € o reconhecimento legal dos Cursos de
Psicologia processar-se~A em consondncia com os preceitos gerais da Lei n® 4.024, de 20 dedezembro de 1961, ¢ as determinagdes por ela n&o revogadas do Decreto-lei n° 421, de
11.5.1933, e do Decreto-lei n® 2.076, de 8.3.1940, completados pelas seguintes exiggncias ¢
expressas na Lei n.° 4,119, de 27.8.1962:
a) As Faculdades de Filosofia que solicitarem a autorizagao para o funcionamento de um
dos Cursos de Psicologia deverdio fornecer provas de sta capacidade didética, apresentando
um corpo docente devidamente habilitado em todas as disciplinas de cada um dos Cursos,
cuja instalagdo for pleiteada por elas.
'b) As Faculdades, ao requererem autorizagiio para o fucionamento de Curso de Psicélogo,
deverao possuir servigos clinicos ¢ servigos de aplicagéio & Educagao ¢ ao Trabalho, abertos
ao pliblico, gratuitos ou remunerados, de acordo com o tipo de formagio que pretendam
oferecer nesse nivel de Curso.
Parégrafo tinico - Nas Universidades em que existam servigos idéneos ¢ equivalentes aos
previstos na letra b, a Faculdade de Filosofia podera cumprir a exigéncia prevista no citado
item pela apresentagdo de um convénio que Ihe permita a utilizaglo eficiente desses
servigos.
Art, 8° - As Faculdades de Filosofia que mantinham Cursos de Graduagao em Psicologia na
data da publicacdo da Lei n° 4.119, de 27 de agosto de 1962, tero o prazo de noventa dias,
a partir da publicagio deste Decreto, para requerer ao Govemno Federal o respectivo
reconhecimento,
§ 1°-0s Cursos de Graduagao nto enquadrados nas especificagbes deste artigo deverdo
requerer dentro de noventa dias, a partir da data da publicagdio deste Decreto, seu
reconhecimento. .
§ 2 - Os Cursos que no tiverem seus pedidos de reconhecimento encaminhados dentro
desse prazo estario automaticamente proibidos de funcionar, estendendo-se esta proibigtio
Aiqueles a que for negado o reconhecimento,
Art, ® - Os cursos de Pés-Graduagio em Psicologia e em Psicologia Educacional,
regulamentados pelas Portarias Ministeriais n° 328, de 13 de maio de 1946 e n® 274, de 11
de julho de 1961, nao podergo admitir matriculas iniciais a partir de 1967.
Pardgrafo Ginico - As mesmas disposigdes deverdo ser obedecidas pelos Cursos de
Especializago ou P6s-Graduagio em Psicologia que no se enquadrem neste artigo.
‘Art.10 - Os Cursos de Bacharelado, Licenciado ¢ Psicélogo deverdio abedecer ao currfculo
minimo ¢ durago fixados de acordo com a Lei n°4,024, de 20.12.1961, pelo egrégio
Conselho Federal de Educagao,TITULO Il Da Vida Escolar
Art.11'- O candidato & matricula no Curso de Bacharelado deverd satisfazer todas as
condigdes exigidas para a matricula em qualquer um dos Cursos da Faculdade de Filosofia.
Art.12 - Os atuais alunos dos Cursos mencionados no artigo 8° ¢ em seu Pardgrafo 1°
poderao prosseguir 0 Curso passando a obedecer as adaptagdes que este tenha softido com
o reconhecimento, desde que suas matriculas tenham sido regularmente processadas,
Art.13 - Os alunos matriculados nos Cursos de que trata o artigo 9° e seu Pardgrafo tnico
poderio prosseguir o Curso obedecendo ao curriculo original até o prazo previsto neste
Regulamento.
Artld - Os alunos que tiverem cursado em nivel superior, no Brasil ou no estrangeiro,
disciplinas constantes do curriculo dos Cursos de Psicologia, poderio ser dispensados
dessas disciplinas, desde que obtenham parecer favoravel dos 6rgfis técnicos da Faculdade
aprovado pelo Conselho Universitario, no caso de Universidades, ¢ pela Diretoria do
Ensino Superior do Ministério da Educagio e Cultura, no caso de estabelecimentos
isolados.
Pardgrafo Gnico - A dispensa de disciplinas seré no maximo, de 6 (seis) no Curso de
Bacharelado, de 2 (duas) no de Licenciado e de 5 (cinco) no de Psicélogo
Art.15 - De acordo com a amplitude das dispensas referidas no artigo anterior, 03 Cursos de
Bacharelado ¢ de Psicélogo poderio set abreviados, respeitada a duragdo minima de dois
anos em cada Curso.
TITULO IV Dos Diplomas
Ast, 16- Ao aluno que concluir 0 Curso de Bacharelado sera conferido 0 diploma de
Bacharel em Psicologia.
Art. 17- Ao aluno que concluir 0 Curso de Livenciado seré conferido 0 diploma de
Licenciado em Psicologia.
Art. 18+ Ao aluno que concluir 0 Curso de Psicélogo seri conferido 0 diploma de
Psicdlogo.
Art. 19- Os portadores de diplomas expedidos por Universidades ou Faculdades
estrangeiras que ndo sejam equivalentes aos nacionais, podertio completar sua formagiio em
cestabelecimentos oficiais ou reconhecidos.TITULO V Das Disposigées Gerais e Transit6rias
Art, 20- As Diretorias de Pessoal dos Mi das Autarquias de quaisquer outros
6rgios da administracdo federal, estadual ou municipal apostilardo os titulos de nomeago
dos servidores que tenham sido providos, em data anterior ao dia $ de setembro de 1962,
fem cargos ou fungdes sob a denominagdo de Psicélogo, Psicologista ou Psicotéenico,
garantindo-Ihe 0 exereicio dos cargos ¢ das fungdes respectivas, assim como as vantagens
dai decorrentes.
Art, 21- Os portadores do titulo de Doutor, obtido em Faculdade de Filosofia e que tenham
defendido tese sobre tema especifico de Psicologia, ao requererem o registro profissional de
Psicélogo, deverdio instruir a petigtio com os seguintes documentos:
a) carteira de Identidade;
b) prova de quitagdo com o servigo militar;
6) titulo eleitoral;
4) diploma de Doutor devidamente registrado na Diretoria do Ensino Superior do MEC;
€) um exemplar da tese de doutoramento,
Parigrafo tinico - Os titulos de Doutor obtidos mediante concurso de cétedra ou de Livre
Docéncia, serdo validos para o mesmo fim, desde que acompanhados dos documentos
exigidos neste artigo ¢ de uma declaragao da Faculdade de que a cadeira a que se refere 0
concurso foi a de Psicologia ou a de Psicologia Educacional
Art. 22- A Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educago e Cultura encaminharia
0s requerimentos e sua respectiva documentagdo & Comisso de que trata o artigo 23 da Lei
1° 4.119, a fim de que a mesma emita parecer justficado,
§ I - O parecer de que trata este artigo deverd ser homologado pelo Diretor do Ensino
Superior.
§ 2° - Homologado 0 parecer, no caso de set 0 mesmo pela concessao do registro,
providenciard a Diretoria do Ensino Superior o efetivo registro profissional de Psicdlogo do
requerente, a fim de que produza seus efeitos legais,
Art, 23 - Os casos omissos neste Decreto sero resolvidos pela Diretoria do Ensino
Superior do Ministério da Educagao ¢ Cultura,
Art. 24 - Este Decreto entrard em vigor na data de sua publicagdo revogadas as disposiges
‘em contratio.
Brasilia (DF), em 21 de janeiro de 1964Joao Goulart
Jalio Furquim Sambaguy