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A DEMOCRACIA BRASILEIRA “MANQUITÓ”

"A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo."


(Abraham Lincoln)

A sociedade brasileira ainda comemora a maior festa da democracia: as eleições gerais


ou o pleno exercício de poder de cada cidadão - o voto. Entretanto, refletir é necessário
sobre isso que chamamos de democracia que vivenciamos no Brasil.
Uma democracia tem em seu arcabouço alguns aspectos que, na sociedade brasileira,
são desconhecidos, o que pessoalmente rechaço, ou são ignorados, e carece de profunda
reflexão por aqueles que são apaixonados pela polis e pelos aspectos da governança;
bem como por aqueles que são chamados de intelectuais e formadores de opinião. Isso
sem entrar na perspectiva de democracia indireta ou pura, e democracia indireta ou
representativa.
A democracia vivenciada no contexto brasileiro manifesta, em primeiro lugar, sua
debilidade quando os meios de comunicação, especialmente a grande mídia, que é um
dos pilares da democracia, perdem sua capacidade de ser referencial informativo,
orientador e formador de opinião justa, isto é, ter sua linha editorial livre. Pois o que se
percebe é o aspecto econômico tomando lugar dessa redação responsável e sem
algemas! Assim, princípios democráticos vacilam e a sociedade perde um de seus
principais instrumentos de ação: a informação coletiva.
A sociedade brasileira, nesses meses eleitorais, no lugar de presenciar uma grande mídia
capaz de argüir, pesquisar, descobrir, publicar e até mesmo denunciar fatos que a
ajudasse em sua tomada de decisão quanto ao voto, assistiu a um silencio sepulcral
consciente ou a uma omissão da mesma, sabe-se lá por que, perdendo a magistral
oportunidade de cumprir seu legitimo e necessário papel na democracia! Pois as vezes
que o fez, a população percebia que havia outros interesses que não o da imprensa livre!
Por outro lado, há que se registrar que as exceções ficaram por conta de alguns
blogueiros e textos independentes expostos na grande rede, a internet.
A democracia no contexto brasileiro manifesta, em segundo lugar, sua limitação quando
o processo eleitoral, que é o melhor momento, e legal, para a apresentação de propostas,
bem como do diálogo franco dos candidatos com os eleitores, torna-se um “big reality
show” ou tribunal público de acusações e achincalhamento não só aos opositores, mas
também ao próprio sistema eleitoral! Haja vista o que foi presenciado, nessa linha de
conduta, nas eleições de 2010 tanto no plano nacional, quanto nas esferas estaduais,
com raríssimas exceções. Ficando o eleitor com a difícil tarefa de descobrir quem
propõe melhor e se instrumentaliza a altura para realizar! Por outro lado, a sociedade é
obrigada a assistir a tudo isso, que é de péssimo gosto, para não dizer outra coisa; bem
como arcar com os altos custos, que nas eleições de 2010 chegou à cifra de R$ 490
milhões, segundo dados do TSE.
Ainda pesam as dificuldades de discutirem temas sensíveis, que são nominados de
temas religiosos, sob a égide do argumento de que o Estado é laico. Ora a laicidade de
um Estado, que é abstrato, precisa, honestamente, ser entendida que é a não vinculação
religiosa do mesmo, mas a maioria absoluta de seus representantes são; quer seja do
grupo de servidores da máquina estatal ou dos demais cidadãos que compõem essa
sociedade. Assim sendo, as etnias (gente) que formam o Estado é composta de seres
eminentemente religiosos! Pois a formação da ética (ethos), da moral (morales), bem
como da responsabilidade (responsabilitas) nada mais são do que a soma de valores e
princípios, dentre eles a religião (religare). Desprezar isso é desprezar a essência de
uma sociedade!
A democracia no contexto brasileiro manifesta, mais uma vez, sua fraqueza quando a
maior festa que ela pode promover para a sociedade, eleições gerais, torna-se um
processo judicializado e moroso, e, mesmo com o devido respeito às suas Excelências,
ficam interrogações profundas quanto às decisões apresentadas aos processos; não se
questiona a obediência ou cumprimento das mesmas. O julgamento no STF da Lei
Complementar 135/2010, assistido pela população interessada, fala por si mesmo. Por
outro lado, a legislação eleitoral brasileira, s.m.j., é cheia de brechas, bem como permite
as mais variadas ações de corrupções por parte de alguns participantes; desde a
existência de partidos de aluguel, passando pelo sistema de coligações partidárias,
chegando ao financiamento das campanhas e sua prestação de contas.
Ainda há muito que dizer quanto a uma legislação eficiente para o trabalho dos
institutos de pesquisa e os seus modelos de coleta de dados; o uso da máquina estatal
para benefício de determinados postulantes; a linha de conduta e de participação de
governantes no processo eleitoral; a desobrigatoriedade do voto, que determinará novas
condutas por parte dos políticos; entre tantos outros temas que envolvem a democracia.
Por fim, uma democracia pujante requer, mais do que nunca, uma sociedade consciente
e participativa, um Estado ágil e transparente; bem como um jornalismo livre e atuante.
Assim sendo, necessário é que os agentes mais importantes da democracia não olvidem
em discutir os avanços da mesma, quer seja no estabelecimento de novos mecanismos
ou na busca de caminhos mais claros; tudo sem deixar de ouvir a própria sociedade que
é a grande beneficiária dessas ações! Eis o grande desafio dos vencedores dessa festa
chamada Eleições.
Viva a democracia!

Amós Batista de Souza


Cidadão brasileiro

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