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Sociedade medieval

periodização clássica, a Idade Média se estende do século V até o século XV, ou seja, da Queda do
NesteImpériocapítulo
Romanoé estudada a fase
(476 d.C,) até medieval
o ano de'da1453,
História Ocidental,
quando ocorre notadamente
da Constantinopla,
a Tomada
de Europa Ocidental.pelos
Na
turcos. Nesse período, surgem as condições para o desenvolvimento da Sociedade Medieval. Nessa sociedade,
enfocaremos o feudalismo, organização política, social e econômica que atinge seu apogeu por volta do século XI. É nas
entranhas da ordem feudal que nasce a base paa a configuração do mundo moderno e capitalista.

A sociedade medieval

Introdução
A abordagem desse capítulo passa, necessariamente, pelo estudo do feudalismo, que foi uma organização social,
existente na Europa Ocidental na Idade Média. Entre os séculos V a XI, o sistema feudal se organiza. Esse período é
denominado de Alta Idade Média.
Do século XI ao XV, tem início a desagregação do feudalismo, motivada por uma série de fatores que estlldaremos a
seguir. Esse período (séculos XI ao XV) é denominado Baixa Idade Média.
A partir da desagregação do sistema feudal, tem início a formação de uma fase de transição, que é considerada como
Transição feudal/capitalista, e se estende dos séculos XV ao XVIII. Observa a linha de tempo abaixo:

XVIII '..........................•...........

Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea

Alta XI Baixa

Feudalismo Transição Capitalismo

A Idade Média é rica e expressiva em acontecimentos e fatos históricos que envolveram diversas sociedades. Entretanto,
nosso objetivo é destacar, no contexto medieval, a existência do feudalismo em suas diversas facetas:

o Feudalismo - Origens foi o fechamento da Europa Ocidental. Caminhos comer-


ciais e cidades quase desapareceram. Surge uma produ-
O sistema feudal (a palavra feudo significa terra) tem
sua origem na desagregação do Império Romano, no século V ção econômica, predominantemente, ~ e destinada
à subsistência. A atividade mercantil é atrofiada e cada
da nossa era. Na fusão entre a cultura romana decadente
unidade ou feudo cuida da sua própria sobrevivência.
com a cultura de outros povos que passam a ocupar a
O trabalho mais comum nessa atividade é o servil. Os
Europa Ocidental, ao longo da Alta Idade Média, vai se
servos, que se constituem ao longo da Alta Idade Média,
constituindo uma ~ciedade específica, que carrega carac-
terísticas de diversas culturas (romanas e de invasores). são a mão-de-obra típica do feudalismo, sustentando, com
Essa sociedade, a feudal, é forjada numa época de perma- o seu trabalho, o feudo e, naturalmente, o proprietário do
nentes invasões. A insegurança e a guerra determinaram o feudo: o senhor feudal, que faz parte da nobreza.
feudalismo. Quando estudamos a Europa Medieval, a O servo não é um escravo, pois não é mercadoria e, ao
imagem de um castelo aparece com freqüência. O que é mesmo tempo, não é um homem livre, uma vez que não
um castelo? Uma fortaleza, símbolo do feUdalismo:] pode sair do feudo, é preso à terra e às obrigações para

Caracterização do Feudalismo
Economia
S
com o senhor feudal.
nobreza exige dos servos o pagamento de uma série
de tributos e taxas, convertidos em trabalho e/ou parte da

Uma das consequências das diversas ondas de inva- produção. Em troca, o servo utiliza, para si, as terras
sões que abalaram a Europa Ocidental na Alta Idade Média, destinadas pela nobreza. 'I
o Renascimento
--
Política comercial e urbano
A marca política do feudalismo ~1Ldescentralização A partir do século XI, as atividades comerciais se
----
do [2oder. Cada feudo (e cada senhor) possui seus próprios
exércitos. O feudo é, muitas vezes, um universo fechado e
, intensificam na Europa Ocidental e, por conseguinte,
modificam o quadro feudal.
particular, sujeito aos interesses do seu senhor. A figura do Com o encerramento das invasões (as últimas foram
Estado, como conhecemos, não é comum. Podemos afirmar às normandas, eslavas e húngaras), aos poucos, novas
que a Europa Ocidental, na Idade Média, é uma colcha de áreas de cultivo vão aparecendo, a produção de alimentos
retalhos. Cada retalho é um feudo. E cada feudo cuida da cresce e se moderniza, surgindo uma economia de merca-
sua vida. do, destinada à venda de excedentes. Servos abandonam
No mundo feudal, prevalece o particularismo político. '. os feudos e ocupam áreas abandonadas na Europa.
Pequenas cidades crescem e se libertam do domínio
Sociedade
feudal, seja adquirindo cartas de franquia, ou seja, através
A sociedade é um reflexo da economia feudal. As do enfrentamento militar. Rotas comerciais, feiras, cami-
relações sociais predominantes envolvem os servos e a nhos de mercadores e de mercadorias. Enfim, uma gama
nobreza (senhor feudal). É uma sociedade rigidamente de transformações ocorre no final da Idade Média, contri-
hierarquizada e estratificada. O prestígio social deriva da buindo para a modificação das relações feudais.
póSse da terra. Co~ Igrej~ Catóii;;a:éra a maior instituição A estrutura forjada na exploração dos servos vai se
do ;;'u"ndõ medieval, o clero também -se configurava como modificando e, por conseguinte, o próprio feudalismo entra
classe de prestígio. em processo de desaparecimento, abrindo espaços para
Assim, a grosso modo, dividimos a sociedade feudal o nascimento de uma sociedade baseada no comércio, no
em três categorias básicas: Clero, Nobreza e Servos. " lucro e na produção de excedentes para o mercado.
Como toda mudança econômica é acompánhada de
-)A nobreza feudal estava, hierarquicamente, diviêITaaem alterações sociais, destacamos o surgimento de uma classe
diversos escalões (duque, marquês, conde, visconde, barão
social nova e dinâmica, envolvida com as ativIdades
e cavaleiro), sendo o rei, teoricamente, o mais importante
comerciais e tipicamente urbanas: a burguesia.
de todos. O nobre caracterizava-se pela posse dos servos,
As Cruzadas, movimento de caráter religioso, que
pela propriedade da terra (feudo) e pelo poder jurídico e
objetivava a expulsão dos infiéis da Terra Santa (Jerusalém),
político.
contribuíram para a aceleração das transformações
O...--.....
campesinato, maioria da população medieval, cons-
ocorridas no feudalismo, na medida em que proporcionaram
tituía-se de servos, trabalhadores obrigados a entregar a
a expulsão dos árabes do Mediterrâneo, abrindo o fantástico
maior parte do que produziam ao senhor, através de taxas e
mundo oriental para os europeus e seu comércio.
tributos diversos. Havia, ainda, os vilões, homens livres que
É necessário destacar, também, que no final da Idade
habitavam as vilas. --
Média (Baixa Idade Média), a descentralização feudal estava
As relações entre os indivíduos eram pessoais, estabe- se transformando numa instituição centralizada (Estado-
lecidas através de acordos bilaterais, compreendendo Rei), que estudaremos a seguir.
reciprocidade de direitos e deveres, tanto entre os nobres No século XIV, a Peste Negra também contribuiu para
(~usera~ssalagem)...cQ[11o entre os senhores e servos. a desagregação da ordem feudal, uma vez que ceifou,
Neste caso, o servo trabalha para o senhor feudal e, em aproximadamel)te, 1/3 da população européia. A nobreza,
troca, recebe proteção. privada de servos, inicia um processo de superexploração
Cultura dos remanescentes, modificando as relações sociais e
provocando fugas e revoltas camponesas. O mundo feudal
Quando se fala em cultura, fala-se também em menta- estava desaparecendo!
lidade e ideologia. ~gmj~.f~~a, ~ior inst!!,uição do
Comércio, cidades e burguesia
.mundo feudal, monopolizava a instrução
- e o. sAber. O clero
era a classe instruída e, em sua grande parte, era prove- As cidades italianas foram as primeiras a se beneficiar
niente da nobreza. Assim, é lógico concluir que a menta- com a nova situação, pois praticamente monopolizavam o
lidade do homem feudal estava relacionada ao catolicismo comércio de produtos orientais adquiridos, basicamente,
e, por outro lado, o catolicismo cimentava as relações feu- em três pontos: Síria, Egito e, principalmente, Constan-
tinopla. Os europeus possuem contatos comerciais com o
dais, jw:;tificando os valores e as práticas do feudalismo. '"
Oriente (índias) desde a abertura do Mediterrâneo a partir
De um modo gêi'aCãCUTfUfã meãieval, notãdã~ente
dás Cruzadas. As cidades de Veneza, Gênova, Pisa e Bari
na Alta Idade Média, marcava-se pelo teocentrismo, pelo
são as mais ativas no comércio com o Oriente.
misticismo, pelo pessimismo e pela valorização da vida
O norte da Europa, na região de Flandres, também foi
extraterrena.
um pólo importante no ressurgimento comercial na Baixa
Diretamente interessada no feudalismo, a Igreja
Idade Média, caracterizando-se pela produção de lã.
utilizou a sua autoridade moral para fortalecer as estruturas Na região de Champagne (França), ocorriam as
feudais.
famosas feiras medievais, nas quais encontravam-se
mercadores das cidades italianas com os do norte da deram origem ao crescimento de centros urbanos. As
Europa e de outras regiões. Lã, especiarias, marfim, seda cidades, na baixa Idade Média, tornam-se o centro da vida
e outras mercadorias eram comercializadas. européia, e os mercadores ganham importância social.
A crescente produção de alimentos, as técnicas novas Nas cidades medievais, nessa época, surge uma
instituição denominada de corporação, organizadas por
na agricultura e a ocupação de fronteiras internas na Europa,
artesãos e por mercadores, que detinham o monopólio de
proporcionaram um crescimento demográfico, percebido determinadas atividades para seus membros.
até mesmo na ocasião da Peste Negra. A concentração de No mapa a seguir, apresentamos a situação comercial
pessoas (muitos ex-servos) e as necessidades comerciais, da Europa Ocidental, nos finais da Idade Média. Analise-o.

As rotas comerciais marítimas e terrestres na Idade Média

Rotas terrestres

Rotas marítimas venezianas

Rotas marítimas hanseáticas

Rotas marítimas genovesas

Foto de Carcassone, cidade medieval ao sul da


França. Os muros dessa cidade atingem mais
de 1 500 metros de extensão.
A transição feudal/capitalista

1h Ato,"s,ção
A Idade Moderna é, normalmente,
que fe"dal/capltallsta
assinalam oooespoode
o início da transição. Dentre
identificada como o período de transição. Existem alguns episódios
• fase dedestacamos
eles passagem da sodedade das
a Formação
o Renascimento, A Expansão Marítima e Comercial Européia, a Reforma e a Contra-Reforma.
fe"dal pa,a o capitalismo.
Monarquias Nacionais,

Nessa fase, surgem os impérios coloniais. As colônias tornam-se subordinadas ao pacto ou exclusivismo colonial.
O mundo torna-se europeu.
Destaca-se, nesse período, que se estende do século XV ao XVIII, a permanência dos privilégios da nobreza, que

Novas formas de trabalho são introduzidas, tais como o regime assalariado e a escravidão nas colônias. A burguesia,
nascida na Idade Média, assume, paulatinamente, sua importância histórica.
O continente europeu inicia um processo de acumulação primitiva de capitais, consolidando
continua classe dominante, entretanto, subordinada ao Estado Absolutista.
Cai a unidade católica e emergem religiões novas e contaminadas pelo espírito capitalista.
as bases do capitalismo.
I
A formação das monarquias nacionais unificação econômica. Para a burguesia européia, o
Estado. significava oportunidades de desenvolvimento
A nobreza feudal possuía poderes políticos, jurídicos e econômico. Até hoje, a burguesia é financiadora de
militares. Eram atribuições da nobreza a cunhagem de Estados;
moedas, a guerra, os impostos, a aplicação da justiça, etc. ~ as 'guerras européias, que incentivaram o desenvol-
A autoridade real era simbólica, resumindo-se ao controle vimento do sentimento de nacionalidade e deram
das cidades e dos domínios do próprio .rei. importância ao papel dos reis. Destacam-se a Guerra
No final da Idade Média, especialmente a partir do dos Cem Anos (1337 a 1453), entre França e Inglaterra;
século XII, uma nova forma de organização política surge Guerra das Duas Rosas (1455 a 1485), na Inglaterra, e
no cenário europeu ocidental: o ESTADO centralizado e Guerra da Reconquista (711 a 1492), na Península
identificado com o poder real. Aos poucos, o poder político Ibérica, que deu origem a Portugal e Espanha;
descentralizado nas mãos da nobreza feudal passa a se ~ as novas técnicas militares, como o uso da pólvora e do
transformar. Surgem os I;stados Nacionais ou Modernos, canhão, o que possibilitou aos reis maiores poderes
cuja forma de governo característica é a monarquia militares;
absoluta. Tais Estados Absolutistas vão dominar a vida ~ o retorno aos estudos dos textos clássicos (greco-roma-
política do período de transição feudal/capitalista. nos), incentivado pelo Renascimento, o que valorizou a
É bom realçar que no final da Idade Média, ocorrem figura do rei e as instituições do Estado. Veja, por
transformações econômicas, sociais e culturais que, exemplo, o impacto de Maquiavel, autor da obra O Prín-
naturalmente, influenciaram na formação dos Estados Mo- cipe, que exalta a figura do rei.
dernos. Entretanto, não se pode esquecer de que os Em linhas gerais, os Estados Modernos se caracte-
Estados ou Monarquias Absolutistas nascem de articula- . rizavam pelos elementos abaixo:
ções da antiga nobreza feudal, que perde o poder político ~ o imposto real, pago pela burguesia mercantil, quer
(transferido para o rei), mas mantém uma gama de aquele setor ligado ao comércio internacional ou local;
privilégios. A nobreza, ao longo da Idade Moderna (transição ~ a moeda unificada, que não só simplificava a arreca-
feudal/capitalista) torna-se classe privilegiada e sustentada dação desses impostos como facilitava as transações
elo Estado. comerciais;

Existem várias razões que explicam' o surgimento dos ~ o exército real, que ao contrário dos exércitos feudais,
::stados Nacionais. Dentre as quais, citamos: era mercenário, isto é, pago. Foi com esses exércitos
que os reis impuseram sua autoridade à nobreza;
o enfraquecimento da nobreza feudal provocado pela fuga
~ a burocracia, isto é, um corpo de funcionários pagos
:ios servos, pela crescente urbanização e pelas Cruza-
também pelo rei para exercer as funções relativas à
=as;
administração do país;
:; aooio recebido pelos reis por parte da burguesia, que
~ a justiça real, representada por tribunais reais, ini-
- _~cas vezes financiava os Estados, interessada na
cialmente, itinerantes, e que serão considerados supe-
~=::!Xade proporcionada pela proteção militar e pela
riores aos antigos tribunais feudais.
Com esse instrumental a delimitação de fronteiras e • considerava o Estado como uma finalidade em si,
a efetiva centralização do poder pode-ser efetuada, embora, necess.ário para evitar a anarquia e organizar a defesa.
até o século XVI não possamos falar em absolutismo na • defendia a idéia de que todas as atitudes destinadas
Europa Ocidental, dado ao fato de que o poder dos reis ao benefício do Estado seriam legítimas ou: "O que se
ainqa sofria limitações dos Parlamentos (ou Cortes na deseja é que se o fato o acusa (ao príncipe) o resultado
Península Ibérica, Estados Gerais, na França) compostos o escusa, se o resultado é bom, ele está desonerado. ".
de representantes das camadas sociais mais poderosas ~ Jean Bodin (1530-1596)
do reino. Além disso, no campo teórico, vigorava a concepção • Obra: '~ República".
de que o rei era um agente da vontade divina, limitado • O Estado nascia como extensão da família, sendo,
pelos costumes e pelas normas da moral cristã. portanto, detentor da soberania. Como esta é una
A partir do século XVI, aproximadamente, e pelo menos e indivisível, deveria ser exercida por apenas uma
até o século XVIII, os Estados Modernos ou Monarquias pessoa, espécie de pai da grande família, o rei.
Nacionais, atingiram o seu período de apogeu, possuindo, -J • mesmo que o monarca abusasse do poder, o povo
nessa época, duas marcas fundamentais, que são a não deveria se revoltar, já que "a mais dura tirania é
própria essência dos Estados Europeus na transição feudall melhor que a anarquia".
capitalista. Estas marcas são: Absolutismo e -J • o soberano estaria submetido apenas às leis
Mercantilismo. divinas, pois sua própria autoridade originava-se
da ordem racional, isto é, da ordem divina.
o Absolutismo ~ Thomas Hobbes (1588-1679)
O processo de formação do Estado Moderno acabou • Obra: "O Leviatã".
por concentrar nas mãos do rei todos os mecanismos de • a ~rania não tem qualquer limite porque é fruto
governo, fazendo com que a Nação se identificasse com o do 'consentimento espontâneo dos indivíduos, que
Estado (Coroa), essa identificação é o Absolutismo. viram nela a única forma de garantir sua defesa e
Em termos jurídicos, políticos e culturais, o Absolu- pro~ão. - -----
tismo, caracterizado pela concentração de poderes nas • o Estado - O Leviatã, um monstro - foi criado pelos
mãos de um soberano, foi a marca predominante na homens sob duplo impulso, o das paixões e o da
organização dos Estados Europeus na Idade Moderna. razão: "O homem, considerado no estado puro,
Os Estados Modernos nascem de articulações da isolado em sua incomunicabilidade natural,
própria nobreza (lembre-se de que o rei vem da nobreza). desfruta em todas as coisas um direito geral e
Entretanto, esses Estados vão criar condições fundamentais absoluto ... No entanto, o homem não está sozinho,
para o crescimento da burguesia, uma -vez que garantem cada homem, igual ao outro, encontra como limite
estabilidade e incentivam negócios. e obstáculos ao seu direito absoluto, o direito
I
O Estado absolutista é um Estado feudal que vai permitir absoluto e o poder de cada um. Cada homem é o
o desenvolvimento da burguesia com a expansão inimigo do outro, está em guerra, pelo menos virtual,
·marítima e comercial. A monarquia absoluta cor- com o próximo".

responde a uma necessidade da nobreza feudal de ~ Jacques Bossuet '1627-1704


centralizar o poder político-jurídico nas mãos dos reis, • Obra: '~ Política Segundo as Sagradas Escrituras".
para controlar os camponeses e para adequar-se ao • na unidade (do poder) reside a vida, fora da unidade
a morte é certa.
surgimento de uma nova classe, a burguesia.
• o rei seri8 () representante de Deus, logo, "todo o
O rei Luís XIV, da França, representou um dos mo- E~ está nele, a vontade dô povo está encerrada
mentos de maior brilho do Absolutismo. Uma frase atribuída na sua, como em Deus está reunida toda perfeição
a Luís XIV sintetiza bem o espírito do Estado Moderno e toda virtude, assim, todo o poder dos particulares
absolutista: "O Estado sou eu"! está reunido no do príncipe". -
Para completar o estudo do absolutismo, é necessáro
recorrer aos teóricos que escreveram diversas obras para
justificarem o absolutismo. Todo sistema de governo, em o Mercantilismo
qualquer época, é legitimado pela prática e pela cultura.
De um modo geral, os Estados Absolutistas foram,
Assim, também os Estados Modernos ou Monárquias
também, mercantilistas. Na Idade Moderna (transição
Nacionais se justificavam e se legitimavam. Dentre os
feudal/capitalista), o poder real relacionava-se, diretamente,
teóricos, destacamos:
com o poder econômico do Estado. Apenas para melhorar
~ Nicolau Maquiavel (1469-1527) o entendimento, lembramos que, no sistema feudal, a
• Obras: "O Príncipe" e "Discurso sobre a Primeira riqueza assentava-se na posse da terra. Na transição feudal
Década de Tito Livío". capitalista, a riqueza era identificada com a acumulação de
• é considerado o fundador da ciência política. reservas de metais preciosos - ouro e prata. Assim, os
• separava a política da moral, afirmando a autonomia Estados Absolutistas, ao longo da Idade Moderna, vão criar
e a prioridade da política. mecanismos os mais diversos, para fazer face às suas
;:espesas e para acumular metais preciosos. Esses O Estado mercantilista pressupunha a existência de
~ecanismos são denominados de Mercantilismo. um poder central, suficientemente forte e empreendedor
O mercantilismo foi a política econômica dos Estados para mobilizar recursos em escala nacional a fim de
europeus na Época Moderna. Não constituiu, entretanto, financiar a expansão. O Estado pode ser visto também como
ma doutrina coesa, sistemática e uniforme, para os um, intermediário dos diversos grupos socioeconômicos,
iversos Estados europeus. "Do século XVI ao século XVIII uma vez que a expansão comercial e colonial constituía um
inguém se declarou mercantilista", ou seja, não houve uma fator essencial do seu poder. Basta lembrar que os
consciência clara e única do que fosse a política impostos que mantinham a máquina do Estado portanto,
mercantilista, mas o mercantilismo, constituiu um conjunto os exércitos e as armadas, provinham, em grande parte,
de práticas, com implicações no setor comercial, das atividades mercantis e produtivas (artesanais e
manufatureiro, agrícola, envolvendo a participação direta manufatureiras), conforme se pode constatar pelo flu-
do Estado. xograma abaixo:

T
Exército
o a.
'0
EC>
j9
<1> Burguesia I
I...JI I
CorteI
Aduana
-,II - I"
I
Agricultura
Renda
Manufatura
Despesas
Rei
Nobreza Campesinato
I I Estado
,;

~Investimentos estatais

1'-
I

Dentre outras, destacamos algumas importantes ca- um saldo favorável na balança comercial, já que a impor-
racterísticas do mercantilismo, que prevaleceram, mais ou tação não levaria do país os metais. Uma outra forma de
menos, dependendo da época e do país. Veja: protecionismo existiu em relação aos transportes maritimos,
~ O Metalismo só permitindo que Ô transporte de mercadorias fosse feito
Ou seja, a concepção de que a prosperidade de cada em navios nacionais.
aís estaria na razão.direta da quantidade de metais ~ Estímulo às manufaturas
reciosos que possuísse. Essa tese era confirmada pela O incentivo à exportação, sobretudo de manufaturados
bservação de que o país mais poderoso do início dos que obteriam preço mais alto no mercado internacional era
-empos Modernos era a Espanha, e a que maior estoque outro caminho adotado para se ter um saldo comercial.
-etálico possuía, graças às minas americanas. A regulamentação das corporações de ofício objetivava este
balança comercial favorável caminho, pois controlava a quantidade e a qualidade da
Os países que não tivessem suas próprias fontes de produção, geralmente destinada ao mercado externo.
-s~ais preciosos deveriam obtê-Ias de outras nações, Também com o objetivo de obter-se mão-de-obra abundante
~~vés da venda de mercadorias que seriam pagas em é que foi adotada na época uma política demográfica e
-5"".aL Portanto, o fundamental era exportar mais do que foram baixadas as "leis contra o ócio", na realidade com o
-::::-.ar. de forma que houvesse um saldo positivo na objetivo de manter baixos os salários.
ercial. ~ O Colonialismo
s-,o A obtenção de colônias, regiões politicamente sub-
=-"E E.-:::::ada essa política com o objetivo de dificultar a metidas, foi a forma encontrada pelos países europeus para
a;;;:G::~ ::<3 ~ercadorias estrangeiras, obtendo-se assim sair do impasse em que se envolvia o comércio europeu no
início dos Tempos Modernos. Isso porqu,e como todos Dentres as caracteríticás renascentistas de suas obras
adotavam as mesmas medidas protecionistas, cada nação destacamos: a utilização do claro-escuro, da perspectiva, o
queria impor às outras tratados comerciais' que a favore- conhecimento da anatomia humana e da ciência.
cessem, culminando essa situação em guerras. As colônias O Renascimento não ocorreu de forma homogênea
seriam mercados consumidores exclusivos da metrópole em todos os países e regiões da Europa. Surgiu por volta
e fornecedoras de_ matérias-primas e produtos que de 1450, na Itália, espalhando-se, posteriàrmente, por toda
poderiam ser reexportacjos pela metrópole. Portantà, graças a Europa, assumindo características diferentes durante seu
às suas colônias, as economias européias conseguiam desenvolvimento.
acumular capitais e atingir os objetivos do capitalismo.
Em todos os casos, o Estado era interventor e principal Origens do Renascimento
agente da economia, preocupado com todos os setores O Renascimento, como já vimos, não ocorreu desli-
econômicos, monopolista e centralizador. Apesar de gado da realidade socioeconômica vivida na Europa
contribuir para o enriquecimento da burguesia, é importante Ocidental. Assim, podemos afirmar que o Renascimento
ressaltar que o mercantilismo possuía uma finalidade foi o produto cultural das transformaçÕes ocorridas no final
política clara: o fortalecimento do Estado. da Idade Média, tais como:
O Renascimento ~ o crescimento da atividade comercial e dos centros
urbanos;
Conceitua-se Renascimento como um conjunto de
~ o surgimento da burguesia, uma das maiores finan-
transformaçôes culturais marcadas; em maior ou menor ciadoras da arte renascentista;
grau, pela ruptura com as concepções medievais, O
~ a retomada dos estudos das obras da Antigüidade
movimento renascentista foi um reflexo cultural das transfor- Clássica.
mações ocorridas na Europa Ocidental nos finais da Idade Devido a estes fatores, o misticismo e o ascetismo
Média e, obviamente, refletiu, também, a nova mentalidade
medievais vão sendo abandonados, dando lugar para uma
do' homem europeu, alinhavada com as novidades
cultura sintonizada com os novos tempos.
econômicas e políticas da Idade Moderna.
As cidades italianas, notadamente Florença, são o
Em síntese, o Renascimento se baseava na exaltação berço do Renascimento, uma vez que vivenciaram, preco-
do homem (antropocentrismo) e 'na crítica aos valores cemente, as transformações econômicas do final da Idade
medievais, considerados ultrapassados e excessivamente Média e, também, possuíam contatos maiores com as
religiosos (teocentrisrt1o). Em muitos casos, os autores do
civilizações bizantina (Europa Oriental) e sarracena (Árabe),
Renascimento buscavam inspiração nos clássicos da que preservaram a cultura grega, Por outro lado, na Itália, a
_ Antigüidade greco-romana. Daí o nome Renascimento, presença da ,obra romana é mais evidente e influenciadora.
dada a crença de alguns autores. A partir do século XV, o Renascimento havia se
O Renascimento configura-se nas artes, em especial expandido, atingindo regiões onde se formara uma
na literatura, na pintura, na escultura e na arquitetura, Seu burguesia próspera ou monarquias centralizadas.
maior símbolo é Leonardo da Vinci, considerado um dos Do século XVI em diante, ocorre um ocaso, declínio do
mais completos artistas de todos os tempos. Da Vinci Renascimento, em função da Reforma e da Contra-
demonstrou, através de suas obras, o espírito do Renas- Reforma, que produziram um clima de intolerância religiosa,
cimento.
coibindo a expansão artística e cultural.

Característicasdo Renascimento

~ O Humanismo
Entendido aqui como uma redescoberta do valor e das
possibilidades do homem, tornado centro de todas as
indagações e preocupações. Constituía, em sentido amplo,
uma tomada de posição antropocêntrica, em reação ao
teocentrismo dominante na Idade Média, época do
predomínio da Igreja e da nobreza feudal, que o utilizaram
para justificar a ordem social em vigor. Os humanistas da
época do Renascimento "eram os letrados profissionais
geralmente provenientes da burguesia, eclesiásticos,
professores universitários, médicos, funcionários, por vezes
publicistas, a serviço de uma editora que exprimem a
tendência da sociedade e lhe fornecem suas ferramentas
intelectuais".
~ O Naturalismo
Que correspondia a uma tomada de consciência do
homem no universo, da valorização da natureza em si,
A Virgem dos Rochedos (c, 1488), pintura de Leonardo da Vinci
opunha-se ao misticismo medieval.
~ ~ Classicismo se escassa e nas cidades a pressão sobre os salários au-
Já que a Antigüidade Clássica foi a grande base para mentou. A fuga dos campos para as cidades cresceu
~enascimento, "Os contemporâneos (do Renascimento) incessantemente e os trabalhadores que permaneciam nos
"!'f!tenderam inaugurar plenamente uma nova era. Forjaram feudos sentiam na pele a superexploração de seu trabalho.
"0 históric.o: o mundo antigo fora destruído por uma Assim, o século XIV foi um século de insurreições
::;â~e Média bárbara, que era preciso destruir, por· seu turno. rurais e urbanas intensas: camponeses rejeitavam os laços
esse modo a cultura clássica antiga representava um ideal rígidos do feudalismo e os trabalhadores urbanos Uorna-
a atingir, mas a sua retomada era antes uma atitude. de leiros) protestavam contra os baixos salários, apesar da
busca do novo, de criação, do que de imitação, de repetição". escassez de mão-de-obra, e contra o domínio das corpo~
~ O "0, vidualismo rações de ofício pelos mestres, que criavam obstáculos à
Considerado como valorização da capacidade de ascensão dos jornaleiros.
pensar, criticar e julgar de cada indivíduo, em oposição aos A partir do século XIV, a população européia voltou a
dogmas prontos baixados pela Igreja. crescer, mas novos problemas surgiram, principalmente
~ O Racionalismo para o setor mercantil (comercial), especialmente aquele
Convicção de que tudo pode ser explicado pela razão ligado ao comércio oriental (especiarias e outros produtos).
e pela ciência. Os efeitos' do racionalismo foram determi- Em torno desse setor, girava a atividade mercantil da Europa,
nantes para o desenvolvimento das ciências (Renas- e alguns entraves impediam o seu desenvolvimento. Esses
cimento Científico) e mesmo a produção artística foi orien-
tada pela razão: o ideal de racionalidade expressava-se na ~ a redução do poder aquisitivo da nobreza, principal
realidade das formas perfeitas e puras, na busca da simetria
e da regularidade.
~ O Renascimento Científico
consumidora dos produtos orientais, em função da crise
feudal;
entraves eram:
~ o monopólio exercido pelas cidades italianas (no
Mediterrâneo) e pelos árabes (na Ásia), o que encarecia
I
Também a ciência será atingida pelo movimento
o preço dos produtos, tornando-os inacessíveis a muitos
renascentista. O princípio que dominou o conhecimento
compradores;
científico durante o Renascimento foi o da experimentação,
~ a escassez de metais amoedáveis (ouro e prata) para a
sendo o método indutivo substituído pelo dedutivo. Surgem.
fabricação de moedas, necessárias para a compra de
atitudes contrárias ao predomínio da Igreja no campo
mercadorias orientais.
científico e começam a aparecer as ciências separadas, de
acordo com o objetivo de seu estudo (até então. eram agru- Essas são as razões que motivaram a Expansão Marí-
padas sob o nome de filosofia). tima e Comercial Européia, nos séculos XV e XVI.

É preciso ressaltar que outros fatores também contri-


"O Renascimento foi o elo
cultural que uniu buíram para impulsionar esse processo, denominado,
todos os fatos que assinalaram o início dos também, de Grandes Navegações. Não podemos esquecer
Tempos Modernos, estando presente nos que, entre os séculos XV e XVI, estavam em ação:
diversos acontecimentos introdutórios da Idade ~ o interesse burguês na ampliação de seus negócios;
Moderna." ~ a centralização do poder real, o que colocou os Estados
Modernos como agentes fundamentais na expansão
marítima e comercial;
A expansão marítima e comercial européia
~ os avanços tecnológicos na área de navegação;
Os séculos XIV e XV assinalam uma crise de retração ~ o espírito religioso, muito utilizado como bandeira para
no feudalismo. As cidades atraíam os servos que cada vez as navegações.
mais lá queriam vender os excedentes de sua produção, . "O espírito de aventura dos povos ibéricos e o desejo
ou então, para lá fugiam, tornando-se homens livres. de conversão dos 'infiéis' têm sido apontados como causa
Muitos senhores feudais (nobreza) se adaptaram à das navegações, já que os portugueses e espanhóis, tendo
crise da servidão, transformando algumas obrigações servis lutado séculos contra os árabes, desenvolveram um ideal
em pagamentos em dinheiro, ou 'comprando produtos de de conversão e catequese, aliados a grandes doses de
.1)(0 e vendendo a produção de seus feudos. fanatismo. Entretanto, os móveis religiosos foram mais
A crise da servidão tornou-se mais grave a partir do pretextos".
,éculo XIV, devido às catástrofes ocorridas então. A primeira
:::essas grandes catástrofes foi a fome que, agravando-se O pioneirismo português
s--:re os anos de 1315 e 1317, matou milhões de pessoas Portugal, o mais antigo Estado Moderno, foi o pioneiro
:= s:rrraqueceu a população européia. Alguns anos depois, no processo da expansão marítima e comercial. Vários
-- '3L7 a 1350, a Europa foi devastada pela Peste Negra, fatores explicam esse fenômeno, tais como
~ s:Jidemia vinda da Ásia que exterminou muita gente. ~ precoce centralização política, sendo que Portugal é um
erra foi outro terrível flagelo que enfraqueceu a Estado centralizado desde o século XII. O poder central
iec.aée feudal. A mais importante foi a Guerra dos Cem foi de suma importância na organização e no agencia-
, ..a França. Em toda a Europa, a mão-de-obra tornou- mento do financiamento das expedições ultramarinas;
~ existência de uma burguesia mercantil sólida, desde o em 1492, o que ocupava a atenção e recursos das
século XIV, sendo que Portugal era um importante elo monarquias ibéricas;
entre as rotas do sul e do norte da Europa; ~ a inexistência de centralização política que só com o
~ ascensão ao trono, em 1385, da dinastia de Avis, interes- casamento dos reis de Aragão e Castela, respecti-
sada na expansão e responsável pela coordenação das vamente Fernando e Isabel, foi concretizada (final do
viagens; século XV);
~ posição geográfica favorável e conhecimento de técnicas ~ a associação do reino de Aragão a mercadores geno-
náuticas e militares que contribuíram, decisivamente, para veses no comércio Mediterrâneo desde o século XIII o
o sucesso das expedições. que retardou seu interesse por outras rotas.
A expansão portuguesa inicia-se em 1415, no reinado Em 1492, os "reis católicos" patrocinaram a viagem do
de D. João I, da dinastia de Avis. Veja algumas etapas dessa navegante genovês Cristóvão Colombo, iniciando a
expansão: expansão espanhola. A direção escolhida porém foi
. ~ a tomada da cidade árabe de CeUta, localizada no norte diferente: Colombo saiu em busca do Oriente através do
da África, em 1415. Nesse empreendimento houve uma Ocidente, descobrindo a América. Após a sua morte, depois
união de interesse do grupo mercantil com a nobreza de mais duas viagens ao novo continente (sem ter
territorial. Esta visava a conquista de terras dos consciência disso), é que o navegante florentino Américo
muçulmanos do norte da África, enquanto que a Vespúcio descobriu que as terras atingidas por Colombo
burguesia visava um ponto para o comércio com a região; não faziam parte da Ásia. Como, entretanto, o interesse
~ ocupação das ilhas da Madeira e Açores, na década de

I
europeu continuava sendo o Oriente, os espanhóis ainda
1420, onde se implantou a lavoura açucareira; tentaram descobrir uma passagem natural através da
~ descoberta da Guiné em 1434, onde se descobriu ouro.
América; foi assim que Vasco Nunes Balboa, em 1513,
Até essa época (meados do século XV), a expansão
descobriu o Pacífico e Fernão de Magalhães e Sebastião
portuguesa, já lucrativa em si, corria paralela ao comércio Elcano, entre 1519 e 1524 fizeram a primeira viagem de
italiano de especiarias, pelo Mediterrâneo. Em 1453,
circunavegação da Terra.
entretanto, os turcos otomanos tomaram a cidade de
Constantinopla, principal entre posto desse comércio, in- Outros países
viabilizando a rota mediterrânea. Daí, mesmo com a morte
França, Inglaterra e Holanda iniciam sua expansão
do Infante D. Henrique, filho mais novo de D. João I e principal
marítima e comercial posteriormente a Portugal e Espanha,
coordenador da expansão (1460), ela continua porque,
não conseguindo, portanto, ocupar grandes porções
nesse momento, o país que atingisse o Oriente teria o
coloniais na América ou no Oriente. A partir do século XVI,
monopólio das especiarias. A partir da segunda metade do
século XV essa expansão é claramente norteada para a
essas noções "retardadas" limitaram-se, inicialmente, à
busca de uma nova rota pelo sul da África. As principais pirataria e à ocupação de terras que os países ibéricos
foram: não tinham condições ou interesses em estabelecer laços
~ descoberta da foz do rio Congo, em 1482; comerciais ou de permanência. Dentre os principais
~ transposição do Cabo das Tormentas, em 1487, por episódios relacionados à França, Inglaterra e Holanda,
citamos:
Bartolomeu Dias (depois Cabo da Boa Esperança);
~ chegada às índias (Calecute), em 1498, por Vasco da ~ em nome de Francisco I, rei da França, Verazzano
Gama, concluindo finalmente a epopéia portuguesa; percorreu as costas da América do Norte, bem como
~ incorporação do Brasil ao império português, em 1500, Cartier, lançando aí as bases do Império Colonial
pela expedição comandada por Pedro Álvares Cabral Francês que se desenvolveu a partir do século XVII
que se dirigia à índia a fim de efetuar acordos comerciais. (Quebec). Fundaram ainda vários entrepostos comerciais
A descoberta do Brasil não desviou os portugueses dos na Ásia e África, mas foram frustrados na tentativa de
seus principais interesses que estavam no comércio com estabelecimento de colônias no Rio de Janeiro e no
as índias. Afonso de Albuquerque, na década de 1510, Maranhão;
comandou a expedição que ocupou Ormuz, na entrada ~ no reinado de Henrique VIII, João e Sebastião Caboto,
do Golfo Pérsico, Socotora e Aden, na entrada do Mar italianos, exploraram o litoral da América do Norte. No
Vermelho. Essas posições estratégicas em mãos de reinado de Elizabeth I (1558-1603) Francis Drake fez uma
portugueses impediram o fluxo das especiarias para o viagem de circunavegação no globo e Walter Raleigh
Mediterrâneo, inviabilizando de vez o comércio italiano tentou fundar uma colônia na América do Norte. Utilizando
na área. a rota do Cabo da Boa Esperança, navegadores ingleses
estabeleceram entrepostos comerciais em vários pontos
A expansão espanhola da Ásia.
A participação espanhola nas navegações iniciou-se Os holandeses, com a crise da expansão portuguesa,
no final do século XV, quase cem anos após o início da passaram a ocupar vários pontos de comércio na Ásia e
expansão portuguesa. Esse atraso deveu-se a: África. Fundaram colônias na América do Norte, tentaram
~ continuação da luta para a expulsão dos árabes do fixar-se no Brasil, ocuparam a Guiana e algumas ilhas nas
território espanhol, iniciada no século VIII e só concluída Antilhas.
A expansão marítima portuguesa e espanhola. Veja a posição de Portugal e Espanha junto ao Oceano Atlântico:

I
OCEANO
OCEANO INDICO
ATLANTlCO

• Navegação portuguesa

(Rotas portuguesas e espanholas na Expansão Marítima e Comercial) - -. Caminho espanhol

Viagem de Pedro Álvares Cabral

ÁSIA

,
Baía Cabrália
"""-

••••••"" OC~ANO
'ATLANTICO OCEANO
INDICO

(Rota de Cabra!. O Tratado de Tordesilhas é uma das grandes novidades da época: os acordos internacionais)
Resultados da expansão marítima e comercial ~ Os abusos cometidos pelo clero católico ignorante e sem
européia uma pastoral definida, já que não recebia nenhuma
A partir de 1450, ocorre uma prafunda transformação orientação teológica ou litúrgica. A Igreja possuía enor-
no comércio europeu, convencionando-se denominá-Ia de mes propriedades em toda a Europa Ocidental,
Revolução Comercial. Além da ampliação do comércio acumulava riquezas oriundas de doações ou impostos,
detinha enorme prestígio social e cultural e formava um
europeu, que atinge, a partir do século XV uma escala
mundial, novos mercados e novos produtos aparecem, Estado autônomo dentro dos Estados europeus, com
dinamizando a economia, enriquecendo os Estados euro- estatutos, tribunais e idioma próprios. Isso atraía para
peus e fortalecendo a burguesia mercantil. Por outro lado, é seus quadros indivíduos sem nenhuma vocação reli-
importante destacar algumas conseqüências da Expansão giosa, interessados apenas em usufruir das vantagens
Marítima e Comercial, em outros campos, tais como: que implicavam em fazer parte do clero. Durante o
~ restabelecimento da escravidão, a partir do tráfico Renascimento, o espírito crítico que se desenvolveu no
negreiro e do escambo; Ocidente fez com que as próprias origens da instituição
~ declínio das cidades italianas, que perderam o monopólio religiosa fossem pesquisadas, concluindo-se, dessa
do comércio com o Oriente; forma, que o cristianismo original nada tinha a ver com
~ europeização do mundo; os desvios sofridos pela Igreja na Idade Média.
~ emergência do Atlântico como eixo da economia mundial;
As seitas protestantes
~ colonização da América e desenvolvimento do Antigo
~ O Luteranismo
Sistema Colonial, baseado no pacto ou exclusivismo
colonial; Lutera era um monge da ordem dos agostinianos, que
~ comprovação da esfericidade da Terra, etc. lecionava teologia na Universidade da Wittenberg. Em 1517
entra em atrito com o dominicano Tetzel, que havia sido
A Reforma e a Contra-Reforma enviado à sua cidade pelo arcebispo de Mogúncia para
vender indulgências. O caso ficou mais grave na época
Também a Igreja Católica sofre com as transformações
porque o arcebispo havia recebido dos banqueiros Fuggers
vivenciadas no final da Idade Média e princípio da Idade
uma soma em dinheiro e deu-Ihes em pagamento a metade
Moderna. Conceitua-se Reforma como a quebra da unidade
dos rendimentos das indulgências cobradas.
católica na Europa Ocidental, a partir do século XVI. Esse
Lutero acusou a venda irregular e aproveitou a oportu-
fenômeno histórico provocou o surgimento de diversas
nidade para falar de outros aspectos de que discordava na
religiões, denominadas de reformistas ou de protestantes.
Igreja, através de 95 Teses afixadas na porta da Catedral de
Ao longo da Idade Média, a Igreja Católica tornou-se
Wittenberg. O Papa Leão X a princípio não deu importância
uma instituição poderosa, rica e influente. O poder papal
ao fato, mas em 1520, excomungou Lutera que se negou a
representava o coletivismo medieval e pairava acima de
retirar o que dissera. Estava efetivada a ruptura.
tudo e de todos. O sistema feudal encontrava, no catoli-
É importante ressaltar que a adesão às idéias lute-
cismo, o seu elemento ideológico, como já vimos no Capí-
ranas e a rápida expansão do movimento se devem à
tulo I. Agora, a partir do século XVI, o poder da Igreja rui
peculiar situação política do Sacro Império Romano
como um castelo de cartas. Por quê? Eis as razões:
Germânico, um aglomerado de principados submetidos à
~ O desenvolvimento econômico dos séculos XV e XVI que
autoridade imperial de Carlos V. Esses príncipes, entretanto,
favoreceu as condições de vida urbana e estimulou a
desejosos de se livrarem tanto da interferência papal, como
pesquisa e a ciência, facilitando a divulgação dos
da autoridade do imperador, legalizada pelo catolicismo,
conhecimentos religiosos. Além disso, o fortalecimento
protegeram Lutera da perseguição do imperador.
da burguesia fazia com que essa classe sentisse um
Os pontos fundamentais da doutrina luterana são os
obstáculo ao seu desenvolvimento: o sistema feudal, do
que se seguem:
qual a Igreja Católica era sustentáculo. Ainda mais a
• a base da salvação humana é a fé e não as boas obras,
Igreja condenava as práticas capitalistas nascentes,
como afirmava a doutrina de S. Tomás;
através das doutrinas do "justo preço" e da "usura",
• o culto não necessita de intermediários entre o fiel e
entesourava riquezas que poderiam dinamizar as trans-
Deus, sendo, portanto, muito simples;
formações econômicas e impunha inúmeras taxações,
• a Bíblia é a única fonte da verdade religiosa;
reduzindo o poder de investimento da burguesia.
• o fiel deve livremente interpretar a Bíblia (daí o grande
~ A emergência dos Estados Nacionais e o atrito oriundo
número de seitas nas quais se ramificou o protes-
dos choques destes com o poder supranacional do Papa,
tantismo);
considerado desde a Idade Média "o soberano de todos
• abolição da hierarquia eclesiástica por ministros subor-
os soberanos". Os reis também ambicionavam apode-
dinados ao Estado;
rar-se dos bens da Igreja e manter no país os tributos
• abolição dos sacramentos, com exceção do batismo e
que iam para Roma. O intento desses governantes foi
eucaristia. Na eucaristia Cristo está presente no pão e
favorecido pelo nacionalismo emergente nas populações
no vinho, mas estes não se transformam no corpo de
européias no início da Idade Moderna, que preferiam ver
Cristo (consubstanciação e não transubstanciação);
religiões nacionais implantadas em seus países.
aoolição do jejum, abstinência, culto dos santos, vene- Perseguido na França transferiu-se para Genebra, na
raÇão de imagens, peregrinações e relíquias; Suíça, onde Zwinglio já havia lançado as bases da crítica
egação da existência do purgatório, e conseqüen- ao catolicismo, com a criação da chamada "Igreja
:emente de indulgências. Democrática". As principais idéias de Calvino foram:
protestantismo luterano deu origem no início do • livre interpretação da Bíblia, negação ao culto dos santos
s....6o.lloXVI a dois tipos de revoltas: e da Virgem, negação da infalibilidade do Papa;
• nobres empobrecidos, que saquearam mosteiros e • destruição completa do livre-arbítrio, com a defesa da
castelos, levando as idéias de Lutero, mas que foram predestinação absoluta dos eleitos e condenados;
esmagados pelos exércitos dos bispos; • defesa das atividades econômicas até então rejeitadas
• do campesinato que exigia a abolição dos privilégios pela Igreja, baseado na crença de que todo trabalho feito
feudais e a reforma agrária. A revolta de Thomas Munzer com honestidade e sobriedade era agradável a Deus,
(anabatistas) foi brutalmente reprimida, com o incentivo sendo que somente os predestinados ao céu conse-
do próprio Lutero: "É preciso despedaçá-Ias, degolá-Ias, guiam vencer na vida. Não é preciso destacar o quanto
apunhalá-Ias, em segredo e em público, quem possa essa doutrina foi agradável aos comerciantes, ban-
fazê-Ia, como se tem que matar um cachorro louco". queiros, industriais, armadores, etc., sendo considerada
A essa altura a teologia luterana já estava amoldada aos um dos fatores de impulso ao nascente capitalismo;
interesses da burguesia emergente e da pequena • defesa da separação entre Igreja e Estado, que assim
nobreza. poderiam exercer melhor suas respectivas atribuições;
• abolição do culto exterior, com a rejeição da missa, dos
sacramentos (reduzidos a simples comemorações) e
de tudo o que não estivesse rigorosamente escrito na
Bíblia;
• crença de que a santidade da vida era maréa da pre-
destinação e em conseqüência, a cidade calvinista
deveria ser uma cidade santa. Em nome desse princípio,
Calvino instalou em Genebra uma verdadeira ditadura,
onde a vida particular dos membros da Igreja era
rígorosamente fiscalizada.
O calvinismo expandiu-se por toda a Europa. Na
Boêmia (Tchecoslováquia) e na Polônia superou o
Luteranísmo. Na França, os calvinistas (huguenotes) foram
intensamente perseguidos. Também alcançou a Inglaterra
Martinho Lutero, filho de camponeses abastados, (puritanos) e a Escócia (presbiterianos).
nasceu a 10 de novembro de 1483, em Eisleben (Saxe ~ O Anglicanismo
ou Saxônia). Fez seus estudos em Magdeburgo e entre Na Inglaterra, a Reforma deu origem ao surgimento
1501 e 1505 estudou Filosofia na Universidade de Erfurt; da Igreja Anglicana, que guardou muitos pontos em comum
entrou para a Ordem dos Agostinianos, de Santo com a Igreja Católica.
Agostinho, em 17 de julho de 1505. Em 1510, viajou O rompimento com o catolicismo foi efetivado pelo rei
para Roma, onde constatou os desmandos da Henrique VIII que entrou em conflito com o Papa Clemente
Corte pontifícia do papa Júlio 11. Tornou-se prior do VII, devido à luta pelo poder político, que o rei tentava
convento de Wittenberg em maio de 1512; nessa transformar em absolutista. Para encobrir os choques
ocasião tornou-se também doutor em Teologia e políticos Henrique VIII usou o pretexto da dissolução de seu
casamento com a princesa espanhola Catarina de Aragão,
passou a lecionar na Universidade da mesma cidade.
que dependia da aprovação do Papa. Pressionado por
A partir daí, transformou-se no grande questionador da
Carlos V, rei da Espanha, Clemente VII negou a anulação
Igreja e da atuação dela; deu origem à Reforma e ao
do casamento, que serviu para que Henrique VIII rompesse
surgimento do protestantismo. Em 1524, abandonou
os hábitos monásticos e casou-se com Catarina de com o catolicismo e fundasse a Igreja Anglicana, através
do Ato de Supremacia. Por esse documento seria o rei e o
Rorah. Morreu a 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben,
sua cidade natal. chefe da nova religião.
(NADAI, Elza. História Geral) Com esse rompimento o poder do rei, logicamente,
aumentou, já que assumia o papel de chefe espiritual da
nação, além de aumentar a arrecadação do Estado e se
apropriar das terras pertencentes à Igreja Católica. Quanto
ao culto e à doutrina da nova igreja, praticamente continuaram
oão Calvíno, na França, seguiu inicialmente os os mesmos do catolicismo, além de haver Henrique VIII
e~.s·-;a:-er:os de Lutero, mas em 1539, publícou a Insti- perseguido tanto católicos quanto calvinistas (puritanos).
onde se encontram as bases da religião por Com a morte de Henrique VIII o calvinismo alcançou
supremacia no país graças aos regentes do trono, já que o
herdeiro (Eduardo VI) era menor. Com a morte deste, sobe • adotou a Vulgata (versão latina da Bíblia de São
ao trono a filha mais velha de Henrique VIII, Mary Tudor, que Jerônimo), como único texto que podia ser aceito pelos
reintroduz o catolicismo. Só no reinado de Elizabeth I (1558- católicos;
1603) sua segunda filha, é que o anglicanismo se consolida • proibiu a acumulação de cargos e paróquias por parte
definitivamente no país. A rainha era esperta o suficiente de um único eclesiástico.
para perceber que era essa a religião que mais reforçava Por outro lado, a doutrina católica não sofreu nenhuma
seu poder, além de mesclar a doutrina com algumas idéias modificação:
calvinistas, satisfazendo dessa forma as duas tendências
• os sete sacramentos foram confirmados; e na Eucaristia
religiosas mais fortes no país, além do próprio angli-
predominou a doutrina da "transubstanciação";
canismo.
• as indulgências e relíquias continuaram a existir, desde
A Contra-Reforma que não houvesse abusos na sua concessão;
Chama-se de Contra-Reforma, o movimento de reno- • as boas obras foram confirmadas como meios de salva-

vação da Igreja Católica, sendo considerado uma reação à ção, juntamente com a fé;
Reforma Protestante. É verdade que, em alguns países • a tradição da Igreja foi confirmada como fonte de ensina-
(Itália, Espanha e Portugal) esse movimento de renovação mentos religiosos, ao lado da Bíblia.
já havia se iniciado mesmo antes do início da Reforma Além das medidas de contenção do protestantismo
Protestante. dentro da própria Europa, a Igreja lançou-se à conquista de
A Igreja Católica usou, basicamente, de três instru- novos territórios, conhecidos após o Expansionismo
mentos para deter o avanço do protestantismo: Europeu. Este último aspecto da Contra-Reforma teve nos
I- a Companhia de Jesus, fundada em 1540 por Inácio jesuítas seus principais agentes. Destaca-se, por exemplo,
de Loyola na Espanha, e que se dedicava a pregar a fé
São Francisco Xavier, apóstolo na índia e no Japão.
católica. Formados sob rígida disciplina, os jesuítas
Concluindo, podemos afirmar que a Contra-Reforma
fortaleceram a doutrina católica em missões de
nos aspectos de organização alterou a estrutura da Igreja,
catequese por todo o mundo;
mas no aspecto doutrinário e através de alguns instru-
11 - o restabelecimento do tribunal da Inquisição nos países
mentos utilizados (Inquisição) foi bastante conservadora.
onde o protestantismo não havia penetrado;
111-a convocação do Concilio de Trento (1545-1563) pelo Reflexos da Reforma
Papa Paulo 111, que teve seu poder garantido diante do
Concílio pela Companhia de Jesus. Este se reuniu em ~ fragmentação do cristianismo ocidental em catolicismo
três fases e adotou as seguintes medidas: e protestantismo;
• restaurou a disciplina na Igreja Católica, através da ~ fortalecimento do poder real, tanto nos países onde
afirmação da soberania do Papa em matéria religiosa, predominou o protestantismo quanto naqueles que
da confirmação do celibato clerical e da obrigatoriedade permaneceram católicos;
dos seminários; ~ eclosão de guerras de religião em vários países eu-
• condenou a venda de objetos sagrados (simonia) e ropeus;
regulamentou a concessão de indulgências; ~ reforço dado ao desenvolvimento do capitalismo, já que
• publicou o Catecismo, contendo as verdades essenciais
a doutrina da salvação, relacionada à riqueza individual,
da religião, em linguagem acessível;
estimulou o crescimento econômico;
• instituiu o Index Librorum Prohibitorum, relação, periodica-
~ expansão do catolicismo, em seu zelo missionário, por
mente renovada, de livros contrários aos dogmas da
outros continentes.
Igreja;
EXERCíCIOS DE FIXAÇÃO
01. (UFTM-MG-2007) A formação do sister.1a feudal, dominante
principalmente nos territórios do Império Carolíngio, durante
a Idade Média, esteve ligada
A) à integração de instituições romanas e germânicas,
tais como o colonato e o Comitatus.
B) ao fim da importância das leis baseadas nos costumes
e aos ataques vikings.
C) às constantes invasões dos bárbaros germânicos, que
levaram à queda do Império Bizantino.
D) à decadência do escravismo romano e ao gradativo
processo de êxodo rural.
E) ao fortalecimento do poder real, devido à distribuição
de benefícios aos guerreiros fiéis.

02. (UFV-MG-2006) O período compreendido entre os séculos V


e XV é conhecido por "Idade das Trevas" ou "Idade Média".
Estes termos pejorativos- esconderam, durante muito
tempo, a importância daquela época, na qual, segundo
muitos historiadores, surgiram os traços que caracterizam
atualmente o Ocidente. Mas, não obstante essa valorização,
o termo "Idade Média" continua sendo utilizado nos livros e
manuais escolares.

Com base nessas informações e nos conhecimentos sobre


as transformações ocorridas a partir do século XV na
Europa, assinale a afirmativa INCORRETA.
A) A concepção da História como um processo levou os
o
historiadores a atenuarem o caráter de ruptura dos
acontecimentos e dos movimentos artístico-culturais,
como o Renascimento, o que contribuiu para a valorização
das realizações humanas do período medieval.
B) A tentativa de Napoleão Bonaparte de dominar
a Europa estimulou o nacionalismo em diversos
países, provocando uma valorização do período
medieval, identificado como o momento de origem
das nacionalidades.
C) A expressão "Idade Média" se refere à época
compreendida entre uma fase de predomínio das
práticas pagãs e outra em que surgiram as religiões
reformadas, constituindo-se numa referência ao período
em que a Igreja Católica suprimiu outras crenças.
D) A recuperação da Europa, após a crise do século
- XIV, assentava-se sobre elementos medievais, pois
o Absolutismo tinha relações com o processo de
fortalecimento do poder real, os Descobrimentos com
as viagens dos italianos e o Protestantismo com os
movimentos heréticos.
E) O mito historiográfico da "Idade das Trevas" teve
origem no século XIV, quando o termo tenebrae
começou a ser empregado para designar o período
posterior à Antiguidade Clássica, mas generalizou-se
principalmente a partir do século XVI.

EXERCíCIOS PROPOSTOS

01. (UFJF-MG-2004) Leia atentamente o trecho a seguir.


a medieval só conhecia um modo de modificar a ordem das
coisas naturais: o milagre. A ideia de impossível não tinha
lugar. Em princípio, tudo era possível. a universo estava
completamente embebido de vontade divina. Nada deixava
de ser viável, se estivesse de acordo com este fundamento
que presidia o mundo e as vidas. a universo cotidiano
estava inteiramente pontilhado por milagres, prodígios e
maravilhas. Deus não era de modo algum algo remoto.
RODRIGUES,
JoséCarlos.O corpo na História. Rio de Janeiro:
Fiocruz,1999, p. 44.
A importância do aspecto religioso no modo como o
homem medieval interpretava o mundo em que vivia
demonstra o poder que a Igreja Católica detinha. Esse
poder pode ser atribuído a diversos fatores, EXCETO
A) Ao crescimento do número de fiéis, fruto de um
intenso processo de evangelização de populações que
eram antes politeístas.
B) Ao controle exercido sobre a produção intelectual
deixada pela antiguidade e sobre as atividades de
ensino.
C) Ao papel de Instituição, alcançado pela Igreja, ao
sobreviver ao fim político e administrativo do império
Romano do Ocidente.
D) À posição assumida pela Igreja, na defesa das
camadas mais pobres da sociedade, contra a
exploração do trabalho servil.
E) Ao poderio econômico que a Igreja alcançou por meio
das inúmeras doações recebidas, inclusive de terras.

02. (UnB-DF) A respeito das transformações econômicas,


sociais, políticas, culturais e religiosas da Alta Idade
Média, julgue as seguintes informações:
( ) A vida urbana, o desenvolvimento do artesanato e o
crescimento demográfico intensificaram-se devido às
migrações dos povos bárbaros.
) O mar Mediterrâneo, dominado pelos muçulmanos,
continuou sendo a principal rota de ligação entre
Ocidente-Oriente .
. ( ) Os reinos bárbaros caracterizam-se pela fraqueza
do poder central e pela utilização do regime da
personalidade das Leis.
) A igreja cristã assumiu um papel político de destaque,
preservou o legado cultural greco-romano e passou
a denominar-se católica, isto é, universal.
03. (FUVEST-SP) o feudalismo medieval nasceu no seio de C) fragmentação política, pois suseranos e vassalos
uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, exerciam poder em seus feudos.
ele nasceu dessas perturbações. Ora, entre as causas D) fortalecimento da autoridade dos reis, pois os
que contribuíram para criar ou manter um ambiente tão senhores deviam-Ihes obediência direta.
tumultuado, algumas existiram completamente estranhas E) diminuição da importância econômica da terra, pois
à evolução interior das sociedades europeias. os vassalos perdiam a posse dos feudos.
BLOCH,Marc.A sociedadefeudal
o texto refere-se 06. (UFJF-MG-2007) Sobre o contexto social e econômico
A) às invasões dos turcos, lombardos e mongóis que do século XIV na Europa medieval, marque a alternativa
a Europa sofreu nos séculos IX e X, depois do INCORRETA.
esfaceiamento do ImpériO Carolíngio. A) A mão-de-obra disponível para atuar no campo foi
B) às invasões prolongadas e devastadoras dos reduzida devido às epidemias e guerras existentes
sarracenos, húngaros e vikings na Europa, nos séculos no período.
IX e X (ao sul, leste e norte, respectivamente), depois B) As revoltas camponesas, como a jacquerie, acabaram
do esfacelamento do Império Carolíngio. por ocasionar alterações nas obrigações típicas do
C) às lutas entre camponeses e senhores do campo sistema feudal.
e entre trabalhadores e burgueses das cidades, C) A reduzida oferta de metais preciosos, como a
impedindo qualquer estabilidade social e política. prata, contribuiu para a expansão do processo
D) aos tumultos e perturbações provocadas pelas inflacionário.
constantes fomes, pestes e rebeliões que assolavam D) A burguesia teve seu prestígio econômico reduzido
as áreas mais densamente povoadas da Europa. pela crise das atividades urbanas, o que fortaleceu o
E) à combinação de fatores externos (invasões e poderio dos senhores feudais.
introdução de novas doutrinas e heresias) e internos E) A instabilidade climática, com chuvas constantes,
(escassez de alimentos e revoltas urbanas e rurais). levou a uma grande retração nas colheitas, diminuindo
fortemente a produção agrícola.
04. (UFJF-MG-2009) Sobre o contexto de consolidação do
poder da Igreja na Idade Média, leia as afirmativas a 07. (FUVEST-SP)A peste, a fome e a guerra constituíram os
seguir e, em seguida, marque a opção CORRETA. elementos mais visíveis e terríveis do que se conhece
r. O cristianismo e todas as suas instituições podem como a crise do século XlV. Como conseqüência dessa
ser considerados elementos unificadores do mundo crise, ocorrida na Baixa Idade Média,
europeu após a crise do ImpériO Romano e as invasões A) o movimento de reforma do cristianismo foi
bárbaras. Nessa longa trajetória, a Igreja de Roma interrompido por mais de um século, antes de
assume o seu papel de liderança religiosa, através do reaparecer com Lutero e iniciar a modernidade.
combate às heresias.
B) o campesinato, que estava em vias de conquistar a
II. Desde os primeiros tempos do período medieval, liberdade, voltou novamente a cair, por mais de um
a união entre as Igrejas Ocidental e Bizantina século, na servidão feudal.
representava o símbolo da unidade da cristandade.
C) o processo de centralização e concentração do poder
Os papas procuravam favorecer o Império Bizantino
e consolidar a Igreja Ortodoxa, visando a aumentar político intensificou-se até tornar-se absoluto, no
início da modernidade.
a influência da Igreja romana no universo cristão
ocidental. D) o feudalismo entrou em colapso no campo, mas
IIr. Havia grupos considerados heréticos, como os manteve sua dominação sobre a economia urbana
até o fim do Antigo Regime.
valdenses e os cátaros, que criticavam a hierarquia
católica e não reconheciam a autoridaGle papal. E) entre as classes sociais, a nobreza foi a menos
Havia também outros movimentos que foram prejudicada pela crise, ao contrário do que ocorreu
incorporados pela Igreja Católica e que levaram à com a burguesia.
formação de ordens religiosas, como franciscanos e
dominicanos.
A) Todas estão corretas. GABARITO
B) Todas estão incorretas.
C) Apenas a I e a II estão corretas.
D) Apenas a I e a III estão corretas. Fixação
E) Apenas a II e a III estão corretas. 01. A 02. C

05. (UFTM-MG)As relações de suserania e vassalagem, típicas


da Idade Média, resultaram em Propostos
A) grande arrecadação de tributos, pois os vassalos 01. D 03. B 05. C 07. C
deviam a talha e a corveia aos suseranos.
02. FV V V 04. D 06. D
B) reforço do poder da Igreja Católica, pois os suseranos
julgavam os hereges.
EXERCíCIOS DE FIXAÇÃO

01. (FUVEST-SP) Na Europa Ocidental dos nossos dias, em


consequência do processo de integração, verifica-se um
problema parecido com o que existiu durante a Baixa
Idade Média. Trata-se do problema de articulação das
três esferas do poder político: o poder local, o poder
do Estado-Nação e o poder supra nacional. Hoje, se a
integração se concretizar, ela será feita, ao contrário do
que ocorreu no fim da Idade Média, em prejuízo do poder
do Estado-Nação. INDIQUE
Organização dos Estados Nacionais

A) quem exercia cada uma das três esferas do poder


durante a Baixa Idade Média?

B) qual delas, no fim deste período histórico, se sobrepôs


às demais; por quê?

02. (UFOP-MG) No tocante ao processo de transformação da


economia europeia, no final da Idade Média, assinale a
alternativa CORRETA.

A) Teve como característica principal o fortalecimento das


relações de servidão, que sujeitavam o camponês ao
poder do senhor feudal, na Europa Ocidental.
B) Como desevolvimento das atividades mercantis,
a Itália teve condições de se impor como um Estado
independente junto às demais potências da época.
C) O Mediterrâneo se constituiu na principal rota de
comércio entre a Europa e as civilizações localizadas
no Oriente Médio e na Ásia.
D) Em decorrência do grande desenvolvimento comercial,
a maior parte da população passou a residir em
centros urbanos, despovoando os campo?
E) Com o crescimento do comércio de lã, a Inglaterra
desenvolveu a manufatura de tecidos, cuja matéria-
prima era majoritamente fornecida pelos PaísesBaixos.

EXERCíCIOS PROPOSTOS
01. (FUVEST-SP) No processo de formação dos Estados
Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser
identificados os seguintes aspectos:
A) Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento
da formação do Estado Moderno.
B) Ampliação da dependência do rei em relação aos
senhores feudais e à Igreja.
C) Desagregação do feudalismo e centralização política.
D) Diminuição do poder real e crise do capitalismo
comercial.
E) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o
Estado e a Igreja.

02. (UnB-DF) Na Baixa Idade Média, iniciaram-se as mudanças


na Europa Ocidental que, a seguir, desencadearam
o processo de montagem do sistema capitalista.
Relativamente a essas mudanças, julgue os itens a
seguir.
) A atividade mercantil ganhou impulso, a monetarização
das trocas fez-se presente e o segmento social
burguês foi conquistando espaço social e político.
) Nos centros urbanos, as corporações de ofício
regulavam a produção manufatureira e o trabalho
assalariado foi tornando-se comum.
) A despeito da resistência da aristocracia feudal, os
monarcas dispuseram-se a enfrentar a parcelarização
política então vigente.
) A crise do século XIV reforçou os poderes dos senhores
feudais, à medida que possibilitou a migração de
mão-de-obra das cidades para os campos.
03. (FUVEST-SP) Após ter conseguido retirar da nobreza C) a retomada do Direito Romano, que ofereceu suporte
o poder político que ela detinha enquanto ordem, jurídico tanto para as atividades das camadas
os soberanos a atraíram para a corte e lhe atribuíram mercantis como para a centralização política.
funções políticas e diplomáticas. D) a capacidade de certos grupos da nobreza de
Esta frase, extraída da obra de Max Weber, Política como alcançarem vitória em guerras civis, ainda que
vocação, refere-se ao processo que, no Ocidente dizimando grande parcela dessa camada social.

A) destruiu a dominação social da nobreza, na passagem


da Idade Moderna para a Contemporânea. 07. (UFMG) Leia o texto.

B) estabeleceu a dominação social da nobreza, na Por enquanto, ainda el-rei está a preparar-se para a noite.
passagem da Antiguidade para a Idade Média. Despiram-no os camaristas, vestiram-no com o trajo da
função e do estilo, passadas as roupas de mão em mão
C) fez da nobreza uma ordem privilegiada, na passagem
tão reverentemente como relíquias santas, e isto se passa
da Alta Idade Média para a Baixa Idade Média.
na presença de outros criados e pagens, este que abre o
D) conservou os privilégios políticos da nobreza, na gavetão, aquele que afasta a cortina, um que levanta a luz,
passagem do Antigo Regime para a Restauração. outro que lhe modera o brilho, dois que não se movem, dois
E) permitiu ao Estado dominar politicamente a nobreza, que imitam estes, mais uns tantos que não se sabe o que
na passagem da Idade Média para a Moderna. fazem nem por que estão. Enfim, de tanto se esforçarem
todos ficou preparado el-rei, um dos fidalgos retifica a
prega final, outro ajusta o cabeção bordado.
04. (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatores que
caracterizaram os Estados Nacionais formados a partir SARAMAGO. José. Memorialdo convento.
do século XV, EXCETO Nesse texto, Sara mago descreve o cotidiano na corte
A) Criação de um exército permanente. no período de consolidação do Estado Moderno. Todas
B) Manutenção dos privilégios das corporações. as alternativas referem-se ao Absolutismo Monárquico,
EXCETO
C) Organização de um sistema nacional de impostos.
A) A classe dominante, durante toda a época moderna,
D) Ordenação de uma administração centralizada.
não era mais a mesma do período feudal, tanto política
quanto economicamente.
05. (UFU-MG) Sobre o processo histórico de constituição dos B) A história do Absolutismo Monárquico é a história da
Estados nacionais modernos na Europa, a partir de fins lenta reconversão da nobreza a um papel parasitário,
do século XIV, é CORRETO afirmar que o que lhe permitiu regalias.
A) enquanto os interesses dos reis voltavam-se para a C) A nobreza passou por profundas transformações no
criação de um poder absoluto, centralizado política período monárquico de centralização, mas nunca foi
e administrativamente, a burguesia lutava para desalojada do poder político.
garantir a descentralização, o livre mercado e o fim
D) O Absolutismo era um rearranjo do aparelho
das intervenções do Estado na economia.
de dominação, destinado a sujeitar as massas
B) a formação dos Estados nacionais modernos, com o camponesas, que sublevadas questionavam o papel
poder centralizado nas mãos dos reis, não significou tradicional da nobreza.
o rompimento da hierarquia social característica da
E) O Estado Absolutista era uma nova carapaça política
época medieval, continuando a sociedade dividida em
estamentos ou ordens sociais. de uma nobreza atemorizada, que passou a ocupar
um lugar junto ao Rei, se tornando cortesã.
C) oriundo da desagregação das relações de poder
do mundo feudal, o Estado nacional moderno foi o
instrumento político que assegurou a liberdade e os GABARITO
direitos de cidadão para as massas camponesas da
Europa.
Fixação
D) entendendo que a concentração de poder nas mãos
dos soberanos prejudicava o livre desenvolvimento o 1. A) o poder local era exercido pela nobreza e cidades
da economia burguesa, Thomas Hobbes e Jean Bodin autônomas; o poder Estado-Nação pelo rei, e o
elaboraram as bases teóricas que fundamentaram poder supranacional pelo papa.
a luta da nascente burguesia contra as monarquias
nacionais. B) O Estado-Nação, com o apoio da burguesia, a
diminuição do poder político da nobreza, as guerras
e a nova realidade econômica.
06. (Unimontes-MG-2007) Para a formação dos Estados
02. C 07.
06.
05. A
B
absolutistas europeus, na transição entre a Idade Média
e Moderna, NÃO contribuiu 02.
03. V
04. EV V F
B
A) o auxílio econômico da camada mercantil, interessada
Propostos
01. C

em obter proteção para suas rotas comerciais e se


ver livre das extorsões dos senhores feudais.

B) o apoio dos camponeses, superexplorados pelos


nobres que poderiam proporcionar a defesa dessa
camada menos favorecida socialmente.
EXERCíCIOS DE FIXAÇÃO
01. (Unimontes-MG-2006) Analise as afirmativas a seguir
acerca da França do século XVIII, assinalando C para as
CORRETAS e I para as INCORRETAS.
( ) O Estado Absolutista francês pautou-se pela
hipertrofia das atribuições da monarquia nacional e
pelo enfraquecimento da ação dos Estados Gerais.
) O Estado Absolutista francês pautou-se pela limitação
do poder da Igreja e pela submissão do alto clero ao
pagamento de impostos.
) O Estado Absolutista francês pautou-se pela
ampliação do poder das Assembleias Populares, ou
Estados Gerais, na condução das questões políticas
nacionais.
Você obteve
A) C, I e I B) C, C e I C) I, C e C D) I, I e C

02. (UFV-MG-2004) Mercantilismo é um termo que foi criado


pelos economistas alemães da segunda metade do século
XIX para denominar o conjunto de práticas econômicas
dos Estados europeus, nos séculos XVI e XVII. Das
alternativas a seguir, assinale aquela que NÃO indica
uma característica do mercantilismo.
A) Busca de uma balança comercial favorável, ou
seja, a superação contábil das importações pelas
exportações.
B) Intervencionismo do Estado nas práticas econômicas,
através de políticas monopolistas e fiscais rígidas.
C) Crença em que a acumulação de metais preciosos era
a principal forma de enriquecimento dos Estados.
D) Aplicação de capitais excedentes em outros paísespara
aumentar a oferta de matérias-primas necessárias à
industrialização.
E) Exploração de domínios localizados em outros
continentes, com o objetivo de complementar a
economia metropolitana.

EXERCíCIOS PROPOSTOS
01. (UFOP-MG) Assinale a alternativa que define com maior
exatidão o direito divino dos reis.
A) Ideia de legitimidade de um governo baseada no
princípio da delegação divina do direito de comandar
um povo, que deve prestar obediência ao governante
assim empossado.
B) Princípio de legitimidade de um governo, baseado na
obrigatoriedade de o povo obedecer ao governante
que foi eleito pela parcela cristã da população.
C) Fundamento de governo das monarquias absolutas,
cuja base principal se assentava na premissa de
que o líder espiritual da religião cristã deveria ser o
monarca.
D) Princípio de governo defendido pelos líderes da
"reforma", movimento religioso preocupado com a
legitimação dos Estados vigentes no período.
E) Ideia de sacralização do poder régio, promovido pela
alta cúpula da Igreja Católica, que estava querendo
a supremacia do poder do papa sobre todas as
monarquias do período.
02. (UFOP-MG-2008) o século XVII, na França, foi marcado 05. (UFMG) Todas as alternativas contêm justificativas para o
pela força do governo de Luis XIV, conhecido como "Rei Sol". absolutismo monárquico na Era Moderna, EXCETO
A respeito desse governo, assinale a afirmativa CORRETA. A) Segundo Bossuet, todo poder público é fruto da
A) Era um governo favorável à liberdade religiosa, vontade divina e deve ser obedecido, e revoltar-se
exemplificada na manutenção do édito de Nantes, contra ele é cometer um sacrilégio.
que assegurava o culto protestante na França. B) Segundo Erasmo de Rotterdam, as razões de Estado,
B) Esse governo manteve uma política de livre circulação acessíveis somente aos governantes, não podem ser
de ideias, sendo conhecido como um "déspota contestadas pelos interesses individuais.
esclarecido".
C) Segundo Hobbes, o poder do governante resulta de
C) Nesse governo, foi marcante a atuação do Ministro um contrato no qual os governados renunciam aos
Richelieu, considerado o mais influente conselheiro seus direitos e a autoridade do monarca se torna
do rei Luis XIV. ilimitada.
D) No governo, houve crescimento da centralização D) Segundo Maquiavel, a obrigação máxima do
política e administrativa, marcado por uma política governante é manter o poder e a segurança do país
externa belicosa e mercantilista. que governa.

03. (UFLA-MG) Apresentamos, a seguir, três obras representativas 06. (UFMG-2006) Em 1726, o comerciante Francisco da
do absolutismo (coluna 1) e as principais ideias nelas
Cruz contou, em uma carta, que estava para fazer uma
contidas (coluna 2).
viagem à vila de Pitangui, onde os pau listas tinham
Numere a coluna 2 de acordo com a coluna 1 e identifique acabado de se revoltar contra a ordem do rei. Temeroso
a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. de enfrentar os perigos que cercavam a jornada, escreveu
COLUNA 1 ao grande comerciante português de quem era apenas
1. O Príncipe (1513-16) um representante em Minas Gerais, chamado Francisco
Pinheiro, e que, devido a sua importância e riqueza,
2. Leviatã (1651)
frequentava, no Reino, a corte do rei Dom João V. Pedia,
3. A República (1576) nessa carta, que, por Francisco Pinheiro estar mais junto
COLUNA 2 aos céus, servisse de seu intermediário e lhe fizesse o favor
( ) Defende a soberania do Estado e o caráter divino de me encomendar a Deus e à Sua Mãe Santíssima, para
do monarca, não havendo limites à autoridade do que me livrem destes perigos e de outros semelhantes.
mesmo. Carta 161, Maço 29, f.194. apud
) Afirma haver a necessidade de um Estado nacional LISANTI Fo., Luís. Negócios coloniais: uma correspondência
comercial do século XVIII. Brasília/São Paulo: Ministério da
forte, independente da Igreja e encarnado na figura
FazendajVisão Editorial, 1973. (Resumo adaptadO)
do chefe de governo.
) Justifica o surgimento do Estado enquanto um contrato Com base nas informações desse texto, é possível
social. Sem a existência do Estado, a humanidade concluir-se que a iniciativa de Francisco da Cruz revela
viveria em permanente situação de guerra. um conjunto de atitudes típicas da época moderna.

A) 2, 1, 3 C) 3, 2, 1 E) 1,2,3 É CORRETO afirmar que essas atitudes podem ser


explicitadas a partir da teoria estabelecida por
B) 1, 3, 2 D) 3, 1, 2
A) Nicolau Maquiavel, que acreditava que, para se
04. (UFU-MG-2008) Leia o trecho a seguir. alcançar a unidade na política de uma nação, todos
O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do os fins justificavam os meios.
próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma B) Etienné de La Boétie, que sustentava que os homens
maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e se submetiam voluntariamente a seus soberanos a
de mais alto: deve acreditar-se que ele vê melhor, e que partir da aceitação do contrato social.
deve obedecer-se-Ihe sem murmurar, pois o murmúrio é C) Thomas Morus, que idealizou uma sociedade utópica,
uma disposição para a sedição. sem propriedades ou desigualdades, em que os
BOSSUET, Jaques-Bénigne. Bispo de Meaux, governantes eram escolhidos democraticamente.
1627-1704. Política tirada da Sagrada Escritura. In: FREITAS, D) Jacques Bossuet, que defendia o direito divino dos
G. de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano
reis apoiado numa visão hierárquica dos homens e
Editorial, s/do p. 201. da política, como extensão da corte celestial.
Considerando os princípios que legitimavam o regime
monárquico absolutista, é CORRETO afirmar que, 02.
05.
06.
03.
04. B
D
A
segundo Bossuet, GABARITO
02. D
01.
01. A
A
A) a autoridade do rei é sagrada, pois ele age como
ministro de Deus na Terra. Propostos
Fixação
B) a soberania real deve ter limites, pois ela pode
provocar sedições.
C) todo o Estado está concentrado na pessoa do rei, que
deve se manter neutro diante dos conflitos sociais.
D) as leis e os indivíduos são soberanos em relação ao
rei e ao Estado.
EXERCíCIOS PROPOSTOS
01. (UFV-MG) A expansão marítima europeia, principalmente
no século XV, foi impulsionada pelos interesses da jovem
burguesia comercial aliada às monarquias nacionais.
A alternativa que NÃO expressa objetivos da expansão
marítima é:
A) Permitir o acesso aos metais preciosos da África,
principalmente do Sudão, e às especiarias e artigos
de luxo do Oriente.
B) Ampliar a lavoura açucareira para além de Algarve,
região localizada no sul de Portugal.
C) Identificar novas técnicas de cultivo de povos da
África e da América para incrementar a produção na
metrópole.
D) Buscar a superação da escassez de cereais no Reino
e em vários países europeus.
E) Capturar mão-de-obra para o trabalho escravo em
lavouras de cana nas Ilhas Africanas do Atlântico,
como Açores e Cabo Verde.

02. (UFMG) Leia estas estrofes iniciais de Os Lusíadas, poema


datado de 1572
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas


Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano


As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Porto: Porto Editora, 1975. p.69.

Com base na leitura dessas estrofes, é CORRETO afirmar


que a ideia central do poema é
A) exaltar a religião reformada e os valores puritanos,
num contexto em que a Europa se expandia na direção
de novos mundos.

B) louvar os modelos antigos até então referenciais para


a cultura europeia, como as epopeias homéricas e
os feitos de heróis gregos e romanos.
C) narrar a saga marítima portuguesa, ou seja, os feitos
relacionados às expedições oceânicas realizadas pelos
lusos a partir do século XV.
D) relatar os acontecimentos mais marcantes da
conquista e colonização das terras brasileiras, visando
a gravá-Ios na memória dos contemporâneos.

03. Analise estes dois mapas-múndi, comparando-os:

Henricus Martellus, 1489. Londres: British Library. Abraham


Ortelius, Theatrum Orbis Terrarum, 1570.

Abraham Ortelius, Theatrum Orbis Terrarum, 1570.


A partir da análise e comparação desses mapas e C) ao papel que os portos de Lisboa e Sevilha assumiram
considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, no comércio com os marajás indianos.
é CORRETO afirmar que
D) ao fato de a América ter passado a absorver, desde
A) a cartografia europeia, por razões religiosas, não então, todo o comércio europeu.
assimilou o conhecimento dos povos indígenas acerca
dos continentes recém-descobertos. E) ao desenvolvimento da navegação a vapor, que
encurtava distâncias.
B) a concepção de um mundo fechado, em oposição à
ideia de um cosmos aberto, dominou a cartografia
europeia até o século XVII.
07. (UFMG-2006) Sabe-se que Cristóvão Colombo não
descobre a América, pois imagina estar chegando à Ásia,
C) as navegações alteraram o conhecimento do mundo,
à ilha de Cipango [o Japão], perto da costa da China e da
à época, jogando por terra os mitos antigos sobre a
inabitabilidade das zonas tórridas. corte do Grão-Cã. O que procurava? As Ilhas Douradas,
Tarsis e Ofir, de onde saíam as fabulosas riquezas que o rei
D) os descobrimentos, em fins do século XV, resultaram Salomão explorara [ ... J. Aliás, o Almirante era um homem
da expansão do conhecimento do mundo alcançado
obstinado. Convencido de ter chegado ao Continente
pelos geógrafos do Renascimento.
Asiático quando desembarcou em Cuba, ele obrigou seus
partidários a partilharem de sua ideia fixa.
04. (UFMG) Todas as alternativas apresentam aspectos da
expansão quatrocentista portuguesa, EXCETO GRUZINSKI,Serge. A passagem do século. 1480-1520: as
A) Ser derivada da inviabilidade da expansão em direção origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras,
ao continente europeu. 1999. p.21.
B) Ser determinada pelas necessidades do capital inglês Considerando-se as informações desse texto, é CORRETO
em face de suas ligações com Portugal. afirmar que
C) Ter resultado da estabilidade sociale do estabelecimento A) a obstinação de Colombo o levou a atingir as remotas
definitivo das fronteiras do Reino.
regiões do Japão e da China, onde estariam as
D) Ter sido fruto da expansão da produção e do comércio riquezas que, dizia-se, haviam sido exploradas pelo
que culminou na crise do feudalismo. rei Salomão e pelo Grande Cão
E) Ter sido impulsionada por um poder estatal em B) a busca das maravilhas relatadas em livros de
processo de vigorosa centralização.
viagens, desde os tempos medievais, se constituiu
em um dos fatores que incentivaram as grandes
05. (UFMG) E aproximava-se o tempo da chegada das navegações no início dos tempos modernos.
notícias de Portugal sobre a vinda das suas caravelas,
e esperava-se essa notícia com muito medo e apreensão; C) o desembarque de Colombo em Cuba, na sua segunda
e por causa disso não havia transações, nem de um viagem, acabou por convencê-Io e a sua frota de que
ducado [ ... ] Na feira alemã de Veneza não há muitos eles haviam chegado a uma terra ainda por descobrir,
negócios. E isto porque os Alemães não querem comprar possivelmente as famosas Ilhas Douradas.
pelos altos preços correntes, e os mercadores venezianos D) a descoberta da América foi feita por Américo
não querem baixar os preços [ ... ] E na verdade são as Vespúcio, uma vez que Colombo, de acordo com
trocas tão poucas como se não poderia prever.
novos estudos, atingiu, na sua primeira viagem,
Diário dum MercadorVeneziana,1508.
,
o Continente Asiático, onde foram fundadas feitorias.
o quadro descrito nesse texto pode ser relacionado à
A) comercialização das drogas do sertão e produtos
tropicais da colônia do Brasil. GABARITO
B) distribuição, na Europa, da produção açucareira do
Nordeste brasileiro.
Fixação
C) importação pelos portugueses das especiarias das 01. C
Índias Orientais.
D) participação dos portugueses no tráfico de escravos 02. A
da Guiné e de Moçambique.
Propostos
05.
03. C
06. (FUVEST-SP) "Antigamente a Lusitânia e a Andaluzia 02.
04.
06.
07. B
01. C
eram o fim do mundo, mas agora, com a descoberta das
Índias, tornaram-se o centro dele". Essa frase, de Tomás
de Mercado, escritor espanhol do século 16, referia-se
A) ao poderio das monarquias francesa e inglesa, que
se tornaram centrais desde então.
B) à alteração do centro de gravidade econômica
da Europa e à importância crescente dos novos
mercados.

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