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Na modalidade das PPPs, a solução para viabilizar esse investimento é convidar uma empresa com recursos e
experiência para reformar ou construir a rodovia, operá-la de forma eficiente e mantê-la com alto padrão e
segurança. O setor privado participa, portanto, com capital, como empreendedor da obra, e o setor público
como concedente e remunerador parcial do serviço.
As PPPs são, portanto, mecanismos destinados a estimular a participação do setor privado em projetos de
infra-estrutura, conforme definiu o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Essas parcerias
permitem também diferentes combinações de remuneração de serviços por períodos mais longos do que a
Lei de Concessões ou a Lei de Licitações.
No Brasil, as PPPs devem atender a procedimentos de contratação de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. As garantias adicionais de pagamento são criadas por meio de um fundo específico, administrado pelo
setor privado e com ativos públicos. Já o financiamento é concedido pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelas instituições financeiras multilaterais e pelo mercado
de capitais.
Além da Lei 11.079/04, que institui normas para PPPs no âmbito federal, há a Lei 11.688/04, que estabelece
o programa em nível estadual, e o Decreto 48.867/04, que regulamenta essa legislação. A diferença é que a
lei federal tem critérios mais amplos para a celebração de contratos, enquanto a lei estadual cuida de critérios
mais específicos, voltados às demandas regionais de desenvolvimento.
O governo do estado de São Paulo foi o primeiro a contratar uma operação dentro do modelo PPP, em
outubro de 2005, para a construção da linha 4 do metrô da capital. Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, Bahia, Goiás e Ceará também já contam com legislações respectivas para firmar
contratos de PPPs.
Após a aprovação da Lei de PPPs, foi instaurado o Comitê Gestor das PPPs (CGP), formado pelos
Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; Fazenda; e Casa Civil. Existe ainda o Fundo Garantidor
de PPP (FGP), com o objetivo de fornecer garantias de pagamentos de obrigações do parceiro público.
Por determinação legal, o Ministério da Fazenda é que decide sobre a viabilidade da concessão da garantia e
da adequação da União ao limite de comprometimento de despesas com PPPs, equivalente a 1% da Receita
Corrente Líquida (RCL). A edição de normas para consolidação das contas públicas aplicáveis às PPPs
também é atribuição específica da Secretaria do Tesouro Nacional.
Existem diferentes modelos de PPPs em outros países. Em muitos casos, o conceito internacional de Public
Private Partnership (PPP) ou Asociación Publico-Privada (APP) engloba concessões em geral, com ou sem
aporte de recursos públicos, sociedades de economia mista, joint ventures, franquias, terceirização e até
mesmo privatizações. Há modelos de PPPs espalhados em países dos cinco continentes.