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iain LUPO Re) a0) 107, 0cle] NET BREVE HISTORIA DO URBANISMO FLEDITORIAL PRESENCA LICAO 4 A CIDADE ISLAMICA 5 te 0 segundo quartel do século VI, Maomé, 0 «tiltimo» dos Jevantou um movimento confessional nos desertos da Arabia i rea expansiva que envolveu no seu impulso todo o Oriente nico até a India, todo o Norte de Africa, Sicilia e Sardenha e oda a Peninsula Ibérica. Mais de metade do Império Romano iano caiu nas suas maos. A extensao do Islao no seu conjun- eriodo do apogeu (séculos VII, IX e X) superava, em virtude orme desenvolvimento para oriente, o Império Romano nos | maior esplendor. adro da hist6ria geral da civilizagaéo, pode considerar-se a ses islimicos como resultado de uma desforra geral do slenizado. Os seus primeiros grandes centros situam-se entais do antigo mundo helénico: Damasco, Fustat (0 Bagdade. Um pouco mais tarde vao situar-se na lsoxania, enquanto, no extremo confim do Ocidente, tdova pertencem ao mesmo mundo espiritual.'» € de irradiacao do Islao obriga-o a adaptar-se a cultura ntra na sua passagem e que absorve. Nao cria, culturais novos, nem formas artisticas proprias. porque o Islao é fundamentalmente uma nové sta por uma religiao rigorista e pouco flexi- oO loe 200 Fig. 12. Fustat (Cairo). (Esbogo do autor) Os arabes s6 a principio criam grandes cidades dado que o seu progresso se faz pelos territ6rios mais urbanizados da bacia mediter- ranica. Damasco, Antioquia, Tesifo, Jerusalém, Alexandria, tornam-se suas presas faceis. Nao obstante, fundaram mais adiante cidades im- portantes puramente islA4micas, como Bagdade (750), Kairuan (670), Bucaria, Samarcanda, Cairo (969), Fez (século Ix), Marraqueche (sé- culo IX), etc. O que caracteriza as cidades da civilizagao islamica € a sua seme- lhanga, desde o Atlantico ao Golfo Persa. Em nenhuma outra cultura se encontra tao grande semelhanga. As cidades gregas e romanas, como vimos, eram muito diferentes entre si. Havia as que eram regu- lares, como as hipodamicas, outras cuja configuragao era consequén- cia do acaso histérico, de uma topografia especial, ou de ambas as Coisas ao mesmo tempo. Pode dizer-se 0 mesmo das cidades ociden- tais durante a Idade Média e tempos modernos. Esta semelhanga ©, contudo, tanto mais estranha quanto os 4rabes herdaram, subitamente, Cidades muito diferentes, 4s quais tiveram de se adaptar, e porque, além disso, nio possufam uma cultura propria que pudesse substituir as anteriores. E possivel, todavia, que essa mesma falta de cultu Predominio das forcas instintivas que, de uma mane ra originasse um ira por assim 59 a ad Fig. 13. Samarcanda. Plano. (Esbogo do autor) biolégica e cega, se impunha as estruturas racionais que os 98 povos tinham deixado. 0 que se refere 4s cidades, nota-se, 4 chegada do Islio, um ‘empobrecimento em comparagdéo com os complexos urbanos ndo helénico e de Roma. A cidade islimica é funcional e, ente, um organismo mais simples e tosco. Maomé tinha lan- os seus adeptos, os islamitas, isto é, os totalmente submetidos 3 (€ isto que Islao quer dizer) com uma bagagem muito pobre quistar um mundo. Quem sabe se a simplicidade do instru- eve na base da sua eficacia. Filosofia, moral, politica, legis- tudo ficava reduzido ao Alcorio. Idris IT se preparava para fundar Fez, disse a um velho que queria construir uma cidade onde se adorasse o Deus onde se lesse o seu livro, e as suas ordens fossem cumpri- fograma da cidade islamica reduz-se a este simples propésito. € uma Tegressao relativamente As cidades do mundo clas- idades muculmanas faltam a Agora, os locais para as as- de cidadaos, os circos, teatros, anfiteatros, estddios, etc. que conservaram foram as termas, convertendo-as em } Mais modestas e mais estritamente dedicadas aos be fim e ao cabo, os banhos continuaram sendo uma das Manifestagdes das relacbes sociais. ' ida, existe a porta, que é um elemento primordial 44 Todas as cidades da Idade Média, por estarem Fig. 14. Rabat. Porta da Kasba dos Udayas. (Esbogo do autor) rodeadas de muralhas, tinham portas, das quais algumas muito impor- tantes, mas em caso nenhum alcangaram o caracter decisivo que tém as portas na estrutura da cidade mugulmana. Estas portas, além de um valor simbélico preponderante, tinham também um valor funcional, Nao se tratava, em muitos casos, de simples portas, mas sim de verdadeiras composi¢Ges arquitecténicas, as vezes de grande comple- xidade. A porta costumava ser dupla; a primeira dava passagem para um espaco amplo, utilizado como patio de armas. Atravessando este patio chegava-se 4 segunda porta, pela qual, por fim, se entrava na medina. As complexas portas em cotovelo eram, em si proprias, mo- numentais e muito desafogadas. A porta € como que o gigantesco vestibulo da cidade, onde se recebe o visitante. A porta constitui uma espécie de gonzo entre 0 espaco exterior e 0 interior da cidade. Frequentemente, € nas imediagGes das portas que se estabelecem os «souks» ou mercados, que constitufam as chamadas pracas do arrabalde. A Praca Maior de Madrid foi a praca exterior (praca do arrabalde), junto a porta de Guadalajara. A praca de armas, ou patio entre as duas portas, costumava ser, até certo ponto, 0 subs- tituto da 4gora ou praga publica. Podemos, no entanto, assistir hoje a este fendmeno, no Bab-segma de Fez, em cujo patio a multidao se apinha para ver os encantadores de serpentes, ouvir os recitadores de Contos e histérias, os mtisicos e cantores. De qualquer modo, o aspecto da cidade muculmana é muito mais indiferenciado que o da cidade classica e da cidade moderna. Quanto mais complexa, funcionalmente, for uma cidade, mais diferenciada ser nas suas estruturas. Daqui a monotonia das cidades orientalis, esi

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