Estava na hora. Tinha chegado o momento da partida. Estava ansiosa por
navegar pelo mar, ter as minhas próprias aventuras. Estávamos a meio do século XVIII onde muitos ganhavam a vida no mar. Eu, mais os meus dois fiéis amigos, Gonçalo e Ana, decidimos partir na nossa primeira aventura, e esse dia finalmente tinha chegado! Iniciámos a nossa viagem pelo mundo desconhecido. A água era cristalina e já longe da costa, vimos os golfinhos. Pareciam que brincavam com os movimentos do barco e nós os três assistíamos aquele espectáculo encantado. Os golfinhos desapareceram tão depressa como apareceram. A noite chegava e assim jantámos e fomos dormir. Dormia profundamente quando senti o barco a estremecer. Era como se tivéssemos batido contra algo grande. A Ana e o Gonçalo acordaram tão agitados e assustados como eu. Ouvimos barulho e risinhos maléficos vindos do convés superior. Ganhámos coragem e fomos espreitar. Maldita a hora em que o fizemos. Perante os nossos olhos estava um navio enorme e assustador… um navio de piratas! Eles já estavam a bordo do nosso barco para roubar, torturar! A Ana, de tão assustada e arrepiada, gritou baixinho mas o pirata mais próximo ouviu-nos e atacou-nos. Sem pensar, peguei num ferro que estava ao meu lado e bati-lhe na cabeça do pirata. Começou a luta. Ana pegou na espada do pirata que nos atacou, agora desmaiado no chão, e lutava euforicamente contra eles. Gonçalo sacou da sua espada e lutava agora contra dois piratas. Uau! Os movimentos deles eram suaves e ágeis, mas ao mesmo tempo duros e forte. Ao distrair-me a olhar para os meus companheiros senti uma dor aguda na cabeça. Tinha sido atingida! Sentia um líquido viscoso a escorrer… Estava a sangrar! Senti o meu corpo sem forças, a cair, a cair, a cair… Acordei! Estava no convés à noite. Será que tinha sido só um sonho?! Ou acontecera mesmo?! Ao levantar-me senti uma dor na cabeça, ao tocar senti… senti a ferida que o pirata me tinha feito…