Vous êtes sur la page 1sur 4

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDUC

CURSO DE PEDAGOGIA

COMPONENTE CURRICULAR: ÉTICA E EDUCAÇÃO

PROFESSOR: FRANCISCO DE ASSIS

ALUNA: MYTHIA WILLIANE FERREIRA FREITAS

PLATÃO

DEFESA DE SÓCRATES

CAMPINA GRANDE

2010
PLATÃO: DEFESA DE SÓCRATES

A obra compõe-se de um preâmbulo e três partes. Na primeira, está a defesa de


Sócrates onde consta o diálogo com Meleto, na segunda, a pena e o esperado da pena, e na
terceira parte, após a condenação e aos que votaram contra, onde Sócrates faz uma reflexão
sobre as suas convicções de vida e morte, e a relação com os deuses.
O julgamento de Sócrates se passa em 399 a. C., em que ele afirma que a única
sabedoria que possui é a consciência da própria ignorância. Acusado de impiedade e de
corrupção da juventude por Meleto, Ânito e Lícon, o velho educador e filósofo de 70 anos
fez um apelo vigoroso à absolvição. O tribunal, composto por 501 cidadãos por votação,
consideram Sócrates culpado por maioria de votos 281 contra 220, e condenaram-no à
morte. Após um curto período de prisão, Sócrates morre depois de ter bebido a cicuta. De
acordo com a tradição, Platão, discípulo de Sócrates e seu maior admirador, estava doente
e não pôde assistir ao julgamento, mas as provas apresentadas no texto indicam que ele
teria estado presente.
Sócrates explica o seu estilo de discursar. A isto segue-se uma lista de acusações
específicas, com referência à sua vida e atividades quotidianas. Depois de relatar a defesa
de Sócrates, Platão relata as tentativas do mestre para que seja diminuída a pena que lhe é
imposta. Finalmente, Sócrates faz uma censura profética aos juízes por supor que eles vão
viver sem problemas de consciência depois de pronunciarem a sentença de morte.
Na declaração de abertura, Sócrates explica o estilo coloquial que utilizará na sua
defesa. Os acusadores tinham avisado os cidadãos para estarem prevenidos, se não
quisessem ser enganados pela oratória de Sócrates quando ele tentasse provar a sua
inocência. Sócrates insiste que não é um orador nem um retórico. Em vez disso, está
acostumado a vestir a verdade com linguagem comum, de modo a que todos possam seguir
o seu raciocínio. Na sua defesa, Sócrates responde a dois tipos de acusações: a primeira,
mais antiga, mais generalizadora, e a Segunda, a acusação do momento, feita pelos três
acusadores no tribunal. Teme mais a primeira acusação do que a Segunda, porque não pode
enfrentar os acusadores quando refuta simples rumores e insinuações. As queixas contra a
sua conduta foram-se acumulando ao longo dos anos, é tido como um criminoso e
metediço, que perscruta o que se passa debaixo da terra e dentro do céu, torna a causa má e
ensina a fazerem como ele.
Sócrates declara que as acusações são falsas. Para se defender cita a comédia As
Nuvens, de Aristófanes, em que uma personagem chamada Sócrates insinua que pode
andar pelo ar. Este cenário tolo, por mais inocente que fossem as intenções, contribui para
a sua má reputação. Outro rumor insinua que investiga matérias sobrenaturais, tanto acima
como abaixo da terra. Assegura à assistência que nunca se interessou pelas ciências
práticas, e embora admire os físicos e se recuse a considerá-los maldosos no seu trabalho,
Sócrates insiste que as suas maiores preocupações são a conduta moral e a felicidade da
alma.
Depois disto a defesa de Sócrates vai concentrar-se nas acusações específicas do
seu principal acusador, Meleto. Interroga Meleto sobre a acusação de que ele, Sócrates, é
um demónio, um corruptor da juventude, um ateu que procura criar os seus própros deuses.
Devido à amabilidade de Sócrates no interrogatório, Meleto tropeça nas próprias palavras.
Torna-se evidente para os membros do tribunal que Meleto não tinha pensado bem nas
acusações que fez nem nas suas possíveis ramificações. Quanto ao ateísmo, Meleto volta a
confundir-se nas alegações, parecendo acusar Sócrates de ser ateu como de inventar novas
divindades.
Chegando a este ponto, Sócrates analisa outra questão importante , deveria mudar
o estilo de investigar e de ensinar para afastar a possibilidade de ser executado. Compara a
situação com o seu comportamento honroso no campo de batalha quando serviu no
exército. Para Sócrates, a morte é preferível à desgraça. Escolhe viver de acordo com a
vontade dos deuses, para cumprir a sua missão de filósofo. A verdadeira desgraça seria
desobedecer aos deuses para salvar a própria vida. Para Sócrates, esta via estreita conduz à
sabedoria, à verdade e ao maior aperfeiçoamento da alma.
Num resumo simples das suas intenções, Sócrates dirige-se diretamente aos
Atenienses: “...absolvei-me ou não, mas tende por certo que jamais farei outra coisa, ainda
que houvesse de morrer mil vezes.” Menciona os outros discípulos que ensinou, os quais,
se tivessem realmente sido corrompidos, se juntariam a Meleto e Ânito na acusação.
Sócrates gaba-se de que entre os seus alunos se contam alguns dos seus melhores amigos e
defensores fiéis. Apontando vários que se encontravam entre a assistência. Mais, recusa-se
a exibir a família e a simpatia dela para fazer pender a opinião dos juízes a seu favor. A
defesa é a verdade.
Depois da votação, Sócrates mostra-se surpreendido pelos votos a favor dele, terem
sido tantos. Segundo as leis atenienses, ele poderia propor uma pena alternativa, como uma
multa pesada, o ostracismo ou outros métodos de pagar a sua dívida à sociedade. Sócrates
rejeita as alternativas óbvias e pede que o tribunal lhe imponha uma sentença em que seja
alimentado pelo estado, ele que dedicou toda a vida ao serviço público e à educação da
juventude.
À sugestão de que poderia escapar à sentença de morte se concordasse em acabar
com as perguntas, que tendem a tornar-se suspeitas e controversas, Sócrates volta a afirmar
que não desobedecerá à ordem do deus e que não se calará. Defende, pelo contrário, uma
vida de procura da virtude, dizendo que uma vida sem exame não vale a pena ser vivida.
Só pede um favor: que o tribunal tenha olho nos filhos que estão a crescer e os castigue se
verificar que eles estão a tornar-se materialistas, pretensiosos ou inúteis.
Sócrates é fiel às suas convicções e não admite renunciar ao que ensinou. Admite
ser melhor morrer e ficar livre de fadigas. Sócrates pautou sua vida por uma ética post
mortem, ou seja, na crença de que a conduta virtuosa e verdadeira durante a sua vida lhe
daria a paz necessária e a credibilidade moral para ser recepcionado pelos deuses.
Completada a sua defesa, Sócrates aconselha o tribunal a não se felicitar por ter
livrado Atenas de um perturbador. Não terão paz nem honra por causa da sua decisão, pois
a execução de Sócrates fará mais mal aos algozes do que à vítima. Na opinião de Sócrates,
evitar a morte é menos importante do que viver sem virtude. A frase de despedida expressa
a sua filosofia de vida: “E agora chegou a hora de nos irmos, eu para morrer, vós para
viver; quem de nós fica com a melhor parte ninguém sabe exceto o Deus.”
Este texto embora muito complexo, nos remete a concepção de vida, valorização
dos ideais e sobretudo a ética com que Sócrates conduz todo o seu julgamento. Ele mostra
sua repugnância em relação aos governos democráticos e em momento algum vacila nas
suas convicções. A morte de Sócrates é a derradeira prova de sua sinceridade. Ele mostrou
que um homem podia morrer não só pelo destino, pela fama ou por outras grandes coisas
desta espécie, mas também pela liberdade do pensamento crítico e por um respeito de si
mesmo que nada tem a ver com auto-importância ou sentimentalismo. Sendo desta forma
um ensinamento de grande valia para todo ser humano.

REFERÊNCIA

PLATÃO. Defesa de Sócrates. Ed. Nova Cultural, 1996. São Paulo.

Vous aimerez peut-être aussi