Disciplina: Introdução à Filosofia das Ciências Biológicas – IH439
Professor: Eduardo Gomes de Siqueira Alumine: Gabriel Rocha dos Santos – 2010035180-4 Seropédica, 26 de novembro de 2010
Trabalho Final
A) Introdução:
Tema: “Que problema geral de história da ciência a noção de
'paradigma' (de Thomas Kuhn) procura resolver e como? (Como as noções de 'paradigma', 'ciência normal' e 'anomalias' podem ser usadas para compreender a situação de sua área de conhecimento em particular?).”
Problema específico: O conceito de paradigma de Thomas Khum em
prova às teorias de origem da vida.
Público alvo: Comunidade científica em geral no seu exercício de
concepção e desenvolvimento de novas teorias.
Hipótese pessoal: A ciência não trabalha com teorias erradas. Se um
cientista formula uma teoria, prova com os métodos de sua época, e ela é aceita pela comunidade; se algum dia for desenvolvida uma nova teoria, a antiga não deverá ser encarada como errada. B) Desenvolvimento:
"Chegando cansado em casa, deixe a camisa suada em um canto
tranqüilo da casa, e coloque junto dela pedaços de pão. Depois de 21 dias, a camisa estará toda rasgada, com uma ninhada de camundongos em cima". Essa teoria, chamada de abiogênese, ou geração espontânea que pode hoje parecer uma aberração, foi formulada pelo médico e químico belga Jean Baptista van Helmont no século XVII e fazia parte do então pensamento da época. Era de uma forma geral, apoiada pela Bíblia, que diz em Gênesis 2:07: “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. A Abiogênese foi aceita por pouco mais de um século e meio, até que Redi, biólogo italiano começasse a fazer experimentos que combateriam a teoria de que a vida pudesse ser gerada a partir de uma “matéria bruta”. Nesse período de um século e meio, a teoria da Abiogênese, seria, para Thomas Khum, nada mais que um paradigma. Paradigma é “aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma”. Naquele momento, o então paradigma resolvia todos os problemas técnicos e metodológicos da época. Com o passar do tempo, com a evolução da tecnologia, e a preparação de novos experimentos, surge uma revolução científica. Redi pôs pedaços de carne em dois frascos de vidro: um recoberto de gaze e outro aberto, e observou que para o aparecimento de vida ali era necessário o contato com algum agente, nesse caso, moscas. Foi o necessário para que o paradigma não passasse mais a ser aceito, então se trabalhou na substituição do mesmo. Diversos cientistas tentaram, a partir de então provar para a comunidade científica, que não se criava vida a partir de uma matéria bruta, até que Louis Pasteur, em 1862 quebrou de vez o então paradigma vigente. Ele formulou experimentos com frascos com "pescoço de cisne", que permitiam a entrada de ar, ao mesmo tempo em que minimizavam consideravelmente a entrada de outros micróbios por via aérea. Dessa forma, demonstrava que a fervura em si, não tirava a capacidade dos líquidos de manterem a vida, bastaria que organismos fossem neles introduzidos. O impedimento da origem da vida por falta do princípio ativo, também pode ser descartado, já que o ar podia entrar e sair livremente da mistura. O recipiente com "pescoço de cisne" permaneceu nessas condições, livre de micróbios durante cerca de um ano. C) Conclusão:
O conceito de paradigma proposto por Thomas Khum de uma forma
geral explica como funciona o progresso científico. Ideias como as formuladas por Jean Baptista van Helmont que a vida é formada por matéria bruta não podem, nos dias atuais, ser consideradas como inúteis. Isso porque, para o então contexto elas respondiam a todas as perguntas e questionamentos. O avanço tecnológico, as melhorias nas condições de pesquisa e até mesmo os novos questionamentos impulsionam o processo de substituição do paradigma vigente. A teoria da Biogênese seria uma espécie de ‘teoria da Abiogênese lapidada’. Atualmente, a maioria dos cientistas acha mais provável que a substâncias já presentes na Terra tenham se combinado por acaso, algo como uma ‘sopa de átomos’. Laboratórios complexos, equipamentos sofisticados como o Grande Colisor de Hádrons, e a possibilidade de sintetizar artificialmente DNA e RNA podem incitar uma nova revolução científica no que diz respeito a origem da vida. D) Referências bibliográficas:
Vários Autores. Introdução à Filosofia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.