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A Cantora da Lua

Shreenk! Broom! O Trovão acentuou o som da minha espada


matando o último orc daquele bando e olhando para os corpos dos
cinco, me dei conta que uma chuva forte me molhou durante a batalha
e agora continuava. Recolhi as minhas flechas que ainda eram
utilizáveis e destruí as malditas armas negras abandonando os donos
aos corvos negros. Um funeral digno, para os Orcs.
Então fui cavalgando devagar rumo a?????[uma cidade] de volta
finalmente após tantos meses protegendo suas fronteiras eu voltava,
pretenso a parar por alguns dias. Atravessei o portal de folhas e me
dei conta do meu cansaço. Numa madrugada chuvosa olhei pra mim
mesmo e percebi que estado lastimável eu me encontrava: botas
encardidas de lama, meias encharcadas, assim também estavam as
calças e a camisa meu chapéu amassado, a capa suja de barro, minha
aljava com apenas duas flechas. Tlimbeldar, meu precioso arco élfico,
sem sua corda, que desastre! Minha espada manchada de sangue e
cega em sua retalhada bainha. ????????[meu cavalo] tão cansado
quanto eu e seus acessórios mais sujos que os meus.
Eu estava com fome, frio e cansado. Tudo que eu queria era uma
sopa quente, um vinho e uma cama. Então me lembrei dos habitantes
da cidade e de sua "hospitalidade" para comigo, ou falta dela. Eu teria
sorte se conseguisse um banco pra dormir na praça e se a chuva
parasse e muita sorte se conseguisse alguma coisa "civilizada" pra
comer no dia seguinte.
Por baixo da aba do chapéu eu olhava as janelas e pensava se
alguém me via, ou se alguém sabia o que eu fazia por aquela cidade.
Mais profundo que o de comer era o desejo de que alguém aparecesse
em alguma janela e me saudasse ou me reverenciasse agradecido
pelos meus serviços e lamentoso pelos amargos dias em que eu lutei
contra os orcs para mantê-los longe de sua cidade.
O que eu mais precisava naquela hora era alguém em qualquer janela
para me dar o mínimo de gratidão e então eu poderia continuar a
caminhar pelo Mundo procurando meu destino. Eu pensava se
compensava fazer tudo que eu fazia por aquela cidade. e nas janelas,
nada. Todas negras. Nenhum brilho de olhar. Cheguei à praça, e ela
estava como toda a cidade: Silêncio, Frio e Escuridão.
Amarrei?????????[cavalo] e me deitei na fria rocha do banco e a
chuva continuava a cair forte. Ocasionalmente um estrondo dos cascos
dos Cavalos Divinos batendo no solo das nuvens, era ouvido. E nos
segundos ou minutos ou horas que eu fiquei desperto um sentimento
ruim tomou conta de mim não era tristeza. Não era cólera pela
ingratidão daquelas pessoas. Não era solidão. Era pior. Não era
nenhum desses três nem era algo diferente. Era talvez uma mistura de
todos os sentimentos maus que castigam os homens e os Elfos. Eu me
sentia cansado, abatido, destruído, desanimado, vazio, ralo, diluído,
esparramado, esticado, só, inútil, pequeno, insignificante e morto.
Parecia-me que o que eu precisava era alguém ao meu lado para
passar a mão no meu rosto, me abraçar e me dizer para não desistir e
continuar em frente. Alguém que pudesse andar comigo na estrada da
vida. Acho que eu estava me cansando da solidão. Essa pessoa
obviamente deveria ser uma elfa ou mulher.
Num momento em que eu estava no limiar do sono eu tive um
sonho: uma elfa me fazendo andar pra algum lugar e?????[o cavalo]
nos seguindo.
Acordei e me vi num leito macio, lindo e quente sob uma barraca
azul. Havia pão e leite à beira da cama, pois já era de manhã e os
dedos do sol tocavam meu rosto e eu me sentia confortável e renovado
naquela situação, mas me perguntava antes e enquanto comia: quem
havia me levado para aquele lugar? Vestido-me em seda prateada,
engraxado minhas botas e me dado tamanha hospitalidade? Quem?
Saí da barraca e olhei pra fora. Lá estava meu cavalo limpo e
dormindo. Então percebi que na barraca havia uma bandeira: Uma
Harpa sobre uma Lua cheia e a negra Noite como fundo. Há! Pronto!
Era ela, eu descobrira quem era. Minha amiga que já havia me salvado
uma vez e eu, a ela, duas: e que tanto me queria retribuir o "débito" ao
qual eu não me importava. Uma grande amiga, mais uma vez da
solidão e da tristeza ela me afastara.
Correndo descalço sobre a grama eu fui na direção ao riacho para
procurá-la. Havia espuma na água e uma bela, forte melodia no ar,
cantada por uma aguda voz feminina, vinda da mata mais acima. Para
lá eu corri e a vi no Rio lavando minhas roupas:
Minha grande e querida amiga Melithil cantando uma de suas
músicas. Então eu comecei a cantar com e ela então ela percebeu as
notas vocais masculinas fazendo o baixo de sua música. Ela olhou na
minha direção e eu disse:
_vc me seguiu até fazer o que eu disse que não era preciso! Vc não
entendeu quando eu disse que seu débito era pago com seu sorriso?
_vc gostou? Deu sorte de eu te achar, agora estamos iguais.
E nós nos abraçamos. Há tempos eu não via minha amiga amante
da Lua e da Música. Ela me disse:
_alguém como vc não merece o silêncio das janelas nem a água fria da
chuva no seu rosto. Qualquer pessoa que soubesse o que vc faz, faria o
que eu fiz porque seus feitos são rios de sangue poupados.
Então nós passamos toda à tarde conversando à beira da
cachoeira falando de nossos amigos e de nossas buscas e feitos. Juntos
nós afiamos minha espada, fizemos flechas pra mim e arrumamos meu
arco, com fios que ela mesma tirou dentre os seus cabelos. E eu disse:
_e então os fios louros arrebentados dão lugar a fios da cor do vinho!
Ela disse:
_assim vc pode se lembrar de mim ao ver Tlimbeldar.
Eu trouxe como sempre um pouco de racionalidade acadêmica aos
seus pensamentos. E ela como sempre trouxe esperança ao meu
coração e funcionou como um tapa nas costas acompanhado de um
"vamos lá!" Eu lhe contei o que sentia enquanto tentava dormir
deitado no banco da praça. E acrescentei:
_apesar de estar com vc esse sentimento não foi totalmente apagado.
Sinto-me como uma pessoa que ama o Mar, almeja vê-lo e após anos
sem vê-lo, vê um lago. Apesar de se alegrar, ainda sente que falta
algo, falta o sal na água...
Ela me tocou no ombro e disse:
_é ela! Só ela vai preencher esse vazio.
_eu sei... Disse eu.
_eu sonhei com ela Mel. Ela estava de branco com uma fita amarela no
cabelo, andava em meio a lírios amarelos olhando para eles e vinha na
minha direção.
Então eu chorei. E ela cantou para expulsar a nossa solidão e eu me
reergui para procurá-la.
Quando eu estava pronto pra partir ela me disse:
_Larga seu ofício, busca seu amor e seu destino.Farei com que a
Cidade saiba disso e eles darão valor em vc meu amigo, Ranger das
Estrelas!
Ela me deu um broche com seu símbolo: a Harpa e a Lua e eu
retribuí com o meu: o Arco e a Estrela. Aconselhamo-nos um ao outro a
não parar com as respectivas buscas. Então eu parti me despedindo
tristemente de Melithil.
Estava triste, pois pessoas morreriam pelo meu ato de seguir o
conselho de minha amiga, mas nem de longe compensava continuar
com aquele árduo trabalho sem agradecimento, a retomar a minha
busca. E assim a ingratidão para comigo seria paga. Ou seja: só assim
aquele povo veria o Mar além da Neblina, coisa que eu dou tanto valor.
Enquanto isso eu pensava: quem salvará o amigo da próxima vez? O
Arco ou a Harpa?”

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