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Introdução

O conjunto de estilos da dança de rua recebe o nome de Street Dance, esses


estilos se desenvolvem na realidade gestual do indivíduo, através de movimentos
coordenados e harmoniosos, o que faz do corpo uma forma de comunicação.

O Street Dance é uma dança criada, inicialmente, pelos breakers. Foi


desenvolvida nas disputas e performances de suas festas. Trata-se de um estilo de
vida com vestimenta, música e linguajar próprios (ROCHA et al, 2001; HERCHMANN,
1997). É caracterizada por quatro elementos que se dividem em três categorias:
música -Rap (DJ's e MC's), artes plásticas - Grafite e dança - Street Dance (vários
estilos).

De acordo com Vianna (1997), o Street Dance não surgiu tão remotamente como
o Ballet Clássico, mas também não se trata de algo muito recente.

Grande parte dos negros pertencentes às fazendas do Sul dos EUA, entre 1930 e
1940, migrou para os grandes centros do norte do país. O chamado Blues, sua
música rural, originou o Rhytm and Blues. Pertencente até então somente à cultura
negra, esse estilo foi levado às rádios e ao convívio dos jovens brancos da época -
onde havia grande separação racial (VIANNA, 1997).

Famosos músicos que se utilizavam da dança, das vestimentas e da música


negra, como Elvis Presley, James Browm, Ray Charles e Sam Cooke, contribuíram
também para o surgimento do Rock & Roll.

Ainda de acordo com Vianna (1997) observa-se a permanência do Rhytm and


Blues, embora muitos negros tenham o diferenciado da sonoridade do Rock. Nota-
se a surpreendente união do Rhytm and Blues (então considerado profano) com o
Gospel (música negra religiosa), originando o Soul, filho de dois mundos
contraditórios.

Enquanto, na década de 60, o cenário histórico apresentava discussões sobre


direitos civis e derrotas na Guerra do Vietnã, o Soul e os Panteras Negras (Black
Panters) estavam se expandindo. Rocha et al (2001), explica que o movimento dos
Panteras Negras baseou-se nas idéias de Mao Tse-Tung, com o objetivo de defender
o poder negro (Black Pawer), permitindo liberdade de decisão com relação aos
brancos. Tratava-se de um estilo musical puramente revolucionário.

O autor também menciona a perda da pureza do Soul e sua transformação em


um termo vago, igualado à Black Music da época; passou a representar, para alguns
negros, um produto comercial. Da mesma forma, "Funk", como gíria, deixa de ser
pejorativa e passa a representar o orgulho negro. A roupa; o modo de andar; residir
em determinado bairro da cidade; o modo de cantar e dançar caracterizavam o "ser
Funk". O Funk era apreciado principalmente pelos adeptos do Soul, pois utilizava
um ritmo marcado por arranjos agressivos, o que radicalizava a proposta inicial.

De acordo com Ejara (2004), o Funk remete sua alma (Soul) à descrição de temas
do cotidiano, atuais, através de formas metafóricas inspiradas no bom humor. Era
chamado também de Social Dance, pois possibilitava a dança a qualquer pessoa.

No Street Dance, de estilos diversos, originais e contemporâneos, encontram-se


influências do Funk. Analogamente, hoje, o Funk está para o Street assim como o
Ballet está para as danças acadêmicas, e pode ser considerado base para o seu
desenvolvimento.
As origens

Conforme Alves (2004), encontra-se, no Street Dance, um indício de origem


jamaicana. Assim como os Estados Unidos, a Jamaica passava por conflitos civis e
políticos, em que eram comuns os Disco-mobiles (carros de som semelhantes ao
Trio elétrico brasileiro) e Talk Over (canto falado com mensagens políticas).

Kool Herc, jamaicano fugido das lutas civis do país por volta de 68 e 69, chega
aos EUA trazendo às ruas as primeiras Block Parties (festas de quarteirão), no
Bronx, assim como os Disco-mobiles.

Por haver, no bairro, brigas de gangues na disputa de territórios, com agressões


e mortes, um precursor do movimento cultural Hip Hop, Afrika Bambaataa, contribui
para que as gangues resolvam suas diferenças através da dança, chamadas
"batalhas", disputas dançantes em que um dançarino "quebra" o outro, no sentido
de dificultar a movimentação (batalhas de break) dentro das Block Parties. Com
isso, a violência entre as gangues ameniza-se pouco a pouco (VIANNA, 1997).

O Hip Hop (SHUSTERMAN, 1998) começou a se destacar nos anos 70, em meio à
era disco, partindo do gueto nova yorkino do Bronx para Harlem e Brooklin e,
futuramente, para o mundo. A chamada cultura Hip Hop, em 1974, ganha vida e é
fundado o Zulu Nation1, criam-se então os quatro elementos (ALVES, 2004;
SHUTERMAN, 1998; ROCHA et al, 2001).

Os Quatro Elementos - Rap (DJ's e MC's), Grafite e Street Dance

O Rap (Ritmo e poesia) constitui-se por uma fala ritmada e rimada, com
expressões que refletem a realidade do jovem. Kool Herc o trouxe (por meio dos
Toasters) nas Block Parties.

Os DJ's (discotecários) manejavam aparelhos de mixagem durante festas, com o


intuito de produzir novas músicas e sons, com indumentária própria. (ALVES, 2004;
SHUTERMAN, 1998; ROCHA et al, 2001; VIANNA, 1997).

Os Grafites eram demarcações de territórios entre gangues rivais, através de


Tags (assinaturas) que, aos poucos, transformaram-se em forma de expressão
artística (CIRINO, 2005).

Dança - Street Dance

Paralelamente aos outros elementos, o Street Dance, nas Block Parties e metrôs
de Nova York, teve sua origem (VIANNA, 1997).

Os primeiros dançarinos (Breakdancers e B. Boys) protestavam contra a guerra


do Vietnã através da teatralidade de cada passo, que representava uma violência
física ao soldado, um dano causado, ou demonstrava seus ferimentos (ROCHA et al,
2001).

Já Ejara (2004) o entende como falso patriotismo americano, pois os movimentos


e estilos seriam derivados do Funk, desenvolvendo-se em outros
estilos/modalidades, nas situações vividas por seus criadores. Ele define o Street
Dance como uma terminologia geral dividida em vários estilos/modalidades.
Comparando-se: o Balé (como terminologia geral) seria o que agrega os
estilos/modalidades chamados de Neoclássico, Repertório, Moderno, etc.
Estilos/modalidades

De acordo com Ejara (2004) os estilos/modalidades dividem-se desta maneira:

• Locking: criado por Don Campbellock, na cidade de Los Angeles (Estados


Unidos), em finais de 60. Originado do Funk, especificamente de um passo
chamado Funky Chicken.

• Brooklyn Rock (Up Rocking): criado por dançarinos (Rockers), Rubber


Band e Apache, entre 67 e 69, no bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York
(Estados Unidos), como movimentos de disputa2.

• Popping: criado por Boogaloo Sam, nascido em uma pequena cidade da


Califórnia, Fresno. O dançarino possuía, no início dos anos 70, seu grupo de
Locking, quando em meados de 75 passou a criar seu estilo próprio, e seu
grupo, antes chamado de Electronic Boogaloo Lockers, tornou-se Electric
Boogaloos. Movimento caracterizado pela contração muscular.

• Boogaloo: também criado por Boogaloo Sam na mesma época, ao observar


o andador de um homem velho pela rua e seu movimento. Caracteriza-se
por movimentos circulares do quadril.

• B-Boying ou B-Girling (Breaking): surgido entre os anos de 75 e 76, no


Bronx (Nova York). O Break Boy ou Break Girl veio do termo Break/B. (trecho
de música, na maioria das vezes instrumental, que valorizava mais a batida
e a linha de baixo). Ficaram conhecidos como B.Boy e B.Girl, os garotos e
garotas (dançarinos), por dançarem no break da música.

• Freestyle (estilo livre): originado em meados de 80 na chamada Golden


Age (Era de Ouro). Tal nome se deve ao fato de esse estilo/modalidade de
dança ser baseada em toda a forma de Social Dance ou Street Dance. Trata-
se da modalidade mais freqüente na mídia hoje, em Videoclipes de música
Rap, R&B e Pop (filme Honey de 2003). Não é dançada somente no acento
rítmico da batida, mas também nas convenções vocais e instrumentais da
música.

O Street Dance no Brasil

De acordo com Alves (2004), os responsáveis pela "importação" do Street Dance


ao Brasil trouxeram-no dos EUA, lá aprendiam a dançar em pistas de grandes casas
noturnas, nos bairros de maior concentração de brasileiros. Nelson Triunfo, entre 70
e 80, leva a dança, do meio mais abastado, ao resto do país. Triunfo devolve o
Break à rua, seu lugar de origem. Parte para o interior da Bahia, onde se torna
estrela, aos quinze anos, de seus Bailes Soul. Depois em Brasília (hoje grande
centro do Hip Hop nacional) e ainda para São Paulo, em 1976, onde forma o Grupo
Black Soul Brothers.

A chamada cultura Hip Hop caracteriza-se como um veículo de informação de


questões raciais, sociais e políticas, debates que estiveram sempre presentes na
história do povo que a originou (TRIUNFO, 2000).

Triunfo, outros pioneiros do Hip Hop e o produtor Milton Salles, por volta de 90,
fundam o movimento Hip Hop organizado, chamado Mh20 (VIANNA, 1997).

Já para Rocha et al (2001) a conscientização da cultura negra no Brasil foi


iniciada por Gerson King Combo e seus companheiros, embalando com o Soul e o
Funk os jovens do Rio de Janeiro, com consciência da carga socialmente cultural
que o Hip Hop trazia. Nelson Triunfo e seus companheiros, em São Paulo,
antecipavam a visão do que o Hip Hop pregaria tempos depois, pois dançavam por
diversão e busca da auto-estima.

Conforme o Brasil descobria videoclipes, como os de Michael Jackson, e filmes,


como "Flashdance", ou ainda, a partir do momento em que a sociedade absorveu a
nova informação pelos canais oficiais, ou pela mídia de massa, suas barreiras e
preconceitos perante a cultura e a dança diminuíram (ROCHA et al, 2001).

Com tal explosão, a cultura sai dos guetos para o mundo e invade aulas de dança
acadêmicas, aulas de ginásticas em academias conceituadas e o mercado
fonográfico, através de suas músicas (LOPES, 1999; ROCHA et al, 2001).

Como lembra Gonzaga (2000), vários profissionais, então, passam a se utilizar


dessa nova forma de expressão e trabalho físico, trazem diversos estilos de aulas às
academias como, Cardio-jazz, Cardiofunk, Low Funk, Street Dance, Funk-fitnees, Hip
Hop, dentre outros nomes dados às aulas3 derivadas desse movimento da cultura
negra - o Hip Hop.

Rocha et al (2001) nota que, nas escolas, os quatro elementos passaram a ser
muito utilizados em aulas de Língua Portuguesa (letras de músicas Rap), em aulas
de Artes (o Graffiti) e em aulas de dança (o Street Dance). Exemplifica com a
passagem da dona de casa Simone, mãe de três filhas que dançam numa escola da
Grande São Paulo. Simone, inicialmente, diz não ter gostado, mas mudou sua
opinião depois que percebeu a importância que tinha na vida das garotas. Da
mesma forma, B.Boys e B.Girls, que trabalhavam em escolas da periferia de São
Paulo, conseguiram se aproximar de questões de difícil acesso aos educadores
convencionais. Em vez de violência, estabeleciam-se competições saudáveis, como
os chamados "rachas", e as crianças tidas como problemáticas, sublimando seus
problemas familiares e sociais, melhoraram seu comportamento (ROCHA et al,
2001).

Desse modo verifica-se o quanto o Street Dance pode contribuir nas


Universidades e na Educação Física através de conteúdos referentes à dança e da
educação pela proximidade e interação com o público.

Pela imensa aceitação atual do Street Dance nos meios educacionais,


esportistas, midiático e de entretenimento, os futuros professores universitários
vinculados a essa dança carregam um elemento de grande potencial, conteúdo e
valia. Daí a importância do estudo dos mesmos.

Considerações finais
Constatou-se que referenciais bibliográficos brasileiros referentes ao assunto são
escassos, bem como, notou-se uma diferença contrastante de opiniões no que se
refere ao surgimento da dança referida. Rocha et al (2001) descreve a dança como
uma espécie de protesto contra a guerra do Vietnã e, Ejara (2004) discorda ao
colocar tal descrição como um falso patriotismo americano; outra discordância
nota-se entre Alves (2004) e Rocha et al (2001) quanto aos verdadeiros precursores
da "cultura Hip Hop" no Brasil.

O presente estudo reuniu informações importantes no que diz respeito à


chamada cultura e/ou movimento Hip Hop, embora a definição do que seja o Street
Dance não esteja clara ainda, tão pouco única. O autor que mais especifica sua
definição parece ser Ejara (2004), por apresentar clareza e domínio na descrição do
Street Dance como um conjunto de estilos/modalidades, definindo-os com precisão.

Concluiu-se que, ao pesquisar e defrontar diversas formas de descrição e


definições, desenvolvimento e utilização do Street Dance, a dança é bastante
recente e encontra-se em processo de constituição; também demonstra-se ser de
interesse de muitos envolvidos no assunto e ainda constitui fato histórico não visto
de maneira concordante com relação a seu surgimento e criação, por diversos
autores.

Nota-se a freqüente aparição na mídia e a influência no meio social tanto em que


surgiu quanto no Brasil. Sua história é rica de informações; porém inconclusa. O
quadro geral mostra o quanto ainda se deve estudar e questionar e o quanto tal
estudo apresenta potencial de pesquisas na área de Educação, Educação Física,
História e Artes, além de trabalhos de cunho social.

Notas

1. Zulu Nation - Maior organização de Hip Hop do mundo, fundada por Afrika Bambaataa (ALVES, 2004).
2. Apache Line (frente a frente) - linha imaginária onde os dançarinos ficam um defronte ao outro e ao
saírem, cada um em seu momento, executam seu movimento tentando "quebrar" o movimento do
outro.
3. Essas denominações eram dadas na maioria das vezes, apenas para enfatizar/ enaltecer as aulas de
certos professores; mas no seu comum eram originadas do mesmo estilo de movimentos ou objetivos
de trabalho físico.

Referência bibliográfica

• ALVES, T. Pergunte a quem conhece: Thaíde. São Paulo: Labortexto Editorial, 2004.
• EJARA, F. A História da Dança de Rua Clássica, 3º Encontro de Hip Hop do Colégio Fênix, 2004.
(mimeo)
• GONZAGA, E. Hip Hop nova era, Fitness Brasil, 2000. (mimeo)
• LOPES, H. The Street's Essence. Bauru, 1999. 10 transparências.
• ROCHA, J.; DOMENICH, M.; CASSEANO, P. Hip Hop: a periferia grita. São Paulo: Fundação Perseu
Abramo, 2001. 155 p.
• SANTOS, J. L. O que é Cultura. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.
• SHUTERMAN, R. Vivendo a arte: o pensamento pragmatista e a estética popular. São Paulo: Editora 34,
1998.
• TRIUNFO, N. Rev. Hip Hop - Cultura de rua. V.1. Rio de Janeiro, 2000, p. 16.
• VIANNA, H. O mundo funk carioca. 2 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

Referência on-line

• HITÓRIA DO HIP HOP. Disponível em: http://dancaderua.com.br/historia. Acesso em: 25/04/2005.

História do Hip Hop


Na década de 60, proliferou-se uma grande discussão sobre direitos humanos e, nesta ordem
dos fatos, os marginalizados da sociedade de Nova York se articularam para fazer valer suas
propostas na eliminação das suas inquietações.

Assim surgiram grandes líderes negros, como Martin Luther King e Malcom X, e grupos que
lutavam pelos direitos humanos como Os Panteras Negras (Black Panthers).

Enquanto isso na Jamaica surgiram os ‘Sound Systems’, que eram colocados nas ruas dos
guetos jamaicanos para animar bailes. Esses bailes serviam de fundo para o discurso dos
‘Toasters’, autênticos MC’s (Mestres de Cerimônia) que comentavam, com uma espécie de
canto falado, assuntos como a violência das favelas de Kingston e a situação política da
Jamaica, sem deixar de falar, é claro, de temas como sexo e drogas. No final da década de 60,
muitos jovens jamaicanos foram obrigados a emigrar para os Estados Unidos, devido a uma
crise econômica e social que se abateu sobre a ilha. E um deles em especial, o DJ jamaicano
Kool Herc, introduziu nos bailes da periferia de Nova York a tradição dos ‘Sound Systems’ e do
canto falado. Inspirando vários DJ’s (Disc Jóqueis) americanos, entre eles o DJ Grand Master
Flash, inventor do scratch, cuja invenção sofisticou o canto falado. Surgiram os MC’s (Mestres
de Cerimônia) e os Rappers, que construíam discursos indignados, raivosos, cheios de
referências a conflitos raciais e sociais. Eram vozes herdeiras da radicalidade dos Panteras
Negras (Black Panthers), que juntando-se a bases sonoras dançantes e efeitos como o scratch
criaram o RAP (sigla de Rythm And Poetry, ou Ritmo e Poesia, em português) que eram
compostos por uma base musical dançante acompanhado de rimas faladas que seguiam o
ritmo.

O Break era uma dança inventada pelos porto-riquenhos, através da qual expressavam sua
insatisfação com a política e a guerra do Vietnã. Tinha inspiração, entre outras coisas, em
movimentos de artes marciais, como o Kung Fu. O Break se alastrou junto com as gangues de
Nova York, que por volta do final da década de 60, respondia à opressão social com violência
brutal. Era comum o confronto armado. Por tradição norte-americana os grupos étnicos não se
misturavam, daí tínhamos gangues de hispânicos e gangues de negros. Cada uma tinha seu
código de grupo, o chamado TAG (assinatura dos grafiteiros), e demarcavam os territórios com
Grafites nos muros dos bairros de Nova York. Contudo nos momentos de descontração, essas
gangues dançavam o Break.

O Movimento Hip Hop é um movimento social que foi criado pelas Equipes de Bailes norte-
americanas, por volta de 1968, com o objetivo de apaziguar as brigas dos jovens negros e
hispânicos agrupados em gangues. Seu nome tem origem nas palavras Hip (quadril, em inglês)
e Hop (saltar, em inglês). Logo, a expressão Hip Hop (saltar balançando o quadril) se referia ao
Break, a dança mais popular da época. As Equipes organizavam Bailes e Festas de
Quarteirões nas ruas, nos ginásios e nos colégios, incentivando os jovens a dançarem o Break
ao invés de brigarem entre si. As Equipes também incentivavam o Grafite como forma de arte e
não apenas como uma forma de marcar territórios. A mais famosa dessas Equipes foi a
Universal Zulu Nation, que tinha como líder o DJ Afrika Bambaataa, reconhecido como
fundador oficial do Hip-Hop.

Afrika Bambaataa nasceu e foi criado no Bronx e, quando jovem, fazia parte de uma gangue
chamada Black Spades (Espadas Negras, em português), mas viu que as brigas entre as
gangues não levariam a lugar nenhum. Muitos dos membros originais da Zulu Nation também
faziam parte da Black Spades, que era uma das maiores e mais temidas gangues de Nova
York. Bambaataa se utilizou de muitas gravações já existentes de diferentes tipos de música
para criar Raps. Usando sons, que iam desde James Brown (o mestre da Soul Music) até o
som eletrônico da música “Trans-Europe Express” (da banda européia Kraftwerk), e misturando
ao canto falado trazido pelo DJ jamaicano Kool Herc, Bambaataa criou a música “Planet Rock”,
que hoje é um clássico. Bambaataa também foi um dos líderes do Movimento Libertem James
Brown, criado quando o mestre da Soul Music estava preso e, anos depois, foi o primeiro ‘Hip-
Hopper’ a trabalhar com James Brown, gravando “Peace, Love & Unity”.

Além disso, a Zulu Nation organizava palestras chamadas de ‘Infinity Lessons’(Aulas Infinitas,
em bom português), que eram aulas sobre conhecimentos, prevenção de doenças,
matemática, ciências, economia, entre outras coisas e que serviam para modificar os
pensamentos das gangues. Segundo seu próprio líder, Afrika Bambaataa, a Zulu Nation apóia
o conhecimento, a sabedoria, a compreensão, a liberdade, a justiça, a igualdade, a paz, a
união, o amor, a diversão, o trabalho, a fé e as maravilhas de Deus. Essa verdadeira ‘Nação’
também viajou por todo o mundo para pregar a boa palavra do Hip-Hop, fazendo muitos shows
e arrecadando fundos para campanhas Anti-Apartheid (Anti-Racista) e chegou a reunir 10.000
membros em todo o mundo. Segundo a Zulu Nation, no espaço descontraído da rua era, e
ainda é, possível manifestar opiniões e se divertir. Os jovens excluídos, no contato com seus
iguais (o grupo), podiam sentir e vivenciar a rara oportunidade da livre-expressão através da
arte, sem repressão.

LOCKING

O Locking surgiu no início dos anos 70, em Los Angeles, Califórnia, criado por Don Campbell
que em 72 formou o grupo The Lockers, o primeiro grupo profissional de street dance na
história. Claramente se vê no Locking a influência do Funk. Segundo Shabba-Doo (Ozone no
filme Break Dance), membro do The Locking, existia um passo de Funk chamado Funky
Chicken (algo como Funk da galinha) o que obrigou Don a fazer o primeiro passo do estilo.
Muitos passos foram adicionados como: movimentos de braços minucios/s, usando os
cotovelos, mãos e dedos, e é claro muito Funk nos pés. O The Lockers se apresentaram muito
no programa “soul Train” de uma TV americana, fizeram shows com James Brown, Pariament,
Frank Sinatra, Funkadelie, e influenciaram muitos dançarinos pelo mundo. O Locking é a Street
Dance mais antiga e mais clássica. É difícil ver por aí, hoje em dia Lockers dançando, já o
Breakin e o Poppin são mais comuns.

Apesar de Don Campbell ser o criador, outros dançarinos deram sua contribuição para o
Lockin, como um cara chamado Scooby-Doo e outros chamados Skeeter Rabbit que criaram
passos que levam seus nomes. Em todos os estilos de dança saber o básico é importante, mas
no Lockin isso é primordial, pois só assim você entenderá a verdadeira forma desta dança.

POPPING

Surgiu no início dos anos 70 em uma pequena cidade americana chamada Fresno na
Califórnia. Seu criador foi Boogaloo Sam que logo mais formaria um grupo chamo Electric
Boogaloo. O Poppin é a evolução de uma dança antiga, o Robot (que era apenas a cópia dos
movimentos mecânicos de um robô). Mas o estilo ficou muito mais complexo, pois, não é tão
frio como o Robot, tem muito mais energia e se apropria de movimentos de ilusão, mímica,
lown (palhaço), desenhos animados e dança indiana, também foi inspirado por passos usados
pelo cantor Jame Brown que ele mesmo chamava de Boogaloo (fazendo ondas pelo corpo).
Boogaloo Sam, eletrificou o Robot e somou ao Boogaloo de James Brown. Do Poppin também
surgiu um passo muito conhecido e usado por Michael Jackson, originalmente Back-Slide
(deslizar para trás), pois Moonwalk como foi chamado por Michael, na verdade é quando se
desliza para frente. Boogaloo Sam irmão de Poppin Pete que atuou no filme Break Dance, no
clipe Beat it de Michael Jackson entre tantos outros, ele também fazia parte do Eletric
Boogaloo. Apesar de ser criado em Fresno, muitas cidades da região como Backersfield,
Sacramento e Compton, desenvolveram seu estilo e passos próprios no Popping. Isso ajudou a
desenvolver a dança mais ainda. E quando chegou até o mundo nos anos 80 já era algo
extraordinário. Grandes dançarinos da segunda geração como Boogaloo Shrimp (Turbo no
filme Break Dance) e Poppin Taco (filme Break Dance) ficaram conhecidos no mundo inteiro
por causa de suas inovações no Poppin. Muitos dançarinos da primeira geração como Poppin
Pete, Skeeter Rabbit continuam na ativa até hoje e viajam o mundo passando para as próximas
gerações a verdadeira essência do Poppin.

DICA

Existem três fundamentos básicos da dança do B.Boy (dançarino):


1.Top Rock (preparação) é como um passo de Funk estilizado.
2.Foot Work (trabalho dos pés) traçando as pernas em volta do corpo continuamente;
3.Freeze (congelamento) é a finalização da dança do solo do B Boy.

Giros, saltos, acrobacias e todos os movimentos de ginástica foram adicionados depois de


1980. Estes movimentos (power move) não são considerados dança, são apenas movimentos
de dificuldade e velocidade que somados à dança tornam o B. Boy mais extraordinário.

Power Move não é um estilo de dança, é uma denominação para estes novos elementos. Por
isso não se esqueça, B. Boy (dançarino) é aquele que D A N Ç A no Break (BATIDA) da
Musica!

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