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OS TRÊS ESPÍRITOS DO HOMEM

Todo homem tem, no Mundo Espiritual, um Espírito Guardião que constantemente o protege. É
comum ouvirmos dizer que o homem é filho ou templo de Deus: isso significa que ele possui a partícula
Divina que lhe foi outorgada pelo Criador e que constitui seu Espírito Primordial. O espírito animal agregado
após o nascimento, é o Espírito Secundário; pode ser de raposa, texugo, cão, gato, cavalo, boi, macaco,
doninha, dragão, "tengu" ( "Tengu": ser misterioso que, segundo a crença popular, habita as montanhas.
Tem forma humana, asas, rosto vermelho e nariz comprido, sendo possuidor de poderes extraordinários.
Porta sempre um grande leque. É orgulhoso e amante de discussão e jogo), aves, etc. Em geral, há uma
espécie para cada pessoa, mas em casos menos frequentes há mais de uma. Dificilmente os homens da
atualidade acreditam nisso; creio mesmo que chegam a escarnecer. Contudo, através de inúmeras
experiências, eu compreendi que se trata de uma realidade incontestável.
O Espírito Primordial é o bem, é a consciência; o Espírito Secundário é o mal, são os pensamentos
vis. No budismo, dá-se à consciência o nome de Bodaishim (espírito do bem) ou Bushim (sentimento de
misericórdia búdica), e os maus pensamentos são chamados de Bonno (desejos mundanos).
Além desses dois espíritos - Primordial e Secundário - existe o Espírito Guardião. É o espírito de um
ancestral. Quando uma pessoa nasce, é escolhido entre seus ancestrais um espírito que recebe a missão
de guardá-la. Via de regra, é espírito humano, mas também podem ser espíritos híbridos de homem com
dragão, raposa, "tengu" etc. Meu Espírito Secundário, por exemplo, é "Karassu-tengu" ( "Karassu-tengu":
variedade de "tengu" com cabeça de corvo), e meu Espírito Guardião é dragão.
É muito frequente, diante de um perigo, o homem se salvar miraculosamente, sendo avisado em
sonho ou tendo um pressentimento. Isso é trabalho do Espírito Guardião. O mesmo se pode dizer em
relação à inspiração recebida por artistas e inventores, no momento em que, compenetrados, estão criando
alguma obra. No caso de querer satisfazer os desejos corretos do homem ou fazê-lo receber graças através
da Fé, Deus atua por intermédio do Espírito Guardião. Os antigos provérbios "A verdadeira sinceridade se
transmite ao Céu", ou "A sinceridade se transmite a Deus", significam a concessão das graças Divinas
através do Espírito Guardião.

Meishu-Sama, 5 de fevereiro de 1947

A LUZ DE DEUS E A DOUTRINA

Não é a doutrina mas sim a luz de Deus que transforma o homem. As pessoas que consideram a
Igreja Messiânica Mundial uma religião comum, muitas vezes se pergunta por que ela não possui uma
doutrina. Não penso que ela seja importante. A doutrina é um conjunto de regras e preceitos; não pode
salvar o homem. Desde os tempos antigos quase todas as religiões tiveram algumas de suas doutrinas bem
elaboradas e consideradas. Conseguiram elas aperfeiçoar o mundo?
Numa novela que li recentemente, o autor faz um dos seus personagens contar o seguinte: “Quando
eu era jovem assistia as aulas de religião e, um dia, comentamos os milagres narrados na Bíblia. Alguns
acreditaram neles, enquanto que outros não. Os comentários transformaram-se em inflamado debate. Já
que eu próprio não acreditava em milagres, ao voltar para casa, procurei arrancar as paginas da Bíblia que
a elas se referiam. Mas, quando voltei a ler, já sem essas passagens, constatei que a Bíblia era apenas um
livro de Moral”.
Isto é bastante interessante. E é verdade. Se a religião consistisse apenas em doutrina,
não ofereceria mais do que padrões morais. Eles não bastam. Fundamentando os princípios de moral, a
religião deveria dar a consciência do grandioso poder místico e operador de milagres em ação no Universo,
e que não pode ser explicado pela lógica. A força da religião está na apresentação deste poder místico.
Quanto maiores milagres uma religião evidenciar, tanto mais valiosa poderá ser considerada.
Vou explicar. Os mandamentos são como leis decretadas para evitar os crimes. As leis são feitas
para manter a ordem estabelecida pela sociedade e impor penalidades nos casos de violação. Muitas
religiões são fundamentadas em mandamentos. Os mais antigos, dos conhecidos, são os Dez
Mandamentos dados a Moisés os quais, durante a Era das trevas foram fundamentais. Mas: “Você deve
fazer isto. ” ou “ Você não pode fazer aquilo...” implicam penalidades – penalidades espirituais e não físicas.
As ameaças e os castigos não são os melhores meios para evitar que o homem pratique maldades.
Um alcoólatra provavelmente não deixará de beber porque lhe dizem que o álcool lhe faz mal. Um meio
muito melhor é dissolver as máculas do seu corpo espiritual, elevando-o a um nível onde a sua Divina
natureza possa ser despertada, o que o levará a sentir uma repugnância pelo álcool, ou pela maldade,
conforme o caso.
É a tendência para fazer o mal ou agir desonestamente que deve ser eliminada, pois a pessoa
inclinada à prática de ações corruptas, têm preferência por elas. Por exemplo, a essas pessoas parece, por
vezes, que ganhar dinheiro por meios desonestos é mais fascinante do que adquiri-lo honestamente. Em
tais casos, a natureza Divina ou primária encontra-se num estado enfraquecido, enquanto que a natureza
animal ou secundária está fortalecida, o que significa que a alma está num nível baixo. Quando a alma está
em plano mais elevado, a pessoa é incapaz de tais ações.
Até que a sociedade supere esse baixo nível de consciência, é perigoso ficar sem regulamentos
legais e instituições legais. A despeito da forte ação coercitiva das leis reguladoras, existirão muitas pessoas
inclinadas a transgredi-las. Entre elas podem ser incluídos homens que ocupam altas funções e que têm
responsabilidade social, homens que são vistos como grandes personagens. Posição social e cargos
políticos não indicam necessariamente desenvolvimento espiritual.
Abster-se de fazer o mal, apenas pela ameaça das penalidades ou crítica, não é o bastante.
Somente quando o homem atinge um nível onde não sente mais o desejo de fazer o mal, onde não são as
leis e os regulamentos que os impedem, quando realmente encontrou a alegria de fazer o bem, é que ele
desperta para a sua verdadeira natureza.
O homem pode não atingir subitamente os níveis mais altos, mas deve alcança-lo degrau por
degrau. Os dogmas são necessários de certo modo, mas o supremo objetivo é
muitíssimo mais elevado. A Igreja Messiânica Mundial empenha-se em elevar o indivíduo ao mais iluminado
estado de consciência.
A invisível luz de Deus, canalizada através do Johrei, alcança as profundezas do espírito e o
ilumina, mesmo quando o Johrei é recebido com atitude cética. O Johrei desperta a natureza Divina do
homem, colocando-se em contato com a sua alma. Por isso a nossa religião não é uma religião comum.
Do ponto de vista material, esta compreensão pode ser difícil. Mas quando se experimenta o efeito
do Johrei, intui-se a luz de Deus. Mesmo aqueles que dão excessiva
importância ao intelecto serão despertados para o poder do Espírito sobre a Matéria, e curvarão a cabeça
reverentemente.

Meishu-Sama -Extraído do Livro “Os novos tempos”

VENÇA SEU PROPRIO MAL

Já escrevi a respeito da necessidade de vencer o mal, dando à expressão o sentido de não ser
vencido pelo homem perverso. Agora falarei da vitória sobre o mal que existe em nosso íntimo.
Dentro de cada ser humano há uma batalha constante entre o bem e o mal. É a luta para subjugar as
paixões do mundo, conforme a interpretação budista.
A ambição humana é ilimitada. Embora o homem viva tentando refrear-se em relação ao dinheiro,
ao sexo, ao poder, à fama e ao egoísmo, vê-se constantemente tentado por eles. A consciência lhe adverte
que seja prudente, que evite isto e aquilo que será castigado se for a determinado lugar, etc. O campo de
batalha desta luta sem trégua encontra-se no interior de cada indivíduo.
A vitória do mal resulta em pecado e infelicidade; a vitória do bem cria felicidade. É tudo tão simples
e nítido quando examinamos a questão, que parece fácil de praticar. Entretanto, mesmo com uma clara
noção do assunto, os homens não são capazes de triunfar na luta contra o mal, principalmente quando não
têm fé. Eis por que os fiéis mais esclarecidos pecam menos que os outros. Mas, para isso, é necessário que
eles façam um grande esforço.
Naturalmente, a força que nos arrasta à prática do mal pertence ao Espírito Secundário, e a que nos conduz
pelo caminho do bem, ao Espírito Guardião. Como, além destes, temos o Espírito Primordial, que determina
o absoluto Bem, precisamos fazer algo para aumentar-lhe o poder de atuação, porque essa é a força que
domina o mal pela raiz. Sendo assim, o único recurso é adorar a Deus e solidificar a fé. Não existe outro
meio para se obter a felicidade.

Meishu-Sama, 20 de junho de 1951

O HOMEM MAU É ENFERMO

O título acima suscitará dúvidas em inúmeras pessoas, pois há muitos homens maus com aparência
sã. Entretanto, eles são sadios apenas aparentemente; na realidade espiritual, são autênticos enfermos.
Conforme venho asseverando, os homens maus são vítimas dos maus espíritos. Estes dominam o Espírito
Primordial, afastam o Espírito Guardião e agem a seu bel-prazer, como se fossem a própria pessoa. Podem
ser de animais como raposa, texugo, dragão, etc., e praticam atos não muito diferentes daqueles que esses
animais praticariam. Nessas condições, sem nenhum constrangimento e até com satisfação, fazem coisas
impiedosas e cruéis, que o homem jamais faria. Pode-se compreender, portanto, como esses espíritos são
desumanos, porque escapam à compreensão pelo senso comum.
Como sempre afirmo, o homem é constituído de Espírito Primordial, de natureza Divina, e de
Espírito Secundário, de natureza animal. Este último incorpora-se ao homem por permissão de Deus, pois
comanda todos os desejos materiais indispensáveis à existência humana.
Analisando um homem mau, constatamos que ele está revelando o seu instinto animal, inerente ao
Espírito Secundário, ou manifestando o instinto de um espírito animal "encostado". Isto acontece devido às
máculas existentes no seu corpo espiritual, sendo que o grau de encosto é proporcional à densidade dessas
máculas. O Espírito Guardião será então dominado pelo espírito animal e agirá sob suas ordens.
As máculas espirituais são a causa do homem mau. Como elas se refletem no sangue, de acordo
com a Lei do Espírito Precede a Matéria, infalivelmente sobrevirá, algum dia, uma intensa ação purificadora,
proporcional, em sofrimento, à densidade das máculas, causando acidentes imprevistos, doenças e outras
desgraças.
É curioso o fato observado muitas vezes entre os grandes criminosos: são presos só depois que se
arrependem e desejam aproximar-se de Deus. É a ação da Lei da Purificação pelo sofrimento, decorrente
das máculas do corpo espiritual.
Observamos, assim, que o homem mau é um autêntico enfermo, porque a causa da maldade reside
nas máculas do espírito. Quanto maior o crime, mais intensa a ação purificadora, que transforma o culpado
em enfermo gravíssimo, submetido a dores infernais.
As máculas surgem porque falta força, isto é, Luz ao Espírito Primordial, de natureza Divina.
Portanto, para livrar-se delas, o homem precisa contar com o apoio da Religião, ter fé e manter sempre em
vista o Todo-Poderoso. Se ele agir dessa forma, a Luz de Deus penetrará na sua alma, através do elo
espiritual, diminuindo-lhe as máculas. O espírito mau padecerá com isso e, intruso que é, abandonará
imediatamente sua vítima, fazendo com que o Espírito Secundário se retraia e fique sem ação para o mal.
Quem não reverencia Deus, está sujeito a transformar-se em mau elemento, em qualquer
oportunidade ou a qualquer momento. Podemos afirmar que os indivíduos afastados de Deus, cujo número
é elevadíssimo na sociedade atual, são elementos perigosos. Assim, o mal social tende a não diminuir. Por
mais honesto que o homem seja, não será autêntico, se estiver afastado de Deus; será apenas um homem
superficial, cuja má índole, em estado latente, não permite que nele se possa confiar.
Lamentavelmente, muitas pessoas, incapazes de compreender essa simples verdade, negam a
Religião e contam somente com o apoio da lei humana para o extermínio do mal. O que foi exposto, no
entanto, demonstra o quanto elas estão equivocadas.

Meishu-Sama, 21 de novembro de 1951

COMO ACABAR COM OS CRIMES

Dentre os crimes cometidos ultimamente, os mais graves são os crimes praticados por indivíduos
que, para roubar uma pequena soma em dinheiro, não hesitam em tirar a vida de seu semelhante. Para
eles, isso é mais simples do que matar um cão. Quando analiso esse tipo de pessoa, fico pasmado com sua
estupidez, inconcebível por meio do senso comum. Que situação tenebrosa! Tais indivíduos não pensam no
sofrimento da vítima e de seus familiares. Além disso, não passa pela sua cabeça que, no caso de serem
presos, a pena de morte seria fatal, ou que, na melhor das hipóteses, não escapariam à prisão perpétua.
Seja como for, com uma vida pela frente, eles não poderiam mais integrar a sociedade e estariam jogando
fora a sua própria existência. Esse é o pensamento que deveria ocorrer-lhes, mas parece que tal não
acontece, o que revela um estado psicológico realmente de se estranhar. Os atos dessas criaturas estão à
mercê dos seus instintos e não passam de satisfações momentâneas; seu objetivo é divertir-se por curto
espaço de tempo. Uma vez que terão de pagar bem alto - um prejuízo talvez dezenas ou centenas de vezes
maior do que o lucro obtido - não podemos considerá-las como seres humanos. São exatamente como os
quadrúpedes. As "pessoas de quatro pés", como todos sabem, não têm nenhuma percepção para ver que,
após o crime, poderão ser condenadas à morte. Por isso mesmo, é difícil lidar-se com elas.
Com base no que acabamos de dizer, talvez se pense que não há uma explicação para os crimes,
mas na realidade eles são perfeitamente explicáveis. Do ponto de vista espiritual, podemos compreendê-los
muito bem. Segundo os Ensinamentos de nossa Igreja, o homem possui três espíritos: o Espírito Primordial,
atribuído por Deus; o Espírito Guardião, escolhido entre os Ancestrais, e o Espírito Secundário, responsável
especialmente pelos desejos físicos e seculares do homem. Naturalmente, o Espírito Primordial é a fonte
dos bons sentimentos, e o Espírito Guardião incentiva a pessoa para o bem. Quando o Espírito Secundário
predomina, quem está dominando é o quadrúpede. Por isso, embora tenha aparência humana, a pessoa
torna-se semelhante a um animal. Nestas circunstâncias, não se justifica o sentimento de pena ou
compaixão; ela demonstra caráter perverso do princípio ao fim.
Esta é a causa básica dos crimes sem escrúpulos. Por isso é muito perigoso o homem deixar que sua alma
seja dominada pelos animais, pois basta qualquer estímulo para lhe surgirem desejos maléficos e ele se
tornar um criminoso. Mas o que é que se deve fazer? Não há outro meio para solucionar o problema a não
ser a força da Religião. E por que deve ser através da Religião? Como eu disse anteriormente, o homem é
dominado pelo espírito animal, isto é, pelo Espírito Secundário. Portanto, é preciso enfraquecer a força de
domínio deste último. Em termos mais claros, aumentar a força do bem numa proporção muito maior que a
do mal, fazendo com que o Espírito Secundário se torne o dominado. Afirmo que não existe método mais
eficaz.
Antes de mais nada, é necessário ingressar na fé, voltar-se para Deus, adorá-Lo e orar. Uma vez
que a pessoa esteja ligada a Deus pelo elo espiritual, através deste a Luz Divina será derramada em sua
alma; à medida que a alma for sendo iluminada, o Espírito Secundário se retrairá e a força que ele tem para
utilizar a pessoa a seu bel-prazer irá enfraquecendo. No íntimo de todo ser humano, há uma luta constante
entre o bem e o mal. Isso acontece em virtude do princípio exposto acima. Assim, por mais minuciosas que
se tornem as leis e por mais que se fortaleça o sistema de policiamento, será o mesmo que combater o
crime com uma força estranha. Sem dúvida é melhor do que nada, mas, enquanto não se for ao âmago do
problema, os resultados serão insignificantes, apresentando-se situações sociais nefastas, como acontece
hoje em dia.
É incompreensível que nem o governo nem os educadores percebam algo tão óbvio. Eles se
limitam a suspirar, dizendo que, atualmente, há muitos crimes inescrupulosos e que a delinquência juvenil
aumenta dia a dia. Não conseguem libertar-se de ideias anacrônicas, que cheiram a mofo, e só a muito
custo determinam o restabelecimento deste ou daquele princípio ético ou moral; a reforma de métodos
educacionais, etc. Achamos isso muito triste. Pode parecer ironia, mas é o mesmo que colocar água numa
peneira e, notando que ela vaza demais, fazer uma peneira de furos menores.

Meishu-Sama, 25 de julho de 1951

É POSSÍVEL SOLUCIONAR OS MALES SOCIAIS?

Nunca houve um número tão grande de criminosos, em nosso país, como atualmente. Vêm
ocorrendo casos assustadores, como o roubo praticado por um grupo de mais de cem pessoas, causando
prejuízo de quatrocentos milhões de ienes, e também casos de violência coletiva e aumento gradativo de
crimes praticados por adolescentes. A situação social é tão calamitosa, que não pode continuar como está.
Analisemos a situação das classes situadas acima da média. Aí também é uma calamidade.
Verifica-se o suborno de entidades públicas, especulações, negociatas e muitas outras irregularidades. Se
fôssemos enumerá-las, não chegaríamos a um ponto final. Mas esses são apenas os casos que vêm à tona
eventualmente, não passando da pequena parte visível de um "iceberg". Os males sociais do Japão atual
parecem não ter fim. É como se fosse um monte de lixo tão grande que não se tem lugar para pisar.
Portanto, o grande problema com o qual nos defrontamos é encontrar o meio de eliminar esse lixo.
Naturalmente, as autoridades e os homens conscientes estão preocupados com o problema, e reconheço
que vêm fazendo o maior esforço para encontrar uma solução. Entretanto, por que não se conseguem
vislumbrar ao menos uma pequena luz de esperança?
Em nossa opinião, essas pessoas partem de ideias totalmente erradas, estão completamente fora
do caminho certo. Raciocinemos. Em primeiro lugar, é preciso descobrir por que as pessoas cometem
crimes. Se isso não ficar bem esclarecido, não será possível tomar-se medidas apropriadas.
A causa fundamental do crime está na alma humana, em nenhum outro lugar. Dependendo de ter
alma "branca" ou "preta", a pessoa será boa ou má. Por conseguinte, o ponto vital para a solução do
problema dos crimes é transformar o portador de alma "preta" em portador de alma "branca". Acontece que
as autoridades e os intelectuais da atualidade não percebem isso. Planejam todas as variedades de
métodos, tendo como ponto de referência aspectos secundários e terciários, que aparecem externamente, e
empenham-se na tomada de medidas anti-criminais. Mas isso é o mesmo que estarem enchendo de água
uma vasilha furada, motivo pelo qual jamais conseguirão extinguir os crimes, levem quantos anos levarem.
Alguém disse: "Para exterminar o crime por completo, é preciso que haja um policial vigiando cada pessoa".
E com razão, porque, apesar do crescente aperfeiçoamento do sistema jurídico e do esforço cada vez maior
empreendido pelos tribunais e pelos policiais, não se obtêm os resultados esperados.
Mas não existirá uma medida eficaz, uma medida que apresente resultados positivos? Sim, existe. Vou
escrever a respeito.
Como eu disse antes, só há um meio de tornar "branca" a alma dos seres humanos: a Religião.
Contudo, será que basta ser simplesmente uma religião? Isso também requer uma análise. Como todos
sabem, religiões existem muitas. Começando pelas mais novas, as que realmente nos trazem tranquilidade
de espírito infelizmente são tão poucas quanto as estrelas do amanhecer. E as religiões tradicionais? Talvez
todos concordem que nenhuma tem força suficiente para transformar o "preto" em "branco". Portanto, em
primeiro lugar, é preciso analisar as religiões com muita cautela, selecionar algumas que pareçam razoáveis
e, mesmo que não se chegue a cooperar com elas, pelo menos tratá-las com simpatia. Não existe
alternativa melhor.
As autoridades têm uma grande preocupação com os males sociais; todavia, não entendo por quê,
não passa por suas cabeças a ideia de recorrer à Religião. Elas sempre se apoiam nos métodos
materialistas, dos quais não querem se desapegar. Esta é a situação atual. Consequentemente, o povo é
que sofre. Portanto, torna-se imprescindível e urgente curar esta cegueira e fazer com que as pessoas se
conscientizem da verdadeira essência da Religião. Uma vez que o pensamento dos criminosos se
fundamenta no princípio materialista de não acreditar no que é invisível, eles pensam que basta enganar as
pessoas e, concentrando nisso toda a sua inteligência, empenham-se em fomentar o mal social. Assim,
enquanto não exterminarmos esse pensamento, será inútil valer-nos de outros métodos, pois eles não
passarão de paliativos momentâneos. É preciso tomar por base o pensamento espiritualista e fazer os
criminosos se conscientizarem da existência de Deus. Se eles acreditarem que os seres humanos estão
constantemente sendo observados pelos olhos de Deus e entenderem a Lei de Causa e Efeito, será
facílimo eliminar o crime pela raiz.
Os intelectuais que lerem minhas palavras certamente dirão: "Não duvido de que seja exatamente
como o senhor está argumentando, mas essa argumentação não é suficiente para fazer os criminosos
reconhecerem a existência de Deus". Ora, eles dizem isso porque seu pensamento também é materialista.
Acham que forçar as pessoas a acreditar em Deus é, sem dúvida, coisa de religião supersticiosa. Mas sua
interpretação é justificável, pois eles têm como ponto de referência as religiões surgidas até hoje.
Agora eu gostaria de que os intelectuais refletissem profundamente sobre a cultura científica. De
fato, ela progrediu rapidamente. Surgiram descobertas umas após outras, e aquilo que há cem anos era
considerado um sonho, hoje se tornou realidade. Entretanto, as religiões, e somente elas, não mudaram
nem um pouco em relação à época de sua fundação, há milhares de anos. Seria impossível, portanto, não
surgirem dúvidas quanto à causa dessa contradição. Consequentemente, analisando as religiões, os
intelectuais da atualidade acham que elas não passam de simples relíquias. Sua visão é a mesma que se
tem em relação às antiguidades. Assim, quando nós argumentamos que, para solução do mal social, é
preciso recorrer à Religião, eles nem dão ouvidos. Eis aí o problema.
Conforme já tive oportunidade de escrever, assim como o progresso da civilização científica está
construindo uma nova época, é preciso, também, que, no campo da Religião, surja algo equivalente. Ou
melhor, não será nada estranho que surja uma religião de nível mais elevado que o alcançado pela Ciência.
Também não será estranho que essa religião tenha um poder capaz de solucionar os problemas que a
Ciência não consegue resolver. Se compreenderem e aceitarem o que estou dizendo, poderão entender a
verdadeira natureza da Igreja Messiânica Mundial. Modéstia à parte, ela tem um poder grandioso, e, uma
vez ingressando nela, qualquer pessoa reconhecerá isso facilmente. Raciocinem: por mais bela que seja
uma coisa, se não nos aproximarmos dela, não conseguiremos ver sua beleza; por mais saborosa que seja
uma comida, se não a provarmos, não saberemos seu sabor; se houver um tesouro enterrado, mas não
cavarmos a terra, não o encontraremos. Da mesma forma, não adianta ficar do lado de fora apenas
imaginando o que é a nossa Igreja. Pensar que ela não passa de mais uma religião supersticiosa e
trapaceira, deixando-se influenciar por boatos e pelas falsas notícias publicadas nos jornais, será rejeitar a
própria felicidade. Antes de mais nada, é preciso entrar em contato com ela. "Se não entrarmos na toca da
onça, não conseguiremos agarrar seus filhotes". É um sábio ditado, não acham?

Meishu-Sama, 25 de janeiro de 1951

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