Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
‘
téchne 133 abril 2008
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT techne
Edição 133 ano 16 abril de 2008 R$ 23,00
Especial Sustentabilidade ■ Projetos sustentáveis ■ Reúso de águas ■ Luminotecnia ■ Fachadas ■ Instalações elétricas ■ Conexpo 2008
Sustentabilidade
O que torna um projeto sustentável? Confira as
00133
SUMÁRIO
CAPA
44 Projeto sustentável
Veja algumas das obras mais
emblemáticas em soluções
de sustentabilidade
66 CONEXPO 2008
Máquinas a caminho
Confira os destaques da indústria
mundial de máquinas que podem
desembarcar no País
Naldo Mundim/Realmix Concreto
72 ARTIGO
Avaliação ambiental de edifícios
Veja as diferenças entre as principais
metodologias de avaliação
de sustentabilidade
99 COMO CONSTRUIR
Sistema de aproveitamento de águas
38 FACHADAS pluviais para usos não potáveis
Alto desempenho, baixo Pesquisadores do IPT propõem
impacto instalação simples de captação e uso
Especialistas avaliam desempenho de água de chuva
de fachadas cortina, ventiladas
e outros sistemas
SEÇÕES
Marcelo Scandaroli
É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver
sumario.qxd 4/4/2008 16:09 Page 3
editorial.qxd 4/4/2008 15:40 Page 4
EDITORIAL
A insustentabilidade humana
VEJA EM AU
sustentabilidade ganha posição de destaque em um raro
A momento de prosperidade do setor. A coincidência histórica
é interessante, pois a discussão a ser travada pela sociedade é
exatamente essa: como aliar crescimento econômico e avanços
tecnológicos com responsabilidade ambiental. O arquiteto e
professor Geraldo Gomes Serra, pesquisador do Nutau (Núcleo
de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Entrevista:
Universidade de São Paulo), possui uma bela definição de Sergio Tepperman
sustentabilidade. Para ele, processos relacionados à construção Cobertura da Revestir
só podem ser sustentáveis "quando podem ser mantidos Pini 60 anos: revestimentos
cerâmicos
indefinidamente, quando nada determine o seu fim". A ilustração
de capa desta edição, que traz o símbolo internacional associado VEJA EM
à reciclagem, segue tal linha. Trata-se, no entanto, de um assunto CONSTRUÇÃO MERCADO
com muitos aspectos. Um material cujo processo de fabricação
gera baixa emissão de gases causadores do efeito estufa é
necessariamente sustentável? E se a vida útil dele for curta? Todo
cuidado é pouco, ainda mais em uma seara que tem sido alvo
constante de ações irresponsáveis de marketing. Ualfrido del Carlo,
entrevistado desta edição, teve passagem pelo instituto de
pesquisas francês CSTB (Centre Scientifique et Technique du
Retrofit para moradia
Bâtiment) em 1961 e, desde então, pesquisa o assunto. Para ele, a Incorporadoras de
sustentabilidade deve ser vista também a partir de aspectos sociais capital aberto
e não apenas tecnológicos. Critica a construção baseada em baixos Entrevista com o
presidente do PDG Realty
salários, a chamada "insustentabilidade humana" e o pouco ou
quase nenhum esforço em prol da industrialização das obras. VEJA EM EQUIPE DE OBRA
Nesta edição você poderá conferir alguns projetos premiados,
principalmente internacionais, compreender as dificuldades que
envolvem o projeto de fachadas, e conhecer o funcionamento de
sistemas de reúso de águas cinzas e negras. Vale a pena também
conferir o artigo dos pesquisadores do IPT para desatar a miríade
de certificações ambientais para edificações. No próximo dia 19 de
agosto, levaremos a discussão das páginas da revista para um
evento em São Paulo intitulado "Empreendimentos Imobiliários Laje nervurada
Sustentáveis – Viabilidade, Projeto e Execução". Escoramento metálico
Tipos de cimento
Paulo Kiss Como calcular tinta
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
Segunda a sexta das 9h às 18h
Diretor Geral
4001-6400 Ademir Pautasso Nunes
principais cidades*
Publicidade
ENGENHARIA E CUSTOS: Bernardo Corrêa Neto
fone (11) 2173-2304 Preços e Fornecedores: Juliana Cristina Teixeira
fax (11) 2173-2362 Auditoria de Preços: Ariell Alves Santos e Anderson Vasconcelos Fernandes
e-mail: publicidade@pini.com.br Especificações técnicas: Ana Carolina Ferreira
Índices e Custos: Andréia Cristina da Silva Barros
Tráfego (anúncios) Composições de Custos: Mônica de Oliveira Ferreira
SERVIÇOS DE ENGENHARIA: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio Pini
fone (11) 2173-2361 PUBLICIDADE: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade, Jane Elias e José Luiz Machado
e-mail: trafego@pini.com.br Executivos de contas: Eduardo Yamashita, Bárbara Salomoni Monteiro, Danilo Alegre e Ricardo Coelho
MARKETING: Ricardo Massaro EVENTOS: Vitor Rodrigues VENDAS: José Carlos Perez
Engenharia e Custos RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Mário S. Pini
ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS: Durval Bezerra
fone (11) 2173-2373
CIRCULAÇÃO: José Roberto Pini SISTEMAS: José da Cruz Filho e Pedro Paulo Machado
e-mail: engenharia@pini.com.br MANUAIS TÉCNICOS E CURSOS: Eric Cozza
Reprints editoriais
Para solicitar reimpressões de reportagens ENDEREÇO E TELEFONES
ou artigos publicados: Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil
fone (11) 2173-2304 PINI Publicidade, Engenharia, Administração e Redação – fone: (11) 2173-2300
PINI Sistemas, suporte e portal Piniweb – fone: (11) 2173-2300 - fax: (11) 2173-2425
e-mail: publicidade@pini.com.br
Visite nosso site: www.piniweb.com
Representantes da Publicidade:
PINIrevistas
Redação Paraná/Santa Catarina (48) 3241-1826/9111-5512
fone (11) 2173-2303 Minas Gerais (31) 2535-7333 Rio Grande do Sul (51) 3333-2756
fax (11) 2173-2327 Rio de Janeiro (21) 2247-0407/9656-8856 Brasília (61) 3447-4400
e-mail: construcao@pini.com.br
Representantes de Livros e Assinaturas:
Alagoas (82) 3338-2290 Amazonas (92) 3646-3113 Bahia (71) 3341-2610 Ceará (85) 3478-1611
PINImanuais técnicos Espírito Santo (27) 3242-3531 Maranhão (98) 3088-0528
fone (11) 2173-2328 Mato Grosso do Sul (67) 9951-5246 Pará (91) 3246-5522 Paraíba (83) 3223-1105
e-mail: manuais@pini.com.br Pernambuco (81) 3222-5757 Piauí (86) 3223-5336
Rio de Janeiro (21) 2265-7899 Rio Grande do Norte (84) 3613-1222
Rio Grande do Sul (51) 3470-3060 São Paulo Marília (14) 3417-3099
PINIsistemas
Suporte São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337
fone (11) 2173-2400
téchne: ISSN 0104-1053
e-mail: suporte@piniweb.com
Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)
Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)
Vendas
fone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo) Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,
0800-707-6055 (demais localidades) necessariamente, as opiniões da revista.
e-mail: vendas@piniweb.com
PINIserviços de engenharia
fone (11) 2173-2369
e-mail: engenharia@pini.com.br PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
www.revistatechne.com.br
Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Arquitetura verde
Veja mais imagens de obras que se destacaram por seus diferenciais de
Fórum Téchne
sustentabilidade. Tais edificações empregaram todas as tecnologias disponíveis O site da revista Téchne tem um
para diminuir os impactos ao meio ambiente e à saúde humana. espaço dedicado ao debate técnico
e qualificado dos principais temas
da engenharia. Confira os temas
em andamento.
"bate-choco". A má execução, ou
não-execução dessa atividade,
pode ocasionar o que é chamado
de "chaminé". Vai se criando um
vazio por sobre a falha, até que
ocorre o rompimento.
ÁREA CONSTRUÍDA
Viaduto será iluminado com LEDs em São Paulo Ensaio alternativo
de solo reduz custo
de casas populares
Para baixar o custo das sondagens
geotécnicas e orientar a escolha da
fundação de casas populares,
pesquisadores desenvolveram
ensaios alternativos de avaliação do
solo. Foram desenvolvidos no Projeto
Moradia, financiado pelo Programa
Habitare, três métodos de ensaio: o
trado, que permite identificar de
Fernando Conti-Secom
Marcelo Scandaroli
Arquiteto formado pela FAU-USP Quais as definições correntes?
(Faculdade de Arquitetura e Urbanis- A primeira, presente na maior parte
mo da Universidade de São Paulo), dos manuais, afirma que um processo
desde 1961 é professor titular da Uni- é sustentável quando emprega apenas
versidade e pesquisador do Nutau recursos renováveis. Ou, ao empregar Sempre em busca de materiais
(Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da recursos não-renováveis, o faz em plenamente renováveis?
Arquitetura e Urbanismo da Universi- ritmo tal que permite o desenvolvi- Enfatizo outro aspecto da questão, que
dade de São Paulo). Seu foco é a tecno- mento de sucedâneos.A segunda defi- envolve a durabilidade e a reciclagem.
logia da arquitetura e urbanismo, nição, da comissão Brundtland, diz O edifício que pode ser reciclado é feito
principalmente a partir do desenvolvi- que processos são sustentáveis quan- para durar séculos, incluindo a organi-
mento urbano, urbanização, cidade, do as futuras gerações podem conti- zação do espaço pelo arquiteto.Quanto
habitação e metodologia de pesquisa. nuar a desfrutar deles da mesma ma- mais flexível,mais contribui para a reci-
Para o meio da construção civil, o tema neira como desfrutamos hoje. As duas clagem. Aí aparece a tríade: reciclagem,
sustentabilidade ainda é permeado por dizem que um processo é sustentável durabilidade e flexibilidade. Ao olhar-
conceitos pouco nítidos. Não são claras quando pode ser mantido indefinida- mos para a construção civil, cujo pro-
as responsabilidades dos construtores e mente, quando não há nada que de- duto é supostamente durável, conside-
dos profissionais de projeto, pois os termine o seu fim. ramos a questão da durabilidade para
impactos de uma obra sobre o meio não ficarmos fanaticamente presos à
ambiente envolvem desde a forma de A sustentabilidade está ligada à definição original da sustentabilidade.
produção dos insumos até a eficiência industrialização?
energética do edifício. Para esclarecer A construção com métodos sustentá- Por ser a maior geradora de resíduos,
alguns dos conceitos mais básicos da veis é uma questão de racionalidade. qual o papel da construção?
sustentabilidade aplicada à construção, Mais eficiência, menor custo, raciona- Temos alguns caminhos a escolher. Um
o pesquisador do Nutau, professor Ge- lidade no uso de recursos e bom de- é reciclar. No entanto, quase todas as
raldo Gomes Serra, foi entrevistado sempenho do ponto de vista térmico e pesquisas que tentaram transformar
pela Téchne. Confira o que pensa o ar- acústico, por exemplo, contribui para a entulho em material de construção de
quiteto e quais os principais dilemas do sustentabilidade. Quanto mais sofisti- novo concluíram que o processo é
mercado sobre o tema. cada for a construção do ponto de vista muito caro. E, se é caro, não é sustentá-
tecnológico, será mais sustentável por vel. Ainda assim, é possível usar blocos,
O mercado sabe o que é levar em consideração esses aspectos. do concreto de demolição para base de
sustentabilidade em edificações? vias públicas, principalmente urbanas,
A julgar por reações que tenho visto É necessário desenvolver novos com resultados muito bons. Mas, ao
em reuniões que o Nutau promove, materiais? analisar os entulhos atuais, verificamos
existe bastante confusão. Com fre- A pesquisa nessa área é prioritária. Há uma grande quantidade de embala-
qüência aparece alguém dizendo que um componente que é a nossa even- gens, materiais que não posso utilizar
não se sabe o que é sustentabilidade, tual contribuição para as mudanças na base da rua. Então há o problema da
que há definições diferentes. Trata-se climáticas. Sabemos que a quantidade separação. E se lixo é confusão, desor-
de um ambiente acadêmico, e quem de gases de efeito estufa está aumen- dem, a coleta seletiva propõe parar de
faz essas colocações não é do mercado, tando e que nossa contribuição é mui- produzir lixo.A sustentabilidade consi-
mas acadêmicos que deveriam estar to grande.A construção civil gera mui- dera cada um desses aspectos da aglo-
bem informados. Por isso, acredito tos gases, pois é uma grande consumi- meração, da construção, do edifício, da
que o conceito é um pouco difuso. dora de petróleo. operação, da produção de materiais.
area construida.qxd 4/4/2008 15:39 Page 12
ÁREA CONSTRUÍDA
Acervo Pessoal
credited Professional) é o arquiteto sustentabilidade incorporados, e sem
Antonio Mantovani Neto, que falou à a necessidade de acompanhamento
Téchne sobre sua certificação. de um terceiro profissional, consul-
Antonio Mantovani Neto, arquiteto
tor. Dessa forma, a certificação Leed
Numa linguagem simples e objetiva, poderá ser aplicada não apenas em
o que significa ter, em um escritório grandes empreendimentos, mas tam- Como é o processo? Que
de projetos de arquitetura, um bém em pequenas obras, de 400 m², competências são avaliadas?
Profissional Acreditado Leed por exemplo. Nós sempre procurare- Estudei durante três meses para reali-
(Leed AP)? mos especificar carpetes, mobiliário, zar a prova elaborada pelo Green
Significa que o escritório tem em sua materiais que atendam às exigências Building Council norte-americano.
equipe alguém que sabe elaborar um do Leed. Isso passará a ser uma carac- Além dos detalhes dos requisitos do
projeto sustentável, conhece o roteiro terística inata do projeto. Além disso, Leed, a prova exige, também, conheci-
de desenvolvimento com base nas estou apto a certificar empreendi- mento de conceitos básicos de susten-
exigências do Leed. Atualmente, exis- mentos externos ao escritório com o tabilidade, construído ao longo dos
tem cerca de 20 Leed-APs no Brasil, selo Leed. anos na carreira.
indices 133.qxd 4/4/2008 15:46 Page 14
ÍNDICES
CPII se mantém
estável
Mas barra de aço CA-50 puxa índice pelo
segundo mês consecutivo
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com
Casa de madeira
Por que a legislação de São Paulo, por recursos são corriqueiramente adota-
exemplo, não permite a construção de das em sociedades mais evoluídas, co-
casas pré-moldadas de madeira em mo a norte-americana,japonesa,nórdi-
áreas urbanas? Essa lei poderá ser ca e outras. A madeira poderá ainda ser
revista? Existiria um lobby contra a utilizada como estrutura interna de pa-
aprovação desse tipo de construção? redes ou tetos (wood frame), sendo
João Liure Naves protegida no caso por materiais com
São Paulo maior resistência ao fogo (placas ci-
mentícias, painéis de gesso etc.). Não se
A restrição deve-se ao risco de incêndio pode afirmar que existam lobbies, mas
e foi introduzida na lei há mais de meio é flagrante em nosso meio a disputa e
século, numa época em que não havia contrapropaganda entre os materiais
recursos como aditivos antichama,ma- sucedâneos como o cimento, o gesso, a
Malibu Books
teriais retardantes de incêndio, pintu- cerâmica e outros.
ras intumescentes e outros. Constru- Ercio Thomaz
ções em madeira utilizando-se desses Cetac/IPT (Centro Tecnológico do Ambiente Construído)
Construção metálica
Comparando-se uma mesma área útil, pelo melhor material da construção.Os
construções metálicas residenciais preços dos materiais, como de resto,
seriam muito mais caras do que são ainda muito influenciados pela de-
construções de concreto e alvenaria? manda. O preço do aço, por exemplo,
Estruturas reticuladas simples, metálicas, depende muito da demanda chinesa. O
e divisórias com painéis cimentícios e do cimento pode variar de R$ 12/saco
lajes steel deck não compensariam, em antes do PAC (Programa de Aceleração
Fran Parente
CARREIRA
Kokei Uehara
Símbolo do centenário da imigração japonesa, o engenheiro
participou das obras das principais barragens brasileiras
rabalho é o que não tem faltado dico. Só foi demovido de suas intenções
T
Marcelo Scandaroli
19
melhores praticas 133.qxd 4/4/2008 15:44 Page 20
MELHORES PRÁTICAS
Terraplenagem
Com muitas etapas de laboratório, serviços de terraplenagem demandam
atenção ao solo. Ensaios durante o processo evitam distorções com o projeto
indicado.
É importante atentar para as faixas
granulométricas e as porcentagens de
areia, silte e argila.
Preparação do solo
Cada tipo de solo e de Após esse processo, é importante
equipamento conta com uma homogeneizar o material a ser
faixa de umidade apropriada. Se aplicado para terraplenagem. Em
estiver seco demais, deve ser locais com variações climáticas
umedecido. Caso contrário, acentuadas, essa etapa pode
exposto ao sol para secagem. apresentar complicações.
Compactação Controle
Ao atingir a chamada umidade ótima,
inicia-se a compactação da camada
especificado em projeto e a inclinação
dos taludes deve ser definida
tecnológico
espalhada. A energia a ser aplicada é conforme as características do Uma equipe de controle tecnológico deve
definida pelo peso do compressor, material. Quando não há informações coletar amostras para garantir que o solo
quantidade de passadas, velocidade de suficientes sobre o solo, geralmente apresente as características mínimas de
operação, espessura da camada de solo adota-se o convencional 1:1 em corte suporte exigidas pelo projetista. O controle
solta, se vibratória ou estática e pela e 1:1,5 em aterro, sendo, deve ser de caráter preventivo, buscando
superfície do equipamento. Deve-se respectivamente, referentes aos eixos calibrar em laboratório os parâmetros de
respeitar o grau de compactação vertical e horizontal. compactação. Essas diretrizes definem o
desvio de umidade e o grau de
compactação. É importante observar que
Memória técnica os serviços devem ser controlados numa
mesma jornada de trabalho, pois o ensaio
Para seguir o exemplo europeu, em que a coleta, transporte, lançamento,
de um dia não vale para o outro.
compactação de determinados tipos de homogeneização e tipo de
solo baseia-se em tabelas de referência, é compactação. Os resultados obtidos
importante criar registros do processo de podem ser aplicados em obras futuras,
compactação. Deve-se atentar para o contribuindo para um permanente
registro da classificação do solo, seleção, aperfeiçoamento tecnológico.
Colaboração: engenheiros Leônidas Alvarez Neto, diretor presidente da JBA Engenharia e Consultoria, e Jesus Abad Tolosana,
da Terram Engenharia de Infra-estrutura
21
entrevista.qxd 4/4/2008 15:50 Page 22
ENTREVISTA
Cultura sustentável
Evolução da engenharia construtiva e dos projetos demanda
questionamento de processos e padrões estabelecidos
Marcelo Scandaroli
UALFRIDO DEL CARLO
Graduado em 1963 pela Universidade
de São Paulo, passou dois anos no
CSTB (Centre Scientifique et
Technique du Bâtiment), na França,
como técnico de nível superior. Atuou
na implantação de laboratórios de
análise de conforto ambiental no IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo), onde foi
Chefe de Agrupamento. Desde 1994
pesquisa e atua na área de
sustentabilidade das edificações e
sustentabilidade na arquitetura e
urbanismo, sob enfoque do
desempenho. Hoje, testa em sua
própria casa algumas das soluções
que defende. A o receber a reportagem de Téch-
ne em sua casa, um laboratório
prático de soluções sustentáveis, o en-
que a construção civil é protagonista
no cenário de poluição ambiental. "As
organizações humanas precisam pas-
genheiro Ualfrido Del Carlo iniciou a sar por uma mudança fundamental
conversa pontuando que a engenha- para se adaptarem ao novo ambiente
ria moderna é obrigada a trabalhar empresarial e tornarem-se sustentá-
com três variáveis que foram histori- veis", resume. Logo, a noção de sus-
camente ignoradas: responsabilidade tentabilidade envolve conceitos mais
ambiental, responsabilidade social e amplos, que integram homem, meio
sustentabilidade. Conseqüentemente, ambiente e edificações. Assim, além
a evolução do raciocínio leva a extra- de contar com projetos concebidos a
polar o tripé, formado por matéria, partir de novos conceitos, a engenha-
processo e forma, que sustenta a ativi- ria sustentável tem alternativas aos
dade da Engenharia. É fundamental à processos convencionais também
nova engenharia, segundo explica, para preservar o homem, mecanizan-
considerar a quarta variável, o signifi- do processos. Apesar de haver um pa-
cado. Para tanto, deve questionar pro- norama mundial favorável, Ualfrido
cessos, padrões e imposições culturais acredita que a construção civil será o
em busca da função e da simplificação último setor a adotar uma nova pos-
das soluções. Trata-se, afinal, de apro- tura, pois nem mesmo o meio acadê-
ximar a engenharia das reais necessi- mico compreende alguns dos concei-
dades humanas, principalmente por- tos fundamentais à engenharia.
ENTREVISTA
Como não é o normal, a industrializa- Tem que voltar a ser o que era antes?
ção leva à sustentabilidade e à diminui- Como o caos é mais barato que a orga-
ção do esforço humano.
“Não é sustentável, nização, é seis vezes mais caro reciclar
embora diminua o do que jogar no lixo comum. A enge-
Pensar no processo produtivo dos nharia do futuro tem que se propor a
materiais é parte do projeto?
impacto ambiental, crescer sem aumentar o consumo de
Tem que criar um repertório dos ma- usar o entulho de material nem jogar nada fora. Não
teriais e seus impactos, além de consi- adianta picar pneu para usar em con-
derar o tipo de usuário e suas necessi-
concreto para fazer creto. Tem que picar para fazer pneu.
dades. Os melhores materiais, que piso de estrada” Senão não é sustentável, embora am-
devem ser preferidos do ponto de bientalmente mais correto.
vista ambiental, são aqueles vivos,
como é o caso da madeira, e os à base co. Os complexos, como o concreto, E é possível minimizar os efeitos
de óleos naturais ou água.A madeira é são complicados de se reutilizar. desse ciclo?
um grande material, mas só usamos Claro, usando materiais naturais em
para telhado, com dimensões exage- Qual o problema com o concreto? vez de sintéticos, materiais inorgâni-
radas. Pisos de linóleo, que vêm da li- É espetacular, mas é um problema. cos e de fácil reciclagem, como vidro,
nhaça, são espetaculares, duram Em uma caixa de madeira ou aço que dura muito, alumínio, ferro. Mas
muito e são totalmente recicláveis. coloca-se areia, retirada de um rio, tem que tratar direito, proteger. E, ao
pedras, que acabaram com uma reciclar, tomar cuidado pra aproveitar
E com relação a materiais que não montanha, além de uma estrutura de completamente. Sustentabilidade é
são naturais? aço e água. Isso tudo nunca vai voltar um processo contínuo de aprendiza-
Há os que exigem muita energia, mas a ser o que era. É importante enten- do das novas tecnologias, sempre com
que são fáceis de reciclar, como alumí- der que não é sustentável, embora di- a quarta variável, o significado.
nio, aço e vidro. Também há materiais minua o impacto ambiental, usar o
que, embora fáceis de reciclar, têm entulho de concreto para fazer piso Qual a importância do significado?
problemas ambientais, como o plásti- de estrada ou qualquer coisa. Não se pode impor uma norma porque
entrevista.qxd 4/4/2008 15:50 Page 26
ENTREVISTA
não será obedecida. É como usar EPI Estamos mais atrasados que os ou-
[equipamento de proteção individual]. tros, mas acho que ninguém no
É questão de ensino, de significado,
“A construção é o Mundo tem. Há escritórios fazendo
simbologia e cultura. mais retrógrado dos esforços para se atualizar, mas as esco-
las não ensinam. Na Escola Politécni-
Que materiais a construção deveria
setores. Existe tanta ca da Universidade de São Paulo há
condenar? simbologia embutida, uma disciplina optativa de sustenta-
Não condenar, mas usar de forma dife- bilidade, por onde passam 30 alunos
rente, na quantidade certa para obter a
que será o último de 600. E todas as engenharias têm
inércia necessária.Tem alguns materiais, setor a padronizar problemas de sustentabilidade.
como o PVC, que liberam fosgênio du-
rante a queima.É o gás usado na primei-
as operações” O senhor afirmou, anteriormente em
ra guerra para matar pessoas. Produtos entrevista à Téchne, que os
químicos voláteis e alguns preservantes processo e ganham bem. Não estamos profissionais fogem de análises de
também devem ser evitados, como os à preparados e não temos cursos dessas variáveis conflitantes. De quê
base de arsênico. Tintas à base de chum- coisas. Não existe esse profissional, decorre essa fuga?
bo podem estar causando morte lá na assim como não há engenheiro am- Primeiro porque vêm de uma socieda-
origem. Têm cimenteiras sem os filtros biental. Tem cursos de pós-graduação, de perdulária. Ao entrar na faculdade
necessários matando operários e a po- mas muito rudimentares. Sem escala, o aluno ganhou um carro sem nunca
pulação do entorno com silicose.Alguns não há cursos para formar engenheiros ter discutido a necessidade do carro.
amiantos exigem mais cuidados. que avaliem projetos, alguém que sabe Na faculdade, ninguém ensina pra ele
analisar,a partir da norma,do certifica- que um sistema sustentável faz em
Nesse contexto, qual a importância do e que seja aberto a inovações. Um meia-hora o que os outros fazem em
dos selos de certificação ambiental engenheiro da prefeitura aprende lá cinco. Tem aula de desenho, matemá-
para produtos? dentro a avaliar, o que é um desastre do tica, física, conforto, mas jamais sus-
Selos são importantes, mas tem que ponto de vista da sustentabilidade. tentabilidade. Essa palavra não existe.
se tomar cuidado e ter controle da
qualidade. Não pode ser um certifica- Os fabricantes têm materiais E quanto às imposições de mercado
do que vale para a amostra, mas sim eficientes? baseadas em padrões culturais?
para o sistema de produção. No en- Alguns produzem até sem saber que são O primeiro grande problema é fazer
tanto, o baixo volume de produção eficientes. Não há engenheiro de ma- com que as pessoas pensem em viver
no Brasil não justifica fazer ensaio deira no Brasil, alguém capaz de dizer mais simples, destruindo menos o
toda hora, o que dificulta a manuten- como uma tora deve ser desdobrada meio ambiente. É difícil porque é uma
ção do controle da qualidade. para obter o máximo de rendimento. O sociedade de consumo exigindo mu-
produto é nobre, de baixo impacto am- danças violentas de comportamento.
De que maneira um selo pode biental, mas foi tirado da floresta sem
auxiliar na manutenção do muito critério. Aqui, talvez porque o Quando essa consciência chegará à
controle da qualidade? mercado seja pequeno, ainda falta algo. construção civil?
No Brasil, um selo de 1970 vale até A construção é o mais retrógrado dos
hoje. A França introduziu um selo que Os fabricantes deveriam ter setores e foi o último a buscar o Total
avalia o edifício a partir do processo um sistema de coleta dos sacos Quality Control, a ISO 9000. Existe
evolutivo, em que as exigências au- de cimento entregues à obra, tanta simbologia embutida na casa, no
mentam com o passar dos anos. En- por exemplo? lugar de trabalho, na altura do prédio,
tão, não é garantido que vai manter a Deveriam cobrar uma taxa por saco que será o último a padronizar as ope-
certificação daqui cinco anos. Impõe a não devolvido. Com pilha é igual. Ao rações, seja no Brasil ou no Japão. É
necessidade da inovação e do aprendi- devolver, recebe de volta. Se não de- muito mais fácil criar um sistema de
zado no tempo, preparando para a ge- volver, arca com o prejuízo. O sistema reciclagem de automóveis, como fez a
ração futura de edifícios, que eu não tem que ser mais agressivo. Mercedes, que recicla 90% do carro, do
sei se nossas construtoras vão fazer. O que de edifícios.
selo tem que evoluir com a tecnologia E jogar a responsabilidade para o
ou o fabricante não quer que as nor- consumidor? Isso devido à cultura?
mas mudem para não perder o selo. Não, no bolso dele. É uma mistura de cultura com padrões
muito estabelecidos. O Japão precisou
E qual a importância do volume de Os projetistas brasileiros têm de uma grande crise, também imobiliá-
produção? capacidade de desenvolver ria,para mudar.A nossa crise vai chegar,
Para manter fiscais que entendem do projetos sustentáveis? resta saber quando, pois estamos ven-
dendo apartamento a torto e direito sem Quais os principais problemas das Qual deve ser a relação da cobertura e
escolher muito bem os credores. E eco- nossas fachadas? da fachada com o meio? Aumentar a
nomia é o próprio sistema insustentável. Não existe face ruim, existe projeto inércia térmica, com paredes verdes,
ruim. Temos que usá-las ativamente, por exemplo, é o mais adequado?
As coberturas das nossas para aproveitamento de energia, e não Certamente, mas que seja efetiva-
construções ainda são um desastre? apenas como proteção passiva. Pode- mente verde, plantada, para sombrear
Existe tecnologia, mas os telhados mos colocar painéis solares na face o prédio. Há dois mil anos os árabes
vazam no Brasil. Um dos grandes oeste, que tem muita radiação e sofre fazem paredes externas espessas para,
problemas é a falta de manutenção. O com problemas de aquecimento. com o frio da noite, a parede esfriar e
futuro está nas coberturas verdes, com não dar tempo de o calor do dia passar.
jardins, menos agressivas ao ambiente Deveríamos explorar melhor a E no meio havia um chafariz pra au-
por aumentar a inércia e melhorar a incidência do sol? mentar a umidade interna. O homem
isolação térmica. Com menos sol, os Sem dúvida. Meu filho está refor- já fez todas as experiências, é só copiar
materiais duram mais. Mesmo assim, mando seu apartamento e o projeto, e aplicar a tecnologia que temos hoje.
tem que ser fácil de renovar a imper- de 20 anos, diz que a laje do terraço Podemos usar inércia do solo.
meabilização a cada dez anos. tem que ter cor de cimento. Ele pin-
tou de branco para diminuir a quan- Algum projeto atual adota solução
Nossos projetos de cobertura são tidade de lâmpadas e tomou uma semelhante?
malconcebidos? bronca do condomínio. No entanto, A sede da prefeitura de Fukuoka, no
As vigas geralmente têm um tamanho se fechar com vidro pode pintar, o Japão, projetada pelo arquiteto Emilio
absurdo, com duas vezes mais madeira que só pode ser brincadeira, já que é Ambasz, é um exemplo que ganhou
do que o necessário. E as tesouras no face oeste e, ao fechar, vai criar um um concurso internacional. Uma das
Brasil têm caibro no meio, o que não se efeito estufa. Não há modernização fachadas é uma praça, verde, com vá-
faz. Tem que ser um "W" para descar- da mentalidade coletiva. Existem re- rios patamares, janelas e queda d'água.
regar fora do meio e dar menor mo- gras sociais que fazem todos andarem Do outro, é um prédio semelhante aos
mento, diminuindo o vão e exigindo juntos, como gado, e serem incapazes demais. Outra coisa, adotada em paí-
menos madeira. de pensar. ses muito secos e que seria interessante
entrevista.qxd 4/4/2008 15:50 Page 28
ENTREVISTA
para o Nordeste, por exemplo, são eva- mais acontece em edificações, princi- todos os prédios. Com um milhão de
poradores para refrigerar casas. palmente nesses prédios com facha- metros quadrados, iria gerar 70% da
das de vidro, o famoso pano de vidro. energia e 100% da água que a Univer-
É possível equacionar incidência É um negócio perigoso. sidade precisa. Alegaram que a pes-
solar sem gerar calor no ambiente? quisa é prematura. Mas se a idéia não
Ao fechar um ambiente, a tendência é Essa alternativa deveria ser banida? for prematura, não é pesquisa. Apro-
aumentar a temperatura. Com venti- Pode ser melhorada, porque ou me veitamento é outro departamento,
lação e evitando a entrada de muito defendo ou aproveito a energia do sol. outra fase.
calor e aglomerações, pode deixar a Percebe a diferença? No exterior, pai-
temperatura muito próxima à exter- néis solares nas fachadas geram ener- Por ter trabalhado no CSTB francês,
na. É possível administrar, por exem- gia ou aquecem água ao mesmo diria que no exterior é diferente?
plo, fazendo com que o prédio tenha tempo em que são janelas. Existem vi- Morei dois anos na Europa e todas as
massas significativas e necessárias à dros modernos, que mudam de cor ou idéias de pesquisa que tive viraram
inércia. Ao usar divisórias leves, a ten- são espelhados para diminuir o con- realidade. Aqui, nem o laboratório de
dência é que a temperatura oscile de sumo de energia, embora exista o pro- desempenho que quis montar no IPT
acordo com a externa. blema do reflexo. chegou ao fim. No mundo desenvolvi-
do, manter as coisas iguais é a morte.
O conforto ambiental pode ser No meio acadêmico é mais fácil No Brasil, mexer é perigoso.
alcançado em qualquer projeto difundir soluções alternativas em
ou é exclusividade de obra cara favor da sustentabilidade? Então falta muito investimento em
e complexa? Já mandei projetos para a Fapesp pesquisa?
Pode ser alcançado sempre. É possível (Fundação de Amparo à Pesquisa do Vêem as propostas como estranhas
fazer paredes de terra socada com 40 Estado de São Paulo) que foram rejei- porque não têm gente para avaliar.
cm de espessura, garantida por 500 tados por não terem utilidade. Quis Quem avalia não sabe da quarta variá-
anos desde que protegida da água. fazer avaliação ambiental de toda a vel,o significado.Ser sustentável é ques-
Depende 90% de projeto, 10% de USP (Universidade de São Paulo) e tionar o significado em todas as ações.
equipamento. Efeito estufa é o que propus fazer coberturas verdes em Bruno Loturco
entrevista.qxd 4/4/2008 15:50 Page 29
tecnica.qxd 4/4/2008 15:48 Page 30
TÉCNICA E AMBIENTE
Frio solar
Edifício construído em região quase desértica conta com ar
refrigerado produzido a partir de radiação solar. Protótipo pretende
oferecer conforto térmico com pouca energia elétrica
LUMINOTECNIA
Iluminação natural
Existem regiões em que a luz natural Quinhentos lux é a iluminância para
chega a níveis de 150.000 lux. Já em planos de trabalho sugerida pela
ambientes internos, para que não seja norma NBR 5413 (iluminância de
desconfortável, a iluminância nunca interiores), necessária a tarefas de
deve ser superior a 1.000 lux. média precisão. Neide oferece ainda
"Percebemos, por esses números, que alguns exemplos: "Para oficinas de
necessitamos de uma pequena fração montagem, 300 lux/m², enquanto na
da luz natural em ambientes internos montagem de instrumentos são
para nossa percepção visual na necessários 500 lux/m²; em
realização de tarefas, que exige, em montagens precisas chegam a ser
Fernando Blay
média, 500 lux", explica a consultora exigidos 1.500 lux/m², e nos
luminotécnica Neide Senzi. escritórios o necessário é 500 lux/m²".
Rogério Lorenzoni
nos espaços: "Criamos um conjunto
de ações que visam reter raios solares
ou direcioná-los da forma mais inte-
O projeto dessa residência mescla iluminação natural com vários circuitos
ressante, para que somente a luz entre,
elétricos que permitem a criação de usos diversos e consumo de eletricidade
e não o calor, com o uso de brises, tipos
em cada situação. Alternando-se a utilização das fontes de luz, formam-se
especiais de caixilhos e vidros com
também novos cenários
persianas externas brancas, refletivas".
A opinião do arquiteto Roberto
Aflalo é de que o tratamento das fa- energia. E nesse quesito, a climatiza- Senzi. Assim, uma lâmpada com efi-
chadas deve acontecer antes do proje- ção do ambiente tem tanta importân- ciência de 15 lúmen/W é de baixa efi-
to luminotécnico. "Para aproveita- cia quanto a luminotecnia. "A cada ciência e gera mais calor do que outra,
mento máximo da luz natural, a fa- 3,5 W de luz reduzidos no consumo de eficiência de 85 lúmen/W.
chada pode ser até dinâmica, adap- elétrico, fica economizado 1 W no uso Uma série de fontes de luz, hoje,
tando-se aos diferentes horários do do ar-condicionado, o que totaliza é mais vantajosa que as tradicionais
dia, em cada situação", diz. uma economia operacional de 4,5 W," incandescentes e halógenas: pode-se
Resolvida a questão de como o calcula Yoon Kim, vice-presidente de usar as fluorescentes, de vapores me-
sol vai bater na janela, é preciso iluminação da Phillips/Brasil. tálicos e os LEDs (diodos emissores
medir a quantidade de luz necessária Para isso, podem ser adaptadas di- de luz). Para Davis Paro, os LEDs são
nos ambientes, de acordo com suas ferentes lâmpadas de acordo com o os primeiros parceiros na implanta-
respectivas funções, para a aplicação lugar, com a função específica do am- ção de um projeto luminotécnico
da luz artificial. biente e com a hora de uso certa do sustentável. As microlâmpadas de al-
dia. A eficiência "se atinge com o uso tíssima eficiência energética são ca-
Na ponta do lápis de lâmpadas de menor wattagem e pazes de gerar luz com pouquíssima
O projeto luminotécnico leva em maior fluxo luminoso, ou seja, maior dissipação de calor e podem ser fa-
consideração fatores que realizam luminosidade, com menor emissão de cilmente dimerizadas. "O aumento
equilíbrio entre luz e consumo de calor", afirma a consultora Neide da potência dos LEDs e a melhoria
33
materia_lumotecnia.qxd 4/4/2008 15:49 Page 34
LUMINOTECNIA
Fernando Blay
telefones celulares," exemplifica.
Normas
Projeto prioriza o aproveitamento máximo da iluminação natural
No mercado existem divergências
quanto à normalização. A opinião de
alguns especialistas é de que a norma nância de interiores) não impede que Fulvio explica que o conceito da
impede a liberdade de criação ao esta- o projeto seja mais ou menos sustentá- norma, trazida do exterior para a
belecer parâmetros fixos. Para Guin- vel. "A norma permite que se faça uma ABNT, é o de nível de iluminação
ter Parschalk, "o ato de 'ver' depende escolha coerente", diz. "Você pode para cada atividade: "Num corredor,
muito mais da qualidade do que da combinar iluminação geral mais bai- por exemplo, pode ser bem baixa, o
quantidade da luz", opina. xa, para que se circule com conforto e que gera economia; mesas de reunião
O pesquisador do IPT (Instituto segurança, somada a uma luz pontual, de 10 m de comprimento necessitam
de Pesquisas Tecnológicas do Estado complementar, para a execução de de uma boa iluminação; em uma sala
de São Paulo) Fulvio Vittorino, contu- dada tarefa. A norma técnica não ex- onde trabalham projetistas, um
do, relembra que a NBR 5413 (ilumi- clui idéias inteligentes", completa. ponto adicional pode ser ligado e des-
André Otero
LEDs são fortes candidatos a substitutos
Projeto do Banco Pactual, em São Paulo, de Neide Sanzi. Integração de luz natural e das lâmpadas fluorescentes
artificial, com sensores de luminosidade ligados às luminárias que medem a incidência compactas devido à sua qualidade de
de luz natural no ambiente e regulam a iluminância, mantida sempre em 500 lux emissão luminosa e alta potência
ligado quando necessário, sendo a luz pouco mais de dez anos impunha que combina muito com ambientes de
ambiente, mais baixa, suficiente para se instalassem sistemas de controle au- descanso, como o residencial."
uso comum". tomatizado para iluminação artificial, A luz branca de baixa intensidade
Guinter prefere levar em conside- precisou ser alterada, porque se perce- produz efeitos duvidosos, pois "sua
ração não só o tipo de atividade a ser beu que ainda era inviável, devido aos baixa luminosidade cria climas caver-
executada: "Tudo influencia, até a cor altos custos; hoje, seu uso é só uma su- nosos, de dias nublados, cinzas e depri-
das paredes: se forem pretas, em um gestão. "Não tem por que modificar- mentes, o que afeta o bem-estar físico e
ambiente de escritório, a luz será de mos a norma brasileira agora", avalia o psíquico", diz Guinter. Para ele, não
uma intensidade; se forem brancas, pesquisador. "Não há atualmente uma basta proibir o uso de determinados
refletivas, a luz artificial deverá ser pesquisa que oriente essas mudanças." tipos de lâmpada, mas sim saber uti-
outra, menos intensa; até o branco da lizá-las da forma mais econômica e sus-
folha de papel, em um ambiente escu- Comportamento tentável, em combinação com outros
ro, aumenta o contraste entre o am- Segundo Guinter, vários países tipos, como as fluorescentes. "Além
biente e o foco do olho, o que pode estão pleiteando a proibição de lâm- disso, lâmpadas fluorescentes têm o
gerar desconforto", pondera. O desig- padas incandescentes e halógenas, problema do impacto ambiental, já que
ner aponta, assim, um estudo minu- pelo uso das fluorescentes compactas. não podem ser descartadas em qual-
cioso do uso da luz, sua composição "A luz amarela, entretanto, é a consi- quer lugar – elas contêm, em seu inte-
com o ambiente decorado e as especi- derada mais aconchegante, historica- rior, pó à base de mercúrio e fósforo,
ficações da norma técnica. mente, pois está relacionada à luz da que podem contaminar o solo."
"Por sistema de somatória de pon- manhã, ou do pôr-do-sol, períodos A questão da sustentabilidade e
tos, a norma dá uma faixa entre um do dia de menor produtividade", des- economia de energia elétrica também
valor mínimo e outro máximo, em taca. Por outro lado, a luz branca é está muito relacionada ao comporta-
função da precisão com que se há de menos confortável, principalmente se mento humano. Assim, apagar as luzes
executar a tarefa", interpreta Fulvio. for alta sua parcela de cor azul. "Re- na hora certa vai fazer muita diferença.
Mesmo a norma norte-americana mete às horas de alta produção, gran- "A iluminação de exteriores costuma
de eficiência energética, que até há de incidência de luz, e por isso não ser um ponto crítico", relembra Fulvio
Vittorino. "Vale gastar o mínimo de
energia,iluminando caminhos [do carro
à porta de entrada], a segurança, placas
Itens de avaliação do projeto luminotécnico indicativas, hidrantes; um imenso holo-
Distribuição e quantidade de luz em desenvolvidas em dada situação fote para destacar a fachada,à noite,é um
determinado ambiente, por cálculo e seu controle de ofuscamentos gasto desnecessário, sob o ponto de vista
luminotécnico segundo níveis da sustentabilidade. É sempre bom dis-
recomendados pela NBR 5413
Preocupação com a qualidade cutir quanto de luz será empregado entre
de vida útil dos produtos especificados,
(iluminância de interiores) quais horários do dia e onde, para que o
além de automação, feita com
desperdício não pese, em última instân-
Especificação de sistemas luminosos controladores de luz, dimmers
cia, no bolso do condômino."
adequados às atividades humanas e sensores
Giovanny Gerolla
35
materia_lumotecnia.qxd 4/4/2008 15:49 Page 36
materia_lumotecnia.qxd 4/4/2008 15:49 Page 37
materia_fachadas.qxd 4/4/2008 15:56 Page 38
FACHADAS
Michel Denancé
Alto desempenho,
baixo impacto
A correta escolha da fachada garante maiores conforto e eficiência
energética nas edificações. A polêmica que não cala é: fachadas cortina
podem gerar pequeno impacto ambiental?
eficiência de uma fachada está conjunto com o nível do desempenho uma fachada ser considerada de alta
A atrelada à sua capacidade de re-
duzir impactos ambientais no funcio-
ambiental de todos os subsistemas que
compõem o edifício.
eficiência energética. "O primeiro
passo é saber que tipo de respostas se
namento do edifício como um todo, e De acordo com a especialista em espera de uma fachada", explica. Em
em sua própria construção. Para fachadas de baixo impacto, a pesqui- primeiro lugar, a envoltória deve ter a
serem consideradas de baixo impacto sadora Mônica Marcondes, do Labaut função básica de proteger o interior
ambiental as fachadas desse tipo (Laboratório de Conforto Ambiental do edifício. Para tanto deve apresentar
devem fazer parte de um macrossiste- e Eficiência Energética da Faculdade alta estanqueidade à água, poeira e
ma edificado de alta eficiência energé- de Arquitetura e Urbanismo da USP – ruídos, aliada à rigidez, durabilidade e
tica. A aferição dos níveis de eficiência Universidade de São Paulo) não existe baixo custo de manutenção. Em um
de uma envoltória só pode ser feita em padronização nem solução ideal para segundo momento pode ser exigido
39
materia_fachadas.qxd 4/4/2008 15:56 Page 40
FACHADAS
Tabela 1 – REQUISITOS AMBIENTAIS E DE PROJETO PARA SÃO PAULO X EDIFÍCIOS ALTOS DE ESCRITÓRIOS
Requisitos ambientais Recomendações para edifícios genéricos Implicações para edifícios altos de escritórios
Resfriamento Controle solar (controle de ganhos de calor Ocupantes: geralmente ganhos internos elevados
em todas as orientações o ano todo)
Promover o movimento do ar (dissipar o Andares elevados: alta velocidade e
excesso de umidade e cargas internas) pressão do vento
Inércia térmica + ventilação noturna Depende do layout interno
(reduzir flutuações durante ocupação,
dissipar cargas internas, absorver calor)
Iluminação natural Distribuição homogênea e uniformidade Plantas estreitas x profundas
mínima para promover níveis aceitáveis Normas: níveis mínimos de iluminância
de conforto visual
Controle de ofuscamento e contrastes
Controle do ruído e Reduz com altura
da qualidade do ar
Fonte: Mônica Marcondes
"A ventilação natural deve ser apoia- ta escolha de vidros. "Hoje os vidros
da em condições favoráveis de som- disponíveis apresentam desempe-
O projeto de Norman Foster é um dos
breamento", explica. Soluções basea- nho excepcional, ajudando muito,
primeiros modelos de edifícios
das nesse conceito podem ser larga- mesmo num país tropical", acredita.
ecológicos de Londres. As fachadas são
mente utilizadas para edifícios de "O primeiro critério é haver preocu-
formadas de vidro duplo com metalização
poucos pavimentos como hospitais, pação real e verdadeira com a ques-
e cavidade de 15 cm ventilada
laboratórios ou escritórios. No en- tão da sustentabilidade", conclui.
tanto, o arquiteto alerta que a abertu- Toda essa discussão, no entanto,
ra de vãos nas fachadas de edifícios isso o interesse relativo dos investido- não pode deixar de lado índices bem
comerciais altos, em cidades como res, visando apenas ofertar algo dife- aceitos no mundo todo, inclusive no
São Paulo, é limitada pelo ruído ex- rente, que está em moda", critica. Brasil, como o WWR (Window to
cessivo e a má qualidade do ar. "Exis- Wall Ratio), que mede a relação
tem soluções sustentáveis mais ade- Soluções adequadas entre a transparência e a opacidade
quadas para essas fachadas, mas elas No Brasil, a partir da década de 80 da envoltória. Idealmente para São
estão atreladas ao grande cuidado no começaram a ser projetados prédios Paulo, um índice de 50% seria satis-
projeto e na execução", explica. com fachadas inteiramente transpa- fatório, em oposição à grande massa
Para o arquiteto, obras de uso "co- rentes, as chamadas cortinas de vidro de edifícios altos de escritórios em
letivo", como edifícios de apartamen- seladas, importadas de modelos norte- que essa relação sobe para quase
tos ou de escritórios, dificilmente con- americanos. Essa solução já foi exausti- 100%. A Torre Norte do Cenu (Cen-
seguem vender a idéia de sustentabili- vamente discutida por especialistas tro Nações Unidas), projeto do es-
dade devido ao quase total desconhe- que a consideram de pouca eficiência critório de arquitetura Botti Rubin,
cimento e desinteresse do mercado energética para o clima brasileiro, tem um índice de 50% e portanto é
consumidor a esse respeito. "Junte-se a mesmo incluindo-se os avanços de al- considerado um dos edifícios de
41
materia_fachadas.qxd 4/4/2008 15:56 Page 42
FACHADAS
43
materia de capa.qxd 4/4/2008 16:05 Page 44
CAPA
Projeto sustentável
Arquitetura com foco na sustentabilidade requer integração de equipes e
coordenação de um profissional especializado
O que é sustentabilidade
O que caracteriza um projeto exemplo, de edifício de escritórios para
sustentável? edifício residencial, de armazém para
A principal característica de um projeto edifício de escritórios ou residencial etc.
sustentável é a eficiência no uso de Os aspectos principais são: a estrutura da
energia, água e recursos ao mesmo edificação deve ser bem detalhada e
tempo em que propicia um excelente flexível. A alvenaria estrutural, por
nível de conforto (higrotérmico, lumínico, exemplo, apesar de ser mais barata para a
Acervo pessoal
acústico, visual e de mobilidade) ao construção, não permite essa
usuário. Como conseqüência, redução na flexibilidade. As instalações elétricas e
emissão de carbono. A edificação deve ser hidrossanitárias devem ser bem
Alexandra Lichtenberg
monitorada em sua fase de uso e detalhadas e instaladas em shafts com
arquiteta da Ecohouse e mestre em
manutenção para verificação de boa acessibilidade, para permitir
conforto ambiental e eficiência energética
consumos (benchmarking) e possíveis modificações futuras de projeto.
pela FAU (Faculdade de Arquitetura e
correções a serem feitas.
Urbanismo) da UFRJ (Universidade
Quais novos conhecimentos devem
Federal do Rio de Janeiro).
Que critérios balizam a elaboração de possuir arquitetos, projetistas,
um projeto que visa ser sustentável? empreiteiros e incorporadores diante
Defende a idéia de que, no futuro, desse novo quadro mundial? Como Os incorporadores e investidores no
esses critérios sejam requisitos deve ser a formação desses Brasil atualmente exigem lucro máximo
obrigatórios para os projetos profissionais? em detrimento do conforto do usuário
de arquitetura? Os profissionais devem sempre se manter e da sustentabilidade da edificação –
Acredito que não seja possível tornar atualizados a respeito de novas e levam os legisladores a reboque
obrigatório um processo de produção. tecnologias, principalmente sobre nesse esforço.
Porém, o próprio mercado vai induzir a isso, energias renováveis e novos materiais. A grande maioria dos edifícios
porque atualmente os melhores resultados Precisam entender os benefícios e saber residenciais está sendo construída com
foram atingidos com o uso desse modelo. como projetar de acordo com o clima pé-direito útil entre 2,40 m e 2,55 m.
e a topografia local, e saber especificar No clima tropical úmido é impossível
Como se dividem e como devem os melhores materiais para cada situação. conseguir conforto higrotérmico com
trabalhar as equipes nesse contexto? As escolas de engenharia, arquitetura essa altura de pé-direito sem uso de
Deve sempre existir um gerenciador ou e negócios devem incluir o tema ar-condicionado (equipamento intensivo
coordenador do projeto, que vai convocar sustentabilidade integrada em em uso de energia). Não há preocupação
a presença dos diversos profissionais seus currículos. com a proteção das fachadas e aberturas
envolvidos. Mas a maioria deles vai estar contra insolação direta – mais uso de
presente desde a fase inicial. As fases de No Brasil, quais as reais implicações ar-condicionado. As construções de antes
planejamento e projeto nesse modelo da adoção das estratégias da do advento do ar-condicionado tinham
demoram e custam mais, mas vão trazer arquitetura ecológica para a indústria um pé-direito alto (mínimo 3 m) para
economias de recursos, tempo e dinheiro da construção civil e para o mercado que o ar quente que se acumulasse no
nas fases de construção, uso e imobiliário? teto e não interferisse no conforto do
manutenção da edificação. Veja, a fachada ventilada, recurso usuário, e ventilação cruzada, para que
bastante usado lá fora, ainda não é esse ar quente pudesse ser levado para
A flexibilidade de uso caracteriza a difundida no Brasil, por onerar o custo dos fora. O que ainda se vê muito no nosso
construção sustentável? Que imóveis, sobretudo os residenciais. Isso é mercado é o "green washing", expressão
aspectos um edifício deve reunir para mito. Alguns relatórios oficiais já foram utilizada para indicar apenas o uso
atender, de forma eficiente, as produzidos nos Estados Unidos para cosmético da sustentabilidade. Com as
necessidades de proprietários provar isso. Estratégias de arquitetura de recentes publicações do IPCC (em
distintos? acordo com o clima do local não são português, Painel Intergovernamental de
Sem dúvida. Uma edificação deve durar utilizadas por falta de conhecimento dos Mudanças Climáticas), a sustentabilidade
no mínimo 50 anos, e durante esse profissionais envolvidos. mínima de edificação passou a ser mais
período é muito provável que as abrangente – os quesitos de eficiência
necessidades de seus usuários sejam O que as incorporadoras exigem hoje energética, uso da água e tratamento de
variáveis, mesmo que dentro do mesmo nos projetos? O que o edifício deve esgotos, uso de recursos naturais e
tipo de uso. E atualmente vemos várias ter de sustentabilidade mínima para mobilidade precisam todos ser
edificações mudando de uso, por atrair locadores e compradores? considerados no projeto.
45
materia de capa.qxd 4/4/2008 16:05 Page 46
CAPA
47
materia de capa.qxd 4/4/2008 16:05 Page 48
CAPA
1 Cobertura verde
2 Passarela que conduz ao
terraço-jardim
3 Terraço-jardim do flat do
1o pavimento
4 Terraço-jardim do escritório
5 Escritório
6 Terraço-jardim da maisonette
7 Chaminé para ventilação
8 Flat
9 Luz natural
10 Área de trabalho sombreada
11 Cisterna (água de chuva)
12 Maisonettes
13 Rua Mews
14 Unidade mista (trabalho e habitação)
15 Jardim
2 4 4
1 5 6 7
3
Imagens: divulgação Zed Factory
8 10 12 14 15
9 11 13 9
Chuck Choi
Chuck Choi
Torre Hearst
Do escritório Foster & Partners e Gensler, disso, permitiu a economia de cerca de jardins, abastecer fontes e o sistema de
inaugurada em 2006, depois de três anos 2 mil t de aço estrutural. Aliás, cerca de refrigeração. A refrigeração e calefação dos
de obras, a Torre Hearst, de 182 m de 85% do material utilizado na estrutura é espaços são feitas através de um sistema
altura, é o primeiro arranha-céu nova- reciclado. A torre foi erguida sobre um de circulação de água localizado nos pisos.
iorquino a obter o Gold LEED (Leadership antigo edifício de seis andares (construído O arranha-céu consome cerca de 25% a
in Energy and Environmental Design). em 1928) que, após a reforma, foi menos de energia se comparado aos
A estrutura em aço inoxidável – formada convertido num imenso átrio, uma zona de similares. Além de sensores de presença,
por diagonais que configuram volumes uso comum conhecida como "Praça os escritórios dispõem de recursos que
triangulares nas fachadas – maximizou a Urbana". A água da chuva, coletada na controlam a quantidade de luz artificial em
entrada de luz nos escritórios e, além cobertura do prédio, é usada para irrigar função da natural.
Foster & Partners & Gensler
49
materia de capa.qxd 4/4/2008 16:05 Page 50
CAPA
The Solaire
Edifício residencial ecológico projetado
por Pelli Clarke Pelli Architects, localizado
na zona de Battery Park, em Nova York, o
"The Solaire" consome 35% a menos de
energia e 50% a menos de água potável,
Jeff Goldberg/Esto
se comparado a outros de mesma
tipologia. Inaugurada em 2003, a
construção, de 27 pavimentos, reúne
sistemas de controle inteligentes e
painéis fotovoltaicos que geram 5% de
toda a energia gasta nos apartamentos
nos horários de pico. Sensores de
presença e de luz natural reduzem o
consumo de energia e o projeto de
arquitetura privilegia o aproveitamento da
luz natural ao máximo nas unidades
habitacionais. O edifício possui um
sistema de captação de água de chuva,
utilizada na irrigação do jardim da
cobertura, e uma estação de tratamento
do esgoto negro, cuja água é aproveitada
na descarga das bacias sanitárias e na
torre de resfriamento. Parede padrão
cts
ch ite
l i Ar
Pel
ke
lar
l iC
Pel
51
materia de capa.qxd 4/4/2008 16:05 Page 52
CAPA
REÚSO DE ÁGUA
Soluções
não potáveis
Eficiência dos sistemas de reaproveitamento de
águas cinzas e pluviais depende de projeto
detalhado na etapa de estudo preliminar da obra
e de engenheiros especializados
Marcelo Scandarolli
mais diversos usos.
A implantação desses sistemas, no
entanto, não é simples e implica acrés-
cimos de custo significativos à obra. A
Principal fator complicador dos projetos de reúso de água, tanto pluviais como de águas
especificação de componentes como
cinzas e negras, a separação dos ramais e cisternas obedece a critérios rigorosos, a fim
reservatórios, sistemas de tratamento e
de se reduzir riscos de contaminação. Os custos operacionais também pesam bastante
redes de distribuição exclusivas exige
projetos criteriosos que devem ser
acompanhados por engenheiros espe- em tecnologias para que os sistemas se dade exigida, maior o investimento. Se
cializados, além de mão-de-obra capa- desenvolvam e se tornem acessíveis", viabilizado técnica e economicamente,
citada para fazer a correta manutenção acredita o professor titular da Escola Po- o uso de fontes alternativas de água –
dos equipamentos. Ainda que as pers- litécnica da USP (Universidade de São sejam pluviais, de drenagem, cinzas ou
pectivas de retorno do investimento Paulo),Ivanildo Hespanhol,fundador e negras – deverá ser detalhado ainda na
sejam animadoras – em processos in- diretor do Cirra (Centro Internacional etapa de estudo preliminar já que um
dustriais, por exemplo, tais sistemas re- de Referência em Reúso de Água). dos pontos principais para o sucesso
duzem em até 80% o consumo de água Vale lembrar que os custos dos sis- da execução é a instalação de sistemas
– esses fatores associados têm contri- temas variarão de acordo com a finali- de reserva e distribuição independen-
buído para limitar seu uso. "O potencial dade e, conseqüentemente, com o grau tes da rede de água potável.
é enorme, mas é preciso ter uma visão de potabilidade da água a ser usada. A Entre as variáveis a serem analisa-
macro, vontade política e investimento relação é direta: quanto maior a quali- das em projeto estão o uso da água,
Laboratório de pesquisa
Atualmente em curso no Laboratório de para descarte de água de primeira chuva,
Instalações Prediais e Saneamento do remoção de material grosseiro, remoção
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de material particulado fino e desinfecção
do Estado de São Paulo), a pesquisa – vem sendo usado para captar água para
sobre aproveitamento de água de chuva uso em um dos prédios de maior
para fins não potáveis em área urbana circulação diária de pessoas do instituto,
tem avaliado os componentes utilizados o refeitório, com finalidade de utilização
em sistemas de aproveitamento e os para a limpeza do piso. De acordo com o
impactos da utilização da água de chuva pesquisador Wolney Castilho Alves, o
em instalações reais de aproveitamento, sistema de aproveitamento instalado no
tais como consumo de água x consumo campus servirá ainda como laboratório
de energia; variabilidade da qualidade para auxiliar no desenvolvimento de
da água segundo o uso; adaptabilidade equipamentos. Para o equipamento de
às tipologias arquitetônicas e remoção de material particulado fino, por
construtivas; aceitação do usuário, exemplo, já está em testes um filtro de
entre outros quesitos (veja o artigo da areia baseado nos filtros simplificados
seção Como Construir). usados para o tratamento de águas
O sistema – que conta com equipamentos para abastecimento.
Desempenho
Com o objetivo de avaliar tecnicamente as as aplicações apropriadas para essas
inovações tecnológicas disponíveis nesse tecnologias que devem ser avaliadas e
mercado, o ProAcqua, programa submetidas a testes de laboratório e de
desenvolvido pelo Cediplac (Centro de campo. Ao final do processo, serão
Desenvolvimento e Documentação da aprovadas ou passarão por adaptações
Habitação e Infra-estrutura Urbana) em necessárias para melhorar o desempenho.
parceria com a Sabesp (Companhia de "Esta é uma maneira de resguardar o
Saneamento Básico do Estado de São usuário final contra o mau desempenho
Paulo), criou o ProAcqua Inovações dos produtos ofertados", lembra Carla
Tecnológicas. Os laudos técnicos emitidos Araujo Sautchuk, gerente da Tesis
pelo programa permitirão identificar quais Tecnologia de Sistemas em Engenharia.
tecnologia envolvida, parâmetros de Costi, presidente da Abrasip (Associa- Por enquanto, além do Manual de
custos operacionais atrelados à ener- ção Brasileira de Engenharia de Siste- Conservação e Reúso de Águas em Edi-
gia consumida e aos produtos aplica- mas Prediais) e sócio-diretor da Pro- ficações do SindusCon-SP (Sindicato
dos no tratamento da água, entre ou- cion Engenharia. De acordo com o da Indústria da Construção Civil do
tros quesitos. "O ideal é contar com engenheiro, a falta de projetos que Estado de São Paulo), uma das princi-
projetos sob medida já que cada obra considerem a instalação do sistema pais referências adotadas nesse setor é o
possui suas particularidades", observa desde a concepção arquitetônica da Guidelines For Water Reuse da EPA
André Negrão de Moura, gerente téc- edificação, de projetistas hidráulicos (Environmental Protection Ageny)
nico da Haztec/Geoplan. habilitados e número limitado de pro- De acordo com Carla Araujo Saut-
dutos oferecidos são fatores que difi- chuk, gerente da Tesis e mestre em En-
Parâmetros de projeto cultam a boa execução dos sistemas. genharia Civil pela Escola Politécnica
Outro ponto que requer cuidado Outro agravante é a falta de norma- da USP no tema Implantação de Pro-
especial é a qualidade necessária ao lização. Com exceção da NBR 15527 gramas de Conservação de Água, esse
consumo destinado. "Fazer tratamen- (Água de Chuva – Aproveitamento de documento preconiza que as tubula-
to para aproveitamento ou reúso de Coberturas em Áreas Urbanas para ções destinadas para esse fim possuam
água implica assumir a responsabili- Fins Não-Potáveis), válida desde outu- cor diferenciada das que transportam
dade pela sua qualidade, fator de bro de 2007, ainda não existem normas água potável. A água de reúso também
saúde e que envolve enormes riscos", brasileiras que atendam aos sistemas de deve ser pigmentada na cor roxa e os
afirma o engenheiro Luiz Olimpio coleta e reúso de águas cinzas e negras. pontos de consumo e ambientes abas-
55
materia_reuso.qxd 4/4/2008 15:54 Page 56
REÚSO DE ÁGUA
tecidos por tal fonte devem ser correta- talmente independentes, minimizan- separação dos sólidos seguidos por tra-
mente sinalizados. Outro ponto im- do as possibilidades de contaminação tamentos aeróbio-biológicos para a re-
portante a ser previsto em projeto é evi- dos líquidos", observa a gerente. moção de matéria orgânica, desinfec-
tar conexões cruzadas, eliminando As tecnologias para tratamento va- ção e controle e eliminação de agentes
qualquer contato entre tubulações de riam bastante, mas os processos mais patogênicos. "A desinfecção pode ser
água potável e de efluentes tratados. comuns são de sedimentação (trata- feita com uso de cloro, aplicação de
"Os sistemas de reservas têm de ser to- mento primário) e filtração visando a raios ultravioleta e ozônio,entre outras
possibilidades", explica Costi. O mer-
cado ainda oferece outros tratamentos
mais avançados tais como coagulação,
Glossário floculação química, filtração de mem-
Água cinza: efluente que não possui Água potável: água que atende ao brana e até osmose reversa, que se des-
contribuição da bacia sanitária, ou seja, o padrão de potabilidade determinado tinam a controlar o pH e remover mi-
esgoto gerado pelo uso de banheiras, pela Portaria do Ministério da Saúde crorganismos, sais, minerais e outras
chuveiros, lavatórios, máquinas de lavar MS 518/04. partículas da água.
roupas e pias de cozinha em residências, Água recuperada: esgoto ou água
escritórios comerciais, escolas etc. de qualidade inferior que após Captação e usos
Água de reúso: água residuária que se tratamento é adequada para De acordo com o projetista Fábio
encontra dentro dos padrões exigidos certos usos. Pimenta, diretor da Projetar Enge-
para sua utilização. Aproveitamento de água nharia de Projetos, o maior desafio
Água pluvial na edificação: água que pluvial: uso da água de chuva para o reaproveitamento de águas
provém diretamente da chuva, captada para finalidades específicas, como pluviais é projetar sistemas que sejam
após o escoamento por áreas de lavagem de áreas externas, alimentação econômicos e seguros em qualquer
cobertura, telhados ou grandes de bacias sanitárias, lavagem de veículos, época do ano. "Dificilmente é viável
superfícies impermeáveis. entre outros. construir reservatórios com capaci-
dade suficiente para que o sistema
Fonte: Conservação e Reúso da Água em Edificações – SindusCon-SP
57
materia_reuso.qxd 4/4/2008 15:54 Page 58
REÚSO DE ÁGUA
MUNDO APTO
No residencial Mundo Apto, da Setin, o sistema de
reúso coleta águas cinzas que, depois de tratadas
pelo processo físico-químico, voltam às descargas
das bacias sanitárias. A solução, juntamente com
os dispositivos economizadores especificados
para as torneiras e chuveiros, foi implantada a
partir do projeto e prevê uma economia de R$ 12
mil por mês considerando 30 l/ habitante.
Segurança em evolução
Demandas por instalações seguras e capazes de suportar cargas maiores
forçaram o desenvolvimento de projetos e equipamentos mais eficientes
Marcelo Scandaroli
pre que o usuário comprasse novos
equipamentos", conta Moreno. O
risco vem sendo minimizado por
meio da adequação do projeto às ne-
cessidades do usuário, visando obter Estudos setoriais indicam que quase a
uma capacidade de carga pertinente e totalidade dos novos edifícios conta com
proporcionando conforto e flexibili- aterramento para as instalações.
dade aos consumidores. Situação é bastante diferente para casas
61
materia_instalacao eletrica.qxd 4/4/2008 15:58 Page 62
I N S TA L A Ç Õ E S E L É T R I C A S – E S P E C I A L 6 0 A N O S
Divulgação Siemens
gramas federais de certificação com- estão se desenvolvendo os DPSs, que
pulsória de produtos elétricos tam- visam sanar aquele que está dentre os
bém contribuíram significativamen- maiores problemas de instalações: as
te para o avanço da qualidade dos descargas elétricas. Estas geram cam-
produtos. "Os grandes incêndios [em pos eletromagnéticos que induzem a
Depois do fio terra, o dispositivo residual edifícios] também trouxeram conhe- surtos na rede e podem levar à queima
(DR) vem sendo adotado nas cimentos sobre causas de acidentes", de equipamentos. "Estão evoluindo na
instalações. Sua função é prevenir conta Moreno. As responsabilidades forma como desviam o surto para o
choques elétricos ao perceber fuga de das concessionárias fornecedoras terra", comenta Sueta.
corrente no circuito também aumentaram. Agora, são No que tange à economia, as mu-
danças ainda são incipientes. As insta-
lações começam a sofrer mudanças na
distribuição da energia dentro dos
Instalações eficientes prédios, o que pode proporcionar ga-
nhos de área e na quantidade de
Por que se pensa mais em
cabos. Com a possibilidade da medi-
segurança do que em economia na
ção remota, faz-se desnecessária a sala
concepção dos projetos?
para concentrar os medidores. Por
Os grandes incêndios ocorridos no Brasil
não ser mais imperativo realizar a me-
(Edifícios Andraus, Joelma, Grande
dição no térreo, é possível alterar as
Avenida), todos de origem elétrica e com
prumadas e distribuir a energia dire-
muitas vítimas fatais, lamentavelmente
tamente no andar.
serviram de alerta para que aspectos de
No consumo, a economia está no
Acervo pessoal
CONEXPO 2008
Máquinas
a caminho
Dólar barato e mercado dando sinais de
aquecimento fizeram da Conexpo 2008
uma verdadeira vitrine de produtos adaptáveis
à construção brasileira
grupo de quase 200 membros da Asso- que tem informações de que algumas
ciação e conta que as soluções america- máquinas desse tipo foram negociadas
nas são criativas e práticas, menos sofis- com empresas brasileiras. O objetivo é
ticadas que as tecnologias européias e a reciclagem de pavimentos antigos.
mais adequadas à realidade brasileira de Questionado sobre a possibilida-
construção civil. de de uma ampla utilização dos equi-
Os construtores brasileiros estão pamentos apresentados no Brasil,
FICHAS TÉCNICAS
animados com o aquecimento do setor Altstadt afirmou que são produtos
e com as promessas de investimento em mundiais, feitos por empresas globa- Feira: Conexpo-Con/Agg
infra-estrutura. "Existe uma demanda lizadas, e que a adaptação à realidade Local: Las Vegas, Estados Unidos
para geração de energia e construção de brasileira depende da filosofia de cada Período: de 11 a 15 de março
indústrias",observou o diretor de supri- empresa. As demandas estão sujeitas, de 2008
mentos e equipamentos da Construtora ainda, à sazonalidade dos investimen- Expositores: 2.182
Andrade Gutierrez, Mário Humberto tos. "A Conexpo permite conhecer o Visitantes: 144.600, sendo cerca
Marques. A própria Sobratema apre- estado-da-arte em novos equipamen- de 28 mil estrangeiros
sentou dados durante a feira que indi- tos", comenta. Essa atualização se Área de exposição: 211.966 m
cam um crescimento anual de 7,5% até mostra importante devido à falta de
2012 no setor brasileiro de equipamen- continuidade nos investimentos em Feira: IFPE (International Power
tos, chegando a US$ 14,84 bilhões. infra-estrutura, que dificulta a reno- Transmission Exposition)
Para Marques, foi surpreendente a vação do maquinário, especialmente Expositores: 469
quantidade de equipamentos multi- para construção pesada. Área de exposição: 11.994 m2
67
materia_conexpo.qxd 4/4/2008 16:18 Page 68
CONEXPO 2008
Painel de produtos
Carregadeira A McCloskey 621 é adequada para Fora-de-estrada
877lll aplicações de muita solicitação, tais Volvo E-Series
LiuGong como processamento de material de Volvo
demolição e reciclagem de resíduos.
Também pode ser utilizada para
processamento de camadas de solo.
Conta com ventilador reversível para
remoção do material triturado do
interior do equipamento.
www.mccloskey.com
68
materia_conexpo.qxd 4/4/2008 16:18 Page 69
Portátil, é movido a gasolina e ideal para O modelo BW65S-2 de rolo vibratório Eletrônica construtiva
concretos com densidade média ou baixa. com duas rodas pesa 626 kg, tem 650 X63
Tem formato anatômico e alcança mais de mm de largura, vibra a uma freqüência Topcon
10 mil vibrações por minuto. O modelo de 58 Hz e tem força centrífuga de 24 kN
PV 35A pesa 7,7 kg. O motor Honda é por roda. Adequado para pavimentação e
garantido contra problemas operacionais. disponível em duas outras versões, com
www.wackergroup.com maior e menor capacidade.
www.bomag-americas.com
Acabadora de concreto
Esse sistema de controle para escavadoras
Wacker Acabamento mecânico
baseado em tecnologia GPS 3D permite ao
Multiquip
operador saber a posição exata da máquina
em relação ao terreno, incluindo o braço e o
cesto. Com um corte mais preciso, evita-se
a escavação além do definido em projeto.
www.topconpositioning.com
69
materia_conexpo.qxd 4/4/2008 16:18 Page 70
materia_conexpo.qxd 4/4/2008 16:18 Page 71
artigo133.qxd 4/4/2008 16:01 Page 72
Avaliação ambiental
de edifícios
tualmente, os conceitos relativos à
A sustentabilidade, decorrentes do
aumento da conscientização global
Adriana Camargo de Brito, arquiteta
Centro Tecnológico do Ambiente
Sistemas de avaliação ambiental de
edifícios
A maioria dos sistemas de avalia-
Construído, IPT
sobre o assunto, estão influenciando ção ambiental de edifícios baseia-se
e-mail: adrianab@ipt.br
cada vez mais as sociedades do planeta. em indicadores de desempenho que
Questões como os impactos negativos atribuem uma pontuação técnica em
Fulvio Vittorino, engenheiro
gerados ao meio ambiente e as crescen- função do grau de atendimento a re-
mecânico
tes desigualdades socioeconômicas quisitos relativos aos aspectos cons-
Centro Tecnológico do Ambiente
passaram a ser abordadas em todas as trutivos, climáticos e ambientais, en-
Construído, IPT
escalas governamentais e privadas. focando o interior da edificação, o seu
e-mail: fulviov@ipt.br
No setor da construção civil, espe- entorno próximo e a sua relação com
cificamente, destacam-se as preocupa- a cidade e o meio ambiente global.
Maria Akutsu, física
ções voltadas aos impactos ambientais Esses indicadores possuem pon-
Centro Tecnológico do Ambiente
gerados pelas edificações, principal- derações, explícitas ou não, que retra-
Construído, IPT
mente durante as fases de construção e tam os principais problemas ambien-
e-mail: akutsuma@ipt.br
uso. Resultados de pesquisas mostram tais locais. Por exemplo, se em deter-
que, em algumas cidades do Estado de minada região há altas taxas de gera-
São Paulo, mais da metade do volume de água potável (foto 1); uso de siste- ção de resíduos na execução de edifí-
diário de resíduos coletados são oriun- mas construtivos e execução da obra cios, os critérios adotados em um me-
dos da construção civil. Nos países do de modo a minorar a geração de resí- canismo dessa natureza incentivam a
hemisfério Norte, a maior parte do duos; localização do empreendimento diminuição dessa geração, cabendo ao
consumo de energia é decorrente da de forma a facilitar o seu acesso pelos construtor escolher a melhor forma
climatização das edificações. usuários; não-perturbação da vizi- de atender a essa exigência, seja pela
Nesse contexto, a partir da década nhança, principalmente durante a melhor gestão do empreendimento
de 1990, muitos países desenvolveram obra, como cuidados no espalhamen- ou pelo emprego de sistema constru-
mecanismos para a avaliação do de- to de poeira e outros (foto 2) . tivo mais racionalizado.
sempenho ambiental de edifícios por Os métodos de avaliação pos-
meio de processos de certificação vo- suem aspectos conceituais em
luntária, com grande abrangência te- comum na busca pela melhoria do
mática, enfatizando, porém, os aspec- desempenho ambiental dos edifícios,
tos que representam os maiores desa- que podem ser refletidos, de maneira
fios ambientais locais. simplificada, pelos seguintes aspec-
Um edifício com alto desempenho tos principais:
ambiental deve impactar pouco o Impactos do Empreendimento no
meio ambiente, propiciando boas con- Meio Urbano, onde há itens sobre os
Fotos: Adriana Brito
73
artigo133.qxd 4/4/2008 16:01 Page 74
ARTIGO
LEED
Foto 4 – Baias para separação de resíduos O LEED é um sistema de certifica-
ção aplicado pelo USGBC (United Sta-
tes Green Building Council) que foi visi-
velmente influenciado pelo BREEAM,
tendo estrutura e conceitos muito se-
melhantes, mesclando aspectos pres-
critivos e de desempenho, onde tam-
bém há versões para usos específicos
de edifícios. Os aspectos avaliados
pelo LEED referem-se ao impacto ge-
rado ao meio ambiente em conse-
qüência dos processos relacionados
ao edifício (projeto, construção e ope-
ração); contemplando aspectos relati-
vos ao local do empreendimento, o
consumo de água e de energia, o apro-
veitamento de materiais locais, a ges-
Foto 5 – Cobertura de solo exposto para evitar espalhamento de partículas e erosão
tão de resíduos e o conforto e qualida-
de do ambiente interno da edificação.
3,0% 4,0% 1,7%
6,0% 10,0% O método de avaliação consiste na
12,4%
18,8% 10,0%
análise da eficiência ambiental poten-
33,6% 12,0%
14,1% cial do edifício, por meio de documen-
10,1%
20,0%
tos que indiquem sua adequação aos
23,0% itens obrigatórios e classificatórios
18,8% 24,5% (como o BREEAM) presentes na certi-
22,4%
20,0% 10,0% ficação. Há possibilidade de se atingir
9,8% 1,2% os níveis de certificado prata, ouro ou
21,7% 16,2%
8,3% 21,1% platina, sendo este último o nível má-
20,0% ximo a ser alcançado.As faixas de pon-
4,5%
7,3% 12,0%
9,6% tuação e os intervalos considerados
4,0%
20,3% 20,0% 24,7% 4,0% para a classificação dos edifícios va-
9,1%
3,0% 8,8% riam de acordo com o uso e fase do
LEED IPT BREEAM CASBEE GBTOOL ciclo de vida do edifício.
lidade ambiental – QEB (Qualité En- (Base), que já corresponde às boas O "Q" considera questões relativas à
vironnementale du Bâtiment) –, que práticas correntes. Para se obter a cer- qualidade do ambiente interno (con-
avaliam as fases de projeto, execução e tificação, dos 14 itens quatro devem forto e saúde do usuário), qualidade do
uso, cada qual com uma certificação atender pelo menos ao nível médio, e serviço (funcionalidade, durabilidade)
em separado. pelo menos três, ao nível máximo. As e meio ambiente local (preservação ve-
O método Francês é diferenciado outras categorias devem se enquadrar getal e animal, e características paisagís-
do BREEAM e LEED, apresentados an- no nível base. Não há classificação do ticas, culturais locais, etc.). Já o "LR"
teriormente. A avaliação não possui es- desempenho do edifício em níveis, ob- aborda eficiência energética (desempe-
cala de pontuação mas sim uma estru- tendo-se ou não a certificação. O siste- nho da envoltória, uso de energia reno-
tura baseada em um perfil ambiental ma está todo baseado em exigências vável, eficiência dos sistemas e sua ope-
determinado pelo empreendedor, den- normativas e legais de cada localidade. ração), gestão de recursos (economia e
tre os quatro blocos de avaliação, que reúso de água, reúso e reciclagem de
possuem juntos 14 itens. Os blocos são: CASBEE materiais etc.) e impactos na vizinhança
impactos do empreendimento no meio O CASBEE possui quatro instru- (poluição do ar, sonora, vibrações etc.)
ambiente, gestão de recursos, conforto mentos de avaliação: voltados ao pro- A pontuação dos dois sistemas é
ambiental e saúde do usuário. jeto (em desenvolvimento), constru- ponderada e resulta em uma nota
Na composição do perfil ambien- ções novas, edifícios existentes e re- final (BEE – Building Environmental
tal são escolhidos itens que deverão formas. Os critérios de avaliação Efficency) que corresponde à classifi-
atender aos níveis de desempenho de- abordam a qualidade ambiental e de- cação do edifício em um dos cinco ní-
finidos. Há três níveis de desempenho, sempenho do edifício (Q – Building veis possíveis.
o máximo (Très Performant), que re- environmental quality and perfor-
presenta os melhores níveis de desem- mance) e diminuição de cargas am- GBTOOL
penho que podem ser obtidos, o bientais (LR – Reduction of building O GBTOOL é uma ferramenta
médio (Performant) e o mínimo environmental loadings). internacional de avaliação ambiental
75
artigo133.qxd 4/4/2008 16:01 Page 76
ARTIGO
de edifícios, resultante de um consór- truído incorporando aspectos am- midores, com destaque aos imóveis de
cio que envolve vários países da Eu- bientais desde seu projeto, espera-se alto padrão. Contudo, mesmo na ha-
ropa, Ásia e América (Green Building que seu desempenho seja superior bitação de interesse social, as preocu-
Challenge) na busca do desenvolvi- aos edifícios tradicionais. Porém, pações ambientais começam a se fazer
mento de incentivos à execução de isso depende do foco da metodolo- presentes. A própria Secretaria de Es-
edifícios mais adequados do ponto gia aplicada e da base de compara- tado da Habitação/CDHU já tem assi-
de vista ambiental. Desse modo, não ção do desempenho obtido. nado protocolo com a Secretaria do
possui um órgão certificador especí- Para que os resultados ambientais Meio Ambiente para melhorar o de-
fico, sendo uma ferramenta de dis- sejam representativos, é de suma im- sempenho ambiental de seus conjun-
cussão e aprimoramento de projetos portância que a sistemática possua tos habitacionais.
podendo ser adotada por qualquer critérios adequados ao contexto onde
entidade de avaliação que defina fa- se encontra o edifício.
tores de ponderação para os elemen- No contexto brasileiro, ainda há
REFERÊNCIAS
tos considerados. uma grande carência em normas e
Os assuntos abordados referem-se legislações sobre o assunto. Embo- Avaliação da sustentabilidade de
ao consumo de recursos, cargas am- ra existam várias iniciativas, esta- edifícios de escritórios brasileiros:
bientais, qualidade do ambiente inter- mos praticamente no início de diretrizes e base metodológica. V.
no, qualidade do serviço, aspectos busca por um melhor desempenho G. Silva. 2003. 210f. Tese (Doutorado
econômicos e gestão antes da ocupa- ambiental de nossos edifícios. em Engenharia Civil) – Escola
ção do edifício. Nesse sentido, temos muito traba- Politécnica, Universidade de São
lho a fazer, ainda mais se conside- Paulo, São Paulo.
Método IPT rarmos nossos problemas quanto à
O método desenvolvido pelo IPT qualidade de nossas edificações, Green Building Challenge'98
visa oferecer uma avaliação ambien- fator que interfere decisivamente http://greenbuilding.ca/gbc98cnf/
tal de edifícios adequada às condi- no desempenho ambiental.
ções brasileiras e, caso o resultado No entanto, a busca por edifí- CASBEE (Comprehensive
seja satisfatório, conceder uma Refe- cios mais eficientes do ponto de Assessment System for Building
rencia Ambiental-IPT, nos mesmos vista ambiental é crescente no Bra- Environmental Efficiency)
moldes da Referência Técnica- sil. Atualmente há grande heteroge- www.ibec.or.jp/CASBEE/english/over
RT/IPT que vigora para produtos. neidade no foco das empresas da viewE.htm
Sua estrutura é semelhante à do construção civil. Algumas estão se
LEED e BREEAM, com itens com ca- limitando à incorporação de con- Institute for Building Enviroment
ráter de atendimento obrigatório e ceitos por meio de soluções de pro- Energy Conservation
outros classificatórios. jeto que possuem grande visibilida- www.ibec.or.jp
A sistemática do IPT enfatiza os de, porém sem representar grandes
aspectos ambientais tradicionais melhorias ambientais, enquanto LEED (Leadership in Energy and
como características do terreno, de outras estão buscando certificação Environmental Design Green
água, energia, materiais, resíduos e de acordo com critérios do exterior, Building Rating System) – U.S.
conforto ambiental. Considera tam- que nem sempre são adequados às Green Building Council
bém aspectos mais abrangentes como condições nacionais. www.usgbc.org
de acessibilidade e relação do edifício Diante desse cenário, o IPT pro-
com o meio urbano. Sua grande dife- pôs uma metodologia de avaliação HQE (Association por la Haute
rença está na importância dada a cada nacional voltada a grandes cidades. O Qualité Environnementale)
aspecto e na inserção de preocupações método visa à valorização da adoção www.assohqe.org/
relativas à realidade brasileira. de soluções de projeto, gestão ou exe-
Para uma rápida comparação das cução que possam resultar em um BREEAM (Building Research
estruturas de avaliação citadas, apre- ganho ambiental real. Establishment Environmental
sentamos um breve resumo na tabela 1. No entanto, os conceitos de de- Assessment Metthod)
sempenho ambiental de edifícios www.breeam.org
Tendências nacionais ainda estão longe de estarem dissemi-
Dentro dos grandes blocos te- nados por toda a sociedade brasileira, IISBE (International Initiative for a
máticos apresentados, cada sistemá- embora alguns setores específicos es- Sustainable Built Environment)
tica de avaliação possui suas pecu- tejam mobilizados nesse sentido. A
liaridades e exigências específicas. procura por imóveis com certificação GBATool (Green Building
Quando se aplica uma delas em um ambiental, neste momento, rela- Assessment Tool)
empreendimento, que já foi cons- ciona-se a perfis específicos de consu- http://greenbuilding.ca
ACABAMENTOS
FACHADA
FITA CREPE
ANTIPICHAÇÃO A Carborundum lança a sua Fita
A Pertech apresenta sua linha de Crepe para Uso Geral, produto
laminados para exteriores, que indicado principalmente para
entre outras características conta proteger superfícies durante o
com superfície antipichação. processo de pintura. Aderência,
Exibido no padrão madeirado, o facilidade no corte, elasticidade e
produto laminado não sofre fácil moldagem às superfícies são
corrosão nem retém sujeira, algumas características
mantendo a rigidez e encontradas na fita. A única
uniformidade de cor ao longo restrição é a sua utilização para
dos anos. isolamento elétrico e locais onde
0800-7739600 ficam expostas a altas
www.pertech.com.br temperaturas.
0800-7273322
www.carbo-abrasivos.com.br
ACABAMENTOS
PISO TÁTIL
PERFIS DE A Daud desenvolveu o Piso Tátil,
PAINEL PARA FACHADA PASTILHAS
O painel Wall PUR é do tipo Ideais para revestimento de ACABAMENTO para aplicação em espaços
A Tecnoperfil disponibiliza 12 públicos e orientação de alerta e
sanduíche, composto com núcleo piscinas, halls, banheiros,
tipos de perfis com cores e direção, seguindo o padrão de
de poliuretano classe R1, de alta fachadas, pisos ou qualquer
dimensões diferentes para fabricação determinado pela
densidade (40 kg/m2) e revestido superfície que necessite de um
acabamentos que harmonizem NBR 9050. Podem ser fixados
com chapas de aço pré-pintado. acabamento criativo, as pastilhas
com revestimentos cerâmicos com cola ou argamassa e
Permite a composição de cores Kolorines imitam pedras
de paredes, balcões, bordas de possuem 250 mm x 250 mm.
variadas na mesma obra e tem preciosas e metais, com uma
janelas e vidros, banheiras, (11) 5056-1670
propriedades térmicas, podendo grande variedade de tons.
pisos etc. www.daud.com.br
ser instalado tanto em estruturas Disponíveis no tamanho
0800-474774 daud@daud.com.br
de aço, quanto de concreto. 2 cm x 2 cm.
vendas@tecnoperfil.com.br
(62) 4015-1122 (11) 3215-6700
www.tecnoperfil.com.br
www.isoeste.com.br www.kolorines.com.br
vendas@isoeste.com.br
ACABAMENTOS
PULVERIZADOR
A empresa NicBrasil marca sua TINTA ACRÍLICA
A linha Brasimur de tintas
presença na Feicon 2008 com
acrílicas para exterior e interior é
um equipamento inédito no
o lançamento da Brasilux na
Brasil: o pulverizador Wagner
Feicon. Disponíveis nas variações
W550. Com função multiuso,
Nobre Fosca ou Semibrilho
pode ser utilizado para pequenos
Superlavável, os produtos da
e médios serviços de
linha proporcionam, segundo a
pulverização. Seu sistema
empresa, finíssimo acabamento
contempla a tecnologia
às paredes, com durabilidade,
Click & Paint, que permite
retenção de cor e resistência ao
envernizar ou pintar.
sol, chuva e mofo.
0800-7011943
(16) 3383-7000
wagner@lidertintas.com.br
www.brasilux.com.br
79
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 80
80
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 81
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 82
MASSA ACRÍLICA
A Vedacit/Otto Baumgart lança o
TELHA DE CONCRETO EMULSÃO ASFÁLTICA novo impermeabilizante
As telhas de concreto Pirineos, A Denver Impermeabilizantes Vedapren, disponível em três MEMBRANA FLEXÍVEL
da Eurotop, destacam-se pelo lança a emulsão asfáltica versões: terracota, concreto e O MSET é o lançamento da
design, aspecto rústico e, ao impermeabilizante Denverlaje verde. O produto protege contra Bautech na Feicon. É uma manta
mesmo tempo, sofisticado, Preto. Totalmente pronta para os raios de sol, o que reduz parte líquida impermeabilizante que
trabalhando com cores que dão uso, é aplicada a frio e atende às do calor absorvido pela estrutura. forma uma membrana elástica
movimento ao telhado, necessidades de proteção em Disponível em galões de 4,5 kg, monocomponente e contínua,
lembrando os tons da região lajes de pequenas proporções, balde de 18 l e ainda em tambor substituindo a manta asfáltica.
montanhosa dos Pireneus. como terraços, sacadas, de 200 kg. As vantagens do produto,
Disponível em várias tonalidades. marquises, coberturas (11) 2902-5555 segundo o fabricante, são a alta
0800-7070075 e áreas frias. www.vedacit.com.br resistência a fungos e bactérias,
www.eurotop.com.br (11) 4741-6000 maior rapidez na aplicação e
www.denverimper.com.br possibilidade de ser aplicado por
mão-de-obra não especializada.
(11) 5572-1155
www.bautechbrasil.com.br
82
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 83
ADITIVOS ENDURECEDOR
PROTETOR TÉRMICO ADESIVOS E SELANTES A Viapol criou dois novos aditivos
O Termosplit é um protetor A nova linha Unfix da Mercotrade para estruturas de concreto: o
térmico tubular desenvolvido ESTRUTURA DE AÇO reúne adesivos e selantes Viamiz Rápido CL e o Viamix
principalmente para isolamento A Jorsil lança na Feicon a variados. Entre eles, a empresa Expansivo. O primeiro é ideal
em sistemas de refrigeração e estrutura pronta de aço destaca a massa reparadora Lite, para acelerar o endurecimento
climatização. Fabricado pela galvanizado para telhados, para recomendada para pequenos de cimento, possibilitando altas
WdB, o produto é fornecido em substituir a madeira. Formada consertos em áreas internas e resistências mecânicas. Já o
rolos de 8 m e está disponível por perfis estruturais leves externas, e o Tapa Trincas, ideal segundo é utilizado em
nos diâmetros 17,5 mm, 22 mm parafusados entre si, a estrutura para corrigir fissuras em argamassas destinadas ao
e 29,5 mm. apresenta ao mesmo tempo concreto, madeira, tijolo preenchimento de espaços entre
(11) 3026-9200 rigidez e leveza. ou pedras. batente, parede e teto.
westaflexsp@wdbnet.com (11) 2179-5100 (48) 3346-1275 (11) 2107-3400
www.wdbnet.com www.jorsil.com.br unasol@unasol.com.br www.viapol.com.br
jorsil@jorsil.com.br www.unasol.com.br
83
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 84
CP II
O cimento Cimpor CP II E 32 é
indicado para estruturas que FIBRA
estejam expostas a ataques O FiberLock, da Etruria, é um
químicos provenientes do meio produto usado em concretos e
ambiente e para aplicações que argamassas para inibir o
necessitem de moderadas aparecimento e a propagação de
resistências à compressão nas fissuras causadas por retrações
primeiras idades, como: plásticas ou hidráulicas.
artefatos de cimento, blocos de Adicionado ao concreto ou
concreto, concreto protendido, argamassa, incorpora-se à pasta
estruturas de concreto em geral, de forma homogênea e fácil.
argamassas de assentamento (11) 4718-8700
e revestimento. www.etruria.com.br
0800-7033010 etruria@etruria.com.br
sac@br.cimpor.com
84
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 85
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 86
MICROINJET
O sistema Microinjet é um novo
serviço da Holcim para ASPIRAÇÃO CENTRAL
tratamento de superfícies de Ecoblu é um Sistema de
concreto e estruturas, corrigindo Aspiração Central fabricado pela
imperfeições e dando Emmeti, na Itália. O Ecoblu
acabamento de forma rápida e possui uma central, que deve ser
eficiente. A novidade é ideal para instalada em uma área de serviço
reformas, segundo a Holcim, pois ou garagem, com pontos de
o tempo de aplicação e secagem conexão em cada cômodo da
é rápido e gera menos impacto casa. Os pontos são ligados à
no dia-a-dia da reforma. central através de uma tubulação
www.holcim.com/br de PVC.
(19) 2138-8820
www.emmeti.com.br
mais_info@emmeti.com.br
86
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 87
TRILHO ELÉTRICO
O trilho VR 8003 com
PISCINA transformador eletrônico
As piscinas de polietileno são a embutido, da Adimar Iluminação,
novidade da Fortlev. Com tampa TOMADAS E é um modelo arrojado e moderno
opcional, possuem tamanho INTERRUPTORES com spots, canopla e trilhos em
EXAUSTORES pequeno, são de fácil manuseio e A Linha Simon19 é o novo latão cromado e cristais no
A Sictell lança o Arkit, conjunto movimentação e estão lançamento da Simon Brasil e formato de pirâmide. Adequado
exaustor com tubo flexível e uma disponíveis em três capacidades: reúne 29 itens, comercializados para três lâmpadas bipino com
grade externa, para a renovação 500 l, 1.000 l e 2.000 l. juntos ou individualmente. São máximo de 50 W.
de ar. O produto é indicado para (27) 2121-6700 interruptores, pulsadores, (11) 6673-3757
ambientes de até 6 m2. www.fortlev.ind.br tomadas e etc., que buscam, de www.adimariluminacao.com.br
(11) 2274-2003 acordo com a marca, qualidade,
sictell@sictell.com.br segurança, economia e
www.sictell.com.br bom gosto.
(11) 3437-8100
www.simonbrasil.com.br
RESERVATÓRIO SOLAR
MINIDISJUNTOR A Cumulus lança os reservatórios
O minidisjuntor termomagnético TUBOS solares em aço carbono
da Steck foi criado O Acqua System é o sistema para
LUSTRE DE CRISTAIS vitrificado. Os modelos, além de
principalmente para sistemas condução de água quente e fria
O lustre pendente Bola da Looz, contar com a mesma
comuns de distribuição de com união por termofusão do
com diâmetro de 82 cm, possui durabilidade e garantia do
energia como tomadas e Grupo Dema. A tecnologia por
aproximadamente sete mil modelo em aço inox 304L
iluminação. Mesmo travado, em termofusão permite que tubos e
cristais sustentados por uma (superior ao inox 304 e 444),
caso de sobrecarga o produto conexões sejam aquecidos a
corrente de aço inox. A estrutura possui um custo até 50% menor
desarma automaticamente. 260ºC, fundindo-se
é de alumínio pintado. Está se comparado com os
(11) 6245-7000 molecularmente em uma peça
disponível também com modelos inox.
vendas@steck.com.br única e contínua, sem roscas,
diâmetro de 52 cm. (11) 3156-8500
www.steck.com.br colas e soldas. Elimina, segundo
(16) 3976-7131 www.cumulus.com.br
www.looziluminacao.com.br o fabricante, todo o risco
looziluminacao@looziluminacao. de vazamentos.
com.br (11) 3619-8883
www.grupodema.com.br
87
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 88
AR-CONDICIONADO
O condicionador de ar Vertu é o
lançamento da Midea do Brasil FOSSA SÉPTICA
para 2007/2008. É um produto
AQUECEDORES O Sumidouro da Bakof possui um
que leva em conta a design cônico com nervuras,
SOLARES preocupação ambiental, pois aumentando assim sua
AQUECEDOR A GÁS A Unasol disponibiliza uma possui selo "A" do Procel. O Vertu resistência à pressão externa.
O destaque da Bosch na Feicon é grande variedade de possui funções de autolimpeza Foi projetado para que a pressão
o lançamento da Linha aquecedores solares, para para eliminação de bactérias e interna seja distribuída
Eletrônica Digital, composta por diversos usos e demandas. Os filtros que melhoram a qualidade uniformemente, sem causar
três modelos de aquecedores de representantes em todo Brasil do ar no ambiente. Possui deformações nas paredes.
água a gás: GWH 500 CTDE, ajudam o cliente na escolha dos tons preto-espelhado e A abertura é feita na parte
GWH 650 CTDE e GWH 800 produtos em projetos de cinza-prateado. superior, guiada por dois
CTDE, que possuem como edificações especiais e com 0800-6481005 parafusos plásticos.
características principais a preocupações de www.mideadobrasil.com.br (11) 3744-3232
regulagem eletrônica da sustentabilidade. sac@mideadobrasil.com.br www.bakof.com.br
temperatura, exaustão forçada (48) 3346-1275
bakof@bakof.com.br
dos gases da combustão, unasol@unasol.com.br
modulação eletrônica da chama, www.unasol.com.br
além de diversos sistemas
de segurança.
(11) 2126-1950 / 0800-7045446
www.bosch.com.br
88
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 89
BATENTE DE
POLIURETANO
Por uma nova tecnologia FECHADURAS
A nova linha 1.600 da Stam PORTAS PIVOTANTES
patenteada de fusão de um bloco As novas portas pivotantes da
DOBRADIÇA permite que o consumidor
de poliuretano na base de Zeloart são, segundo a empresa,
batentes e guarnições, a Pormade REFORÇADA troque de fechadura sem deixar
ideais para a fachada de
A União Mundial lança a nenhum vestígio. O sistema é
soluciona o problema da umidade residências e áreas comerciais.
dobradiça 4 x 3 para portas composto por espelhos finos
em ambientes com pisos frios, A estrutura das peças é de
pesadas. As peças podem ser ou largos.
como banheiros e áreas de alumínio, e os clientes podem
encontradas em aço ou latão, 0800-241020
serviço. A base de poliuretano, escolher o tipo de vidro da
todas reforçadas para info@stam.com.br
segundo o fabricante, evita a peça, tipo de revestimento,
suportarem grandes cargas. www.stam.com.br
infiltração da umidade e diminui cor e modelo, entre
(22) 2533-9350
o risco de apodrecimento de outras características.
www.uniaomundial.com.br
portas e janelas. (11) 5562-8666
(42) 3521-2121 www.zeloart.com.br
www.pormade.com.br
pormade@pormade.com.br
FECHADURA
ESQUADRIA ACÚSTICA A nova Linha Alumínio de
O último lançamento da Atenua fechaduras da Aliança
Som é a linha de esquadrias Metalúrgica possui três modelos
Futura. Com dois modelos, um visando atender aos mais
de abrir e outro de correr, são variados gostos. São opções em
janelas acústicas que promovem rosetas sem parafusos e um
o conforto térmico gerado pelos novo par de espelhos. As opções
vidros duplos. É feita sob medida de acabamento são o alumínio
e pode ter vidros duplos, triplos, natural, cromado, fosco, bronze
quádruplos ou até cinco camadas e latonado fosco. Todos os
com diferentes espessuras. modelos são equipados com
(11) 3382-3060 mecanismos de 40 mm.
www.atenuasom.com.br (11) 6951-1500
contato@atenuasom.com.br www.aliancametalurgica.com.br
89
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 90
VIDROS CORTE
A Vetro System trouxe direto da Os discos diamantados Irwin de
Europa uma nova tecnologia de 180 mm são os mais resistentes
envidraçamento de ambientes. ao desgaste, sendo indicados
Os novos painéis se adaptam em principalmente para materiais
vários formatos geométricos, abrasivos e para cortes mais
sem o uso de esquadrias, e são profundos. Os discos podem ser
instalados em trilhos horizontais utilizados a seco ou com a
que giram em um ângulo de 90º. adição de água.
(11) 4063-2130 0800-9709044
www.vetrosystem.com.br www.irwin.com.br
90
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 91
FIXAÇÃO
A pistola DX 36M, da Hilti, é um
sistema de fixação à pólvora para
ESTILETE concreto e aço. A ferramenta VIBRADOR DE
Com o intuito de facilitar o semi-automática possui pente CONCRETO
SERRA DE PISO trabalho de profissionais da de dez cartuchos e regulagem A Bosch apresenta ao setor da
A Clipper C13E da Norton é construção civil, a Starret lança de potências. A pistola tem construção seu novo vibrador de
compacta e se caracteriza pelo uma linha de ferramentas silenciador integrado. concreto, com motor de 1.400
seu alto desempenho no corte manuais composta de estiletes, 0800-144448 W de potência e alta capacidade
de pisos de concreto e asfálticos. lâminas de serra tico-tico, novas www.hilti.com.br de adensamento do concreto.
O posicionamento do tanque de trenas e um dos principais Com tamanhos diferenciados de
água removível, que é de 20 l, produtos da empresa, o mangotes (1,5 m e 3,5 m de
adiciona peso ao disco e garante microóleo anticorrosivo M1. comprimento) e um sistema de
ao operador uma boa visão www.starrett.com.br troca rápida desses
do corte. componentes, é possível
0800-7273322 adequar o produto a diversas
www.norton-abrasivos.com.br utilizações.
0800-7045446
www.bosch.com.br
FERRAMENTA
MISTURADOR A Máquina Serra de Fita 1101,
O misturador Horizontal Vibron da Starrett, é uma máquina
possui moto-redutor de horizontal, de operação manual,
engrenagens paralelas que, para corte de diversos tipos de
além de prolongar a vida útil do materiais. O produto possui três
equipamento, proporciona um regulagens de pressão de corte,
funcionamento com menos arco de alumínio injetado e base
ruídos. Sua cuba de mistura tem projetada para permitir
capacidade de 100 l e sua maior precisão.
produção média é de 2 m3/h. 0800-7021411
(11) 6703-3111 www.starrett.com.br
91
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 92
SOFTWARE
O Cypecad, da Multiplus, é um
software para elaboração de PLACA CIMENTÍCIA
CAD O Superboard é uma placa
projetos de estruturas em
O programa QiCAD foi
concreto. O produto abrange, autoclavada produzida com
desenvolvido com o objetivo de
segundo o fabricante, todas as cimento Portland, quartzo e
suprir a etapa de
NIVELAMENTO etapas do projeto: modelo 3D da fibras de celulose. Disponível
complementação das pranchas
O nível a laser L3 Millenium, estrutura, carregamentos e nas espessuras de 6 mm, 8 mm,
finais dos projetos, eliminando a
da Laser Center do Brasil, possui combinações, análise estrutural, 10 mm e 15 mm, o produto tem
necessidade de adotar outro
nivelamento completamente dimensionamento do concreto e 1,2 m de largura e 2,4 m de
programa CAD para finalizar o
automático na horizontal e na das armaduras, pranchas comprimento. Segundo o
projeto. Inclui comandos e
vertical, possível por meio de completas, quantitativos e fabricante, possui resistência à
ferramentas de CAD 2-D não
motores niveladores. O produto memorial de cálculo. flexão de 16 MPa.
disponíveis nos demais
ainda pode ser manuseado (11) 3222-1755 (11) 5662-2142
programas da linha.
a distância, por meio de www.multiplus.com www.superboard.com.br
(48) 3027-9010
controle remoto. www.altoqi.com.br
(11) 3284-4260 comercial@altoqi.com.br
www.anvi.com.br
92
P&T_feicon xxxxxx1.qxd 4/4/2008 16:11 Page 93
DRYWALL ACÚSTICO
O Gypsom, chapa para drywall
de alta performance acústica da
Lafarge Gypsum, ganhou uma DRYWALL
nova versão: o GypSOM Q10, A Placo fabrica sistemas de
com perfurações quadradas de drywall para paredes internas
10 mm x 10 mm. Segundo a retas ou curvas, não estruturais
fabricante, o produto é ideal e não expostas a intempéries.
para execução de forros em São constituídas por placas de
locais projetados para oferecer gesso, pré-fabricadas a partir da
boa performance e conforto gipsita natural, parafusadas em
acústico como auditórios, uma estrutura metálica leve.
restaurantes e bibliotecas. 0800-0192540
0800-2829255 sac.placo@saint-gobain.com
www.gypsum.com.br www.placo.com.br
93
obra aberta-modelo.qxd 4/4/2008 16:02 Page 94
OBRA ABERTA
Livros
Software Sites
Manual Prático de Direito Manual de Escopo de Orbis 1.1 Nambei Fios e Cabos
das Construções Projetos e Serviços de Uqbar Fone: (11) 5056-8900
José Fiker Automação e Segurança Fone: (21) 2529-2925 www.nambei.com.br
136 páginas Abrasip (Associação Brasileira Info@uqbar.com.br Desde 1971 fabricando fios e
Livraria e Editora Universitária de Engenharia de Sistemas www.uqbar.com.br cabos elétricos, a Nambei
de Direito Prediais) Trata-se de um sistema de acaba de reformular sua
Fone: (11) 3105-6374 58 páginas informações com dados página na internet. De acordo
www.editoraleud.com.br Manuais de Escopo de consolidados e específicos do com a empresa, de capital
Advogado formado pela USP Projetos e Serviços mercado de securitização, nacional, o objetivo das
(Universidade de São Paulo) e www.manuaisdeescopo.com.br com acesso exclusivo ao alterações é facilitar a
engenheiro civil pela Escola de Integrante dos Manuais de banco de dados da empresa. navegação dos consumidores,
Engenharia do Mackenzie, o Escopo, a publicação segue as A concepção da plataforma clientes e profissionais do
autor é associado colaborador diretrizes básicas. Ou seja, almejou a integração entre a setor que busquem
da Empresa Brasileira de divide a atuação da carteira de créditos, a informações sobre os
Avaliações e trabalhou no coordenação de projetos em engenharia de estruturação produtos Nambei.
Departamento de Patrimônio seis fases, subdivididas entre financeira e o gerenciamento O desenvolvimento do novo
Imobiliário da Companhia do serviços essenciais e opcionais. das operações. Essa nova visual do site buscou atender
Metrô. Trabalhou, dentre Dentre os opcionais, aborda até versão permite ao usuário às tendências atuais por um
outros locais, na Emurb mesmo a preparação de criar consultas próprias a layout limpo e moderno. Na
(Empresa Municipal de manual de operação e partir do estabelecimento de página inicial há um link direto
Urbanização de São Paulo) e manutenção de automação e um conjunto de critérios, tais para os produtos, incluindo
no Ibape (Instituto Brasileiro segurança. Esse inclui o projeto como classificação de riscos e toda a especificação técnica
de Avaliações e Perícias de executivo do sistema, rentabilidade estimada. As dos mesmos, e um espaço
Engenharia). Concebeu o livro documentação técnica, relação informações são para download de catálogos,
de forma a ser compreensível de fornecedores e garantias. apresentadas a partir de três folhetos e tabelas. Também é
mesmo aos leigos em Direito. Dentre os serviços essenciais perspectivas: dados de possível consultar cópias dos
Para tanto, lançou mão de do detalhamento de projetos operações, dados agregados certificados obtidos.
inúmeras ilustrações para consta a lista de pontos de e atividades recentes.
tratar de questões jurídicas supervisão e controle,
essenciais à construção, considerando sistemas de
envolvendo perícias, direito de elétrica, hidráulica e ar
vizinhança, desapropriação, condicionado. Disponível em
mediação e arbitragem. www.manuaisdeescopo.com.br.
* Vendas PINI
Fone: 4001-6400 (nas principais cidades)
ou 0800-5966400 (nas demais cidades)
www.LojaPINI.com.br
95
agenda anun ok.qxd 4/4/2008 15:59 Page 96
AGENDA
Seminários e regulamentações e tendências de Geotécnica, além de simpósios e
mercado nacionais e internacionais para workshop, tem a finalidade de promover
conferências a sustentabilidade na construção. o intercâmbio de conhecimentos e
Legislação na Construção – Como E-mail: ecobuilding2008@anabbrasil experiências entre profissionais de
Vencer Entraves Contratuais, www.anabbrasil.org/ecobuilding2008 engenharia, pesquisadores e estudantes.
Fiscais,Trabalhistas, Previdenciários A dinâmica do Congresso envolverá
e Ambientais Desafios e Oportunidades no palestras proferidas por convidados de
13/5/2008 Mercado de Baixa Renda – 2a edição renome nacional e internacional, a
O seminário pretende oferecer 29/5/2008 apresentação de trabalhos técnico-
ferramentas no tratamento das questões O Seminário "Desafios e Oportunidades científicos mediante submissão ao
legais relativas à atividade produtiva na do Mercado de Baixa Renda" promoverá Comitê Técnico do evento e a
construção civil. A PINI organizará o intercâmbio de experiências e realização de uma exposição de
evento e reunirá advogados e profissionais informações entre os profissionais da serviços e produtos.
especializados para discutir soluções indústria da construção civil. O evento Fones: (21) 2524-2455/5254
relacionadas a pontos como tributos, abordará desde as fases de concepção, E-mail: cobramseg@profin.com.br
contratos, normas técnicas, código de viabilização, projeto, planejamento e
defesa do consumidor, legislação execução de empreendimentos para o
trabalhista, previdenciária e ambiental. segmento econômico.
Feiras e exposições
(11) 2173-2340 (11) 2173-2395 Coverings
legislacao@pini.com.br desafios@pini.com.br 29/4 a 2/5/2008
www.piniweb.com/legislacao www.piniweb.com/DesafiosBaixaRenda Orlando (EUA)
A Coverings reúne os setores de
Sinco 2008 – IV Simpósio Internacional 2o Congresso e Feira de Infra- revestimentos cerâmicos, rochas
sobre Concretos Especiais estrutura de Transportes ornamentais, utensílios e acessórios
22 a 24/5/2008 25 a 28/6/2008 para cozinhas e banheiros, vidros,
Sobral (CE) São Paulo madeira, artesanato para revestimento,
O evento discutirá os componentes dos Realizada pela Andit (Associação equipamentos, produtos da cadeia de
concretos especiais, características, Nacional de Infra-estrutura de revestimentos (argamassa, rejunte,
propriedades e possibilidades de Transportes), o congresso traz o tema películas anti-ruptura, produtos
aplicações. O Sinco é realizado pelo Infra-estrutura de Transportes – antiderrapantes, de limpeza e
Ibracon (Instituto Brasileiro do Integração e Desenvolvimento. Serão seladores). A feira é a maior do setor em
Concreto), Iemac (Instituto de Estudo discutidos assuntos relacionados a terras americanas e uma das principais
dos Materiais de Construção) e a UVA rodovias, vias urbanas, ciclovias, do calendário internacional da área.
(Universidade Estadual Vale do Acaraú). aeroportos e tráfego aéreo, metrô e E-mail: coveringsinfo@ntpshow.com
Fone: (88) 3611-6796 ferrovias, portos e hidrovias, dutovias www.coverings.com
www.sobral.org/sinco2008/ e ITS, logística e intermodalidade.
Fone: (11) 5087-3465 8a Glass South América
Eco Building – Fórum Internacional E-mail: coninfra@adeventosbrasil.com.br 8 a 10/5/2008
de Arquitetura e Tecnologias para a www.andit.org.br/coninfra2008/index.html A feira reúne fabricantes do setor vidreiro
Construção Sustentável englobando construção civil, arquitetura,
23 a 25/5/2008 XIV Congresso Brasileiro de móveis e automóveis. Haverá dois
São Paulo Mecânica dos Solos e Engenharia pavilhões: o Glass South America Design
O fórum fomentará a discussão sobre a Geotécnica e Glass South America Tecnologia.
construção sustentável por meio de 23 a 27/8/08 (11) 4613-2003
conceitos de arquitetura fundamentais e Armação dos Búzios (RJ) www.glassexpo.com.br
complexos, a aplicação de materiais, O evento de caráter técnico-científico,
tecnologias e soluções construtivas. que engloba o XIV Congresso Brasileiro Fenarc 2008 – Feira da Engenharia,
Haverá análises de casos, de Mecânica dos Solos e Engenharia Arquitetura e Construção
97
agenda anun ok.qxd 7/4/2008 16:02 Page 98
como construir.qxd 4/4/2008 16:01 Page 99
Luciano Zanella
e-mail: lucianoz@ipt.br
Sistema de aproveitamento
de águas pluviais para usos
não potáveis
m crescente número de grandes
U cidades e regiões metropolitanas
brasileiras vive situação de escassez e
degradação dos recursos hídricos im-
pondo a adoção de programas de
conservação de água.
Entre os componentes de progra-
mas de conservação de água, figura o
de substituição de fontes. Consiste ba-
sicamente em utilizar novas fontes de
recursos hídricos em substituição às
existentes, especialmente sob condi-
ções em que a nova fonte sirva a usos
menos exigentes (menos "nobres"). O
aproveitamento de água da chuva
precipitada nas edificações do meio
urbano se enquadra nessa categoria.
Acervo do autor
Três grandes virtudes são fre-
qüentemente associadas ao aproveita-
mento da água de chuva em edifícios:
Figura 1 – Calha coletora situada em posição intermediária permitindo alimentação
a) diminui a demanda de água potá-
do reservatório superior de água pluvial por gravidade
vel; b) diminui o pico de inundações
quando aplicada em larga escala, de
forma planejada, em uma bacia hi- moradia, embora possam estar pre- em mictórios, a água de reserva para
drográfica; c) pode reduzir as despe- sentes também em edifícios indus- combate a incêndio e a água para
sas com água potável. triais, comerciais, públicos e de servi- aquecimento e acumulação destinada
Embora a prática do aproveita- ços. Entre eles citam-se o uso da água ao banho e outros usos.
mento de água de chuva no Brasil re- para simples ingestão, a lavagem e Entre os usos domésticos mencio-
monte aos primeiros assentamentos na preparo de alimentos crus e cozidos, a nados alguns exigem água cuja quali-
época do Descobrimento, a atual con- lavagem de utensílios de cozinha, o dade atenda aos padrões de potabili-
juntura renova a oportunidade dessa banho pessoal, a higiene corporal, a dade, ou seja, à Portaria 518/2004 do
medida sob a égide da sustentabilidade. lavagem de roupas, a descarga de ba- Ministério da Saúde. Entretanto ou-
cias sanitárias, a limpeza de pisos, pa- tros usos domésticos não requerem
Usos domésticos não potáveis redes, veículos, a rega de jardins, a hi- características de qualidade tão exi-
Usos domésticos são aqueles pró- giene de animais domésticos. Podem gentes quanto a potabilidade. Esses
prios ao ambiente da habitação ou ser incluídos usos como a descarga usos, para os quais não é exigida a po-
99
como construir.qxd 4/4/2008 16:01 Page 100
COMO CONSTRUIR
www.silvanh2o-com-au
lie
re
af
le
m
co
rv.
se
de
n
Ta
Figura 4 – Calha dotada de filtro de Figura 5 – Filtro vertical de material Figura 6 – Filtro horizontal de material
retenção de materiais grosseiros grosseiro instalado em coletor grosseiro com grade de barras horizontais
presença de material grosseiro, como colhidas no mesmo local, houver, no A função de tais filtros é reter o mate-
folhas, gravetos, sementes e sólidos máximo mil coliformes fecais (termo- rial grosseiro (folhas,gravetos e particula-
suspensos e dissolvidos originados tolerantes)... por 100 ml". Dessa for- dos de maior dimensão) deixando passar
de fezes de pássaros, gatos e roedores, ma, pode-se adotar como referência a água e sólidos grosseiros mais finos. En-
além de material particulado fino se- inicial de qualidade microbiológica o saios realizados no IPT mostram que, em
dimentado sobre as coberturas a par- máximo de mil coliformes termotole- geral, os sólidos grosseiros são retidos na
tir de suspensão aérea, além de mi- rantes por cada 100 ml de água pluvial. sua totalidade na maioria dos filtros,e que
crorganismos patogênicos presentes Amostras para verificação desse indi- a eficiência no aproveitamento de água
em águas de coberturas, conforme cador devem ser colhidas nos pontos tende a cair com o aumento da vazão.
mostram pesquisas em cursos no de uso. Os filtros de material grosseiro
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnoló- Com respeito aos parâmetros físi- podem funcionar de forma a lançar o
gicas do Estado de São Paulo) reali- co-químicos, podem ser adotados material grosseiro para fora da tubula-
zadas também em outras instituições como referência inicial os valores ção ou podem requerer limpeza ma-
(May, 2004; Rebello, 2004; Gonçal- apresentados na norma brasileira nual periódica.
ves, 2006). (NBR 15527/2007, item 4.5) para o
O tratamento para usos domésti- caso de usos mais restritivos. Descarte
cos não potáveis é realizado visando De maneira genérica o tratamento Estudos do IPT mostram que o des-
alcançar características de qualidade de águas pluviais escoada de telhados é carte das primeiras águas escoadas de
compatíveis com os usos desejados. A composto pelas seguintes partes: coberturas é altamente recomendado,
norma brasileira relativa ao aprovei- filtração de materiais grosseiros; particularmente após vários dias sem
tamento de águas pluviais, NBR descarte das águas de escoamento chuva como ocorre na estiagem de in-
15527/2007, estabelece que os pa- inicial; verno, dada à concentração de poluen-
drões de qualidade "devem ser fixados filtração de materiais particulados tes e microrganismos.
pelo projetista de acordo com a utili- finos; Segundo pesquisas realizadas no
zação prevista". desinfecção. âmbito do Prosab, o volume de descarte
No caso dos usos não potáveis corresponde ao escoamento do primei-
previstos neste artigo é possível esta- Filtração de materiais grosseiros ro milímetro de precipitação, ou seja,
belecer características de qualidade É obtida por meio de grades de 100 l para cada 100 m2 de cobertura. Um
comuns a todos eles. barras ou telas metálicas com abertu- dispositivo de descarte bastante prático
No que se refere à qualidade mi- ras da ordem de 2 mm a 6 mm que são é ilustrado na figura 7.
crobiológica da água, uma referência interpostas no fluxo das águas pluviais Os dispositivos de descarte podem
razoavelmente adequada é a Resolu- captadas na cobertura e conduzidas contar com esvaziamento automático
ção Conama 274/2000 que estabelece pelos coletores. ou manual.
a qualidade da água para contato de Encontram-se no mercado diver-
toda superfície do corpo humano sas soluções desse tipo de filtração, Filtro de finos
com a água por tempo prolongado. usualmente importadas. A escolha dos A operação de sistemas de aprovei-
Essa Resolução estabelece que são modelos existentes é função da área de tamento de águas pluviais tem mostra-
consideradas satisfatórias as águas nas cobertura a que vão servir. A figura 6 do que mesmo as instalações dotadas
quais "em 80% ou mais de um con- mostra um filtro de material grosseiro de filtro de grosseiros e aparelho de des-
junto de amostras obtidas em cada importado instalado em trecho hori- carte podem requerer a filtração de ma-
uma das cinco semanas anteriores, zontal de tubulação. terial particulado mais fino.
101
como construir.qxd 4/4/2008 16:01 Page 102
COMO CONSTRUIR
Acervo do autor
finos presentes no reservatório no
momento do uso ou sucção, recomen-
Figura 10 – Esquema com o
da-se situar a extremidade da tubula-
posicionamento relativo da cobertura, Figura 11 – Solução de reservação
ção de tomada d'água a meia-altura
sistema de tratamento e reservatório elevada desenvolvida em conjunto
entre o fundo e a lâmina livre no reser-
superior de água pluvial habitacional de baixa renda por equipe
vatório. A alimentação deverá ser pro-
da Universidade Federal da Bahia
jetada para evitar turbulência no inte-
ciente para a demanda. Nesse caso os rior do reservatório para que não
reservatórios de água pluvial deverão ocorra ressuspensão de sólidos.
receber complementação do sistema O dimensionamento do volume
de água potável, evitando-se o fenô- de reservação de água pluvial deve ser
meno da conexão cruzada. Para tanto elaborado por método que leve em
deve ser observada a norma brasileira conta a oferta e a demanda de água
de água fria NBR 5626 que exige uma pluvial. A oferta é descrita pelas séries
separação atmosférica (gap) de no históricas de precipitação pluvial da
mínimo 5 cm entre o tubo de alimen- localidade ao longo do tempo. A de-
tação de água potável e o reservatório manda deve ser calculada a partir dos
de águas pluviais. volumes aplicáveis aos usos não potá-
Inversamente, no período de veis previstos.
cheias, o sistema deverá contar com A norma brasileira NBR 15527/
extravasão compatível. 2007 e Gonçalves (2006) apresentam
A complementação da alimenta- uma série de métodos de dimensiona-
ção por água potável pode ser feita no mento do volume de reservação ne-
reservatório superior de água pluvial. cessário. Alguns métodos levam a vo- Figura 12 – Esquema do posicionamento
Nesse caso a água potável pode ser lumes excessivos e onerosos. Re- dos reservatórios elevados de água potável e
conduzida por gravidade do reservató- comenda-se o dimensionamento pela de água pluvial prevendo complementação
rio superior de água potável para o re- fórmula que utiliza o maior número por água potável na falta de chuvas
servatório superior de água pluvial ou, de dias consecutivos sem chuva e o
ainda, através de pequena bomba de volume diário demandado, apresen-
recalque, conforme ilustra a figura 12. tado por Gonçalves (2006), o método pluvial, considerada a série histórica
O projeto dos reservatórios de da simulação de reservatórios ou o de precipitações.
águas pluviais deve ser elaborado to- método prático australiano, sugeridos A expressão para o cálculo do vo-
mando como diretrizes as normas bra- na norma brasileira. lume de reservação baseado no nú-
sileiras: NBR 12217/1994 relativa aos O método de simulação de reser- mero máximo de dias consecutivos
reservatórios de distribuição de água vatórios e o método prático australia- sem chuva para um dado período de
para abastecimento público, NBR no são particularmente interessantes retorno é dada por:
5626/1998 aplicável à instalação pre- porque permitem aquilatar em que
dial de água fria e NBR 15527/2007. grau será atendida a demanda de água VRES = QNP x DS
103
como construir.qxd 4/4/2008 16:01 Page 104
COMO CONSTRUIR