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téchne 136 julho 2008
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT techne
Edição 136 ano 16 julho de 2008 R$ 23,00
COMO CONSTRUIR
Aquecedor
solar de água
Laudo do metrô ■ Sistemas construtivos ■ Avaliação técnica de desempenho ■ Esquadrias ■ Aquecedor solar ■ Retrofit
EXCLUSIVO
Detalhes do laudo
do IPT sobre a
cratera do Metrô
em São Paulo
ESQUADRIAS
60 anos de evolução
ARTIGO
Retrofit de fachadas
HABITAÇÃO ECONÔMICA
Sistemas
construtivos
00136
9 77 0 1 04 1 0 50 0 0
SUMÁRIO
CAPA
42 Industrialização econômica
Boom imobiliário acelera corrida por
novas tecnologias construtivas e
resgasta sistemas esquecidos
no passado
56 ARTIGO
Retrofit de fachadas: tecnologias
européias
Pesquisadora do IPT analisa o mercado
e os materiais disponíveis para
requalificação de fachadas
76 COMO CONSTRUIR
Dimensionamento e instalação
Divulgação Rodobens
de aquecedor solar
Veja como dimensionar e instalar
sistema solar de aquecimento
de água
30 DESABAMENTO DA
LINHA 4 SEÇÕES
Roteiro acidental Editorial 2
Confira um resumo do laudo do IPT Web 6
sobre o acidente nas obras do Cartas 8
metrô de São Paulo Área Construída 10
Índices 12
50 DESEMPENHO IPT Responde 14
Excelência atestada Carreira 16
Os ensaios e documentos necessários Melhores Práticas 18
Divulgação CEF
1
editorial.qxd 4/7/2008 16:56 Page 2
EDITORIAL
Laudo da cratera: compromisso técnico
VEJA EM AU
m fevereiro do ano passado, no Editorial da edição no 119,
E firmamos um compromisso com nossos leitores: apresentar as
causas técnicas que teriam levado ao desabamento do túnel da Linha
4 do Metrô de São Paulo, que vitimou sete pessoas no dia 12 de
janeiro de 2007. Compromisso que trazia uma ressalva importante:
"(...) Téchne não irá especular.Aguardaremos o laudo do IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), para
quem a missão foi sabiamente confiada. Será a partir desse Arquitetura
latino-americana
documento (...) que vamos debater, do ponto de vista técnico, as
Especial PINI
causas diretas do desabamento". E assim foi. Passado um ano e cinco 60 anos: vidros
meses do acidente, voltamos ao assunto para mostrar bem mais do Entrevista: Roberto Segre
que foi noticiado e publicado pela imprensa desde a divulgação do VEJA EM CONSTRUÇÃO
laudo, no dia 9 de junho. Obtivemos junto ao Ministério Público do MERCADO
Estado de São Paulo um resumo em dois volumes do relatório do
IPT. O texto que publicamos nesta edição sintetiza em 11 páginas, na
mesma linguagem técnica do laudo, a versão do instituto sobre os
fatores que teriam determinado o curso do desabamento.
Importante ressaltar que nem o IPT nem o Ministério Público ou
qualquer outra fonte envolvida se pronunciou sobre o documento.
Téchne abre, desde já, suas páginas a todos os interessados, inclusive
ao Consórcio Via Amarela, para que apresentem outras versões para
Boom industrial
os fatos. Quando se dispuserem a falar sobre o assunto, todas as Recuperação ambiental
partes serão ouvidas pela revista.A despeito de o IPT ser parceiro da Avaliação de imóveis
Imóveis econômicos
PINI na publicação de Téchne desde a criação da revista, há 16 anos,
não obtivemos informação privilegiada do instituto. Restringimos-
nos ao conteúdo do laudo entregue ao Ministério Público. Há,
portanto, novos capítulos a serem escritos sobre essa história.
Paulo Kiss
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
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publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
ÁREA CONSTRUÍDA
Poli e Sabesp criam tubos de concreto reforçados com fibras
Fibras de aço começaram a ser utiliza-
Shutterstock Royalfive
como matéria-prima resíduos finos e riachos da região. Com a nova téc-
gerados por serrarias de rochas será nica, empresários locais do setor de
produzida em escala industrial no rochas ornamentais "fornecerão" à
Rio de Janeiro. A tecnologia foi de- fábrica a água poluída gerada em
senvolvida pelo Cetem (Centro de suas atividades. A mistura é encami-
Tecnologia Mineral) e pelo INT (Ins- nhada para um processo de secagem
tituto Nacional de Tecnologia) e li- a partir do qual se obtém um resíduo
cenciada para produção para a em- sólido, que é aproveitado na formu-
presa Argamil. A fábrica foi instalada lação da argamassa. Segundo o Ce-
na cidade de Santo Antônio de tem e o INT, cerca de 720 t de resí-
Pádua, no noroeste fluminense, e de um sistema de reúso da água em- duos finos são lançados mensalmen-
inaugurada em junho. Cerca de seis pregada no corte das pedras Mirace- te pelas serrarias de rochas ornamen-
mil pessoas trabalham no setor de ma e Madeira – utilizadas em revesti- tais de Santo Antônio de Pádua. As
rochas da região, que é o maior pólo mentos de pisos e paredes pela Cons- instalações da Argamil têm capaci-
mineral do Estado. Para a fabricação trução Civil. O "pó de rocha" gerado dade de produzir cerca de 1,24 t/mês
do novo produto, a empresa se valerá pelo processo de corte era lançado da nova argamassa.
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indices 136.qxd 4/7/2008 17:01 Page 12
ÍNDICES
Inflação em junho
Pelo segundo mês consecutivo o aumento
do diesel teve influência no custo do
transporte de materiais
Aquecedor solar
sagem) e utilizar energia elétrica ou gás
Marcelo Scandaroli
Em São Paulo, uma lei impõe que 40% do
aquecimento de água seja feito por via combustível. Diversas configurações são
solar. Isso obrigará a casa a ter dois adotadas no mercado. Não há obrigato-
boilers de armazenamento? Edifícios riedade de instalação de um segundo
terão que ter boiler coletivo, para boiler, pois o sistema complementar
misturar com a água do aquecedor? pode estar integrado ao próprio reserva-
Rui Dante Costa tório térmico ou ser um aquecedor de
São Paulo passagem. O mais adotado para casas
possui uma resistência elétrica instalada
O sistema de aquecimento solar de água no interior do reservatório térmico.
residencial opera elevando gradualmen- Caso a temperatura da água não atinja a
te a temperatura da água no interior do temperatura desejada via aquecimento mento de água quente da edificação. A
reservatório térmico (boiler) ao longo do solar,o apoio elétrico entra em operação. segunda é distribuir a água pré-aquecida
dia. Mesmo que o sistema seja projetado De modo geral, existem duas alternati- pelo sistema solar central coletivo e o
para atender a 100% da demanda de vas em edifícios.A primeira (e mais ado- aquecimento complementar ser feito na
água quente,é recomendável a instalação tada) é distribuir a água quente na tem- unidade por um aquecedor individual
de um sistema complementar para atuar peratura de consumo.Nesse caso,o siste- (de acumulação ou instantâneo).
em dias com baixo nível de radiação ma solar e o complementar (elétrico ou Daniel Sowmy, engenheiro civil
solar. O sistema complementar pode ser gás) fazem parte de um sistema central Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do Ambiente
de acumulação ou instantâneo (de pas- coletivo responsável por todo forneci- Construído/Laboratório de Instalações Prediais)
Rachaduras
Existe norma sobre limite de abertura de incidência considerável de fissuras ver-
Alexander Orlov/Shutterstock
CARREIRA
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melhores praticas 136.qxd 4/7/2008 17:07 Page 18
MELHORES PRÁTICAS
Corte de lajes de concreto
Correto posicionamento das máquinas de corte e obediência a procedimentos
de segurança garantem qualidade na execução do serviço
Posição do corte
No processo de locação, deve-se
garantir que o corte não cause
qualquer dano à estrutura ou às
instalações da edificação. Para que
isso não ocorra, é importante
consultar os projetos do edifício.
Para o corte em lajes armadas, pode-
se lançar mão do ensaio de
pacometria, de modo a evitar cortes
de vergalhões importantes.
Fotos Marcelo Scandaroli
Montagem do trilho
Após a realização dos furos nas
extremidades onde ocorrerá o corte da
laje, deve-se fixar o trilho por onde irá
correr o corpo de serra circular. Esse
posicionamento é fundamental para que o
corte seja feito na posição correta.
Ajuste da serra
Antes de se proceder ao corte da peça, é não estiverem corretamente apertados,
sempre importante verificar o nível de poderá haver curvaturas e empenamentos
ajuste da serra de corte ao corpo do no plano de corte, além de riscos de
equipamento. Se os parafusos de fixação travamento e danos à serra.
Execução do corte
No momento do corte, seja com
a serra circular, seja com a serra-
copo, a presença de água em
abundância é importante para
minimizar o desgaste do
equipamento. A operação com
controle remoto também é um
fator promotor de segurança
Fixação da placa nesse tipo de serviço.
Antes de se realizar o corte da
laje com a serra circular, é
importante que se tomem os
cuidados necessários para
evitar a queda da laje. A fixação
do trecho cortado pode ser feita
de diversas maneiras: pode-se
lançar mão da realização de um
furo no centro da placa, como o
exibido na foto; da cravação de
pinos no teto e na parte
superior do trecho a ser
cortado; ou de tripés e
cavaletes para sustentação da
peça a ser cortada.
Colaboração: professor Antonio Domingues de Figueiredo, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e Engefuro.
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entrevista.qxd 4/7/2008 17:09 Page 20
ENTREVISTA
Financiamento
construtivo
Gerente de padronização e normas técnicas da Caixa
explica os critérios do banco para financiar construções
com sistemas inovadores
Divulgação CEF
CLÓVIS MARCELO
DIAS BUENO
Formado em engenharia civil pela
UFMG (Universidade Federal de
Minas Gerais), em 1983, e pós-
graduado, em 2002, em Negócios
Imobiliários, trabalha há mais de 25
anos na CEF (Caixa Econômica
Federal). Já circulou entre as áreas
de avaliação de imóveis, crédito
imobiliário e perícias técnicas.
Atualmente, é gerente nacional de
Gestão, Padronização e Normas
Técnicas da CEF. Nesse cargo desde
2006, responde pelas normas e
padrões que regem as atividades
ara eliminar o déficit habitacional,o mento trará, portanto, extrapola o cará-
especializadas de mais de mil
engenheiros e arquitetos
P Brasil precisa construir 7,2 milhões
de novas unidades. A participação da
ter meramente técnico. Os mais de mil
engenheiros e arquitetos da CEF ava-
empregados da instituição.
CEF (Caixa Econômica Federal) é fun- liam o valor mercadológico das unida-
damental para essa política social.A ins- des, bem como a infra-estrutura urbana
tituição opera recursos de financiamen- das regiões onde serão inseridas. É im-
to e repasse para a produção de habita- prescindível, ainda, a análise da adequa-
ções,respondendo por mais de R$ 13 bi- ção da tecnologia à região,conforme de-
lhões de novas contratações em 2007. A fendeu Clóvis Marcelo Dias Bueno. "É
responsabilidade de lidar com tal mon- importante conscientizar o setor da
tante de recursos se manifesta na preo- construção de que deve considerar espe-
cupação com os padrões de desempe- cificidades locais e agregar a inteligência
nho mínimo exigidos dos sistemas e racionalidade do trabalho de arquite-
construtivos que adota. A Caixa cuida tos e engenheiros", afirmou. Para ele, é
para que os produtos, financiados por necessário estudar também a composi-
até 30 anos, durem por tempo suficiente ção do custo de produção de habitações
para amortizar os investimentos. A ava- nas cidades, onde o insumo mais caro
liação dos resultados que o empreendi- costuma ser o terreno.
ENTREVISTA
ENTREVISTA
de Serviço), o que, em novas contrata- bilidade. Não é possível aceitar que uma
ções, totalizou em 2007, respectiva- residência financiada em 30 anos não re-
mente, R$ 5,8 e R$ 7,3 bilhões. Nos re-
“Um sistema sista a cinco anos de utilização. Esse risco
passes do Orçamento Geral da União, construtivo inovador é importante e diretamente relacionado
em que os principais clientes são mu- à adoção irresponsável de tecnologias
nicípios e Estados, mantemos relacio-
deve oferecer custo sem desempenho comprovado.
namento com mais de 2.200 municí- menor e prazo
pios brasileiros, sendo que as contrata- Há motivos tecnológicos para o
ções habitacionais totalizaram R$ 6,2
reduzido, preservando déficit habitacional do País?
bilhões em 2007. Esses recursos são desempenho mínimo A tecnologia deve ser encarada como
aplicados conforme orienta a política parte da solução do problema habita-
do Governo Federal para enfrenta-
no produto final” cional. O enfrentamento do déficit
mento do déficit habitacional. passa por medidas distintas, tais como
intervenção efetiva nos processos espe-
Quais os critérios para que um vados esses aspectos, que na maior culativos que ocorrem nas cidades bra-
empreendimento seja aprovado e parte dos casos são definidos exter- sileiras, oferta regular de recursos para
conte com financiamento da Caixa? namente, as propostas são livres. habitação e para infra-estrutura urba-
As análises para aprovação de um em- na, articulação entre instituições públi-
preendimento incluem aspectos ca- Mas como a Caixa estimula a busca cas e privadas, facilitação do crédito de
dastrais, jurídicos, de risco de crédito, por qualidade nas habitações? longo prazo para famílias de menor
sociais e de engenharia. Considerando Evidentemente, quando falamos de renda e pela tecnologia de construção.
apenas os aspectos de engenharia, um crédito imobiliário, a Caixa tem prer- Uma habitação é um bem caro. Preser-
empreendimento precisa atender às rogativa para escolha dos negócios vadas as condições de desempenho do
normas técnicas, à legislação ambien- que pretende apoiar, privilegiando os produto final, quanto mais rápida a
tal e urbanística, além de oferecer con- bons projetos, independente da faixa construção, menor o custo financeiro
dições adequadas de infra-estrutura de renda alcançada. Acreditamos que envolvido, quer para a empresa cons-
urbana para atendimento dos futuros a habitação social merece qualidade trutora, quer para a família beneficia-
moradores. As análises de engenharia em seus projetos e que é nesse seg- da. Daí a importância da racionaliza-
objetivam, ainda, verificar a viabilida- mento onde residem os maiores de- ção e da industrialização das obras.
de técnica do empreendimento, em es- safios para arquitetos e engenheiros.
pecial a inserção mercadológica das E qual a importância da escala?
unidades que serão produzidas. Como e para que esses manuais são Como o problema é grande e varia no
desenvolvidos? território – o produto demandado em
O que essas análises consideram? Os manuais têm abrangência nacional São Paulo é diferente do produto para o
Englobam vistoria da área de inter- e respondem pelos padrões de análise interior do Piauí,por exemplo –,não há
venção e entorno, além da verifica- e acompanhamento de empreendi- solução, sem alternativas tecnológicas,
ção de projetos, especificações, cus- mentos a serem observados em todo o que alcance a produção massiva e tam-
tos, incorporações e viabilidade País. São desenvolvidos internamente, bém a individual. O desafio é grande. A
econômico-financeira, sendo que, pelo grupo de arquitetos e engenheiros construção civil brasileira experimenta
nas propostas, são observados os as- da Caixa, e têm escopo restrito aos cri- grandes contrastes. Às vezes, no mesmo
pectos inerentes à concepção, fun- térios já comentados anteriormente.O bairro, temos obras com a melhor tec-
cionalidade, exeqüibilidade técnica, quadro de funcionários da Caixa, que nologia disponível de gestão, projeto e
custos, prazos e necessidade de in- é a maior contratante de arquitetos do execução, e temos obras péssimas, em
tervenções complementares. País, conta com mais de mil profissio- que qualquer leigo observa desorgani-
nais de engenharia e arquitetura. zação e desperdícios. Some-se a isso a
Esses projetos devem ser, autoconstrução sem assistência técnica,
obrigatoriamente, concebidos a Quais os riscos, para uma instituição responsável por parcela significativa da
partir dos manuais internos da Caixa? financiadora, da adoção de produção habitacional para a popula-
As propostas devem atender a crité- tecnologias ou sistemas construtivos ção de menor renda.
rios mínimos, definidos pela Caixa sem desempenho comprovado?
conforme o recurso e o programa, Como banco público que opera recur- A redução do déficit habitacional
relacionados às garantias das opera- sos públicos e deve oferecer retorno à depende, obrigatoriamente, do
ções de crédito, ao cumprimento da sociedade brasileira, a Caixa não pode estímulo à autoconstrução assistida?
legislação aplicável, especialmente ser leviana ao aceitar como garantia de O enfrentamento do déficit passa por
ambiental e urbanística, e ao atendi- crédito unidades habitacionais que não escala e velocidade, o que mantém forte
mento do consumidor final. Obser- oferecem segurança estrutural ou dura- correlação com a tecnologia. Isso não
ENTREVISTA
significa que se tenha que desprezar a pela deficiência nas estruturas de ga- cos, seja o cimento, o aço ou a madeira,
autoconstrução assistida, que respon- rantias e seguros, que estão sendo re- no preço final da habitação, importa o
de hoje como opção preferencial de pensadas pelas instituições interessa- valor da terra. Daí a necessidade de am-
produção habitacional das classes C e das em atuar nesse segmento. pliar a discussão para o custo de produ-
D, via crédito para aquisição de mate- ção das cidades. Hoje, o desafio de dis-
rial de construção, e desempenhará, A busca por novas tecnologias, ponibilizar cidade digna, com serviços,
sem dúvida, importante papel na solu- que atendam a esse segmento, transporte e infra-estrutura,aliado à in-
ção do déficit. caminha no sentido da dustrialização e boa técnica, consti-
industrialização ou, ao contrário, da tuem as principais dificuldades para
Ainda assim, o senhor acredita que busca por materiais locais e técnicas moradias populares eficazes.
o nicho de moradias populares é simplificadas de construção?
atraente e pode ser explorado por A solução é mista. Os produtos habi- Onde estão os maiores custos
construtoras? tacionais demandados nos diversos de construção habitacional?
Não tenho dúvidas de que o segmento territórios do País, da metrópole à Como reduzi-los?
é atraente. Estamos falando de mais de pequena cidade do interior, são dife- Como disse, o maior custo é a terra, o
60% da demanda, em um período fa- renciados. Nem todos serão executa- lugar onde se constrói. Daí a importân-
vorável como nunca antes. Essa popu- dos em escala e com industrialização. cia do planejamento urbano como ca-
lação experimentou nos últimos anos Hoje vemos espaço também para as minho para minimizar a especulação
aumento relativo expressivo em renda, soluções simplificadas e tradicionais. imobiliária nas cidades. Desde 2001,
que ainda não foi capturada para aten- contamos com o marco regulatório, que
dimento das necessidades habitacio- De que maneira a alta dos preços é o Estatuto da Cidade.Ao lado da ques-
nais. Uma família com R$ 800,00 de dos insumos afeta o segmento de tão da terra urbanizada, temos o custo-
renda mensal é consumidora de crédi- moradias populares? tempo e custo-desperdício,que também
to para bens como televisores e gela- Hoje, o principal insumo em uma uni- são significativos. Daí a importância de
deiras, mas não consegue obter crédito dade habitacional é a terra urbanizada. aprimoramento da gestão das obras.
habitacional. Isso acontece um pouco No mesmo patamar dos insumos bási- Bruno Loturco
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TÉCNICA E AMBIENTE
Fina e eficiente
Desenvolvimento de argamassa de pequena espessura para revestimento
interno reduziu o consumo de material e a geração de resíduos, além de
diminuir os custos com mão-de-obra
Resolução Conama (Conselho
A
Divulgação FA Oliva
Nacional do Meio Ambiente) no
307, em vigor há seis anos, ao respon-
sabilizar o gerador pelo destino dado
ao entulho visa diminuir a quantida-
de de resíduos depositados em bota-
foras. De acordo com o texto, os resí-
duos de gesso não podem ser descar-
tados juntamente com os demais,
uma vez que esse material não conta
com tecnologia de reciclagem econo-
micamente viável. A partir desse fato,
a F A Oliva Empreendimentos Imobi-
liários passou a buscar uma alternati-
va de revestimento que gerasse menos
resíduos no canteiro de obras.
Foi assim que a Comunidade da
Construção de Campinas, em parce-
ria com a Abai (Associação Brasilei-
ra de Argamassa Industrializada), a Seqüência do desenvolvimento do revestimento de
ABCP (Associação Brasileira de Ci-
mento Portland) e empresas de ci-
baixa espessura
mento, desenvolveu um revestimen- 1. Disponibilidade da obra
to cimentício de pequena espessura 2. Caracterização do revestimento de gesso
para uso em interiores. Vicente 3. Experimentação com revestimento de argamassa – aplicação manual
Paulo de Souza, engenheiro da F A 4. Observações comparativas dos sistemas
Oliva e membro do Conselho da Co- 5. Expectativas e resultados
munidade da Construção, explica
que a empresa colocou uma de suas
obras à disposição para a realização vestimento de Paredes e Tetos – Re- vantagens observadas, Souza destaca a
de testes. Os trabalhos de desenvol- quisitos, em vigor desde 2005. qualidade do acabamento final, a ve-
vimento do produto demandaram Inicialmente, o produto foi aplica- locidade de execução, a limpeza com
também treinamento de mão-de- do nas paredes internas de quatro uni- menor geração de resíduos e o desem-
obra para obtenção da produtivida- dades do Residencial Torres da Ponte, penho. "O custo ficou próximo do que
de almejada. localizado na cidade de Jundiaí, no in- tínhamos com o gesso", conta. Um
A argamassa, obtida à base de ci- terior paulista. Os resultados positivos dos motivos para o custo competitivo
mento, cal, areia e aditivos não tóxi- motivaram a F A Oliva a adotar o re- foi a possibilidade de usar mão-de-
cos, tem tempo em aberto controlado. vestimento, em detrimento do gesso, obra própria, sem a necessidade de
Foi atestada conforme a NBR 13281 – nas 52 unidades de outro empreendi- terceirização. "Antes, contratávamos
Argamassa para Assentamento e Re- mento na mesma cidade. Dentre as gesseiros", explica Souza.
Para a aplicação, manual, foi ado- massa por metro quadrado de parede. mento. Um deles é a própria forma de
tado método semelhante ao do gesso. Os revestimentos cimentícios conven- aplicação. Embora a construtora perce-
"O maior tempo em aberto ajudou no cionais consomem até 16 kg de arga- ba melhoras na performance da mão-
desempenho dos operários", observa massa para recobrir a mesma área. O de-obra, a Comunidade da Construção
Souza. Usou-se desempenadeira plás- volume de resíduos em comparação ao está avaliando os benefícios da mecani-
tica para a aplicação, corrugada para total consumido não chega a 4%. zação da aplicação. A intenção é elimi-
desempeno, e lisa para o acabamento A produtividade dos pedreiros nar a etapa de sarrafeamento com a
final. O desempenho da aplicação foi atendeu às expectativas da Comunida- projeção da argamassa já na espessura
atestado com medições de tempo de de da Construção campineira. Cada desejada. Outro ponto é a aplicação de
cada etapa, desde a preparação até o operário tem executado aproximada- massa corrida. "Acabamos utilizando
acabamento final. mente 5,5 m2 de revestimento por hora, um pouco a mais desse material do que
A forma de aplicação foi funda- no caso das paredes, e 4 m2 por hora, o utilizado para corrigir as imperfeições
mental para a economia de material. quando se trata de teto. "Houve tam- do gesso", conta Souza. É importante
Em vez do sistema convencional – cha- bém resultados positivos obtidos com ressaltar que revestimentos tão delga-
pado com colher de pedreiro – a desem- ensaios de cisalhamento e resistência à dos podem "fotografar" as juntas dos
penadeira com argamassa é comprimi- aderência", comemora Souza. blocos. Também pode ocorrer rápida
da contra o substrato. Isso possibilitou Por se tratar de um procedimento evaporação da água, o que prejudica a
que o revestimento tivesse 5 mm de es- em desenvolvimento, alguns pontos aderência da camada ao substrato.
pessura, com consumo de 9 kg de arga- estão sendo observados para aprimora- Bruno Loturco
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DESABAMENTO DA LINHA 4
Roteiro acidental
Laudo do IPT reconstrói suposta seqüência de fatores que teriam culminado no
desabamento do túnel da Linha 4 de São Paulo. Resumimos aqui os principais
pontos do relatório
epois de um ano e cinco meses de
D trabalho, foram entregues ao Mi-
nistério Público, no dia 6 de junho úl-
timo, os 29 volumes e dois CDs que
compõem o relatório elaborado pelo
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnoló-
gicas do Estado de São Paulo) sobre o
colapso do túnel da linha 4 do Metrô
de São Paulo, ocorrido no dia 12 de ja-
neiro de 2007, na futura estação Pi-
nheiros. O acidente vitimou sete pes-
soas e deixou mais de 200 desalojadas.
A matéria que se segue baseia-se ex-
clusivamente nas informações contidas
na cópia do laudo fornecida pelo Mi-
nistério Público, uma vez que, por im-
pedimento legal,nem o IPT nem o pró-
prio MP ou fontes ligadas à investiga-
ção puderam se manifestar até a data de
fechamento desta edição. Também não
se encontrará aqui a defesa do Consór-
cio Via Amarela, que preferiu analisar a
totalidade do laudo antes de fazer qual-
quer manifestação. Trata-se, portanto,
de uma sinopse dos principais trechos
do laudo, sem quaisquer comentários,
opiniões ou pareceres que não estejam
contidos nos volumes.
Os trabalhos do IPT na cratera do
pátio de obras de Pinheiros tiveram
início em maio de 2007 e envolveram
30 pesquisadores. No total, 25 mil m³
de escombros (rochas, concreto e ar-
maduras de aço) foram objeto de ve-
Evelson de Freitas/AE
Ajustamento de Conduta) promovi- laudo. Recalques muito acentuados em mais alarmantes do colapso, pas-
do pelo Ministério Público e assinado relação aos previstos pelo projeto, com saram-se de dez a 15 minutos. Isso,
por todas as partes envolvidas. nítido aumento de velocidade a partir deduz o laudo, evidencia as deficiên-
O laudo foi realizado pari passu à do dia 15/12/2006, foram observados cias do plano de ações de emergência:
retirada das várias camadas de escom- em praticamente todas as seções ins- falha na evacuação de operários (no
bros, para que nada passasse desperce- trumentadas, independentemente da interior do túnel e da obra) e dos mo-
bido. À escavação, seguia-se a conten- posição da frente de escavação. Em 11 radores e transeuntes em superfície e
ção, para garantir a segurança dos téc- de janeiro de 2007,com a intensificação não interrupção do tráfego de veícu-
nicos no local do acidente. Do lado de dos deslocamentos e o agravamento da los, o que culminou em sete mortes
fora da cratera,uma outra frente traba- situação, decidiu-se tomar providên- (seis transeuntes e um operário).
lhava na reunião de informações e de- cias e reforçar o maciço para interrom- O laudo conclui que, embora os
poimentos de testemunhas e de em- per a ruína em curso.A execução dessas níveis numéricos de atenção e de aler-
pregados do consórcio, totalizando ações foi prejudicada pelo número in- ta não tenham sido especificados pelo
5.800 documentos. suficiente de tirantes em estoque,infor- projeto, os valores, a distribuição em
Em essência, segundo o relatório ma o relatório. Também não foram in- planta e a evolução temporal dos re-
do IPT, os fatores contributivos e de terrompidas as detonações, cujo ritmo calques e do restante dos dados moni-
risco que levaram ao acidente estão li- prosseguiu acelerado. Além disso, a torados eram típicos de um processo
gados a falhas nos processos de enge- não existência de uma definição clara de ruína lento, mas progressivo. Essa
nharia (projeto e construção), de ges- sobre a necessidade de paralisação da situação, conflitante com o compor-
tão da obra (controle da qualidade e obra, segundo o IPT, aponta para fa- tamento usual observado em escava-
gestão da comunicação) e de geren- lhas de gestão, planejamento e comu- ções subterrâneas, indicava uma ano-
ciamento de riscos (identificação de nicação. E por fim, falhas no plano de malia, que, se percebida a tempo, seria
perigos, plano de ações de contingên- ações de contingência. suficiente para cumprir os quesitos
cia e de emergência). Próximo ao horário do acidente, qualitativos estabelecidos no projeto
entre os indícios iniciais (trincas no para os níveis de atenção e de alerta.
Falhas de engenharia, gestão da interior do túnel) até as manifestações O relatório acrescenta que a proxi-
obra e gerenciamento de riscos
Para o IPT, a estrutura causal do
Esquema simplificado da estrutura causal do acidente
acidente se inicia num projeto executi-
vo frágil, sujeito a condições críticas de Acidente:
estabilidade durante a escavação do re- Colapso + consequências
baixo do túnel. Passa a seguir por um Presença de transeuntes
processo construtivo que incorpora por falha do plano de
desvios de projeto significativos, e que ações de emergência
Colapso estrutural
é considerado pelo laudo como com-
do túnel-estação
pletamente desconectado do projeto.
Os primeiros sinais do comporta-
mento anômalo do túnel-estação senti-
Projeto executivo Processo construtivo não
do Faria Lima poderiam ter sido nota-
não validado validado e gestão deficiente
dos desde dezembro de 2006, revela o
31
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DESABAMENTO DA LINHA 4
laudo afirma que as equipes do Metrô tação da instrumentação, inclusive geotécnico aprofundado para o proje-
de São Paulo não interagiam com a com retroanálise da estabilidade dos to básico, utilizado para a licitação. As
projetista e, portanto, não se certifica- túneis da via e das plataformas das es- características geológicas da região, e a
vam se essa estava efetivamente ava- tações. Esses estudos, entretanto, não disponibilidade de tempo para inves-
liando o comportamento estrutural foram feitos, não tendo, tanto a con- tigações, em virtude do retardamento
dos túneis, com base na monitoração, tratada como o Metrô de São Paulo, do início das obras, inicialmente pre-
embora recebessem diariamente os entendido que o escopo fosse tão visto para 1994, justificaram o deta-
dados da instrumentação implantada abrangente. Os recursos alocados a lhado mapeamento da região. O nú-
na obra. A verificação do projeto, por esse contrato eram muito inferiores mero de investigações fornecidas, por
elas realizadas, não contemplava as- aos requeridos para o cumprimento ocasião da licitação (2001), ultrapas-
pectos relacionados com a estabilida- das atividades contratadas, analisa o sou as quantidades internacionalmen-
de das estruturas temporárias. IPT. E conclui que o entendimento, te admitidas como adequadas.
O contrato facultava ao Metrô de por parte do Metrô de São Paulo, do Após a contratação da obra, cabia
São Paulo a competência para parali- papel que lhe competia na condição ao Consórcio Via Amarela realizar os
sar os serviços se julgasse existir moti- de contratante de uma obra em regi- estudos complementares que julgasse
vo para isso. Nada o impedia de man- me de Preço Global, fez com que ele necessários. Sondagens adicionais
ter seu controle próprio sobre o anda- não se sentisse co-responsável pela foram feitas e as investigações realiza-
mento da obra, explica o laudo do obra e, por conseguinte, não atuasse das na fase de projeto executivo con-
IPT. O Metrô contratou uma empresa no sentido de detectar práticas capa- firmaram o modelo geológico-geotéc-
para fazer auditoria técnica da cons- zes de comprometê-la. nico elaborado na fase de projeto bási-
trução, com a responsabilidade de co. Foram confirmadas as alternâncias
fazer a verificação dos ensaios corren- Estudos geológico-geotécnicos de litotipos e seus respectivos graus de
tes de controle da qualidade, o que foi O local da escavação da Estação Pi- alteração, as famílias de descontinui-
feito, e também de apoiar a interpre- nheiros foi alvo de estudo geológico- dades presentes e reafirmada a hipóte-
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DESABAMENTO DA LINHA 4
única seção transversal tenha sido ob- metros mecânicos, para as diferentes Além disso, o relatório enfatiza que
jeto de análise numérica, ainda assim geometrias existentes, para diferentes a experiência internacional mostra
não a menos favorável. Uma estação estados iniciais de tensão etc. Esse con- que, numa obra por NATM, o custo do
como essa requereria um projeto bem junto de estudos serviria de referência item tecnologia, compreendendo in-
mais elaborado, com estudos paramé- para o acompanhamento da obra, com vestigações,projeto e acompanhamen-
tricos com diferentes valores dos parâ- os dados da monitoração. to por instrumentação, é da ordem de
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DESABAMENTO DA LINHA 4
Esquema simplificado da linha causal do colapso dicadores do nível d'água foram insta-
estrutural do túnel-estação sentido Faria Lima, com lados, não permitindo a avaliação de
eventual carga hidráulica atuante no
origem no Processo Construtivo
sistema de suporte do túnel.
Em resumo,de acordo com o relató-
rio do IPT, a instrumentação do túnel-
estação sentido Faria Lima foi suficiente
para identificar comportamentos anor-
mais durante a escavação, mas insufi-
ciente em termos de informações mais
completas que permitissem a realização
de retroanálises mais elaboradas. Em
particular, a instrumentação associada
ao acompanhamento hidrogeológico
foi insuficiente, em termos de instalação
de piezômetros destinados a confirmar
a hipótese de que o maciço escavado en-
contrava-se efetivamente drenado.
Controle tecnológico
Em relação ao concreto projetado,
principal peça estrutural do sistema de
suporte primário do túnel, não existiu
um controle sistemático e com fre-
qüência adequada de sua resistência a
baixas idades e do seu teor de fibras,em
alguns trechos empregadas em menor
quantidade que o especificado. Tais
controles são fundamentais, destaca o
5% do valor do contrato de constru- ção, conforme as características do laudo do IPT, pois afetam o tempo a
ção, ultrapassado na Linha 2 do Metrô material escavado, os condicionantes partir do qual se pode contar com o
de São Paulo (Verde), por exemplo. Já geológico-geotécnicos encontrados e concreto projetado como parte do sis-
na Linha 4 (Amarela), esses serviços os dados da monitoração. Isso é co- tema de suporte. Ocorreram ainda
foram contratados por um valor que nhecido como processo de validação descuidos na concretagem do pé da
não chega a 2,5% do custo total da do projeto e do método construtivo. parede do rebaixo, o que resultou em
obra. Tal limitação de recursos, deduz Nesse contexto, os resultados da mo- trechos sem apoio e sem suporte (falta
o laudo, afetou tanto a qualidade do nitoração são vitais, pois dão suporte à de contato com o piso em rocha).
projeto, como a da instrumentação. comparação do desempenho versus Em relação aos materiais empre-
Diante das questões apontadas pelo previsão do projeto, retroanálise do gados, telas de aço, cambotas treliça-
relatório do IPT,em termos de compor- comportamento, análise do nível de das e tubulações de aço Schedule das
tamento estrutural, o projeto executivo segurança e eventuais adequações do enfilagens, embora não tenham sido
continha riscos associados, que foram projeto e/ou método construtivo. submetidos durante a obra a todos os
transferidos para a etapa de construção O plano de monitoração, portan- procedimentos de verificação e con-
da obra, e estava sujeito a condições crí- to, é de fundamental importância na trole, atenderam aos requisitos míni-
ticas de estabilidade durante a etapa de construção de túneis pelo método mos exigidos pelo projeto, com base
escavação do primeiro rebaixo. Tais ris- NATM. O IPT constatou que na Esta- em amostragens e ensaios realizados
cos poderiam ser identificados e, even- ção Pinheiros, o plano elaborado e im- durante a remoção dos escombros.
tualmente,mitigados no ciclo de valida- plantado era deficiente para um bom O controle da instalação das enfi-
ção de projeto e método construtivo, acompanhamento da obra, provavel- lagens foi precário, dadas as condições
preconizado pelo NATM. mente em conseqüência da pequena em que foram encontradas junto aos
alocação de recursos para o item tec- escombros. Inspeções visuais mostra-
Plano de monitoração do maciço nologia (investigações, projeto e mo- ram que a injeção de calda de cimento
O relatório do IPT observa que o nitoração). O número de tassômetros foi falha, pois foram encontrados
método NATM é observacional, um e de marcos superficiais era reduzido. tubos com preenchimento interno
processo no qual o projeto pré-elabo- Em número muito abaixo do previsto apenas parcial e vazios entre os tubos
rado é revisto com o avanço da escava- no projeto, poucos piezômetros e in- e o maciço.
Processo construtivo e desvios de jeto (do poço Capri ao túnel de via). frentes de escavação, na interpretação
projeto Isso é agravado pela execução prévia do monitoramento de deslocamen-
O procedimento construtivo, do poço Capri, que gerou tensões me- tos do maciço, no controle da quali-
conforme estabelecido em projeto, nores no maciço no sentido do eixo dade conduzido por pessoal não de-
previa a escavação da seção parcializa- longitudinal do túnel (descompressão vidamente qualificado, e nas audito-
da (calota e dois rebaixos), por meio do maciço) e tensões mais elevadas no rias internas que deixaram de cum-
de escavação a fogo. De acordo com o sentido transversal (compressão). prir os procedimentos estabelecidos.
trabalho do IPT, na calota não houve Portanto, a inversão do sentido de es- Além disso, houve falha quanto ao
maiores discrepâncias entre o previs- cavação do rebaixo é consideravel- planejamento da qualidade, que não
to e o executado, mas na escavação do mente mais desfavorável do que o pre- estabeleceu limites precisos de aten-
primeiro rebaixo houve desvios de visto em projeto, analisa o laudo. ção e de alerta, o que dificultou a apli-
projeto com impactos importantes na Os trabalhos de investigação no cação de um critério de decisão con-
segurança da obra. campo mostraram que a altura escava- tingencial para garantia de segurança
Tais desvios nos procedimentos de da do primeiro rebaixo foi de 5,2 m, da obra e não possibilitou o aciona-
escavação do primeiro rebaixo in- em média. Maior do que os 4 m previs- mento de um plano de emergência,
cluem inversão do sentido de escava- tos no projeto executivo, correspon- quando essas condições de segurança
ção, aumento da altura da bancada es- dendo a um acréscimo de 30%. O au- deterioraram.
cavada e alterações na seqüência do mento da bancada do rebaixo também As leituras da instrumentação
plano de fogo, que não respeitou a es- é mais desfavorável às condições de es- (tassômetros, pinos de convergência
cavação do caixão central avante dos tabilidade do túnel, afirma o laudo. etc.) eram feitas com freqüência acei-
alargamentos laterais alternados pre- No levantamento da documentação tável ao andamento dos trabalhos.
vista em projeto. Esse conjunto de des- técnica sobre a escavação do primeiro Mas as detonações de explosivos para
vios, conclui o IPT, pode ser considera- rebaixo, o IPT constatou que inexistem desmonte das rochas ficaram muito
do uma violação do projeto e deveria Instruções Complementares de Execu- pouco documentadas, constatou o
implicar necessariamente um processo ção ou outro documento que forneça IPT, não havendo indicação detalhada
de verificações e ajustes e, conseqüen- suporte técnico, como análises, cálculos das cargas aplicadas em cada ocasião e
temente, novas previsões de projeto. e justificativas, para as alterações de in- da posição correta dos explosivos. O
Do contrário, afirma o laudo, pode-se versão do sentido da escavação,de altura IPT apurou que o trabalho do enge-
dizer que existe uma desconexão entre da bancada e da parcialização da escava- nheiro consultor de fogo do Consór-
o projeto executivo e o processo cons- ção (bancadas laterais avante do caixão cio, segundo seu depoimento, limita-
trutivo efetivamente executado. central), o que constitui em violações de va-se a verificar os registros das vibra-
A inversão do sentido de escavação projeto, afirma o relatório. ções provocadas na superfície do ter-
do primeiro rebaixo, executado a par- reno, e, estando elas abaixo do limite
tir do túnel de via em direção ao poço Acompanhamento técnico da obra previamente estabelecido, autorizar a
Capri, gerou uma redistribuição de Os trabalhos do IPT apuraram continuidade dos trabalhos. Sua par-
tensões mais desfavoráveis ao sistema que a gestão da qualidade da obra era ticipação se fazia no canteiro da obra,
maciço-suporte do túnel do que a si- precária. As principais falhas pude- sem que ele descesse ao fundo do
tuação prevista inicialmente em pro- ram ser vistas nos mapeamentos de poço e à plataforma da estação.
A complexidade geológica do maciço Foi constatada a presença de uma A rampa de ligação entre os túneis de
rochoso não foi incorporada ao projeto coluna de água acima do teto do túnel, via e de estação foi significativamente
da estação Pinheiros. indicando que o maciço estava sendo aumentada, contrariando o projeto.
escavado sob condição não drenada, ao
contrário do que considerava o projeto.
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DESABAMENTO DA LINHA 4
4 5 6
Embora a instrumentação indicasse O primeiro rebaixo foi escavado em A profundidade do primeiro rebaixo foi
comportamento anômalo, não foram sentido contrário ao especificado significativamente aumentada em
efetuadas retroanálises para avaliar no projeto. relação à especificada no projeto.
a segurança.
7 8 9
Fonte: relatório do IPT
Na escavação do primeiro rebaixo, não Foram observadas não conformidades Apesar de terem sido realizados os
foi respeitada a escavação do caixão nos aspectos construtivos e o controle furos para o atirantamento de reforço
central avante dos alargamentos da qualidade era deficiente. das canbotas, não havia na obra
laterais, como prevista em projeto. tirantes suficientes.
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DESABAMENTO DA LINHA 4
rebaixo sempre sob os escombros do máticas descritas nos documentos. No seqüência de detonações que não obe-
suporte da calota, indicando que o iní- caso da obra em análise, esses planos e deceu à escavação do caixão central
cio da ruptura ocorreu no maciço ao programas apresentaram problemas avante de alargamentos laterais alterna-
lado do suporte do primeiro rebaixo, quanto à aderência ao previsto e à exe- dos, e escavação da bancada com altura
provocando o seu tombamento. Com qüibilidade. Exemplo disso, aponta o maior que os 4,0 m previstos.
isso, o arco estrutural da calota perdeu laudo, é que havia disparidade entre os Com exceção das falhas de decisão,
seu apoio e se projetou na escavação, planos da qualidade do Consórcio Via as demais falhas observadas são sistê-
junto com o maciço que suportava. Tal Amarela e do Consórcio Projetista tor- micas e derivam da ausência de um pla-
evidência exclui definitivamente a pos- nando a administração da qualidade, nejamento mais rigoroso do processo
sibilidade da ruptura ter se iniciado pela entre diferentes empresas, mais comple- gestor, descreve o IPT. Um sistema de
calota, atesta o relatório do IPT. xa. Outra falha descrita, foi que o mode- gestão adequado envolve a elaboração
A conclusão do IPT é que diante lo geológico-geotécnico estava bem es- de documentação otimizada e o envol-
desses fatos a decisão tomada na reu- tabelecido e conhecido por ocasião da vimento das equipes para o atendi-
nião do dia 11/01/2007, da qual resul- elaboração do projeto executivo, mas o mento das diretrizes estabelecidas.
tou uma ICE, determinando a execu- modelo geomecânico oriundo era extre-
ção de um reforço estrutural do maci- mamente simplificado, indicando um Gerenciamento de riscos
ço com três linhas paralelas de tiran- problema de gestão da comunicação. Uma obra como a construção de
tes, estava na direção correta e o co- Não houve ação rápida das equipes um túnel urbano requer um Progra-
lapso da Estação Pinheiros, possivel- envolvidas na obra da Estação Pinhei- ma de Gestão de Riscos que deve in-
mente, teria sido evitado. Para tanto, ros, quanto aos resultados da instru- cluir pelo menos os seguintes proces-
era essencial que as escavações tives- mentação, na época anterior ao recesso sos: identificação de perigos; dimen-
sem sido imediatamente interrompi- de final do ano de 2006 e nos primeiros sionamento qualitativo e quantitativo
das e retomadas somente após a con- dias de janeiro de 2007, antes do colap- de riscos, avaliação integrada de riscos
clusão das obras de reforço. so. Para o IPT, isso sugere que houve e planejamento de resposta aos riscos.
falha de gestão da comunicação e/ou Essa obra, segundo o IPT, não incor-
Gestão da obra outro problema de gestão. A gestão de porou esses processos. Não houve um
Na documentação disponibilizada risco era praticamente inexistente e, trabalho de identificação de riscos
para a investigação do IPT não foi en- portanto, não havia sistema de identi- capaz de constatar que colapsos são
contrado um plano consistente e coe- ficação de riscos, nem plano de contin- eventos que podem ocorrer e mere-
rente que envolvesse todas as etapas de gência capaz de evitar o colapso e nem cem cuidados específicos. Também
gestão do projeto. Havia documentos plano de emergência capaz de evitar as não havia planos de respostas aos ris-
de diversas espécies,tais como planos da graves conseqüências que se sucede- cos (contingência e emergência) ca-
qualidade ou os programas de gerencia- ram ao colapso. pazes de conduzir as tomadas de deci-
mento ambiental. Mas, segundo apu- O relatório aponta ainda falhas de são quando foram necessárias.
rou o trabalho do IPT, não havia um decisão relativas à execução da obra, que Um exemplo da precariedade do
documento central de gestão e, portan- não emitiu documento de alteração de plano de emergência é que, desde os
to, a condução do processo dependia projeto (ICE) conforme previsto no primeiros sinais do início do processo
muito da capacidade dos gestores para Plano da Qualidade da Coordenação de ruptura até o colapso, decorreram
encontrar soluções em cada caso. Geral das Projetistas em pelo menos três cerca de 10 a 15 minutos, tempo esse
Em um sistema de gestão deve exis- situações: escavação do rebaixo em sen- suficiente para que o tráfego e a circula-
tir a preocupação em implantar as siste- tido inverso ao estabelecido em projeto, ção de transeuntes fossem interrompi-
dos. Uma medida desse tipo, que teria
evitado as conseqüências trágicas do
acidente, não se toma de imediato, sem
10 11 que haja um treinamento antecipado; é
por isso que se fazem simulações de aci-
dente. Segundo o IPT, é compreensível
que as pessoas envolvidas, aos primei-
ros sinais da ruptura, não tivessem
Fonte: relatório do IPT
CAPA
urante muitos anos os engenhei- Agora, o momento parece ter as instalações elétricas e hidráuli-
D ros civis se perguntaram se era
possível que a construção no Brasil
chegado. A oportunidade surge
com a expansão dos empreendi-
cas e as coberturas.
Confira a seguir algumas das
deixasse seu caráter artesanal para se- mentos voltados ao segmento eco- soluções disponíveis no País para
guir o caminho da industrialização nômico: como a margem de lucro empreendimentos do segmento,
nos canteiros de obra. Após o fim da sobre cada unidade é pequena, o sejam eles horizontais (casas e so-
Segunda Guerra Mundial, os países negócio só se viabiliza economica- brados) ou verticais (edifícios
desenvolvidos da América do Norte, mente com a produção de unida- multipavimentos). Vale lembrar
Europa e Ásia passaram a se valer des habitacionais em grandes volu- que está em vigor, desde maio de
com maior intensidade de sistemas mes. E produção em larga escala 2008, a Norma de Desempenho
construtivos prontos, pré-fabricados, implica industrialização, desde os que traz requisitos específicos
que proporcionassem maior produti- macrossistemas construtivos – es- para edifícios residenciais de até
vidade e economia de mão-de-obra – trutura e vedação – até os elemen- cinco pavimentos.
de custo muito alto nessas regiões. tos construtivos menores – como Renato Faria
Condomínios horizontais
Os construtores têm encarado a
moldagem in loco de paredes de concreto
como a alternativa industrializada mais
viável para a produção de unidades
habitacionais em larga escala. Alta
produtividade, custos competitivos e
familiaridade com material e processo de
execução são fatores importantes na
escolha dessa solução tecnológica.
A Rodobens Negócios Imobiliários entrou
de cabeça na tecnologia. No ano passado
foram construídas 360 casas térreas com o equipamentos para movimentação das
sistema na cidade de São José do Rio peças. O custo do aço e do material de
Preto (SP). As primeiras fôrmas utilizadas preenchimento do steel frame era inviável
eram de plástico e alugadas no Brasil. para um produto destinado a camadas de
Prevendo a expansão do segmento e a menor poder aquisitivo", explica o
possível falta de equipamentos no engenheiro. A aceitação dos consumidores
mercado interno, a empresa importou dos é outro aspecto importante. Segundo
Estados Unidos jogos de fôrmas de Cesta, os compradores acreditam que a
alumínio. Quando necessário, a Rodobens solidez das paredes monolíticas transmite
se vale também do aluguel no Brasil de maior sensação de segurança. "O steel
fôrmas de alumínio e aço. Até o frame é uma solução técnica fantástica, Sobre a fundação tipo radier são erguidas
fechamento desta edição, a empresa mas acho que ele não atende cultural e as paredes de concreto com instalações
executava 4.566 unidades em todo o País. financeiramente a esse público." hidráulicas e elétricas embutidas
Segundo Geraldo Cesta, gerente técnico Executadas com concreto celular auto-
da Rodobens Negócios Imobiliários, na adensável, as unidades são produzidas pela
época dos estudos o sistema se mostrou Rodobens Negócios Imobiliários à razão de produtividade com a fôrma não é tudo,
mais competitivo em comparação com o uma a cada dois dias. As fôrmas de você precisa ter uma grande escala de
steel frame e com as paredes pré- alumínio, adquiridas pela empresa, podem produção que possibilite uma economia na
moldadas. "O pré-moldado demanda ser utilizadas 1.500 vezes. "Mas a compra dos outros insumos", lembra Cesta.
Steel frame
O steel frame desembarcou no Brasil Mariutti estima que, em escala de produção
como uma solução construtiva industrial, cada unidade de 48 m² possa ser
43
materia de capa.qxd 7/7/2008 13:55 Page 44
CAPA
PVC+Concreto
As primeiras casas construídas no
Brasil com a tecnologia PVC+Concreto
foram as 130 unidades de um
condomínio em Canoas (RS), entre
2001 e 2002. Os perfis de PVC, que
ainda não eram produzidos no País,
foram importados da Argentina. Entre
obras industriais, comerciais e
residenciais, já foram construídos
por aqui mais de 70 mil m² com
a tecnologia.
elo
ões
Casa de madeira
Um dos materiais mais comuns
empregados na construção de casas norte-
americanas e canadenses, a madeira ainda
sofre, no Brasil, resistência cultural por
parte da população. "É uma síndrome dos
Três Porquinhos, as pessoas acham que as
casas de madeira são mais frágeis que as
de alvenaria", brinca Carlos Alberto Szücs,
45
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CAPA
Blocos de EPS
A construção em larga escala de
habitações do segmento econômico
pode viabilizar o uso de tecnologias
Divulgação Jetcasa
produzidos com blocos cerâmicos uma equipe de cinco pessoas para a
estruturados com nervuras de concreto montagem das casas e de outras 48
armado e revestidos com argamassa. para a produção dos painéis. De acordo
Instalações hidráulicas e elétricas são com Marcelo Bergamaschi, para que o
embutidas. A ligação mecânica entre os uso da tecnologia seja
painéis é realizada com soldas de economicamente viável em
Divulgação Secretaria de Estado de Infra-estrutura do Mato Grosso
Escalada de produtividade
A Sergus Construtora desenvolveu o
sistema construtivo com fôrmas tipo
banche, que permite produzir edifícios
multipiso com paredes de concreto em
dois ciclos de concretagem por
pavimento. Ele é composto por fôrmas
metálicas (paredes) e chapas de
madeira (lajes).
O sistema dispensa escoramento, pois
as vigas de sustentação das chapas das
lajes são apoiadas nas paredes
Divulgação Sergus
estruturais anteriormente concretadas.
A espessura mínima das paredes é de
12 cm; a das lajes é de 8 cm. Ambas
são armadas com telas de aço
Fôrmas tipo banche permitem executar pavimentos com paredes de concreto em
soldadas CA 60, com reforços
dois ciclos. Sistema possibilita maior variedade de layout das unidades, pois fôrmas
localizados em barras e treliças de aço
para paredes e para lajes são independentes
CA 50 ou CA 60, de acordo com o
projeto estrutural.
Segundo Sérgio Cristiano, diretor para as paredes e para as lajes são de uma grua no canteiro. Para eventuais
técnico da Sergus, o sistema independentes. As fôrmas metálicas reparos e manutenções, Cristiano
possibilita grande variedade de layout suportam até 500 utilizações. Para sua recomenda reservar no canteiro uma área
às unidades, já que as fôrmas usadas movimentação, é necessária a instalação livre de cerca de 100 m².
47
materia de capa.qxd 7/7/2008 13:55 Page 48
CAPA
Paredes pré-moldadas
de concreto
O sistema PAC, criado pelo grupo InMax
em 1982, é composto por painéis
portantes pré-moldados de concreto e
pré-lajes. Apenas a capa das pré-lajes é
moldada in loco no atual sistema da
InMax. "No passado, erguemos alguns
edifícios com a caixa do elevador moldada
in loco, elemento que dava rigidez ao
conjunto. Porém, com a evolução do
sistema, conseguimos eliminar essa
estrutura e fazer quase todo o edifício em
pré-moldados", afirma André Aranha
Engate rápido
Sistema Techouse/Casa Dez, elétricas e hidráulicas e EPS. Os
fornecido pela gaúcha Lig e Lev, é painéis são unidos e fixados por
um conjunto de painéis-sanduíche, meio de encaixes autotravantes nas
cada um formado por duas placas de bordas das placas. Sua montagem
Divulgação Lig e Lev
DESEMPENHO
Excelência atestada
Para comprovar a qualidade das soluções inovadoras desenvolvidas
e abrir o caminho para obtenção de financiamentos, empresas buscam a
avaliação técnica de desempenho
para um em que é mais convencional",
resume Mitidieri. Na prática, significa
que o DATec é dispensado porque, teo-
ricamente, ao comprar chapas e perfis
que atendam à norma e instalar con-
forme o preconizado, o desempenho
está garantido.
O principal motivo que estimula
uma empresa a buscar o DATec para o
sistema construtivo que comercializa é
a possibilidade de garantir aos contra-
tantes que, mesmo inovador, esse é
confiável e compete, quanto ao desem-
Fotos Sofia Mattos
51
materia_homologa ªo.qxd 7/7/2008 13:54 Page 52
DESEMPENHO
Desempenho padrão
Ao mesmo tempo em que pretende Mais importante ainda é a avaliações para sistemas semelhantes, é
estimular o desenvolvimento tecnológico, homogeneização dos critérios e obrigada a seguir as diretrizes já definidas.
a comunidade técnica nacional sabe que procedimentos, pois garante que o Esse comitê é formado por representantes
precisa minimizar o risco de insucesso no processo de avaliação considera todos os de toda a cadeia construtiva. "É um
processo de inovação. Para tanto, foi aspectos relevantes ao comportamento sistema descentralizado, mas que torna a
criado o Sinat (Sistema Nacional de em uso de um produto ou sistema. Além avaliação homogênea", explica Cláudio
Avaliações Técnicas), que dá suporte à disso, traz resultados padronizados Vicente Mitidieri Filho, pesquisador do IPT.
operacionalização de um conjunto de mesmo quando a avaliação parte de O Instituto, que é uma ITA, já contava
procedimentos de avaliação dos novos instituições diferentes. Na prática, com procedimentos padronizados para a
produtos para a construção civil. De quando uma ITA (Instituição Técnica de emissão de sua RT (Referência Técnica).
acordo com o site do PBQP-H (Programa Avaliação) recebe uma proposta para De acordo com Mitidieri, os
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do avaliar um sistema construtivo inovador, procedimentos propostos pelo Sinat
Habitat), a proposta do Sinat é "suprir, tem que criar diretrizes para os ensaios e foram baseados na estruturação da RT.
provisoriamente, lacunas da normalização análises e as validar junto ao Comitê Confira na ilustração a estrutura do Sinat
técnica prescritiva". Isso significa que se Técnico do Sinat. e como se dá o encaminhamento das
volta a produtos que ainda não contam A partir da validação, sempre que uma propostas de avaliação técnica de
com normas técnicas prescritivas. instituição ligada ao Sistema for realizar desempenho em seu âmbito.
construção. É o que conta o engenhei- que as para unidades isoladas", afirma. Nesses casos, não há redução dos crité-
ro Luiz Guilherme de Matos Zigman- Ainda quanto às exigências, se o bene- rios, e propostas de tecnologias inova-
tas, da Gidur-SP (Gerência de Desen- fício social do empreendimento for doras passam por todo o procedimen-
volvimento Urbano de São Paulo), da muito elevado, atendendo a famílias to básico de aceitação, que envolve a
Caixa. "As exigências para conjuntos com renda de um salário mínimo, por viabilidade prévia e definitiva do siste-
habitacionais são muito maiores do exemplo, pode haver flexibilização ma construtivo.
quanto ao conforto. "Nunca para exi- Assim, para conseguir a viabilidade
gência estrutural ou segurança ao prévia, o proponente do sistema deve
fogo", salienta Zigmantas. comprovar o desempenho junto aos
O referencial para a adoção sem fle- institutos de tecnologia e universidades
xibilização das normas brasileiras são as capacitados para realizar os ensaios e
unidades com mais de 35 m2, dois dor- análises necessárias. Aprovado nesse
Marcelo Berzamasco
to
lot
Co
rg io
o Se
açã
str
Ilu
uma tendência por padronização da (Centro Federal de Educação Tecno- merece ser discutida, no Brasil, a tran-
linguagem adotada pelos laboratórios. lógica do Pará), que passou a usar os sição entre a casa de palafita e a unida-
Ainda há, mas em menor grau, con- parâmetros da norma e já apresenta de habitacional com critérios míni-
forme atesta Zigmantas, interpreta- relatórios com padrão semelhante ao mos de desempenho de conforto.
ções e níveis de análise destoantes do IPT paulista. "Um Estado com "Não há dinheiro suficiente para fazer
entre institutos em todo o País. "Isso pouca tradição de desenvolvimento a passagem principal", afirma. Por
tem criado constrangimentos", apon- tecnológico já apresenta ensaios relati- isso, acredita que pode haver benefí-
ta o engenheiro da Caixa em referên- vamente completos", comemora. cios ao flexibilizar as exigências para
cia à adoção de critérios considerados Ainda sobre a flexibilização de cri- que a grande demanda comece a ser
insuficientes pela instituição financei- térios para aprovação de financia- atendida com unidades mais baratas.
ra. Ele cita o exemplo do Cefet-PA mento, Zigmantas questiona se não Bruno Loturco
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Marco tecnológico
Mercado exige esquadrias que propiciem maior eficiência energética às
construções. Indústria se adaptou e disponibiliza produtos que atendam a
essas novas necessidades
Marcelo Scandaroli
tetos e construtores com a efi-
ciência energética das novas edifica-
ções mudou a maneira de se especifi-
car os caixilhos. De elementos isola-
dos, sem muita interação com outros
subsistemas da construção, as esqua-
drias passaram a ser vistas como um
sistema importante no desenvolvi-
mento de projetos com boa perfor-
mance térmica e energética. A ten-
dência é a procura por produtos que
maximizem a entrada de luz natural
no ambiente ao mesmo tempo em
que bloqueiem as trocas de calor com
o exterior. A indústria de esquadrias
nacional desenvolveu seus processos e
produtos para atender à demanda
mais sofisticada.
Até a década de 1950, apenas es-
quadrias em madeira ou aço eram fa-
bricadas no Brasil, dada a abundância
desses materiais. Eram, em geral, con-
Além dos caixilhos, também a tecnologia dos vidros evoluiu no País. Se há 20 anos
feccionadas artesanalmente por serra-
era preciso importar até vidros laminados, hoje o mercado já conta com grande
lharias e marcenarias, sob medida e
variedade de vidros duplos insulados e refletivos
com desenhos e estilos rebuscados.
No caso das metálicas, utilizavam-se
perfis em forma de T, L e I. A herança nesse momento que começam a ser de perfis começaram a atentar para o
do pioneirismo se reflete no domínio fabricadas as primeiras esquadrias pa- mercado da construção civil e a apri-
do mercado brasileiro por esse tipo de dronizadas – janelas venezianas, de morar sua tecnologia de extrusão,apre-
esquadrias: juntos, os produtos em correr, basculantes e em outros for- sentando perfis mais adequados à pro-
madeira e em aço ou ferro respondem matos. O alumínio começava a ser dução de caixilhos. O Brasil importava
por mais da metade das unidades fa- utilizado "timidamente" nas peças e alumínio primário até a década de
bricadas no País. Seu principal merca- componentes dos caixilhos. 1980, quando passou de um dos maio-
do consumidor é o segmento popular. A estréia desse material como pro- res importadores dessa matéria-prima
A produção industrializada dos tagonista no mercado de esquadrias a quinto maior exportador do mundo
caixilhos foi possibilitada pela intro- ocorreu em um momento marcante da – em 2008, o País deve alcançar a meta
dução de perfis tubulares e abertos, história da engenharia brasileira: a de produção de um milhão de tonela-
obtidos a partir de chapas de aço. É construção de Brasília.As fornecedoras das do produto.As esquadrias produzi-
2008
materia_esquadrias.qxd 4/7/2008 17:36 Page 55
Marcelo Scandaroli
Marcos Lima
Durante décadas, vidros temperados
precisaram ser importados. Hoje,
Com uma fatia de 20% do mercado de esquadrias, caixilhos de alumínio têm forte mercado dispõe de variedade de vidros
presença no segmento residencial de médio e alto padrão insulados e refletivos
Marcelo Scandaroli
cipação no mercado e respondem hoje brar novas possibilidades, como o uso
por 20% do volume de caixilhos fabri- mais intensivo das fachadas-cortina
cados no País, de acordo com informa- em edifícios comerciais. E nesse seg-
ções da Afeal (Associação dos Fabri- mento, afirma Papaiz, "o alumínio se
cantes de Esquadrias de Alumínio). impôs e atualmente está presente na
Com menor participação no mer- maioria dos edifícios comerciais e cor-
cado estão as esquadrias de PVC, cerca porativos". "Da pele de vidro ao mais
de 2%, marca ainda distante das esqua- atual sistema de instalação das
drias de madeira, de aço e de alumínio. fachadas-cortinas, o unitizado, passan-
E parte da "culpa" pode ser atribuída ao do pelo structural glazing, esse seg-
Fórmula do PVC europeu foi alterada
baixo desempenho dos primeiros cai- mento evoluiu muito", conclui.
para adaptar resistência do material às
xilhos do tipo produzidos no Brasil. Uma tendência que vem se conso-
condições climáticas brasileiras. Essas
"Na década de 1980 houve esse proble- lidando na Europa e já foi até aplicada
esquadrias têm boa performance no
ma porque os perfis importados eram no Brasil é o uso de esquadrias mistas
isolamento térmico e acústico
desenvolvidos para resistir às condições em edifícios históricos. Desgastadas
climáticas européias", afirma Miguel pela ação do tempo, as janelas em ma-
Bahiense Neto, diretor-executivo do Além do caixilho, o vidro também deira vêm sendo substituídas por cai-
Instituto do PVC. A melhoria foi feita é responsável pelo conforto térmico xilhos que mesclam a madeira e outros
na década seguinte, quando alguns fa- do ambiente. E a tecnologia desse materiais. Do lado de fora, atende-se às
bricantes reformularam o composto componente evoluiu rápido, acompa- exigências de preservação da fachada
para adaptá-lo ao clima brasileiro. nhando a demanda dos consumido- original; dentro, os benefícios de uma
Para conquistar espaço no merca- res. A diversidade de produtos atual- estrutura mais resistente. Bahiense, do
do, os fabricantes apostam nas caracte- mente disponíveis no mercado nacio- Instituto do PVC, conta que a solução
rísticas do material para atender às nal é incomparável com o que havia há foi adotada recentemente na restaura-
novas exigências dos consumidores. 20 anos. "Durante décadas foi preciso ção e transformação do Convento do
Além da leveza, Bahiense aponta a alta importar até mesmo vidros lamina- Carmo, no bairro do Pelourinho, em
capacidade do PVC em impedir as tro- dos", lembra Papaiz, da Afeal. Hoje, os Salvador, em um hotel de luxo. "O PVC
cas de calor entre os ambientes inter- consumidores têm à disposição pro- proporcionava, além do conforto tér-
nos e externos. "Esses produtos têm dutos como os vidros duplos insula- mico, isolamento acústico aos ambien-
maior potencial de manutenção térmi- dos e o Low-e, por exemplo, que apre- tes internos", explica. "Com a banda
ca, o que possibilita economia de ener- sentam ótimo desempenho quanto à Olodum passando na rua, o isolamen-
gia com sistemas de ar-condicionado e emissividade, ao isolamento térmico, to precisa ser muito bom", brinca.
sistemas de calefação", argumenta. à transparência e à refletividade. Renato Faria
55
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Retrofit de fachadas:
tecnologias européias
primeira discussão sobre retrofit reabilitação, renovação, restauro e
A diz respeito à sua definição, sur-
gindo dessa forma alguns questiona-
Luciana A. Oliveira
Pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas
conservação, é ainda pequeno com-
parado ao Europeu, mas apresenta
Tecnológicas do Estado de São Paulo)
mentos: os diferentes tipos de inter- um grande potencial de crescimento,
M.Sc. Doutoranda da Escola Politécnica da
venção num edifício acabado são especialmente nos grandes centros
USP (Universidade de São Paulo) –
todos considerados como retrofit? urbanos, como São Paulo, Rio de Ja-
Departamento de Engenharia de
Quando se fala em renovação, fala-se neiro, Porto Alegre e outros, em razão:
Construção Civil – Epusp/PCC
em retrofit? Qual a diferença entre re-
e-mail: luciana@ipt.br
da necessidade de modernizar fa-
novação, retrofit e reabilitação? As chadas e instalações face às novas tec-
operações de restauro coincidem com nologias e exigências funcionais ou
Ercio Thomaz
alguma dessas? Buscando conceituar estéticas atuais;
Prof. Dr. Pesquisador do IPT (Instituto
esses termos para facilitar a explicação
de Pesquisas Tecnológicas do Estado
do número crescente de edifícios
do objeto deste artigo, adotam-se, ba- com mais de 40 anos, quase sempre
de São Paulo)
seado em bibliografia francesa e suíça carentes por renovação;
e-mail: ethomaz@ipt.bt
(Choay, 1992 e Koelliker et al, 1999), as do surgimento de leis fiscais que
seguintes definições: visam incentivar ações para revitaliza-
Silvio B. Melhado
reabilitação: ação de restabelecer o Prof. Dr. da Escola Politécnica da USP –
ção ou renovação de fachadas, como
empreendimento ao seu estado de por exemplo as leis da cidade de São
Departamento de Engenharia de
origem, utilizando tecnologias dis- Paulo no 12.350 de 1997 e no 14.223 de
Construção Civil – Epusp/PCC
poníveis, restabelecendo seu valor 2006 (ambas prevêem descontos de
e-mail: silvio.melhado@poli.usp.br
venal e prolongando sua vida útil, IPTU para edifícios que recuperem ou
mas não necessariamente incorpo- renovem suas fachadas) etc.
rando novas tecnologias; A norma de desempenho brasilei- Na Europa, o mercado de renova-
renovação: ação de restabelecer o ra (NBR 157575-1) define retrofit ção é reconhecidamente importante,
empreendimento ao "novo" por "pro- como remodelação ou atualização do tanto ou mais que o mercado de cons-
fundas" transformações que tornam o edifício ou de sistemas, pela incorpo- truções novas. Na França, por exem-
empreendimento em melhor estado e ração de novas tecnologias e concei- plo, o volume de negócios do setor de
com "novo" aspecto, incorporando tos, o qual, normalmente visa valori- construção, particularmente do seg-
modernas tecnologias. A renovação, zação do imóvel, mudança de uso, au- mento de edificações, é expressivo
diferente da restauração, é sinônimo mento da vida útil e melhoria da efi- para obras de conservação e renova-
de perda de características históricas; ciência operacional e energética. ção, conforme ilustra a figura 1.
restauro: ação de restabelecer o edifí- Comparando a definição de bi- Observa-se que a participação das
cio ao estado original, buscando salva- bliografias européias e brasileira, con- atividades de manutenção e renovação
guardar tanto a obra de arte quanto o clui-se que na Europa está sendo de- é bastante expressiva no setor da cons-
testemunho histórico. As operações de nominado de "renovação" o que o trução francesa, em razão, entre outras,
restauro são geralmente feitas em edifí- setor da construção civil brasileira das várias operações de reurbanização
cios tombados como patrimônio histó- tem denominado de retrofit. das principais cidades da França (veja
rico e devem obedecer às regras especí- No Brasil, o mercado de conserva- www.grandsprojets.paris.fr) e da quanti-
ficas ditadas em documentos como a ção e renovação de edifícios, ou seja, dade de edifícios antigos que precisam
Carta de Veneza de maio de 1964. aquele que considera operações de ser conservados, renovados ou reabili-
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ARTIGO
Figura 5 – Fachada leve após renovação, do tipo semicortina, cujos componentes de Figura 6 – Fachada renovada com
fechamento são em placas cimentícias com acabamento incorporado painéis cimentícios
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CAÇAMBA PARA
CONCRETO
A Nova Kabí lança as caçambas
Kabitudo de carregamento
FORROS
horizontal para concreto,
A Knauf do Brasil está lançando
indicadas para concretos de
a linha Danoline de forros
consistência normal, nos casos
modulados e removíveis de
em que se exige baixa altura de
gesso. Três modelos estão
carregamento. O produto está
disponíveis: Globe, com
disponível nas capacidades de
perfurações circulares com
250 l, 500 l, 750 l e mil l. Outros
espaçamento de 15 mm; Quadril
modelos podem ser produzidos
e Micro, com perfurações
sob encomenda.
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64
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chega a São Paulo oferecendo elementos de concreto pré-
tecnologia de isolamento fabricados em usina própria,
termoacústico. As mantas pré-moldados em canteiro ou
Isoten à base de fibras de estruturas moldadas in loco.
polipropileno possuem, segundo Dentre as obras de que já
o fabricante, maior coeficiente participou, estão o estádio do
de isolamento térmico e são Engenhão, no Rio de Janeiro, o
atóxicas e antialérgicas. Shopping Cidade Jardim, em
AGS São Paulo, e o edifício da
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65
p&t124.qxd 4/7/2008 17:30 Page 66
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CORDOALHAS No mercado há mais de 27 anos, A Fixtil lança a linha Sinalizando,
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a Lajes Leste possui as mais composta por 84 placas
utilização em concreto ESTRUTURAL
variadas alturas em painéis sinalizadoras fabricadas em
protendido, as cordoalhas para As telas de guarda-canto da
e lajes treliçadas, atendendo alumínio. Adesivadas, podem
protensão Belgo Bekaert são Perame são usadas como
com grande versatilidade ser aplicadas diretamente sobre
feitas em aço-carbono. proteção e reforço para cantos
as exigências de cada superfícies lisas, isentas de
Comercializadas sem de paredes, evitando quebra e
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comercial ou industrial. As medidas variam entre 5 cm x
aderente – e com graxa e produzidas com fios de aço
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hidrelétricas, contenções, correntes até quatro mil asseguram, segundo a empresa, dicróicas sem transformador.
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66
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FECHADURAS
INSTALAÇÕES A nova linha Elegance de JANELAS DE PVC
HIDRÁULICAS fechaduras, da Aliança Desenvolvido com tecnologia
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desenvolvido para atender a A porta sanfonada Tecnodoor é de espelho em aço inox e de Portas e Janelas em PVC tem,
todos os requisitos para a adequada para ambientes design sem parafuso aparente. segundo o fabricante, grande
condução de água quente e internos, especialmente os que O produto está disponível em aceitação na Europa e nos
fria. Os tubos e conexões que carecem de espaço. Leves e de três modelos de maçanetas e Estados Unidos. As linhas de
compõem o sistema são fácil instalação e limpeza, quatro acabamentos de cores – produtos contam com vários
fabricados com Polipropileno segundo o fabricante, são Bronze Latonado, Antique Verde modelos de janelas – maxim-ar,
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67
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p&t124.qxd 4/7/2008 17:31 Page 69
obra aberta-modelo.qxd 4/7/2008 17:32 Page 70
OBRA ABERTA
Livros
Engenharia Legal – Novos Geotecnia Ambiental * Resistência dos Materiais Tecnologia do Concreto
Estudos * Maria Eugenia Gimenez – para Entender e Gostar Estrutural
Tito Lívio Ferreira Gomide Boscov Manoel Henrique Campos Péricles Brasiliense Fusco
168 páginas 248 páginas Botelho 180 páginas
Leud (Livraria e Editora Oficina de Textos 248 páginas Editora PINI
Universitária de Direito) Fone: (11) 3085-7933 Editora Edgard Blücher Vendas pelo portal
Fone: (11) 3105-6374 www.ofitexto.com.br Fone: (11) 3078-5366 www.lojapini.com.br
www.editoraleud.com.br A geotecnia ambiental se www.blucher.com.br Os temas abordados são
A obra é composta por artigos dedica à proteção do meio O livro aborda a resistência imprescindíveis ao projeto,
anteriormente publicados no ambiente contra impactos dos materiais enquanto execução e utilização das
site do Ibape/SP (Instituto antrópicos, atentando à disciplina fundamental ao construções de concreto. Por
Brasileiro de Avaliações e operação e monitoramento de ensino da engenharia e da isso, o autor, que é projetista
Perícias de Engenharia de São locais de disposição de arquitetura. Do mesmo autor de estruturas e tem mais de
Paulo) e na revista Construção resíduos, avaliação do impacto de publicações como 25 anos de experiência,
Mercado, da Editora PINI ambiental, prevenção da "Concreto armado – Eu atacou os conceitos e idéias
entre 2005 e 2007. Os temas contaminação do solo te amo" e "Instalações que condicionam as decisões
abordados recorrem a superficial, do subsolo e das Hidráulicas Prediais", a diretamente relacionadas à
aspectos polêmicos e às águas superficiais e publicação traz exemplos durabilidade e segurança das
novidades da engenharia legal, subterrâneas, dentre outros. de resistência de elementos, estruturas. Com foco na
como as avaliações A publicação é voltada a como o comportamento resistência mecânica e na
imobiliárias, a engenharia alunos de graduação de de pilares e colunas de capacidade de resistir a
diagnóstica e perícias da engenharia civil, ambiental edificações frente a cargas de ataques do meio externo,
engenharia. O autor apresenta e de minas e geologia. O compressão. Ou, ainda, como considera o entendimento dos
de maneira lógica, simples e conteúdo, baseado na cabos de sustentação resistem fenômenos básicos do
clara a necessidade do disciplina de mesmo nome a esforços de estiramento. comportamento químico dos
conhecimento da engenharia lecionada na Escola Também aborda a ocorrência cimentos. Também analisa a
para a realização dos trabalhos Politécnica da USP de cortes (cisalhamento) e a proteção das armaduras
de avaliações e perícias. São (Universidade de São Paulo), resultante de flexões, dentre contra a corrosão e esclarece
18 capítulos que tratam de parte do pressuposto de que outros esforços estruturais. o controle da resistência por
inspeção imobiliária, os alunos tenham noções O autor, como ocorre em meio dos corpos-de-prova.
sustentabilidade na básicas de Mecânica dos outros de seus livros, procura Apresenta, em detalhes, a
engenharia legal, manutenção Solos e Obras de Terra. apresentar o conteúdo de teoria geral da flexão do
predial, qualidade predial total, forma simples e prática, sem concreto estrutural, contida em
fator humano na manutenção, prejuízo do rigor conceitual. tópicos referentes ao estado
perícia em fachadas e de limite último de compressão.
incêndio, entre outros tópicos.
AGENDA
Seminários e conferências metálica. O evento é organizado pela ABCM principais temas a serem abordados
(Associação Brasileira da Construção pelos palestrantes.
Obras Logísticas e Industriais – Uma Metálica) com o apoio da AARS (Associação Fone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)
Visão de Valor do Aço do Rio Grande do Sul), do CBCA ou 0800-596-6400 (demais regiões)
6/8/2008 (Centro Brasileiro da Construção do Aço), www.piniweb.com/Construtech/
São Paulo do Ilafa (Instituto Latinoamericano del
O seminário organizado pela LPE Fierro y el Acero) e do AISC (American 80o Enic
Engenharia tem como objetivo debater a Institute of Steel Construction). 22 a 24/10/2008
evolução da qualidade e da produtividade Fone: (11) 3816-6597 São Luís
do setor de obras logísticas industriais no www.construmetal.com.br O Enic (Encontro Nacional da Indústria da
Brasil. Entre os temas que serão Construção) debaterá as perspectivas e os
discutidos, está a evolução das técnicas de Tecnologia de Edificações para desafios do crescimento do setor nos
projeto e execução de pisos, pavimentos Obras Rentáveis próximos anos. O evento atrairá diversos
de concreto aeroportuário, o aumento da 21/10/2008 profissionais da construção e as inscrições
demanda por capacitação técnica, São Paulo já podem ser feitas no site do evento.
necessidade das obras industriais e Discutir e auxiliar os profissionais de Fone: (62) 3214-1005
sistemas logísticos de alta produtividade. engenharia civil, construção e arquitetura a www.qeeventos.com.br
Fone: (11) 5093-4209 desenvolver soluções técnicas inovadoras
www.lpe.eng.br/seminario2008 de projeto e execução para agilizar e Arquitetura e Soluções Estruturais –
rentabilizar empreendimentos. Esse é o Desafios de Forma e Técnica para
Empreendimentos Imobiliários objetivo desse seminário, promovido pela Arquitetos e Engenheiros de Estruturas
Sustentáveis – Viabilidade, Projeto PINI, que será realizado no âmbito do 23/10/2008
e Execução Construtech 2008. Cases de projetistas, São Paulo
19/8/2008 construtoras e incorporadoras e soluções O objetivo do evento, promovido pela PINI
São Paulo industrializadas para eliminação de no âmbito do Construtech 2008, é discutir a
O fórum organizado pela Editora PINI gargalos de materiais e mão-de-obra relação indissociável entre arquitetura e
mostrará como investir em constam entre os principais temas a serem estrutura, entre forma e material, arte e
empreendimentos sustentáveis utilizando abordados pelos palestrantes. ciência. Pretende desmistificar o aparente
os melhores projetos e materiais de Fone: 4001-6400 (regiões metropolitanas) desinteresse de alguns arquitetos pela
construção, de forma a evitar a perda de ou 0800-596-6400 (demais regiões) engenharia e a questionável descrença dos
dinheiro e o desrespeito às legislações do www.piniweb.com/Construtech/ arquitetos na engenharia. Vai apresentar
setor. Serão ministradas cinco palestras projetos e obras nas quais o bem-sucedido
no dia, entre elas: Oportunidades de Engenharia de Custos no Boom encontro foi capaz de tornar imperceptíveis as
Negócios com Empreendimentos Imobiliário barreiras que costumam separar tais campos
Imobiliários Sustentáveis e Projetos de 22/10/2008 do conhecimento. Abordará temas como a
Ecoeficiência em Edificações: São Paulo nova plataforma BIM (Building Information
Desempenho Ambiental e Energético. Como desenvolver diferenciais competitivos Modeling) e a relação da arquitetura e da
Fone: (11) 2173-2465 para construtoras e incorporadoras em um engenharia estrutural na obra de Oscar
sustentabilidade@pini.com.br momento de crescimento do setor. Esse é o Niemeyer. O fórum contará com a presença
www.piniweb.com/sustentabilidade objetivo principal do seminário, promovido do arquiteto chileno Sebastian Irarrazaval.
pela PINI, que será realizado no âmbito do Fone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)
Construmetal 2008 Construtech 2008. Análise da qualidade do ou 0800-596-6400 (demais regiões)
9 a 11/9/2008 investimento em empreendimentos www.piniweb.com/Construtech/
São Paulo imobiliários, perspectivas de evolução dos
A 3a edição do Construmetal terá custos de materiais e mão-de-obra, Fórum Nacional de Compras e
conferencistas brasileiros e internacionais metodologias e técnicas para estimativas Suprimentos na Construção Civil
que discutirão os principais avanços orçamentárias, orçamentos de obras e 23/10/2008
tecnológicos e inovações da construção estudos de casos constam entre os São Paulo
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Dimensionamento
e instalação de
aquecedor solar
O dimensionamento é uma das
etapas mais importantes no
projeto de implantação de um
aquecedor solar em uma residência,
pois é a partir dele que se chega ao
volume de água quente e à área co-
letora ideal para atender às necessi-
dades diárias de água quente dos
usuários e com isso atingir a sua sa-
tisfação plena.
Apesar disso, é comum encon-
trar no mercado diferenças signifi-
cativas entre dimensionamentos e
especificação de produtos de dife-
rentes fabricantes, o que faz com
que o consumidor sinta-se perdido
e com grandes dificuldades de iden-
tificar qual dos dimensionamentos e
configuração de produto que de fato
atenderão as suas necessidades diá-
Divulgação Transen
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COMO CONSTRUIR
Mínimo
30 cm
Consumo de
Válvula de segurança
Área coletora = (kWh/mês)* água quente
(kWh/m2/mês)**
Retorno dos coletores
*Demanda energética mensal inclinação mínima 3%
**Produção específica de energia
Mínimo
10 cm
Coletor solar
pode ser calculada usando a equação: exclusiva de
água fria
DE = V . ρ . cp . (TF - TI) x 30 dias
N Dreno
3.600 Máximo
7m
Onde,
DE: Demanda energética mensal, em Alimentação dos coletores
kWh; inclinação mínima 3%
V: Volume de água quente em m³;
Instalação vista expandida termo
ρ: Peso específico da água, conside-
rando 1.000 kg/m³;
cp : Calor específico da água, 4,18 mática, desde que se tenha acesso às di- Além disso, as condições de instala-
kJ/kgºC; mensões do coletor solar e à curva de ção também têm influência grande na
TF: Temperatura de armazenagem da eficiência térmica do mesmo, de onde produção de energia do coletor solar,
água quente, em ºC; são retirados os parâmetros adimensio- principalmente a orientação do mesmo
Ti: Temperatura de água fria, em ºC. nais FRUL e FRτα. Para isso é fundamen- em relação ao norte geográfico, confor-
tal que o coletor solar seja testado e eti- me é demonstrado no gráfico.
Quanto à produção específica de quetado pelo Inmetro. O gráfico acima Naturalmente o balanço de ener-
energia do coletor solar, essa pode ser demonstra a influência do clima no de- gia determinará uma área coletora que
calculada para qualquer condição cli- sempenho térmico do coletor solar. irá variar ao longo do ano em função
Execução
O custo de execução torna-se
menor, à medida que a construção da
residência passa a ser planejada para re-
ceber o aquecedor solar. Isso implica a
adequação do projeto arquitetônico de
forma a permitir que haja entre caixa
d’água, coletores solares e reservatório
Residência em Cotia (SP) – 1.600 l – 16 placas coletoras
térmico os desníveis mínimos para que
a circulação de água em termossifão
Produção de Energia x Clima Produção de Energia x Orientação
possa acontecer. Nesse caso, a radiação
2
Coletor Vertical KPU.5 (1,72 m ) Coletor Vertical KPU.5 2(1,72 m )
solar incide sobre o coletor solar que
aquece a água. Essa por sua vez torna-se
180 180
menos densa, mais leve e tem a tendên-
cia de migrar para a parte superior do
(kWh/mês)
(kWh/mês)
120 120
sistema em direção ao reservatório tér-
mico,a água mais fria,mais densa,tende
60 60
a descer e ocupar o lugar da água mais
quente. Dessa forma, a circulação natu-
0 0
Jan Dez Jan Dez ral ou circulação em termossifão acon-
Salvador Belo Horizonte Norte geográfico Desvio 45° tece, ou seja, a diferença de temperatura
São Paulo Curitiba Desvio 90° entre água quente e água fria gera uma
diferença de densidade que,por sua vez,
provoca a circulação da água.
Caso a arquitetura da residência
não permita a instalação em termos-
sifão, é possível fazer a instalação
Área Coletora Necessária bombeada, onde a circulação acon-
tece com o uso de uma bomba hi-
6,7 6,4
6,0 dráulica de baixa potência.
Linha de Corte 5,8 5,5
5,2 5,4
5,1 4,9
4,6 Controle da qualidade
4,1 4,0 Assim como é fundamental que os
produtos utilizados possuam o selo
do Inmetro, também é diferencial que
Área (m²)
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COMO CONSTRUIR
atestar a qualidade do serviço de insta- Manutenção tal que o usuário siga à risca o pro-
lação dos sistemas de aquecimento Para garantir uma longa vida útil grama de manutenção preventiva
solar. Esse programa ainda está em ao aquecedor solar e que o sistema indicado pelo fabricante. O ideal é
fase inicial, contudo terá grande força estará sempre trabalhando com o que a manutenção preventiva seja
no mercado a curto prazo. máximo de eficiência, é fundamen- feita, pelo menos, a cada 12 meses.
As principais ações são: