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15 minutos de fama

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Conteúdo relacionado

Este plano de aula está ligado à seguinte reportagem de VEJA:

• Existe alguém mais narcisista do que eu? - 13/05/2009

Conteúdos
Exposição midiática e construção de identidade

Habilidades
Examinar as relações entre as celebridades e a mídia

Tempo estimado
Duas aulas

A reportagem de VEJA sobre o narcisismo das celebridades serve de bom ponto de partida para um debate
atualíssimo: a busca desenfreada pela fama. A revista cita a célebre frase de Andy Warhol prevendo 15 minutos de
fama para todos. O que o pintor americano não previu é o que as pessoas seriam capazes de fazer para chegar a esses
15 minutos e o pior: até onde iriam para não retornar ao anonimato.

A celebridade é um espécime típico do século XX que, no começo do XXI, vem se reproduzindo com espantosa
velocidade nos quatro cantos do planeta. O que caracteriza uma celebridade é que ela não depende de algum mérito
tradicional para ter alcançado fama e fortuna. Não precisa ser excepcionalmente bela, como uma Luiza Brunet, nem
capaz de prodígios intelectuais, como Albert Einstein, que criou a teoria da relatividade, ou físicos, como um Pelé ou
um Gustavo Kuerten. A celebridade pode ter eventualmente realizações que deixam lastro, mas não precisa
necessariamente delas para se afirmar. Como define o historiador americano Daniel Boorstin, a celebridade é famosa
por ser famosa. E ponto final. Quem turbina a indústria das celebridades são os meios de comunicação e
entretenimento. Debata com a turma essa questão.

Atividades
1ª aula - Comece explicando que o sistema de criação de celebridades alimenta-se do rádio e da imprensa escrita,
jornais e revistas, entre outras, tendo recebido um grande impulso com o advento da internet, nos anos 1990. A rede
mundial de computadores acabou com os filtros da imprensa tradicional e permitiu que pessoas pudessem se mostrar
para o mundo inteiro a partir de sua própria casa, bastando para isso uma webcam, um computador e uma conexão.
O mundo das celebridades como o conhecemos hoje deve muito ao cinema. Até a popularização dos filmes, em
meados dos anos 1910 nos Estados Unidos, atores demoravam anos, eventualmente décadas, percorrendo longas
distâncias para ganharem reconhecimento público. Com a indústria cinematográfica, um bom filme em poucos meses
chegava a um número muito maior de cidades e com a capacidade de catapultar a fama de seus protagonistas. Duas
décadas depois, o mundo já fazia fila nos cinemas para ver seus atores favoritos e essa até então inédita legião de fãs
chamou a atenção de jornais e revistas, que começaram a abrir espaço em suas publicações para fotos e pequenas
notícias dos artistas mais populares.

Pergunte à turma se sabe o que são tabloides. Alguém deve citar os jornais ingleses sensacionalistas. Explique que o
termo adotado pelos britânicos vem da expressão francesa tablette, que foi aportuguesada como tablete – sinônimo
de pequenos pedaços. A ideia original dos tabloides era exatamente a de condensar notícias: muitas notas, em geral
curtas e com manchetes enormes. A ideia era causar sensação, o que lhes valeu a alcunha de “sensacionalistas”.

Conte que, a partir de meados do século XX, proliferaram nos EUA e na Grã-Bretanha tabloides pornográficos e
sangrentos quase completamente ficcionais, com verdade suficiente apenas para fazer as histórias parecerem
verossímeis. Mesmo hoje, alguns incluem as histórias mais absurdas inventadas pelos redatores. Se for um evento
incrível que aconteceu em alguma parte remota do mundo, ou se as pessoas mencionadas são vagamente
identificadas, então a história é provavelmente falsa. Entretanto, esse é o último refúgio para os redatores e editores:
eles normalmente tentam embasar as notícias com uma partícula de verdade. A chave para a redação da notícia de um
tabloide é algo que não seja necessariamente real para ser impresso - alguém apenas deve dizer que foi verdadeiro.
Vale citar como exemplo, no Brasil, o jornal Notícias Populares, que circulou entre 1963 e 2001.

Lembre que o período coincidiu com a chegada da televisão, que aumentou exponencialmente o número de pessoas
notáveis. Não só quem fazia TV - atores, repórteres e apresentadores – se tornou popular, mas quem era retratado por
ela também – músicos e esportistas, entre outros.

Com a quantidade de celebridades aumentando a todo instante, era natural que a indústria jornalística aproveitasse o
filão. O filme La Dolce Vita (1960), do italiano Federico Fellini, mostrou a vida do jornalista Marcello Rubini,
representado por Marcello Mastroiani. Bastante indiscreto e sempre atrás de personalidades, ele era acompanhado
pelo fotógrafo Signore Paparazzo (Walter Santesso). O sobrenome (e seu plural em italiano, paparazzi), passou a
designar aqueles que fotografam pessoas famosas sem autorização, expondo em público as atividades que eles fazem
em seu cotidiano.

Fofocas sobre famosos são o carro-chefe dos tabloides e revistas de celebridades. As fontes desse tipo de informação
estão em todo o lugar. Cada veículo mantém um exército de informantes, incluindo guarda-costas, cabeleireiros,
motoristas particulares e mesmo policiais, que entram em contato toda vez que têm alguma informação. Essas
pessoas recebem uma quantia considerável, dependendo da qualidade da notícia e de quem está envolvido. Mas
garanta para a garotada: grande parte das informações vem das próprias celebridades, via assessores de imprensa.
Algumas estrelas constroem uma relação de trabalho com o periódico, oferecendo notícias particulares em troca de
publicidade gratuita. Outras vezes, o tabloide aceita as informações concordando em não publicar notícias escabrosas
ou negativas sobre determinada personagem. Também os estúdios e emissoras de TV deixam vazar informação sobre
os filmes, capítulos de novela ou sobre os scripts de uma nova temporada de uma série de TV. Tudo pela propaganda.

Criar fatos em torno de si: eis uma regra de ouro para quem pretende conquistar a fama e mantê-la por mais de uma
temporada. Para isso, vale namorar alguém famoso (ou fazer de conta que namora). Aparecer o máximo possível na
televisão, em desfiles e festas. Mulheres sempre têm o recurso de posar desinibidamente para revistas masculinas.

Mas o que alimenta o interesse pelas celebridades? Os estudiosos acreditam que, num mundo onde as relações
familiares estão cada vez mais restritas ao núcleo central (veja o plano de aula “Família em Transição”, publicado
nesta semana) as celebridades viraram uma extensão daquelas grandes famílias de antigamente. São "parentes" com
os quais se pode conviver diariamente sem que se tenha de arcar com as consequências que isso acarreta entre
pessoas que têm laços na vida real. Com uma vantagem: pode-se trocar de "parentes" quando se está cansado deles -
daí a brevidade das celebridades instantâneas. Pergunte, especialmente para os marmanjos, se alguém sabe dizer
onde anda a Tiazinha ou a Feiticeira, celebridades de primeiro time há menos de 10 anos. Ou o vencedor de algum Big
Brother, como Dhomini, da terceira edição, ou Kleber Bambam, da primeira.

Distribua para os jovens revistas como Contigo, Tititi e Caras. Os exemplares não precisam ser recentes, já que
servirão apenas para a turma examinar os títulos, o texto e as fotos. Peça, então, que eles comecem a dizer o nome das
celebridades da escola: os alunos e professores mais populares – seja por que motivo for. Anote no quadro pelo
menos uns dez nomes. Divida a turma em grupos e dê um prazo de uma semana para que elaborem uma publicação
com os recursos disponíveis: máquinas fotográficas de telefones celulares podem garantir fotos para uma publicação
impressa via computador, mas fotografias analógicas coladas em folhas de ofício têm o mesmo valor. O importante é
que os grupos se organizem e façam as reportagens, com ou sem consentimento dos personagens, se valendo de
imagens cedidas ou “roubadas”, para a publicação. Não deixe de reforçar que o trabalho exige ética: ninguém pode ser
ofendido e nem ridicularizado.

Jornalismo de celebridades: o que parece verdade vale mais do que aquilo que efetivamente é

2ª aula – Recolha a criação dos grupos e leia-as para a classe – após se certificar que nenhum texto tem caráter
ofensivo. Garanta um debate plural sobre o conteúdo, focando na “informação exclusiva” que alguma publicação
possa ter. Alguém realmente conseguiu um “furo”? Existe uma diferença significativa na maneira como diferentes
grupos retrataram as mesmas personalidades? E o que os personagens enfocados vão achar a respeito do que foi dito
e mostrado deles?

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